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Sumário

1 - PRÉ-MODERNISMO...........................................................................................................4
1.1 - CONTEXTO HISTÓRICO............................................................................................4
1.2 - CARACTERÍSTICAS...................................................................................................5
2 - MODERNISMO....................................................................................................................7
2.1 - CONTEXTOS HISTÓRICOS......................................................................................7
2.2 - CARACTERÍSTICAS...................................................................................................8
3 - PORTUGAL........................................................................................................................10
3.1 - CONTEXTO HISTÓRICO..........................................................................................10
3.2 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................10
3.3 - A "GERAÇÃO DE PRESENÇA”...............................................................................11
3.4 - O NEO-REALISMO....................................................................................................11
4 - BRASIL................................................................................................................................12
4.1 - CONTEXTOS HISTÓRICO.......................................................................................12
4.2 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................14
5 - MODERNISMO - 2o. TEMPO - PROSA.........................................................................15
5.1 - CONTEXTO HISTÓRICO..........................................................................................15
5.2 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................15
6 - MODERNISMO - 2o. TEMPO - POESIA........................................................................17
6.1 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................17
7 - MODERNISMO - 3o. TEMPO..........................................................................................18
7.1 - CONTEXTO HISTÓRICO..........................................................................................18
7.2 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................18
7.3 - PROSA.........................................................................................................................19
8 – CONCLUSÃO....................................................................................................................20
9 – BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................20

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1 - PRÉ-MODERNISMO

1.1 - CONTEXTO HISTÓRICO


Na Europa, começo do século foi uma época de conturbação política. A disputa
das nações desenvolvidas por mercados e por fontes de matéria-prima acabaria por
conduzir a I Guerra Mundial, em 1914. O panorama social brasileiro, embora um
pouco distante desse âmbito de luta internacional, não era menos complexo.

Os fatos falam por si. Uma série de revoltas eclodiu em todo o país. Os motivos
eram diversos, as situações eram bem diferentes, as reivindicações eram várias. Mas
esses acontecimentos tiveram um papel decisivo na passagem da República da
Espada (primeiros governos republicanos, que eram l\militares) para a República do
café-com-leite (predominantemente civil) e no enfraquecimento da República Velha
(1889-1930).

Em 1893, tem lugar no Rio de Janeiro a Revolta da Armada, levante de uma


facção monarquista da Marinha brasileira, que, insatisfeita, com a República recém-
proclamada (1889), exigia a renúncia do presidente Floriano Peixoto. O restante das
Forças Armadas, contudo, colocou-se ao lado do governante, que contava anda com
forte apoio civil, graças à sua imensa popularidade. A revolta foi sufocada após seis
meses.

Em 1896, estourou na Bahia a revolta de sertanejos que ficou conhecida como


Guerra de Canudos. Inicialmente, foi encarada com desprezo pelo governo federal.
Mas a persistência dos revoltosos e o arraigado apego à terra que demonstravam,
obrigaram o Exército a uma ação mais dura. A propaganda oficial divulgava o fato
como um levante de monarquistas, tentando, com isso, angariar a simpatia da
população e o auxílio de forças militares dos diversos estados. No entanto, as causas
mais profundas da Guerra eram outras: a miséria, o subdesenvolvimento, a opressão,
o abandono a que a população da região estava relegada. Depois de um ano de
renhida resistência, Canudos caiu em outubro de 1897. Mas os problemas sociais não
foram resolvidos, e o misticismo e o cangaço continuaram sendo respostas populares
à opressão e à miséria.

Nos primeiros anos do século XX, as autoridades do Rio de Janeiro resolveram


urbanizar e modernizar a cidade, que era a capital do país, muito populosa, e que
contava com péssimas condições de higiene. O novo planejamento urbano, contudo,
previa uma recolocação da moradia dos mais pobres, excluindo-os das benesses da
modernização e desamparando grande parte da população, já massacrada pelo
desemprego e pela carestia. A insatisfação popular explodiu quando o governo lançou
a campanha de vacinação obrigatória. A verdadeira batalha que se travou no Rio de
Janeiro , em 1904 , opondo policiais aos pobres, recebeu o nome de Revolta da
Vacina, tendo sido violentamente reprimida.

Em 1910, os marinheiros de dois navios de guerra, liderados por João Cândido


(o "Almirante Negro"), manifestaram-se contrários aos castigos corporais ainda
costumeiramente aplicados a eles na Marinha: era a Revolta da Chibata. O próprio
governo reconheceu a pertinência das reivindicações, pressionando a Marinha para
que as atendesse. Os revoltosos foram anistiados, mas logo depois perseguidos,
presos e torturados.

