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Euclidiana
Plana e
Espacial
Curso de Graduação de Licenciatura em Matemática
Unesp – Guaratinguetá - 2005
Prof. Dr. Aury de Sá Leite
Conteúdo:
Parte I
Introdução Construtiva à Geometria Plana Euclidiana
Sumário
Observação Importante
Aury de Sá Leite
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 4
Introdução
A primeira parte deste curso contém “uma” Geometria que poderia e deveria ser praticada nas
escolas do Ensino Fundamental, e que poderia ser denominada Introdução Construtiva ou Intuitiva à
Geometria Plana Euclidiana. Ela será veiculada inicialmente através de uma breve contextualização
histórica bastante didática, porém crítica, da axiomatização proposta por Euclides (Capítulo 1). Em
seguida, o estudante terá acesso a formulários bastante completos envolvendo as Construções
Geométricas (Capítulo 2), a Geometria Plana (Capítulos 3 e 5) e a Geometria Espacial Posicional e
Métrica (respectivamente capítulos 6 e 7) estudadas através de suas definições e propriedades notáveis.
Estes formulários contêm ainda indicações (metodológicas, pedagógicas e didáticas) para sua
utilização em sala de aula, bem como, justificativas dos raciocínios em Geometria – uma visão lógica
do Pensamento Geométrico aplicável à Resolução de Problemas. O capítulo 4 apresentará o conceito
de Mapas Conceituais devido a Novak e inspirados na teoria da Aprendizagem Significativa de
Ausubel. Os mapas conceituais serão utilizados para a elaboração de Planos de Aula de Geometria
sugerindo a adoção de estratégias alternativas de abordagem e seqüenciação de conceitos.
A segunda parte do curso, que poderia ser denominada Estudo Comparado de Geometria
Euclidiana Plana e Espacial Axiomática, apresenta-a como o próprio nome indica, através do estudo
comparativo, dos distintos e interessantes conjuntos de axiomas propostos por vários autores: Hilbert,
Pogorelov, Birkhoff, Tarski e Paul Bernays, além do conveniente conjunto de axiomas formulado e
proposto pelo SMSG – School Mathematic Study Group, que é no qual nos proporemos finalmente
fixar, com vistas às provas de nossos Teoremas tanto da Geometria Euclidiana Plana como da
Geometria Euclidiana Espacial Posicional e Métrica.
Apenas a título de curiosidade, deve-se mencionar que as fontes utilizadas para a elaboração da
segunda parte deste texto, não foram fontes indiretas, meras citações ou retalhos de informações, mas
textos (livros e artigos científicos) de autoria de cada um dos proponentes das teorias axiomáticas que
5
levam seus nomes. Todos estes textos estão em inglês, sendo que alguns deles foram traduzidos a
partir dos originais (em alemão ou russo). Cabe citar aqui, também como curiosidade, que o livro de
Hilbert (Grundlagen der Geometrie/Foundations of Geometry) foi traduzido para o inglês por Paul
Bernays, ele também um dos que propuseram um interessante conjunto de axiomas para a Geometria
Euclidiana Plana.
As duas partes do texto, bastante distintas, mas complementares, têm o objetivo final de levar
os estudante a distinguirem o que seja “raciocinar e justificar propriedades e raciocínios da
Geometria Euclidiana” e o que seja “provar Teoremas na Geometria Axiomática Euclidiana”. Na
primeira metade do curso ele será levado: (i) a raciocinar e justificar propriedades e raciocínios com
base no material (quatro formulários) que veicula aquilo que foi denominado Introdução Ingênua à
Geometria Plana Euclidiana; (ii) será levado a provar alguns poucos Teoremas utilizando a Indução
Finita Matemática e a Dissecção, sendo que (iii) a resolução de problemas, sem o auxílio dos
formulários, será a forma de verificação da sua aprendizagem.
Na segunda parte do curso, será quando se passará a provar os Teoremas (Princípios, Lemas,
Teoremas, Teoremas Recíprocos, Corolários) por diversos métodos: Modus Ponens, Reductio ad
Absurdum, envolvendo implicações, bi-implicações e provas de existência e unicidade. Ao final do
curso, a distinção entre justificar raciocínios e provar em Geometria Plana e Geometria Espacial
Euclidiana deverá estar bastante clara para os estudantes.
Além destas formas de pedagógicas de abordagem, duas outras frentes de estudo e pesquisa nos
permitirão mapear de forma bastante atualizada e completar o panorama da Geometria Euclidiana, a
partir do investimento de algum tempo de trabalho, e de estudo, nas denominadas Geometrias Não-
Euclidianas e na Geometria das Transformações. Monografias sobre estes assuntos deverão ser
apresentadas pelos participantes do curso como trabalhos escolares necessários à sua conclusão. Para
auxiliá-los nesta pesquisas, os apêndices, alocados no final deste texto, contém respectivamente os
seguintes assuntos: Apêndice A - “A Geometria de Transformações”; Apêndice B - “As Geometria
Não-Euclidianas” e Apêndice C - “Teorias Axiomáticas e Provas de Teoremas”.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 6
Capítulo 1
Slide 0 – Título
A Geometria Euclidiana
UNESP – Guaratinguetá
Curso de Licenciatura em Matemática
Prof. Dr. Aury de Sá Leite
• axiomas (ou noções comuns) devem ser convincentes por elas mesmas -
verdades comuns e básicas a qualquer estudos que se pretenda fazer.
Modernamente:
• os matemáticos não vêem vantagem em estabelecer qualquer diferença entre o
que sejam os postulados e os axiomas, preferindo utilizar o nome axioma na
elaboração de suas teorias, denominadas teorias axiomáticas, por este fato .
• 1ª - Coisas que são iguais a uma mesma coisa, são também iguais entre si.
• 4ª - Coisas que coincidem uma com as outras, são iguais umas ás outras.
• Hoje em dia, o ponto, a reta e o plano são tomados como conceitos primitivos,
conceitos não definidos, mas Euclides os “definiu” ou, pelo menos, tentou:
– Um ponto é aquilo que não tem parte.
– Uma reta é um comprimento sem largura.
– Uma superfície é aquilo que tem apenas comprimento e largura.
• Euclides utiliza conceitos não definidos nas suas definições. Por exemplo, o
conceito de “inclinação" é utilizado sem o seu prévio estabelecimento na
definição de ângulo plano que é dada por :
– Um ângulo plano é a inclinação de duas retas de um plano, uma com
relação à outra, que se encontram e não jazem sobre uma mesma reta.
Postulado de Playfair(*): “Dados uma reta e um ponto não pertencente a ela, existe
uma, e somente uma reta, que passando por este ponto, é paralela à reta dada”
( )
* Playfair, J. “Elements of Geometry: Containing the First Six Books of Euclid, with a
Supplement on the Circle and the Geometry of Solids to which are added Elements of Plane
and Spherical Trigonometry”. New York: W. E. Dean, 1853
Possíveis Enunciados do
Construção devida a Euclides Construção Moderna
Problema
C C
Enunciado:
Construir um triângulo
equilátero dado o lado AB. A B A B
A A
Enunciado 1: D D
Bissecar um ângulo ABC
dado.
Enunciado 2:
B B
Dividir um ângulo em duas C C
partes congruentes(de igual
medida) dado o ângulo ABC.
Enunciado 1:
Bissecar um segmento de reta C
C
AB dado.
A B
Enunciado 2: M A B
M
Dividir um segmento de reta
Enunciado 3:
Traçar a reta bissetriz de um • CD bisseca o segmento AB. • A reta que passa por C e D
• M é o ponto médio de AB. é a mediatriz de AB.
segmento AB dado.
Enunciado 4:
Obter o ponto médio de um
segmento AB dado.
11
• Uma boa proposta de axiomatização da Geometria Plana que pode ser adotada
no Ensino Médio, com resultados bastante surpreendentes, é a formulada por
David Hilbert (1862-1943), no ano de 1902, que alguns autores denominam
Geometria Sintética. Ela contém apenas axiomas da Geometria Plana.
Capítulo 2
• Objetivos Gerais:
[1G] Expor as possibilidades e impossibilidades de construções geométricas com régua e compasso.
