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Crimes Sexuais: Os crimes sexuais apresentam várias formas de apresentação em nosso Código
Penal. Eis os mais freqüentes e a contribuição da perícia para sua caracterização:
Conjunção carnal: é a intromissão parcial ou total do pênis em ereção na vagina, com ou sem
ruptura do hímen, com ou sem orgasmo, resultando do amplexo heterossexual.
O hímen é uma membrana mucosa que separa a vulva da vagina. Apresenta uma borda livre,
que forma o óstio, orifício de morfologia variada, por onde escoa o fluxo menstrual e que se rompe
usualmente no primeiro contato sexual.
A materialidade da conjunção carnal pode ser configurada pela:
- Ruptura do hímen: pode se dar na borda livre do óstio ou em qualquer outra parte da
membrana. As rupturas do óstio, em geral, produzem hemorragia leve e passageira, podendo ir da
borda livre até a borda de inserção, junto à parede vaginal (ruptura completa), ou deter-se em plena
membrana (ruptura incompleta).
- Espermatozóides na vagina: se for encontrado esperma na vagina, pressupõe que houve
conjunção. Uma só célula reprodutora masculina presente firmará o diagnóstico. No entanto, o
tempo superior a 48 horas entre a perícia e a prática sexual e os próprios cuidados higiênicos da
mulher dificultam ou impedem o seu encontro.
Além disso, o método possibilita a ocorrência de resultados falsos negativos, já que se trata de
uma amostra de material coletado junto à secreção encontrada na cavidade vaginal. O uso de
preservativos por parte do homem praticamente elimina a positividade desse exame.
Também se considera, por presunção, que houve conjunção carnal quando se constata a
presença de sêmen, podendo ser encontrado, em média, até 27h após a relação sexual.
- Gravidez: a gestação traz implícito o defloramento, mesmo não havendo conjunção carnal no
sentido estrito e, portanto independentemente do estado do hímen.
Existem casos em que há ruptura himenal na ausência de conjunção carnal, como em situações
de acidentes (laceração de períneo), doenças venéreas (sífilis) ou práticas libidinosas (masturbação
ou introdução de objetos na vagina). Por outro lado, existem situações em que se estabelece a
conjunção carnal sem ruptura himenal, como em casos de cópula vestibular ou coito nas coxas,
pênis insinuante e hímen dubitativo.
• A contaminação venérea fala a favor da existência de conjunção, mas não tem caráter
absoluto, podendo ter outra origem ou mesmo estar vinculada à prática de atos libidinosos
diversos da conjunção carnal.
• Virgindade é a absoluta falta de prática de conjunção carnal. Portanto, materialmente a única
prova de virgindade é a integridade himenal. O conceito de “virgindade” perante a lei
brasileira, no entanto, está ligado à ocorrência ou não de conjunção carnal e não só à
integridade do hímen.
Assim, para afirmarmos ou negarmos a virgindade, teremos que, além do estudo do hímen,
analisar dois outros elementos periciais: a presença de espermatozóides na vagina e na gravidez.
• A “violência” deve ser contra a mulher e não contra suas coisas, podendo ser:
- violência efetiva: é a violência com emprego de força física, geralmente deixando vestígios de
lesões corporais, ou psíquicas, empregando drogas ou recursos psicológicos para vencer a
resistência da vítima (embriaguez, anestesia, uso de psicotrópicos);
- violência presumida: ocorre em casos de mulheres menores de 14 anos ou quando há alienação ou
debilidade mental que o ofensor conhecia ou qualquer causa que impossibilite a vítima de resistir
(paralisia dos membros, enfermidade imobilizante).
• O risco de uma mulher adulta sofrer agressão sexual nos Estados Unidos é de 25%, onde o
estupro responde por 7% dos crimes violentos. Estudos realizados em nosso meio
demonstram que apenas 25% das mulheres encaminhadas para a perícia apresentam sinais
de violência física efetiva.
O correto encaminhamento dessas pacientes, vítimas de agressão sexual, é fundamental para o
diagnóstico e prevenção da gravidez, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e distúrbios
psíquicos pós-agressão.
