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Para integrar, é preciso respeitar

Wagner Dalcin*

Em 27 de janeiro último, participei de programa radiofônico em Novo Hamburgo, o qual teve como
tema central a gestão integrada em segurança pública, em razão da anunciada instalação, naquele
município, do Gabinete de Gestão Integrada. Trinta dias depois, deparo-me com matéria jornalística
dando conta de um manifesto assinado por Delegados de Polícia de Caxias do Sul em protesto contra
investigação levada a cabo pela Brigada Militar, ação que teria invadido esfera de atribuições da Polícia
Civil.

É de saber comum que a (até então silenciosa) “guerra” institucional entre as corporações remonta ao
ano de 2001, quando o então Governador do Estado autorizou aos milicianos a lavratura de
procedimento policial denominado “termo circunstanciado” – até então atribuição exclusiva do
Delegado de Polícia –, com isso inflamando o discurso dos defensores do ciclo completo de polícia como
melhor forma de se promover a defesa social, e permitindo, por corolário, situações como a ocorrida no
município serrano.

Discussões jurídico-institucionais à parte, vale lembrar que Polícia Civil e Brigada Militar, enquanto
órgãos integrantes da Administração Pública, pelos princípios (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência) que esta regem também são orientados. E a eficiência, atributo que mais se
espera de tais instituições, é mais rápida e facilmente alcançada por meio da especialização das funções.
Não foi à toa que assim quis o legislador constituinte, ao limitar, no artigo 144 da Constituição da
República, o campo de atuação das Polícias Militares ao policiamento ostensivo, e das Polícias Civis, à
realização das ações de polícia judiciária e apuração das infrações penais.

Falar de gestão integrada em Segurança Pública, falar de atuação integrada das forças policiais, não
implica em autorizar o desrespeito ao feixe de atribuições uma das outras. Acima do discurso político de
integração – que não significa, ressalte-se, a sobreposição de funções -, está a Carta Magna pátria, que
delimita o campo de atuação de cada instituição; está a gama de diplomas infraconstitucionais, que
explicitam as funções de cada órgão; e está a garantia do administrado em ver respeitadas as
competências e atribuições legalmente instituídas. Para integrar, é preciso, antes, respeitar. Ganham os
policiais, ganha o cidadão, ganha o Estado Democrático de Direito.

*Delegado de Polícia, titular da DP/Portão

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