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Princípios Constitucionais e Valores da U.E.

:
A Importância dos Direitos já referidos na
Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia

Os Princípios e Valores da União não devem ser vistos apenas como


produto de uma abstracção normativista. Eles não são apenas princípios,
são verdadeiros valores. São princípios estruturantes do conjunto da União e
do seu sistema jurídico. Formam o núcleo da Constituição Material da União
Europeia (eles são os princípios que dão corpo às opções fundamentais da
União e aos valores que ela escolheu para regerem a sua existência e a sua
actividade). Fazem parte da ordem pública comunitária e por isso, ocupam o
lugar cimeiro entre as fontes do Direito Comunitário e constituem autênticos
limites materiais à revisão dos tratados. Portanto, eles concentram uma
força jurídica muito grande.

Os Princípios são:
 Princípio da Integração;
 Princípio do Respeito pela Identidade Nacional dos Estados
membros;
 Princípio do Respeito pela Diversidade Cultural dos Povos
Europeus;
 Princípio da Solidariedade;
 Princípio da Lealdade Comunitária;
 Princípio do Gradualismo;
 Princípio do Respeito pelo Adquirido Comunitário;
 Princípio da Democracia;
 Princípio da Subsidiariedade;
 Princípio da Proporcionalidade;
 Princípio da Integração Diferenciada;
 Princípio do Equilíbrio Institucional;
 Princípio da Transparência;
 Princípio da Economia Social de Mercado;
 Princípio da Não-Discriminação.

O Princípio da Integração é o mais importante princípio


constitucional da União. Isto por que a União e a sua Ordem Jurídica têm por
objectivo primordial fomentar a criação de interesses comuns entre os
Estados, valorizá-los e ampliá-los. Visa assim, a criação entre os Estados (e
entre eles e os indivíduos) uma margem tão ampla quanto possível de
solidariedade que impõe a criação de um poder integrado.
Este princípio leva ao surgimento de outros dois princípios como
expressões dessa integração, são eles o Princípio da Efectividade (ele
postula que o Direito da União Europeia seja aplicado de modo eficaz, com
respeito pelas características próprias de cada Estado) e o Princípio da
Uniformidade (este impõe que a Ordem Jurídica da União seja interpretada e
aplicada de modo uniforme no espaço comunitário e na ordem interna de
todos os Estados membros).

O Princípio do Respeito pela Identidade Nacional dos Estados


membros tem estado presente na integração europeia desde o seu início.
Jean Monnet afirmava que “a Europa não se fará sem os Estados e muito
menos contra os Estados”. Este princípio quer então dizer que no processo
evolutivo da integração será preservada e respeitada a identidade própria
de cada Estado.
“Identidade Nacional” significa identidade política, jurídica e cultural.
Sendo assim, a União deve respeitar o direito de cada Estado membro
definir a sua organização política e administrativa interna; a especificidade
dos Direitos nacionais dos Estados membros e a língua, a História, as
tradições e a cultura de cada um.

Os princípios de Integração e Respeito pela Identidade Nacional dos


Estados membros completam-se. Embora os dois aparentem a primeira
vista ideias opostas, o motor de integração europeia reside, exactamente,
na constante tensão dialéctica entre a integração e a interestadualidade,
isto é, uma relação de integração e cooperação.

O Princípio do Respeito pela Diversidade Cultural dos Povos


Europeus, em parte, concretiza o princípio do Respeito pela Identidade
Nacional dos Estados membros, mas se refere mais especificamente aos
“povos europeus” e não aos Estados membros, e portanto tem um valor
acrescido. Ao falar em “povos” e não em Estados, quer-se dizer que a União
Europeia pretende preservar a cultura própria, não apenas dos Estados,
como também dos outros grupos dentro dos Estados.
Este princípio quer dizer que a União não se fará sobre a unicidade
cultural dos diversos povos europeus, mas sobre o seu pluralismo. Ou seja,
a União respeitará a especificidade das culturas dos seus povos e, portanto,
a sua diversidade.
Este princípio pretende, então, que haja uma união não só de
Estados, mas de Estados e de povos, todos eles devidamente respeitados
quanto a sua especificidade histórica e cultura e reconhecidos seus direitos
a preservarem sua diversidade.

O Princípio da Solidariedade constitui um corolário do princípio de


integração. Constituem, simultaneamente, a razão de ser e a característica
determinante da União e do seu sistema jurídico.
A solidariedade referida aqui é a solidariedade entre os Estados e
entre estes e a União. Quer dizer que existe um interesse geral, ou seja, um
interessa global da União que não deve ser confundido com a soma dos
interesses individuais dos Estados membros, e que este deve prevalecer
sobre esses interesses particulares.
Os Estados membros devem aceitar esse contrato social, segundo o
qual, o interesse da União sobrepõe aos interesses específicos dos Estados,
sendo esses “sacrifícios” compensados pelas vantagens que daí advêm o
interesse de todos.

