Sei sulla pagina 1di 24

ESTUDO BÍBLICO: Os anjos maus na perspectiva

da Teologia Sistemática de Louis Berkhof e


Wayne Grudem

Por Mariel M. Marra1

INTRODUÇÃO

Este é um estudo sobre os anjos maus com


base na Teologia Sistemática dos teólogos Louis
Berkhof e Wayne Grudem. Esta pesquisa justifica-se
pelo anseio do autor em fornecer aos cristãos um
estudo bíblico-teológico sólido sobre um tema que
pela sua observação tem obtido bastante procura
hodiernamente. A escolha de Berkhof e Grudem
como referencial teórico justifica-se pelo fato de que
ambos são teólogos sistemáticos reconhecidos

1
Mariel Márley Marra é teólogo brasileiro, formando pelo Centro
Universitário Metodista Izabela Hendrix em Belo Horizonte, Minas
Gerais. É crítico da literatura evangélica e colaborador de portais de
conteúdo evangélico na internet.
2
internacionalmente e suas obras de grande
aceitação apresentam boa didática.

1. SUA ORIGEM

Segundo Louis Berkhof2, além dos anjos


bons, há também os maus, cujo prazer esta em
opor-se a Deus e combater Sua obra. Se bem que
são criaturas de Deus, não foram criados como
anjos maus. Deus viu tudo que tinha criado, e estava
muito bom, Gn 1.31. Há duas passagens da
Escritura que implicam claramente que alguns anjos
não mantiveram a sua condição original, mas caíram
do estado em que tinham sido criados, 2 Pe 2.4; Jd
6.

De acordo com Wayne Grudem3, Satanás e


os demônios são anjos maus que um dia foram

2
Louis Berkhof (1873-1957) é um teólogo sistemático reformado
cujas obras têm sido muito influentes na teologia calvinista da
América do Norte e da América Latina. Sua Teologia Sistemática tem
sido, durante décadas, o livro-texto utilizado em muitas faculdades
protestantes de teologia no Brasil. Ele nasceu nos Países Baixos e
mudou-se, ainda pequeno, para os Estados Unidos.
3
É graduado em Harvard, mestre em divindade pelo Westminster
Theological Seminary e doutor pela Universidade de Cambridge, foi
professor titular do departamento de teologia bíblica e sistemática
da Trinity Evangelical Divinity School durante vinte anos. Atualmente,
3
como os bons, mas pecaram e perderam o privilégio
de servir a Deus. A exemplo dos anjos, também são
seres espirituais criados, dotados de discernimento
moral e elevada inteligência, mas desprovidos de
corpos físicos. Podemos dar-lhes a seguinte
definição: demônios são anjos maus que pecaram
contra Deus e hoje continuamente praticam o mal no
mundo4.

O pecado específico desses anjos não foi


revelado, mas geralmente se pensa que consiste em
se exaltarem contra Deus e aspirarem à autoridade
suprema. Se esta ambição desempenhou papel
importante na vida de Satanás e o levou à queda,
isso explica de vez por que ele tentou o homem
nesse ponto particular, e procurou engodá-lo para
destruí-lo recorrendo a uma possível ambição,
parecida com sua, presente no homem5.

Alguns dos primeiros “pais da igreja”


distinguiam entre Satanás e os demônios a ele

leciona no Phoenix Seminary. Já escreveu diversos artigos e obras de


referência de grande aceitação no Brasil.
4
GRUDEM, p.187-188.
5
BERKHOF, p.139.
4
subordinados, na explicação da causa da sua
queda. Viam a explicação da queda de Satanás, no
orgulho, mas a da queda mais geral ocorrida no
mundo angélico, na luxúria carnal, Gn 6.2. Contudo,
essa interpretação de Gn 6.2 foi sendo aos poucos
repudiada, durante a Idade Media. Em vista disto, é
surpreendente ver que alguns comentadores
modernos reiteram aquela idéia, em sua
interpretação de 2 Pe 2.4 e Jd 6, como o fazem, por
exemplo, Meyer, Alford, Mayor e Wohlenberg6.