Nos casos de pacientes atendidas na rede hospitalar, o registro adequado do atendimento e a
documentação do exame são responsabilidades do médico. A sua ausência pode configurar
negligência e conduta ética incorreta.
Atentado violento ao pudor: Ato libidinoso diverso da conjunção carnal, há presença de violência
ou grave ameaça.
Ato libidinoso diverso da conjunção carnal é todo e qualquer ato sexual, que fuja à natureza
pênis-vagina. Em geral, a causa é uma perversão sexual, devendo traduzir-se por um ato
indiscutivelmente obsceno e lesivo a um mínimo pudor.
Na configuração do delito não importa o sexo, podendo qualquer pessoa, homem ou mulher,
ser o agente ou vítima. Manifesta-se em situações como cópula inter-crucis, cópula bucal ou
felação, cópula bucovulvar ou cunilíngua, cópula anal, heteromasturbação, toques e palpação de
mamas e vagina, etc.
Excetuando os casos de cópula anal, os atos libidinosos descritos não costumam deixar
vestígios, salvo eventuais manchas de sêmen ou de saliva nas vestes, pequenas equimoses ou
escoriações, etc.
No DML de Porto Alegre, 80% dos exames realizados para avaliação de violência sexual
foram realizados em indivíduos de raça branca, estando a faixa etária de maior incidência situada
entre onze e vinte anos de idade, com 54% dos casos.
Anticoncepção: Para evitar a concepção e permitir a conjunção carnal, com menores riscos de
gravidez, podem ser utilizados os seguintes métodos:
a) cirúrgicos: laqueadura ou ligadura de trompas, na mulher, ou dos ductos deferentes, no homem;
b) mecânicos: preservativo, diafragma, dispositivo intra-uterino (DIU);
c) químicos: espermaticidas, anticoncepcionais orais;
d) fisiológicos: coito interrompido, tabelinha.
Puerpério: é o período que se estende do fim do parto até a volta do organismo materno ao estado
anterior à gravidez. Não deve ser confundido com o estado puerperal, conceito este que se aplicar
aos casos de infanticídio.
Do ponto de vista médico legal, é de interesse determinar os sinais que possam vir a definir a
ocorrência de um parto, recente ou antigo, tanto na mulher viva como também em cadáveres. Os
principais sinais estão abaixo:
a) Sinais de parto recente ( em mulher viva ou morta):
Externos:
- edema de vulva e grandes lábios;
- rupturas hímenais no primeiro parto;
- rupturas do períneo;
- eventuais sinais de episiotomia;
- presença de lóquios;
- rubra, até terceiro dia;
- flava, até o oitavo dia;
- alba até décimo segundo dia;
- mamas túrgidas eliminando colostro;
- involução do útero, que é palpável;
- primeiro dia na cicatriz umbilical;
- quinto dia 6 cm acima do púbis;
- 12º dia atrás do púbis.
- Internos:
- edema, rupturas e equimoses na mucosa vaginal;
- colo uterino globosa, cheia de coágulos ou lóquios.
b) Provocado: Ocorre quando agentes externos, com intuito de interromper a gestação, são
intencionalmente aplicados sobre a mulher grávida. Podem ser divididos em:
Não-puníveis:
- necessário ou terapêutico: aborto realizado pelo médico para salvar a vida da gestante;
- sentimental, piedoso ou moral: em caso de gravidez resultante de estupro;
Puníveis:
- procurado: resulta da própria ação da gestante;
- sofrido: provocado sem consentimento da gestante;
- consentido: praticado por terceiro, com permissão da gestante.
• O aborto social, praticado por motivos econômicos, morais ou até estéticos, não apresenta
qualquer justificativa legal, apesar de sua alta incidência.
Quando se pretende interromper uma gravidez, como nos casos previstos em lei, a evacuação
uterina por curetagem ou sucção, nas primeiras doze semanas ou menos de gestação, tende a ser um
método de escolha. A curetagem por sucção é associada a menos complicações do que é curetagem
crua cruenta.
Nas gestações mais avançadas, procura-se promover previamente a expulsão fetal, utilizando
para isso o misoprostol.
