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Geometria

Euclidiana
Plana e
Espacial
Curso de Graduação de Licenciatura em Matemática
Unesp – Guaratinguetá - 2005
Prof. Dr. Aury de Sá Leite

Conteúdo:
Parte I
Introdução Construtiva à Geometria Plana Euclidiana

Parte II (Em fase de elaboração)


Estudo comparado de Geometria Euclidiana Plana e Espacial
Axiomática
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 2

Sumário

Observação Importante ................................................................. 3


Introdução ......................................................................................... 3
Sobre este Curso de Geometria Euclidiana................................... 4
Capítulo 1 .......................................................................................... 6
A Geometria Euclidiana - Introdução............................................ 6
Capítulo 2 ........................................................................................ 12
Construções Geométricas com Régua e Compasso .................... 12
Capítulo 3 ........................................................................................ 38
Formulário de Geometria Euclidiana Plana 1 ............................ 38
Capítulo 4 ........................................................................................ 57
Mapas Conceituais ......................................................................... 57
Capítulo 5 ........................................................................................ 64
Formulário de Geometria Euclidiana Plana 2 .......................... 643
Capítulo 6........................................................................................88
Formulário de Geometria Euclidiana Espacial ........................ 89
3

Observação Importante

O material aqui apresentado é ainda um rascunho e pode conter

erros que serão corrigidos, pelo professor, durante as aulas. Assistir às

aulas e delas participar ativamente, fazendo perguntas e dando

sugestões é, portanto, essencial para a aprendizagem e fixação do

conteúdo aqui veiculado, que além de complexo é bastante vasto.

A criação de oportunidades de aprendizagem em Geometria

Euclidiana prevê não somente a necessidade de profundo conhecimento

desta ciência, mas a capacidade de bem aplicá-la justificando raciocínio,

resolvendo problemas, provando teoremas, sem perda de sua

contextualização pedagógica. Estas três dimensões do estudo e aplicação

da Geometria Euclidiana, bem como a interligação pedagógica, estão

contempladas neste trabalho.

Unesp/Guaratinguetá, março de 2005.

Aury de Sá Leite
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 4

Introdução

Sobre este Curso de Geometria Euclidiana

Destinado ao 3º ano do Curso de Graduação de Licenciatura em Matemática do Campus de


Guaratinguetá da UNESP, este é um curso bastante abrangente e atualizado de Geometria Euclidiana.
É um curso de duração anual que está divido em duas partes bastante distintas a serem desenvolvidas
com a duração de um semestre cada.

A primeira parte deste curso contém “uma” Geometria que poderia e deveria ser praticada nas
escolas do Ensino Fundamental, e que poderia ser denominada Introdução Construtiva ou Intuitiva à
Geometria Plana Euclidiana. Ela será veiculada inicialmente através de uma breve contextualização
histórica bastante didática, porém crítica, da axiomatização proposta por Euclides (Capítulo 1). Em
seguida, o estudante terá acesso a formulários bastante completos envolvendo as Construções
Geométricas (Capítulo 2), a Geometria Plana (Capítulos 3 e 5) e a Geometria Espacial Posicional e
Métrica (respectivamente capítulos 6 e 7) estudadas através de suas definições e propriedades notáveis.
Estes formulários contêm ainda indicações (metodológicas, pedagógicas e didáticas) para sua
utilização em sala de aula, bem como, justificativas dos raciocínios em Geometria – uma visão lógica
do Pensamento Geométrico aplicável à Resolução de Problemas. O capítulo 4 apresentará o conceito
de Mapas Conceituais devido a Novak e inspirados na teoria da Aprendizagem Significativa de
Ausubel. Os mapas conceituais serão utilizados para a elaboração de Planos de Aula de Geometria
sugerindo a adoção de estratégias alternativas de abordagem e seqüenciação de conceitos.

A segunda parte do curso, que poderia ser denominada Estudo Comparado de Geometria
Euclidiana Plana e Espacial Axiomática, apresenta-a como o próprio nome indica, através do estudo
comparativo, dos distintos e interessantes conjuntos de axiomas propostos por vários autores: Hilbert,
Pogorelov, Birkhoff, Tarski e Paul Bernays, além do conveniente conjunto de axiomas formulado e
proposto pelo SMSG – School Mathematic Study Group, que é no qual nos proporemos finalmente
fixar, com vistas às provas de nossos Teoremas tanto da Geometria Euclidiana Plana como da
Geometria Euclidiana Espacial Posicional e Métrica.

Apenas a título de curiosidade, deve-se mencionar que as fontes utilizadas para a elaboração da
segunda parte deste texto, não foram fontes indiretas, meras citações ou retalhos de informações, mas
textos (livros e artigos científicos) de autoria de cada um dos proponentes das teorias axiomáticas que
5

levam seus nomes. Todos estes textos estão em inglês, sendo que alguns deles foram traduzidos a
partir dos originais (em alemão ou russo). Cabe citar aqui, também como curiosidade, que o livro de
Hilbert (Grundlagen der Geometrie/Foundations of Geometry) foi traduzido para o inglês por Paul
Bernays, ele também um dos que propuseram um interessante conjunto de axiomas para a Geometria
Euclidiana Plana.

As duas partes do texto, bastante distintas, mas complementares, têm o objetivo final de levar
os estudante a distinguirem o que seja “raciocinar e justificar propriedades e raciocínios da
Geometria Euclidiana” e o que seja “provar Teoremas na Geometria Axiomática Euclidiana”. Na
primeira metade do curso ele será levado: (i) a raciocinar e justificar propriedades e raciocínios com
base no material (quatro formulários) que veicula aquilo que foi denominado Introdução Ingênua à
Geometria Plana Euclidiana; (ii) será levado a provar alguns poucos Teoremas utilizando a Indução
Finita Matemática e a Dissecção, sendo que (iii) a resolução de problemas, sem o auxílio dos
formulários, será a forma de verificação da sua aprendizagem.

Na segunda parte do curso, será quando se passará a provar os Teoremas (Princípios, Lemas,
Teoremas, Teoremas Recíprocos, Corolários) por diversos métodos: Modus Ponens, Reductio ad
Absurdum, envolvendo implicações, bi-implicações e provas de existência e unicidade. Ao final do
curso, a distinção entre justificar raciocínios e provar em Geometria Plana e Geometria Espacial
Euclidiana deverá estar bastante clara para os estudantes.

Além destas formas de pedagógicas de abordagem, duas outras frentes de estudo e pesquisa nos
permitirão mapear de forma bastante atualizada e completar o panorama da Geometria Euclidiana, a
partir do investimento de algum tempo de trabalho, e de estudo, nas denominadas Geometrias Não-
Euclidianas e na Geometria das Transformações. Monografias sobre estes assuntos deverão ser
apresentadas pelos participantes do curso como trabalhos escolares necessários à sua conclusão. Para
auxiliá-los nesta pesquisas, os apêndices, alocados no final deste texto, contém respectivamente os
seguintes assuntos: Apêndice A - “A Geometria de Transformações”; Apêndice B - “As Geometria
Não-Euclidianas” e Apêndice C - “Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas”.
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Capítulo 1

A Geometria Euclidiana - Introdução


Este Capítulo corresponde à aula a ser apresentada em sala através de slides no MS –
Power Point, por isto, cada um dos tópicos vem numerado como sendo um slide.

Slide 0 – Título

A Geometria Euclidiana
UNESP – Guaratinguetá
Curso de Licenciatura em Matemática
Prof. Dr. Aury de Sá Leite

Slide 1 - A Geometria Antes de Euclides


• Há referência ao estudo e aplicação da geometria entre os babilônios já por volta
de 2000 AC. Os egípcios, apesar de não serem tão inventivos como os babilônios,
dominavam e aplicavam conceitos bastante importantes de geometria em seu
dia-a-dia e nas suas construções.
• Os gregos, antes de Pitágoras e antes de Euclides − entre eles Tales de Mileto −,
têm a seu crédito a verificação de muitas propriedades geométricas, tais como:
– “O círculo é bissecado pelo seu diâmetro”.
– “Os ângulos da base de um triângulo isósceles são iguais”.
– “Dois triângulos são coincidentes se eles possuem
dois ângulos e um lado correspondentes iguais
(leia-se: congruentes)” (casos LAL e LAAo).
– “Um ângulo inscrito em um semi-círculo é um
ângulo reto”. (Veja na figura ao lado: o ângulo
central mede o dobro do ângulo inscrito no círculo)

Slide 2 – Pré-Requisito 1 – Postulados e Axiomas

Para Aristóteles (384 ou 383 – 322 a.C.):


• postulados seriam menos óbvios e não deveriam pressupor o consentimento
implícito daqueles que estudam o assunto, pois se referem somente ao assunto em
discussão.
7

• axiomas (ou noções comuns) devem ser convincentes por elas mesmas -
verdades comuns e básicas a qualquer estudos que se pretenda fazer.

Modernamente:
• os matemáticos não vêem vantagem em estabelecer qualquer diferença entre o
que sejam os postulados e os axiomas, preferindo utilizar o nome axioma na
elaboração de suas teorias, denominadas teorias axiomáticas, por este fato .

Slide 3 – Pré-Requisito 2 – Os Elementos de Euclides

• Os “Elementos” de Euclides (Euclides de Alexandria - ?? a.C. - 365 a.C.) estão


divididos em 13 livros ou 13 capítulos, dos quais os seis primeiros (de I a VI) são
sobre Geometria Plana elementar, os três seguintes (VII a IX) sobre teoria dos
números, o Livro X sobre os Incomensuráveis e os três últimos versam
principalmente sobre Geometria do Espacial.

• Não há uma introdução ou preâmbulo, e o primeiro livro começa abruptamente


com uma lista de vinte e três definições. A deficiência, aqui, é que algumas
definições não definem, pois não há um conjunto prévio de elementos não-
definidos em termos dos quais os outros sejam definidos.

Slide 4 – Geometria Euclidiana – Noções Comuns


• Noções Comuns:

• 1ª - Coisas que são iguais a uma mesma coisa, são também iguais entre si.

• 2ª - Se iguais são somados a iguais, os totais são iguais.

• 3ª - Se iguais são subtraídos de iguais, os restos são iguais.

• 4ª - Coisas que coincidem uma com as outras, são iguais umas ás outras.

• 5ª - O todo é maior que a parte.

Slide 5 – Geometria Euclidiana – Definições

• Hoje em dia, o ponto, a reta e o plano são tomados como conceitos primitivos,
conceitos não definidos, mas Euclides os “definiu” ou, pelo menos, tentou:
– Um ponto é aquilo que não tem parte.
– Uma reta é um comprimento sem largura.
– Uma superfície é aquilo que tem apenas comprimento e largura.

• Outras definições pecam pela circularidade lógica:


– As extremidades de uma reta são pontos (segmento de reta).
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– Uma linha reta é uma linha em que os pontos são distribuídos


regularmente sobre ela.
– As extremidades de uma superfície são linhas (finitude do plano?).

• Euclides utiliza conceitos não definidos nas suas definições. Por exemplo, o
conceito de “inclinação" é utilizado sem o seu prévio estabelecimento na
definição de ângulo plano que é dada por :
– Um ângulo plano é a inclinação de duas retas de um plano, uma com
relação à outra, que se encontram e não jazem sobre uma mesma reta.

Slide 6 – Geometria Euclidiana – Postulados ou Axiomas


Para o desenvolvimento do que se encontra nos “Elementos”, Euclides
postulava que:

• 1º - Pode-se traçar uma reta de qualquer ponto a qualquer ponto.


• 2º - Pode-se prolongar uma reta finita continuamente em uma linha reta.
• 3º - Pode-se descrever um círculo com qualquer centro e qualquer raio.
• 4º - Todos os ângulos retos são iguais.
• 5º - Se uma reta que corta duas retas faz com elas ângulos interiores, de um
mesmo lado, menores que dois ângulos retos, estas duas retas, se prolongadas
indefinidamente, se encontram do lado em que os ângulos são menores que
dois ângulos retos.

Slide 7 – Geometria Euclidiana – O 5º Postulado de Euclides

• Alguns filósofos gregos e, posteriormente, muitos matemáticos tentaram provar


que o 5o postulado de Euclides era derivados dos anteriores.
Século 1 a.C. Posidônio
410-485 DC Proclo
1201-1274 Nasiraddin
1616-1703 John Wallis
1667-1733 Girolamo Saccheri
1728-1777 Johann Henrich Lambert
1752-1833 Legendre
9

Postulado de Playfair(*): “Dados uma reta e um ponto não pertencente a ela, existe
uma, e somente uma reta, que passando por este ponto, é paralela à reta dada”
( )
* Playfair, J. “Elements of Geometry: Containing the First Six Books of Euclid, with a
Supplement on the Circle and the Geometry of Solids to which are added Elements of Plane
and Spherical Trigonometry”. New York: W. E. Dean, 1853

Slide 8 – Geometria Euclidiana – A Régua e o compasso


• Na Geometria Grega, antes de Euclides, admitia-se somente o uso das réguas
sem escala e dos compassos cuja abertura das hastes não podia ser fixada –
era um compasso de hastes pendentes.
• Este tipo de compasso não podia ser utilizado para transportar medidas, como
atualmente se admite, com relação aos compassos de hastes fixáveis.
• Euclides passa a adotar nas suas construções o compasso com hastes que
poderiam ser eventualmente fixadas e que poderiam, desta forma, manter a
medida do raio de uma circunferência, permitindo traçá-la sem problemas
tantas vezes quanto necessário. Isto foi introduzido por Euclides no seu
Postulado 3:
“Para qualquer ponto O e qualquer ponto A distinto de O,
existe uma circunferência de centro O e raio OA”.

Slide 9 – Geometria antes de Euclides – Construções

• Exemplo: Dado um ponto A ≠ B, e uma Circunferência C de centro B e raio r,


C(B,r), pode-se traçar uma nova circunferência esta circunferência C’(A,r)
congruente à anterior utilizando-se somente uma régua não graduada e um
compasso de hastes não-fixável (hastes pendentes).
Construções Auxiliares:
1 – Traçar o círculo C(B,BA) e
C(A,AB).
2 – C(B,AB) ∩ C(A,AB) = {C, D}, isto
é: as circunferências C(B, AB) e
C(A,AB) se interceptam em dois
pontos: C e D
3 – Construir o ∆ABC, eqüilátero.
4 – C(B, r) ∩ C(A,AB) = {E}.
5 – Traçar C(C,CE).
6 – C(C,CE) ∩ C(B,BA) = {P}.
7 – |AP| = r pois:
7.1- ∆PCB ≅ ∆ECA pelo caso LLL
7.2- ∠PCB - ∠ACB = ∠ECA - ∠ACB,
logo: ∠PCB = ∠ ECA.
7.3.- CP ≅ CE e AC ≅ BC, então:
pelo caso LAL, ∆APC ≅ ∆BEC,
o que implica em: |AP| = |BE| = r.
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Slides 10/11/12 – Geometria Euclidiana – Construções [1], [2] e [3]


• O Postulado 3 da Geometria Euclidiana permite o uso do compasso
com hastes imobilizáveis e, com isto, pode-se utilizar um dado raio
pré-fixado nas construções geométricas euclidianas. Note que este
não é o caso das construções vistas nesta página que poderiam muito
bem ter sido conseguidas com o compasso de hastes pendentes.

Possíveis Enunciados do
Construção devida a Euclides Construção Moderna
Problema
C C
Enunciado:
Construir um triângulo
equilátero dado o lado AB. A B A B

A A

Enunciado 1: D D
Bissecar um ângulo ABC
dado.

Enunciado 2:
B B
Dividir um ângulo em duas C C
partes congruentes(de igual
medida) dado o ângulo ABC.

Enunciado 1:
Bissecar um segmento de reta C
C
AB dado.

A B
Enunciado 2: M A B
M
Dividir um segmento de reta

em duas partes congruentes. D


D

Enunciado 3:
Traçar a reta bissetriz de um • CD bisseca o segmento AB. • A reta que passa por C e D
• M é o ponto médio de AB. é a mediatriz de AB.
segmento AB dado.

Enunciado 4:
Obter o ponto médio de um

segmento AB dado.
11

Slide 13 – Outras Axiomatizações da Geometria

• Uma boa proposta de axiomatização da Geometria Plana que pode ser adotada
no Ensino Médio, com resultados bastante surpreendentes, é a formulada por
David Hilbert (1862-1943), no ano de 1902, que alguns autores denominam
Geometria Sintética. Ela contém apenas axiomas da Geometria Plana.

• O SMSG – School Mathematics Study Group conhecido como o “Grupo da


Matemática Moderna” (de 1958 até 1977) apresentou uma interessante
axiomatização para a Geometria Plana, tratada ali, como uma Geometria de
Coordenadas ou uma Geometria Axial. É a mais completa delas por envolver
axiomas sobre a geometria plana e a espacial, tanto uma como outra recebendo
o tratamento métrico.

• Outra abordagem axiomática, mas claramente divergente da proposta da


geometria euclidiana, por introduzir o conceito de medida, foi aquela proposta
em 1932 por George David Birkhoff. Os axiomas da geometria de Hilbert e as da
geometria de Birkhoff quando associados adequadamente, podem servir de
base para um estudo interessante da geometria plana que inclui a trigonometria
no círculo.

• Uma proposta de axiomatização apropriada ao Ensino Médio é a de Helen R.


Pearson e James R. Smart, in: “Geometry”, livro de 1971, editado por Ginn and
Company.

• Há ainda as Geometrias Finitas Axiomáticas (com uma quantidade finita de


pontos, como a Geometria dos Três Pontos) que permitem a criação de modelos
muito interessantes (e surpreendentes) que permitem uma profunda reflexão
sobre o que seja a tarefa de se tentar a axiomatização da Geometria Euclidiana.
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Capítulo 2

Construções Geométricas com Régua e Compasso

• Objetivos Gerais:
[1G] Expor as possibilidades e impossibilidades de construções geométricas com régua e compasso.

[2G] Levar os estudantes a compreenderem a Geometria Euclidiana a partir das construções


geométricas sugeridas pelo próprio Euclides.

• Objetivos Específicos:
[1E] Estudar, passo a passo, as construções geométricas com régua e compasso.

[2E] Tomar contacto com métodos distintos de representação de cada um dos passos das
construções geométricas com régua e compasso.

Leitura

1.- A Geometria Antes de Euclides


Há referência ao estudo e aplicação da geometria entre os babilônios já por volta de 2000 AC.
Os egípcios, apesar de não serem tão inventivos como os babilônios, dominavam e aplicavam
conceitos bastante importantes de geometria em seu dia-a-dia e nas suas construções.
Os gregos, antes de Pitágoras e antes de Euclides − entre eles Tales de Mileto −, têm a seu
crédito a verificação de muitas propriedades geométricas, tais como:
• “O círculo é bissecado pelo seu diâmetro”.
• “Os ângulos da base de um triângulo isósceles são iguais”.
• “Dois triângulos são iguais (congruentes) se eles possuem dois ângulos e um lado
correspondentes iguais (congruentes)” (casos LAL e LAAo).
• “Um ângulo inscrito em um semi-círculo é um ângulo reto” (veja na figura ao lado: o ângulo
inscrito mede a metade do ângulo central).

2.- A Geometria Euclidiana


Euclides (Euclides de Alexandria - ?? a.C. - 365 a.C.) escreveu Os Elementos por volta de
300 A.C., uma obra genial dividida em 13 seções, denominadas “Livros”, que incluem conceitos,
teoremas e construções geométricas, teorias sobre proporcionalidade, teoria dos números, e um tipo de
geometria algébrica. Os 13 “Livros” componentes dos Elementos de Euclides são os seguintes:
13

Livro Assunto

I Definições, Postulados e Noções Comuns, Congruência de Triângulos, Teoria das


Paralelas, Áreas, Teorema de Pitágoras.

II Álgebra Geométrica.

III O Círculo.

IV Construção dos Polígonos Regulares.

V Teoria da Proporcionalidade.

VI Semelhança de Figuras.

VII Teoria dos Números.

VIII Teoria dos Números.

IX Teoria dos Números.

X Teoria dos Irracionais.

XI Geometria Espacial (dos Sólidos)

XII Áreas e Volumes – Método da Exaustão.

XIII Construção dos Cinco Sólidos Regulares de Platão.

3.- Mais de 2000 anos de Geometria Euclidiana


Em resumo, podemos dizer que os “Elementos” de Euclides estão divididos em 13 livros
ou 13 capítulos, dos quais os seis primeiros (de I a VI) são sobre Geometria Plana elementar, os
três seguintes (VII a IX) são sobre teoria dos números, o Livro X sobre os Incomensuráveis e os
três últimos versam principalmente sobre Geometria do Espacial.
Os Elementos não possuem uma introdução ou preâmbulo, e o primeiro livro começa
abruptamente com uma lista de vinte e três definições. A deficiência, desta obra, é que algumas
definições não definem, pois não há um conjunto prévio de elementos não-definidos em termos dos
quais os outros sejam definidos.
Através desta obra, que influenciou o pensamento científico por mais de 2000 anos e cujos
reflexos permanece até nossos dias, Euclides expõe, de uma forma que modernamente não se pode
denominar definitiva1, aquela que é denominada Geometria “Euclidiana”. Nesta obra ele sugere que a
construção de figuras geométricas deva ser feita unicamente com o uso de uma régua não graduada e
um compasso com hastes fixáveis – um compasso que pode ser utilizado para transportar medidas de
um para outro local do plano. Na página 10 o leitor poderá ver alguns exemplos das construções como
elas figuram nos “Elementos” e como elas são realizadas de forma mais simplificada.

1
Vide: “Foundations of Geometry”, by David Hilbert, La Salle: Open Court Publishing Company, 2nd English ed
translatedfrom the 10th German ed, 1987.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 14

Comentário: Se você não entendeu a forma de resolver os problemas apresentados na página 10,
não se preocupe. A seguir será mostrado como resolver uma série de problemas clássicos de
construção geométricas, passo a passo. E, nesta mesma linha serão propostos alguns problemas, para
você tentar resolver.

4.- As Construções Geométricas antes de Euclides


Na Geometria Grega, antes de Euclides, admitia-se somente o uso das réguas sem escala e dos
compassos cuja abertura das hastes não podia ser fixada – estes eram os compassos de hastes
pendentes. Este tipo de compasso não podia ser utilizado para transportar medidas, como atualmente
se admite, com relação aos compassos de hastes fixáveis.
Euclides passa a adotar nas suas construções o compasso com hastes que poderiam ser
eventualmente fixadas e que poderiam, desta forma, manter a medida do raio de uma circunferência,
permitindo traçá-la sem problemas tantas vezes quanto necessário. Isto foi introduzido por Euclides no
seu Postulado 3:

“Para qualquer ponto O e qualquer ponto A distinto de O


existe uma circunferência de centro O e raio OA”.

