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Apresenta

A Rede

Novela de:

Evana Ribeiro

CAPÍTULO 18
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 2

CENA 01 – NY/AP. DE ED/SALA – INT – TARDE


Continuação da cena final do capítulo anterior. Os policiais
forçam mais a abertura da porta, que ameaça ceder. Desesperado,
Ed corre pelo corredor. Travelling acompanha a corrida de Ed para o
quarto.
Corta de volta para a sala. Os policiais conseguem arrombar a
porta. Sacam as armas e começam a percorrer o local, procurando
por Ed.

CORTA PARA

CENA 02 – AP. DE ED/QUARTO – INT – TARDE


Sonoplastia: Pnevmatika.
A porta do quarto está aberta. Ao ouvir o barulho dos policiais
se aproximando, Ed se apressa em fechar a porta.

ED – Vamos lá. Eu tenho exatamente três minutos pra achar um jeito


minimamente seguro de sair daqui.

Ed revira todo o quarto, em busca de uma passagem secreta ou


coisa parecida. Sem encontrar, ele soca a parede.

ED – Mas como é que na casa de um bandido mundialmente


procurado não vai ter uma saída de emergência? Bradley achava que
isso aqui era o quê? Alcatraz? Idiota, idiota!

Ouvem-se os passos dos policiais, cada vez mais próximos.


Close em Ed, em pânico. PV de Ed: a janela fechada. Vai até ela, a
abre, sobe no parapeito e olha para baixo. Ele tem uma sensação de
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 3

vertigem. Um dos policiais começa a abrir a porta, em slow motion.


Na mesma hora, Ed pula. Queda em slow motion.
A cena retoma o ritmo normal. Ed cai em pé em uma marquise.
Observa em volta, procurando um outro lugar para onde pular.
Encontra um andaime desocupado e pula para ele.

CORTA PARA

CENA 03
Tomada da casa de Aliena.

CORTA PARA

CENA 04 – CASA DE ALIENA/QUARTO DE TERESA – INT –


TARDE
Teresa está deitada na cama, de bruços, com um travesseiro
cobrindo sua cabeça. Corta para a porta do quarto. Olga entra e vai
se aproximando com cuidado da cama de Teresa, acreditando que ela
esteja dormindo.

OLGA – Que foi, tá com dor de cabeça?

TERESA (afasta um pouco o travesseiro de si) – Não, só tava aqui


pensando numas coisas...

Ela coloca o travesseiro de lado.

OLGA – Um dólar pelo seu pensamento.

Teresa ri, depois reassume a expressão séria.

TERESA – Olga, você gosta de morar aqui, né?


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 4

OLGA – Claro. Não conheço outro lugar...

TERESA – E se por algum motivo você tivesse que se mudar, ia sofrer


muito, né?

OLGA – Ia, mas não tô entendendo a sua conversa.

TERESA – Eu vou explicar. Mas antes, chama a Maria pra mim, por
favor.

OLGA – Tá bom.

Olga sai. Teresa levanta da cama e anda um pouco pelo quarto.

TERESA – Pobrezinhas... Vai ser difícil demais pra elas sair daqui,
mas se é o único jeito...

Maria entra no quarto.

TERESA – Venham aqui, sentem do meu lado.

Elas sentam na cama.

MARIA – Vamos ter babá nova?

TERESA – Não. Depois da experiência com a senhora Jerret, ou seja


lá como ela se chame, já chega de testes com babás novas...

MARIA – Então...
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 5

TERESA – Bem, meninas, o negócio é o segunte... O Ed, vocês


sabem, aquele Ed, que todo mundo achou que tinha... Que tinha
morrido, cantado pra descer... Enfim. (pausa) Ele tá vivo e aqui em
Nova York. Isso quer dizer que...

MARIA – Como foi que ele morreu e não morreu?

TERESA – Eu não sei, Mariazia. Na verdade ainda tô tentando


entender.

OLGA – Mas a polícia tá atrás dele, não tá?

