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Estudos semanais

Estar com alguém que valha a pena, andar de mãos dadas, abraçados, encostar a cabeça no
colo, no peito, sentir o silêncio sem ter a obrigação de preenchê-lo com as nossas palavras.
Alguém que me ajude a encontrar o caminho de casa, que não se incomode com o meu
silêncio interior. Que goste de assistir um filme daqueles que a maioria não gosta, não entende
e que ambos se emocionem e consigam dialogar por um tempo e às vezes até dias sobre o
conteúdo profundo do filme visto. Ah!!! Isso não tem preço, não tem silicone, peitos amostra,
bundas, coxas, botox ou infinitos procedimentos que só visam retocar a casca, que alcancem
em profundidade a convivência com uma pessoa que julgamos especial. Ainda não
encontramos disponível para comercializar no mercado: a Gentileza, a Sensibilidade, a
Elegância da simplicidade, a perspicácia dos sinais que o outro nos transmite sem movimentar
os lábios, a cumplicidade do dia a dia, o cuidado com as palavras, o respeito com os valores e
princípios do ser amado.

Percebo que vivemos infinitos papéis ocupando uma Personalidade, percebo que com a
pessoa que Amo me atrevo a ser: educador, consultor, advogado, terapeuta, irmão, amigo, pai,
parceiro, filho, amante…

Essa certeza de que não estou só, de que alguém se ocupa e se preocupa comigo, vibra pelo
meu êxito, chora com o meu choro, ri o meu riso. Um encontro de Almas afins, almas gêmeas
não, mas almas que, se for preciso, gemem juntas. Almas que buscam no poder do diálogo a
resolução dos conflitos afetivos, onde a MATURIDADE EMOCIONAL IMPERA, porque
chegamos a um nível de compreensão em que não somos adversários, somos um casal que
deseja construir uma vida a dois, permeados pela paz, pela compreensão, pela amizade e pelo
respeito.

Hoje me perguntaram sobre o que eu penso sobre a Traição. Penso que vivemos numa cultura
machista, que qualifica o homem como o Garanhão com um atestado de virilidade. Acredito
que uma pessoa que opta por essa atitude ainda não se encontrou, é infeliz, em primeiro lugar

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consigo mesmo, e, em conseqüência, faz escolhas amorosas infelizes. Quem se AMA se


valoriza, não perde tempo em relações “meia boca”, falidas, vazias e infrutíferas. Quem se ama
busca inteireza, está 100% na relação. E se eventualmente essa relação não mais
corresponde, não mede esforços para buscar a qualidade de vida a dois, pois assim como se
dedica a buscar excelência na vida profissional também o faz em outras esferas.

Trair é Trair-se, mentir para si mesmo, auto-engano, fuga, insegurança, receio de enfrentar-se,
e de discutir com o outro sobre o que incomoda. A traição aparece como “um momento de
lazer” uma nostalgia da minha Lua de mel, ao sabor das ilusões frágeis da “eternidade” do
momento vivido.

Geralmente culpamos o nosso parceiro(a) pela nossa traição, afirmando que ele ou ela já não é
mais o mesmo, anda frio, sem apetite sexual, mal educado, só fala em crise, vive um eterno
conflito, está sempre cansado(a) e estressado(a), tendo a rotina como companheira fiel. Parece
que a relação perdeu a graça, o brilho, caímos na mesmice, jogando o relacionamento no piloto
automático, onde o Homem perde o status de Homem, sedutor, com todos aqueles atributos
que fizeram sua parceira virar do avesso quando o conheceu. Hoje quando ela olha para o ser
amado, só vê um Pai, muitas vezes chato, egoísta e autoritário. Do outro lado ele vê uma Mãe
megera, desleixada, neurótica… Como sentir atração física e afetiva por alguém com esse
perfil?

Como não tive competência para administrar esses conflitos, busco “n” formas e meios de
superar esse mal estar, tendo muitas vezes a traição como a Protagonista dessa situação, que
pode vir também acompanhada de vícios e envolvimento com drogas lícitas ou não, de
trabalho excessivo, de envolvimento filantrópico desmedido às vezes beirando ao fanatismo ou
ao workholic, de transtornos mentais e emocionais de leve a severo. Nesse cenário o casal fica
reduzido a uma performance de Pai Provedor e Mãe cuidadosa. E o casal? Casal? Que casal?
Eles só aparecem como casal em alguns eventos sociais e nas fotos de quando se
conheceram.

Deveríamos nos questionar, quando foi que começamos a deixar de nos amar?

Por quê deixamos o nosso relacionamento chegar a esse extremo?

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Quando deixamos de acreditar no poder do diálogo, do respeito, da negociação?

Quando deixamos de nos tocar com carinho, paixão, de nos sentir excitados?

Quando deixamos de nos alegrar com a presença do outro, de achar boa a sua ausência?

Quando a voz do outro deixou de ser melodia e passou a ser agonia?

Quando deixou de ser um modelo e passou a ser um pesadelo?

A beleza se transformou em desleixo.

O amor em desafeto.

O diálogo ganhou o status de cobrança, intimidação, coação.

Quando cessou em mim o prazer de tê-la ao meu lado como parceira?

Não sei se é possível datar eventos dessa natureza, acontecem sutilmente, cotidianamente.

Sei que também sou responsável e que, por comodismo, não assumi nenhuma ATITUDE
CUIDADORA DESSA RELAÇÃO.

Por preguiça e vergonha, deixei que essa pequena “infiltração” de anos de letargia abalasse o

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meu alicerce e colocasse a nossa casa em perigo. Então, quando chego a Trair, estou
materializando uma Traição que na verdade já ocorreu lá atrás, quando eu não fui capaz, pelos
motivos acima citados, consciente ou inconscientemente, de enfrentar os obstáculos diários e
fechar as feridas, utilizando o curativo do amor, da maturidade emocional, do desejo de crescer
sempre na relação, e de ser feliz com quem amo.

A traição se apresenta como um espelho, nos colocando frente a frente com as nossas
frustrações e medos, onde a verdade se apresenta gerando uma culpa que vai além dos
discursos moralistas. Falo de uma culpa interna, baseada nos meus princípios, que norteiam os
meus sensos de ética e de respeito que eu deveria nutrir por mim mesmo.

A traição aparece na vida de algumas pessoas como um comportamento de auto-sabotagem,


onde o indivíduo torna-se o seu maior adversário, inviabilizando qualquer situação que dê a ele
a esperança de realização e felicidade. Por quê ele age assim? Talvez porque não se julgue
merecedor de cuidado, alegria e realização afetiva.

De nada adianta mudar o personagem com quem convivo, se o que me motiva a trair não está
fora, e sim dentro, são os meus medos e conflitos não resolvidos, que me fazem dependente
destas ações “salvadoras”, “relaxantes” e utópicas.

Se você chegou até aqui, lembre-se da introdução do texto, onde deixo clara a possibilidade de
se encontrar alguém que nos motive a enfrentar esses “monstros” internos e a superar esses
medos enraizados em nossa personalidade, nos impedindo de viver, com qualidade, uma
grande aventura amorosa.

*Texto referente ao estudo sobre relacionamentos afetivos realizado no dia 20 de novembro


de  2010, redigido pelo psicólogo e integrante do Grupo Arte Nascente, Marcelo Machado de
Albuquerque.

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