Para Wayne Grudem, quando Deus criou o


mundo, “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era
muito bom” (Gn 1.31). Isso significa que mesmo o
mundo angélico que Deus criara não tinha ainda
anjos maus ou demônios naquele momento. Mas já
em Gênesis 3, vemos que Satanás, na forma de
uma serpente, tentava Eva ao pecado (Gn 3.1-5).
Portanto, em algum momento entre os eventos de
Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1 deve ter havido uma

6
BERKHOF, p.139.
5
rebelião no mundo angélico, na qual muitos anjos se
voltaram contra Deus e se tornaram maus 7.

É, todavia, uma contraria à natureza espiritual


dos anjos e ao fato de que, como Mt 22.30 parece
implicar, não há vida sexual entre os anjos. Alem
disso, com essa interpretação teríamos que admitir
uma queda dupla no mundo angélico – primeiro a
queda de Satanás e, depois, consideravelmente
mais tarde, a que resultou no exército de demônios
que agora presta serviço a Satanás. É muito mais
provável que Satanás tenha arrastado os outros logo
consigo, em sua queda8.

2. SEU CHEFE

Satanás aparece na Escritura como o


reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ao que
parece, ele era originariamente um dos poderosos
príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos
que se revoltaram contra Deus e caíram9.

7
GRUDEM, p.188.
8
BERKHOF, p.139.
9
BERKHOF, p.140.
6
O nome “Satanás” revela-o como “o
Adversário”, não do homem em primeiro lugar, mas
de Deus. Ele investe contra Adão como o coroa da
produção de Deus, forja a destruição, razão pela
qual é chamado Apoliom (destruidor), Ap 9.11, e
ataca Jesus, quando Ele empreende a obra de
restauração10.

De acordo com Grudem, “Satanás” é o nome


do chefe dos demônios. Esse nome é mencionado
em Jó 1.6, onde lemos: “... os filhos de Deus vieram
apresentar-se perante o SENHOR, veio também
Satanás entre eles” (ver também Jó 1.7-2.7). Aqui
ele aparece como inimigo do Senhor, que impõe
severas tentações a Jó. Do mesmo modo, perto do
fim da vida de Davi, “Satanás se levantou contra
Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel”
(1Cr 21.1). Além disso, Zacarias teve uma visão e
contemplou “o sumo sacerdote Josué, o qual estava
diante do Anjo do SENHOR, e Satanás [que] estava à
mão direita dele, para se lhe opor” (Zc 3.1). O nome
“Satanás” é uma palavra hebraica (satan) que
significa “adversário”. O Novo Testamento também

10
Ibid.
7
usa o nome “Satanás”, simplesmente tomando-o
emprestado ao Antigo Testamento. Assim Jesus,
sendo tentado no deserto, fala a Satanás
diretamente, dizendo: “Retira-te, Satanás” (Mt 4.10)
ou “Eu via Satanás caindo do céu como um
relâmpago” (Lc 10.18)11.

Para Berkhof, depois da entrada do pecado


no mundo, ele se tornou Diabolos (Acusador),
acusando continuadamente o povo de Deus, Ap
12.10. Ele é apresentado na Escritura como o
originador do pecado, Gn 3.1,4; Jo 8.44; 2 Co 11.3;
1 Jo 3.8; Ap 12.9; 20.2, 10, e aparece como o
reconhecido chefe dos que caíram, Mt 25.41; 9.34;
Ef 2.212.

Ele continua sendo o líder das hostes


angelicais que arrastou consigo em sua queda, e as
emprega numa desesperada resistência a Cristo e
ao Seu reino. É também chamado repetidamente
“príncipe deste mundo” (não “do mundo”*), Jo 12.31;
14.30; 16.11, e até mesmo “Deus deste século”, 2
Co 4.4. Não significa que ele detém o controle do
11
GRUDEM, p.189.
12
BERKHOF, p.140.
8
mundo, pois Deus é que o detém, e Ele deu toda a
autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás
tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo
em que está separado de Deus13.