TERESA – Tá, mas não consigo acreditar que ele vai ser pego, e se
for... Quem engana a polícia uma vez pode enganar de novo. (pausa)
Isso quer dizer que nós não estamos mais seguras aqui e precisamos
nos mudar com urgência.

As meninas ficam caladas por um tempo, pensativas.

TERESA – Eu sei que uma mudança dessas é difícil pra caramba. Até
pra mim vai ser... Mas a gente precisa colocar na cabeça que é pela
nossa segurança, ok?

OLGA – Pra onde a gente vai?

TERESA – Era justamente nisso que eu tava aqui pensando. (pausa)


Que tal se a gente fosse pro Brasil? Mais precisamente pra Recife,
minha terra natal?

Maria e Olga se entreolham.

TERESA – Não vão dizer nada?


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 6

OLGA – É longe demais...

TERESA – Mas olha, a idéia é justamente essa. Quanto mais longe a


gente ficar daquele... Daquele monstro. E chega, não quero mais
falar daquele lá, pode trazer vibrações negativas!

Elas começam a conversar, em off. Sonoplastia: Eu queria


morar em Bervely Hills – Paulo Francis Vai Pro Céu.

CORTA PARA

CENA 05
Tomada de vários pontos de Recife. Terminar mostrando a
fachada do prédio do antiquário. Efeito de transição tarde-noite.

CORTA PARA

CENA 06 – AP. DE DANILO/SALA – INT – NOITE


Walter e Danilo conversam enquanto bebem café.

WALTER – Então, ela respondeu?

DANILO – Respondeu sim. Disse que tá tudo bem com ela e as


crianças, apesar do susto. Disse também que vai arrumar outro
emprego pra não ter que mexer no dinheiro que a Aliena Pietrovna
deixou pras filhas, que sente muita saudade da gente, da casa, da Jé,
do Júnior e até da Beth, e que a nova amiga dela, Felícia, não quer
papo comigo.

WALTER – Só tu mesmo... Mas tinha que dar um jeito de paquerar,


né?
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 7

DANILO – Não consigo evitar. (t) Mas a Felícia ia ser um lance meio
impossível mesmo, já que ela mora longe. Mas ela escreve tão bem...
Acabei me apaixonando por uma dúzia de frases. E pela fotinha dela
do lado do texto. A foto três por quatro mais bem tirada que já vi na
vida.

WALTER – Como é que tu sabe que ela escreve bem?

DANILO – Foi pelo artigo dela que achei a Tetê. E digo a você, sem
medo de errar. (pausa) Se a Tetê não tivesse talento nenhum, só
pelo artigo da Felícia eu ia me convencer do contrário.

WALTER – Então tá... Depois quero ver essa maravilha.

Os dois continuam conversando em off. Sonoplastia: Sujeito


de sorte – Belchior.

CORTA PARA

CENA 07
Tomada da Vila do Ipsep.

CORTA PARA

CENA 08 – CASA DE GUSTAVO/QUARTO DE GUSTAVO – INT –


NOITE
As luzes estão apagadas. Cecília está deitada na cama de
Gustavo, aparentemente dormindo. Ele entra e acende a luz. Aí fica
claro que ela está acordada.

CECÍLIA – Oi... Onde é que você andou o dia todo?


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 8

GUSTAVO – Procurando emprego, por quê?

CECÍLIA – Nada. (pausa) Achou alguma coisa?

GUSTAVO – Nada. E já tô começando a ficar preocupado, o pessoal


aqui em casa tá pressionando.

CECÍLIA – Que chato...

GUSTAVO – Pior é que eles estão certos. Eu fiz a burrada de te


engravidar, agora tenho que carregar a cruz.

CECÍLIA – Por que você tá falando desse jeito? Não gosta mais de
mim?

GUSTAVO – Cecília, não começa com o drama. Não é isso. (pausa) Só


que a gente tinha que terminar o Ensino Médio, depois vestibular,
faculdade, tudo certinho. Esse bebê não podia ter vindo em hora mais
errada.

CECÍLIA – Não fala assim, ele é sensível.

GUSTAVO (impaciente) – Qual é, Cecília? Ele nem tá ouvindo!