Veja um exemplo de construção geométrica pré-euclidiana na página 9.

5.- Construções Geométricas Impossíveis com Régua e Compasso


É bom que se acrescente que algo muito interessante ocorre com as construções geométricas
com régua e compasso como proposta por Euclides, muitas delas até muito complexas são possíveis,
no entanto, algumas construções até bastante simples são impossíveis, como por exemplo:

1) A trissecção de um ângulo dado, ou seja, dividir um ângulo dado em três outros ângulos
exatamente da mesma medida (três ângulos congruentes entre si);

2) A quadratura do círculo, isto é, a construção de um quadrado que tenha exatamente a


mesma área de um círculo dado;

3) A duplicação do cubo, isto é, a construção de um cubo que possua o dobro do volume de


um cubo dado como básico.
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Construções geométricas – 1º Método


Problemas Resolvidos Passo a Passo e Problemas Propostos

Problema Resolvido No 1 (Enunciados Prováveis):


[Enunciado 1.1] Obter o ponto médio do segmento XY, dado.
[Enunciado 1.2] Construir um segmento bissetor, perpendicular a um segmento dado XY.
[Enunciado 1.3.] Construir a mediatriz de XY, um segmento de reta dado.

1. Comece com o segmento de reta XY. X Y

1. Coloque a ponta seca do compasso no ponto X.


2. Ajuste compasso para uma abertura (um raio) que seja não
muito maior que a metade de XY. X Y
3. Desenhe dois arcos como mostrado ao lado.

4. Não mude a abertura (o raio) do compasso. A

5. Coloque a ponta seca do compasso no ponto Y. Desenhe dois


arcos que interceptem os arcos anteriormente traçados. X Y
6. Rotule (ou nomeie) estes dois pontos de interseção como B
sendo A e B.

7. Usando a régua, desenhe a linha AB.


A
8. Nomeie como M o ponto criado pela interseção do segmento
de reta XY com a linha auxiliar AB.
X M Y
9. M é o ponto médio de XY e AB é perpendicular ao segmento
XY, logo a reta que passa por A e por B é a mediatriz do B
segmento XY.
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Problema Resolvido No 2: Dado um ponto P pertencente a uma reta r, construir uma reta
que, passando por P, seja perpendicular a r.
1. Comece com a reta r que contém o ponto P. r
P

2. Coloque o compasso no ponto P.


3. Usando uma abertura qualquer (uma abertura arbitrária) r
desenhe arcos que interceptem a linha r em dois pontos. X P Y

4. Nomeie estes dois pontos como X e Y.

5. Coloque a ponta seca do compasso no ponto X.


6. Ajuste a abertura do compasso para um valor não maior r
que a metade de XY. X P Y

7. Desenhe um arco como mostrado ao lado.

8. Sem modificar aquela abertura adotada em (6.) coloque o


compasso no ponto Y. A
9. Desenhe um arco interceptando o arco anteriormente
r
traçado.
X P Y
10. Nomeie o ponto de intercessão dos arcos como A.

11. Com a régua trace a linha AP.


12. A reta AP é perpendicular à linha r. A

r
X P Y

Problema Proposto 1: Traçar uma semi-reta s perpendicular à extremidade de um dado


segmento de reta de origem A que passa por B.
Solução:
s
Prolongar o segmento de reta de origem A, que
passa por B, obtendo a reta r. A reta r é uma reta
auxiliar que faz com que o Problema Proposto recaia C
no Problema Resolvido No 2.
Obter o ponto X, sendo AX ≅ AB (AX congruente a
AB) . Centrando o compasso em X e depois em B, obter r
o ponto C. Traçar a semi-reta s com origem em A, X A B
passando por C.
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Problema Resolvido No 3: Dado R, um ponto externo à reta r, construir uma reta, que
passando por R seja perpendicular a r.
1. Comece com a reta r e o ponto R, não pertencente à reta R
r
r.

2. Coloque a ponta seca do compasso no ponto R.


3. Usando um raio arbitrário (abertura qualquer do R
r
compasso) desenhe arcos que interceptem a reta r em Y
X
dois pontos.
4. Rotule estes dois pontos encontrados como X e Y.

5. Coloque o compasso no ponto X.


6. Ajuste o compasso com um raio não maior que a metade R
r
da distancia XY. Y
X
7. Desenhe um arco como mostrado na figura ao lado.

8. Sem mudar o raio do compasso, coloque a ponta seca no


ponto Y. R
r
9. Desenhe um arco interceptando o arco anteriormente Y
X
desenhado.
B
10. Rotule esta interseção (um ponto) como B.

11. Com a régua, desenhe a reta RB.


12. A reta RB será perpendicular à reta r.
R
r
X Y

Problema Proposto No 2: P
Traçar uma reta s perpendicular a uma
segmento de reta dado AB que passa por um
ponto P tal que a distância de P ao segmento é
bem maior que a medida do próprio segmento.
Sugestão: adotar a reta r, uma reta r
suporte do segmento AB, recaindo mo A B
problema
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Problema Resolvido No 4 (Enunciados Prováveis):


[Enunciado 4.1] Construir o segmento de reta bissetor de um ângulo RPQ dado.
[Enunciado 4.2] Construir a reta bissetriz de um ângulo dado.
1. Seja P o vértice do ângulo de lados PQ e PR.
Q
2. Centrando o compasso no ponto P , desenhar um arco
que intercepte os dois lados do ângulo dado.
3. Rotule os pontos de interseção como Q e R.
P R

Q
4. Centrando o compasso no ponto Q desenhar um arco
no interior do ângulo dado.

P R

5. Sem modificar a abertura do compasso, centrar o


compasso no ponto R e desenhar outro arco no interior Q
W
do ângulo dado cruzando o arco anteriormente traçado.

6. Rotule a interseção como W.

P R

7. Utilizando um régua não graduada desenhar a semi-


reta PW. Q
W

8. PW é a semi-reta que bisseca o ângulo dado.

9. A reta bissetriz do ∠QPR é a reta


r P R

Problema Proposto No 3: Sugestão: Este é um problema bastante fácil, pois


trata-se primeiramente de dividir o ângulo dado em
Dividir um ângulo dado em 4 parte duas partes congruentes (de mesma medida) para em
com a mesma medida, ou seja, dividir o seguida dividir estes dois ângulos em outros dois,
ângulo em quatro partes congruentes totalizando assim quatro ângulos congruentes obtidos
entre si. a partir do ângulo dado.
Problema Proposto No 4: Sugestão: Traçar uma perpendicular a uma reta
Construir um ângulo de 45o, a partir dada e em seguida bissecar o ângulo reto assim
de um ângulo reto.. obtido.
19

Problema Resolvido No 5: Construa um ângulo congruente a um ângulo dado.

1. Para desenhar um ângulo


congruente a um dado ângulo
∠A, comece desenhando uma
semi-reta de origem D.

2. Coloque a ponta seca do


compasso (o centro) no ponto
A e desenhe um arco que passe C
pelos dois lados do ângulo
dado.
3. Sem modificar a abertura do
B
compasso, coloque a ponta
seca do compasso no ponto D A
e desenhe um arco exatamente
igual ao anterior. D E
4. Rotule os pontos de interseção
como B, C e D como mostrado
na figura..
5. Adote, no compasso, uma
abertura equivalente ao
segmento que une os pontos B C
e C.
F
6. Coloque o compasso no ponto
E e desenhe um arco B

desenhado anteriormente. A
7. Rotule a interseção como F.
D E

4. Use a régua não graduada para


traçar a semi reta DF.
C
8. Conclui-se que: ∠EDF
F
≅ ∠BAC
B

D E
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 20

Problema Resolvido No 6: Dado um ponto P não pertencente à reta r, traçar por P uma
reta paralela a r.

1. Seja um ponto P não pertencente à reta r. P

2. Desenhe uma reta arbitrária s, com qualquer


inclinação, que passando pelo ponto P, intercepte s
a reta r.
P
3. Chame a interseção de Q.
4. A tarefa agora é construir um ângulo cujo vértice
seja P, congruente ao ângulo formado pela Q r
interseção de r com s.

5. Centre o compasso em Q e desenhe um arco


interceptando as duas retas. s

P
6. Sem modificar o raio do compasso, centre-o no
ponto P e desenhe outro arco igual ao
anteriormente traçado.. Q r

7. Adote a abertura do compasso como sendo a


distância entre as interseções determinadas pelo s
primeiro arco traçado.
P

8. Agora, centre o compasso no ponto onde o R

segundo arco intercepta r e marque o ponto R. Q r

9. Trace a reta PR paralela à reta r. s

P
R

Q r
21

Problema Resolvido No 7 (Enunciados Prováveis):

[Enunciado 7.1] Construir um triângulo equilátero dado um segmento de reta representando um de


seus lados.

[Enunciado 7.2] Construir um ângulo de 60º.

1. 1. Comece com o segmento AB.


A B

2. Centrando o compasso no ponto A, com abertura


AB, traçar um arco como mostrado na figura.

A B

3. Mantendo a mesma abertura, centrar o compasso C


em B e traçar um segundo arco.
4. Nomeie o ponto de interseção destes dois arcos
como sendo C.

A B

5. Desenhar os segmentos de reta AC e BC. C


6. O Triângulo ABC (∆ABC) é equilátero.
7. A partir do Teorema da Soma dos Ângulos
Internos de um Triângulo Qualquer (Si∆= 180o) e
utilizando o teorema que afirma: “Num triângulo
qualquer, ao maior ângulo se opõe o Ângulo de
maior medida”, pode-se concluir que cada um
dos ângulos do triângulo equilátero mede 60°. A B
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 22

Problema Resolvido No 8: Dividir um segmento de reta em n partes iguais, ou seja, em n


segmentos de igual medida.

1. Comece com o segmento a ser dividido.


2. Seja, neste exemplo, dividi-lo em cinco segmentos A B
congruentes entre si.
3. Desenhe um segmento de reta a partir de A, formando, C
com a reta dada, um ângulo agudo.
4. Use o compasso com uma abertura arbitrária, mas
conveniente, para dividir o segmento auxiliar para criar
uma escala com cinco espaços de mesmo tamanho.
A
5. Rotule o último ponto como C. B

C
6. Você deverá, agora, desenhar dois arcos com raios
distintos a saber: um arco centrado no ponto A, com raio BC
e um segundo arco com centro B e raio AC.

7. Rotule esta interseção como D. A B

8. Note que ACBD é um paralelogramo.

C
9. Use o compasso para construir, ao longo do segmento
DB, uma escala usando o mesmo raio que foi usado para
dividir o segmento AC.

A B

10. Use a régua não graduada para ligar os pontos do C


segmento AC aos pontos correspondentes do segmento DB.

11. Os segmentos assim traços serão paralelos.

12. Estes segmentos paralelos irão dividir o segmento dado, A B

AB, em segmentos congruentes.

D
23

Problema Resolvido No 9: Dados: uma circunferência, seu centro C e um ponto P


externo a ela, construir as retas, que passando pelo ponto P, sejam tangentes à circunferência.

1. Comece com a circunferência centrada no ponto C


e o ponto P, exterior à circunferência. C
P

2. Desenhar o segmento de reta CP. Obter o ponto M,


médio do segmento CP. (Vide Problema Resolvido No
1)
P
C
M

3. Centrando o compasso no ponto M, desenhe a R


circunferência que passa por C e P.
P
4. A circunferência irá interceptar a outra nos pontos C
M
R e S.
S

5. Os pontos R and S são os pontos de tangência. R


Trace as retas PR e PS tangentes à circunferência
centrada no ponto C. P

Problema Proposto No 5: Sugestão:


Dados: uma circunferência, seu Unir C a P. Nomear o ponto de interseção do
centro C e um ponto P externo a ela,
segmento CP com a circunferência dada, como T. T é
traçar a circunferência centrada em P,
que tangencie circunferência dada, o ponto de tangência das duas circunferências. PT é o
marcando antes o ponto de tangência
raio da outra circunferência.
destas circunferências.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 24

Problema Resolvido No 10: Obter o centro de uma circunferência quando ele não é dado.

1. Comece com a circunferência (sem a marcação do


centro)

2. Desenhe a corda AB. A

3. Construa a mediatriz (bissetriz e perpendicular) da A


corda AB.
4. Sejam C e D os pontos de interseção da mediatriz
anteriormente traçada e a circunferência dada. C
(Veja o Problema Proposto No 1) D

5. A corda CD é o diâmetro da circunferência.


Obtenha o ponto P, médio do segmento CD. (Veja o
Problema Proposto No 1)
6. O ponto P é o centro da circunferência dada.

C
P
D
25

Problema Resolvido No 11: Dados três pontos não colineares construa a


circunferência que passe por estes três pontos.

A C
1. Comece com os pontos A, B e C.

A C
2. Desenhe os segmentos de reta AB e BC.

B
A C
3. Construa as mediatrizes ( retas bissetoras e P

perpendiculares) aos segmentos AB e BC.


4. Seja P a interseção destas bissetrizes.
B

4. Centrar o compasso no ponto P, e desenhe a


circunferência passando por A, B e C. A C
P

Problema Resolvido No 12 (Enunciados Prováveis):


[Enunciado 12.1] Inscrever um triângulo dados numa circunferência.
[Enunciado 12.2] Circunscrever uma circunferência a um triângulo dado.
1. Comece com um triângulo qualquer ABC. B

2. Traçar as mediatrizes de quaisquer dois lados do B


triângulo ABC. A

3. O encontro destas mediatrizes produz o centro da


circunferência que passará pelos três vértices do C
triângulo dado.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 26

Problema Resolvido No 13: Inscrever uma circunferência num triângulo dado.

1. Comece com um triângulo ABC. B

A
C

2. Construa as bissetrizes de dois quaisquer dos B


ângulos internos deste triângulo. (Vide
Problema Proposto No 4.)
3. Seja I a interseção das duas bissetrizes dos
I
ângulos escolhidos.
A
C

3. Construa a reta que, passando por I, é B


perpendicular a um dos lados do triângulo dado.
T
Seja T o ponto de interseção desta reta com o
lado escolhido (no nosso caso AB).
I

A
C

4. Centre o compasso no ponto I, e desenhe B


utilizando como raio o segmento de reta IT, a
T
circunferência. Ela irá tangenciar os três lados
do triângulo dado.
I

A
C
27

Construções Geométricas – 2º Método

Problemas Resolvidos usando Símbolos Gráficos que


mostram os Passos das Construções Geométricas:
A seguir serão apresentadas algumas construções geométricas passo a passo, segundo uma
outra de forma de construção, em que se fará uso dos seguintes símbolos:

Centro para a ponta seca do compasso de um arco ou circunferência;


Direção para o traçado de linhas, círculos ou arcos;
Ponto demarcado;
Ponto especial e/ou escolhido arbitrariamente (veja problema 15).

Problema Resolvido No 14: Como bissecar um dado ângulo? Como dividir um ângulo em duas
partes exatamente da mesma medida?
1.- 2.- 3.-

4.- 5.- 6.-

Para maiores detalhes sobre esta técnica, vide:

http://www.zef-damen.myweb.nl/Constructions/Constructions_en.htm
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 28

Problema Resolvido No15: Como construir uma linha perpendicular a um segmento bissecando-
o?

1.- 2.- 3.-

4.- 5.-

Problema Resolvido No 16: Como construir uma linha perpendicular a um segmento dado
passando por um ponto fora dele?
1.- 2.- 3.-

4.- 5.- 6.-


29

Problema Resolvido No 17: Como construir uma linha perpendicular a um segmento dado
passando por um ponto qualquer pertencente a este segmento?

1.- 2.- 3.-

4.- 5.- 6.-

Problema Resolvido No 18: Como construir os diâmetros horizontal e vertical de uma


circunferência dada?

1.- 2.- 3.-

4.- 5.- Vide antes, o Problema 14 6.-


Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 30

Problema Resolvido No 19: Como construir um hexágono equilátero inscrito num


círculo dado?

1.- 2.- Vide antes, o Problema 16 3.-

4.- 5.- 6.-

7.- 8.- 9.-

10.- 11.-
31

Problema Resolvido No 20: Como construir um triângulo equilátero dado o lado?

1.- 2.- 3.-

4.- 5.- 6.-

Problema Resolvido No 21: Como construir um triângulo equilátero inscrito numa


circunferência dada?

1.- Vide antes, problema 17 2.- 3.-

4.- 5.-
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 32

Problema Resolvido No 22: Como construir um hexágono regular dado um de seus


lados?

1.- Vide antes, problema 18 2.- 3.-

5.- 6.-
4.-

7.- 8.- 9.-

10.- 11.- 12.-


33

Problema Resolvido No 23: Como construir um pentágono regular?

1.- Vide antes, problema 16 2.- 3.-

4.- 6.-
5.-

7.- 8.- 9.-

10.- 11.- 12.-

13.- 14.- Nota:


Esta maneira de construir
um pentágono (há outros
modos de fazê-lo) pode ser
usada também para
construir um decágono
regular (um polígono
regular com dez lados).
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 34

Problema extra: Como construir um heptágono regular dado um de seus lados?


Consultar os sites:
http://www.zef-damen.myweb.nl/Constructions/Constructions_en.htm
http://www.zef-damen.myweb.nl/Constructions/Constructions_en.htm

Um heptágono não pode ser estritamente


construído com régua e compasso. Uma forma
prática de construí-lo é fazê-lo em uma folha
quadriculada através das coordenadas de seus
vértices.

Para que você possa obter diferente posições dos


vértices a tabela ao lado deve ter seus valores
alterados, da seguinte forma:
1. Para que o heptágono aponte para a
esquerda, multiplique todos os valores da Aqui estão as
tabela por -1; coordenadas dos 7 vétices
X Y
2. Para que o heptágono aponte para a 1.0000 0.0000
cima, troque os valores de x por y e vice- 0.6235 0.7818
versa; –0.2225 0.9749
3. Para que o heptágono aponte para baixo, –0.9010 0.4339
multiplique todos os valores da tabela –0.9010 –0.4339
obtida em (2) por -1. –0.2225 –0.9749
0.6235 –0.7818
Nota:
Os valores da tabela assumem que o raio da
circunferência circunscrita ao heptágono vale
1.0000. Para se obter heptágono de diferentes
tamanhos basta multiplicar os valores tabelados
pelo valor do raio desejado para a circunferência.e.
35

Apêndice

Veja a seguir como construir um quadrado e um retângulo, dados os lados.

Construindo quadrados

Quer-se desenhar um quadrado de lado AB, dado.

1º Passo: Trace uma reta e sobre ela marque o segmento de reta AB.

2º Passo: Trace uma perpendicular em A.

3º Passo: Centro em A, com a abertura do compasso igual à medida AB, marque o ponto D
sobre a reta perpendicular anteriormente traçada.

4º Passo: Centro em B, mantida a mesma abertura no compasso, trace um arco AX.

5º Passo: Em seguida, com abertura do compasso igual ao lado AB, centro em D, corte o
arco AX em C.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 36

6º Passo: Una os pontos A, B, C e D.

Construindo retângulos

Vamos desenhar um retângulo de lados AB cm e AD.

1º Passo: Desenhe uma reta e sobre ela marque o segmento de reta de AB, dado.

2º Passo: Trace uma perpendicular em A.

3º Passo: Centro em A, com a abertura do compasso igual à medida de AD, marque o ponto
D, na perpendicular.
37

4º Passo: Centro em D, abertura do compasso igual ao lado AB, trace um arco.

5º Passo: Em seguida, com abertura do compasso igual ao lado AD, centro em B, corte o
arco em C.

6º Passo: Una os pontos A, B, C e D.


38

Capítulo 3

Formulário de Geometria Euclidiana Plana 1


Introdução
A Construção do Pensamento Geométrico Euclidiano tem sido um grande desafio para os
educadores, não somente pela quantidade de conceitos envolvidos, mas pela dificuldade de torná-los
claros e conexos para os estudantes, bem como, aplicáveis à resolução de problemas.

O estudo da Geometria Euclidiana seja através do método hipotético-dedutivo, seja através de


um formulário tomado como “dicionário” da “linguagem geométrica” objetivando a resolução de
problemas, exige do professor grande habilidade pedagógica que envolve o conhecimento sobre:
(1) o que expor – que conteúdos apresentar aos estudantes,
(2) em que seqüência expor os conteúdos selecionado,
(3) como expor e tornar significativos cada um destes conteúdos,
(4) como avaliar a aprendizagem daquilo que foi exposto.

A Geometria Plana Euclidiana


Há fortes recomendações de cunho pedagógico no sentido de que se deveria apresentar as
idéias geométricas euclidianas ao longo de todas as séries do Ensino Básico. No entanto, apesar da
obrigatoriedade de que o conteúdo da Geometria Euclidiana deva ser abordado nas seguintes séries: 7ª
e 8ª séries do Ensino Fundamental (Geometria Plana) e retomada na 2ª série do Ensino Médio
(Geometria Espacial) incorporada à disciplina de Matemática.

A prática tem mostrado, no entanto, que muito pouco se ensina de Geometria e que os alunos
muito pouco aprendem desta ciência. Um dos sinais que melhor caracterizam o problema, e o faz de
forma contundente, é o que geralmente ocorre com os professores do Ensino Médio, que, para
poderem apresentar a Geometria de Posição e a Geometria Métrica Espacial, necessitam apresentar
antes toda a Geometria Plana, pois a maioria dos alunos, agora na 2ª série do Ensino Médio, nunca a
estudaram antes e, mesmo os que o fizeram, não fixaram os seus conceitos mais básicos, apresentando
um conhecimento extremamente lacunar e desconexo. Os professores de Física, que necessitando de
conceitos elementares da Geometria não o encontram com facilidade no repertório de maioria dos
estudantes do Ensino Médio, o que dificulta enormemente a tarefa de fazê-los compreender os
fenômenos e a interpretação das leis inerentes à sua disciplina.

As construções geométricas utilizando régua e compasso (vide capítulo anterior) ou a


geometria experimental, normalmente apresentada em Laboratórios ou Oficinas de Geometria − que
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 39

envolve a utilização de materiais concretos (dobraduras, pantógrafo, construções com canudos de


refresco e palitos de sorvete, planificações de sólidos geométricos etc) −, são formas bastante
interessantes de se apresentar e estudar a Geometria Euclidiana, frisando e empregando os seus
conceitos imediatos, definidos ou construtivos. No entanto, o que maioria dos professores alega para
não colocar em prática estas idéias, é a “falta de tempo” ou a necessidade de preparar um material
muito amplo para um efeito lento demais quando se leva em conta o tempo disponível para “ensinar”
Geometria na 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, ou até mais, esta é uma tarefa do professor de
Desenho.