• Objetivos Específicos:
[1E] Estudar, passo a passo, as construções geométricas com régua e compasso.
[2E] Tomar contacto com métodos distintos de representação de cada um dos passos das
construções geométricas com régua e compasso.
Leitura
Livro Assunto
II Álgebra Geométrica.
III O Círculo.
V Teoria da Proporcionalidade.
VI Semelhança de Figuras.
1
Vide: “Foundations of Geometry”, by David Hilbert, La Salle: Open Court Publishing Company, 2nd English ed
translatedfrom the 10th German ed, 1987.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 14
Comentário: Se você não entendeu a forma de resolver os problemas apresentados na página 10,
não se preocupe. A seguir será mostrado como resolver uma série de problemas clássicos de
construção geométricas, passo a passo. E, nesta mesma linha serão propostos alguns problemas, para
você tentar resolver.
1) A trissecção de um ângulo dado, ou seja, dividir um ângulo dado em três outros ângulos
exatamente da mesma medida (três ângulos congruentes entre si);
Problema Resolvido No 2: Dado um ponto P pertencente a uma reta r, construir uma reta
que, passando por P, seja perpendicular a r.
1. Comece com a reta r que contém o ponto P. r
P
r
X P Y
Problema Resolvido No 3: Dado R, um ponto externo à reta r, construir uma reta, que
passando por R seja perpendicular a r.
1. Comece com a reta r e o ponto R, não pertencente à reta R
r
r.
Problema Proposto No 2: P
Traçar uma reta s perpendicular a uma
segmento de reta dado AB que passa por um
ponto P tal que a distância de P ao segmento é
bem maior que a medida do próprio segmento.
Sugestão: adotar a reta r, uma reta r
suporte do segmento AB, recaindo mo A B
problema
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 18
Q
4. Centrando o compasso no ponto Q desenhar um arco
no interior do ângulo dado.
P R
P R
desenhado anteriormente. A
7. Rotule a interseção como F.
D E
D E
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 20
Problema Resolvido No 6: Dado um ponto P não pertencente à reta r, traçar por P uma
reta paralela a r.
P
6. Sem modificar o raio do compasso, centre-o no
ponto P e desenhe outro arco igual ao
anteriormente traçado.. Q r
P
R
Q r
21
A B
A B
C
6. Você deverá, agora, desenhar dois arcos com raios
distintos a saber: um arco centrado no ponto A, com raio BC
e um segundo arco com centro B e raio AC.
C
9. Use o compasso para construir, ao longo do segmento
DB, uma escala usando o mesmo raio que foi usado para
dividir o segmento AC.
A B
D
23
Problema Resolvido No 10: Obter o centro de uma circunferência quando ele não é dado.
C
P
D
25
A C
1. Comece com os pontos A, B e C.
A C
2. Desenhe os segmentos de reta AB e BC.
B
A C
3. Construa as mediatrizes ( retas bissetoras e P
A
C
A
C
A
C
27
Problema Resolvido No 14: Como bissecar um dado ângulo? Como dividir um ângulo em duas
partes exatamente da mesma medida?
1.- 2.- 3.-
http://www.zef-damen.myweb.nl/Constructions/Constructions_en.htm
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 28
Problema Resolvido No15: Como construir uma linha perpendicular a um segmento bissecando-
o?
4.- 5.-
Problema Resolvido No 16: Como construir uma linha perpendicular a um segmento dado
passando por um ponto fora dele?
1.- 2.- 3.-
Problema Resolvido No 17: Como construir uma linha perpendicular a um segmento dado
passando por um ponto qualquer pertencente a este segmento?
10.- 11.-
31
4.- 5.-
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 32
5.- 6.-
4.-
4.- 6.-
5.-
Apêndice
Construindo quadrados
1º Passo: Trace uma reta e sobre ela marque o segmento de reta AB.
3º Passo: Centro em A, com a abertura do compasso igual à medida AB, marque o ponto D
sobre a reta perpendicular anteriormente traçada.
5º Passo: Em seguida, com abertura do compasso igual ao lado AB, centro em D, corte o
arco AX em C.
Geometria Euclidiana Plana e Espacial – Prof. Dr. Aury de Sá Leite - UNESP 36
Construindo retângulos
1º Passo: Desenhe uma reta e sobre ela marque o segmento de reta de AB, dado.
3º Passo: Centro em A, com a abertura do compasso igual à medida de AD, marque o ponto
D, na perpendicular.
37
5º Passo: Em seguida, com abertura do compasso igual ao lado AD, centro em B, corte o
arco em C.
Capítulo 3
A prática tem mostrado, no entanto, que muito pouco se ensina de Geometria e que os alunos
muito pouco aprendem desta ciência. Um dos sinais que melhor caracterizam o problema, e o faz de
forma contundente, é o que geralmente ocorre com os professores do Ensino Médio, que, para
poderem apresentar a Geometria de Posição e a Geometria Métrica Espacial, necessitam apresentar
antes toda a Geometria Plana, pois a maioria dos alunos, agora na 2ª série do Ensino Médio, nunca a
estudaram antes e, mesmo os que o fizeram, não fixaram os seus conceitos mais básicos, apresentando
um conhecimento extremamente lacunar e desconexo. Os professores de Física, que necessitando de
conceitos elementares da Geometria não o encontram com facilidade no repertório de maioria dos
estudantes do Ensino Médio, o que dificulta enormemente a tarefa de fazê-los compreender os
fenômenos e a interpretação das leis inerentes à sua disciplina.
Num primeiro momento, a Geometria vai (e deve sempre) ser repensada como sendo uma
linguagem, que é o que ela realmente é. A partir disto, teremos que eleger um vocabulário mínimo a
ser exigido do estudante, a partir do qual se possam criar oportunidades de aprendizagem
genuinamente instigantes ou pelo menos motivadoras, primeiramente através da justificação de
raciocínios e a seguir através da resolução de problemas.
Axiomas
Conceitos Primitivos (Postulados) Definições Teoremas
(2) Método indireto: por Redução ao Absurdo (Regra de inferência Reductio ad Absurdum: P⇒ ⇒Q;
Se ¬Q acarreta P∧∧¬P, então Q é verdadeira. Negar Q, a Tese, e obter a negação da Hipótese
P, ¬P, obtendo-se “P∧
∧¬P” que é uma contradição).
1.- Noções Básicas da Geometria Euclidiana (Euclides de Alexandria ? a.C.− 325 a.C.)
• OOs
plano se expandefundamentais
elementos em todos os sentidos
(ou conceitos primitivos) de uma teoria não possuem definição.
• O ponto, a reta, o plano e o espaço (E) são os entes fundamentais ou conceitos primitivos da Geometria.
Representações do ponto,
Notar que:
da reta e do plano:
• O ponto é adimensional.
• O ponto pode ser caracterizado como sendo a intersecção de duas
A retas. A intersecção de duas retas determina um ponto.
r • A reta é infinita nos dois sentidos.
• A reta, o plano e o espaço são conjuntos com infinitos pontos.
• O plano tem infinitas retas e o espaço infnitos planos.
• Nem a reta, nem o plano têm espessura.
r
• O plano se expande em todas os sentidos.
• O espaço se expande em todas as direções.
Dois pontos distintos determinam uma reta. Três pontos não colineares determinam um plano.
α B α
A C
A
B
barbante
A
B ( A ≠ B, A∈α, B∈α, r = AB ) ⇒ r ∈α
• Por um ponto fora de uma reta passa uma e somente uma reta paralela à reta dada.
42
B
C M N P
A A A
Ou usando a Notação: A distância de A até B sendo dada simbolicamente por: d(A,M)
M é ponto médio de AB ⇔ ( d(AM) = d(AB) e d(AM) + d(MB)=d(AB) )
5.- Semi-planos
Semi-planos e semi-espaços
• O plano α foi dividido pela reta r
[1] r ⊂ α
em dois semi-planos opostos (e
[2.a] α1 ∪ α2 = α [2.b] α1 ∩ α2 = r
distintos) α1 e α2.
r
• Se P ∈ α1 e Q ∈ α2, pode-se
α escrever:
Q
P α1 = (r, P) e α2=(r, Q)
α α
R R
A
B
A B
R é uma Região Plana Convexa se, e somente se: R é uma Região Plana Côncava se, e somente se:
R ⊂ α, ∀A ∈ R e ∀B ∈ R ⇒ AB ⊂ R R ⊂ α, ∃A ∈ R e ∃B ∈ R ⇒ AB ⊄ R
Notação:
∀ - para todo ∃ - existe pelo menos um ⇒ - se ... então ...