Gustavo abre uma gaveta e procura uma toalha. Cecília volta a


se deitar, com ar triste.

CORTA PARA

CENA 09 – CASA DE EMÍLIO/TERRAÇO – INT – NOITE


Emílio e Amélia conversam.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 9

AMÉLIA – Fiquei tão contente do Mickey arrumar uma namorada


daqui de perto! Mesmo não gostando muito da Elissa...

EMÍLIO – Bom, não é a gente que tem que gostar dela, certo?

AMÉLIA – É verdade. Agora só falta ele arrumar um bom emprego, de


preferência que não tenha que lidar com essa tal de Internet.

EMÍLIO – Peraí, Amelinha, aí já é pedir demais.

AMÉLIA – Eu só não quero que ele sofra de novo por causa desse
negócio. Aquela menina que ele conheceu por aí já fez ele sofrer
tanto...

EMÍLIO – Mas sofrer por amor a gente sofre de qualquer jeito.

AMÉLIA – Eu sei, eu sei que ninguém tá livre do sofrimento. Mas não


é só isso. (pausa) As coisas que a Michelle me conta que fazem por aí
me dão um medo danado.

No close de Amélia.

CORTA PARA

CENA 10 – DELEGACIA DE CRIMES DE INTERNET – INT –


NOITE
Michelle e Marta arrumam suas coisas para ir embora.

MICHELLE – Acho que o negócio vai ficar mais animado por aqui
daqui pra frente.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 10

MARTA – Por quê?

MICHELLE – Por causa da história lá do Ed morto-vivo. Te falei dele


hoje de manhã... Tá distraída, é?

MARTA – Não, mas o que a gente tem a ver com isso?

MICHELLE – Acontece que o sujeito é daqui.

MARTA – Daqui... Daqui de Recife?

MICHELLE – É. E antes de se mandar de vez pra lá, isso há uns três


anos, ele andou cometendo uns crimes aqui, que só foram arquivados
porque ele tinha supostamente morrido. (pausa) Essa é a nossa fatia
do bolo!

MARTA – E pelo jeito você tá doidinha pra se lambuzar com essa


fatiazinha, certo?

MICHELLE – Com certeza! Primeiro, o cara é um nojento, merece


mesmo pagar por todos os crimes que cometeu, tá cometendo e
ainda vai cometer. E a gente ainda vai trabalhar em parceria com a
Interpol! Já pensou nisso?

MARTA – Na verdade nunca me passou pela cabeça... Mas pelo


tamanho da tua empolgação, acho que vou me animar rapidinho.

MICHELLE – Esse vai ser o caso das nossas vidas, você vai ver.

Michelle sorri para Marta, confiante. Sonoplastia: TV Police –


The Joe Perry Project.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 11

CORTA PARA

CENA 11
Tomada de NY.

CORTA PARA

CENA 12 – NY/AP. DE FELÍCIA/SALA – INT – NOITE


Julia, Felícia e Teresa conversam, sérias.

TERESA – Eu já falei com o Dr. Perry, ele vai cuidar de agilizar a


venda da casa e do carro pra mim. (pausa) Só Deus sabe o quanto
isso tá sendo doído pra mim, por tudo o que eu vivi aqui e
principalmente pelas meninas. Mas...

JULIA – Imagino como você se sente. Mas com certeza é o melhor


pras meninas, principalmente pra Irina. Enquanto esse tal Ed estiver
solto, ou melhor, enquanto ele estiver vivo, ele é capaz de fazer
qualquer coisa pra atingir vocês, ainda mais a pobrezinha da Irina
sendo filha dele...

FELÍCIA – Coitadinha mesmo. Infelizmente ninguém pode escolher o


pai que tem.

TERESA – Enfim, é melhor pra todo mundo. Quero criar essas


criaturazinhas em paz e sossego, e se é longe daqui que vou
encontrar isso, é pra longe daqui que eu vou.

FELÍCIA – Acho que é isso que eu tenho que fazer também.

JULIA – Tá falando de se mudar de volta pro Recife?