Estes problemas − a falta de tempo, talvez a falta de conhecimento sólido e pedagogicamente


bem embasado por parte dos professores e a aprendizagem lacunar ou insuficiente por parte dos
estudantes que chegam ao Ensino Médio− nos fizeram repensar o ensino da Geometria.

Num primeiro momento, a Geometria vai (e deve sempre) ser repensada como sendo uma
linguagem, que é o que ela realmente é. A partir disto, teremos que eleger um vocabulário mínimo a
ser exigido do estudante, a partir do qual se possam criar oportunidades de aprendizagem
genuinamente instigantes ou pelo menos motivadoras, primeiramente através da justificação de
raciocínios e a seguir através da resolução de problemas.

Assim, a criação de um formulário dos principais conceitos e propriedades da Geometria


Euclidiana Plana e Espacial, baseados no vocabulário desta ciência passou a ser a meta mais urgente de
nossa proposta pedagógica. O resultado da primeira fase do nosso projeto (vocabulário destinado ao
alunado da 7ª série) será apresentado a seguir, nele, a Geometria Euclidiana destinada a este nível de
escolaridade pode ser acessada de diversas maneiras:

i. Através de um vocabulário – os títulos e subtítulos de cada um dos tópicos;


ii. Através das ilustrações bastante detalhadas, geralmente acompanhadas de textos
explicativos;
iii. Através da sugestão de alguns exercícios bastante concretos envolvendo alguns tópicos
teóricos que apresentem dificuldade;
iv. Uma série de Sugestões Metodológicas.

Os formulários destinados aos alunos da 8ª série do Ensino Fundamental e aos alunos do 2º


ano do Ensino Médio, serão apresentadas nos capítulos 5 e 6 a seguir. O desenvolvimento
axiomático da Geometria Euclidiana e a prova de uma série de Teoremas relevantes, focando-se em
particular, os diversos métodos e formas de se provar teoremas numa Teoria Axiomática serão
vistos na segunda parte deste trabalho.
40

GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA 1


0.- Estrutura de uma Teoria Axiomática

Axiomas
Conceitos Primitivos (Postulados) Definições Teoremas

 Modernamente dá-se preferência ao nome Axioma no lugar de Postulado.


 Axiomas são afirmações iniciais aceitas sem demonstração
(ou princípios não demonstráveis), aceitos incondicionalmente como verdadeiros, e sobre os quais irá se
fundamentar uma Teoria. Uma Teoria assim construída será denominada Teoria Axiomática.

TEOREMA: Hipótese: P demonstração Tese: Q

Métodos Usuais de Demonstração de Teoremas:


(1) Métodos diretos:
(1.1)Hipotético-dedutivo (Regra de Inferência Modus Ponens: P⇒ ⇒Q; Se P é verdadeira,
então Q é verdadeira.)
(1.2.)Método Indutivo (Princípio da Indução Finita ou Indução Matemática)

(2) Método indireto: por Redução ao Absurdo (Regra de inferência Reductio ad Absurdum: P⇒ ⇒Q;
Se ¬Q acarreta P∧∧¬P, então Q é verdadeira. Negar Q, a Tese, e obter a negação da Hipótese
P, ¬P, obtendo-se “P∧
∧¬P” que é uma contradição).

1.- Noções Básicas da Geometria Euclidiana (Euclides de Alexandria ? a.C.− 325 a.C.)

• OOs
plano se expandefundamentais
elementos em todos os sentidos
(ou conceitos primitivos) de uma teoria não possuem definição.
• O ponto, a reta, o plano e o espaço (E) são os entes fundamentais ou conceitos primitivos da Geometria.

Representações do ponto,
Notar que:
da reta e do plano:
• O ponto é adimensional.
• O ponto pode ser caracterizado como sendo a intersecção de duas
A retas. A intersecção de duas retas determina um ponto.
r • A reta é infinita nos dois sentidos.
• A reta, o plano e o espaço são conjuntos com infinitos pontos.
• O plano tem infinitas retas e o espaço infnitos planos.
• Nem a reta, nem o plano têm espessura.
r
• O plano se expande em todas os sentidos.
• O espaço se expande em todas as direções.

Σ1 α Notação usual para os entes geométricos:


(1) o ponto – notado com letras latinas maiúsculas: A,B,C,..., P,Q,...
Σ2
(2) a reta – notado com letras latinas minúsculas: a,b,c,..., r,s,t,...
(3) o plano – notado com letras gregas minúsculas: α,β,γ,δ,...
(4) os semi-planos opostos de um mesmo plano: Σ1 ∪Σ2 = α e Σ1 ∩Σ2 = α
3
(5) o espaço – notado pela letra E ( Espaço Euclidiano = R )
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 41

2.- Examinando Alguns Axiomas da Geometria Euclidiana


2.1.- Axioma da Existência

• Existe a reta e nela ou fora dela existem infinitos pontos.


• Existe o plano e nele (ou fora dele) existem infinitos pontos.

2.2.- Axioma da Determinação

 A palavra “determina” deve ser entendida como uma substituta para


o seguinte conceito: “estabelece a existência de uma e somente uma entidade geométrica”.

Dois pontos distintos determinam uma reta. Três pontos não colineares determinam um plano.

α B α
A C
A
B

barbante

2.3.- Axioma da Inclusão


• Uma reta estará contida num plano (ou pertence a um plano) quando
possur dois de seus pontos, distintos, pertencentes a este plano.

A
B ( A ≠ B, A∈α, B∈α, r = AB ) ⇒ r ∈α

Usando este postulado e o postulado da determinação de planos poderemos demonstrar que:


• Uma reta e um ponto fora dela determinam um plano.
• Duas retas concorrentes detrminam um plano.
• Duas retas paralelas distintas determinam um plano.

2.4.- Axioma da Separação


• Um ponto pertencente a uma reta a separa em duas semi-retas distintas.

• Uma reta pertencente a um plano o separa em dois semiplanos distintos.

2.5.- Axioma das Paralelas (Conhecido como V Postulado de Euclides)

• Por um ponto fora de uma reta passa uma e somente uma reta paralela à reta dada.
42

3.- Retas, Semi-retas e Segmentos de Reta – Pontos e Segmentos Colineares


Notação:
A e B são pontos da reta r (A∈
∈r e B∈
∈r),
então:
[1] r = AB [2] AB [3] AB
α
r
[4] BA [5] OA e OB
B
• [1] r é a reta que passa por A e B
O
A
• [2] o segmento de reta AB
• [3] a semi-reta com origem A, passando por B
• [4] a semi-reta com origem B, passando por A
• a reta r está contida no plano α: r ⊂ α
• [5] semi-retas opostas (veja figura ao lado) – o
ponto O é a origem destas duas semi-retas.

3.1.- Pontos Colineares e Segmentos Colineares

• Os pontos A, B e C pertencem a uma mesma reta r C r


B
• Os pontos A, B e C são colineares A
• A reta suporte dos pontos A, B e C é a reta r
• O ponto B está entre os pontos A e C: [ABC] = [CBA]

• os segmentos AB , BC e AC estão contidos numa mesma reta r: AB ⊂ r , BC ⊂ r e AC ⊂ r

• Os segmentos AB , BC e AC são colineares, porque estão contidos numa mesma reta r

• A reta r é a reta suporte de AB , BC e AC

3.2.- Segmentos Consecutivos e Segmentos Adjacentes

B
C M N P
A A A

• Os segmentos AB e BC são consecutivos, mas não são colineares


• Os segmentos MN e NP são consecutivos e são colineares
• Os segmentos MP e PN são consecutivos e são colineares
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 43

3.3.- Segmentos Colineares Consecutivos adjacentes


Para que dois segmentos colineares e consecutivos sejam adjacentes é necesário que eles
possuam um único ponto em comum:

• Os segmentos MN e NP são colineares e consecutivos e ainda MN ∩ NP = { N }, logo

MN e NP são segmentos adjacentes

• Por outro lado, MP ∩ PN = PN = NP , mesmo ocorrendo que MP e PN sejam


colineares e consecutivos, eles não são adjacentes.

4.- Ponto Médio de um Segmento

M é ponto médio de AB ⇔ ( [AMB] e AM = MB )


A M B

Ou usando a Notação: A distância de A até B sendo dada simbolicamente por: d(A,M)
M é ponto médio de AB ⇔ ( d(AM) = d(AB) e d(AM) + d(MB)=d(AB) )

 PROPRIEDADES DA DISTÂNCIA ENTRE PONTOS DO PLANO:


[1] d(A,B) ≥ 0 [2] d(A,B) = 0 ⇔ A ≡ B ( ≡ - “coincide”)

[3] d(A,B) = d(B,A) [4] d(A,B) + d(B,C) ≥ d(A,C) (desigualdade triangular)

5.- Semi-planos
Semi-planos e semi-espaços
• O plano α foi dividido pela reta r
[1] r ⊂ α
em dois semi-planos opostos (e
[2.a] α1 ∪ α2 = α [2.b] α1 ∩ α2 = r
distintos) α1 e α2.
r
• Se P ∈ α1 e Q ∈ α2, pode-se
α escrever:
Q
P α1 = (r, P) e α2=(r, Q)

α2 α1 • Notar que: Um plano separa o


espaço (E) em dois semi-espaços.
44

6.- Regiões Planas Convexas e Côncavas

α α
R R
A
B
A B

R é uma Região Plana Convexa se, e somente se: R é uma Região Plana Côncava se, e somente se:
R ⊂ α, ∀A ∈ R e ∀B ∈ R ⇒ AB ⊂ R R ⊂ α, ∃A ∈ R e ∃B ∈ R ⇒ AB ⊄ R

Notação:
∀ - para todo ∃ - existe pelo menos um ⇒ - se ... então ...
∈ - ... pertence a ... ⊂ - ... está contido em ... ⊄ - não está contido em ...

7.- Ângulos
r Ângulos Consecutivos:
A A ∠AOB e ∠BOC
Notação:
) ∠AOC e ∠BOC
• ângulo α = α = AÔB = rÔs ∠AOB e ∠AOC
• ângulo α = ∠α = ∠ AOB
B Ângulos Adjacentes:
O α • O é o vétice do ângulo α
O ∠AOB e ∠BOC
• As semi-retas OA e OB , de
mesma origerm O, são os C Não são Ângulos Adjacentes:
lados do ângulo α ∠AOC e ∠BOC
B ∠AOB e ∠AOC
s

Nota: O ângulo é uma superfície limitada por duas semi-retas de mesma origem.

8.- Medida de ângulos – Graus

α
β
A C
O
) Ângulo reto Ângulo agudo Ângulo obtuso
A O C é denominado ângulo raso
Medida = 90o Medida < 90o Medida > 90o

α + β = 180o
O ângulo de 360o é denominado ângulo de uma volta.

Nota: Um ângulo α, tal que 0o ≤ α ≤ 180º, é um ângulo convexo. Os ângulos α, tal que
180º < α < 360º é um ângulo côncavo. Justifique estas afirmações.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 45

Medidas de ângulos em Radianos:


π π π π
Sendo:180 o ≅ π rad logo: rad ≅ 90 o rad ≅ 60 o rad ≅ 45 o rad ≅ 30 o
2 3 4 6

Medidas de ângulos em Grados:


Sendo: 360 = 400gr se torna bastante simples calcular os valores de1800, 90o, 60o, 45o e
o

300 através de regra de três simples. Tente fazê-lo e confira as suas respostas, abaixo.

Respostas: 200gr, 100 gr; (400/6) gr = 200/3 gr ≅ 66,666... gr; 50 gr e 33,333...gr

9.- Adição de Ângulos

Se med(αˆ ) + med(βˆ ) = 90o então α e β são ângulos complementares

Se med(αˆ ) + med(βˆ ) = 180o então α e β são ângulos suplementares

Se med(αˆ ) + med(βˆ ) = 270o então α e β são ângulos explementares

Se med(αˆ ) + med(βˆ ) = 360o então α e β são ângulos replementares

10.- Bissetriz de um Ângulo e Ângulos Opostos Pelo Vértice ( Ângulos OPV )


) ) ) )
AOC ≅ BOD e AOD ≅ BOC D
A
A
O
C
C
B
B
O

) ) ) ) )
OC é a semi-reta bissetriz do ângulo AOB AOC e BOD são ângulos OPV ⇒ AOC ≅ BOD
) ) ) ) ) )
AOC ≅ BOC (≅ - “congruente a”) AOD e BOC são ângulos OPV ⇒ AOD ≅ BOC

Nota: dois ângulos são congruentes quando têm a mesma medida.


46

10.1.- Teorema dos ângulos O.P.V. – Comentários de cunho Pedagógico

Teorema a ser Explanado/Explorado/Provado:


Dois ângulos O.P.V. são Congruentes.

Forma de Realizar a Explanação:

C
r A
O β
α
γ D
B
s

Apresentar a figura ou desenho, passo a passo, explicando cada um de seus


componentes (retas r e s, a intersecção no ponto O, os ângulos O.P.V. α e β, o
ângulo γ um ângulo auxiliar).
Mostar que: α + γ = 180º (formam um ângulo raso)
Mostrar que: β + γ = 180º (também formam um ângulo raso)
Montar o sistema de equações algébricas lineares:

α + γ = 180o
 o
β + γ = 180
e resolvê-lo ou por decodificação ou através de manipulações algébricas, constatando
que α = β, ou seja: α ≅ β.

Um comentário importante: pode-se ser mais rigoroso no tocante ao que seja o


ângulo e ao que seja a sua medida, adotando-se a seguinte notação: med(∠AOB) =
α, med(∠COD) = β e med(∠BOD) = γ, assim, a conclusão de que α = β nos levará
à conclusão de que se med(∠AOB) = med(∠COD) então ∠AOB ≅ ∠COD.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 47

10.2.- Prova (Direta) do Teorema dos ângulos O.P.V.

Teorema: Dois ângulos O.P.V. são Congruentes.

Hipótese ⇒ Tese
“∠
∠AOB e ∠COD são ângulos OPV” ⇒ ∠AOB) ≅∠COD

Prova no formato de duas colunas:

Proposição ou afirmação Justificativa

1.- Sejam r e s duas retas que se interceptam num Definição-


ponto O

2.- Seja A, B, C e D pontos tais que: A∈r, B∈r Axioma: Sobre uma reta jazem pelos menos
C∈s e D∈s dois pontos distintos.

3.- ∠AOB e ∠COD são O.P.V e ∠AOC e ∠BOD Definição de ângulos O.P.V.
são O.P.V

4.- Seja assumir que: Correspondência entre um ângulo e sua


medida
med(∠AOB) = α e med(∠COD) = β e que
med(∠BOD) = γ e med(∠COA) = ϕ
5.- ∠AOB e ∠BOD são suplementares Formam par de ângulos lineares

6.- Logo α + γ = 180º Soma das medidas de ângulos suplementares

7.- ∠COB e ∠BOD são suplementares Formam par de ângulos lineares

8.- Logo β + γ = 180º Soma dos ângulos suplementares em graus

9.- de (6) e (8) pode-se tirar que α = β de onde Regra da Substituição em Sistemas de
med(∠AOB) = med(∠COD) Equações algébricas Lineares

10.- Se med(∠AOB) = med(∠COD) então Definição de congruência


∠AOB ≅ ∠COD

11.- Usando-se o mesmo raciocínio pode-se Repetir os passos de (4) até(10) para ∠AOC e
provar que med(∠AOC) = med(∠BOD) ∠BOD).
então ∠AOC ≅ ∠BOD

C.Q.D. Como Queríamos Demonstrar


48

11.- Triângulos

• Triângulo de vértices A, B e C: ∆ABC


t • Os lados a, b e c do ∆ABC são opostos aos
vértices A, B e C, respectivamente.
s • Ângulos internos: α, β e γ

A α’ • Ângulos externos: α’, β’ e γ’


• Perímetro do ∆ ABC: 2p = a + b + c
c r
α a+b+c
b B • Semi perímetro do ∆ ABC: p =
β 2

β’ • Pode-se traçar uma reta suporte para


γ’ γ a cada um dos lados de um dado
triângulo – na figura ao lado as retas
r, s e t são suportes, respectivamente,
C α + α’= β + β ’= γ + γ’= 180o dos lados a, b e c do ∆ABC

12.- Classificação dos Triângulos


Triângulos: Classificação quanto à m edida dos lados

escaleno isósceles equilátero

12.1.- Propriedades Notáveis dos Triângulos

• Os triângulos eqüiláteros têm os três lados com a mesma medida; o triângulo isósceles tem apenas
dois lados com a mesma medida e o triângulo escaleno tem os três lados com medidas distintas
(diferentes).
• O triângulo eqüilátero é também denominado triângulo equiângulo (tem os três ângulos com a mesma
medida) e o triângulo isósceles é também denominado isoângulo ( tem dois ângulos com a mesma
medida).
• O triângulo equilátero (tem três lados congruentes) é também considerado isósceles (tem dois lados
congruentes).

• Leia o Teorema:
“Em todo triângulo, ao maior lado se opõe o maior ângulo”
• e responda à seguinte pergunta:
Pergunta: Em função do que você acabou de ler: o que ocorre nos triângulos isósceles?

Resposta: Nos triângulos isósceles, aos dois lados congruentes se opõe dois ângulos
congruentes (veja figura acima).
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 49

uanto à medida dos ângulos


Triângulos: Classificação quanto

hipotenusa
catetos

triângulo retângulo triângulo acutângulo triângulo obtusângulo

Observar:
• Em todos os triângulos há sempre, pelo menos, dois ângulos agudos. Nos triângulos retângulos, dois ângulos
são agudos e o terceiro deles é retângulo; no triângulo acutângulo os três ângulos são agudos e no triângulo
obtusângulo um dos ângulos é obtuso, mas os outros dois são ângulos agudos.

13.- Casos de Congruência de Triângulos

[1o] Escrever: “LALALALLLLAAo” e pronunciar: lá-lá-lá-ele-ele-ele-a-aó


[2o] separar de três em três sílabas: LAL | ALA | LLL | LAAo
• LAL – Lado, Ângulo, Lado (um ângulo entre dois lados)
• ALA – Ângulo, Lado, Ângulo ( um lado e dois ângulos nas suas extremidades)
• LLL – Lado, Lado, Lado
• LAAo – Lado, Ângulo, Ângulo Oposto

CUIDADO:
A congruência entre dois triângulos deve ser verificada rigorosamente entre os lados e os
ângulos de forma correspondente - lados e ângulos estes, que devem ser congruentes.
Assim sendo: ∆ABC ≅ ∆YXZ, mas o ∆ ABC não é congruente ∆XYZ (diga porquê!).
Como estabelecer a congruência dos triângulos ∆MNP ≅ ∆QRS abaixo apresentados?
Que tipos de movimentos devem ser realizados para levar cada um dos triângulos sobre o outro.
Os movimentos são os mesmos?

M Q
C 13 cm
X R
Z 13 cm

≅ 10 cm
≅ 11 cm
10 cm

A B Y N 11 cm P S

Por que não existe o caso de


congruência LLA ? l2 l2
Observe os dois triângulos ao lado.
α α
Cada um deles possui dois lados
medindo l 1 e l 2 e um mesmo l1 l1
ângulo α . No entanto, nem por isto,
eles são congruentes.

 Nota Importante: Casos Especiais de Congruência de Triângulos


No caso de dois triângulos retângulos podemos afirmar que os mesmos são
congruentes sempre que:
(a) tenham os catetos correspondentemente congruentes; ou
(b) tenham a hipotenusa e um dos catetos correspondentemente congruentes.
50

14.- Duas Retas Paralelas Cortadas por uma reta Transversal

t Ângulos Colaterais Internos:


∠3 e ∠ 6; ∠ 4 e ∠5
1̂ 2̂ r Ângulos Colaterais Externos:
∠1 e ∠ 8; ∠ 2 e ∠7
4̂ 3̂ Ângulos Alternos Internos:
∠4 e ∠ 6; ∠ 3 e ∠5
Ângulos Alternos Externos:
1 e 7; 2 e 8
5̂ 6̂ s Ângulos Correspondentes:
8̂ 7̂ ∠ 1 e ∠ 8; ∠ 2 e ∠7; ∠ 3 e ∠7; ∠ 4 e ∠ 8
Ângulos OPV:
∠ 1 e ∠ 3; ∠ 2 e ∠4; ∠ 5 e ∠7; ∠ 6 e ∠ 8
Propriedades:
 são congruentes os ângulos correspondentes e os alternos (internos ou externos)
 são congruentes os ângulos OPV
 são suplementares (somam 180o) os ângulos colaterais (internos ou externos)

15.- Dois Teoremas Importantes Sobre os Ângulos de um Triângulo


Teorema: Num triângulo qualquer, a soma dos ângulos internos vale sempre 180º .
Corolário: Num triângulo qualquer, o ângulo externo tem medida igual à soma
dos outros dois ângulo não adjacentes a ele.

β β
α γ α ê

S iˆ∆ = α + β + γ = 180 o ê = α + β

Prova do Teorema da Soma dos Ângulos Internos de um triângulo qualquer:


Seja o triângulo de vértices ABC (∆ABC) qualquer, com lados opostos a cada um destes vértices,
denominados a, b e c, respectivamente. Sejam ainda os ângulos ∠α, ∠β e ∠γ, respectivamente ângulos
internos dos vértices em A, B e C, conforme figura ao lado.
Tracemos uma reta r paralela a um dos lados deste triângulo pelo vértice oposto a este lado escolhido.
Segundo o Axioma V de Euclides, por um ponto fora de uma reta passa uma e somente uma reta paralela à
reta dada. A seguir, sem perda de generalidade, suponhamos que o lado escolhido seja o lado b, é evidente
que a reta r será traçada por B, sendo assim, paralela por construção, ao lado b do triângulo.
O teorema do Feixe de Paralelas cortado por uma B
Transversal, nos permitirá transportar as medidas dos ângulos α β
∠α e ∠γ para o vértice B, criando ângulo alternos internos c γ a
com o mesmo nome, conforme a figura ao lado. Assim, os
ângulos ∠α, ∠β e ∠γ, passam a formar no vértice B do
triângulo dado, um ângulo raso, ou seja: α + β + γ =180º. α β
A C
C.Q.D. b
(C.Q.D. ou CQD: Como Queríamos Demonstrar) - do latim: Q.E.D. Quod Erat Demonstrandum)
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 51

Observar: O Teorema do Ângulo Externo (de um triângulo qualquer) poderá ser


demonstrado fazendo-se uso do Teorema da Soma dos Ângulos Internos (de um
triângulo qualquer) e é, exatamente por isto, que ele é denominado um Corolário deste
Teorema. Um corolário é um Teorema conseqüente de outro.

