Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
ISBN: 978-85-98219-52-3
08-11-10 CDD-869.93
AMORES DA GUERRA
Coleção Memórias da Figueira - Volume: IV
ISBN: 978-85-98219-52-3
EDITORA AVBL
www.editora.avbl.com.br
e-mail: editora@avbl.com.br
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
3
“AMORES DA GUERRA”
Coleção Memórias da Figueira
Volume: IV
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
4
ÍNDICE
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
5
- AGRADECIMENTOS 7
- PALAVRAS AO LEITOR 8
- AMORES DA GUERRA 11
- Os filhos que não voltarão... 15
- Marcas e cicatrizes da guerra 18
TEXTOS DIVERSOS 75
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
6
COLONIA ALEMÃ DE TRÊS FORQUILHAS QUE
FORAM PARA A GUERRA DO PARAGUAI
- Os mortos em combate 77
- Os que voltaram... 83
- Filhos de Três Forquilhas na Artilharia de Mallet 92
- OS VOLUNTÁRIOS DA CISPLATINA 94
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
7
- HOMENAGENS AO CORONEL NIEDERAUER EM 145
ITATI-RS
- CORRESPONDÊNCIAS 147
- CONCLUSÃO 172
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
8
AGRADECIMENTOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
9
PALAVRAS AO LEITOR
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
10
como eu, para manter a sua integridade física e espiritual.
Por isso fui, sou e sempre serei um voluntário...
Na Junta do Serviço Militar, de Panambi – RS
trabalhava o Sr.Waldemar Wentz, o “Neco”, um amigo dos
jovens. Grande foi a minha decepção quando, em 1962 ele
sentenciou: - “Você está longe do físico ideal para ser um
soldado... Você é tão magro que qualquer vento te
derruba...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
12
AMORES DA GUERRA
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
13
O pastor sorriu e falou: - “Porque dizes que peguei
pensamentos de algum filósofo? Não podem ser os meus
próprios pensamentos?”.
Dona Elisabetha encostou a cabeça no ombro do
marido e com carinho lhe fez cafuné. O pastor continuou: -
“Querida, confesso que me lembrei de uns escritos, não
muito indicados para os meus paroquianos, que eu li em
meus tempos de estudo, antes da vinda ao Brasil. Lembrei
do cancioneiro amoroso conhecido como Os Amores de
1
Ovídio” .
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
16
pensador. O Wilhelm vem recebendo uma publicação que
apresenta as teorias de Darwin. Terei um trabalho cada vez
mais árduo, para defender e explicar que as boas novas do
Evangelho de Jesus não são nenhuma superstição...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
17
pastor. Ela estava de luto fechado... Tratava-se de Elisabeth
Catharina Gross, a viúva do carpinteiro e imigrante Philipp
Peter Gross. Muito magra e nervosa, ela retorcia as mãos
enquanto falava.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
18
explicou: - “Tenho feito de tudo que me foi possível para
procurar ajudar a senhora. Quando os primeiros
sobreviventes retornaram, imediatamente fiz reuniões com
eles. Dentre os diversos assuntos que discutíamos procurei
colocar em primeiro lugar um pedido de informações sobre
o eventual paradeiro do seu filho. Porém, ninguém soube
dar qualquer informação a respeito dele...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
19
- “Não posso fazer isso, pois o Exército não enviou
nenhum comunicado para informar a morte dele. Vá para
casa e tire esse traje de luto... Não posso impedi-la de
chorar de saudade pelo seu filho, mas, por favor, ainda não
é hora de querer lamentar a morte dele... Tenho aqui a
relação de todos os filhos de Três Forquilhas que não mais
voltarão”. O pastor mostrou à viúva um papel contendo os
nomes dos mortos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
20
dia em que havia partido para a guerra e como alguns
amigos haviam feito brincadeira, dizendo: - “Você vai de
ama seca dos teus afilhados... Vê se cuida bem deles e os
traz de volta para nós...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
21
desta Colônia, pois viera somente após o final da Guerra a
convite do pastor Voges para servir como professor na
escola da comunidade e em vias de ser efetivado como
professor da escola pública local.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
22
O pastor foi concedendo detalhes sobre a liturgia do
culto de Ação de Graças, dos cânticos e do momento
memorial para os que pereceram na guerra. Voges disse: -
O meu filho Adolfo Felipe durante o nosso culto fará uma
chamada simbólica dos filhos desta Colônia que morreram
e, vocês, em conjunto, responderão < PRESENTE! >, pois
presentes em nossa memória, eles estarão, para sempre.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
24
UM EMOTIVO CULTO DE LEMBRANÇA DOS
MORTOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
25
Tratava-se de um culto bilíngüe, pois nem todos os
presentes entendiam a língua alemã. O pastor quebrou o
silêncio, declamando o salmo 76: A Majestade e o Poder de
Deus. Em seu sermão ele falou sobre o alívio que sobreveio
a todos com o final da guerra, ocorrido em março de 1870.
Falou sobre a volta dos 10 voluntários, ali sentados e de
mais dois Peter Feck e Carl Daniel Gross que ainda estavam
sendo aguardados ansiosamente, pelos familiares e pela
comunidade.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
26
E, na sequência, o major Voges foi citando os demais
mortos na guerra: - “Tenente Johann Heinrich
Hoffmann, gravemente ferido em combate e que morreu
também aos 41 anos de idade. Philipp Peter Klein, morto
em combate aos 24 anos de idade. Carl Klein tombou na
batalha de Tuiuti aos 22 anos de idade. Christian Klein
morreu em combate aos 22 anos de idade. Philipp
Maschmann morreu em combate aos 24 anos de idade.
Johann Jacob Mauer, morto em combate aos 34 anos de
idade. Philipp Jacob Menger morto em combate aos 20
anos de idade. Michel Menger morto em combate aos 24
anos de idade. Friedrich Henze tombou na batalha de
Tuiuti aos 26 anos de idade.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
27
Enquanto elas seguravam o pano, o pastor passou a
explicar os motivos nela representados, dizendo:
“Apresento-vos, hoje, com satisfação a nossa bandeira da
Colônia de Três Forquilhas. Ela foi bordada nestes últimos
meses com a dedicação de minha esposa e mais Mãe Maria.