∈ - ... pertence a ... ⊂ - ... está contido em ... ⊄ - não está contido em ...
7.- Ângulos
r Ângulos Consecutivos:
A A ∠AOB e ∠BOC
Notação:
) ∠AOC e ∠BOC
• ângulo α = α = AÔB = rÔs ∠AOB e ∠AOC
• ângulo α = ∠α = ∠ AOB
B Ângulos Adjacentes:
O α • O é o vétice do ângulo α
O ∠AOB e ∠BOC
• As semi-retas OA e OB , de
mesma origerm O, são os C Não são Ângulos Adjacentes:
lados do ângulo α ∠AOC e ∠BOC
B ∠AOB e ∠AOC
s
Nota: O ângulo é uma superfície limitada por duas semi-retas de mesma origem.
α
β
A C
O
) Ângulo reto Ângulo agudo Ângulo obtuso
A O C é denominado ângulo raso
Medida = 90o Medida < 90o Medida > 90o
α + β = 180o
O ângulo de 360o é denominado ângulo de uma volta.
Nota: Um ângulo α, tal que 0o ≤ α ≤ 180º, é um ângulo convexo. Os ângulos α, tal que
180º < α < 360º é um ângulo côncavo. Justifique estas afirmações.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 45
300 através de regra de três simples. Tente fazê-lo e confira as suas respostas, abaixo.
) ) ) ) )
OC é a semi-reta bissetriz do ângulo AOB AOC e BOD são ângulos OPV ⇒ AOC ≅ BOD
) ) ) ) ) )
AOC ≅ BOC (≅ - “congruente a”) AOD e BOC são ângulos OPV ⇒ AOD ≅ BOC
C
r A
O β
α
γ D
B
s
α + γ = 180o
o
β + γ = 180
e resolvê-lo ou por decodificação ou através de manipulações algébricas, constatando
que α = β, ou seja: α ≅ β.
Hipótese ⇒ Tese
“∠
∠AOB e ∠COD são ângulos OPV” ⇒ ∠AOB) ≅∠COD
2.- Seja A, B, C e D pontos tais que: A∈r, B∈r Axioma: Sobre uma reta jazem pelos menos
C∈s e D∈s dois pontos distintos.
3.- ∠AOB e ∠COD são O.P.V e ∠AOC e ∠BOD Definição de ângulos O.P.V.
são O.P.V
9.- de (6) e (8) pode-se tirar que α = β de onde Regra da Substituição em Sistemas de
med(∠AOB) = med(∠COD) Equações algébricas Lineares
11.- Usando-se o mesmo raciocínio pode-se Repetir os passos de (4) até(10) para ∠AOC e
provar que med(∠AOC) = med(∠BOD) ∠BOD).
então ∠AOC ≅ ∠BOD
11.- Triângulos
• Os triângulos eqüiláteros têm os três lados com a mesma medida; o triângulo isósceles tem apenas
dois lados com a mesma medida e o triângulo escaleno tem os três lados com medidas distintas
(diferentes).
• O triângulo eqüilátero é também denominado triângulo equiângulo (tem os três ângulos com a mesma
medida) e o triângulo isósceles é também denominado isoângulo ( tem dois ângulos com a mesma
medida).
• O triângulo equilátero (tem três lados congruentes) é também considerado isósceles (tem dois lados
congruentes).
• Leia o Teorema:
“Em todo triângulo, ao maior lado se opõe o maior ângulo”
• e responda à seguinte pergunta:
Pergunta: Em função do que você acabou de ler: o que ocorre nos triângulos isósceles?
Resposta: Nos triângulos isósceles, aos dois lados congruentes se opõe dois ângulos
congruentes (veja figura acima).
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 49
hipotenusa
catetos
Observar:
• Em todos os triângulos há sempre, pelo menos, dois ângulos agudos. Nos triângulos retângulos, dois ângulos
são agudos e o terceiro deles é retângulo; no triângulo acutângulo os três ângulos são agudos e no triângulo
obtusângulo um dos ângulos é obtuso, mas os outros dois são ângulos agudos.
CUIDADO:
A congruência entre dois triângulos deve ser verificada rigorosamente entre os lados e os
ângulos de forma correspondente - lados e ângulos estes, que devem ser congruentes.
Assim sendo: ∆ABC ≅ ∆YXZ, mas o ∆ ABC não é congruente ∆XYZ (diga porquê!).
Como estabelecer a congruência dos triângulos ∆MNP ≅ ∆QRS abaixo apresentados?
Que tipos de movimentos devem ser realizados para levar cada um dos triângulos sobre o outro.
Os movimentos são os mesmos?
M Q
C 13 cm
X R
Z 13 cm
≅ 10 cm
≅ 11 cm
10 cm
A B Y N 11 cm P S
β β
α γ α ê
S iˆ∆ = α + β + γ = 180 o ê = α + β
“Se duas retas são transversais de um feixe retas paralelas, então a razão de dois
pares de segmentos correspondentes é igual.”
t1 t2 Exemplo numérico:
A D r
2 cm 3 cm
B E
s
4 cm 6 cm
C F
u
AB DE
ou
AB BC 2 3 2 4
= = = ou =
BC EF DE EF 4 6 3 6
52
b
A
c
∼
y
C B
a z
4cm
10cm
6cm 5cm
P
3cm
k=½
C 8cm A M
10 8 6 5 4 3 1
∆ABC ~ ∆PMN e = = = 2 = k1 ou ainda ∆PMN ~ ∆ABC e = = = =k 2
5 4 3 10 8 6 2
A razão de semelhança do ∆ ABC para o ∆PMN vale 2 (k1 = 2 indica que os lados do triângulo maior
medem o dobro dos lados correspondentes do menor ),
enquanto a razão de semelhança do ∆PMN para o ∆ABC vale ½ (k2 = ½ indica que os lados do
triângulo menor medem a metade das medidas dos lados do triângulo maior).
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 53
D e f in iç ã o :
C e v ia n a é u m s e g m e n t o d e r e ta q u e u n e u m d a d o v é r tic e d e
u m tr iâ n g u lo a u m p o n t o d o la d o ( o u a u m p o n to d a r e ta s u p or te d o
la d o ) o p o s to a e s te v é r tic e .
Altura Mediana
A
A
ha
C M B
C H B
MC ≅ MB
ha altura relativa ao lado a
AM mediana relativa ao vétive C
AH altura do triângulo relativa ao vértice A
C B
C B
A
A
α
b α α c b α
c
C B C
m n a B n
a m
b c b c
= com m + n = a = com m - n = a
m n m n
54
Figura 1:
b c
X
C m n B
D
a
Figura 2:
A
X
b
c
C n
a B D
m = CD
b2 c2 X2
+ − =1
am an mn
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 55
M3
M2
G
B
M1 C
56
Nota: a mediatriz do lado do triângulo é o segmento perpendicular a este lado e que passa pelo ponto médio do mesmo.
P1 retângulo (∆
∆ ABP1)
• M é o circuncentro do ∆ ABP pois:
AM = MB = MP = r onde r é o raio da
circunferência circunscrita ao triângulo.
r
• Esta é uma forma a ser adotada sempre que se
A r r B
quiser construir um triângulo retângulo(∆∆ ABP2):
M “traça-se o diâmetro da circunferência (que será
a hipotenusa) e escolhe-se qualquer ponto P
(veja no exemplo os pontos P1 e P2) sobre uma
das semicircunferências para ser o terceiro
vértice do triângulo. Os triângulos ∆ABP1 e
∆ABP2 assim obtidos, são retângulos”.
P2
B B
H1
H
C
H2 A
C A
H3
Os lados AB e AC (os catetos) e AH são
alturas do triângulo retângulo.