Prova do Corolário (=Teorema Conseqüente) do


Ângulo Externo de um triângulo qualquer:
Sabe-se que Si∆ = 180o. Assim, pela figura anterior B
temos também que o ângulo externo, ê, e o ângulo interno
) β
ao triângulo, α são suplementares, isto é:
)
med(ê) + med(α ) = 180o
ê
A partir disto, podemos montar e resolver o sistema de γ α
α + β + γ = 180 o C A
equações lineares seguinte  o
⇒ e = α + β.
 e + γ = 180
C.Q.D.

16.- Feixe de Retas Paralelas Cortadas por Transversais

Teorema do Feixe de Paralelas de Tales:

O teorema do feixe de retas paralelas cortadas por duas retas transversais, é


também conhecido como Teorema de Tales, cujo enunciado é o seguinte:

“Se duas retas são transversais de um feixe retas paralelas, então a razão de dois
pares de segmentos correspondentes é igual.”

t1 t2 Exemplo numérico:

A D r
2 cm 3 cm
B E
s
4 cm 6 cm

C F
u

AB DE
ou
AB BC 2 3 2 4
= = = ou =
BC EF DE EF 4 6 3 6
52

17.- Semelhança de Triângulos

b
A

c

y
C B
a z

CUIDADO: ∆ ABC ∼ ∆ ZYX x

Se ∆ ABC ∼ ∆ ZYX então:


a b c
= = e ainda  ≅ Ẑ , B̂ ≅ Ŷ e Ĉ ≅ X̂
z y x
• os lados homólogos (correspondentes) são proporcionais
e
• os ângulos homólogos (correspondentes) são congruentes.

17.1.- Semelhança de Triângulos – Um Exemplo Notável


B
k=2 N

4cm
10cm

6cm 5cm
P

3cm

k=½
C 8cm A M

10 8 6 5 4 3 1
∆ABC ~ ∆PMN e = = = 2 = k1 ou ainda ∆PMN ~ ∆ABC e = = = =k 2
5 4 3 10 8 6 2
 A razão de semelhança do ∆ ABC para o ∆PMN vale 2 (k1 = 2 indica que os lados do triângulo maior
medem o dobro dos lados correspondentes do menor ),
enquanto a razão de semelhança do ∆PMN para o ∆ABC vale ½ (k2 = ½ indica que os lados do
triângulo menor medem a metade das medidas dos lados do triângulo maior).
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 53

18.- Cevianas de um Triângulo

D e f in iç ã o :
C e v ia n a é u m s e g m e n t o d e r e ta q u e u n e u m d a d o v é r tic e d e
u m tr iâ n g u lo a u m p o n t o d o la d o ( o u a u m p o n to d a r e ta s u p or te d o
la d o ) o p o s to a e s te v é r tic e .

18.1.- As Cevianas de um Triângulo

Altura Mediana
A
A

ha
C M B
C H B
MC ≅ MB
ha altura relativa ao lado a
AM mediana relativa ao vétive C
AH altura do triângulo relativa ao vértice A

Bissetriz do Ângulo Interno Bissetriz do Ângulo Externo


A
A

C B
C B

18.2.- Propriedade das Bissetrizes Interna e Externa de Ângulos do Triângulo

A
A
α
b α α c b α
c
C B C
m n a B n
a m

b c b c
= com m + n = a = com m - n = a
m n m n
54

18.3.- Relação de Stewart – Cálculo da medida de uma Ceviana do Triângulo


As relações da Stewart permitem calcular as medidas das seguintes cevianas de triângulos
quaisquer. a altura, a mediana, as bissetrizes dos ângulos internos e externos. Esta fórmula permite
também, a dedução das fórmulas mostras no item anterior, item 18.2.

Figura 1:

b c
X

C m n B
D
a

Figura 2:
A

X
b
c

C n
a B D

m = CD

 Na fórmula (ou relação)de Stewart o segmento AD pode ser: a altura do triângulo, a


mediana, a bissetriz do ângulo interno ou a bissetriz do ângulo externo (uma ceviana -
veja isto nas figuras 1 e 2):
2
b 2 c 2 AD
+ − =1
am an mn
 Se adotarmos o segmento AD como sendo X poderemos escrever a relação de
Stewart como sendo:

b2 c2 X2
+ − =1
am an mn
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 55

19.- Pontos Notáveis de um Triângulo

Incentro – centro da circunferência inscritível no triângulo.


 encontro das bissetrizes dos ângulos internos.

Ortocentro – também denominado centro órtico.


 encontro das alturas.

Circuncentro – centro da circunferência circunscritível no triângulo.


 encontro das mediatrizes.

Baricentro – centro de gravidade (G) do triângulo.


 encontro das medianas.

NOTA IMPORTANTE: Para se obter cada um dos pontos notáveis do triângulo


basta que sejam traçadas apenas duas das linhas que os determina. Veja a seguir.

20.- Como Encontrar os Pontos notáveis de um triângulo

20.1.- O MAIS FÁCIL DE SE OBTER É O BARICENTRO


• O centro de gravidade (G) que é obtido traçando-se as medianas (lembar da palavra média)
• Para encontar G bastaria traçar apenas duas das medianas
• O baricentro divide as medianas na proporção um para dois (divide na proporção x para 2x)
PROPRIEDADE:
AG = 2.GM1 (se GM1 = x ⇒ AG = 2x)
BG = 2.GM2 (se GM2 = y ⇒ BG = 2y) A
CG = 2.GM3 (se GM3 = z ⇒ CG = 2z)

M3
M2
G
B

M1 C
56

20.2.- COMO OBTER O INCENTRO E O CIRCUNCENTRO AO MESMO TEMPO

(1o Passo) Desenhar dois triângulos


isósceles com alturas muito maiores
que a medida da base.
(2o Passo) Traçar as bissetrizes
dos ângulos internos do 1o triângulo.
(3o Passo) Traçar as mediatrizes
dos lados do 2o triângulo.
(4o Passo) Verificar qual dos
cruzamentos pode ser o centro da
circunferência inscritível e qual pode
ser o centro da circunferência
Incentro circunscritível. Circuncentro

Nota: a mediatriz do lado do triângulo é o segmento perpendicular a este lado e que passa pelo ponto médio do mesmo.

• M é o ponto médio da hipotenusa do triângulo


IMPORTANTÍSSIMO

P1 retângulo (∆
∆ ABP1)
• M é o circuncentro do ∆ ABP pois:
AM = MB = MP = r onde r é o raio da
circunferência circunscrita ao triângulo.
r
• Esta é uma forma a ser adotada sempre que se
A r r B
quiser construir um triângulo retângulo(∆∆ ABP2):
M “traça-se o diâmetro da circunferência (que será
a hipotenusa) e escolhe-se qualquer ponto P
(veja no exemplo os pontos P1 e P2) sobre uma
das semicircunferências para ser o terceiro
vértice do triângulo. Os triângulos ∆ABP1 e
∆ABP2 assim obtidos, são retângulos”.
P2

20.3.- COMO OBTER O ORTOCENTRO

B B
H1

H
C
H2 A

C A
H3
Os lados AB e AC (os catetos) e AH são
alturas do triângulo retângulo.
O ortocentro deste triângulo é o vértice A. No caso do triângulo escaleno o
ortocentro é encontrado ao prolongar-se
Ortocentro do triângulo escaleno os segmentos correspondentes às alturas
triângulo são AH1, BH2 e CH3
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 57

21. - Propriedade Notável do Ortocentro

Z A ≡ M1 Y

Na figura ao lado:
• Por construção:
ZX // AB; ZY // BC e
XY // AC
M3 ≡ C
B≡ M2 • Pode-se provar que:
M1, M2 e M3 são pontos
médios dos lados do
∆XYZ

As alturas do ∆ ABC passam a se constituir mediatrizes do


X
∆XYZ. Logo, o ortocentro do ∆ABC passa a ser
automaticamente o circuncentro do ∆ XYZ.

22.- Propriedades dos Pontos Notáveis de Triângulos Equiláteros

• No triângulo equilátero o ortocentro, o circuncentro,


o incentro e o baricentro coincidem.
• Consideraremos:
R r = raio da circunferência inscrita R = raio da circunferência circunscrita
l h∆eq = altura do triângulo equilátero l = lado do triângulo equilátero
• Fórmulas:
r l 3
h ∆eq = (Teorema de Pitágoras) h ∆eq = 3r (propriedade do baricentro)
2
r
R = 2r

23.- Ex-Incentro
Ex-incentro é o centro da cirtcunferência que
tangencia externamente um lado do triângulo e
tangencia o prolongamento dos outros dois lados.
O ex-incentro é determinado pelas bissetrizes de
dois ângulos externos e a bissetriz do outro
ângulo interno.
58

Capítulo 4

Mapas Conceituais
Propondo Formas de Organização Pedagógica e
de Estruturação Didática dos Conhecimentos Escolares
Aury de Sá Leite
No caso da prática escolar, os Projetos Pedagógicos e os Programas de Curso (sílabo) parecem
ser representações do conhecimento suficientemente boas para serem interpretadas por educadores e
professores. No entanto, quando se exige que a representação de conhecimento não somente deva se
dar em termos de nível de profundidade dos conceitos envolvidos, mas envolva também no processo
de representação as habilidades intelectuais (e às vezes, as habilidades motoras) necessárias à
comprovação da compreensão ou da assimilação daquele conhecimento por parte do estudante, há a
necessidade da adoção de formas de representação mais especializadas.

Vão ser analisar aqui três formas de representação do conhecimento: [1] as redes semânticas,
[2] os mapas conceituais e ainda [3] os mapas de hierarquia de aprendizagem, alertando-se para o
seguinte fato: aqui, vai-se utilizar a nomenclatura "mapa de hierarquia de aprendizagem" ao invés de
"estrutura de aprendizagem" como aparece “traduzida” para o português em [Gagné 1970; 1974;
1976].
1.- Redes Semânticas
Uma rede semântica apresenta-se sob a forma de um mapa cujas informações − palavras ou
grupos de palavras − referentes a objetos, nomes, ações e atributos ou propriedades, normalmente
alocados no interior de pequenos círculos ou caixas, são interligados por segmentos orientados, os
conectores, cujas anotações permitem verificar o significado (a semântica) de um dado conceito.

Peixe

não é

Aquático Mamífero Baleia Óleo


é é um tem

é um é um

Filhote tem muito


Cetáceo

tem pouco

Valor
Comercial
Figura 1- Um Exemplo de Rede Semântica
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 59

2.- Mapas Conceituais


Os mapas conceituais [Ausubel, Novak & Hanesian 1979; Novak & Gowin 1984] são recursos
indicados para o mapeamento ou para a representação de conhecimentos relativos aos conteúdos
previstos ou estabelecidos em projetos educacionais e, portanto, ligados a propostas pedagógicas, cuja
interpretação é deixada para os professores ou para os especialistas (humanos) em educação. Estes
mapas constituem-se numa rede de nós, representando os conceitos ou objetos, conectados por arcos
com rótulos descritores das relações entre pares de nós.

2.1.- Os Conceitos Subsunçores e os Organizadores Avançados

Para melhor entender o que sejam os mapas conceituais propostos por Novak [Novak 1981]
com base na Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel, deve-se definir o que seja a subsunção
e os organizadores avançados.
• A palavra subsumir vem do latim, onde "sumere" significa: tomar, acolher, aceitar uma idéia
como dependente de uma idéia geral; conceber um indivíduo como compreendido numa
espécie. Assim é que a subsunção pode ser definida como sendo uma operação que se
caracteriza por: classificar, incorporar ou incluir algo em uma categoria ou em um princípio
mais geral. Na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel [Moreira & Masini 1982] os
conceitos subsunçores são conceitos mais gerais, e já estáveis, que figuram na estrutura
cognitiva de um indivíduo e que se prestam à ancoragem (inclusão) de novos conceitos. Para
que a ancoragem de novos conceitos seja assumida como uma aprendizagem significativa o
indivíduo deve ter presentes em sua estrutura cognitiva os necessários conceitos subsunçores e
possuí-los num nível adequado àquele processo.
• Os organizadores avançados são conteúdos introdutórios caracterizados como claros e
estáveis, relevantes e inclusivos do conteúdo que será oferecido à aprendizagem, e têm o
objetivo de "revitalizar" os conceitos subsunçores em termos de aprofundamento e ampliação
da abrangência. Ausubel define dois tipos de organizadores avançados, a saber:
- expositivos: aqueles utilizados para a introdução de conteúdos completamente novos,
onde se prestam a criar subsunçores relevantes na estrutura cognitiva do indivíduo que
deve aprender;
- comparativos: utilizados para aumentar a abrangência de conceitos subsunçores
preexistentes na estrutura cognitiva ou para aumentar a discriminabilidade entre as
idéias novas e as preexistentes.

A Figura 2, a seguir, é auto-referente, pois mostra o mapa conceitual de um mapa conceitual.


60

2.2.- Um Exemplo de Mapa Conceitual

Mapa Concei tual inspirado na Teoria da


Aprendizagem
Significativa
de Ausubel

a partir de

Estudos de
J.D.Novak
tem tem apresentam uma depende do

Palavras de depende do
Rótulos Ligação Hierarquia
Contexto
visando formar
de

para os partindo do

localizado
Parte superior
Conceitos Proposições Mais geral na do Mapa
que formarão um
Conceitual
que são para o
depende do
localizado Parte inferior
Regularidades Diagrama Mais específico na do Mapa
percebidas Cognitivo Conceitual
destinado a apresenta as
em em
facilitar a

depende do
Eventos Objetos Aprendizagem Ligações entre os conceitos

que pode ser que deveria ser feita por feita por
preferencialmente
identificados
através de
Mecânica Significativa Segmentos Segmentos de
de reta reta orientados
Figura 2- Um Exemplo de Mapa Conceitual

Ao se examinar a Figura 2, nota-se que a organização hierárquica dos conceitos, que vai do
mais geral para o mais específico, é estabelecida pela posição dos mesmos no mapa - os conceitos mais
includentes figuram na parte superior do mapa, enquanto os mais específicos figuram na parte inferior
do mapa. É assim que as ligações entre estes conceitos são feitas por segmentos de retas não
orientados. No entanto, quando estas ligações fogem desta disposição hierárquica (de cima para baixo)
utilizam-se, para ligar os conceitos, segmentos de retas orientados. Outra observação bastante
pertinente: em alguns mapas conceituais podem ocorrer ligações laterais ou transversas, ou seja,
ligações que envolvem conceitos de um mesmo nível, ou que relacionam conceitos que figuram em
posições distantes exigindo, para uni-los, segmentos de retas que cruzem transversalmente o mapa.
Observação importante: Em contextos muito amplos ou muito complexos, os mapas
conceituais podem tornar-se de difícil elaboração, e ainda de difícil interpretação pelos educadores
que queiram deles se utilizar.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 61

1
Matemática

Conceitos Subsunçores do
conceito “Adição”
2
Teoria dos
Aritmética Conj unt os

3
Operações Aritméticas (binárias) Fundamentais Operações com Conjuntos

éa é uma
é uma éa

1 Adição Multiplicação 3

é a operação é a operação
inversa da é a operação inversa da é a operação
inversa da inversa da

2 Subtração Divisão 4

Figura 3.- Mapa conceitual ausubeliano para o ensino da Adição.

3.- Mapas de Hierarquia de Aprendizagem


Para Gagné [Gagné, Briggs & Wager 1992] a aprendizagem de qualquer nova capacidade
requer a aprendizagem prévia de capacidades subordinadas que, de alguma forma, estejam envolvidas
nesta nova capacidade. É assim que a aprendizagem de novas idéias ou de novos conceitos deve ser
estruturada numa progressão de aprendizagens subordinadas, naquilo que se passa a denominar
hierarquia de aprendizagem. Para planejar estas hierarquias de aprendizagem, Gagné sugere e utiliza
mapas semelhantes aos mapas conceituais, onde:
• Cada nó deve conter as informações e as ações envolvidas, bem como a indicação das
capacidades e habilidades ou estratégias cognitivas específicas, necessárias para aquela
aprendizagem e também os resultados esperados; tudo isto orientado pelos objetivos
educacionais a serem atingidos;
• Os nós não são ligados por palavras como nas redes semânticas ou nos mapas conceituais
ausubelianos. Os nós contêm tópicos descritivos do que se oferece e do que se exige em termos
daquela aprendizagem;
62

• Cada par de nós que seja composto por “capacidade superior versus capacidade subordinada”
deve ter uma relação de alta transferência “positiva” da capacidade inferior para a superior.

4 Efetuar adições através de dispositivo prático envolvendo duas ou mais parcelas com transporte de unidades

Efetuar adições através de dispositivo práticos envolvendo Aprender e utilizar a nomenclatura adequada.
duas parcelas sem transporte de unidades Compreender e aplicar as propriedades da adição.

3 Efetuar mentalmente adições envolvendo Reconhecer conjuntos disjuntos e realizar uniões


pequenas quantidades e interseções

2
Reconhecer os numerais de 0 até 10000
Saber contar de 0 até 100 e reconhecer seus numerais Operar e reconhecer as propriedades das
Reconhecer os numerais de 0 até 9. Saber escrever estes numerais operações com conjuntos

1 Contar de um até dez e saber discriminar estas quantidades Formar conjuntos com materiais concretos a
partir de uma dada propriedade

Contruir seqüências lógicas Classificar objetos concretos a Qualificar, discriminar e agrupar objetos
utilizando materiais concretos partir de atributos notáveis concretos a partir de seus atributos

Figura 4.- Mapa da Hierarquia de Aprendizagem da Adição de acordo com a teoria de aprendizagem de Gagné,
onde se podem ver as ligações fracas e fortes.

4.- Comparando os Mapas de Ausubel e de Gagné


Novak [Novak 1981] fez um estudo comparativo entre o modelo proposto por Ausubel e o
proposto por Gagné, do planejamento de conhecimentos a serem oferecidos à aprendizagem. Ele
destaca que, enquanto os mapas de hierarquia de aprendizagem prevêem o domínio de unidades mais
básicas e específicas, para então se caminhar para as mais gerais e inclusivas, Ausubel recomenda
justamente o contrário.
O mapa conceitual estilizado mostrado na Figura 5 realça através de setas os processos de
diferenciação progressiva de conceitos que deve ser seguida da reconciliação integrativa, como são
descritas a seguir, de acordo com a teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel:
• A diferenciação progressiva (na Figura a 5, representada por setas desenhadas com linha
contínua) é um aspecto do processo da aprendizagem significativa o qual propõe que a
aprendizagem se dê a partir dos conceitos mais inclusivos (conceitos subsunçores),
diferenciados em termos de detalhes e especificidade, progressivamente, caminhando para os
conceitos mais específicos.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 63

• A reconciliação integrativa (na Figura 5, representada por setas desenhadas com linha
tracejada) prevê que a cada passo da aprendizagem se refaça o caminho inverso da
aprendizagem, buscando-se uma integração do novo conhecimento com o conhecimento mais
inclusivo que o antecedeu.

[1] Hierarquia de conceitos [2] Hierarquia de aprendizagem

G G

I I

C C

[1] Modelo devido a Ausubel [2] Modelo devido a Gagné


ou Sentido(s) de percorrimento dos nós
G-[1] Conceitos mais gerais G-[2] Capacidades mais gerais
I-[1] Conceitos intermediários I-[2] Capacidades subordinadas Processo de reconciliação integrativa

C-[1] Conceitos específicos C-[2] Capacidades específicas Novos conceitos a serem aprendidos
Figura 5.- Comparação entre os modelos de representação hierárquica de conhecimentos.

A Figura 5, acima, mostra de forma comparativa os dois modelos de representação de


conhecimento, o primeiro devido a Ausubel e o segundo devido a Gagné que, no modelo de
representação de conhecimento dentro da práxis escolar poderão, ser propostos como excelentes
representações do conhecimento Pedagógico e o conhecimento Didático, respectivamente.

Exercícios
1) Construa um mapa conceitual para o conceito “reta”.
2) Construir um mapa conceitual para o conceito “triângulo eqüilátero”.
3) Construir um mapa de hierarquia de aprendizagens para “triângulo eqüilátero”.
4) Esboce um mapa conceitual para o conceito “triângulo” e verifique como o mapa
construído anteriormente (“triângulo retângulo”) poderá ser “encaixado” neste mapa.
5) Construa um mapa de hierarquia de aprendizagens para “reta”.
6) Construa um mapa conceitual para o conceito “circunferência” que também abranja o
conceito “círculo”.
7) Analise o mapa conceitual para quadriláteros que está na página 68 (item 10.8).
8) Construa um mapa de hierarquia de aprendizagens para os conceitos “área, volumes e
capacidade”.
9) Construa um mapa conceitual para o conceito “Poliedros de Platão”.
10) Construa um mapa conceitual para o conceito “Trigonometria no triângulo”.
64

Capítulo 5

Formulário de Geometria Euclidiana Plana 2


Este é o segundo dos três formulários de Geometria Euclidiana a serem aqui apresentados. Ele
é um formulário sobre geometria plana que completa o primeiro deles. Os assuntos aqui abordados se
iniciam com o estudo dos polígonos e vai abranger o estudo das circunferências, posicional é métrico,
este estudo se estende ao cálculo das áreas dos polígonos e do círculo.
Os assuntos apresentados neste formulário se referem a assuntos a serem ministrados na 8ª série
do Ensino Fundamental.
O terceiro formulário será apresentado logo em seguida, no capítulo 6. Ele prevê o estudo da
Geometria Espacial Posicional e Métrica.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 65

GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA 2

1.- Poligonais e Polígonos


Poligonal aberta Poligonais fechadas
A não coincide com F

C F

A
B

E Polígono entrelaçado Polígono côncavo Polígono Convexo


D

2.- Elementos Básicos de um Polígono


B
• O polígono ABCDE é convexo
β1 • Os pontos A, B, C, D e E são seus vértices
A
• O polígono ABCDE é um pentágono (tem cinco lados)
α • Os segmentos de reta AB, BC, CD, DE eEA (ouAE ) são os
β2
lados do polígono ABCDE
• α é o ângulo interno correpondente ao vértice A
C
• β 1 e β 2 são ângulos externos correpondentes ao vértice A
• β 1 e β 2 são conguentes (têm a mesma medida) pois são OPV
• Para um mesmo vértice A: α + β x = 180o onde x = 1 ou x = 2
E D

3.- Nomenclatura dos Polígonos de acordo com o número de lados


No de No de
Nome Nome
lados lados
3 Triângulo / Trilátero 12 Dodecágono
4 Quadrilátero 13 Tridecágono
5 Pentágono 14 Tetradecágono
6 Hexágono 15 Pentadecágono
7 Heptágono 16 Hexadecágono
8 Octógono 17 Heptadecágono
9 Eneágono 18 Octodecágono
10 Decágono 19 Eneadecágono
11 Undecágono 20 Icoságono
66

4.- Cálculo do Número de Diagonais de Polígonos Convexos


Nas figuras a seguir:
• n representa o número de lados ou de vértices de cada um dos polígonos convexos
• dvn representa o número de diagonais que partem de cada vértice daqueles polígonos

n = 3 e dv3= 0 n = 4 e dv4= 1 n = 5 e dv5= 2 n = 6 e dv6= 3


 note que se pode estabelecer indutivamente que: n= 7 ⇒ dv7= 7 − 3; n= 8 ⇒ dv8= 8 − 3;
n= 9 ⇒ dv9= 9 −3 e assim por diante, de onde
 pode-se concluir, baseado nesta indução, que: dvn= n −3
Assim, fica fácil estabelecer que o total de diagonais de um polígono convexo será calculada
pela fórmula:
n(n − 3)
dn = mas por que dividir tudo por “2” ?
2
A resposta é a seguinte: ao calcularmos as diagonais de cada um dos vértices estaremos
envolvendo na contagem uma mesma diagonal duas vezes. Uma mesma diagonal é computada
quando sai de um vértice e, é novamente computada, como tendo saído do outro vértice. Ora, todas
elas foram contadas duas vezes, logo, nada mais natural que dividir o total, assim obtido, por dois.