O Princípio da Lealdade Comunitária consagra a obrigação de


lealdade, fidelidade ou boa-fé comunitária análoga que deve vigorar nos
Estados membros. Ele está intimamente ligado ao princípio de
solidariedade.
Este princípio assume importância vital na definição das relações
entre a União e, por um lado, as Comunidades e por outro, os Estados
membros.
Impõe uma obrigação negativa, quando proíbe que os Estados
ponham em perigo a realização dos objectivos do Tratado, e uma dupla
obrigação positiva, que desdobra-se em uma obrigação de resultado (a
obrigação dos Estados de tomar todas as medidas gerais ou especiais
capazes de assegurar o cumprimento das obrigações decorrentes dos
Tratados ou resutantes de actos das Instituições das Comunidades) e em
outra de obrigação de meio (os Estados devem facilitar à Comunidade o
cumprimento da sua missão).

O Princípio de Gradualismo diz que o processo de integração deve


ser paulatino e progressivo, ou seja, deve ser por etapas de modo a não pôr
em risco todo o processo de integração, e por outro lado que este processo
não deve ser interrompido.
Uma outra vertente do princípio de gradualismo estabelece que o
processo de integração, dado que está consumada a integração economica,
deverá ser completada por um grau análogo de integração política. Mas,
não deixa claro até que nível esta integração política deve alcançar.

O Princípio do Respeito pelo Adquirido Comunitário decorre do


princípio de lealdade comunitária, do princípio de gradualismo e do carácter
dinâmico e evolutivo que este segundo impõe à União.
Postula que o processo de integração deve ser considerado, a todo
momento, como definitivamente consolidado e, portanto, tem de ser
encarado como jurídica e politicamente irreversível. Ou seja, pode-se
progredir na integração, mas não pode regredir nela.

O Princípio da Democracia enforma toda a União e a sua Ordem


Jurídica.
Este princípio nos aparece dividido em várias ideias-motoras: a
Democracia propriamente dita, a liberdade, o respeito pelos direitos
fundamentais e o Estado de Direito.
A ideia de democracia quer dizer, na integração europeia, antes de
mais, paz. Mas este princípio também quer dizer que a União defende uma
Democracia política, económica e social.

O Princípio da Subsidiariedade vem fundamentalmente disciplinar


o exercício das atribuíções concorrentes (aquelas que tanto podem ser
exercidas por ela como pelos Estados membros), dizendo que a União só
pode exercer essas atribuições se demonstrar que os Estados não são
capazes de as exercer de modo suficiente e que a União é capaz de o fazer
melhor a fim de alcançar os objectivos dos Tratados.
Assim, este principio dá aos Estados a oportunidade de manter e
reforçar sua especificidade e, concretamente, a especificidade do seu
ordenamento jurídico e dos princípios e valores que o regem.
É um princípio jurídico com grande alcance político pois adopta uma
filosofia descentralizadora nas relações entre a União e os Estados,
ampliando a sua soberania. Este princípio também relativiza o âmbito da
soberania que cada Estado membro vai conservando no processo de
integração europeia (ele guardará mais soberania quanto mais capaz for de
exercer sozinho as atribuições concorrentes e assim puder dispensar a
intervenção da Comunidade).
Importância: é uma das vias mais importante para a preservação e a
defesa da identidade nacional dos Estados membros; vem fazer da
Comunidade uma União de Estados, de povos e de cidadãos.

O Princípio da Proporcionalidade, de acordo com Miguel Gorjão


Henriques, “está consagrado expressamente no Tratado da Comunidade
Europeia como o princípio limitativo da acção desta, através dos seus
órgãos - Artigo 5.º/3: ‘A Acção da comunidade não deve exceder o
necessário para atingir os objectivos do presente Tratado.’ E esteve, desde
muito cedo, presente na jurisprudência do Tribunal de justiça como o
princípio geral do direito comunitário.”
A ideia de proporcionalidade aqui é, simultaneamente, de
necessidade de medida e proíbição do seu excesso.

O Princípio da Integração Diferenciada permite que alguns


Estados possam avançar na integração mais depressa que outros.
O problema levantado por esse princípio: com os sucessivos
alargamentos da União, aumentou o fosso que separa os Estados no grau do
seu desenvolvimento, pois nem todos eles estão em condições de manter o
mesmo ritmo de integração.
É necessário que se atenuem os inconvenientes da diferenciação da
integração para a coesão económica e social no seio da União e para a
aplicação do princípio da uniformidade da Ordem Jurídica Comunitária.