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 12

FELÍCIA – É. Lembra que o Ed também me conhece... E com ele solto


por aí, eu é que não vou dar a bobeira de ficar aqui pra ele me achar
e fazer picadinho de Felícia.

Teresa tenta se controlar, mas não consegue e começa a rir.

FELÍCIA – E você era a última pessoa que devia rir dessa situação
toda.

TERESA – Desculpa, mas não deu pra segurar... Esse negócio de


picadinho de Felícia foi hilário.

JULIA – E quando vocês pretendem ir embora?

TERESA – Se desse, eu pegaria agora mesmo o primeiro avião pro


Recife, nesse minuto! Mas ainda tem coisa pra resolver... Acho que
em três dias no máximo consigo resolver tudo, aí a gente tá dando o
fora daqui.

JULIA – Resolver tudo em três dias?

TERESA – Eu sei que é pouco tempo, mas nessas condições três dias
tá até tempo demais. (pausa) Já pensou? Em cinco minutos ele já é
capaz de encontrar a gente, matar e esquartejar todo mundo com
requintes de crueldade. Imagine o que faz em três dias?

FELÍCIA – Credo, Teresa, pára de falar isso. Eu posso acabar


acreditando, tendo pesadelos à noite...

TERESA – Não tô exagerando nada, não. Eu já tinha medo dele,


depois que ele forjou o próprio suicídio por overdose de heroína, aí é
que tenho medo mesmo!
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 13

FELÍCIA – Mas o que importa é que a gente vai se livrar disso logo.

No close de Felícia.

CORTA PARA

CENA 13
Tomada de Recife.

CORTA PARA

CENA 14 – CASA DE EMÍLIO/QUARTO DE MINERVA – INT –


NOITE
Minerva folheia um trabalho recém impresso. Aparentemente,
está satisfeita com o resultado. Miranda está ao seu lado.

MIRANDA – Aí, pensou no que te falei?

MINERVA – Pensei. (pausa) Vocês estão certas, é uma idéia legal.

MIRANDA – Não é só legal, é ótima! Quando você estiver rica e


famosa, não esquece de me agradecer.

MINERVA – Tá, pode deixar que se um dia eu for famosa e rica com
esse site, não vou esquecer dos agradecimentos. E de uma parte dos
lucros, que eu sei que você quer.

MIRANDA – Ah, que é isso, só tô tentando ajudar.

Minerva ri e coloca o trabalho de lado. Miranda olha a foto de


Mariângela no monitor.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 14

MIRANDA – Essa é aquela sua amiga, a Mariângela, é?

MINERVA – É. Achei que você já tinha visto. (pausa) Minha melhor


amiga.

MIRANDA – Achei que sua melhor amiga fosse daqui de casa... Mas
enfim. Vocês já se viram ou é aquela vibe Mick e Teresa?

MINERVA – Ela mora longe, e tem uns problemas sérios de saúde,


pobrezinha. Quando ela era pequena sofreu um acidente num parque
de diversões e ficou paraplégica...

MIRANDA – Coitada...

MINERVA – Enfim... Agora eu vou tomar uma banho e cair na cama.


Tô super quebrada!

MIRANDA – Vai nessa, boa noite.

MINERVA – Boa noite pra você também.

Miranda dá um beijo na irmã e sai. Minerva pega uma toalha e


sua roupa e sai logo depois.

CORTA PARA

CENA 15 – AP. DE CATARINA/SALA – INT – NOITE


Catarina está sentada na frente da televisão ligada, mas não
presta atenção ao que se passa. Desliga o aparelho, inclina a cabeça
para trás, como se meditasse. Joyce entra e senta ao lado dela.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 15

JOYCE – Tá com sono?

CATARINA – Não. Tô pensando na apresentação lá no congresso,


daqui a três dias.

JOYCE – Tá com medo?

CATARINA – Pois é. Eu nunca tive medo de falar em público, agora só


de pensar nisso me dá um frio na espinha... Eu devia apresentar esse
trabalho com a Ilma, a idéia foi toda dela, e eu tô morrendo de medo
de algo dar errado.