Isso está claramente indicado em Ef 2.2, onde


ele é chamado “príncipe da potestade do ar, do
espírito que agora atua nos filhos da desobediência”.
Ele é super-humano, mas não é divino; tem grande
poder, mas não é onipotente; exerce influencia em
grande escala, mas restrita, Mt 12.29; Ap 20.2, e
está destinado a ser lançado no abismo, Ap 20.1014.

3. SUA ATIVIDADE

Segundo Berkhof, como os anjos bons, os


anjos maus também possuem poder sobre-humano,
mas o uso que dele fazem contrata-se tristemente
com os dos anjos bons. Enquanto estes louvam a
Deus perenemente, lideram Suas batalhas e O
servem com fidelidade, aqueles, como poderes das

13
Ibid.
14
Ibid.
9
trevas, prestam-se para maldizer a Deus, pelejar
contra Ele e Seu Ungido, e destruir a Sua obra 15.

Então em constante rebelião contra Deus,


procuram cegar e desviar até os eleitos, e animam
os pecadores no mal que estes praticam. Mas são
espíritos perdidos e sem esperança. Agora mesmo
estão acorrentados ao inferno e a abismo de trevas
e, embora não estejam ainda limitados a um lugar
só, no dizer de Calvino, contudo, arrastam consigo
as suas cadeias por onde vão, 2 Pe 2.4; Jd 6.16

4. SATANÁS ORIGINOU O PECADO

Wayne Grudem esclarece em sua Teologia


Sistemática que Satanás pecou antes que qualquer
ser humano o fizesse, como se depreende do fato
de ele (na forma de uma serpente) ter tentado Eva
(Gn 3.1-6; 2Co 11.3). O Novo Testamento também
nos informa que Satanás “foi homicida desde o
princípio” e é “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Também diz que “o Diabo vive pecando desde o
princípio” (1Jo 3.8). Nos dois textos, a expressão

15
Ibid.
16
BERKHOF, p.140.
10
“desde o princípio” não implica que Satanás é mau
desde o início da criação do mundo (“desde o
princípio do mundo”) nem desde o início da sua
existência (“desde o princípio da sua vida”), mas sim
desde a fase “inicial” da história do mundo (Gênesis
3 e mesmo antes). O Diabo se caracteriza por ter
dado origem ao pecado e por tentar os outros ao
pecado17.

5. OS DEMÔNIOS SE OPÕEM A TODA OBRA DE


DEUS, TENTANDO DESTRUÍ-LA.

Assim como Satanás levou Eva a pecar


contra Deus (Gn 3.1-6), também tentou fazer Jesus
pecar e assim falhar na sua missão de Messias (Mt
4.1-11). As táticas de Satanás e dos seus demônios
são a mentira (Jo 8.44), o engano (Ap 12.9), o
homicídio (Sl 106.37; Jo 8.44) e todo e qualquer tipo
de ação destrutiva no intuito de fazer as pessoas se
afastarem de Deus, rumo à destruição18.

Os demônios lançam mão de qualquer


artifício para cegar as pessoas ao evangelho (2Co

17
GRUDEM, p.189.
18
GRUDEM, p.189.
11
4.4) e mantê-las presas a coisas que as impedem de
aproximar-se de Deus (Gl 4.8). Também procuram
usar a tentação, a dúvida, a culpa, o medo, a
confusão, a doença, a inveja, o orgulho, a calúnia,
ou qualquer outro meio para obstruir o testemunho e
a utilidade do cristão.19

6. CONTUDO, OS DEMÔNIOS ESTÃO LIMITADOS


PELO CONTROLE DE DEUS E TÊM PODER
RESTRITO.