5.- Soma das Medidas dos Ângulos Internos de Polígonos Convexos

No de Lados 3 4 5 ... n
o
N de Triângulos 1=3–2 2=4–2 3=5–2 ... n–2
Soma dos ângulos Si 3 = 180o Si4 = 180o × 2 Si5 = 180o × 3 ... Sin = 180o × (n − 2)
Internos

Observação: Para os polígonos regulares, e somente para estes, um Si n


de seus ângulos internos poderá sempre ser obtido através da fórmula î n =
n
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 67

6.- Soma das Medidas dos Ângulos Externos de Polígonos Convexos

A fórmula da Soma dos Ângulos Externos de um Polígono Convexo é dedutível a partir da


Fórmula da Soma dos Ângulos Internos de um Polígono Convexo.
o
• Para todo polígono convexo tem-se sempre î + ê = 180o ⇒ S i n + S e n = 180 × n
0
mas já foi provado que S i n = 180 × ( n − 2)
ê 180 o ( n − 2) + Se n = 180 o n ou seja:
î • Assim, temos:

• 180 o n − 360 o + Se n = 180 o n de onde, finalmente:

S en = 360 o

360 o
• Um ângulo externo de um polígono regular de n lados pode ser obtido pela fórmula: ê n =
n
o o
• Como î n + ê n = 180 , um ângulo interno de um polígono regular de n lados é dado por: î n = 180 − ê n

7.- Polígonos Regulares

Um polígono convexo é regular se, e somente se, ele é eqüiângulo (tem todos os ângulos
internos congruentes) e eqüilátero (tem todos os lados congruentes entre si).
Note que:
• Há polígonos equiângulos que não são equiláteros: o retângulo
• Há polígonos equiláteros que não são equiângulos: o losango
A B Exemplo 1: O hexágono regular
720 0
Si6 = 180 0 × (6 − 2) = 720 o ⇒ i 6 = = 120 o
6

Diga porquê o triângulo ABO é eqüilátero.


C
O Verifique que a área do ∆ ABO ≅ área do ∆ ABC.

Exemplo 2: O pentágono regular


540 0
S i 5 = 180 0 × (5 − 2) = 540 o ⇒ i 5 = = 108 o A C
5

Na figura ao lado verifique que: F


∠ACB) = 36o
(a) med(∠
∠BAF) = 72o
(b) med(∠ E D
(c) ∆ABC ~ ∆EFD
68

8.- Número de Diagonais que Passam pelo centro de Polígonos Regulares


Observe as figuras a seguir:

 Somente os polígonos regulares, onde o número de lados (n) é um


número par, possuem diagonais se cruzando no centro.

 O número de diagonais que passam pelo centro é calculada pela fórmula


 0 se n for um número ímpar

d centro =n
 2 se n for um número par

9.- Quadriláteros Notáveis – Diagrama de Venn-Eüler


quadriláteros

pipas
paralelogramos

losangos quadrados retângulos


trapézios

Do diagrama de Venn-Eüler acima, podem ser tiradas as seguintes


conclusões:
• Todo quadrado é ao mesmo tempo um retângulo e um losango.
• Nem todo losango é um quadrado, mas a recíproca desta afirmativa é verdadeira.
• Nem todo retângulo é um quadrado, mas a recíproca é verdadeira.
• Quadrados, retângulos e losangos, são paralelogramos, mas existem
paralelogramos que não podem ser classificados nem como quadrados, nem como
retângulos, nem como losangos.
• Os trapézios e as pipas não são paralelogramos
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 69

10.- Definindo os Quadriláteros Notáveis


Paralelogramos:

Paralelogramo Quadrado Retângulo Losango

• Um quadrado tem os quatro lados congruentes e os quatro ângulos internos congruentes.

• Um retângulo tem os ângulos internos congruentes (tem ângulos retos – medem 90º).

• Um quadrado é um retângulo ( possui 4 ângulos internos retos).

• O paralelogramo, o quadrado, o retângulo e o losango têm os lados paralelos dois a dois (são
paralelogramos).

• O paralelogramo e o losango não são considerados retângulos, mas o quadrado é considerado


um retângulo.

• Um losango tem os quatro lados congruentes, mas os ângulos internos não são precisam ser
retos.

• Um quadrado pode ser classificado como sendo um losango, mas os losangos nem sempre são
quadrados.

• Os ângulos opostos tanto nos paralelogramos como nos losangos são congruentes.

• As pipas têm lados congruentes dois a dois e diagonais não congruentes, sendo que elas se
cruzam segundo um ângulo reto, no ponto médio da diagonal menor e em qualquer ponto
distinto do ponto médio da diagonal maior.

Não Paralelogramos:

Trapézio Isósceles Trapézio Retângulo Trapézio Escaleno Pipa Quadrilátero Qualquer


70

10.1.- Propriedades dos Quadriláteros Notáveis


As As diagonais As Diagonais
Todos os Os lados As Todos os
diagonais se são são Os ângulos
lados são são diagonais ângulos
cruzam perpendiculare bissetrizes internos opostos
Nome congruentes congruentes são internos são
no ponto s dos ângulos são congruentes
entre si dois a dois congruentes congruentes
médio entre si internos

Quadrado SIM (*) SIM SIM SIM SIM SIM (*)

Retângulo NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM (*)

Paralelogramo NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM

Losango SIM (*) NÃO SIM SIM SIM NÃO SIM

Trapézio NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

Pipa NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO

O símbolo (*) representa “SIM” por ser, a propriedade citada, uma conseqüência da propriedade anterior.
Por exemplo: se no quadrado todos os lados são congruentes, então eles podem ser considerados dois a dois congruentes.

Utilize as
figuras ao lado
para verificar
cada uma das
propriedades
do quadro
acima:

10.2.- Mapa Conceitual com os Quadriláteros Notáveis


Uma forma bastante interessante de correlacionar os quadriláteros é fazê-lo através de
um mapa conceitual (vide abaixo) ou através de um esquema hierárquico (vide página a seguir):

Quadriláteros
são
são

quadriláteros quadriláteros
convexos podem ser côncavos
são
são podem ser

trapézios são pipas quadriláteros


quaisquer
não são não são
paralelogramos

são são

retângulos losangos

são
são são
podem ser podem ser
quadrados
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 71

10.3.- Quadriláteros Notáveis - Distribuição em um Esquema Hierárquico

Quatro ângulos retos Quatro ângulos retos


e
retângulo Quatro Lados
quadrilátero Congruentes
qualquer
quadrado

paralelogramo
losango
trapézios
Quatro Lados Congruentes

pipa
trapézios

Dois lados paralelos

paralelogramo
Lados opostos paralelos
72

11.- Teorema de Pitágoras – Demonstrações Geométricas


Dado um triângulo retângulo cuja hipotenusa mede “a” e os
catetos medem “b” e “c”, então é válido o seguinte:
a2 = b2 + c2
a c
ou seja: “ Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado
da medida da hipotenusa é igual à soma dos quadrados das
b
medidas dos catetos” (Teorema de Pitágoras).

1
[2] Transformar em uma única figura:
[1] Área Total = b2 + c2
Área= (b+c) ¥ b – (b–c) ¥ c = b2 + c2
c
b-c

b a b
c c c

c
b c b+c

[3] Recortar e montar [4] Área Final = a2

a a

b a
a c
a a


c b

[5] Assim, de [1] e [4] podemos concluir que: a2 = b2 + c2

b+c b c

2 c
a
a
b
c2

b+c b+c

a b2
b
a
c

b+c c b
a2 = b2 + c2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 73

11.1 Teorema de Pitágoras – Demonstrações Algébricas

b c Com base na figura ao lado, podemos escrever:


c ÁreaQuadradoMaior = ÁreaQuadradoMenor + 4¥ ÁreaTriângulo
a b
a b×c
ou seja: (b + c)2 = a2 + 4 2
⇒ b2 + 2bc + c2 = a2 + 2bc de onde, pela lei do
a
b a cancelamento da adição, vem: b2 + c2 = a2
c e pela propriedade simétrica da igualdade, pode-se
escrever: a2 = b2 + c2
c b

11.2.- Triângulos Pitagóricos

Triângulos Pitagóricos são triângulos retângulos cujos lados são número inteiros.
Os mais conhecidos e utilizados são os seguintes:
• o de lados 3,4 e 5 e os demais triângulos semelhantes a ele e com lados inteiros,

×3
×2 15
9
5 10
3 6

8
12

os de lados 5, 12 e 13 e 7, 24 e 25 e os demais triângulos semelhantes a eles e com lados inteiros.

Os babilônios obtinham os lados a (hipotenusa), b e c (catetos)dos triângulos pitagóricos


utilizando o seguinte sistema de três equações:
a = p 2 + q 2

 b = 2 pq onde atribuíam valores inteiros para p e q.
c = p 2 − q 2

Tente atribuir os seguintes valores para p e q, apresentados dados a seguir sob a forma de
pares ordenados (p,q), nas equações do sistema acima para obter os valores de a, b e c:
(2,1) ↔ triângulo de lados (a,b,c) = (5,4,3)
(3,2) ↔ triângulo de lados (a,b,c) = (13,12,5)
(4,3) ↔ triângulo de lados (a,b,c) = (25,24,7)
(4,1) ↔ triângulo de lados (a,b,c) = (17,8,15)
74

11.3.- Aplicações do Teorema de Pitágoras

11.3.A.- Verificando a Natureza dos Triângulos Quaisquer

C
C C
a a
b a b
b

B c B c B c
A A A
Se a2 = b2 + c2 o ∆ é retângulo Se a2 < b2 + c2 o ∆ é acutângulo Se a2 > b2 + c2 o ∆ é obtusângulo

11.3.B.- Cálculo da Diagonal do Quadrado e da Altura do Triângulo Eqüilátero

A l D A
d 2 = l 2 + l 2 ⇒ d 2 = 2l 2 ⇒ d = l 2
l d
l l

B l C B C
l

A 2 2
A l l
l =   + h 2 ⇒ l2 =
2
+ h2 ⇒
2 4
2
l h l h l 2 2 l 2 4l 2 − l 2
⇒h =l − ⇒h = ⇒
4 4
B C
H H l C
2 3l 2 l 3
2 ⇒h = ⇒ h ∆eq =
l 4 2

Decorar:
l 3
h ∆eq =
d =l 2 2
Medida da diagonal do quadrado Medida da altura do triângulo equilátero
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 75

12.- Relações Métricas no Triângulo Retângulo


A
Na figura ao lado:
a – hipotenusa c
b
b e c – catetos h
h – altura relativa ao vértice A
m – projeção ortogonal de b sobre a
C m n
n – projeção ortogonal de c sobre a B
H

Relações Métricas no triângulo retângulo: a

1 1 1
a 2 = b2 + c2 b 2 = ma c 2 = na h 2 = mn bc = ah 2
+ 2 = 2
b c h

12.1.- Como Deduzir as Relações Métricas no Triângulo Retângulo

o
(1 ) Verifique que: ∆ ABC ~ ∆ HBA ~ ∆ HAC (2o) Redesenhe os triângulos HBA e HAC
na mesma posição que o ∆ ABC
A
H

b c n H
h
∆1
~ ∆2 ~ m
∆3
h
A
C a B A c B C b

o
(3 ) Estabeleça as relações métricas a partir das proporções entre os lados dos triângulos

a b Teorema de Pitágoras
∆1 e ∆3: = ⇒ b 2 = ma
b m Adicionando estas duas relações, membro a membro,
obtém-se: b 2 + c 2 = ma + na ⇒ b 2 + c 2 = a (m + n ) ,
a c
∆1 e ∆2: = ⇒ c 2 = na mas m + n = a, logo:
c n
b 2 + c 2 = a.a ⇒ a 2 = b 2 + c 2
h n
∆2 e ∆3: = ⇒ h 2 = mn
m h 1 1 1
É fácil provar a relação:
+ = .
a c b2 c2 h 2
∆1 e ∆3: = ⇒ ah = bc ⇒ bc = ah 1 1 1 1 n+m a 1 1
b h Veja: 2 + 2 = + = = = = 2
b c ma na mna mna mn h
76

13.- Relações trigonométricas no Triângulo Retângulo

C
cateto oposto a α b
sen α = =
hipotenusa a
a β b cateto adjacente a α c
cos α = =
hipotenusa a
cateto oposto a α b
α tgα = =
cateto adjacente a α c
B c A

OBSERVE QUE:

cateto oposto a β c cateto adjacente a β b


sen β = = = cos α e que cos β = = = sen α
hipotenusa a hipotenusa a

14.- Cálculo do Seno, Cosseno e Tangente dos ângulos de 30o , 60o e 45o

l 3
A h ∆eq =
2

30O
l l l
h o
sen 30 = 2 = 1 = cos 60 o
l 2
B 60O
C h ∆eq l 3
H o 2 = 3
cos 30 = = = sen 60 o
l l l 2

A l D
d =l 2
45O
l 2
l l
l 1 2
45 O sen 45o = = = = cos 45o
l 2 2 2
B C
l
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 77

15.- Valores de Seno, Cosseno e Tangente de Ângulos Notáveis

00 300 450 600 900


função 0 rad π rad π rad π rad π rad
6 4 3 2

1 2 3
sen 0 1
2 2 2
cos 1 3 2 1
0
2 2 2

tg 0 3 1 3 ∃
3

Lembrar que:
DECORAR ESTES VALORES
2 ≅ 1,414 3 ≅ 1,732
sen α
tg α = 2 3 3
cos α ≅ 0,707 ≅ 0,866 ≅ 0,577
2 2 3

16.- Como obter os Valores de Seno, Cosseno e Tangente para a Tabela Anterior

 Obtenção dos valores de seno de 0o, 30o, 45o, 60o e 90o:


1o 2o 3o 4o 5o
Escreva os dígitos Indique a extração de Estes são os valores
Escreva cinco 0,1,2,3 e 4 Divida tudo por 2 raízes quadradas do seno de 0o, 30o, 45o,
traços de fração nos numeradores para todos os 60o e 90o
numeradores respectivamente:
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 1 2 3
0 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

 Obtenção dos valores de cosseno de 0o, 30o, 45o, 60o e 90o:


1 2 3 3 2 1
Basta inverter a ordem dos valores obtidos para o seno: 0 1 ou seja: 1 0
2 2 2 2 2 2
 Obtenção dos valores de tangente de 0o, 30o, 45o, 60o e 90o:
Como o valor da tangente de um ângulo α é definido como sendo a divisão do seno de α pelo cosseno de α, basta
dividir os valores superiores de cada coluna da tabela pelo valor que está abaixo dele. No caso da divisão por zero, ela
não representa um número, logo podemos afirmar que a tangente de 90o não existe.
1
2 1 2 1 3
Veja um exemplo desta divisão: = × = = , as outras divisões são bem mais simples.
3 2 3 3 3
2
78

17.- Valores de Tangente no Círculo Trigonométrico

 Raio do círculo trigonométrico: R = 1


o
tg 120 = − 3
t ( eixo das tangentes)
o
tg 135 = -1
(eixo dos senos) tg 60o=
o 3
y tg 150 = −
3
o
tg 90o não existe tg 180 = 0
tg 45o= R = 1
120o o 3
tg 210 =
3
135o o
tg 30o= tg 225 = 1
150o
tg 0o= tg 240 =
o
3
o
180
360o
x (eixo dos cossenos) Não existe
o
tg 270
330 o tg 150o=
210o
o
tg 300 = − 3
225 o 315o
o
tg 135o= tg 315 = -1
240o o
300
o 3
tg 330 = −
tg 270o não existe 3
o
tg 120o= tg 360 = 0

18.- Relações trigonométricas no Triângulo Qualquer

 Teorema (ou Lei ) dos Cossenos • Teorema (ou Lei) dos Senos
A
a2 = b2 + c2 – 2bc cos  a b c
= = = 2R
2 2 2 sen  sen B̂ sen Ĉ
b = a + c – 2ac cos B̂ c
2 2 2 b Considerando x ≠ y como sendo os lados
c = a + b – 2ab cos Ĉ
a, b ou c do ∆, podemos escrever as
A
C a seg
B seguintes fórmulas:
lado x do ∆
b c = 2R
seno do ∠ oposto ao lado x
lado x do ∆ lado y do ∆
=
seno do ∠ oposto ao lado x seno do ∠ oposto ao lado y
C a B
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 79

19.- Relação de Stewart


Figura 1:
A  Na fórmula (ou relação)de Stewart
o segmento AD pode ser: a altura do
triângulo, a mediana, a bissetriz do
c
ângulo interno ou a bissetriz do ângulo
b X externo (veja isto na figura 2):
2
b 2 c 2 AD
+ − =1
C m
D n B am an mn
 Se adotarmos o segmento AD como
a sendo X poderemos escrever a relação
de Stewart como sendo:
Figura 2: A
b2 c2 X 2
b X + − =1
c
am an mn
C n
a B D
m = CD
20.- Circunferência e Círculo

Circunferência (linha): é a borda da figura Círculo (superfície): é o interior mais a borda

α α
λ (O, R ) P C(O, R ) P
R R

O O
P

λ (O, R ) = {P ∈ α | d P ,O = R} C(O, R ) = {P ∈ α | d P ,O ≤ R}

21.- Comprimento da Circunferência e Área do Círculo

Comprimento da Circunferência: C = 2πr Área do Círculo: A = π r2


NOTA: O número π é um número irracional, isto é, tem infinitas casas decimais e nunca poderá ser
representado sob a forma de uma fração com numerador e denominador inteiros. Assim sendo,
conhecendo-se o seu valor aproximado com 12 dígitos (um dígito inteiro e onze casas decimais):
π ≅ 3,14159265359
poderemos adotar para a maioria dos cálculos o valor: π ≅ 3,14 ou até π ≅ 3,1416, salvo indicação
em contrário, dada expressamente no problema a ser resolvido, tal como: “adotar π = 3”.
80

22.- Elementos do Círculo

λ
R = raio do círculo C(O; R) ou raio da circnferência λ (O; R)
A
D DE = diâmetro de C(O; R) ou de λ (O; R) = 2R
R
B

(
BC =arco de circunferência de extremidades B e C tomados sobre λ
O

(
BAC = arco da circunferência λ, de extremos B e C, passando por A
M1
E BC = uma corda da circunferência λ ou do círculo C
M2
M 1 M 2 = flecha correpondente à corda BC (M1 e M2 pontos médios)
C

23.- Partes do Círculo

Trapézio circular

α
360o - α

Setor circular produzido Setor circular produzido


pelo ângulo central α pelo ângulo central 360o - α Segmentos circulares

24.- O Raio e as retas Secante e Tangente ao Círculo

• Figura 1: O raio é perpendicular ao


ponto médio (M) de qualquer corda t
A
( AB ) do círculo. A reta AB é uma
reta secante à circunferência T
M R
O • Figura 2: O raio é perpendicular a O
B qualquer reta ( t ), tangente ao
círculo, no ponto de tangência (T).

Figura 1 Figura 2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 81

25.- Teorema Importante

t1 • P ponto externo ao círculo


T1
• t1 e t2 retas tangentes ao círculo que
PT1 ≅ PT2 passam por P
R P
• T1 e T2 pontos de tangência de t1 e t2 ao
círculo
O
• ∆PT1O ≅ ∆ PT2O – pelo caso especial:
R ambos são triângulos retângulos em T1
T2 e T2, com OT1= OT2 = R (raio) e OP
lado comum
t2 • Logo PT1 ≅ PT2

26.- Ângulo Central


A
O vértice ( V ) do ângulo central ( α ) coincide com o centro
da circunferência: V ≡ O

O α • PROPRIEDADE DO ÂNGULO CENTRAL :

(
AB ≅ α
o arco AB e o ângulo α têm a “mesma medida”
B

27.- Ângulo Inscrito na Circunferência


A
O vértice ( V ) do ângulo inscrito ( α ) pertence à
circunferência: V ∈λ

O • PROPRIEDADE DO ÂNGULO CENTRAL :


α
(

V AB ≅ 2 α
o arco AB tem o dobro da “medida” do ângulo α
B

28.- Ângulo Central e Ângulo Inscrito


A
O ângulo central ( α ) correspondente a um dado arco AB tem
o dobro da medida de um ângulo inscrito à circunferência que
também correponda ao mesmo arco.
O α
(

β AB ≅ α ≅ 2 β

B
82

29.- Ângulo de segmento

T
O ângulo de segmento ( α ) correspondente a um dado
α arco AT tem metade do valor da medida daquele arco.
t

(
O β AT ≅ β = 2 α ou α ≅ ½ β

T é o ponto de tangência da reta t ao círculo

30.- Ângulo Excêntrico Interior (ou Interno) à Circunferência

B
A O ângulo excêntrico interno ou interior ( α ) correspondente
aos arcos AB e CD tem a seguinte medida
(

O α C
α= (
( AB + CD ) / 2

O é o centro da circunferência

31.- Ângulo Excêntrico Exterior


P
O ângulo excêntrico exterior ( α ) correspondente aos arcos
C α
(
(

AB e CD ( com AB > CD) tem a seguinte medida


D
(
(

α= ( AB − CD ) / 2
A
O
O é o centro da circunferência

B
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 83

32.- Relações Métricas no Círculo


P
C
C
A
P A
D
B

D PA × PB = PC × PD B

33.- Relações Métricas no Círculo (Casos Notáveis)

PA = PB A P 2
PA × PB = PT P

B
B
T

Vide o Teorema referente a esta propriedade


num dos itens anteriores deste formulário.