Ela é feita em pano de linho branco. O branco representa a
fraternidade, o entendimento entre as pessoas e entre
povos. Afinal, sabemos que o branco representa, acima de
tudo, a paz na terra, que todos almejamos. Vocês podem
também observar os símbolos constantes do brasão: - A
cruz branca plena simboliza a fé em Cristo. A trempe
lembra além da hospitalidade, o trabalho tropeiro e a
presença das mulheres. A guampa comprida, semelhante a
um berrante, simboliza o anúncio de um novo tempo para
todos nós, que desejamos participar ativamente da vida
política em nossa terra. A carreta lembra o trabalho árduo
dos colonos, que desde 1826 vem lutando pelo progresso
desta nossa Colônia de Três Forquilhas. E, finalmente, as
três lágrimas vermelhas, que lembram o sangue derramado
por filhos desta Colônia que participaram das três guerras,
da Cisplatina, dos Farrapos e do Paraguai, em sacrifício na
defesa do solo da nossa Pátria”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
28
Evangelho de Mateus 5, 3 – 12 e, depois, repetiu o versículo
9, falando lentamente: - “Bem aventurados os
pacificadores...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
29
Permitam que eu finalize com uma prece pedindo
que Jesus, nosso Senhor, queira colocar a Sua Paz em
nossos corações, nos corações de todos, seja aqui conosco,
ou seja, com o sofrido povo paraguaio. Somente assim o
nosso culto memorial pelos que tombaram nesta guerra se
transforma num Memorial das Consciências, “Mahnmal der
Gewissen”, para reconhecer que os nossos inimigos neste
confronto bélico, eram nossos irmãos... E, para que Deus
não nos acuse, como naquela hora em que ele inquiriu a
Caim, perguntando: < Caim, onde está o teu irmão Abel? O
sangue do teu irmão trucidado está clamando aos céus... >.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
30
destacava a viúva Gross que pronunciava insistentemente o
nome do filho Carl Daniel Gross que ainda não retornara da
guerra. Mas também havia aqueles que no pranto
silencioso, choravam a sua dor...
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
31
A CHEGADA DOS CINCO BAHIANOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
32
- “Quem vos indicou o meu nome?” - quis saber o
major.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
33
Candinho explicou: - “Nós Voluntários da Pátria do
5
Ceará sofremos muito no Paraguai . Vimos muitos dos
nossos morrendo de frio, de doença e de diarréia. Foi feio
de ver os nossos se finando, sem forças para viver. Não
aguentamos continuar vendo essa situação e decidimos
cuidar da nossa sobrevivência, pois não havia nem
comandante e nem médicos que nos pudessem ajudar ou
socorrer nessa penúria. Um dia daqueles quase no final da
guerra, fomos embora, por nossa conta... Chegamos aqui
para pedir a vossa acolhida, para que aqui possamos viver,
caso puderem nos aceitar... Apenas o Pedro tem um dever
a cumprir... Ele precisa procurar o João Patrulha, para dar o
recado do filho deste lugar, que morreu nos braços de meu
irmão...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
34
condená-los a 200 chibatadas ou até ao pelotão de
fuzilamento.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
36
Os três ficaram então "proseando". Candinho mesmo
encontrando dificuldade para se fazer entender explicou que
recém fora contratado pelo Major Voges para "dar uma
melhorada na atafona de pastor Voges". Havia, porém um
pequeno problema. Onde poderiam encontrar hospedagem?
Jacob Becker esclareceu que, nas proximidades,
não encontrariam nenhuma hospedagem. Mas, já que os
dois haveriam de fazer um trabalho para o pastor Voges,
então todo e qualquer colono haveria de dar-lhes acolhida.
Ofereceu a sua propriedade, caso os dois não
considerassem por ofensa a oferta para dormir nos galpões.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
37
Beriva, já na primeira repreensão por causa de um serviço
mal feito, pedira briga. Westphal levou a pior. Foi retalhado
com golpes de facão. Isto ocorrera em 03.03.1870.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
38
todos. Elogiavam o homem por ele ter assumido uma viúva
com sete filhos. Mas em breve ele teria seus próprios filhos
com a mulher.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
40
Ceará, por volta de 1844, filho de José Pereira dos Santos e
Rosa Maria dos Santos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
41
chamá-lo de “Lipio Fatas”. Os vizinhos e estranhos também
adotaram esse apelido, para identificá-lo. As filhas se
dirigiam ao pai, chamando-o de “Lieber Vater”, o que
significa “querido pai”.
7
João Bahiano . fez sociedade com “Felipe Fatas”, (o
filho primogênito de Joaquim). Passaram a se dedicar à
criação de gado, no Josaphat. “João Bahiano” se
apresentava como sendo João Rosa dos Santos, um nome
falso.
FIGURA 3: O cevador
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
44
O contato de Candinho com o dia-a-dia da casa
pastoral trouxe um toque sensível para a sua alma de
sertanejo, de grande religiosidade. Não só passou a admirar
o pastor, mas também a alimentar uma verdadeira
veneração pelo carismático patriarca e líder espiritual dos
colonos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
46
Peter estava muito feliz... Vez ou outra apalpava sua
bolsa de dinheiro, recheada de moedas sonantes,
provenientes de soldos atrasados.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
47
destacar que o fato mais marcante na guerra fora a fome.
Certa vez chegara a roer couro e comer ervas, para aliviar a
dor, causada pela fome. Dizia também que tantas vezes
pensava ter que morrer de fome, tendo o alimento bem
próximo. Eram reses paraguaias soltas no campo. Todavia,
os combates impediam uma trégua adequada para o abate
de um animal e consequente churrascada. Lembrava que
passou a ter raiva dos paraguaios, pelas dezenas de vezes
que investiam, exatamente na hora da refeição. Na hora de
carneação ou na hora de descansar, vinha o toque de
avançar ou atacar, para repelir o inimigo.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
48
Foi servido então do bom e do melhor para o esperto
veterano da Guerra do Paraguai.
O RETORNO DO “PARAGUAIO GROSS”
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
49
Nas casas comerciais era repetida a história: - “A
mulher veio na garupa. Com uma mão ela se segurava na
cintura do cavaleiro e com a outra segurava uma corda
puxando uma égua chamada Milonga carregada com
mochilas e pertences que a índia fizera questão de trazer
consigo. Ao lado de Hidalgo e Milonga vinha Valente, um
cachorro velho, marcado por muitas cicatrizes colhidas
durante os combates. Vallente vinha com a língua
pendente, estropiado, parecendo sentir o rigor da longa
jornada. Mas era um cachorro fiel, que se dedicara ao dono,
e não quisera ficar para trás”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
50
E o filho tomado pela emoção falou: - “Esta é um
anjo dos céus que me livrou da morte, quando eu estava
estirado no campo de batalha de Avaí”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
51
Duque de Caxias, o chefe de todas as nossas forças estava
ali conosco. Depois de investidas repetidas de nossos
soldados, sem êxito, ele mesmo, o Duque em pessoa, o que
ele fez? Ele tomou a frente e comandou a investida decisiva
para nos dar a vitória...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
52
pouco abaixo da fivela perfurando-lhe o ventre. Em reação
imediata um dos acompanhantes do nosso comandante,
abateu o paraguaio com um tiro certeiro no coração.