O Princípio do Equilíbrio Institucional pretende significar que os


Tratados devem manter uma relação de pesos e contrapesos (sistema que
pretende respeitar nas relações entre os vários orgãos um equilíbrio entre
os vários interesses em presença) e, por conseguinte, os orgãos devem
respeitar reciprocamente a sua competência e a relação que entre eles se
estabelece por via dos Tratados no processo de decisão na União.

O Princípio de Transparência postula que na União as decisões


deverão ser tomadas de uma forma tão aberta quanto possível.
Este princípio, assim enunciado, ultrapassa bastante as matérias
específicas da informação e do acesso a documentos para englobar o
conjunto global do exercício do poder político na União. Por isso a quem o
chame de “princípio da abertura”.

O Princípio da Economia Social de Mercado apresenta como


corolários a livre circulação e a concorrência.
Na União Europeia, a Economia Social de Mercado é marcada pela
sua componente social pelos limites colocados às quatro liberdades e pelos
mecanismos previstos para se evitar que se falseie a concorrência.

O Princípio de Não-Descriminação diz que, salvo razões


objectivamente demonstradas, situações idênticas ou análogas não podem
ser tratadas de modo diferente.
Aqui prefere-se dizer “não-descriminação” no lugar de “igualdade”, já
que os Estados não estão em pé de igualdade no Direito Comunitário.

Visto os Princípios e Valores da União, analisaremos agora a face dos


Direitos Fundamentais que regem a União Europeia.

A ideia da salvaguarda e da proteção dos direitos fundamentais


encontra-se presente no processo da integração europeia desde o seu
início.
É certo que não constava dos Tratados instituitivos das Três
Comunidades, na sua versão original, nenhum preceito específico sobre a
matéria dos direitos fundamentais, significando que os autores daqueles
Tratados não os consideravam imprescindíveis numa altura em que se
iniciava o processo da integração, ou seja, os objectivos primários da
integração eram apenas objectivos políticos e económicos.
Actualmente existe a Carta dos Direitos Fundamentais da União,
proclamada em Nice, em 7 de Dezembro de 2000, ela enuncia todos os
direitos actualmente reconhecidos pelos seus Estados-Membros e
respectivos cidadãos. E nela está contido, para além de direitos políticos e
económios, direitos civis, sociais e culturais.
Surgiu por um desejo de “constitucionalizar” os direitos reconhecidos
aos cidadãos da União. Assim, ficou determinado que deveria ser elaborada
uma Carta dos Direitos Fundamentais na qual ficassem consiguinados, com
toda a evidência, a importância primordial dos direitos e o seu alcance para
os cidadãos da União.

A convenção incumbida de elaborar a Carta foi formada por


representantes dos Chefes de Estado e de Governo, do Parlamento Europeu,
dos Parlamentos Nacionais e por um representante da Comissão Europeia,
num total de 62 membros.
O trabalho da convenção durou dez meses para ser concluído e
resultou em um texto composto por um preâmbulo e 54 artigos.

Não houve acordo na Convenção para que à Carta fosse dado


carácter obrigatório, ou seja, efeito vinculativo para os seus destinatários,
não podendo assim ser incluída no Tratado da União Europeia. Ela acabou
por assumir a forma de uma Proclamação solene do Parlamento Europeu, do
Conselho e da Comissão, o que lhe conferiu a natureza jurídica de um
acordo interinstitucional.

Os Direitos reconhecidos pela Carta são:

DIGNIDADE  Liberdade de
 Dignidade do ser expressão e de
humano informação
 Direito à vida  Liberdade de
 Direito à reunião e de
integridade do ser associação
humano  Liberdade das
 Proibição da artes e das ciências
tortura e dos tratos  Direito à
ou penas desumanos educação
ou degradantes  Liberdade
 Proibição da profissional e direito
escravidão e do de trabalhar
trabalho forçado  Liberdade de

