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Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Curso de Direito
Metodologia de Pesquisa e do Trabalho Jurídico
Profª. Ms. Ionete de Magalhães Souza
Acadêmico: Hiago Rocha Santos

FICHAMENTO

BARBOSA, Rui. Oração aos Moços. São Paulo (SP): Martin Claret, 2004

A obra de Rui Barbosa Oração aos Moços é um discurso criado por ele para uma
turma de graduandos da Faculdade de Direito de São Paulo no ano de 1.920.
No início de sua obra o autor cita o declínio de sua vida e os seus cinqüenta anos de
vida jurídica. Porém ele se mostra muito esperançoso com os iniciantes na carreira jurídica, e
diz que não pode estar presente por vontade de Deus.

Não quis Deus que os meus cinqüenta anos de consagração ao direito viessem
receber no templo do seu ensino em São Paulo o selo de uma grande bênção,
associando-se hoje com a vossa admissão ao nosso sacerdócio, na solenidade
imponente dos votos em que o ides esposar. (p.27)

O autor contraria o dito de que, se está longe da vista, também está longe do coração.
Pois o coração é mais que um simples órgão carnal, apenas com funções fisiológicas, ele
consegue ver além do que os nossos olhos conseguem enxergar. Ele exemplifica essa idéia
dizendo que a morte é a maior distancia que se conhece, e nem mesmo a morte é capaz de
separar o coração dos homens. Assim não será a mesquinha distancia do globo terrestre que
poderá romper com os laços entre duas pessoas.

Para o coração, pois, não há passado, nem futuro, nem ausência. Ausência, pretérito
e porvir, tudo lhe é atualidade, tudo presença. Mas presença animada e vivente,
palpitante e criadora, neste regaço interior, onde os mortos renascem, prenascem os
vindoiros, e os distanciados se ajuntam, ao influxo de um talismã, pelo qual, nesse
mágico microcosmo de maravilhas, encerrado na breve arca de um peito humano,
cabe, em evocações de cada instante, a humanidade toda e a mesma eternidade.
(p.29)

Quando relata todo seu trabalho de cinqüenta anos de serviços prestados a nação, ele
faz um balanço de sua atuação como advogado e cidadão ativo. “Tenho o consolo de haver
dado a meu país tudo o que me estava ao alcance: a desambição, a pureza, a sinceridade, os
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excessos de atividade incansável, [...]” (p.32) Trabalhando sempre em função da verdade
eleitoral, constitucional e republicana. Assim ele tenta transmitir sua experiência para os que
estão iniciando a prática jurídica, dando conselhos e estimulando idéias e reflexões para estes.
Ao analisar a ira, ele diz que nem toda ira é maldade. Pois se você tem ira contra o que
é mal isso te faz ir a favor do que é bom. Porém se você tem ira do que é bom, aí sim estará
indo em favor da maldade. Assim a ira se torna necessária em algumas ocasiões, é preciso
então ter sabedoria para saber quando usá-la.

Nem toda ira, pois, é maldade; porque a ira, se, as mais das vezes, rebenta agressiva
e daninha, muitas outras, oportuna e necessária, constitui o específico da cura. Ora
deriva da tentação infernal, ora de inspiração religiosa. Comumente se acende em
sentimentos desumanos e paixões cruéis; mas não raro flameja do amor santo e da
verdadeira caridade. [...] (p.34)

Escrevendo mais sobre sua vida o autor esclarece a importância dos seus inimigos. Ele
não sabe o que seria dele sem os obstáculos impostos por estes inimigos, que esses obstáculos
o fizeram crescer, e que os verdadeiros amigos não poderiam lhe proporcionar tal
crescimento.

Que seria, hoje, de mim, se o veto dos meus adversários, sistemático e pertinaz, me
não houvesse poupado aos tremendos riscos dessas alturas, [...]Amigos e inimigos
estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros
nos almejam o bem, e nos trazem o mal. (p.36)

Uma frase de essencial analise na obra do autor, e que até hoje é muito usada no meio
jurídico é, “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos
desiguais, na medida em que se desigualam.” (p. 39). Pois para ele a regra da igualdade
consiste em que os iguais devem ser tratados de forma igual, e os desiguais devem ser tratados
de forma desigual na medida de sua desigualdade.
Na obra o autor enaltece a importância do trabalho na vida das pessoas. O trabalho
sempre baterá a sua porta e será preciso encará-lo de frente, pois o Homem nasce para o
trabalho, porém são muitos os que o ignoram. Para ele com o trabalho tudo é possível, não
existe extremo impossível de se alcançar. “O trabalho, pois, vos há de bater à porta dia e
noite; e nunca vos negueis às suas visitas, se quereis honrar vossa vocação, e estais dispostos
a cavar nos veios de vossa natureza, até dardes com os tesouros, [...]” (p.41). Continuando
essa analise sobre o trabalho ele expõe a ideia de que o trabalho e a oração são tarefas
complementares. Pois a oração é a forma de estar mais perto de Deus já no trabalho é possível
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completar a criação iniciada por Deus. Por isso o trabalho sem a oração contamina o
Homem..
O autor usou de uma passagem de Sócrates para explicar um pensamento. Que para se
exercitar uma ciência era preciso ter profundo conhecimento dela, só para depois partir para a
prática, isso tem muita relevância no meio jurídico, pois é necessário anos de estudo e de
escrita, para que se possa exercitar o ramo jurídico.

Sócrates, certo dia, numa das suas conversações, que O Primeiro Alcibíades nos
deixa escutar ainda hoje, dava grande lição de modéstia ao interlocutor, dizendo-lhe,
com a costumada lhaneza: "A pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber
o que não sabe[...] (p.46)

Rui Barbosa se coloca como pai daqueles graduandos, como um conselheiro. Assim
ele começa discorrer sobre dois ramos que eles irão seguir, um é a magistratura e o outro a
advocacia. Ao falar da magistratura ele diz que o juiz deve ser imparcial, não deve se levar
pelo dinheiro nem pelo nível social das pessoas que irá julgar. É bom que o magistrado não
erre, porém se cair em erro que ele conserte o seu erro, evidenciando assim uma qualidade
muito importante para os juízes que é a humildade. “Outro ponto dos maiores na educação do
magistrado: corar menos de ter errado que de se não emendar. Melhor será que a sentença não
erre. Mas, se cair em erro, o pior é que se não corrija.” (p.57) Ao falar sobre a advocacia ele
declara que os mandamentos do advogado são liberdade e legalidade.
Ao finalizar seu discurso o autor se mostra esperançoso e reitera aos graduandos a
importância de se trabalhar para o bem da nação. Ele esclarece que muito já se conseguiu pelo
país, porém ainda há muito que se fazer. E como ultimo ato em seu discurso ele pede a Deus
que possa ver pelo menos o inicio dessa melhoria do Brasil.

Mãos à obra da reivindicação de nossa perdida autonomia; mãos à obra da nossa


reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida nacional com as
instituições nacionais;[...] Não é sonho, meus amigos; bem sinto eu, nas pulsações
do sangue, essa ressurreição ansiada. Oxalá não se me fechem os olhos, antes de lhe
ver os primeiros indícios no horizonte. (p.62-63).

Montes Claros, 17 de setembro de 2010.

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