Somente meses mais tarde eu soube que a ferida no ventre
de Niederauer foi muito grave e que ele veio há morrer três
dias depois...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
53
Valente começou a rosnar. A pessoa ficou parada por um
instante, mas logo passou a se aproximar novamente, para
examinar o corpo ali estendido. Por algum motivo o
cachorro foi se aquietando permitindo que a pessoa
chegasse até o ferido.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
54
Nas horas de lucidez ele chamava pela mãe. Pedia que ela
viesse para ajudar e aliviar as dores e tratar das feridas
infeccionadas. Ele guardara na memória aquele vulto de
mulher, que cuidava das feridas, e lhe dava xaropadas de
ervas medicinais. Aos poucos o seu organismo reagiu e foi
melhorando...
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
55
Os antepassados de Abela haviam sido estancieiros
prósperos, dedicado à criação de cavalos. A mãe de Abela
morrera no princípio da guerra. Em seguida, o pai e os
irmãos foram convocados para se apresentarem ao Exército
de Solano Lopes. Antes de partir, o pai, comunicou que os
cavalos da estância haviam sido requisitados pelo exército.
Assim sendo ele teria que levá-los. Porém esconderia alguns
animais. Ele escolheu o seu cavalo predileto, chamado por
Hidalgo. E o filho primogênito do estancieiro, tinha uma
égua muito linda, chamada Milonga; também desejava
preservá-la para com ela iniciar uma nova manada, no
futuro, quando terminada a guerra. Os demais irmãos
apartaram mais quatro éguas, escondendo todos esses
animais num refúgio de uma invernada de difícil acesso, em
meio aos morros.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
56
ele estivesse com tantas moedas. Devia portar um
pouquinho de dinheiro, de modo visível, acondicionado num
saquinho pendurado na cintura. As demais moedas deviam
ser mantidas escondidas, dentro do alforje, preso debaixo
do pelego.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
57
Abela gostava de cavalos e da lida diária para cuidar
deles. O que mais satisfação lhe trazia era de ajudar uma
égua prenha na hora do parto e depois, de cuidar daquela
cria nova, para vê-la saltitar e se desenvolver.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
59
pedra num trecho de minha propriedade, para demarcar o
meu potreiro e pastagens. Abela e eu pretendemos nos
dedicar à criação de cavalos. Trouxemos um bom
reprodutor, do Paraguai, o Hidalgo que foi o garanhão
predileto do pai de minha noiva. Trouxemos também uma
bela égua, a Milonga. Preciso conseguir mais algumas
éguas... Meu irmão França me prometeu uma, que ele tem
nos pastos ali no Baixo Josaphat. Teu irmão o Pedro Baiano
também ficou de conseguir um bom animal, em Vacaria, na
próxima tropeada quando ele irá até Vacaria, do cima da
Serra.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
60
amanhecer até a noite chegar. Isso não é uma escravidão?
Eu quero mais é liberdade. Não quero mulher que queira me
ditar ordens ou me impor algum tipo de trabalho”.
Um casamento diferente
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
61
Abela Delore escolheu para testemunhas o casal
Manoel Santos e esposa. Carlos Daniel convidou o Major
Adolfo Felipe Voges e esposa.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
62
No primeiro grupo Wilhelm Schmitt liderava a
conversa, sempre cheio de novas idéias para comentar e,
logicamente, falando em língua alemã. Desta vez passou a
comentar sobre sua insatisfação com a situação da
comunidade protestante, dizendo: - “Não me agrado dessa
mistura racial que prolifera a olhos vistos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
63
ele ter trazido para esse nosso interior o professor Serafim
Agostinho do Nascimento, um competente mestre formado
na Capital do nosso Império, para garantir aos nossos filhos
um bom ensino em nossa língua nacional, sem terem que
sair daqui para isso”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
64
Cavalaria Leve. Até inglês ele sabia falar... Mas aqui na
Colônia nunca encontrou alguém com quem pudesse manter
uma conversação...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
65
de um tonel de ferreiro não possui poderes para eliminar
verrugas e menos ainda serve para tratar de doenças da
pele. Isso que ele fez não tem aceitação científica e não
resiste ao raciocínio normal de qualquer um, mesmo que
não tenha os mínimos conhecimentos sobre a medicina...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
66
Enquanto isso, no outro grupo, reunido em outro
ponto do galpão, também se desenvolvia uma animada
conversa. O noivo Paraguaio Gross, estava sentado ao lado
de Major Voges e fez questão que o velho Miguel Barata
viesse sentar ao seu lado. Miguel Barata saíra de casa de
madrugada, da área do Baixo Josaphat, onde residia junto
ao Arroio Barata.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
67
Bobsin sorriu e respondeu: - “Fortes somos, mas
nem tanto... Homem com força igual ao meu pai,
dificilmente aparecerá outro por aqui... Meus irmãos
trabalham muito, e tem lavouras muito bonitas. O único que
teve interesse para continuar trabalhando com couro sou
eu. Mas não vale mais a pena, pois nos últimos tempos
apareceram tantos sapateiros e artistas de couro que não
existe trabalho para todos. Diante disso a minha ocupação
principal também passou a ser o cultivo da terra. Eu e meus
irmãos acabamos de colher milho e feijão...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
68
Miguel Barata colocou novamente a mão sobre o
ombro de Bobsin e falou: - “Eu acompanhei de perto toda
essa problemática de teu pai. Muito me esforcei para tirar
as idéias erradas da cabeça dele, pois que era apenas um
sofrimento desnecessário que ele estava carregando. Afinal,
ele apenas reagiu para vingar, no ato, a morte de
Pedrinho”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
69
Bobsin, um pouco intimidado, pediu licença,
dirigindo-se até o gramado, diante do galpão, onde uma
repentina agitação podia ser notada.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
71
Candinho e Pedro fizeram uma breve demonstração
14
de paleteada e demonstrações de rédeas. Eles mostraram
que controlar um cavalo não é só guiá-lo, mas dominar os
seus movimentos, com firmeza e destreza.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
73
mais remota, sempre se basearam no princípio da força
bélica, a força das armas, a força dos guerreiros, para
impor-se sobre outros povos vizinhos. Basta olharmos para
a história do tempo do Antigo Egito, o tempo da Babilônia, o
tempo da Grécia com seus espartanos guerreiros e assim
continuou século após século, até os nossos dias. A
humanidade mostra não conhecer outro caminho possível
que não seja o uso da força das armas para resolver as
diferenças que aparecem. E você foi logo falar com o nosso
amigo Miguel Barata que tem um espírito bélico e só não é
capitão honorário hoje, porque o lado dele perdeu a
guerra... Entendes? Ele esteve no lado perdedor, na Guerra
dos Farrapos... Mas quero ainda aproveitar para falar mais
um pouco sobre essa cultura da guerra e o resultado dela.