LIBERDADES empresa
 Direito de
 Direito à liberdade
e à segurança propriedade
 Direito de asilo
 Respeito pela vida
 Protecção em
privada e familiar
 Protecção de
caso de
dados pessoais afastamento,
 Direito de contrair
expulsão ou
casamento e de extradição
constituir família IGUALDADE
 Liberdade de  Igualdade perante a
pensamento, de lei
consciência e de  Não discriminação
religião
 Diversidade cultural,  Defesa dos
religiosa e linguística consumidores
 Igualdade entre CIDADANIA
homens e mulheres  Direito de eleger
 Direitos das pessoas e de ser eleito nas
idosas eleições para o
 Integração das Parlamento Europeu
pessoas com  Direito de eleger
deficiência e de ser eleito nas
SOLIDARIEDADE eleições municipais
 Direito à  Direito a uma boa
informação e à administração
consulta dos  Direito de acesso
trabalhadores na aos documentos
empresa  Provedor de
 Direito de Justiça
negociação e de  Direito de petição
acção colectiva  Liberdade de
 Direito de acesso circulação e de
aos serviços de permanência
emprego  Protecção
 Protecção em diplomática e
caso de consular
despedimento sem JUSTIÇA
justa causa  Direito à acção e
 Condições de
a um tribunal
trabalho justas e imparcial
equitativas  Presunção de
 Proibição do
inocência e direitos
trabalho infantil e de defesa
protecção dos jovens  Princípios da
no trabalho legalidade e da
 Vida familiar e
proporcionalidade
vida profissional dos delitos e das
 Segurança social
penas
e assistência social  Direito a não ser
 Protecção da
julgado ou punido
saúde penalmente mais do
 Acesso a serviços
que uma vez pelo
de interesse mesmo delito
económico geral  Âmbito de
 Protecção do
aplicação
ambiente  Proibição do
abuso de direito

Importância do Conteúdo da Carta


Constitui o mais ambicioso e elaborado texto
jurídico sobre Direitos Internacionais do Homem no
plano Internacional. Sendo o primeiro texto que
compila simultaneamente direitos civis, políticos,
sociais, culturais e econômicos. O que leva a
vantagem de amplitude dos direitos reconhecidos
pela Carta e afirmação da incindibilidade desses
direitos.
A Carta demonstra, assim, a sua superioridade
em relação aos outros textos clássicos do Direito
Internacional sobre o Direito do Homem. Ela sozinha
representa o somatório da Declaração Universal dos
Direitos do Homem (1948) e dos Pactos das Nações
Unidas (1966), com a vantagem dela actualizar a
formulação, o conteúdo e o alcance dos direitos
elencados nesses textos e completa-os com “novos
direitos”. Ela também, sozinha, vai muito além da
Convenção Europeia dos Direitos do Homem e dos
seus Protocolos (estes não abrangem os direitos de
forma tão completa quanto a Carta – apenas direitos
civis e políticos – e também tem falhas quanto à
actualização).
O arrolamento dos direitos pela Carta encontra-
se valorizado pelo facto de os direitos fundamentais
serem apresentados como emanação de valores-
chave, cada um deles vertidos numa única palavra e
de forma muito expressiva. Mais do que um modo de
agrupar e aglutinar os direitos, esses valores têm de
passar a ser considerados valores constitucionais
básicos de todo o ordenamento jurídico da União.
A Carta afirma a sua função codificadora e
enuncia até as fontes onde foi buscar os direitos por
ela reconhecidos. Significa que a Carta nasceu com
um intuito muito ambicioso de codificar os direitos
consagrados nos referidos textos (das Nações Unidas,
na CEDH e nos seus Protocolos, nos Tratados
Comunitários, na jurisprudência quer no TJ, quer no
TEDH, e nas tradições constitucionais dos Estados
membros).
Nesta função codificadora, a Carta fornece
resposta às exigências actuais dos Direitos do
Homem, ao acolher, ao lado dos direitos clássicos, os
direitos novos e até os novíssimos. Ou seja, trata-se
de um texto moderno elaborado para o século XXI.
A Carta não reconhece direitos apenas aos
nacionais dos Estados Membros, mas sim, a todas as
pessoas sujeitas a sua jurisdição.

Conclusão

O que podemos notar na analise dos Princípios


Constitucionais e Valores da União Europeia
conjulgados com o conteúdo da Carta dos Direitos
Fundamentais da mesma é que, nos primeiros, existe
uma preocupação maior entre a relação dos Estados
com a União, mas é visível que pretende-se, dentro
desta relação, salvaguardar sempre as pessoas que
constituem cada um desses Estados e, depois, a
União de uma forma geral. Já na Carta dos Direitos
fundamentais, a protecção a estas pessoas vem muito
mais forte, trata-se na verdade da preocupação
central da Carta.
A existência de Direitos Fundamentais acaba por criar
um sentimento de “parentesco” entre os europeus, ou
seja, um laço de pertença que é muito importante
para a integração dos Estados na União.
Portanto, a Carta reforça e promove o alcance
dos Princípios Constitucionais da União Europeia e
protege os seres humanos que a constitui.

Trabalho em grupo desenvolvido por Flávia


Machado, Paulo Palma, Tam Chin Neng e Yara
Oliveira em Março de 2010 no âmbito da cadeira
de Introdução ao Direito Comunitário II,
leccionada pela Prof. Teresa Bracinha na
Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias - Lisboa, Portugal.
Fonte Bibliográfica principal: Direito da União
Europeia, Fausto Quadros, Ed. Almedina.

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