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Licenciatura em Direito

Políticas da União Europeia


4.º Ano – 1.ºSemestre
2010 / 2011

Proteccionismo e livre-cambismo

Proteccionismo
O sistema proteccionista caracteriza-se pelo encerramento das fronteiras
do país, privilegiando os sectores económicos nacionais em detrimento da
concorrência estrangeira. Trata-se de uma opção política que obsta ao livre
comércio internacional, opondo-se ao livre-cambismo (de que trataremos mais
adiante).
Este modelo económico teve como precursores List e Carey, que
argumentavam com a necessidade de proteger as indústrias nascentes até que
elas estivessem preparadas para competir no mercado externo. Em defesa do
proteccionismo referia-se ainda usualmente que todos os países teriam direito
a atingir um determinado grau de independência face ao estrangeiro mediante
a aposta em certas produções estratégicas (como por exemplo, garantir a auto-
suficiência alimentar ou energética).
As vantagens de um sistema fechado como este são a protecção da
produção nacional, designadamente da indústria e da agricultura, a garantia de
empregos internos e o incentivo ao desenvolvimento no país de novas
tecnologias. Não obstante, também se apresentam diversas desvantagens:
aumento de preços, falta de incentivo ao melhoramento da produção (dada a
inexistência de concorrência externa), atraso tecnológico face a novas
tecnologias desenvolvidas no exterior (que não penetram no país em virtude do
seu encerramento) e a perda de influência nos mercados estrangeiros.
O proteccionismo aplica-se através da criação de barreiras
alfandegárias, as quais podem ser de toda a espécie: físicas, fiscais (impostos
alfandegários), técnicas (criação de legislação condicionante das importações –
ex: exigir que os faróis dos carros tenham uma cor diferente da dos outros
países obsta à importação de tal bem em virtude de tornar mais dispendiosa a
sua produção por ter que ser tida em conta tal especificidade) restrições
quantitativas sob a forma de proibições (impedimento total da importação de
certos produtos com fundamento, p.e., na ameaça à saúde pública),
licenciamentos (sujeição da importação à outorga de licença para o efeito) ou
quotas (limitação do quantus de importação – a contingentação), restrições aos
pagamentos (disponibilização de uma quantidade limitada de moeda para
custear as importações), política cambial (com a depreciação da moeda, as
importações são desencorajadas, promovendo-se em contrapartida as
exportações), etc.

Livre-cambismo
O modelo livre-cambista opõe-se ao proteccionismo, constituindo
ambos, nas suas formas puras, posições extremadas.
Este sistema é favorável ao livre comércio internacional, ao qual não
devem ser levantadas quaisquer restrições estaduais.
Teve origem na Inglaterra, precursora da revolução industrial, que via
neste modelo económico a melhor forma de expandir as suas exportações e,
por conseguinte, impulsionar a sua economia. Adam Smith e David Ricardo
salientaram as virtudes de uma economia aberta ao exterior: a optimização dos
recursos, mediante a especialização dos países nas actividades para as quais
estão mais vocacionados (divisão internacional do trabalho – princípio da
Ana Lopes
N.º 21520107
Turma A
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especialização), o incentivo ao melhoramento da produção nacional, a fim de
poder competir com os demais países produtores, a diminuição dos preços, por
força do aumento da concorrência, a diminuição dos gastos de produção (a
obtenção das chamadas economias de escala). No entanto, também alguns
defeitos podem ser apontados ao livre-cambismo, nomeadamente o facto de
tendencialmente favorecer os países mais ricos e mais preparados para
competir no mercado internacional, em detrimento dos mais pobres e menos
desenvolvidos.
Para aplicar o livre-cambismo, têm actualmente sido celebrados diversos
acordos no âmbito de organizações internacionais criadas para o efeito, de que
é exemplo mais relevante a OMC. Esta entidade fiscaliza o levantamento das
restrições ao livre comércio e sanciona os países que não cumprirem tal
exigência.