Posso dizer que fazendo guerras, cultivam-se mais guerras.
E qual é a utilidade de uma guerra? Nesta questão o teu pai
viu um caminho novo melhor, que foi concedido para a
humanidade. Em nossas reuniões na igreja ele comentava
sobre isso e insistia que a confiança sempre é melhor que a
suspeita... Ele insistia que é melhor diminuir a defesa e, que
é melhor desarmar-se, pois os que estão armados, quando
ameaçados se defendem com a utilização deste
armamento...”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
74
soltos, segurando numa das mãos, com firmeza, a arma de
cano longo, para não perdê-la pelo caminho. Certamente
nem pensam em fazer uso das armas. Agora olhe para o teu
pai... Ele vê os desconhecidos se aproximando e grita ao
Pedrinho pedindo que lhe traga a arma que está dentro de
casa. Teu pai está lá no galpão, só observando... Teu
irmãozinho rapidamente cumpre a ordem recebida e com a
arma na mão corre na direção do galpão. O teu pai apesar
de ser um simpatizante dos Farrapos, os vê chegando com
a suspeita que possam estar se aproximando para causar-
lhes algum mal. Os farroupilhas desgarrados, vendo alguém
correndo de arma na mão, suspeitam que serão
hostilizados. O primeiro a atirar é o Farrapo, que atinge
mortalmente o inocente Pedrinho. O teu pai, com um
pequeno esforço alcança a arma que o teu irmãozinho
estava levando até ele, mira e elimina o Farrapo. Agora
imagine o contrário, algo que teu pai insistia em nos
contar... Imagine que o teu pai não chamasse pelo Pedrinho
e não pedisse que lhe trouxesse aquela arma. O teu pai
estaria desarmado diante do Farrapo... Estariam frente a
frente, dois Farrapos, pois que teu pai sempre simpatizou
com os ideais de justiça que os farroupilhas pregavam... E,
tenho certeza que Johannes Bobsin jamais teria negado
comida para aqueles soldados famintos... Entendes agora
sobre que o teu pai procurava nos alertar? Sou testemunha
que o meu inesquecível amigo Johannes Bobsin foi dos
poucos colonos de Três Forquilhas com começou a entender
o Evangelho de Jesus, para reconhecer o caminho novo que
se abriu para toda a humanidade que se debate em meio
aos conflitos de ódio e guerras... Tente imaginar como seria
a atividade política dos homens e como seriam as relações
na sociedade, se todos nós começássemos a colocar em
prática o Evangelho que Jesus nos legou!”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
75
procurou nos transmitir. Agora entendo o motivo que levou
o pai a quebrar a arma dele em muitos pedaços... Agora
entendo o motivo porque ele não desejava mais ter uma
arma de fogo dentro de casa.”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
76
TEXTOS DIVERSOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
77
OS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, FILHOS DA
COLONIA ALEMÃ DE TRÊS FORQUILHAS QUE FORAM
PARA A GUERRA DO PARAGUAI
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
78
efetivos, de acordo com suas aptidões. Todos prestaram o
juramento à Bandeira do Brasil. Receberam um treinamento
elementar para o combate para logo serem postos em
marcha rumo aos campos de batalha, no Paraguai.
Descendentes dos veteranos contam que Carlos
Daniel Gross, integrando a Arma da Cavalaria, foi dos
primeiros a receber seu batismo de fogo e haveria de
enfrentar por maior tempo o envolvimento nesta Guerra.
Os mortos em combate
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
79
Elisabetha Diefenthaeler Voges, esposa de Carlos Leopoldo
Voges, pároco da Colônia Alemã de Três Forquilhas.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
80
promovido ao posto de Coronel, recebendo o Comando da
3ª Brigada de Cavalaria.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
81
comandados brasileiros" (Ten Cel Henrique O. Wiederspahn
– pg. 245/248).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
82
endeusado pelos seus comandados, gozava de muita estima
bem como da amizade e da confiança particular do Marquez
de Caxias. Foi um dos mais intrépidos Soldados e
Comandantes que, sem expor-se atrevidamente ao perigo,
sempre indicou, para a sua Brigada, o caminho para a
vitória". (Klaus Becker - pg. /113).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
83
08.05.1844, tendo por padrinho Carlos Jacoby. Tombou na
Batalha de Tuiuti.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
84
MIGUEL MENGER - Soldado. - Nasceu na Colônia
Alemã de Três Forquilhas (hoje Itati - RS) em 12 de março
de 1842, filho do imigrante João Menger (João Patrulha) e
de Maria Catharina Gross. Foi batizado pelo pastor Carlos
Leopoldo Voges em 10.05.1842, tendo por padrinhos João
Maschmann e Gertrudes Klippel. Morreu em combate.
Os que voltaram...
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
85
respeito e admiração, pois que invariavelmente carregavam
marcas e cicatrizes, sinais incontestes da participação direta
nos combates.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
86
Becker, Daniel Helbig e Dorotéia Becker Helbig. Era filho de
família numerosa, tendo outros cinco irmãos e seis irmãs.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
87
Dorotéia Niederauer Feck. Em suas veias corria o sangue
dos destemidos Niederauer, pois era, por parte da avó
materna, parente do Coronel de Cavalaria João Niederauer
Sobrinho. Ele fora batizado pelo pastor Carlos Leopoldo
Voges em 16.09.1845, sendo padrinho Carlos Pedro
Menger. O pai de Peter Feck, conforme seus netos fora
Pedro Jacoby Júnior, filho de uma família muito rica de Três
Forquilhas.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
88
CARLOS DANIEL DAHL - Soldado. - Nasceu na
Colônia Alemã de Três Forquilhas (hoje Itati-RS) em
07.04.1840, filho do imigrante João Dahl e de Catarina
Hellbig. Tinha mais dois irmãos e cinco irmãs. Foi batizado
pelo pastor Carlos Leopoldo Voges em 24.06.1840, sendo
padrinhos Carlos Becker e Daniel Helbig. Carlos Daniel Dahl
voltou do Paraguai com o corpo marcado de cicatrizes,
provindas da guerra. Sofrendo muito por causa de uma
mutilação dos órgãos genitais, decidiu não contrair
matrimônio.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
89
Catarina Müller. Foi batizado pelo pastor Carlos Leopoldo
Voges em 06 de março de 1842 tendo por padrinho Carlos
Frederico Strassburg. Era filho primogênito de família
numerosa (5 irmãs e 4 irmãos) todos gente forte e de
elevada estatura. Nada sabemos sobre a sua participação
no Paraguai, pois que regressando da guerra, decidiu
radicar-se em Três Coroas-RS, onde casou e deixou
descendência. A maior parte de seus irmãos permaneceu
em Três Forquilhas.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
90
em 13.04.1844, sendo padrinhos Andreas Walter e Apolonia
Justin Walter. Tinha 3 irmãos e 4 irmãs. Regressou mais
cedo do Paraguai em virtude de graves ferimentos
recebidos. Casou com Maria Elisabeta Mittmann em 1869,
sendo abençoados com 8 filhos; Maria (09.04.1870), Maria
Margareta (29.12.1871), Carlos Leopoldo (25. 03.1873),
João Alberto (06.03.1876), Maria Luisa (03.05.1878),
Nicolau (28.02.1880), Ernestina (09. 06.1882) e Avelina
(04.04.1888). Andreas Gehrmann faleceu em 19.08.1911,
aos 69 anos de idade.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
91
(03.05.1885). João Carlos faleceu em 11.11.1908 aos 69
anos idade.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
92
Professor Sonntag ficou conhecido em Três Forquilhas,
como "O Xaropeiro". Ele atuava como farmacêutico. Além
de vender medicamentos trazidos de Porto Alegre, fabricava
ainda os seus próprios xaropes. Ele estabeleceu residência a
150 metros da casa pastoral, em um pequeno terreno
cedido por um colono. Por volta de 1892 o vale do Rio Três
Forquilhas passou a ser assolado por uma epidemia
conhecida como "Rothe Ruhr" (diarréia de sangue) ou
cólera. Professor Sonntag passou então a fabricar um
medicamento com base em ervas, na tentativa de ajudar os
enfermos. O esforço foi infrutífero, pois que somente os
mais fortes resistiam. Morriam principalmente as crianças,
os velhos e os negros. O próprio professor Sonntag, então
com 83 anos de idade, não resistiu ao mal, falecendo em
25.04.1892.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
93
reside atualmente o Prefeito de Terra de Areia-RS, Dr.