34.- Cálculo de Distâncias


• Distância de um ponto externo qualquer a um círculo: A distância de um ponto externo a um
círculo ( λ ) ou a uma circunferência ( C ) de centro O é dada por:
d P ,λ = d P,C = OP − R
•Distância entre dois círculos: A distância entre dois círculos λ1 e λ2 ou entre duas
circunferências C1 e C2, respectivamente, com centros O1 e O2 e raios R1 e R2, é dada por:
d λ1 ,λ 2 = d C1 ,C1 = O1O 2 − (R 1 + R 2 )

λ P λ1 λ2
d
R1
R O1
R2
d O2
O
84

35.- Quadrilátero Inscritível na Circunferência

• A condição necessária e suficiente para que um quadrilátero


α
seja circunscritível a uma circunferência é que os ângulos
opostos sejam suplementares. α + β = 180 o
• É evidente que a soma das amedidas dos outros dois ângulos β
o
internos do quadrilátero, distintos de α e β, também vale 180 .

36.- O Conceito de Área de um Retângulo


Como poderemos calcular a área do seguinte retângulo cuja
Unidade de medida:
medida da base é 6 cm e a altura 3 cm?
1cm × 1cm = 1cm2
Há pelo menos três maneiras de fazê-lo:
1. Contar a quantidade de quadrículas que formam a superfície de figura:
18 quadrículas = 18 × 1cm2 = 18 cm2.
2. Verificar quantas quadrículas há em cada linha e multiplicá-la pela
quantidade de linhas encontradas na figura:
3cm 6 quadrículas × 3 = 6 cm2 × 3 = 18 cm2.
3. Verificar quantas quadrículas há em cada coluna e multiplicá-la pela
quantidade de colunas encontradas na figura:
3 quadrículas × 6 = 3 cm2 × 6 = 18 cm2.
6cm
• Analisando os cálculos feitos e as medidas dadas para a figura, poderíamos “sugerir” uma fórmula
para calcular a área daquela figura:
6cm × 3cm = 3 cm × 6cm = 18 cm2.
• Por outro lado, poderíamos adotar como fórmula genérica (uma fórmula para cálculo de área que
poderia ser aplicada a qualquer retângulo), a seguinte:
Área do retângulo = medida da base × medida da altura
Isto, se a base e a altura do retângulo tiverem sido expressas na mesma unidade de medida.

37.- Cálculo da Área das Principais Figuras Geométricas Planas


A área do quadrado, do paralelogramo, do triângulo, do losango e do trapézio podem ser
baseadas no cálculo da área do retângulo. Isto, é o que vamos ver a seguir, para cada uma destas
figuras geométricas:

37.1- Cálculo da Área do Quadrado

l Já sabemos que um quadrado é um retângulo (veja isto neste


formulário). Assim, para calcularmos a área do quadrado
[1] Quadrado: l l podemos aplicar a mesma fórmula que se utiliza para calcular a
área do retângulo:

l Área do quadrado = base × altura = l × l = l 2


GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 85

37.2.- Cálculo da Área do Paralelogramo


[2] Paralelogramo:

A  B’
B A’ A B’ B

h
h h

D H C D C
b b

• Vamos supor que queiramos calcular a área do paralelogramo ABCD da figura acima, de “base b”
(medida da base = b) e “altura h” (medida da altura = h).
• Na prática, podemos cortar o paralelogramo ABCD segundo o segmento B’C, obtendo assim o
triângulo BB’C que é congruente ao triângulo DHA.
• Transportando o triângulo BB’C, conforme é mostrado na figura acima, vai-se obter o retângulo
A’B’CD, de “base b” e “altura h”, cuja área é exatamente igual à área do paralelogramo ABCD.
Área do paralelogr amo = A paralelogramo = base × altura = bh

37.3.- Cálculo da Área do Triângulo

[3] Triângulo:
A
1 2
h h h
1 2

C b B b

• Para calcularmos a área de um triângulo qualquer basta inscrevê-lo num retângulo que tenha a
mesma altura do triângulo dado, tomando a base do triângulo, como sendo a base do retângulo
circunscrito a ele.
• Observando a figura assim gerada, podemos verificar que ela passa a ser composta por quatro
triângulo dois a dois congruentes (ou de mesma área). Assim sendo, ao calcularmos a área do
retângulo de base b e altura h, estaremos calculando a área de dois triângulos congruentes ao
triãngulo dado ( ∆ ABC ). Logo, poderemos calcular a área do retângulo e dividí-la por dois, para
obtermos a área do triângulo inicial.

base × altura bh
Área do triângulo = A ∆ = =
2 2

37.4.- As Diversas Fórmulas para Cálculo da Área do Triângulo


86

[1] Fórmula Padrão: [2] Fórmula de Heirão:


onde b é a medida da base e h a altura onde p é o semi-perímetro do triângulo
bh A ∆ = p(p − 1)( p − b)(p − c)
A∆ = B
B
2
a
c h a
c Semi-perímetro:
a+b+c
p=
A b C 2
A b C
[3] Fórmula do Ângulo Interno [4] Fórmula da Circunferência Inscrita
onde α é obrigatoriamente um ângulo entre onde r é o raio da circunferência inscrita no
dois lados conhecidos do triângulo triângulo B
B
a
bc sen α a A ∆ = p.r c
A = c r

2 α
A C
A b C b
[5] Fórmula da Circunferência Circunscrita Observações Importantes:
onde R é o raio da circunferência • Alturas de um mesmo triângulo retângulo:
circunscrita ao triângulo
a
abc c
A∆ =  Alturas do triângulo esclano
4R b
R

37.5.- Propriedades Notáveis do Triângulo Equilátero

l = lado do triângulo
r = raio da circunferência inscrita no triângulo
R
R = raio da circunferência circunscrita ao triângulo
l 3
h = altura do triângulo equilátero = = 3r
2
r
R l 3 3R
R = 2r ⇒ como r = e h= = 3r vem: h =
l 2 2 2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 87

37.6.- Cálculo da Área do Losango

1 2
1 2
d d
3 4
3 4

D D

• Para calcularmos a área de um losango qualquer basta inscrevê-lo num retângulo, tomando a diagona; maio do
losango como como sendo a base, e a diagonal menor, como a altura do retângulo circunscrito a ele.

• Observando a figura assim gerada, podemos verificar que ela passa ser composta por oito triângulo todos
congruentes entre si (ou de mesma área). Assim sendo, ao calcularmos a área do retângulo de base D e altura d,
estaremos calculando a área de dois losangos congruentes ao losango dado. Logo, poderemos calcular a área
do retângulo, para em seguida dividí-la por dois, para obtermos a área do losango inicial.
diagonal maior × diagonal menor D × d
Área do losango = A losango = =
2 2

37.7.- Cálculo da Área do Trapézio


[5] Trapézio:

Figura 1: Figura 2:
b b

h M1 M2 h M1 M2

B B
Na figura 1: Tomar M1 e M2 respectivamente os pontos médios
dos lados não paralelos do trapézio.

Na figura 2: Os triângulos cujos vértices são M1 e M2 devem ser Base média


recortados e “virados” para cima, formando um retângulo cuja Base maior + base menor B + b
= =M 1 M 2
altura é a mesma do trapezio dado, sendo que a sua base é a 2 2
base média ( M 1 M 2 ) do trapézio.

base maior + base menor B+b


Área do trapézio = A trapézio = × altura = ×h
2 2
88

37.8.- Cálculo da Área do Trapézio – Outras Formas

A seguir são mostradas outras maneiras de se calcular a área dos trapézios de


maneira mais simples que a apresentada no item anterior (item 37.7).

B b

b B

1 1 (B + b)h B + b
Área Trapézio = Área Paralelogramo = (B + b) × h = = h
2 2 2 2
b
2
h h
1

Bh bh (B + b)h
Área Trapézio = Área ∆1 + Área ∆ 2 = + =
2 2 2

h h
b×h

B B−b

(B− b)h 2bh+ Bh- bh Bh + bh


ÁreaTrapézio = Árearetângulo+ Área∆ = bh + = =
2 2 2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 89

37.8.- Cálculo de Área do Círculo, do Setor Circular e do Segmento Circular

[6] Círculo e Coroa Circular: Setor Circular Segmento Circular

r R r
a=r
O α
α
O r
r b=r

 Área do Círculo = πr2 Área da Coroa Circular = πR2 − πr2 = π( R2 − r2)


 Área do Setor Circular (deve ser calculada através de uma regra de três):
π rad) corresponde a π r2 então α o (ou α rad) corresponderá à Asetor circular
Se 360o (ou 2π
 Área do Segmento Circular:
ab senα r 2 senα
ASegmento Circular = Asetor circular − A∆ = Asetor circular − = Asetor circular −
2 2

38.- Razão entre as Áreas de Triângulos baseada na Razão de Semelhança


Triângulos semelhantes de razão de semelhança K,
possuem áreas proporcionais a K2, veja:
9 12
6 8 3 4

5
10 15
Triângulo 1: ∆1
Triângulo 2: ∆2 Área ∆1 = 6 unidades de área Triângulo 3: ∆3
Área ∆2= 24 unidades de área Este é o triângulo básico Área ∆3 = 54 unidades de área
É equivalente a 4 dos triângulos É equivalente a 9 dos triângulos
básicos (triângulo 1) básicos (triângulo 1)

Razão
de semelhança entre as áreas dos triângulos
1
do ∆1 para o ∆2: K1,2 = A ∆1 1
2 =
A ∆2 4
1 A ∆1 1
do ∆1 para o ∆3: K1,3 = =
3
A ∆3 9
2 A ∆2 4
do ∆2 para o ∆2: K2,3 = =
3
A ∆3 9
90

Capítulo 6

Formulário de Geometria Espacial

Este é o terceiro e último dos quatro formulários de Geometria Euclidiana a serem analisados
neste curso. Ele é um formulário sobre geometria espacial que completa os demais formulários. Os
assuntos aqui abordados, que se iniciam com o estudo dos sólidos geométricos notáveis e o cálculo de
suas superfícies e áreas, se refere à 2ª série do Ensino Médio.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 91

GEOMETRIA EUCLIDIANA ESPACIAL


1.- Cálculo do Volume de Sólidos Geométricos Notáveis

• Os sólidos geométricos podem ser divididos, quanto à forma de cálculo dos seus
volumes, em três grandes famílias, a saber: (1a família) a dos prismas e cilindros; (2a
família) a das pirâmides e cones; (3a família) a família das esferas.
Prismas com diversos tipos de base Cilindro
1a Família de sólidos

triangular quadrada retangular hexagonal

Fórmula para obtenção do Volume: V = Área da Base × Altura = B × H

Pirâmides com diversos tipos de base Cone


2a Família de sólidos

triangular quadrada retangular hexagonal

V = 1 BH
Fórmula para obtenção do Volume: 3

4
V = π R3
de sólidos

Volume:
3a Família

3
Esferas: O
R Área da Superfície Esférica:

A = 4π R 2

• Sólidos Geométricos Regulares: Um sólido geométrico é regular quando, e somente


quando, todas as faces do mesmo são polígonos regulares (um polígono equiângulo e
equilátero).
• Observação: Deve-se estudar aqui, comparativamente, as fórmulas para o cálculo do
volume do hemisfério e a área, tanto da calota hemisférica, como do próprio hemisfério.
92

2.- Sólidos Geométricos Retos e Oblíquos


Princípio de Cavalieri ( princípio das cartas de baralho)

 Um maço de cartas de baralho conseva o volume original, mesmo que as cartas não estejam exatamente
sobrepostas, ou seja, mesmo quando elas estão empilhadas diagonalmente ou de forma oblíqua.

 Os sólidos geométricos mostrados no item número 1 do presente formulário ( item anterior a este) , são todos
retos, com exceção, é claro, da esfera, enquanto os seguintes sólidos são oblíquos

Pirâmide Oblíqua Cilindro Oblíquo Cone Oblíquo

 Para calcular o volume destes sólidos oblíquos, segundo o Princípio de Cavalieri, vai-se utilizar as
mesmas fórmulas utilizadas para se calcular o volume dos sólidos geométricos retos.

2.1.- Problema de Aplicação - Muito Importante – Resolver com cuidado!


[PROBLEMA 1] Considere o cubo cuja medida das arestas é “a” (vide figura abaixo),
completando a seguinte tabela com aquilo que está sendo pedido:
diagonal da face
a) a quantidade de arestas do cubo
b) a quantidade de faces do cubo
c) a quantidade de vértices do cubo

a d) a área da face ou da base do cubo AF =


e) a área da superfície lateral do cubo AL =
f) a área da superfície total do cubo AT =
a g) o volume do cubo Vcubo=
a h) a medida da diagonal de uma face ou da base dface =
diagonal do cubo i) a medida da diagonal do cubo dcubo =

Nota: Os prismas de base retangular são também chamados hexaedros – tem seis faces
quadrangulares, mas somente o cubo é um hexaedro regular.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 93

2.2.- Problema de Aplicação - Muito Importante – Resolver com cuidado!

[PROBLEMA 2] Considere o
a) a área da base do prisma B=
prisma retro de base
retangular (um prisma reto- b) a área da superfície lateral do prisma AL =
retângulo) cujas medidas das c) a área da superfície total do prisma AT =AL+2.B=
arestas da base são
respectivamente 3cm e 4cm e
d) o volume do prisma Vprisma = B.H=
a medida da altura é 5cm , e) a medida da diagonal base do prisma dbase =
complete seguinte tabela:
f) a medida da diagonal do prisma dprisma =
Cálculos:

5 cm 5 cm
Face Face
Frontal Lateral

3 cm 4 cm 3 cm

4 cm

Decomposição do sólido
Base 3 cm em figuras planas

 O sólido geométrico acima apresentado é um paralelepípedo assim como, são paralelepípedos, o


prisma de base quadrada e o prisma de base retangular, sejam eles oblíquos ou retos.
 O sólido geométrico acima apresentado é um prisma reto-retângulo porquê a sua base é um
retângulo e além disto ele é um prisma reto. No entanto,osprismas retos com base triangular,
pentagonal ou hexagonal, por exemplo, podem ser classificados como prismas retos, mas nunca
como prismas retos-retângulo, por não terem a base retangular.

2.3.- Problema Teórico Importante ( Confira as Respostas)

[ PROBLEMA 3 ] Confira os dados da seguinte tabela baseando-se no prisma reto-retângulo abaixo:

a) Área da Base B=a×b


b) Área Lateral AL = 2ac + 2bc
d c) Área Total AT = 2ac + 2ab +2bc= 2(ab+bc+ac)
c d) Volume V = BH = (a × b) × c = abc
e) Diagonal da base dB = a 2 + b 2
a
b f) Diagonal do Prisma dprisma = a 2 + b 2 + c 2
94

4.- Apótemas de Polígonos Regulares e Apótema da Pirâmide

 O apótema de uma figura geométrica plana regular é  A pirâmide tem dois apótemas: o
o segmento que une o centro da figura ao ponto médio apótema da base e o apótema da
de cada um dos lados ( lado = l ) daquela figura. pirâmide. O conceio de apótema da
pirâmide difere do conceito de
apótema da figura geométrica plana
regular. Veja na figura abaixo :
h ∆equilátero l 3
= 2 =l 3
a3 =
a3
3 3 6
Altura da Pirâmide

l
a4 =
2
a4

R é o raio da circunferência
circunscrita ao hexágono
∆OAB é equilátero ⇒ l = R
O
l 3 R 3 Apótema da Pirâmide
a6 = h ∆equilátero = =
a6 2 2
Apótema da base
A B

5.- Problema de Aplicação - Muito Importante – Resolver com cuidado!


[Problema 4]:
Considere o V
tetraedro regular Radiografia do Triângulo
a seguir, cuja interno à pirâmide
medida das V
arestas é “a”,
completando a
seguinte tabela A C V
com aquilo que
está sendo H
M
pedido: a a

A B H M

B M C
a a a

B C
M
a
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 95

Respostas do Problema [4]:

a) a quantidade de arestas do tetraedro


b) a quantidade de faces do tetraedro
c) a quantidade de vértices do tetraedro
d) a área da face ou da base do tetraedro regular AF =
e) a área da superfície lateral do tetraedro regular AL =
f) a área da superfície total do tetraedro regular AT =
g) a medida do apótema da base do tetraedro regular Apótemabase =
h) a medida do apótema do tetraedro regular Apótematetraedro =
i) a altura do tetraedro regular H=
j) o volume do tetraedro regular Vtetraedro =

6.- Cilindro de revolução e Cone de revolução

O cilindro e o cone são denominados, às vezes, sólidos de revolução pois são sólidos
geométricos que podem ser gerados respectivamente pela rotação de um retângulo em torno
de um eixo ou pela rotação de um triângulo retângulo em torno de um dos seus catetos
2 2
g = R +H

g=H H g

R R
 Observe nas figuras acima que: g é a geratriz dos sólidos. No caso do cilindro uma aresta está
sobre o eixo de rotação enquanto a outra aresta, a ela paralela, é a geratriz.
 geratriz = segmento de reta que irá “desenhar” (gerar) a superfície do sólido.
No cone, a geratriz é a hipotenusa do triângulo retângulo.

6.1- Cilindro – Cálculo de áreas e Volume

Área da Base: B= πR2


Superfície Lateral
g=H A Lateral = 2πRH = 2πRg
do cilindro
A Total = 2πRg + 2πR 2 = 2πRH + 2πR 2

πR V = πR 2 H = πR 2 g
Área da Base: B= πR2
96

6.2- Cone – Cálculo de áreas e Volume

Vamos ter que deduzir a fórmula da área lateral do cone:

A Superfície
Lateral do cone é

πR
constituída por
g
θ um setor circular
g de ângulo θ θ

1 πR 2 H
V = BH =
R 3 3


πR
2πR 360 o R
θ= ≡
Comprimento
g g
Raio do Área do Setor
do arco de
Círculo Circular
circunferência

g 2 2πR × πg 2

πg πg A Lateral = = πRg
2πg
R 2π
πR ALateral

7.- Secções do cilindro e do cone

Há basicamente três tipos de seção conseguidas quando um plano intecepta um cone ou um cilindro retos:

[1] Seção meridiana – contém o eixo de rotação da figura.


[2] Secção transversal – quando feita por um plano paralelo à base do sólido.
[3] Secção não meridiana – quando feita por um plano perpendicular à base do sólido fora do eixo de rotação.

Secção meridiana Secção não meridiana Secção Transversal

Notas Importantes:
 Quando a secção meridiana de um cilindro resultar num quadrado e a de um cone resultar
num triângulo equilátero, eles serão chamados respectivamente cilindro equilátero e cone equilátero.
 Para alguns autores, as secções paralelas à base do cilindro e do cone é que devem ser consideradas
como uma secção transversal daqueles sólidos.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 97

8.- Troncos

Volume do tronco de cilindro:


H1 H1
H2
H1 + H 2
V = Área da B ×
2

H2 Volume do tronco de cone ou de pirâmide


H1
V = Área da B × H 2 − Área da b × H1
B = base maior b = base menor

9.- Esfera

Área da Superfície Esférica:

O
R R

Hemisfério:
Esfera:
Secções da esfera: 2
4 V= π R3
V = π R3 Secção qualquer:
3
3 Círculo qualquer
Secção meridiana: Hemi-calota esférica
A = 4π R 2
Círculo máximo, sendo que A = 2π R 2
a circunferência é um meridiano

A área de um fuso esférico é obtido por regra de três:


o ângulo α está para 360o (ou para 2π radianos) assim como
a área do fuso ( A fuso ) está para a área da superfície esférica ( 4πR2 )
O
α

O
O volume de uma cunha esférica é obtido por regra de três: α
o ângulo α está para 360o (ou para 2π radianos) assim como
4
o volume da cunha esférica ( Vcunha ) está para o volume da esfera ( πR 3 )
3

 Observação Importante: Conversão de Medida de Volume em Medida de Capacidade

1 dm=10 cm
1 dm = 10 cm 1l = 1dm × 1dm × 1dm = 1dm 3
1 litro
ou ainda:
1 dm = 10 cm 1l = 10m × 10cm × 10cm = 1000cm 3
98

10.- Inscrição e Circunscrição de Sólidos

Esfera inscrita num cubo Cubo inscrito numa Esfera

d=a 2 dretângulo = a 3
dretângulo = 2Resfera

a a
R=½ a

H Secção meridiana 
g
g
∆ AMB ~ ∆ ATO H
de onde:
R R T
R H−R
=
r g O
r

Esfera inscrita num cone


C B
M r
Esfera inscrita num
TETRAEDRO REGULAR
Tente utilizar a figura ao lado e a
intersecção sugerida em linhas
H r tracejadas bem grossas. Note que a
secção inclui uma das arestas do
tetraedro.
a 6
Altura do tetraedro = H =
3
R R = H/2 a 6
Ou Raio da esfera inscrita = r =
R=r 12
a 6
Esfera inscrita num cilindro Raio da esfera circuscrinscrita = R =
4

 A seguir serão estudados os ângulos diedros e triedros visando


aprofundar o estudo sobre as propriedades dos poliedros.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 99

11.- Diedros

• Um diedro é um conjunto, de infinitos pontos do espaço,


delimitado por dois planos que se interceptam.
• Se o diedro for inteceptado por um plano a secção determinará um ângulo plano

r
Na figura ao lado:

• Os planos α e β são as faces do diedro.


γ
α β • A reta r é a areasta do diedro.
θ • A intersecção do plano γ com o diedro
determinado pelos ângulos α e β , irá
determinar um ângulo plano: o ângulo θ .