O ortocentro deste triângulo é o vértice A. No caso do triângulo escaleno o
ortocentro é encontrado ao prolongar-se
Ortocentro do triângulo escaleno os segmentos correspondentes às alturas
triângulo são AH1, BH2 e CH3
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 57
Z A ≡ M1 Y
Na figura ao lado:
• Por construção:
ZX // AB; ZY // BC e
XY // AC
M3 ≡ C
B≡ M2 • Pode-se provar que:
M1, M2 e M3 são pontos
médios dos lados do
∆XYZ
23.- Ex-Incentro
Ex-incentro é o centro da cirtcunferência que
tangencia externamente um lado do triângulo e
tangencia o prolongamento dos outros dois lados.
O ex-incentro é determinado pelas bissetrizes de
dois ângulos externos e a bissetriz do outro
ângulo interno.
58
Capítulo 4
Mapas Conceituais
Propondo Formas de Organização Pedagógica e
de Estruturação Didática dos Conhecimentos Escolares
Aury de Sá Leite
No caso da prática escolar, os Projetos Pedagógicos e os Programas de Curso (sílabo) parecem
ser representações do conhecimento suficientemente boas para serem interpretadas por educadores e
professores. No entanto, quando se exige que a representação de conhecimento não somente deva se
dar em termos de nível de profundidade dos conceitos envolvidos, mas envolva também no processo
de representação as habilidades intelectuais (e às vezes, as habilidades motoras) necessárias à
comprovação da compreensão ou da assimilação daquele conhecimento por parte do estudante, há a
necessidade da adoção de formas de representação mais especializadas.
Vão ser analisar aqui três formas de representação do conhecimento: [1] as redes semânticas,
[2] os mapas conceituais e ainda [3] os mapas de hierarquia de aprendizagem, alertando-se para o
seguinte fato: aqui, vai-se utilizar a nomenclatura "mapa de hierarquia de aprendizagem" ao invés de
"estrutura de aprendizagem" como aparece “traduzida” para o português em [Gagné 1970; 1974;
1976].
1.- Redes Semânticas
Uma rede semântica apresenta-se sob a forma de um mapa cujas informações − palavras ou
grupos de palavras − referentes a objetos, nomes, ações e atributos ou propriedades, normalmente
alocados no interior de pequenos círculos ou caixas, são interligados por segmentos orientados, os
conectores, cujas anotações permitem verificar o significado (a semântica) de um dado conceito.
Peixe
não é
é um é um
tem pouco
Valor
Comercial
Figura 1- Um Exemplo de Rede Semântica
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 59
Para melhor entender o que sejam os mapas conceituais propostos por Novak [Novak 1981]
com base na Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel, deve-se definir o que seja a subsunção
e os organizadores avançados.
• A palavra subsumir vem do latim, onde "sumere" significa: tomar, acolher, aceitar uma idéia
como dependente de uma idéia geral; conceber um indivíduo como compreendido numa
espécie. Assim é que a subsunção pode ser definida como sendo uma operação que se
caracteriza por: classificar, incorporar ou incluir algo em uma categoria ou em um princípio
mais geral. Na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel [Moreira & Masini 1982] os
conceitos subsunçores são conceitos mais gerais, e já estáveis, que figuram na estrutura
cognitiva de um indivíduo e que se prestam à ancoragem (inclusão) de novos conceitos. Para
que a ancoragem de novos conceitos seja assumida como uma aprendizagem significativa o
indivíduo deve ter presentes em sua estrutura cognitiva os necessários conceitos subsunçores e
possuí-los num nível adequado àquele processo.
• Os organizadores avançados são conteúdos introdutórios caracterizados como claros e
estáveis, relevantes e inclusivos do conteúdo que será oferecido à aprendizagem, e têm o
objetivo de "revitalizar" os conceitos subsunçores em termos de aprofundamento e ampliação
da abrangência. Ausubel define dois tipos de organizadores avançados, a saber:
- expositivos: aqueles utilizados para a introdução de conteúdos completamente novos,
onde se prestam a criar subsunçores relevantes na estrutura cognitiva do indivíduo que
deve aprender;
- comparativos: utilizados para aumentar a abrangência de conceitos subsunçores
preexistentes na estrutura cognitiva ou para aumentar a discriminabilidade entre as
idéias novas e as preexistentes.
a partir de
Estudos de
J.D.Novak
tem tem apresentam uma depende do
Palavras de depende do
Rótulos Ligação Hierarquia
Contexto
visando formar
de
para os partindo do
localizado
Parte superior
Conceitos Proposições Mais geral na do Mapa
que formarão um
Conceitual
que são para o
depende do
localizado Parte inferior
Regularidades Diagrama Mais específico na do Mapa
percebidas Cognitivo Conceitual
destinado a apresenta as
em em
facilitar a
depende do
Eventos Objetos Aprendizagem Ligações entre os conceitos
que pode ser que deveria ser feita por feita por
preferencialmente
identificados
através de
Mecânica Significativa Segmentos Segmentos de
de reta reta orientados
Figura 2- Um Exemplo de Mapa Conceitual
Ao se examinar a Figura 2, nota-se que a organização hierárquica dos conceitos, que vai do
mais geral para o mais específico, é estabelecida pela posição dos mesmos no mapa - os conceitos mais
includentes figuram na parte superior do mapa, enquanto os mais específicos figuram na parte inferior
do mapa. É assim que as ligações entre estes conceitos são feitas por segmentos de retas não
orientados. No entanto, quando estas ligações fogem desta disposição hierárquica (de cima para baixo)
utilizam-se, para ligar os conceitos, segmentos de retas orientados. Outra observação bastante
pertinente: em alguns mapas conceituais podem ocorrer ligações laterais ou transversas, ou seja,
ligações que envolvem conceitos de um mesmo nível, ou que relacionam conceitos que figuram em
posições distantes exigindo, para uni-los, segmentos de retas que cruzem transversalmente o mapa.
Observação importante: Em contextos muito amplos ou muito complexos, os mapas
conceituais podem tornar-se de difícil elaboração, e ainda de difícil interpretação pelos educadores
que queiram deles se utilizar.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 61
1
Matemática
Conceitos Subsunçores do
conceito “Adição”
2
Teoria dos
Aritmética Conj unt os
3
Operações Aritméticas (binárias) Fundamentais Operações com Conjuntos
éa é uma
é uma éa
1 Adição Multiplicação 3
é a operação é a operação
inversa da é a operação inversa da é a operação
inversa da inversa da
2 Subtração Divisão 4
• Cada par de nós que seja composto por “capacidade superior versus capacidade subordinada”
deve ter uma relação de alta transferência “positiva” da capacidade inferior para a superior.
4 Efetuar adições através de dispositivo prático envolvendo duas ou mais parcelas com transporte de unidades
Efetuar adições através de dispositivo práticos envolvendo Aprender e utilizar a nomenclatura adequada.
duas parcelas sem transporte de unidades Compreender e aplicar as propriedades da adição.
2
Reconhecer os numerais de 0 até 10000
Saber contar de 0 até 100 e reconhecer seus numerais Operar e reconhecer as propriedades das
Reconhecer os numerais de 0 até 9. Saber escrever estes numerais operações com conjuntos
1 Contar de um até dez e saber discriminar estas quantidades Formar conjuntos com materiais concretos a
partir de uma dada propriedade
Contruir seqüências lógicas Classificar objetos concretos a Qualificar, discriminar e agrupar objetos
utilizando materiais concretos partir de atributos notáveis concretos a partir de seus atributos
Figura 4.- Mapa da Hierarquia de Aprendizagem da Adição de acordo com a teoria de aprendizagem de Gagné,
onde se podem ver as ligações fracas e fortes.
• A reconciliação integrativa (na Figura 5, representada por setas desenhadas com linha
tracejada) prevê que a cada passo da aprendizagem se refaça o caminho inverso da
aprendizagem, buscando-se uma integração do novo conhecimento com o conhecimento mais
inclusivo que o antecedeu.
G G
I I
C C
C-[1] Conceitos específicos C-[2] Capacidades específicas Novos conceitos a serem aprendidos
Figura 5.- Comparação entre os modelos de representação hierárquica de conhecimentos.
Exercícios
1) Construa um mapa conceitual para o conceito “reta”.
2) Construir um mapa conceitual para o conceito “triângulo eqüilátero”.