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Outro acontecimento importante do período foi à greve geral de 1917, ocorrida
em São Paulo, organizada por trabalhadores anarco-sindicalista, reivindicando
melhoria nos salários e nas condições de trabalho (redução da jornada, segurança,
etc..).

Em seu conjunto, essas revoltas todas podem ser vistas como manifestações
de uma nova paisagem social, na qual forças políticas até então tímidas (sertanejos,
miseráveis, no cenário, imigrantes, soldados de baixa patente, entre outros)
começaram a marcar presença no cenário brasileiro. No terreno artístico, o período
que vai do final do século XIX (aproximadamente 1870) até as primeiras décadas do
século seguinte (anos 20) recebe o nome geral de "belle époque”.

1.2 - CARACTERÍSTICAS
As transformações sociais, da passagem do século experimentadas no Brasil,
necessariamente impregnariam a literatura, principalmente em um momento em que
uma das propostas artísticas em vigor toca justamente no ponto de uma retomada da
literatura social. Assim, podemos falar mesmo em uma redescoberta do Brasil pela
literatura. Um Brasil que, na verdade, sempre tinha existido, mas que fora até então
presença excessivamente reduzida na literatura.

Essa redescoberta pode ser notada a partir da renovação temática que se


opera no âmbito literário. A preocupação com a realidade nacional ocupa não apenas
as obras de ficção, mas também os ensaios, artigos e comentários eruditos, que
ganham grande impulso na época. Um aspecto comum a essa produção intelectual é
a crítica às instituições, tomadas como elementos de cristalização e acomodação de
uma estrutura de poder que resultava na cegueira às reivindicações de vastas
camadas da população brasileira.

No terreno da ficção, ambientes antigos são explorados agora de forma a


evidenciar seus aspectos mais tristes e pobres. O sertão, o interior, os subúrbios, que
já apareciam antes em romances e natureza viviam em comunhão, agora são
retratados como representações do atraso brasileiro. Da mesma forma, os
personagens que figuraram nessas produções estão muito distantes dos modelos
assumidos em estéticas anteriores: o sertanejo não é mais servil e ordeiro; o
suburbano não é mais alegre e expansivo; o caipira não é mais saudável e
trabalhador. A imagem que essas personagens passam a representar liga-as à
decadência, ao desmazelo, à ignorância.

Essa literatura que tematiza habitantes e ambientes de determinadas regiões,


pode ser considerada regionalista. Mas , é bom que se perceba , trata-se de um
regionalismo crítico, bastante diferente, por exemplo, da idealização romântica.

Na visão dos representantes dessa corrente, a literatura tinha uma missão a


cumprir como instrumento de denúncia social, explicitando as razões do nosso atraso,
discutindo alternativas para ele. O progresso e o cosmopolitismo que caracterizava a
auto-imagem de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo eram contrapostos ao
subdesenvolvimento e à miséria estrutural de vastas regiões nacionais - nem sempre
muito distantes dos centros populosos, como mostraram as obras tematizando o
caipira e o morador dos subúrbios cariocas.

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Formalmente, os pré-modernistas caracterizar-se-ão por uma linguagem
oscilante: expressões eruditas, francamente influenciadas pelo Parnasianismo,
convivem com um vocabulário mais livre e popular, que tenta funcionar como registro
de expressões regionais. Pode-se entender essa prática como uma ponte de ligação
entre a linguagem dicionarista e cientificista do século XIX e aquela, mais despojada,
que caracterizaria a arte moderna do século XX. De certa forma, essa oscilação reflete
ainda um contato crescente entre as culturas popular e erudita.

Como dissemos essa prática literária não chegou a se constituir em escola,


estruturada e organizada em um programa estético definido. O Pré-Modernismo é
mais que um fato artístico, um momento importante do desenvolvimento das letras
brasileiras. Seus autores mais significativos são: Euclides da Cunha, Lima Barreto,
Monteiro Lobato, Augusto dos Anjos, Graça Aranha, entre outros.

AUTORES:

EUCLIDES DA CUNHA

LIMA BARRETO

MONTEIRO LOBATO

AUGUSTO DOS ANJOS

GRAÇA ARANHA

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2 - MODERNISMO

2.1 - CONTEXTOS HISTÓRICOS


O início do século XX poderia ser datado no ano de 1895. Esta "licença
histórica "se explica pela importância que esta data teve na história das idéias
artísticas que vieram depois. Nesse ano, o austríaco Sigmund Freud lançou o livro
Estudos sobre a histeria, um marco importante na divulgação de suas descobertas
científicas, que o levaram a constituir um novo ramo médico: a Psicanálise.