Generi Máximo Lippert.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
94
Depois desta situação Mallet mudou a estratégia.
Para movimentar as peças de artilharia através dos campos
paraguaios ele passou a fazer uso de tração bovina. Os bois
eram mais resistentes e movimentavam as peças com
maior eficiência.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
95
OS VOLUNTÁRIOS DA CISPLATINA
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
96
à Comunidade. Foi presbítero muito dedicado por longos
anos. Cristiano Eberhardt assumiu sob a sua guarda o
netinho Eugenio Bobsin que ficara órfão da mãe. Desta
forma Eugenio Bobsin viria a assumir a propriedade dos
"Barata" e teve no avô um dedicado "professor", sendo
despertando para o serviço voltado à Igreja e ao
desenvolvimento da Colônia. Eugenio Bobsin foi sub-Prefeito
de Itati e, presidente da Comunidade por um decênio.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
97
em Três Forquilhas). Carlos Becker não consta como
parente de Henrique Becker. Sua descendência radicou-se
na Costa do Morro, na área de Três Pinheiros, em direção às
"terras de areia". Entre sua descendência constam
presbíteros e, através de uma união com o Professor
Serafim Agostinho do Nascimento, surgiu o descendente
pastor Gilmar do Nascimento, da IECLB.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
98
Três Forquilhas, João Cristovão Paulo (1827). Há dúvidas
sobre o destino dos Stollenberg. Conforme a tradição oral, o
Vicking faleceu logo após a Guerra dos Farrapos em
conseqüência de ferimentos recebidos num confronto na
Colônia de Três Forquilhas, contra os farroupilhas. A viúva
deve ter seguido para São Leopoldo onde residiam os seus
pais e parentes mais próximos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
99
OS SOLDADOS DA PATRULHA SERRANA
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
100
virtude disto os seus filhos não tiveram escola, além de se
criarem em um meio muito rude e hostil. Deixou numerosa
descendência, destacando-se Lidurino "Barroso" Menger,
com dedicada atuação na formação do núcleo comunitário
de Três Pinheiros, doando terrenos para ampliação do
cemitério e construção de um Centro Evangélico da IECLB
bem como foi vereador do município de Osório – RS.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
101
JOSÉ FLOR DA SILVA, residiu no alto da Serra,
integrando a Patrulha Serrana. Após a Guerra dos Farrapos
recebeu terras no Baixo Josaphat, próximo a João Patrulha
Menger. Seu filho Serafim estudou em Torres, onde
aprendeu a profissão de alfaiate e sapateiro. Serafim casou
em 1859 perante pastor Voges com Carolina Feck. Este
casal deu 8 netos para Zeca Flor, pois tiveram 3 filhas e 6
filhos. O filho Adriano Flor da Silva foi assassinado em 1892.
O filho Carlos Pedro morreu envenenado em 1897.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
102
volta de 1880 esses irmãos Fabrício passaram a promover
atos de violência na Colônia e foram eliminados pela força
policial.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
103
além da mochila de campanha, com todo o material para
entrar em combate.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
104
ansiedade, para o casamento com Bárbara Schmitt, (filha
15
do comandante Schmitt e prima de Wilhelm ).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
107
GUILHERME SCHMITT nasceu nas redondezas de
Borrnheim/Hessen. Conforme a tradição oral ele teria
servido como armeiro, no Exercito Imperial da Prússia. Na
Alemanha, como artesão, estivera ligado à maçonaria
germânica. Foi trazido pelo tio Felipe Pedro Schmitt para
casar com a meia prima Bárbara Schmitt. Tiveram três
filhas e dois filhos. Ele assumiu a casa comercial e o espaço
de liderança ocupado pelo sogro, herdando também o
apelido do mesmo: Comandante Schmitt.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
108
JOÃO F.C. WESTPHALEN nasceu em Lübeck bei
Neumünsster/Holstein. Casou em 1858 com Maria Catarina
Becker. Tiveram quatro filhos e três filhas. Dedicou-se à
agricultura, na sede da Colônia. Foi assassinado em 1870,
na Colônia de Três Forquilhas.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
109
porém ALBERT FINGER, radicado em Vacaria e que em 1867
batizou uma filha com o Pastor Voges. Este era casado com
Maria Romilda Lemos.
JOÃO SCHWARZ. Não aparece no Livro de Registro
Eclesiástico mantido pelo Pastor Voges. Consta que ele
residiu no Vale do rio Três Forquilhas, como agricultor.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
110
FRIEDRICH SCHÜTT – UM ARMEIRO MILITAR INGLÊS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
111
O filho Frederico Schütt casou em 14.07.1853 com
Elisabetha Eigenbrodt e faleceu de ataque cardíaco em
15.05.1896 e tiveram 8 filhos. F1 - Catharina Maria nasceu
em 06.08.1854 e que casou com Friedrich Wilhelm Brehm
em 13.05.1876. F2 - Friedrich nasceu em 16.09.1858 e
casou com Carolina Elisabeth Tietboehl em 27.02.1886. F3 -
Catharina nasceu em 17.08.1860 e faleceu quando criança.