Manobras abortivas:
- no colo do útero, identificando presença de corpo estranho ou sinais de pinçamento, no caso de
curetagem;
- na superfície corporal, demonstrando a presença de contusões, queimadura ou eventuais lesões
corporais;
- no sangue, pesquisando substâncias químicas.
* A natureza do aborto é de fundamental importância, já que uma parcela significativa dos
abortamentos não apresenta qualquer interesse jurídico, representando apenas uma complicação
clínica da gestação.
Pelo seu caráter clandestino, não há estatísticas no Brasil sobre o abortamento provocado, mas
se sabe sobre a grande morbidade a ele associada. Estudos realizados em nosso meio demonstram
que as complicações pós-abortamento são as principais causas de mortalidade materna, responsável
por 47% das mortes no período perinatal. Das mortes maternas decorrentes de infecção, 60% são
devidas às técnicas de abortamento. São casos de abortamento praticados em clínicas clandestinas,
cujas complicações graves decorrem do uso de instrumentos não esterilizados, perfurações uterinas
e/ou intestinais/prática de técnicas rústicas e outros procedimentos inadequados. O envenenamento
materno e as hemorragias pós-aborto são outras complicações presentes nesse tipo de procedimento.
Quando ocorrer nascimento de feto viável, antes de seu completo desenvolvimento, estaremos
diante de parto prematuro e a caracterização penal a ser estabelecida aplica-se à situação de
aceleração de parto. Verificando a morte posterior do feto, em conseqüência de sua prematuridade,
caberá a discussão quanto ao delito a ser qualificado: aborto ou aceleração de parto.
De qualquer maneira, não é possível falar de aborto sem que haja demonstração de gestação
prévia e sem provas segura de que tenha sido provocado.
Infanticídio: É a morte, pela própria mãe, do recém-nascido durante ou logo após o parto, sob
influência do estado puerperal. São elementos do crime de infanticídio:
- própria mãe;
- durante o parto ou logo após;
- influência do estado puerperal;
- recém-nascido com vida extra-uterina.
O crime é executado pela mãe, sem auxílio ou induzimento, sem planejamento prévio, como
resultado de gravidez ilícita, dissimulada durante sua evolução, e com parto clandestino e sem a
assistência. Não admite co-autor é crime personalíssimo.
Obs: Existe uma corrente contrária, que dispõe que o homem pode ser co-autor no crime de
Infanticídio, em consonância com o art. 29 do CP (Concurso de Pessoas).
A expressão " durante ou logo após o parto " compreende a fase de expulsão, desde a ruptura
da bolsa, a insinuação do feto pelo canal vaginal até o seu desprendimento da vulva e o instante
imediatamente após. Do ponto de vista médico-legal, o parto termina com o completo
desprendimento fetal, mesmo que o recém-nascido ainda permaneça ligado à placenta pelo cordão
umbilical.
O estado puerperal é um quadro de obnubilação e confusão mental, que segue o
desprendimento fetal e que só ocorre na parturiente que não recebe assistência ou conforto durante
o trabalho de parto. É desencadeado por fatores físicos, representados pela dor; químicos,
proporcionados pelas alterações hormonais; e psicológicos, precipitados pela tensão emocional.
Trata-se de um quadro de difícil determinação pericial, sendo muito discutida, do ponto de vista
médico-legal, a sua real existência. Não deve ser confundido com o puerpério, nem como os estados
de depressão pós-parto e de psicose puerperal. São processos muito diferentes, apesar da
semelhança de nomes. Em casos de psicose puerperal, a mulher é isenta de pena.
A vida extra-uterina é caracterizada, fundamentalmente, pela respiração autônoma, sendo que,
se o feto não respirou, houve morte intra-uterina ou durante o trajeto pelo canal de parto. Este
diagnóstico é estabelecido pelas docimasias, que são provas baseadas na possível respiração e seus
efeitos.
A violência durante o parto é caracterizada pela ocorrência de sufocação direta, esganadura,
afogamento ou ferimentos contundentes, principalmente no couro cabeludo.
Casamento: É um contrato bilateral e solene pelo qual um homem e uma mulher se unem, visando
por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesse e
comprometendo-se a criar e educar a prole que de ambos nascer.