A história de Jó deixa claro que Satanás podia


fazer só o que Deus lhe permitia, e nada mais (Jó
1.12; 2.6). Os demônios são mantidos em “algemas
eternas” (Jd 6), e os cristãos podem muito bem
resistir-lhes por intermédio da autoridade que Cristo
nos legou (Tg 4.7).

7. VERIFICAM-SE DIFERENTES ESTÁGIOS DE


ATIVIDADE DEMONÍACA NA HISTÓRIA DA
REDENÇÃO.

a. No Antigo Testamento. Como no Antigo


Testamento a palavra demônio não é usada com

19
GRUDEM, p.190.
12
freqüência, de início podemos ter a impressão de
que há pouca indicação de atividade demoníaca.
Todavia, o povo de Israel freqüentemente pecava
servindo a falsos deuses, e quando nos damos
conta de que esses falsos “deuses” eram na verdade
forças demoníacas, compreendemos que muitas
passagens do Antigo Testamento de fato se referem
a demônios20.

b. No ministério de Jesus. Após centenas de


anos de incapacidade de alcançar um triunfo real
sobre as forças demoníacas, é compreensível que
quando Jesus surgiu expulsando demônios com
absoluta autoridade, as pessoas tenham ficado
assombradas: “Todos se admiravam, a ponto de
perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova
doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos
imundos, e eles lhe obedecem!” (Mc 1.27). Jamais
se vira na história do mundo tamanho poder sobre
as forças demoníacas.21

c. Na era da nova aliança. Essa autoridade


sobre as forças demoníacas não se limitava apenas
20
GRUDEM, p.190.
21
GRUDEM, p.190.
13
a Jesus, pois ele concedeu autoridade semelhante
primeiro aos Doze (Mt 10.8; Mc 3.15) e em seguida
aos setenta discípulos. Depois de um período de
ministério, “regressaram os setenta, possuídos de
alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se
nos submetem pelo teu nome!” (Lc 10.17). Jesus
respondeu: “Eu via Satanás caindo do céu como um
relâmpago” (Lc 10.18), indicando novamente um
grande triunfo sobre o poder de Satanás (isso,
repetimos, provavelmente ocorreu no momento da
vitória de Jesus sobre a tentação no deserto, mas as
Escrituras não indicam explicitamente quando isso
aconteceu).22

d. No milênio. Durante o milênio, o futuro


reinado de mil anos de Cristo na terra, mencionado
em Apocalipse 20, a atividade de Satanás e dos
demônios ficará ainda mais restrita. Usando
linguagem que sugere uma restrição muito maior da
atividade satânica do que a que presenciamos hoje,

22
GRUDEM, p.190.
14
João descreve assim a visão que teve do início do
milênio em Apocalipse 20:1-3.23

e. No juízo final. Ao final do milênio, Satanás


é solto e reúne as nações para a batalha, mas é
definitivamente derrotado e “lançado para dentro do
lago de fogo e enxofre” e atormentado “de dia e de
noite, pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10). Então o
juízo de Satanás e seus demônios estará
completo.24

8. NOSSA RELAÇÃO COM OS DEMÔNIOS:


ESTARIAM OS DEMÔNIOS AINDA HOJE ATIVOS
NO MUNDO?

Algumas pessoas, influenciadas por uma


cosmovisão naturalista, que só admite a realidade
que se pode ver, tocar ou ouvir, negam que existem
hoje demônios, argumentando que a crença nessa
realidade reflete uma visão de mundo obsoleta
ensinada na Bíblia e em outras culturas antigas.25

23
GRUDEM, p.190.
24
GRUDEM, p.190.
25
GRUDEM, p.191.
15
Por exemplo, o alemão Rudolf Bultmann,
estudioso do Novo Testamento, negava
enfaticamente a existência de um mundo
sobrenatural de anjos e demônios. Ele argumentava
que essas coisas não passavam de “mitos” e que
era necessário “demitizar” a mensagem do Novo
Testamento, eliminando esses elementos
mitológicos para que o evangelho pudesse ser
recebido por pessoas modernas, doutrinadas pela
ciência.26

Outros propuseram que o equivalente


contemporâneo da (inaceitável) atividade demoníaca
mencionada nas Escrituras é a influência poderosa e
às vezes maligna de organizações e “estruturas” da
sociedade atual — governos malignos e poderosas
corporações maléficas que controlam milhares de
pessoas são por vezes ditos “demoníacos”,
especialmente nos escritos de teólogos mais
27
liberais.