F4 - Luiza Dorothea nasceu em 1862 e casou com o médico
inglês William Williams no dia 28.10.1877. F5 - Anton Peter
nasceu em 10.09.1864 e casou com Christina Gross
03.04.1890. F6 - Wilhelm nasceu em 26.07.1866 e casou
com Rosalina Gross, filha de Paraguaio Gross e Abela
Delore, em 07.09.1899. F7 - Leopoldo que nasceu em
23.06.1869 e faleceu solteiro. F8 - Mariana Wilhelmina
nasceu em 16.09.1870 e casou com Wilhelm Tietböehl em
24.03.1887.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
112
No entanto, creio que o amor pela Izabel Brehm, o fez
seguir com ela para o Sul. Ou ficara enfermo e não podia
mais ser um soldado e armeiro da tropa? Hipóteses para
serem pesquisadas. Não tenho respostas para tais
perguntas que surgiram...
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
114
WILHELM SCHMITT – UM ARMEIRO E
RELOJOEIRO
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
115
Wilhelm Brehm, o ferreiro herdeiro de Schütt,
continuou fabricando ferramentas grandes, duras e
flexíveis.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
116
pistolas, com a qualidade que suas habilidades permitiam.
Uma arma feita de bronze tinha qualidades totalmente
diferentes das de uma de ferro. Por isso havia a
necessidade de conseguir a matéria prima. Onde conseguir
a matéria prima? Possivelmente, em Três Forquilhas, ele
passou a trabalhar exclusivamente com ferro, a matéria
prima mais fácil de ser encontrada e abandonou a
fabricação de armamentos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
117
A ÍNDIA PARAGUAIA ABELA DELORE
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
118
O estancieiro e seus filhos mais velhos foram
convocados para a guerra e pereceram na batalha de Avaí,
em 1868.
Restaram órfãos Abela e Pepito, pois a mãe já
falecera no início da guerra.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
119
Abela que fora rondar os campos de batalha,
andando em companhia do irmãozinho, passou pelos
campos de combate do Avaí, em busca de notícias do pai ou
de seus irmãos. Encontrou ali o cavalariano brasileiro que
talvez tivesse morto seus familiares.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
120
A INICIAÇÃO POLÍTICA DE CANDINHO
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
122
que se afastar de Três Forquilhas, por diversos anos, para
fugir de perseguições.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
123
colonos passaram a entender que a falta de perspectivas
dos protestantes de participar da vida política do Brasil, era
inaceitável.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
124
AS MÃES E AS VIÚVAS DOS COMBATENTES
MORTOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
125
mães e ou as viúvas e órfãos dos ex-combatentes tombados
nos combates e os mutilados e incapazes para o trabalho.
Inúmeras mães ou viúvas jamais foram indenizadas pela
perda irreparável do filho ou do marido, fato que
comprometeu a sobrevivência daquelas famílias.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
126
A ESCOLA DO PASTOR VOGES
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
127
e em 1858 casou com Elisabeth Dorotéia Mauer. Tratava-se
de uma filha do moleiro Christian Mauer, regente do coral
da igreja e braço direito de pastor Voges na liderança da
Comunidade. O casamento do professor Saul com Elisabeth
Doroteia foi abençoado com os seguintes filhos: Carlos Saul,
em 03.03.1859, Adolfo Guilherme Saul em 03.04.1861,
Leopoldo Saul em 21.08.1863, Carlos Frederico Saul em
03.07.1865 e Martin Saul em 18.05.1867.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
128
FIGURA 10: Professor AUGUST SONNTAG
Fonte: Arquivo da Família Voges
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
130
O professor Serafim Agostinho do Nascimento
recebera a alcunha de Doutor Nascimento, pois ele clinicava
e tratava as doenças mais simples. Quando saía à cavalo,
nas andanças pela Colônia, sempre levava uma maleta
contendo homeopatias, xaropes e outros medicamentos.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
131
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA AOS COMBATENTES,
MINISTRADA POR VOGES, ANTES E DEPOIS DA
GUERRA
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
132
Sparremberger e certamente participaram desse culto
realizado em Porto Alegre.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
133
O pastor enfatizava, dizendo: - “Eis aqui a coroa de
ramos de cipreste, feita para nosso querido (nome). Olhem
para esta coroa. Ela é circular, sem início e sem fim. Que
ela sirva de comparação, para saber que em meio da
desesperança surgiu uma nova esperança. Ali onde nós
chegamos ao fim, apenas tem início um novo começo, pois
Cristo Ressuscitou. Nele e através d’Ele a nossa vida não
acaba com a morte. Por isto confiamos que a coroa
incorruptível da vitória está guardada para...” (nome do
soldado morto).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
134
combate contra os brasileiros. Ela socorreu o suposto
inimigo e dele cuidou com grande desvelo, por meses a fio.
Depois ela o acompanharia até o Brasil, para terminar seus
dias ao lado daquele que ela salvara. Ela recebeu a
admiração do povo do vale do rio Três Forquilhas que a
acolheu com muito carinho.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
135
coroas, com o nome dos soldados mortos na Guerra do
Paraguai, ficaram por dezenas de anos, fixadas na parede
da Igreja Evangélica de Três Forquilhas. Naquele período do
pastor Voges, até 1893, quando ele faleceu, os familiares e
os membros da Comunidade mantinham vivamente na
memória os nomes dos seus filhos, sacrificados em terra
estranha, em defesa das fronteiras da Pátria.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
136
aqueles que lutaram em favor dos seus. Pelo menos
deveríamos dar a eles, hoje, a nossa respeitosa reverência,
mesmo que anonimamente.
Queremos ir mais longe, trazendo novamente os
seus nomes à memória. Uma homenagem singela pelo
exemplo que nos concederam, pelo desprendimento que
tiveram.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
137
UM PREGADOR PARA OS REGIMENTOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
138
Sinos). Pastor Klingelhöfer foi morto em 1838, quando
integrava as forças farroupilhas, em confronto com uma
tropa do Império.
Foi, portanto no alvorecer da colonização alemã, que
pastor Voges, com perspicácia, já olhava para os diferentes
setores que mereciam atenção pastoral. Os tempos eram
propícios para alcançar os favores do soberano brasileiro. D.
Pedro I prometera aos pastores protestantes as mesmas
vantagens e emolumentos concedidos aos demais vigários
(católicos), no Brasil. Prova disto é que pastor Voges
chegou a receber ordenado pelos cofres do Governo
Imperial até 1830.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
139
Em 1970 havíamos elaborado um ensaio literário sob
o título de "UM PREGADOR PARA OS REGIMENTOS
ALEMÃES" A partir desse enfoque, pretendíamos não só
lançar um olhar sobre o passado. A intenção era também de
observar o pregador evangélico em tempos atuais, que
como desbravador e pioneiro sabe agir com o pensamento
voltado ao futuro do rebanho, com a oferta de uma
assistência ampla, nas mais diferentes esferas e campos da
vida nas comunidades e em nossa sociedade.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
140
particular procuramos identificar os mortos em combate.