Com isso o casamento visa atender o instinto sexual de acordo com a moral, satisfazendo a
natureza social do indivíduo dentro de normas legais, ao mesmo tempo em que protege o amor
latente, próprio da psicologia humana.
Impedimentos matrimoniais: São certas proibições estabelecidas pela lei e cujo descumprimento
torna o casamento nulo, anulável ou simplesmente passível de sanções civis.
Classificam-se em:
a) Impedimentos absolutos: São aqueles que tornam o casamento nulo, movidos por ação de ordem
pública. Incluem:
- parentesco: aplica-se a ascendentes, descendentes, colaterais até terceiro grau e afins por adoção;
- vínculo: aplicado a pessoas já casadas ( monogamia);
- o adultério: a lei proíbe o casamento do adúltero comum co-réu;
- crime: pessoa condenada por tentativa ou consumação de homicídio sobre o cônjuge do outro.
b) Impedimentos relativos: São aqueles que tornam o casamento anulável mediante ação privada.
Aplicam-se nos casos de:
Incapacidade de consentir:
- o doente mental / oligofrenia com a falta de pleno entendimento;
- surdo-mudo que não expressa sua vontade;
- menores de 14 anos.
- menor idade nupcial: a lei estabelece como limites mínimos de idade 16 anos para as mulheres e
18 anos para os homens;
- identidade: quando ocorrer erro na identidade física ou civil do outro cônjuge (troca-se de pessoa
na hora do casamento);
- honra e boa fama: aplica-se quando conhecimento posterior ao casamento desta falsidade torna
insuportável a conivência para o cônjuge enganado (homossexualismo);
- defeito físico irremediável: inclui deformidades genitais (pseudo-hermafroditismo, agenesia de
pênis ou vagina), deformidades extragenitais repugnantes (hirsutismo) e impotências anteriores e
desconhecidas até o casamento;
- moléstia grave e transmissível: inclui doença infecto-contagiosa e de caráter crônico e grave,
perturbação mental e moléstias transmissíveis por herança genética (hemofilia, esquizofrenia);
- defloramento anterior: cabe o marido recurso anulatório, a ser interposto em dez dias, e à perícia
comprovar a ruptura himenal;
- prazo de viuvez ou separação: o Código Civil exige prazo de 300 dias antes de a mulher
estabelecer novo vínculo. Desconsidera se tal dispositivo se, antes desse prazo, a mulher der a luz a
um filho, não valendo aborto ou atestado de inexistência de gravidez.
A lei não enumera as enfermidades capazes de proporcionar uma anulação de casamento,
tendo em vista os constantes avanços da ciência no tratamento, principalmente de doenças infecto
contagiosas.
Neste sentido, as doenças graves mais alegadas nos processos de anulação são as doenças
mentais, devendo também nestes casos ser anteriores ao casamento e desconhecidas por um dos
cônjuges.
Das anormalidades irremediáveis, a mais alegada em processos de anulação é a impotência no
homem.
EMBRIAGUEZ
Conceitos
Sabe-se que ele representa a única droga que pode ser classificada como alimento, pois
contém calorias. Desde os primórdios da civilização o homem faz uso de bebidas alcoólicas. Há
registros pré-históricos de muitos povos nos quais a ingestão de bebida estava relacionada a ritos
religiosos e comemorações, creditando-se ao homem neolítico a sua descoberta.
Alcoolismo
OMS: é toda forma de ingestão de álcool que exceda o consumo tradicional, os hábitos sociais da
comunidade considerada, quaisquer que sejam os fatores etiológicos responsáveis e qualquer que
seja a origem desses fatores como: a hereditariedade, a constituição física ou as influências
fisiopatológicas e metabólicas adquiridas.
A OMS considera a o alcoolismo como a doença que mais mata em todo o mundo, só
superado pelas doenças cardiovasculares e pelo câncer. De cada dez pessoas no mundo, uma sofre
de alcoolismo.