11.1.- Medida de um Diedro

As secções de um diedro podem ser


[1] reta ou normal – o plano que secciona o diedro é perpendicular à aresta do diedro.
[2] qualquer – o plano que secciona o diedro é oblíquo à aresta do diedro.

r
r
γ’

α β γ γ
α β
θ θ’

A medida do diedro é dada pela medida do ângulo plano de sua seccção reta:
Se θ = 90o o diedro é reto; se θ < 90o o diedro é agudo e se θ > 90o o diedro é obtuso

11.2.- Plano Bissetor de um Diedro

θ’

θ • Um plano será um plano bissetor de um diedro


quando, e somente quando, passando pela aresta do
diedro, o dividir em dois diedros de mesma medida.

med(θ
θ) = med (θ
θ’)
100

11.3.- Triedros

• A figura ao lado mostra três semi-retas de mesma origem V,


V não coplanares. Cada uma das semi-retas são as arestas de um
triedro, enquanto estas semi-retas, duas a duas, determinam
planos. A região do espaço delimitada por estes três planos se
denomina triedro.
C A • triângulo ABC é uma secção do triedro.
• Os ângulos ∠AVB, ∠CVB, ∠AVC são os ângulos das faces do
B triedro.
• Um triedro possui três diedros.

12.- Poliedros

Os poliedros podem ser classificados como convexos ou côncavos.


O sólido geométrico limitado por n polígonos convexos, n ≥ 4, tais que:
[1] dois dele nunca estarão no mesmo plano;
[2] cada lado de cada um destes polígonos é comum a dois polígonos no máximo;
[3] o plano de cada polígono deixa os demais polígonos num mesmo sim-espaço,
é denominado Poliedro Convexo. A reunião destes polígonos (as faces) é denominada
superfície do poliedro.

Poliedro Convexo Poliedro Côncavo

12.1.- Teorema de Eüler

Sendo V o número de vértices, A o número de arestas e F o número de faces de um poliedro


convexo, sempre valerá a relação:V + F = A + 2
Exemplos:

F=6 F=4 F=8


V=8 V=4 V = 12
A = 12 A=6 A = 18

Observar que: Se retirarmos de um poliedro convexo uma de suas faces ( por exemplo uma
“tampa”) obteremos um poliedro aberto onde V + F = A + 1. Verifique.

Teorema: A soma S das medidas dos ângulos das faces de um poliedro convexo que possui V
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 101

vértices é dada por S = (V – 2) µ 360º .

12.2.- Poliedro de Platão

Definição: Chama-se poliedro de Platão aos poliedros tais que todas as suas faces têm o mesmo
número de de arestas, todos os ângulos poliédricos possuem o mesmo úmeros de arestas e para eles
valem o Teorema de Eüler.

Exemplos e Contra-exemplos:
(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Os poliedros (1), (2) e (3) são poliedros de Platão, já os poliedros (4), (5) e (6) não são.

Teorema: Há cinco e somente cinco poliedros de Platão.

12.3.- Poliedros Regulares

Um poliedro convexo é regular quando, e somente quando:


[1] suas faces são polígonos regulares e congruentes entre si;
[2] seus ângulos poliédricos são todos congruentes.

 Notar: Um Poliedro Regular é um Poliedro de Platão, mas nem todo Poliedro de Platão
precisa ser um Poliedro Regular.

12.4.- Poliedros Regulares

Os poliedros regulares são cinco:


Tetraedro Hexaedro Octaedro Dodecaedro Icosaedro
102

Nome Tipo da F F V A AV Ang(V) SAng(F)


Tetraedro triângulos 4 4 6 3 180o 720º
Hexaedro quadrados 6 8 12 3 270o 2160º
Octaedro triângulos 8 6 12 4 240o 1440º
Dodecaedro pentágonos 12 20 30 3 216 o
6480º
Icosaedro triângulos 20 12 30 5 300 o
3600º
Legenda:
Tipo da F – tipo do polígono regular das faces; F – quantidade de faces; V – quantidade de Vértices;
A – quantidade de arestas; AV – Arestas que convergem para cada vértice; Ang(V) – medida do
ângulo poliédrico formado em cada vértice; SAng(F) – Soma dos ângulos de todas as faces;

12.5.- Planificação dos Poliedros Regulares

Tetraedro Hexaedro

Octaedro Dodecaedro

Icosaedro
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 103

12.6.- Poliedros Regulares - Valor do Ângulo do Vértice e Propriedades Notáveis

Tetraedro regular
faces: triângulos equiláteros
ângulos triédricos: medindo 180o

Planificação do sólido

Hexaedro ou Cubo de aresta “a”


Faces: quadrados
Ângulos triédricos: medindo 360o

Planificação do Sólido

E
Octaedro Regular de aresta “a”
Faces: Triângulos equiláteros
Ângulos poliédricos: medindo 240o
A
D
B Planificação do Sólido
C

A secção AECF é um A secção BEDF é um A secção ABBC é um


quadrado de lado a quadrado de lado a quadrado de lado a

Dodecaedro Regular de aresta “a”


Faces: Pentágonos equiláteros
Ângulos triédricos: medindo 216 o

Planificação do Sólido
104

Icosaedro Regular de aresta “a”


Faces: Triângulos equiláteros
Ângulos poliédricos: medindo 300o

Planificação do Sólido

12.7.- Poliedros Regulares – Alguns Exercícios

12.7.1.- Planificações Possíveis

Há muitas formas de se apresentar as planificações dos poliedros de Platão.


Um bom exercício é verificar quantas possíveis planificações distintas, a menos de
simetrias, podem ser obtidas para cada um destes sólidos geométricos.
As planificações mais comuns são as seguintes, mas existem muitas outras
possibilidades:

[1] Quantas planificações possíveis distintas há para o tetraedro.


[2] Tente verificar quantas planificações distintas possíveis há para o prisma reto de
base triangular.
[3] Só para estimular o seu pensamento: sabe-se que há 11 possíveis formas de
planificar um Hexaedro, sem levar em conta as simetrias possíveis. Procure encontrar
algumas delas.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 105

 Respostas: São três as possíveis planificações do tetraedro; 9 as possíveis planificações do prisma reto regular de
base triangular e 11 as possíveis planificações do Hexaedro.

12.7.2.- Planificações utilizando papéis especiais

Sombrear nestes papéis especiais (Papéis-Tecelagem) as possíveis


planificações dos poliedros de Regulares:
106

Geometria
Euclidiana
Plana e
Espacial

Curso de Graduação de Licenciatura em Matemática

Unesp – Guaratinguetá
Guaratinguetá - 2005
Prof. Dr. Aury de Sá Leite

Parte II
Conteúdo:
Estudo comparado de Geometria Euclidiana Plana e Espacial
Axiomática
Esta é a segunda parte do curso de Geometria Euclidiana Plana e Espacial, denominada
Estudo Comparado de Geometria Euclidiana Plana e Espacial Axiomática, onde serão estudados de
forma comparativa os distintos e interessantes conjuntos de axiomas propostos por vários autores:
Hilbert, Pogorelov, Birkhoff, Tarski e Paul Bernays, além do conveniente conjunto de axiomas
formulado e proposto pelo SMSG – School Mathematic Study Group, que é no qual nos proporemos
finalmente fixar, com vistas às provas de nossos Teoremas tanto da Geometria Euclidiana Plana como
da Geometria Euclidiana Espacial Posicional e Métrica.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 107

Capítulo 7

Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas


7.1. Conceitos-Chave - Quadro Sinóptico

Neste Apêndice são apresentados, de forma bastante organizada, os conceitos-chave que irão
facilitar ao leitor a compreensão dos conteúdos a serem abordados nos demais capítulos. O quadro
sinóptico a seguir poderá dar uma idéia da abrangência, bem como da organização, tentadas pelo autor.
Apesar de nos parecer que a leitura e compreensão de todo o texto a seguir possam realmente
ampliar em muito a compreensão do leitor sobre o que sejam as Teorias Axiomáticas e as Provas de
Teoremas, o assunto não se esgota somente nisto, sendo que muito mais poderá ser encontrado pelo
pelos mais interessados, seja em artigos científicos, seja livros textos ou seja na Internet.
A numeração associada a cada um dos conceitos constantes do índice que servirá ainda como
um quadro sinóptico dos assuntos tratados a seguir, é a mesma que lhes é atribuída no texto que o
segue neste capítulo, visando facilitar consultas focadas especificamente em determinados conceitos.

7.2.- Quadro Sinóptico

Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas


1.- Linguagem Natural
2.- A Crise dos Fundamentos da Matemática
2.1.- Logicismo
2.2.- Intuicionismo
2.3.- Formalismo
2.4.- Teoremas de Gödel
3.- Lógica Matemática
4.- Linguagens Artificiais: as Formais e as Simbólicas
5.- Teorias
6.- Teorias Axiomáticas
6.1.-A Axiomatização da Aritmética - Giuseppe Peano
7.- Gramática de uma Linguagem
8.- Conceitos Não-definidos - Entes Primitivos
9.- Conceitos Definidos e Definições
10.- Axiomas
11.- Regras de Inferência
12.- Teoremas
12.1.- Teorema Recíproco
13.- Lemas
14.- Corolários
15.- Conjecturas
15.1.- Exemplos de Conjectura
108

16.- Princípios e Leis


17.- Métodos de Prova
17.1.- Métodos Diretos de Prova
17.1.1.- Prova sem o uso de palavras
17.1.2.- Prova por Dissecção (Dissecação)
17.1.3.- Método Hipotético-Dedutivo – Modus Ponens
17.1.4.- Método Hipotético-Dedutivo – Prova por Contraposição
17.2.- Método Indireto de Prova
17.2.1.- Prova por Redução ao Absurdo
17.3.- O que significam C.Q.D. ou Q.E.D.
17.4.- O que significa “Supor, sem perda de generalidade.”
18.- Indução Matemática
Princípio de Indução Matemática – Versão 1:
Princípio de Indução Matemática – Versão 2:
Princípio de Indução Matemática – Versão 3:
Contra-Exemplo
Exemplos
19.- Bibliografia

1.- Linguagem Natural


• A linguagem é um sistema de signos que pode servir de meio de comunicação e que pode servir,
também, de ferramenta básica para o pensamento.
• Um idioma é a língua falada por uma nação ou por um povo. Os idiomas são considerados
linguagens naturais. As linguagens naturais são aquelas que surgem e se desenvolvem a partir de
capacidades naturais de certas espécies, como as línguas humanas e as linguagens de alguns
animais.
• Ao lado das linguagens naturais o homem vem criando as linguagens denominadas formais que são
linguagens artificiais (ou abstratas). Podemos citar, como exemplo iniciais, as “linguagens”
utilizadas na Teoria dos Conjuntos, na Álgebra, na Geometria, na Química, na Física, na
Semiótica.

2.- A Crise dos Fundamentos da Matemática


• No final do século XIX e início do Século XX os matemáticos passaram a perceber que a
Matemática se apresentava com muitos problemas com relação à sua fundamentação teórica. A
denominada crise dos fundamentos se propagará por toda a matemática e irá exigir um
posicionamento crítico profundo e um maior profissionalismo por parte dos matemáticos, fará
surgir novas academias e sociedades matemáticas, e fará surgir uma série de jornais dedicados a
esta ciência. Neste período se defrontam três grandes correntes do pensamento que “tentaram” dar
à matemática uma sólida fundamentação: o Logicismo, o Intuicionismo e o Formalismo (vide a
seguir). Apesar dos resultados teóricos notáveis conseguidos por estas correntes do Pensamento
Filosófico Matemático, a crise dos fundamentos não pode ser resolvida. “O que se verificou é que
o estabelecimento preciso destes fundamentos não impede o avanço das modernas pesquisas em
Matemática, apesar de ainda haver alguns entre nós (matemáticos) que anseia por isto (o
estabelecimento de sólida fundamentação para a Matemática)” [Snapper 1979].
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 109

2.1.- Logicismo
Logicismo: teoria segundo a qual a matemática seria uma parte da lógica, pois os seus teoremas
poderiam ser derivados de conjuntos de axiomas puramente lógicos. Esta é uma concepção
desenvolvida a partir de 1884 por Gottlob Frege (1848-1925) matemático e filósofo alemão, que
retomada alguns anos mais tarde, por Bertrand Russell (1872-1970) e Alfred North Whitehead
(1861-1947), resultou na publicação em 1910 da obra “Principia Mathematica” que pretendia
deduzir as relações matemáticas das relações lógicas.
• A dificuldade da logicização completa da matemática foi pressentida já nos “Principia
Mathematica” (1925) monumental obra de Whitehead e Russell, nos quais foram requeridas mais
cem de páginas de símbolos, antes de se iniciar a mais simples das deduções. Os alicerces deste
programa acabaram por afundar em 1931 quando Gödel provou, aquele que atualmente é
conhecido como o Teorema da Incompletude de Gödel. Este teorema mostrou que a meta de
permear e integrar matemática e lógica como uma única ciência era impossível.

2.2.- Intuicionismo
Intuicionismo: concepção da filosofia da matemática, apresentada em 1908 por L. E. J. Brouwer
(1881-1966), que vincula a existência de uma entidade matemática qualquer à possibilidade de
sua gênese pela intuição humana, ou seja, teoria que afirma serem as entidades da Lógica
Matemática livres criações do pensamento, independendo de origens empíricas, e sustentadas pela
clareza que lhes confere seu caráter intuitivo.
• A formulação (intuicionista) da Teoria dos Conjuntos de Cantor deu ensejo a Bertrand Russel e
outros matemáticos logicistas a encontrarem nesta formulação uma série de paradoxos
(contradições) tidos por eles como erros e não como imperfeições ou impossibilidades matemáticas
locais, que segundo os intuicionistas apenas comprovavam que a matemática clássica estaria
necessitando de uma reformulação rigorosa a partir dos fundamentos.
• Somente para citar um exemplo deste tipo de reformulação dos princípios pretendida pelos
intuicionistas, dever-se-ia considerar que: o número zero não seria o primeiro número
“natural”, mas sim, o número um, pois isto estaria mais próximo da intuição humana.

2.3.- Formalismo
Formalismo: Concepção fundamental da lógica matemática, desenvolvida principalmente a partir
dos trabalhos de David Hilbert (1862-1943), matemático alemão, que assegura a coerência dos
sistemas pelo uso da linguagem simbólica e do método axiomático.
• É, praticamente, com David Hilbert que se inicia a tentativa de formalizar a matemática, ou seja,
inicia-se um movimento em que se acreditava poder formular completamente a matemática e, de
tal maneira consistente, que se poderiam ser apresentadas formalmente quaisquer proposições
matemáticas e, que estas, poderiam ser provadas usando-se um pequeno número de símbolos com
significados bem definidos. A axiomatização é o primeiro passo da formalização, sendo que a este
primeiro passo devem seguir formas de se provar que a matemática assim criada é livre de
contradições. Em 1931 Gödel mostrou que a formalização não pode ser considerada como uma
técnica por meio da qual se possa obter uma matemática livre de contradições.

2.4.- Teoremas de Gödel


• Informalmente, o teorema da Incompletude de Gödel estabelece que toda formulação axiomática
consistente da teoria dos números inclui obrigatoriamente proposições indecidíveis. Este é o
Primeiro Teorema da Incompletude de Gödel e responde, de forma negativa, um problema
110

proposto por Hilbert: se a matemática é “completa”, ou seja, verificar se todas as proposições da


Teoria dos Números poderiam ser provadas ou refutadas.
• O Segundo Teorema da Incompletude de Gödel estabelece que a Teoria dos Números é
consistente, mas que isto não poderia ser provado utilizando-se os métodos da Lógica de
Predicados (A Lógica de Primeira Ordem), ou colocado de forma mais ampla: para se provar que
um qualquer sistema formal é consistente, usando recursos deste mesmo sistema, só será possível
se este sistema for inconsistente. Por exemplo, Gerhard Gentzen mostrou que a consistência e a
completude da aritmética podem ser provadas, se o Princípio de Indução Transfinita for utilizado.
No entanto, esta abordagem não permite provar a consistência de toda a matemática.

3.- Lógica Matemática


• Pode-se entender por Lógica o estudo formal dos métodos, estrutura e validade das deduções e
provas matemáticas.
• As pessoas, geralmente entendem por Lógica Matemática a Lógica de Primeira Ordem (a Lógica
de Predicados), um conjunto formal de regras destinadas à formação de sentenças (sentenças
matemáticas e/ou lógicas) usando os seguintes símbolos: (i) os conectivos, a saber: ¬ (negação), ⇒
(implicação), ⇔ (equivalência), ∧ (conjunção) e ∨ (disjunção), (ii) juntamente com os
quantificadores: ∀ (universal) e ∃ (existencial).
• Uma forma de lógica bastante simples é a Lógica Proposicional quando estudada através das
tabelas verdade (V ou F) e a Lógica Boolena (1 ou 0). Uma generalização deste tipo de lógica se dá
a partir da adoção de valores lógicos como verdadeiro, falso e indecidível (respectivamente
adotados como sendo: 1, 0 e ½) a Lógica Tri-valorada. Um exemplo de lógica muito mais
avançada seria a denominada Lógica Fuzzy (Lógica Nebulosa) que trata a verdade como uma
quantidade contínua entre 0 e 1, considerando regiões onde nada se pode decidir com certeza, as
regiões “fuzzy”.
• Pensada de forma mais abrangente, uma Lógica é qualquer conjunto de regras de formação
sentenças (a sintaxe da lógica) junto com regras para a atribuição de valores-verdade a estas
sentenças (a semântica da lógica).
• Uma Lógica, normalmente inclui: (i) um conjunto de tipos (também chamados classes), que pode
ser até mesmo vazio, que representam os tipos diferentes de objetos que a teoria discute, como por
exemplo, conjuntos, números ou conjuntos numéricos, (ii) um conjunto de símbolos, ou seja, as
variáveis, os conectivos e os quantificadores.

4.- Linguagens Artificiais: as Formais e as Simbólicas


• As linguagens artificiais podem ser classificadas como Formais ou Simbólicas. Normalmente, as
linguagens formais se destinam ao estudo ou estabelecimento de Teorias Hipotético-dedutivas ou
de Teorias Axiomáticas. Note-se que, enquanto um sistema hipotético-dedutivo pode ser
axiomático ou não-axiomático, as Linguagens Simbólicas podem ser aquelas, apenas e tão
somente, destinadas às comunicações sociais, como por exemplo, a linguagens simbólicas dos
surdos mudos ou a linguagem das propagandas na mídia.

5.- Teorias
• Teoria - conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou fundamentada
em postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a
ordenação, a classificação minuciosa e, eventualmente, a transformação dos fatos e das realidades
da natureza (Dicionário Houaiss).
• Teoria - conjunto de conhecimentos não ingênuos que apresentam graus diversos de sistematização
e credibilidade, e que se propõem explicar, elucidar, interpretar ou unificar um dado domínio de
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 111

fenômenos ou de acontecimentos que se oferecem à atividade prática (Enciclopédia Encarta


Digital).
• Não se deve confundir uma teoria com o sistema ou a forma de sistematização que se escolheu para
veiculá-la.

6.- Teorias Axiomáticas


• Uma Teoria é denominada Teoria Axiomática se possui um conjunto de axiomas (verdades aceitas
a priori) dos quais podem ser derivadas outras verdades nesta Teoria e que formam juntamente
com as definições um conjunto de verdades derivadas ou estabelecidas (axiomas, verdades
derivadas dos axiomas e definições) que são utilizadas para provar os teoremas desta Teoria.
• Uma teoria axiomática (como uma das geometrias) é completa se cada sentença gramaticalmente
(semanticamente e sintaticamente) bem-formada da teoria é capaz de ser provada como sendo
verdadeira ou falsa.
• A ausência de contradição, isto é, a impossibilidade de provar que uma proposição e sua negação
são ambas verdadeiras, em um Sistema Axiomático, é conhecida como consistência.
• Uma Teoria não pode ser confundida com o método escolhido para expô-la. Um sistema
axiomático é uma estrutura formal que visa permitir a sistematização lógica das teorias em geral,
enquanto uma teoria é um conjunto conexo de conhecimentos, sistematicamente fundamentados
em observações empíricas e/ou fundamentada em postulados racionais voltados para a formulação
de leis e categorias gerais.

6.1.-A Axiomatização da Aritmética - Giuseppe Peano


• Desde a antiguidade e entre os mais diversos povos, os números naturais são por excelência os
números destinados à contagem. Historicamente o número zero, o “nada” apareceu muito depois, e
o seu numeral − um círculo sem nada dentro −,deveria ter representado um continente sem nenhum
conteúdo, nenhum elemento em seu interior – como um cercado em um campo, mas sem animais,
ou uma cesta, sem nenhum pão, por exemplo. No entanto, como entidade matemática, o conjunto
dos números naturais precisava ser formalizado e, assim foi que, Giuseppe Peano (Itália -
1858/1932) elaborou a Teoria Axiomática dos Números Naturais − e em 1889 Peano publicou um
pequeno livro em latim intitulado “Arithmetices Principia Nova Methodo Exposita” [Kennedy
1975]. Neste texto, Peano menciona os estudos feitos por Boole, Schröder, Peirce, Jevons e
MacColl, no campo da lógica e menciona os trabalhos de Dedekind publicado em 1888,
reconhecidamente a primeira axiomatização da aritmética. No prefácio de seu livro, Peano introduz
a notação lógica que irá utilizar no texto.
• A seguir serão mostradas as idéias de Peano neste primeiro trabalho [Peano 1958, pág 85], em que
o conjunto dos números naturais tem para primeiro elemento a “unidade”, conceito que será
modificado, mais tarde, em 1898 [Peano 1959, pág 216] fazendo com que o zero passasse a ser
considerado como o menor dos elementos do conjunto dos números naturais.

O símbolo N significa “número”.


O símbolo 1 significa “unidade”.
O símbolo a + 1 significa o sucessor de a, ou: a mais 1.
O símbolo = significa “é igual a”
e em seguida enuncia os seus axiomas:

1. 1 ∈ N.
112

2. Se a ∈ N, a = a.

3. Se a, b ∈ N, a = b se, e somente se, b = a.

4. Se a, b, c ∈ N, a = b, b = c implica a = c.

5. Se a = b e b ∈ N, a ∈ N.

6. Se a ∈ N, então a + 1 ∈ N.

7. Se a, b ∈ N, a = b se, e somente se, a + 1 = b + 1.

8. Se a ∈ N, a + 1 ≠ 1.

9. Se K é uma classe, 1 ∈ K, e se para x ∈ N e x ∈ K implicar que


x + 1 ∈ K, então N ⊆ K.
Os axiomas são seguidos das seguintes definições: 2 = 1 + 1, 3 = 2 + 1, ..., e alguns teoremas,
como por exemplo: 2 ∈ N, 3 ∈ N etc. Ainda, como definição, ocorre a seguinte:

Se a, b ∈ N, a + (b + 1) = (a +b) + 1.