Evolução histórica
Tem-se verificado ao longo do tempo um desenvolvimento do comércio
internacional, o qual tem sido acompanhado de uma abertura gradual das
fronteiras dos países. Este processo não tem, contudo, pautado pela
regularidade, distinguindo-se na história períodos de avanço e de retrocesso
que se sucederam uns aos outros ao ritmo dos acontecimentos que marcaram
a história mundial.
O comércio internacional não é um fenómeno recente. Com efeito, já na
época medieval se verificava a ocorrência de trocas entre países. Não
obstante, foi com o início dos descobrimentos que tal fenómeno ganhou mais
relevância.
Na época dos descobrimentos vigoravam as ideias mercantilistas
(séculos XV a XVII), que assentavam na convicção de que era a detenção de
metais preciosos que indicava o nível de riqueza de um país. Assim sendo,
eram adoptadas políticas restritivas do comércio internacional no sentido de
impedir de todo a saída desses metais (mercantilismo bulionista) ou de limitar a
sua saída a quantidades inferiores às que entravam (mercantilismo industrial e
comercial). Cada Estado procurava assegurar a sua própria prosperidade e não
confiava nos privados para levarem a cabo tal tarefa. Assim, o mercantilismo
caracterizava-se pelo nacionalismo, pelo metalismo e pelo dirigismo,
concluindo-se que esta época se pautou pelo proteccionismo.
No século XVIII surgiu a reacção ao proteccionismo mercantilista com as
correntes fisiocrática e liberalista. Segundo ambas, existia uma ordem natural
que comandava a economia e na qual o Estado não podia intervir (a ele caber-
lhe-iam tão-só as tarefas de defender o território e administrar a justiça). Estava
subjacente a estas correntes doutrinárias, portanto, a defesa do livre-
cambismo. Foi no século XVIII que se iniciou a revolução industrial, a qual
contribuiu para o desenvolvimento do liberalismo em Inglaterra. No resto da
Europa, menos desenvolvida, a doutrina maioritária era a fisiocracia, que punha
a tónica da economia na agricultura.
Face ao menor desenvolvimento industrial da Europa continental
relativamente à Inglaterra, a fase pós-revolução industrial pautou-se por um
livre-cambismo mitigado por certas políticas de índole proteccionista,
nomeadamente ao nível da agricultura e das indústrias nascentes, que

Ana Lopes
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beneficiavam de apoios à sua implementação no mercado e ao seu
crescimento até estarem aptas a competir com as demais.
Este foi o estado das coisas até ao despontar da primeira guerra
mundial, finda a qual se entrou numa fase de proteccionismo, aplicando os
países várias restrições ao comércio internacional, as quais se viram
reforçadas com a crise mundial de 1929-1932 e se mantiveram até depois da
2.ª Guerra Mundial, para a qual, de certo modo, contribuíram.
Ainda no decurso desta segunda guerra, e apercebendo-se dos erros do
passado no que à aposta no isolacionismo diz respeito, vários líderes mundiais
concluíram pela necessidade de se arrepiar caminho, abandonando a via
proteccionista e avançando para a abertura dos mercados, conscientes de que
tal só seria bem sucedido se fossem criadas instituições para o promover. Foi
esta decisão que resultou da conferência de Bretton Woods em 1944, na qual
se visava definir as linhas orientadoras do comércio internacional do pós-
guerra.
Uma vez restabelecida a paz, os países não perderam tempo e logo
promoveram a constituição das ditas instituições, tanto ao nível europeu como
ao nível mundial, em três sectores fundamentais: liberdade de comércio,
sistema de pagamentos e sistema de apoio ao desenvolvimento (o primeiro
não poderia ter êxito sem estes últimos). Quanto à liberdade de comércio, fala-
se aqui da OECE, criada na Europa em 1949 para garantir o afastamento das
barreiras alfandegárias e melhor administrar os fundos provenientes dos EUA
(em virtude do plano Marshal, que visava a reconstrução europeia no pós-
guerra), e do GATT, em 1946 (que sucedeu à fracassada OIT e veio a dar
origem à actual OMC – de 1994). Quanto ao sistema de pagamentos, surgiram
a União Europeia de Pagamentos (mais tarde substituída pelo Acordo
Monetário Europeu) a nível europeu e o FMI a nível mundial. Por fim, quanto ao
sistema de apoio ao desenvolvimento, destacam-se o Banco Europeu de
Investimentos no contexto da Europa e o Banco Internacional de Reconstrução
e Desenvolvimento (Banco Mundial) no contexto mundial.
O período que se sucedeu foi de crescimento económico e
desenvolvimento acentuado para a generalidade dos países, tudo em virtude
da abertura dos mercados. No entanto, um novo retrocesso veio a ter lugar por
força da crise petrolífera que assolou o mundo nos anos 70.
O mundo nunca mais regressou ao nível de livre-cambismo existente
antes da década de 70, nem aos acentuados crescimento e desenvolvimento
que então se verificaram (que levaram inclusive a que se designasse tal
período como “golden ages”, com destaque para os “golden sixties”). Na
verdade, a primeira metade dos anos 80 ficou marcada por um acentuar do
proteccionismo, só se verificando um reforço ténue do livre-cambismo na
segunda metade da referida década. Este processo repetiu-se nos anos 90 e
continua a verificar-se, ciclicamente.

Ana Lopes
N.º 21520107
Turma A

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