26
GRUDEM, p.191.
27
GRUDEM, p.191.
16
9. O MAL E O PECADO VÊM, EM PARTE (MAS
NÃO TOTALMENTE), DE SATANÁS E DOS
DEMÔNIOS.

Quando refletimos sobre a ênfase global das


epístolas do Novo Testamento, percebemos que se
dá bem pouco espaço à discussão da atividade
demoníaca na vida dos crentes, ou aos métodos de
resistir e fazer frente a essa atividade28.

A ênfase está em exortar os crentes a não


pecar, levando uma vida de justiça. Por exemplo, em
1Coríntios, diante do problema das “divisões”, Paulo
não diz à igreja que repreenda o espírito da divisão,
mas os aconselha simplesmente a falar “a mesma
coisa” e a mostrar-se “unidos, na mesma disposição
mental e no mesmo parecer” (1Co 1.10)29.

10. SERÁ QUE UM CRISTÃO PODE SER


POSSUÍDO POR DEMÔNIOS?

De acordo com Wayne Grudem, Possessão


demoníaca é uma expressão infeliz que se insinuou

28
GRUDEM, p.191.
29
GRUDEM, p.192.
17
em algumas traduções da Bíblia, mas que na
verdade não espelha bem o texto grego. O Novo
Testamento grego fala de gente que “tem demônio”
(Mt 11.18; Lc 7.33; 8.27; Jo 7.20; 8.48, 49, 52;
10.20), ou de gente que sofre de influência
demoníaca (gr. daimonizomai), mas jamais usa
linguagem que sugira real-mente que um demônio
“possui” alguém. 30

11. COMO RECONHECER INFLUÊNCIAS


DEMONÍACAS?

Em casos graves de influência demoníaca,


como os relatados nos evangelhos, a pessoa
afetada exibe atitudes bizarras e muitas vezes
violentas, especialmente diante da pregação do
evangelho. Quando Jesus entrou na sinagoga em
Cafarnaum, “não tardou que aparecesse na
sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o
qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus
Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem
és: o Santo de Deus!” (Mc 1.23-24). O homem (ou,
mais precisamente, o demônio que estava dentro do

30
GRUDEM, p.193.
18
homem) pôs-se de pé e interrompeu o culto,
berrando essas coisas31.

12. JESUS DÁ A TODOS OS CRENTES A


AUTORIDADE DE REPREENDER DEMÔNIOS E
DE ORDENAR QUE SAIAM.

Quando Jesus enviou os doze discípulos à


frente dele para pregar o reino de Deus, “deu-lhes
poder e autoridade sobre todos os demônios” (Lc
9.1). Depois de pregar o reino de Deus em cidades e
vilarejos, os setenta voltaram exultantes, dizendo:
“Senhor, os próprios demônios se nos submetem
pelo teu nome!” (Lc 10.17). Jesus então lhes falou:
“Eis aí vos dei autoridade [...] sobre todo o poder do
inimigo” (Lc 10.19). Quando Filipe, o evangelista,
desceu até Samaria para pregar o evangelho de
Cristo, “espíritos imundos saíram de muitos que os
tinham” (At 8.7, tradução do Grudem), e Paulo usou
a sua autoridade espiritual sobre os demônios para
dizer a um espírito de adivinhação que entrara numa

31
GRUDEM, p.193.
19
moça: “Em nome de Jesus Cristo, eu te mando:
retira-te dela” (At 16.18)32.

13. O USO CORRETO DA AUTORIDADE


ESPIRITUAL DO CRISTÃO NO MINISTÉRIO
JUNTO A OUTRAS PESSOAS.