No Brasil, 75% dos acidentes automobilísticos com morte e 39% das ocorrências policiais
estão associadas ao uso de bebidas alcoólicas. O significado desta estatística cresce em importância
quando avalia ambos dados do ministério dos transportes, demonstrando que nosso país perde 1,5
bilhões de dólares anualmente com acidentes de trânsito, num registro assustador de 700.000
acidentes por ano e, que incluem cerca de 350.000 feridos e 25.000 mortos.
O álcool age de maneira particular sobre o sistema nervoso, podendo causar, direta ou
indiretamente, quase todas as síndromes mentais. Essas perturbações nervosas produzidas vão desde
a simples embriaguez até a verdadeira psicose alcoólica.
Perícia e suas finalidades: O exame para verificação de embriaguez alcoólica tem por finalidade
fornecer elementos esclarecedores:
- na contravenção penal de embriaguez;
- na infração ao código de trânsito brasileiro;
- de situação atenuante ou agravante da pena, nos crimes cometidos em estado de embriaguez;
- de justa causa para dispensa de empregado ou funcionário;
- de motivo para punição de militar;
- na esfera trabalhista.
A perícia constitui-se do levantamento de dados históricos, onde são referidas a hora em que o
indivíduo se apresentou embriagado, a hora da ocorrência e a quantidade de bebida ingerida, além
dos exames clínicos e laboratoriais.
Os exames para verificação de embriaguez etílica, utilizados em nosso meio, poderão ser
subjetivos, objetivos e complementares:
Subjetivo: procura analisar o paciente sob vários aspectos, entre eles as funções mentais
relacionadas com a atenção, memória, capacidade de julgamento, raciocínio, afetividade e a
audição;
Complementar: pode ser feito dosando a quantidade de álcool no sangue, ar expirado ou urina.
Atualmente, esse diagnóstico está baseado na determinação do grau de alcoolemia (avaliação da
taxa de álcool no sangue) do indivíduo, cujo método para dosagem utilizado em nosso meio é o da
cromatografia.
Embriaguez e Legislação
Código Civil: habituais; incapacidade civil relativa: Art. 4º, II, CC.
Código Penal
- preordenada; agravante da pena: Art. 61, II, l, CP
- proveniente de caso fortuito ou força maior; isenção de pena: Art. 28, § 1º, CP
- proveniente de caso fortuito ou força maior; reduçao da pena: Art. 28, § 2º, CP
- involuntária ou culposa; não-exclusão da imputabilidade penal: Art. 28, II, CP
Trabalhista
- habitual ou em serviço; justa causa para despedimento: Art. 482, "f", CLT
Tipos de Embriaguez
Pré-ordenada: é aquela procurada deliberadamente pelo agente para ficar em condições de praticar
um ato delituoso, vencendo o temor e reprimindo a autocensura. A decisão de embriagar-se tem um
fim definido, ou seja, adquirir condições para a prática de um crime.
Embriaguez Voluntária: é aquela em que o indivíduo bebe com o intuito de embriagar-se e nada
mais;
Embriaguez culposa: é aquela em que o indivíduo bebe sem o intuito de embriagar-se, mas o faz
inadvertidamente, por imprudência.
Embriaguez habitual: surge sobre o agente já dependente do álcool, que necessita dele para se
desinibir e tomar iniciativas;
Embriaguez por força maior: é aquele em que o agente é levado ao estado de embriaguez, por ter
sua resistência vencida;
Embriaguez fortuita: quando o agente ignora que está se embriagando.
Graus de Embriaguez: Esta classificação dependerá não somente do teor de álcool no sangue, mas
principalmente do grau de tolerância individual.
A tolerância, por sua vez, depende de muitos fatores, tais como idade, peso, nutrição, estado
patológico associado e habitualidade. Logo, o grau da embriaguez não guarda uma relação direta
com a quantidade de droga utilizada.
Nos cadáveres: Com a morte cessa o metabolismo do álcool. Portanto, nas primeiras 24 horas, o
resultado encontrado durante a necropsia corresponde ao teor alcoólico do indivíduo no momento
do óbito. Na realidade, a probabilidade maior é que a síntese do álcool aumente com o surgimento
dos fenômenos da putrefação. Nestes casos é muito difícil fazer a distinção entre o álcool produzido
pelos fenômenos post mortem e o álcool ingerido antes da morte.