Cujo significado é: “se a e b são números então: a + (b +1) significa que (a + b) + 1 é o


sucessor de a + b”. Veja que isto permite escrever para qualquer a ∈ N, que:
a + 2 = (a + 1) + 1; a + 3 = (a + 2) + 1 = ( (a + 1) + 1) + 1 e assim por diante.
Entre os teoremas enunciados e provados por Peano estão os seguintes:

1. Se a, b ∈ N, a + b ∈ N.

2. Se a, b, c ∈ N, a = b se, e somente se, a + c = b + c.

3. Se a, b, c ∈ N, a + (b + c) = (a + b) + c.

4. Se a ∈ N, 1 + a = a + 1.

5. Se a, b ∈ N, a + b = b + a.

Peano define a multiplicação da seguinte forma:

1. a ∈ N, a × 1 = a

2. a, b ∈ N, a × (b + 1) = (a × b) + 1
• As idéias apresentadas no livro “Arithmetices Principia Nova Methodo Exposita”, conhecido
como: “Princípios de Aritmética”, modernamente são apresentados de formas diversas por
diferentes autores. Adotaremos aqui uma formulação que nos parece bastante apropriada ao nível
deste texto e do trabalho a ser aqui desenvolido e que envolvem os seguintes conceitos e axiomas:
(1) o número zero − cujo símbolo será adotado como 0;
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 113

(2) a unidade − cujo símbolo será adotado como sendo 1;


(3) o conceito de variável numérica ou número − usando-se para representá-los as
letras: m, n e p;
(4) o conceito de igualdade, cujo símbolo será “=”;
(5) o conceito de adição;
(6) o conceito de “sucessivo de” ou “sucessor de”− simbolicamente expresso como:
Suc(n) = n + 1;
(7) o conceito de conjunto e o de pertinência de elemento a conjunto;
(8) cinco axiomas (afirmações básicas, tomadas como verdadeiras):
os Axiomas de Peano de açodo com a nossa formulação:
1o) O zero é um número natural

2o) Todo número natural n tem um único sucessor: Suc(n) = n + 1

3o) Se Suc(m) = Suc(p) então m = p

4o) Para todo número natural n, Suc(n) ≠ 0

5o) Se M é um subconjunto de N (conjunto dos números naturais), tal que


se 0 ∈M e Suc(p)∈M sempre que p∈M, então M = N.
• Desta forma, fica estabelecido de maneira única, sem que possa haver ambigüidades ou
contradições, o que seja o conjunto dos números naturais: N = {0, 1, 1+1, 1+1+1, 1+1+1+1, ......, n,
Suc(n), Suc(n) + 1, ...} que, na medida em que venhamos a reconhecer a correspondência entre os
numerais hindu-arábicos e estas adições, como por exemplo: 1 + 1 = 2 , 1 + 1 + 1 = 3; 1 + 1+ 1 + 1
= 4 e assim por diante, poderá ser reescrito como: N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 10, 11, ...}.
• Nota Importante: A partir dos Axiomas de Peano normalmente, se pode propor “uma”
Aritmética, onde alguns outros novos axiomas associados aos axiomas de Peano irão estabelecer as
operações aritméticas e as suas propriedades. Veja a seguir uma destas possíveis “propostas”.
Tente explicar cada um daqueles 10 axiomas e verificar se este conjunto de axiomas é suficiente
para “suportar” tudo o que necessitamos em uma “Aritmética envolvendo Números Naturais”. Os
axiomas deste sistema (Aritmética de Peano) utilizam os seguintes símbolos:
(i) ‘0’ para representar o ‘número zero’ e ‘x’ e ‘y’ para representar um número natural
qualquer (uma variável);
(ii) ‘s(x)’ para representar o ‘sucessor do número natural x’;
(iii) ‘+’ para representar a ‘adição‘;
(iv) ’×’ para representar a ‘multiplicação’;
(v) ‘<’ para representar ‘menor do que’ e
(vi) ‘=‘ para representar a igualdade;
(vii) ‘ϕ(x)’ representa uma ‘propriedade ϕ’ da ‘variável x’.
Neste sistema 1 = s(0), 2 = s(s(0)), 3 = s(s(s0))) e assim por diante.
Axiomas:
1. (∀x) (s(x) = x + 1)
2. (∀x) ¬(s(x) = 0)
3. (∀x, y) (s(x) = s(y) ⇒ x = y)
4. (∀x) (x + 0 = x)
5. (∀x, y) (x + s(y) = s(x + y) )
6. (∀x) (x × 0 = 0)
7. (∀x, y) (x × s(y) = x × y + x)
8. (∀x) ¬(x < 0)
114

9. (∀x, y) (x < s(y) ⇔ (x < y) ∨ (x = y) )


10. ϕ(0) ∧ ( ∀x (ϕ(x) → ϕ(s(x)) ) ⇒ ∀x ( ϕ(x) )

7.- Gramática de uma Linguagem


• Uma Linguagem Formal é constituída por um Alfabeto e uma Gramática.
• O Alfabeto de uma Linguagem Formal, normalmente, é constituído pelos seguintes tipos de
símbolos: (i) constantes (números, formas planas ou espaciais, imagens); (ii) variáveis (símbolos
algébricos, formas planas ou espaciais, imagens); (iii) conectivos; (iv) quantificadores; (iv)
descritores; (v) grafos enfim, signos diversos, criados para facilitar a comunicação naquele
contexto.
• A Gramática de uma Linguagem Formal deve prever: (i) a forma de construção correta de suas
fórmulas (cadeias de símbolos ou sentenças), uma sintaxe e (ii) uma forma de separar as fórmulas
quanto a terem, ou não, sentido naquela linguagem, aquilo que se denomina semântica da
linguagem.
• As Sentenças (fórmulas) de uma Linguagem seja ela Natural ou Formal podem ser construídas
corretamente (sintaticamente corretas) sem ter um significado naquela linguagem (semanticamente
consistentes). As sentenças: “O aluno José é estudioso” e “O automóvel Ford é estudioso” são
sintaticamente corretas, mas a segunda delas falha quanto ao significado, ela é ambígua, ou seja,
falha no que diz respeito à semântica.
• A Linguagem pode ter um Dicionário onde estejam reunidas as cadeias de símbolos ou os
conceitos que necessitem de definição.
• A semântica de uma Linguagem pode ser uma semântica atribuída por valoração, isto é, o
significado das sentenças é dado através de valores, como por exemplo: verdadeiro ou falso;
verdadeiro, falso ou indecidível; valores atribuíveis através de escalas percentuais baseadas nos
números de 0 a 100; etc, possuindo tabelas-verdade que estabeleçam a forma de se atribuir os
valores às sentenças básicas geradoras das demais sentenças bem-formada na Linguagem.

8.- Conceitos Não-definidos - Entes Primitivos


• Os entes primitivos de uma teoria (também denominados conceitos primitivos, objetos não
definidos, conceitos não definidos) são conceitos oriundos da Linguagem Natural ou simbólicos
tomados como básicos para o entendimento da Linguagem Artificial (Formal ou Simbólica) em
que será expressa uma dada Teoria. Normalmente, o significado de cada um dos conceitos não-
definidos será dado pelos axiomas.

9.- Conceitos Definidos e Definições


• A aprendizagem de conceitos pode se dar basicamente por duas vias: através de um processo
construtivo baseado na intuição denominado formação de conceito, ou por um processo
denominado aprendizagem de conceitos através de definição, que envolve a compreensão de
significados - pelo menos a compreensão de uma linguagem natural ou simbólica. Assim, podemos
antever a existência de pelo menos dois tipos de conceitos: os formados pelo indivíduo a partir de
suas próprias experiências, com uso de sua intuição, conceitos estes, que poderiam ser
denominados conceitos intuitivos, e os conceitos definidos, que eventualmente poderiam ser
chamados, como Vygotsky propôs, “conceitos científicos".
• Para Gagné a aprendizagem verbal é uma das formas primeiras e mais comuns para a transmissão
de conhecimento. Ela permite estabelecer e precisar rótulos (imagens mentais, símbolos, signos ou
até mesmo uma palavra ou um conjuntos de palavras) que serão utilizados na comunicação diária e
funcionam como veículos para o pensamento. As teorias cognitivistas apontam os conceitos
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 115

como sendo unidades básicas do conhecimento, ou seja, rótulos (“lables”) ou receptáculo


("conteiner") de significados básicos.
• Ainda para Gagné, as informações verbais dizem respeito ao "saber o que". Nomes, fatos,
princípios e generalizações são os tipos de unidades classificáveis como informações verbais. Os
verbos que podem ser listados como ações ligadas à informação verbal são, em ordem alfabética:
alegar; afirmar; declamar; declarar; dizer; especificar; explicar; expressar; manifestar; narrar;
proclamar; propor; recitar; relatar; situar. Além das informações verbais há as informações
simbólicas, sonoras, tácteis, olfativas e gustativas, mas normalmente todos estes tipos de
informações têm uma linguagem como base, para o estabelecimento dos rótulos.
• A definição é uma operação lingüística que busca a determinação clara e precisa de um conceito
ou um objeto.
• Para Aristóteles, uma definição é aquilo que aponta a natureza essencial de alguma coisa,
determinando desta maneira suas semelhanças e diferenças com relação a outras realidades.
• No escopo de uma Teoria, uma definição é um enunciado ou sentença que visa dar sentido ou
significado a símbolos, palavras ou locuções (locução é um conjunto de palavras que equivalem a
um só vocábulo, por terem significado conjunto próprio e função gramatical única) indicando suas
características genéricas e específicas, suas finalidades, sua inclusão num determinado campo do
conhecimento.

10.- Axiomas
• Os axiomas, que necessariamente são fórmulas-bem-formadas (fbfs) de uma linguagem formal, são
assumidos a priori, como tautologias – fórmulas válidas – desta linguagem. O antigo conceito de
que axiomas são verdades auto-evidentes ou intuitivas, vem sendo substituída modernamente, pelo
conceito de que não há a necessidade de compreendê-los direta ou imediatamente, mas apenas
através de seus efeitos, pois muitos axiomas são altamente contra-intuitivos.
• Os axiomas de uma linguagem formal devem ser tais que se possa derivar a partir deles e com o
uso de pelo menos uma regra de inferência, outras tautologias (sentenças o fórmulas verdadeiras),
ou provar com o uso destes mesmos recursos, os teoremas desta linguagem.
• Um conjunto de axiomas é completo na medida em que seja impossível acrescentar um novo
axioma ao seu conjunto de axiomas sem que ocorra os dois fatos: (i) o axioma acrescentado é
dependente dos demais, isto é, ele pode ser derivado logicamente dos demais axiomas; (ii) o novo
axioma exige a inclusão de um novo elemento entre os conceitos primitivos da Teoria.
• Um conjunto de axiomas é consistente se, entre aqueles axiomas não existem axiomas que se
contradizem, e se for impossível utilizar estes axiomas para prova um teorema e para refutá-lo ao
mesmo tempo.
• Para Gödel um conjunto de sentenças é logicamente consistente (nenhuma contradição pode ser
deduzida das sentenças) se e somente se as sentenças tiverem um modelo, isto é, se e somente se há
um “universo” em que elas são todas verdadeiras.

11.- Regras de Inferência


• Há Duas regras de Inferência Lógica básicas, sendo que a mais utilizada é a Modus Ponens: vide, a
seguir, no item 17.- Métodos de Prova - Método Hipotético-Dedutivo, um resumo teórico e um
exemplo do uso desta regra quando aplicada para provar Teoremas da Matemática.
• A Regra de Inferência denominada Regra da Substituição, apesar de parecer mais simples do que a
Modus Ponens, por exigir “apenas(!)” substituições nos axiomas, é bastante complexa. A aplicação
desta regra de inferência exige que a proposição a ser provada seja substituída de forma plena nos
axiomas em que ela porventura venha a se “encaixar” e que todos os axiomas que receberam as
substituições sejam envolvidos no processo de prova daquela proposição. A Regra de Inferência
116

Lógica dae Substituição é bastante utilizada em Provas Automáticas (via Sistemas Computacionais
Dedicados) de Teoremas da Lógica.

12.- Teoremas
• Teorema é uma afirmação que pode ser demonstrada como verdadeira através de argumentações e
operações matematicamente aceitáveis. Em geral um teorema é o enunciado de algum princípio
geral que faz parte de uma teoria. O processo que visa mostrar que o Teorema é verdadeiro se
denomina prova.
• Philip J. Davis e Reuben Hersh, em seu livro “A Experiência Matemática” [Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1985 – pág. 46-47], afirma que cerca de 200.000 teoremas da matemática são
publicados anualmente.

12.1.- Teorema Recíproco

13.- Lemas
• Um teorema mais simples ou imediato usado em conjunto com outros teoremas do mesmo tipo ou
teoremas já provados para provar teoremas de elevada complexidade.

14.- Corolários
• É um novo Teorema que pode ser provado utilizando-se algo já provado num Teorema anterior ou,
em outras palavras, uma proposição que deriva, em um encadeamento dedutivo, de uma asserção
precedente, produzindo um acréscimo de conhecimento por meio da explicitação de aspectos que,
no enunciado anterior, se mantinham latentes ou obscuros.

15.- Conjecturas
• Conjectura é uma proposição que é consistente de fato, mas que não se pode provar que seja
verdadeira ou falsa. Conjectura é um sinônimo para hipótese.

15.1.- Exemplos de Conjectura:


• Falar sobre a conjectura de Goldbach:

• Hipótese do Contínuo – esta é uma proposta feita originalmente por George Cantor de que não
existe nenhum conjunto infinito cuja cardinalidade se situa entre a cardinalidade ℵ0 lida “aleph zero”
(o menor dos valores transfinitos, que corresponde à quantidade de elementos, seja do conjunto dos
números naturais, dos conjunto dos números inteiros ou do conjunto dos números racionais) e a
cardinalidade do conjunto dos números reais ℵ1 = c , onde o c é denominado “contínuo”).
Simbolicamente, a hipótese do continuo pode ser enunciada como: ¬∃ k, ℵ0 < k < ℵ1 , ou seja: ¬∃ k,
ℵ0 < k < c.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 117

16.- Princípios e Leis


• Emprega-se a palavra princípio para se referir a uma proposição elementar e fundamental que
serve de base a uma ordem de conhecimentos; lei de caráter geral com papel fundamental no
desenvolvimento de uma teoria e da qual outras leis podem ser derivadas; proposição lógica
fundamental sobre a qual se apóia o raciocínio. Normalmente usada com relação a axiomas, teoremas
etc.
• Lei, expressão definidora das relações constantes que existem entre os fenômenos naturais,
como, p.ex., o enunciado de uma propriedade física verificada de maneira precisa; regra ou relação
constante entre fenômenos; manifestação exterior de fenômenos complexos; conjunto de regras e
princípios que norteiam a elaboração e o modo de proceder em (pintura, literatura, música).

17.- Métodos de Prova


• Um método de prova envolve a utilização de rigorosos argumentos lógicos e matemáticos que
demonstrem inequivocamente a verdade de uma dada proposição. Uma proposição matemática que
possa ser provada é denominada Teorema. Há dois tipos básicos de Métodos de Prova: (i) os métodos
diretos (o sem uso de palavras; o por dissecção e o hiptético-dedutivo) e pelo menos um indireto (o
por redução ao absurdo).

17.1.- Métodos Diretos de Prova


17.1.1.- Prova sem o uso de palavras
• É um Método de Prova que, baseado em elementos visuais, envolve apenas a necessidade de
comentário, dispensando os argumentos lógico-matemáticos.
• Veja o exemplo a seguir, onde os números pentagonais (figura 1) são mostrados como tendo
uma relação aritmética (figura 2) com os números triangulares (figura 1)
Números triangulares

Números quadrados

Números pentagonais

Figura 2

Figura 1: Números Triangulares, números


quadrados e números pentagonais

• Os números triangulares, quadrados e pentagonais são mostrados na figura 1. A figura 2 mostra


que a diferença entre um n-ésimo número pentagonal e n, é igual a três vezes (n-1) números
118

triangulares. De fato, apesar da figura mostrar um caso particular em que n = 5, o fato é que, a partir
daí, pode-se facilmente generalizar a propriedade.
17.1.2.- Prova por Dissecção (Dissecação)
• Dissecar é decompor os elementos ou a estrutura de algo, para melhor compreendê-lo ou torná-lo
compreensível. Um teorema que é comumente provado por dissecção (ou dissecação) é o Teorema
de Pitágoras.

17.1.3.- Métodos Hipotético-Dedutivo – Modus Ponens


Prova baseada unicamente em rigorosos argumentos lógicos e matemáticos justificados através
de uma linguagem natural envolvendo os elementos não definidos, os axiomas e as eventuais
definições de uma teoria. Normalmente,neste caso, é utilizada a regra de inferência lógica conhecida
como Modus Ponens: Seja A ⇒ B uma fórmula da Lógica Proposicional, então a seguinte regra é,
A, A ⇒ B
válida: , que significa, “se A e A ⇒ B são válidas, então B é válida”.
B
Assim, a regra de inferência lógica Modus Ponens, pode ser reescrita, no nosso caso da prova
de Teoremas (na Lógica Matemática), como sendo:
Hipótese: P PROVA: Mostra-se que a hipótese é verdadeira,
Tese: Q isto é, “Se P é verdade então Q será verdade”.
17.1.4.- Método Hipotético-Dedutivo – Prova por Contraposição
• Este método leva em conta a seguinte equivalência da Lógica proposicional:
(p ⇒ q) ⇔ (¬q ⇒ ¬p).
• Dado um Teorema da forma "p implica q" podemos colocá-lo na forma contrapositiva: "q não
implica p" ou seja: “a negação de q implica a negação de p”. Não se deve confundir este tipo de
prova com a prova por contradição. Em resumo, os passos por provar um teorema através de
contraposição são os seguintes :
1. Escreva a declaração na forma: “p implica q” ou (p ⇒ q);
2. Escreva a contrapositiva da declaração inicial: “não q não implica p” ou (¬q ⇒ ¬p).
3. Prove a contraposição de forma direta.
4. Conclua que o teorema é verdadeiro, baseado na equivalência: (p⇒q)⇔(¬q⇒¬p).
• Exemplo: (p ⇒ q): p ≡ “Se n2 é um número inteiro par” então q ≡ “n é um número par”.
Prova:
[1] Vamos negar que n seja um número par: ¬q ≡ “n é um número ímpar” ou ¬q ≡ “n não é
um número par”.
[2] A contraposição da afirmativa é: ¬q ≡ “Se n é um número inteiro ímpar”, então ¬p ≡ “n2 é
um número ímpar” ou ¬p ≡ “n2 não é um número par”.

[3] Se n é um número inteiro ímpar então n = 2x + 1, x ∈Z (¬q é verdadeira).


[4] Vamos calcular o quadrado de n: n2 = (2x + 1)2 = 4 x 2 + 4 x + 1 = 2(2x 2 + 2x) + 1.
[5] Fazendo (2x 2 + 2x) = y , y ∈Z iremos obter: n2 = 2(2x 2 + 2x) + 1 = 2y + 1 é um número
ímpar (¬¬p é verdadeira).
[6] O teorema está provado.

17.2.- Método Indireto de Prova:


17.2.1.- Prova por Redução ao Absurdo
• Um método de prova que se inicia por estabelecer uma afirmativa contrária àquilo que se pretende
prova. Esta afirmativa deve levar a uma contradição. Assim o objeto da prova, antes negado e
constatado como falso, agora deve ser assumido como verdadeiro.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 119

• O Método de Prova de Teoremas por Redução ao Absurdo é baseado na seguinte tautologia da


Lógica Predicativa: quer-se provar que: P ⇒ Q então usa-se (¬Q ⇒ (P ∧ ¬P)) ⇒ Q , veja a seguir:

Teorema: Hipótese: P é verdade; Assumir ¬Q como verdade por hipótese;


Se P então Q. Tese: Q é verdade.
Se ¬Q acarreta uma contradição, isto é, P ∧¬P passam a ocorrer, então ¬Q é falsa, e pela Lei do
Terceiro Excluído da Lógica Predicativa tem-se: Q é verdadeira.

17.3.- O que significam C.Q.D. ou Q.E.D.


• Q.E.D. (às vezes escrito QED) é a abreviatura da expressão Latina "quod erat demonstrandum"
("como queríamos demonstrar") que em português corresponde a C.Q.D. (às vezes escrito como
CQD), normalmente é colocado no final de uma demonstração matemática para indicar que ela foi
completada. Um pequeno retângulo ou um pequeno quadrado preenchido ou  vazio
normalmente podem ser utilizados, com a mesma finalidade, em textos impressos.

17.4.- O que significa “Supor, sem perda de generalidade que ...”


• Ao provarmos um teorema podemos estabelecer hipóteses onde a variável envolvida é apenas uma
das muitas que poderiam escolhidas. Na verdade o que se vai provar para aquela variável é válido
para todas as demais, por extensão, e isto torna conveniente a menção de “Seja supor sem perda de
generalidade, que: <hipótese envolvendo apenas uma das variáveis>.

18.- Indução Matemática


• Muitos teoremas, fórmulas e propriedades que sejam verdadeiras para os números naturais
ou para alguma variável que possa assumir valores em N (conjunto dos números naturais)
podem ser provadas utilizando-se o método da Indução Finita Matemática ou o Princípio da
Indução Matemática:

Princípio de Indução Matemática – Versão 1:


• Se P(0) é verdadeira e se para algum n∈N, P(n+1) é verdadeira sempre que P(n) for verdadeira,
então, P(n) é verdadeira para todo número inteiro N.

Princípio de Indução Matemática – Versão 2:


• Se P(k) é verdadeira e se para algum n∈N, n ≥ k, P(n+1) é verdadeira sempre que P(n) for
verdadeira, então, P(n) é verdadeira para todo número inteiro n, n ≥ k.

Princípio de Indução Matemática – Versão 3:


• Se P(0) é verdadeira, e se para algum n∈N, P(n+1) é verdadeira sempre que P(0), P(1), P(2), ...,
P(n) forem verdadeiras, então, P(n) é verdadeira para todo número inteiro n, n ≥ k.

Contra-Exemplo:
Dada a relação: ............................... mostre que apesar de P(0), P(1), . ... serem verdadeiras, esta
relação não é verdadeira. (PROVIDENCIAR)
120

Exemplos:
n (n + 1)(2n + 1)
[1] Prove que 12 + 22 + 32 + ... + n2 =
6
n
[2] Prove que n! ≥ 3 para n = 7, 8, 9, ...
[3] Prove que 2n ≥ n2 para n = 4, 5, 6, ...

Providenciar as provas destas expressões


GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 121

Bibliografia
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