Para Wayne Grudem, na nossa vida como na


vida dos familiares mais próximos, passamos à
questão do ministério pessoal direto junto a outras
pessoas que sejam vítimas de ataques espirituais.
Por exemplo, podemos aconselhar outra pessoa, ou
talvez orar por ela, quando desconfiamos que a
atividade demoníaca é um dos fatores que
provocaram o seu problema. Nesses casos, é bom
ter em mente algumas outras considerações33.

32
GRUDEM, p.194.
33
GRUDEM, p.195.
20
14. DEVEMOS CRER QUE O EVANGELHO VÁ
TRIUNFAR PODEROSAMENTE DAS OBRAS DO
DIABO.

Quando Jesus surgiu pregando o evangelho


na Galiléia, “também de muitos saíam demônios” (Lc
4.41). Quando Filipe foi a Samaria pregar o
evangelho, “os espíritos imundos de muitos [...]
saíam gritando em alta voz” (At 8.7)34.

Jesus incumbiu Paulo de pregar entre os


gentios para convertê-los “das trevas para a luz e da
potestade de Satanás para Deus, a fim de que
recebam eles remissão de pecados e herança entre
os que são santificados pela fé em mim” (At 26.18).
Sua obra de proclamação do evangelho, disse
Paulo, não consistiu “em linguagem persuasiva de
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de
poder, para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co
2.4-5; cf. 2Co 10.3-4)35.

34
GRUDEM, p.196.
35
GRUDEM, p.196.
21
Se realmente cremos no testemunho bíblico
da existência e da atividade dos demônios e se
acreditamos que “para isto se manifestou o Filho de
Deus: para destruir as obras do Diabo” (1Jo 3.8),
então é de esperar que mesmo hoje, quando se
proclama o evangelho aos incrédulos e quando se
ora pelos crentes que talvez se achem ainda
despercebidos dessa dimensão de conflito espiritual,
haja um triunfo verdadeiro e muitas vezes
imediatamente reconhecível sobre o poder do
inimigo. Devemos esperar que isso aconteça,
considerá-lo parte normal da obra de Cristo na
edificação do seu reino e nos alegrar com a vitória
que ele nisso alcança36.

CONCLUSÃO

Após a leitura deste estudo, alguns dados


precisam ser observados antes de uma conclusão.
Nota-se que nele foram feitas 51 citações de
versículos com o objetivo de estudar Satanás e os
demônios.

36
GRUDEM, p.196.
22
Percebe-se também que nas escrituras:

a) a palavra “diabo” aparece 32 vezes em


toda a bíblia (Revista e Atualizada),
b) “satanás” aparece 47 vezes,
c) “demônio(s) aparece 58 vezes,
d) “espírito(s) imundo(s) aparece 24 vezes,
e) espírito(s) maligno(s) aparece 12 vezes.

Totalizando 173 ocorrências referentes aos


anjos maus.

Sabe-se que há outras expressões na bíblia


que designam os anjos maus, tal como também é
sabido que nem toda ocorrência das palavras acima
mencionadas servem para estudo da natureza,
missão e origem dos anjos maus; Contudo, mesmo
assim, observa-se este tema não representa nem
1% de todo corpo textual das escrituras, haja vista
que a bíblia contém 31.105 versículos e isso significa
que a representatividade deste tema nas escrituras
possui aproximadamente 0, 00556%.

E esta é uma informação importante, pois


mesmo embora o estudo deste tema seja relevante

23
para o cristão, nota-se também pela sua
representatividade nas escrituras, que este tema
precisa ter muito menos importância do que
hodiernamente os cristãos tem lhe dado.

BIBLIOGRAFIA:

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Trad.


Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

GRUDEM, Wayne. Manual de Teologia


Sistemática. Trad. Heber Carlos de Campos. São
Paulo: Editora Vida, 2001.

24

Potrebbero piacerti anche