3) Construir um mapa de hierarquia de aprendizagens para “triângulo eqüilátero”.
4) Esboce um mapa conceitual para o conceito “triângulo” e verifique como o mapa
construído anteriormente (“triângulo retângulo”) poderá ser “encaixado” neste mapa.
5) Construa um mapa de hierarquia de aprendizagens para “reta”.
6) Construa um mapa conceitual para o conceito “circunferência” que também abranja o
conceito “círculo”.
7) Analise o mapa conceitual para quadriláteros que está na página 68 (item 10.8).
8) Construa um mapa de hierarquia de aprendizagens para os conceitos “área, volumes e
capacidade”.
9) Construa um mapa conceitual para o conceito “Poliedros de Platão”.
10) Construa um mapa conceitual para o conceito “Trigonometria no triângulo”.
64
Capítulo 5
C F
A
B
No de Lados 3 4 5 ... n
o
N de Triângulos 1=3–2 2=4–2 3=5–2 ... n–2
Soma dos ângulos Si 3 = 180o Si4 = 180o × 2 Si5 = 180o × 3 ... Sin = 180o × (n − 2)
Internos
S en = 360 o
360 o
• Um ângulo externo de um polígono regular de n lados pode ser obtido pela fórmula: ê n =
n
o o
• Como î n + ê n = 180 , um ângulo interno de um polígono regular de n lados é dado por: î n = 180 − ê n
Um polígono convexo é regular se, e somente se, ele é eqüiângulo (tem todos os ângulos
internos congruentes) e eqüilátero (tem todos os lados congruentes entre si).
Note que:
• Há polígonos equiângulos que não são equiláteros: o retângulo
• Há polígonos equiláteros que não são equiângulos: o losango
A B Exemplo 1: O hexágono regular
720 0
Si6 = 180 0 × (6 − 2) = 720 o ⇒ i 6 = = 120 o
6
pipas
paralelogramos
• Um retângulo tem os ângulos internos congruentes (tem ângulos retos – medem 90º).
• O paralelogramo, o quadrado, o retângulo e o losango têm os lados paralelos dois a dois (são
paralelogramos).
• Um losango tem os quatro lados congruentes, mas os ângulos internos não são precisam ser
retos.
• Um quadrado pode ser classificado como sendo um losango, mas os losangos nem sempre são
quadrados.
• Os ângulos opostos tanto nos paralelogramos como nos losangos são congruentes.
• As pipas têm lados congruentes dois a dois e diagonais não congruentes, sendo que elas se
cruzam segundo um ângulo reto, no ponto médio da diagonal menor e em qualquer ponto
distinto do ponto médio da diagonal maior.
Não Paralelogramos:
O símbolo (*) representa “SIM” por ser, a propriedade citada, uma conseqüência da propriedade anterior.
Por exemplo: se no quadrado todos os lados são congruentes, então eles podem ser considerados dois a dois congruentes.
Utilize as
figuras ao lado
para verificar
cada uma das
propriedades
do quadro
acima:
Quadriláteros
são
são
quadriláteros quadriláteros
convexos podem ser côncavos
são
são podem ser
são são
retângulos losangos
são
são são
podem ser podem ser
quadrados
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 71
paralelogramo
losango
trapézios
Quatro Lados Congruentes
pipa
trapézios
paralelogramo
Lados opostos paralelos
72
1
[2] Transformar em uma única figura:
[1] Área Total = b2 + c2
Área= (b+c) ¥ b – (b–c) ¥ c = b2 + c2
c
b-c
b a b
c c c
c
b c b+c
a a
b a
a c
a a
c b
b+c b c
2 c
a
a
b
c2
b+c b+c
a b2
b
a
c
b+c c b
a2 = b2 + c2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 73
Triângulos Pitagóricos são triângulos retângulos cujos lados são número inteiros.
Os mais conhecidos e utilizados são os seguintes:
• o de lados 3,4 e 5 e os demais triângulos semelhantes a ele e com lados inteiros,
×3
×2 15
9
5 10
3 6
8
12
C
C C
a a
b a b
b
B c B c B c
A A A
Se a2 = b2 + c2 o ∆ é retângulo Se a2 < b2 + c2 o ∆ é acutângulo Se a2 > b2 + c2 o ∆ é obtusângulo
A l D A
d 2 = l 2 + l 2 ⇒ d 2 = 2l 2 ⇒ d = l 2
l d
l l
B l C B C
l
A 2 2
A l l
l = + h 2 ⇒ l2 =
2
+ h2 ⇒
2 4
2
l h l h l 2 2 l 2 4l 2 − l 2
⇒h =l − ⇒h = ⇒
4 4
B C
H H l C
2 3l 2 l 3
2 ⇒h = ⇒ h ∆eq =
l 4 2
Decorar:
l 3
h ∆eq =
d =l 2 2
Medida da diagonal do quadrado Medida da altura do triângulo equilátero
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 75
1 1 1
a 2 = b2 + c2 b 2 = ma c 2 = na h 2 = mn bc = ah 2
+ 2 = 2
b c h
o
(1 ) Verifique que: ∆ ABC ~ ∆ HBA ~ ∆ HAC (2o) Redesenhe os triângulos HBA e HAC
na mesma posição que o ∆ ABC
A
H
b c n H
h
∆1
~ ∆2 ~ m
∆3
h
A
C a B A c B C b
o
(3 ) Estabeleça as relações métricas a partir das proporções entre os lados dos triângulos
a b Teorema de Pitágoras
∆1 e ∆3: = ⇒ b 2 = ma
b m Adicionando estas duas relações, membro a membro,
obtém-se: b 2 + c 2 = ma + na ⇒ b 2 + c 2 = a (m + n ) ,
a c
∆1 e ∆2: = ⇒ c 2 = na mas m + n = a, logo:
c n
b 2 + c 2 = a.a ⇒ a 2 = b 2 + c 2
h n
∆2 e ∆3: = ⇒ h 2 = mn
m h 1 1 1
É fácil provar a relação:
+ = .
a c b2 c2 h 2
∆1 e ∆3: = ⇒ ah = bc ⇒ bc = ah 1 1 1 1 n+m a 1 1
b h Veja: 2 + 2 = + = = = = 2
b c ma na mna mna mn h
76
C
cateto oposto a α b
sen α = =
hipotenusa a
a β b cateto adjacente a α c
cos α = =
hipotenusa a
cateto oposto a α b
α tgα = =
cateto adjacente a α c
B c A
OBSERVE QUE:
14.- Cálculo do Seno, Cosseno e Tangente dos ângulos de 30o , 60o e 45o
l 3
A h ∆eq =
2
30O
l l l
h o
sen 30 = 2 = 1 = cos 60 o
l 2
B 60O
C h ∆eq l 3
H o 2 = 3
cos 30 = = = sen 60 o
l l l 2
A l D
d =l 2
45O
l 2
l l
l 1 2
45 O sen 45o = = = = cos 45o
l 2 2 2
B C
l
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 77
1 2 3
sen 0 1
2 2 2
cos 1 3 2 1
0
2 2 2
tg 0 3 1 3 ∃
3
Lembrar que:
DECORAR ESTES VALORES
2 ≅ 1,414 3 ≅ 1,732
sen α
tg α = 2 3 3
cos α ≅ 0,707 ≅ 0,866 ≅ 0,577
2 2 3
16.- Como obter os Valores de Seno, Cosseno e Tangente para a Tabela Anterior
Teorema (ou Lei ) dos Cossenos • Teorema (ou Lei) dos Senos
A
a2 = b2 + c2 – 2bc cos  a b c
= = = 2R
2 2 2 sen  sen B̂ sen Ĉ
b = a + c – 2ac cos B̂ c
2 2 2 b Considerando x ≠ y como sendo os lados
c = a + b – 2ab cos Ĉ
a, b ou c do ∆, podemos escrever as
A
C a seg
B seguintes fórmulas:
lado x do ∆
b c = 2R
seno do ∠ oposto ao lado x
lado x do ∆ lado y do ∆
=
seno do ∠ oposto ao lado x seno do ∠ oposto ao lado y
C a B
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 79
α α
λ (O, R ) P C(O, R ) P
R R
O O
P
λ (O, R ) = {P ∈ α | d P ,O = R} C(O, R ) = {P ∈ α | d P ,O ≤ R}
λ
R = raio do círculo C(O; R) ou raio da circnferência λ (O; R)
A
D DE = diâmetro de C(O; R) ou de λ (O; R) = 2R
R
B
(
BC =arco de circunferência de extremidades B e C tomados sobre λ
O
(
BAC = arco da circunferência λ, de extremos B e C, passando por A
M1
E BC = uma corda da circunferência λ ou do círculo C
M2
M 1 M 2 = flecha correpondente à corda BC (M1 e M2 pontos médios)
C
Trapézio circular
α
360o - α
Figura 1 Figura 2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 81
(
AB ≅ α
o arco AB e o ângulo α têm a “mesma medida”
B
V AB ≅ 2 α
o arco AB tem o dobro da “medida” do ângulo α
B
β AB ≅ α ≅ 2 β
B
82
T
O ângulo de segmento ( α ) correspondente a um dado
α arco AT tem metade do valor da medida daquele arco.