Este fato despertou em nós uma palpitante pergunta: -
"Qual teria sido o papel do PREGADOR PARA OS
REGIMENTOS junto aos soldados e suas famílias, no
enfrentar das angústias da guerra e de morte?”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
141
Ministerial nº 311, de” 02 de maio de 1984 e Diário Oficial
nº 86, de 04 de maio de 1984).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
142
encontraram uma dimensão ecumênica, possibilitando um
intercâmbio teológico e uma aproximação em atividades
práticas, no exercício do ministério eclesiástico.
"UM PREGADOR PARA OS REGIMENTOS” significa
hoje, concretamente, a inclusão de pastores evangélicos no
Serviço de Assistência Religiosa do Exército, o SAREX, para
participar da assistência ao soldado brasileiro.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
143
O BRASÃO DA COLÔNIA DE TRÊS FORQUILHAS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
144
Timbre: coroa mural de argenta com cinco torres
visíveis.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
145
O timbre representado por uma coroa mural com
torres e ameias é de prata.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
146
HOMENAGENS AO CORONEL NIEDERAUER, EM
ITATI - RS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
147
O contato telefônico sugerido foi coroado de êxito,
inclusive com a pronta resposta que a nossa idéia de se
instalar uma praça e a colocação de um monumento ou
busto do Coronel João Niederauer Sobrinho, primeiro filho
varão nascido na Colônia Alemã na área que hoje pertence
à Itati – RS era viável.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
148
CORRESPONDÊNCIAS
Exmo Sr.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
149
Prefeitura ou até faz uma doação, dessa área situada no
outro lado da rua (lado do rio Três Forquilhas), podendo ser
aberta uma rua até a ponte pênsil. A rua seria alargada
neste ponto, para proporcionar um estacionamento de
veículos. A praça poderia ser pequena (50 x 50) recebendo
aterro, em virtude de eventuais enchentes. Porém o aterro
não deveria ir até o rio, para não represar as águas, em
caso de enchente. Nesta praça poderia ser futuramente
colocado um busto do Coronel Niederauer com o auxílio de
firmas de Santa Maria, Porto Alegre, Osório e Terra de
Areia. Cada dois ou três anos, em combinação com a
Brigada Niederauer (de Santa Maria) poderia ser feita uma
solenidade cívico-militar com a presença ou mesmo
totalmente organizada pelo Exército ou então pela
Prefeitura de Terra de Areia. Seria um ponto de valor
turístico, incluindo a ponte pênsil e a própria casa enxaimel
da Dindinha. Caso quisermos que a praça seja mais próxima
do ponto onde Niederauer nasceu, certamente deveria ser
nas terras de Shimomura. Não sei se ele estaria disposto a
doar um trecho, no outro lado da estrada, em direção ao
Rio. Creio que Terra de Areia pode aproveitar positivamente
esse momento e divulgar um pouco de sua história.
Incluo também alguns recortes de jornais referentes
a publicação do meu livro que estão praticamente
esgotados. Curitiba concedeu-me um extraordinário apoio,
particularmente o Banco do Brasil que patrocinou uma tarde
de autógrafos, incluindo um caríssimo coquetel de queijos e
vinhos e uma exposição de materiais bélicos do Museu do
expedicionário, de Curitiba. A minha Agência do Banco do
Brasil bancou todas as despesas.
Sugiro que o amigo remeta um livro seu “TERRA DE
AREIA, IDÉIA, SONHO, REALIDADE” como brinde para o
Comando da 62ª Brigada de Infantaria Blindada, de Santa
Maria, para que fique incluído na biblioteca deles.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
150
ELIO EUGENIO MÜLLER
Major Capelão do Exército Brasileiro
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
151
AO SR GENERI MÁXIMO LIPPERT - Prefeito de Terra
de Areia – RS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
152
Realidade, o autor Generi M. Lippert publica na página 54 o
mapa esclarecedor, de autoria de Elio E. Müller, no qual
constam os nomes dos pioneiros genearcas da Colônia de
Três Forquilhas. Felipe Niederauer, pai de João Niederauer
Sobrinho, aparece como morador no Núcleo da Igreja que
hoje pertence à área geográfica de Itati. c) – As dúvidas de
alguns autores certamente surgiram de uma confusão que
se fez a respeito da localização da Colônia de Três
Forquilhas que se tornara conhecida como sendo uma
parcela da colonização alemã, administrada a partir do
Presídio Militar de Torres. Falava-se nas Colônias Alemãs de
Torres (São Pedro e Três Forquilhas) integrando a então
Comarca de Santo Antonio da Patrulha. É recomendável
explicar que foi somente em 1857 que surgiu a Comarca de
Conceição do Arroio (Osório – RS) e que em 1878 surgiu a
Comarca de Torres. Com a criação da Comarca de Torres a
antiga Colônia de Três Forquilhas viu-se dividida, sendo o
divisor o rio Três Forquilhas. No lado esquerdo ficou o
distrito de Três Forquilhas pertencente a Torres e, no lado
direito, o distrito de Três Forquilhas, pertencente à
Conceição do Arroio. d) – Importa definir com clareza, num
mapa, onde se situava e ainda se situa o Núcleo da Igreja,
que depois passou a ser a sede de Itati, local onde nasceu
João Niederauer Sobrinho.
3 – Cópias de documentos anexos: a) – Atestado do
registro de nascimento de João Niederauer Sobrinho. b)
Mapa dos moradores da Colônia de Três Forquilhas, dos
pioneiros de 1826 e 27, que foi por mim organizado. d) –
Mapa do Vale do rio Três Forquilhas, conforme publicado em
meu livro TRES FORQUILHAS 1826 – 1899.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
153
Major Capelão da 5ª Região Militar.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
154
AO ILUSTRÍSSIMO SENHOR MAJOR ELIO E. MULLER -
CURITIBA – PR
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
155
AO EXMO SENHOR GEN. BDA. CARLOS AUGUSTO
FERNANDES DOS SANTOS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
156
a Freguesia de Torres. Em 2J/05/1878 pela Lei nº 1152, foi
criado o Município de São Domingos das Torres, cuja divisa
com Conceição do Arroio (Osório), ao Sul, ficou sendo o Rio
Três Forquilhas, que as suas margens abrigavam a Colônia
Alemã. À margem direita ficava o território de Conceição do
Arroio e à esquerda o de Torres. Com a criação do Município
de Terra de Areia, pela Lei 8.561 de 13/04/1988, a margem
direita do Rio Três Forquilhas (Itati) passou a pertencer a
este município, bem como, foi criado o Município de Três
Forquilhas, abrangendo toda a região da margem esquerda,
pela Lei nº 9.590 de 20 de março de 1992, cuja instalação
se deu em 01/0J/1993.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
157
proximidades do local de nascimento do ilustre militar, onde
ficasse um espaço para erguer um monumento ao nosso
herói, com a possibilidade de periodicamente deslocar-se
um grupamento da Brigada Niederauer e prestar-lhe uma
justa homenagem na terra que o viu nascer. Penso que a
idéia seria Interessante tanto para o Município de Terra de
Areia, como para o próprio Exército Brasileiro.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
158
AO MAJOR CAPELÃO ELIO EUGENIO MULLER
Atenciosamente
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
159
AO MAJOR CAPELÃO ELIO EUGENIO MÜLLER
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
COMANDO MILITAR DO SUL
3ª DIVISÃO DE EXÉRCITO
CMDO DA 6ª BDA INF BLD
"BRIGADA NIEDERAUER"
Atenciosamente,
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
160
AO SR GENERI MÁXIMO LIPPERT – Prefeito de Terra
de Areia – RS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
161
demonstrou interesse de efetuar envio de uma
representação para homenagear o Patrono da referida
Brigada, periodicamente.