JOYCE – Que besteira, Cacá! É claro que não vai dar nada errado.

CATARINA – É, espero que seja besteira da minha cabeça mesmo.


Porque se der algo errado nesse congresso, eu juro que não vou me
perdoar.

JOYCE – Vai, espanta essa idéia ruim, fala de outra coisa...

Elas ficam caladas por um tempo.

CATARINA – Tenho mesmo outra coisa pra falar... Quase beijei o


Alexandre hoje.

JOYCE – É o quê?

CATARINA – É, a gente tava lá no laguinho, conversando, aí ele


começou com aqueles papos de que tá se sentindo culpado pela
morte da Ilma...

JOYCE – Sim, e você?


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 16

CATARINA – Aí eu fui tentar consolar, né? Só que aí eu mesma não


consegui me controlar e fui chegando mais perto, mais perto...
Quando vi, pronto, tava quase beijando ele.

JOYCE – E depois?

CATARINA – Depois eu me afastei, lógico. Eu me achei tão horrível,


era como se a Ilma tivesse ali, vendo tudo.

JOYCE – Olha, Cacá, eu vou te dar um conselho, acho que essa vai
ser a coisa mais sincera que eu já disse na vida. (pausa) Você tá
perdendo tempo com o Alexandre. Só Deus sabe quando é que ele
vai conseguir superar o trauma da morte da Ilma... E se ele nunca se
recuperar? Você vai passar a vida toda sofrendo por um cara que
pode nunca corresponder aos seus sentimentos?

CATARINA – Ele pode superar isso mais rápido se a gente ajudar.

JOYCE – Não, ele não pode, Cacá. Eu sei que ele é nosso amigo, que
ele é um cara legal, mas a questão não é essa. (pausa) Acontece que
de um jeito ou de outro, ele foi mesmo meio responsável pela Ilma
ter sido atropelada por aquele trem.

CATARINA – Foi uma fatalidade!

JOYCE – Fatalidade que podia ser perfeitamente evitada se ele


tivesse desligado a droga do telefone.

Insert na cena final do capítulo 07. Joyce, Catarina, Geysa e


Alexandre estão no bar. Ele, completamente bêbado, fala ao celular
com Ilma, aos berros.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 17

JOYCE (grita) – Ele tá bêbado, Ilma! Desliga esse telefone!

ALEXANDRE (levanta a mão pra dar um tapa em Joyce) – Cala boca


que o assunto não é contigo.

GEYSA – Bate nela que eu dou na tua cara, imbecil! Desliga essa
droga!

Corta rápido para outro trecho da mesma cena.

JOYCE – Ilma, desliga isso!

Alexandre dá um tapa no rosto de Joyce, que joga um copo de


aguardente pura na cara dele.
Corta de volta para a realidade.

CATARINA – No fim das contas, a culpa não foi só dele, foi dela
também.

JOYCE – Tá, que seja! Os dois foram culpados, mas só ele ficou vivo
pra carregar isso. (pausa) E vamos deixar os mortos em paz, tá bom?

CATARINA – É, é melhor...

JOYCE – E vamos dormir, que os próximos dias vão ser cheios,


principalmente pra senhorita.

CATARINA – Vai na frente, depois eu vou.

JOYCE – Tá certo. Boa noite e vê se esquece um pouco essas coisas,


pelo menos até depois do congresso, ok?
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 18

CATARINA – Vou tentar.

JOYCE – Boa noite.

Sonoplastia: Velha página – Rádio de Outono. Joyce dá um


beijo na testa de Catarina e sai. Catarina fica mais um tempo lá,
andando pela sala. Respira fundo, vai para a cozinha e bebe um
pouco de chá.

CORTA PARA

CENA 16
Tomada do prédio de Walter.

CORTA PARA

CENA 17 – AP. DE WALTER/SALA DE ESTUDOS – INT – NOITE


Walter lê, sentado na poltrona. Beth entra sem ser notada e
senta no chão, ao lado dele. Ele, muito concentrado, não percebe que
ela está lá. Ela apóia a cabeça nos joelhos dele, meiga, mas não
recebe nenhum retorno.