t
(
O β AT ≅ β = 2 α ou α ≅ ½ β
B
A O ângulo excêntrico interno ou interior ( α ) correspondente
aos arcos AB e CD tem a seguinte medida
(
O α C
α= (
( AB + CD ) / 2
O é o centro da circunferência
α= ( AB − CD ) / 2
A
O
O é o centro da circunferência
B
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 83
D PA × PB = PC × PD B
PA = PB A P 2
PA × PB = PT P
B
B
T
λ P λ1 λ2
d
R1
R O1
R2
d O2
O
84
A B’
B A’ A B’ B
h
h h
D H C D C
b b
• Vamos supor que queiramos calcular a área do paralelogramo ABCD da figura acima, de “base b”
(medida da base = b) e “altura h” (medida da altura = h).
• Na prática, podemos cortar o paralelogramo ABCD segundo o segmento B’C, obtendo assim o
triângulo BB’C que é congruente ao triângulo DHA.
• Transportando o triângulo BB’C, conforme é mostrado na figura acima, vai-se obter o retângulo
A’B’CD, de “base b” e “altura h”, cuja área é exatamente igual à área do paralelogramo ABCD.
Área do paralelogr amo = A paralelogramo = base × altura = bh
[3] Triângulo:
A
1 2
h h h
1 2
C b B b
• Para calcularmos a área de um triângulo qualquer basta inscrevê-lo num retângulo que tenha a
mesma altura do triângulo dado, tomando a base do triângulo, como sendo a base do retângulo
circunscrito a ele.
• Observando a figura assim gerada, podemos verificar que ela passa a ser composta por quatro
triângulo dois a dois congruentes (ou de mesma área). Assim sendo, ao calcularmos a área do
retângulo de base b e altura h, estaremos calculando a área de dois triângulos congruentes ao
triãngulo dado ( ∆ ABC ). Logo, poderemos calcular a área do retângulo e dividí-la por dois, para
obtermos a área do triângulo inicial.
base × altura bh
Área do triângulo = A ∆ = =
2 2
l = lado do triângulo
r = raio da circunferência inscrita no triângulo
R
R = raio da circunferência circunscrita ao triângulo
l 3
h = altura do triângulo equilátero = = 3r
2
r
R l 3 3R
R = 2r ⇒ como r = e h= = 3r vem: h =
l 2 2 2
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 87
1 2
1 2
d d
3 4
3 4
D D
• Para calcularmos a área de um losango qualquer basta inscrevê-lo num retângulo, tomando a diagona; maio do
losango como como sendo a base, e a diagonal menor, como a altura do retângulo circunscrito a ele.
• Observando a figura assim gerada, podemos verificar que ela passa ser composta por oito triângulo todos
congruentes entre si (ou de mesma área). Assim sendo, ao calcularmos a área do retângulo de base D e altura d,
estaremos calculando a área de dois losangos congruentes ao losango dado. Logo, poderemos calcular a área
do retângulo, para em seguida dividí-la por dois, para obtermos a área do losango inicial.
diagonal maior × diagonal menor D × d
Área do losango = A losango = =
2 2
Figura 1: Figura 2:
b b
h M1 M2 h M1 M2
B B
Na figura 1: Tomar M1 e M2 respectivamente os pontos médios
dos lados não paralelos do trapézio.
B b
b B
1 1 (B + b)h B + b
Área Trapézio = Área Paralelogramo = (B + b) × h = = h
2 2 2 2
b
2
h h
1
Bh bh (B + b)h
Área Trapézio = Área ∆1 + Área ∆ 2 = + =
2 2 2
h h
b×h
B B−b
r R r
a=r
O α
α
O r
r b=r
5
10 15
Triângulo 1: ∆1
Triângulo 2: ∆2 Área ∆1 = 6 unidades de área Triângulo 3: ∆3
Área ∆2= 24 unidades de área Este é o triângulo básico Área ∆3 = 54 unidades de área
É equivalente a 4 dos triângulos É equivalente a 9 dos triângulos
básicos (triângulo 1) básicos (triângulo 1)
Razão
de semelhança entre as áreas dos triângulos
1
do ∆1 para o ∆2: K1,2 = A ∆1 1
2 =
A ∆2 4
1 A ∆1 1
do ∆1 para o ∆3: K1,3 = =
3
A ∆3 9
2 A ∆2 4
do ∆2 para o ∆2: K2,3 = =
3
A ∆3 9
90
Capítulo 6
Este é o terceiro e último dos quatro formulários de Geometria Euclidiana a serem analisados
neste curso. Ele é um formulário sobre geometria espacial que completa os demais formulários. Os
assuntos aqui abordados, que se iniciam com o estudo dos sólidos geométricos notáveis e o cálculo de
suas superfícies e áreas, se refere à 2ª série do Ensino Médio.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 91
• Os sólidos geométricos podem ser divididos, quanto à forma de cálculo dos seus
volumes, em três grandes famílias, a saber: (1a família) a dos prismas e cilindros; (2a
família) a das pirâmides e cones; (3a família) a família das esferas.
Prismas com diversos tipos de base Cilindro
1a Família de sólidos
V = 1 BH
Fórmula para obtenção do Volume: 3
4
V = π R3
de sólidos
Volume:
3a Família
3
Esferas: O
R Área da Superfície Esférica:
A = 4π R 2
Um maço de cartas de baralho conseva o volume original, mesmo que as cartas não estejam exatamente
sobrepostas, ou seja, mesmo quando elas estão empilhadas diagonalmente ou de forma oblíqua.
Os sólidos geométricos mostrados no item número 1 do presente formulário ( item anterior a este) , são todos
retos, com exceção, é claro, da esfera, enquanto os seguintes sólidos são oblíquos
Para calcular o volume destes sólidos oblíquos, segundo o Princípio de Cavalieri, vai-se utilizar as
mesmas fórmulas utilizadas para se calcular o volume dos sólidos geométricos retos.
Nota: Os prismas de base retangular são também chamados hexaedros – tem seis faces
quadrangulares, mas somente o cubo é um hexaedro regular.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 93
[PROBLEMA 2] Considere o
a) a área da base do prisma B=
prisma retro de base
retangular (um prisma reto- b) a área da superfície lateral do prisma AL =
retângulo) cujas medidas das c) a área da superfície total do prisma AT =AL+2.B=
arestas da base são
respectivamente 3cm e 4cm e
d) o volume do prisma Vprisma = B.H=
a medida da altura é 5cm , e) a medida da diagonal base do prisma dbase =
complete seguinte tabela:
f) a medida da diagonal do prisma dprisma =
Cálculos:
5 cm 5 cm
Face Face
Frontal Lateral
3 cm 4 cm 3 cm
4 cm
Decomposição do sólido
Base 3 cm em figuras planas
O apótema de uma figura geométrica plana regular é A pirâmide tem dois apótemas: o
o segmento que une o centro da figura ao ponto médio apótema da base e o apótema da
de cada um dos lados ( lado = l ) daquela figura. pirâmide. O conceio de apótema da
pirâmide difere do conceito de
apótema da figura geométrica plana
regular. Veja na figura abaixo :
h ∆equilátero l 3
= 2 =l 3
a3 =
a3
3 3 6
Altura da Pirâmide
l
a4 =
2
a4
R é o raio da circunferência
circunscrita ao hexágono
∆OAB é equilátero ⇒ l = R
O
l 3 R 3 Apótema da Pirâmide
a6 = h ∆equilátero = =
a6 2 2
Apótema da base
A B
A B H M
B M C
a a a
B C
M
a
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 95
O cilindro e o cone são denominados, às vezes, sólidos de revolução pois são sólidos
geométricos que podem ser gerados respectivamente pela rotação de um retângulo em torno
de um eixo ou pela rotação de um triângulo retângulo em torno de um dos seus catetos
2 2
g = R +H
g=H H g
R R
Observe nas figuras acima que: g é a geratriz dos sólidos. No caso do cilindro uma aresta está
sobre o eixo de rotação enquanto a outra aresta, a ela paralela, é a geratriz.
geratriz = segmento de reta que irá “desenhar” (gerar) a superfície do sólido.