Atenciosamente
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
162
AO SR MAJOR CAPELÃO ELIO EUGENIO MÜLLER
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
COMANDO MILITAR DO SUL
3ª DE - 6ª BDA INF BLD
“BRIGADA NIEDERAUER”
SANTA MARIA, RS, 24 Fev 93.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
163
Finalmente, gostaria de lhe adiantar que, a 4 de abril
próximo, dia do nascimento do Cel NIEDERAUER - será
levado a efeito a transferência da herma do Patrono da
Brigada, atualmente localizada no centro da cidade de
SANTA MARIA, para a Praça Gen OSÓRIO, onde se juntará a
outros bustos de figuras ilustres da história do Brasil. Para
esse evento, V. Sa. receberá documentação especifica,
oportunamente.
Atenciosamente,
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
164
COLOCAÇÃO DO BUSTO DO CORONEL
NIEDERAUER EM ITATI-RS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
165
- “Capelão Müller, dois de meus Oficiais de Estado
Maior da Brigada Niederauer estiveram em Itati e
estudaram as diferentes possibilidades para que se erga um
monumento e se coloque o busto de Niederuaer, em Itati. O
Prefeito Municipal Dr. Nédio Perusso já nos informou que
não existe mais tempo hábil de se construir uma praça”.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
166
FIGURA 14: Busto de Coronel NIEDERAUER, Itati, 11.04.1995,
pronto para inauguração, no Sítio da Figueira. Flagrante do
discurso do General Trevisan. Foto do acervo da Brigada
Niederauer, de Santa Maria – RS.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
167
A PRAÇA CORONEL NIEDERAUER, EM ITATI-RS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
168
FIGURA 16: Efetivo da BRIGADA NIEDERAUER, com uniforme da
época do Paraguai, desfilando em Itati.
Fonte: Foto do Arquivo da Brigada Niederauer, 1999.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
169
GRUPO DE AMIGOS DA PRAÇA CORONEL
NIEDERAUER
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
170
O autor e esposa professora Doris, proprietários do
Sítio da Figueira, decidiram formar o Grupo de Amigos
Coronel Niederauer, reunindo pessoas dispostas em assumir
a tarefa de manutenção e zelo pela praça. Foi eleito para
presidir o grupo o Sr. Osmarino Rickroth, mais conhecido
por todos como Marinho Rickroth, um descendente do
militar Brummer Carl Rickroth, e que passou a mostrar uma
grande atenção pela manutenção da praça.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
171
HOMENAGEM A ADÉLIO VOGES DO
NASCIMENTO
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
172
Deve-se a ele a maior parte do trabalho de
restauração, desta Praça.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
173
CONCLUSÃO
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
174
A verdade é que rapidamente, nós - a sociedade -
esquecemos desta ou daquele. Esquecemos da viúva e do
soldado ferido e mutilado. A sociedade esquece sua dívida e
a necessidade de expressar gratidão, por aqueles que
carregaram o peso do sacrifício pelos demais.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
175
acompanhados e não sozinhos, amparados e não no
desamparo.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
176
NOTAS EXPLICATIVAS
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
178
de Saúde do Exército – 1º volume – Gilberto de Medeiros
Mitchel, RJ, 1963 – página 119).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
181
(16) Água pestilenta: água contaminada por
cadáveres de pessoas e de animais, fato comum em tempos
de guerra.
(17) Couro estaqueado: referia-se ao couro de gado
que, logo após o abate de uma rês, era cuidadosamente
retirado e fixado contra uma parede de galpão, com
estaquinhas de madeira. O couro permanecia desta forma,
durante algumas semanas, até ficar bem seco e curtido. Daí
veio a comparação, que faziam, da aparência de Paraguaio
Gross).
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
182
FIGURAS em “Amores da Guerra”
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
183
FIGURA 11: Página 142 - Brasão da Colônia de Três
Forquilhas, 1870. Fonte: Esboço feito pelo autor com base
no brasão antigo Arte final de Ernani C. Straube, Curitiba,
2000.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
184
FIGURA 18: Página170 - Adélio do Nascimento restaurando
a praça Niederauer. Fonte: Acervo fotográfico do autor.
FONTES DE CONSULTA
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
185
pai Carlos Daniel Gross Júnior, um revolucionário que aos
19 anos ingressou nas fileiras maragatas para lutar na
Revolução Federalista, tendo acompanhado Gumercindo
Saraiva no Cerco da Lapa e a tomada de Curitiba.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
186
nem julgamento ou condenação. Lidurino Menger disputou
eleições para o cargo de vereador do município de Osório e,
mesmo apenas suplente, desempenhou o exercício do cargo
por algum tempo, em substituição ao vereador titular.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
187
COLEÇÃO MEMÓRIAS DA FIGUEIRA
Autor: Elio Eugenio Müller
Volume: I
“De Pés e a Ferros”
O nascer da Colônia de Três Forquilhas.
Volume: II
“Sangue de Inocentes”
Episódio da Revolução Farroupilha.
Volume: III
“Dos bugres aos pretos”
A tragédia de duas raças.
Volume: IV
“Amores da Guerra”
Histórias da Guerra do Paraguai.
Volume: V
“Face Morena”
A miscigenação na Colônia de Três Forquilhas.
Volume: VI
“Os Peleadores”
Um episódio da Revolução Federalista.
Volume: VII
“E a vida continua...”
O drama humano diante do flagelo da epidemia.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
188
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
189
A oratória do autor, diante do Monumento ao Coronel Niederauer.
_________________________________________________________
“Amores da Guerra” – Elio Eugenio Müller
190