BETH – Amor...

WALTER (sem tirar os olhos da leitura) – O que é, Beth?

BETH – Vim ver se você tava precisando de alguma coisa... Um


lanche, um cafezinho...

WALTER – Não tô precisando de nada não, obrigado.


TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 19

BETH – Os meninos já dormiram. Não quer ir ver um filminho depois?

WALTER (pára de ler e olha para ela) – Pode ficar pra depois, Beth?
Amanhã eu tenho o Congresso de Lingüística Aplicada, esse negócio
tá me deixando maluco... Desculpa, mas não dá mesmo.

Beth fica calada por um tempo e levanta do chão.

BETH – Você ainda tá com raiva de mim, né?

WALTER – Por quê?

BETH – Por causa da história dos cartões de crédito.

WALTER – Ah, isso... Já esqueci.

BETH – Então por que fica me evitando?

WALTER – Ah, Beth, eu já te falei! É o trabalho... Eu sinto muito por


não te dar a atenção a que você já estava acostumada, mas o dever
me chama. E se você arrumasse uma ocupação, em vez de ficar de
pernas pra cima o dia todo, ia me entender.

BETH – Você tá me chamando de vadia?

WALTER – Não. Eu tô dizendo que esse mundo de dona de casa tá


pequeno pra você. E em vez de ficar arrumando discussão com a
Jéssica por causa de besteira e ficar gastando meu dinheiro e
estourando meus cartões de crédito, como você fez, um trabalho
seria bom. Você é uma mulher inteligente, tem formação, não
entendo por que continua vivendo assim, que nem uma dondoquinha.
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 20

BETH – Queria tanto conversar com você agora...

WALTER – Me desculpa, Beth... Mas eu realmente preciso terminar de


ler isso aqui, é importante pro debate de amanhã. E eu não queria
dizer isso, mas você tá me atrapalhando.

Sonoplastia: Revenge – Patti Smith.


Walter volta a ler. Beth o olha, com raiva, e sai da sala.

BETH (triste, com raiva) – Ele não gosta mais de mim, não gosta!
(pausa) Mas eu não vou deixar ele fugir. Eu não posso perder o
Walter de jeito nenhum!

No close de Beth.

CORTA PARA

CENA 18
Sonoplastia: Technologic – Daft Punk.
Imagens de Recife, alternadas com as de Nova York. Passagem
de três dias.

CORTA PARA

CENA 19
Tomada do Aeroporto Internacional de Nova York à tarde.

CORTA PARA
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 21

CENA 20 – NY/AEROPORTO/HALL – INT – TARDE


Visão geral do aerporto. Vamos buscar Felícia, Maria, Olga e
Teresa (esta com Irina no colo). Elas vão caminhando e conversando,
em busca de um lugar não muito cheio para ficar. Encontram um
espaço com cadeiras vazias e sentam.

TERESA – É... Três dias se passaram e estamos vivinhas!

OLGA – Graças a Deus!

TERESA – Queria que sua mãe tivesse vindo, Felícia...

FELÍCIA – Não, foi melhor não. Detesto despedidas. (pausa) E agora


só Deus sabe quando vou ver minha mãezinha de novo...

TERESA – Ah, você pode ver quando quiser! É só...

FELÍCIA (corta) – Tô falando de ver ao vivo, Tetê!

TERESA – Tá...

MARIA – Tetê... Tem certeza que o Ed não vai pegar a gente lá?

TERESA (sorrindo) – Se Deus quiser, e eu sei que ele há de querer,


não. (pausa) E assim que entrarmos naquele avião, nunca mais
vamos ouvir falar em Edward Stevens em nossas vidas!

Elas se abraçam, sorridentes. Ouvem a chamada para o vôo


para São Paulo em um auto-falante.

TERESA – É agora!
TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 18 22

Sonoplastia: Broken English – Marianne Faithfull.


Elas se dão as mãos e vão correndo para o portão de
embarque.

CORTA PARA

CENA 21
Tomada da pista de decolagem. Um avião levanta vôo.

FIM DO CAPITULO 18

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