No cone, a geratriz é a hipotenusa do triângulo retângulo.
A Superfície
Lateral do cone é
2π
πR
constituída por
g
θ um setor circular
g de ângulo θ θ
1 πR 2 H
V = BH =
R 3 3
2π
πR
2πR 360 o R
θ= ≡
Comprimento
g g
Raio do Área do Setor
do arco de
Círculo Circular
circunferência
g 2 2πR × πg 2
2π
πg πg A Lateral = = πRg
2πg
R 2π
πR ALateral
Há basicamente três tipos de seção conseguidas quando um plano intecepta um cone ou um cilindro retos:
Notas Importantes:
Quando a secção meridiana de um cilindro resultar num quadrado e a de um cone resultar
num triângulo equilátero, eles serão chamados respectivamente cilindro equilátero e cone equilátero.
Para alguns autores, as secções paralelas à base do cilindro e do cone é que devem ser consideradas
como uma secção transversal daqueles sólidos.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 97
8.- Troncos
9.- Esfera
O
R R
Hemisfério:
Esfera:
Secções da esfera: 2
4 V= π R3
V = π R3 Secção qualquer:
3
3 Círculo qualquer
Secção meridiana: Hemi-calota esférica
A = 4π R 2
Círculo máximo, sendo que A = 2π R 2
a circunferência é um meridiano
O
O volume de uma cunha esférica é obtido por regra de três: α
o ângulo α está para 360o (ou para 2π radianos) assim como
4
o volume da cunha esférica ( Vcunha ) está para o volume da esfera ( πR 3 )
3
1 dm=10 cm
1 dm = 10 cm 1l = 1dm × 1dm × 1dm = 1dm 3
1 litro
ou ainda:
1 dm = 10 cm 1l = 10m × 10cm × 10cm = 1000cm 3
98
d=a 2 dretângulo = a 3
dretângulo = 2Resfera
a a
R=½ a
H Secção meridiana
g
g
∆ AMB ~ ∆ ATO H
de onde:
R R T
R H−R
=
r g O
r
11.- Diedros
r
Na figura ao lado:
r
r
γ’
α β γ γ
α β
θ θ’
A medida do diedro é dada pela medida do ângulo plano de sua seccção reta:
Se θ = 90o o diedro é reto; se θ < 90o o diedro é agudo e se θ > 90o o diedro é obtuso
θ’
med(θ
θ) = med (θ
θ’)
100
11.3.- Triedros
12.- Poliedros
Observar que: Se retirarmos de um poliedro convexo uma de suas faces ( por exemplo uma
“tampa”) obteremos um poliedro aberto onde V + F = A + 1. Verifique.
Teorema: A soma S das medidas dos ângulos das faces de um poliedro convexo que possui V
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 101
Definição: Chama-se poliedro de Platão aos poliedros tais que todas as suas faces têm o mesmo
número de de arestas, todos os ângulos poliédricos possuem o mesmo úmeros de arestas e para eles
valem o Teorema de Eüler.
Exemplos e Contra-exemplos:
(1) (2) (3) (4) (5) (6)
Os poliedros (1), (2) e (3) são poliedros de Platão, já os poliedros (4), (5) e (6) não são.
Notar: Um Poliedro Regular é um Poliedro de Platão, mas nem todo Poliedro de Platão
precisa ser um Poliedro Regular.
Tetraedro Hexaedro
Octaedro Dodecaedro
Icosaedro
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 103
Tetraedro regular
faces: triângulos equiláteros
ângulos triédricos: medindo 180o
Planificação do sólido
Planificação do Sólido
E
Octaedro Regular de aresta “a”
Faces: Triângulos equiláteros
Ângulos poliédricos: medindo 240o
A
D
B Planificação do Sólido
C
Planificação do Sólido
104
Planificação do Sólido
Respostas: São três as possíveis planificações do tetraedro; 9 as possíveis planificações do prisma reto regular de
base triangular e 11 as possíveis planificações do Hexaedro.
Geometria
Euclidiana
Plana e
Espacial
Unesp – Guaratinguetá
Guaratinguetá - 2005
Prof. Dr. Aury de Sá Leite
Parte II
Conteúdo:
Estudo comparado de Geometria Euclidiana Plana e Espacial
Axiomática
Esta é a segunda parte do curso de Geometria Euclidiana Plana e Espacial, denominada
Estudo Comparado de Geometria Euclidiana Plana e Espacial Axiomática, onde serão estudados de
forma comparativa os distintos e interessantes conjuntos de axiomas propostos por vários autores:
Hilbert, Pogorelov, Birkhoff, Tarski e Paul Bernays, além do conveniente conjunto de axiomas
formulado e proposto pelo SMSG – School Mathematic Study Group, que é no qual nos proporemos
finalmente fixar, com vistas às provas de nossos Teoremas tanto da Geometria Euclidiana Plana como
da Geometria Euclidiana Espacial Posicional e Métrica.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 107
Capítulo 7
Neste Apêndice são apresentados, de forma bastante organizada, os conceitos-chave que irão
facilitar ao leitor a compreensão dos conteúdos a serem abordados nos demais capítulos. O quadro
sinóptico a seguir poderá dar uma idéia da abrangência, bem como da organização, tentadas pelo autor.
Apesar de nos parecer que a leitura e compreensão de todo o texto a seguir possam realmente
ampliar em muito a compreensão do leitor sobre o que sejam as Teorias Axiomáticas e as Provas de
Teoremas, o assunto não se esgota somente nisto, sendo que muito mais poderá ser encontrado pelo
pelos mais interessados, seja em artigos científicos, seja livros textos ou seja na Internet.
A numeração associada a cada um dos conceitos constantes do índice que servirá ainda como
um quadro sinóptico dos assuntos tratados a seguir, é a mesma que lhes é atribuída no texto que o
segue neste capítulo, visando facilitar consultas focadas especificamente em determinados conceitos.
2.1.- Logicismo
Logicismo: teoria segundo a qual a matemática seria uma parte da lógica, pois os seus teoremas
poderiam ser derivados de conjuntos de axiomas puramente lógicos. Esta é uma concepção
desenvolvida a partir de 1884 por Gottlob Frege (1848-1925) matemático e filósofo alemão, que
retomada alguns anos mais tarde, por Bertrand Russell (1872-1970) e Alfred North Whitehead
(1861-1947), resultou na publicação em 1910 da obra “Principia Mathematica” que pretendia
deduzir as relações matemáticas das relações lógicas.
• A dificuldade da logicização completa da matemática foi pressentida já nos “Principia
Mathematica” (1925) monumental obra de Whitehead e Russell, nos quais foram requeridas mais
cem de páginas de símbolos, antes de se iniciar a mais simples das deduções. Os alicerces deste
programa acabaram por afundar em 1931 quando Gödel provou, aquele que atualmente é
conhecido como o Teorema da Incompletude de Gödel. Este teorema mostrou que a meta de
permear e integrar matemática e lógica como uma única ciência era impossível.
2.2.- Intuicionismo
Intuicionismo: concepção da filosofia da matemática, apresentada em 1908 por L. E. J. Brouwer
(1881-1966), que vincula a existência de uma entidade matemática qualquer à possibilidade de
sua gênese pela intuição humana, ou seja, teoria que afirma serem as entidades da Lógica
Matemática livres criações do pensamento, independendo de origens empíricas, e sustentadas pela
clareza que lhes confere seu caráter intuitivo.
