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De Evana Ribeiro
CAPÍTULO 45 (PARTE 1)
Copyright 2007
CENA 1 - BAR - INT - DIA
Continuação imediata da cena final do capítulo anterior.
Monika se aproxima lentamente do lugar onde Michael está.
MONIKA
Te fiz esperar muito?
MICHAEL
Não, acabei de chegar.
MONIKA
Ah, bom... Detesto deixar os outros
esperando.
MICHAEL
Tá, mas vamos deixar isso pra lá,
ok?
MONIKA
Sim, vamos. (tempo) O que você
tinha de tão urgente para falar
comigo?
MICHAEL
Bem, eu... Eu não pensei muito
antes porque sabia que se pensasse
demais...
MONIKA
(interrompe, paciente)
Direto ao assunto.
MICHAEL
Tá, ok. Vamos lá. Eu te chamei aqui
porque precisava muito te dizer
que...
Michael pára de falar, segura uma das mãos dela e
repentinamente a beija. Monika, assustada, o afasta.
MONIKA
Hã?
MICHAEL
A palavra fugiu na hora.
Os dois ficam um tempo se olhando, em silêncio. Em seguida
sorriem e se beijam novamente.
CORTA PARA
2.
JOHANN
Hello. (tempo) Michael! Estava
preocupado com a falta de notícias.
(tempo) Sim, eu sei, meu filho.
Mas... O que você foi fazer em
Berlim mesmo? (tempo) Ahn... Então
quer dizer que você e Monika...
(tempo) Muito bem, muito bem! Fico
feliz por vocês. Viu só como essa
viagem fez bem a você? (tempo) Já
terminei tudo o que tinha para
fazer aqui. Estou voltando para
casa amanhã; e você? (tempo) Amanhã
também?
Johann sorri, satisfeito.
CORTA PARA
MICHAEL
Eu juro que você estará de volta em
breve. É só para conhecer minha
mãe... Garanto que ela ficará muito
feliz.
Monika fica por alguns instantes pensativa.
MONIKA
(sorrindo)
Ok, você venceu! Eu vou a Londres
com você.
Michael sorri entusiasmado.
CORTA PARA
FERNANDO
(interrompe)
Nem tudo se divide, Bárbara. Você
ia gostar de me ouvir falando de
trabalho o dia inteiro? Problemas
de trabalho, problemas de trabalho,
problemas de trabalho! É só isso
que eu tenho para falar. É demais
para a sua cabecinha, não?
BÁRBARA
Você está me subestimando!
FERNANDO
Não estou subestimando ninguém, só
estou dizendo a verdade. Você sabe
muito bem que não suportaria esses
assuntos de negócios por mais de
cinco minutos.
Bárbara fica calada e olha para o chão.
BÁRBARA
Algo me diz que não é só isso.
FERNANDO
E você acha que é o quê? Que eu
tenho uma amante, por acaso?
BÁRBARA
(grita)
É, é isso mesmo! Não existe outro
motivo que tenha feito você esfriar
comigo como esfriou a não ser...
Uma amante!
FERNANDO
Ora, deixe de besteira! Quando que
eu teria tempo de arrumar uma outra
mulher? Se eu pudesse, não teria
nenhuma!
BÁRBARA
Isso por acaso é um pedido de
divórcio?
FERNANDO
Entenda como quiser.
Fernando dá as costas para Bárbara e se dirige ao motorista
do táxi e ao motorista do outro carro envolvido no acidente.
Os três começam a conversar, pacificamente. Bárbara faz
menção de ir até Fernando, mas desiste e se afasta, triste.
7.
CORTA PARA
ANA PAULA
Hã?
JERRI
Casar comigo. Você quer?
ANA PAULA
Ah, não brinca.
JERRI
Eu não tenho nenhum anel de noivado
aqui, mas tô falando sério!
Ana Paula olha para Jerri, sem reação.
Detalhe na reação de Raul: ele cruza os dedos da mão
esquerda.
ANA PAULA
Quero.
RAUL
(decepcionado)
Hã?
JERRI
Quer mesmo?
ANA PAULA
Você não perguntou? Tô respondendo,
quero casar com você sim, seu
bobão.
RAUL
(baixinho)
Não acredito... Essa garota só pode
estar cega! Preferir esse palhaço a
mim, vê se pode...
Jerri e Ana Paula se abraçam. Raul os observa, com ar de
desprezo.
CORTA RÁPIDO PARA
RAUL (...cont.)
coisíssima nenhuma! Se fosse eu com
certeza o conheceria, mesmo se
fosse um nome invisível, um
iniciante, sei lá... Mas se for uma
farsa, Ana Paula tem que saber.
Raul continua sua busca na Internet.
CORTA PARA
LUCILLE
Eu fiquei tão... Tão desconsertada
com tudo o que aconteceu que não
sei nem como estou conseguindo
falar com você agora.
HERMAN
Não se preocupe; foi um erro meu.
Eu não devia ter me excedido na
bebida...
LUCILLE
(interrompendo)
Foi um erro nosso. Mas não devíamos
tocar nesse assunto na frente de
crianças...
Lucille olha para baixo, indicando Angela, e acaricia os
cabelos da menina.
HERMAN
É verdade.
LUCILLE
Eu tenho de ir agora. Até...
HERMAN
Até breve.
Herman e Lucille se olham, sem jeito, e seguem rumos
opostos. Enquanto caminha, Lucille sorri, olhando para algum
ponto desconhecido e sem prestar atenção a mais nada.
ANGELA
Vovó!
LUCILLE
(sem olhar para a menina)
Sim?
ANGELA
E o que a gente ia comprar?
Lucille pára, vira-se para Angela, sorri, um pouco sem graça
e faz o caminho de volta.
CORTA PARA
11.
LAYLA
Sim, é isso...
CORTA PARA
FERNANDO
É? E como você quer que eu fique?
BERNARDO
São só boatos... E quem não deve
não teme, não é?
FERNANDO
Então você acredita nesses boatos
ridículos?
BERNARDO
Não, mas... você não devia reagir
desse jeito a um boato ridículo.
Fernando segura Bernardo pela gola da camisa.
FERNANDO
Escuta aqui: eu reajo do jeito que
eu quiser! (tempo) E some daqui
antes que eu faça uma besteira.
Fernando e Bernardo se encaram. Este tem o olhar temeroso; o
outro, furioso.