• A formulação (intuicionista) da Teoria dos Conjuntos de Cantor deu ensejo a Bertrand Russel e
outros matemáticos logicistas a encontrarem nesta formulação uma série de paradoxos
(contradições) tidos por eles como erros e não como imperfeições ou impossibilidades matemáticas
locais, que segundo os intuicionistas apenas comprovavam que a matemática clássica estaria
necessitando de uma reformulação rigorosa a partir dos fundamentos.
• Somente para citar um exemplo deste tipo de reformulação dos princípios pretendida pelos
intuicionistas, dever-se-ia considerar que: o número zero não seria o primeiro número
“natural”, mas sim, o número um, pois isto estaria mais próximo da intuição humana.
2.3.- Formalismo
Formalismo: Concepção fundamental da lógica matemática, desenvolvida principalmente a partir
dos trabalhos de David Hilbert (1862-1943), matemático alemão, que assegura a coerência dos
sistemas pelo uso da linguagem simbólica e do método axiomático.
• É, praticamente, com David Hilbert que se inicia a tentativa de formalizar a matemática, ou seja,
inicia-se um movimento em que se acreditava poder formular completamente a matemática e, de
tal maneira consistente, que se poderiam ser apresentadas formalmente quaisquer proposições
matemáticas e, que estas, poderiam ser provadas usando-se um pequeno número de símbolos com
significados bem definidos. A axiomatização é o primeiro passo da formalização, sendo que a este
primeiro passo devem seguir formas de se provar que a matemática assim criada é livre de
contradições. Em 1931 Gödel mostrou que a formalização não pode ser considerada como uma
técnica por meio da qual se possa obter uma matemática livre de contradições.
5.- Teorias
• Teoria - conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou fundamentada
em postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a
ordenação, a classificação minuciosa e, eventualmente, a transformação dos fatos e das realidades
da natureza (Dicionário Houaiss).
• Teoria - conjunto de conhecimentos não ingênuos que apresentam graus diversos de sistematização
e credibilidade, e que se propõem explicar, elucidar, interpretar ou unificar um dado domínio de
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 111
1. 1 ∈ N.
112
2. Se a ∈ N, a = a.
4. Se a, b, c ∈ N, a = b, b = c implica a = c.
5. Se a = b e b ∈ N, a ∈ N.
6. Se a ∈ N, então a + 1 ∈ N.
8. Se a ∈ N, a + 1 ≠ 1.
Se a, b ∈ N, a + (b + 1) = (a +b) + 1.
1. Se a, b ∈ N, a + b ∈ N.
3. Se a, b, c ∈ N, a + (b + c) = (a + b) + c.
4. Se a ∈ N, 1 + a = a + 1.
5. Se a, b ∈ N, a + b = b + a.
1. a ∈ N, a × 1 = a
2. a, b ∈ N, a × (b + 1) = (a × b) + 1
• As idéias apresentadas no livro “Arithmetices Principia Nova Methodo Exposita”, conhecido
como: “Princípios de Aritmética”, modernamente são apresentados de formas diversas por
diferentes autores. Adotaremos aqui uma formulação que nos parece bastante apropriada ao nível
deste texto e do trabalho a ser aqui desenvolido e que envolvem os seguintes conceitos e axiomas:
(1) o número zero − cujo símbolo será adotado como 0;
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 113
10.- Axiomas
• Os axiomas, que necessariamente são fórmulas-bem-formadas (fbfs) de uma linguagem formal, são
assumidos a priori, como tautologias – fórmulas válidas – desta linguagem. O antigo conceito de
que axiomas são verdades auto-evidentes ou intuitivas, vem sendo substituída modernamente, pelo
conceito de que não há a necessidade de compreendê-los direta ou imediatamente, mas apenas
através de seus efeitos, pois muitos axiomas são altamente contra-intuitivos.
• Os axiomas de uma linguagem formal devem ser tais que se possa derivar a partir deles e com o
uso de pelo menos uma regra de inferência, outras tautologias (sentenças o fórmulas verdadeiras),
ou provar com o uso destes mesmos recursos, os teoremas desta linguagem.
• Um conjunto de axiomas é completo na medida em que seja impossível acrescentar um novo
axioma ao seu conjunto de axiomas sem que ocorra os dois fatos: (i) o axioma acrescentado é
dependente dos demais, isto é, ele pode ser derivado logicamente dos demais axiomas; (ii) o novo
axioma exige a inclusão de um novo elemento entre os conceitos primitivos da Teoria.
• Um conjunto de axiomas é consistente se, entre aqueles axiomas não existem axiomas que se
contradizem, e se for impossível utilizar estes axiomas para prova um teorema e para refutá-lo ao
mesmo tempo.
• Para Gödel um conjunto de sentenças é logicamente consistente (nenhuma contradição pode ser
deduzida das sentenças) se e somente se as sentenças tiverem um modelo, isto é, se e somente se há
um “universo” em que elas são todas verdadeiras.
Lógica dae Substituição é bastante utilizada em Provas Automáticas (via Sistemas Computacionais
Dedicados) de Teoremas da Lógica.
12.- Teoremas
• Teorema é uma afirmação que pode ser demonstrada como verdadeira através de argumentações e
operações matematicamente aceitáveis. Em geral um teorema é o enunciado de algum princípio
geral que faz parte de uma teoria. O processo que visa mostrar que o Teorema é verdadeiro se
denomina prova.
• Philip J. Davis e Reuben Hersh, em seu livro “A Experiência Matemática” [Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1985 – pág. 46-47], afirma que cerca de 200.000 teoremas da matemática são
publicados anualmente.
13.- Lemas
• Um teorema mais simples ou imediato usado em conjunto com outros teoremas do mesmo tipo ou
teoremas já provados para provar teoremas de elevada complexidade.
14.- Corolários
• É um novo Teorema que pode ser provado utilizando-se algo já provado num Teorema anterior ou,
em outras palavras, uma proposição que deriva, em um encadeamento dedutivo, de uma asserção
precedente, produzindo um acréscimo de conhecimento por meio da explicitação de aspectos que,
no enunciado anterior, se mantinham latentes ou obscuros.
15.- Conjecturas
• Conjectura é uma proposição que é consistente de fato, mas que não se pode provar que seja
verdadeira ou falsa. Conjectura é um sinônimo para hipótese.
• Hipótese do Contínuo – esta é uma proposta feita originalmente por George Cantor de que não
existe nenhum conjunto infinito cuja cardinalidade se situa entre a cardinalidade ℵ0 lida “aleph zero”
(o menor dos valores transfinitos, que corresponde à quantidade de elementos, seja do conjunto dos
números naturais, dos conjunto dos números inteiros ou do conjunto dos números racionais) e a
cardinalidade do conjunto dos números reais ℵ1 = c , onde o c é denominado “contínuo”).
Simbolicamente, a hipótese do continuo pode ser enunciada como: ¬∃ k, ℵ0 < k < ℵ1 , ou seja: ¬∃ k,
ℵ0 < k < c.
GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E ESPACIAL 117
Números quadrados
Números pentagonais
Figura 2
triangulares. De fato, apesar da figura mostrar um caso particular em que n = 5, o fato é que, a partir
daí, pode-se facilmente generalizar a propriedade.
17.1.2.- Prova por Dissecção (Dissecação)
• Dissecar é decompor os elementos ou a estrutura de algo, para melhor compreendê-lo ou torná-lo
compreensível. Um teorema que é comumente provado por dissecção (ou dissecação) é o Teorema
de Pitágoras.
Contra-Exemplo:
Dada a relação: ............................... mostre que apesar de P(0), P(1), . ... serem verdadeiras, esta
relação não é verdadeira. (PROVIDENCIAR)
120
Exemplos:
n (n + 1)(2n + 1)
[1] Prove que 12 + 22 + 32 + ... + n2 =
6
n
[2] Prove que n! ≥ 3 para n = 7, 8, 9, ...
[3] Prove que 2n ≥ n2 para n = 4, 5, 6, ...
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