Dedicada ao estudo do inconsciente humano, que guardaria a face obscura


dos desejos do indivíduo, a ciência psicanalítica forneceu vasto material à Arte. A
revelação da existência de um verdadeiro universo no interior da mente humana serviu
de impulso decisivo para o surgimento de teorias estéticas baseadas na tentativa de
expressão desse universo.

Ainda em 1895, os irmãos Lumiére lançaram, na França, um novo invento: o


cinematógrafo. Através dele, era possível registrar imagens em movimento, objetivo
perseguido durante muitos anos por técnicos de toda a Europa. Os primeiros filmes
lançados pelos Lumiére não tinham nenhuma pretensão artística, ou mesmo narrativa,
visando apenas a explorar as então incipientes possibilidades da nova descoberta.
Logo, porém, o cinema impôs-se como um meio de comunicação artística que viera
para modificar fundamente as estruturas artísticas até então existentes. A rapidez da
imagem, a simultaneidade narrativa passou a ser instrumentos utilizados em todos os
ramos da arte.

A febre dos inventos varria a Europa, provocando o surgimento de muitos


concursos, que premiavam aqueles que conseguissem ultrapassar obstáculos até
então intransponíveis. Em 1906, em Paris, o brasileiro Santo Dumont realizou com seu
14-bis o primeiro vôo mecânico do mundo, feito proclamado no mundo inteiro.

O homem parecia vencer limites importantes: o conhecimento da própria


personalidade, o registro do movimento e o espaço. O otimismo do início do século
justificava a crença na capacidade criativa do ser humano. Contudo, o reverso da
medalha não tardou a aparecer. Em 1914, eclode a I Grande Guerra Mundial, como
resultado de lutas imperialistas (disputa de mercados e regiões de produção de
matéria-prima) que se dava em várias partes do mundo. O homem mostrava que,
tanto criar, era capaz de destruir.

No meio da guerra, uma nação se retira do conflito para resolver problemas


internos. Em 1917, a Revolução russa transformou profundamente as bases
socioeconômicas do país, com a introdução prática das idéias comunistas que Marx
divulgara a partir de meados do século anterior. A abolição da propriedade privada, o
fim dos privilégios da nobreza, jogou o país em uma crise de grandes proporções, mas
da qual emergiu uma nação vitoriosa e forte. Essa vitória contaminou o mundo, e a
propaganda comunista alcançou todos os países. Apenas cinco anos depois da
Revolução, por exemplo, era fundado o Partido Comunista Brasileiro.

Em 1919, a Grande Guerra chega ao fim, e nova onda otimista atingiu a


Europa. Acreditava-se, então, que uma catástrofe suicida daquelas proporções nunca
mais ocorreria. A década de 20 ficou conhecida como "anos loucos”. Era o auge e o
fim da chamada "belle époque". A rebeldia, a ousadia e a alegria eram palavras de
ordem: tudo era discutido, todas as liberdades eram proclamadas.

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Esse ambiente favorece o surgimento de novas idéias estéticas (surgidas,
ressalte-se, a partir de contribuições artísticas do século XIX). Tais idéias
contribuições artísticas do século XIX ) . Tais idéias constituíram o fundamento do que
se convencionou chamar de Arte Moderna , a arte do século XX . Como aspectos
comuns , essas idéias possuíam : a ruptura com o passado ; o desejo de chocar a
opinião pública ; a valorização da subjetividade artística no trabalho de tradução dos
objetos ao redor ; a busca de inovações formais cada vez mais radicalistas ; a
intenção de reproduzir esteticamente um mundo que se transformava rapidamente ; a
tentativa de responder à desintegração social provocada pelo panorama da guerra .
Vejamos algumas propostas dos principais movimentos artísticos do início do século
na Europa.

2.2 - CARACTERÍSTICAS
Um primeiro elemento, comum a toda manifestações do Modernismo, é sua
sistemática oposição ao academicismo, isto é, à arte regrada, regulamentada , repleta
de truques convencionais . Essa postura de destruição dos símbolos artísticos ,
aceitos generalizadamente , e de desprezo pela norma culta conduziu , quase
sempre , os modernistas a atitudes de antipatia à cultura estabelecida . Foram , por
causa disso , muitas vezes perseguidos e ridicularizados .

A demolição do edifícios estético convencional tinha como contrapartida a


proposta de uma arte livre . Essa liberdade buscava se realizar tanto no plano formal
quanto no temático . No terreno da forma , os modernistas defendiam a abolição da
rima e da métrica , com a exploração do verso branco ( ou solto - versos sem rima ) e
livre ( sem métrica regular , isto é , sem o mesmo número de sílabas ) . Essa inovação
formal era propriamente modernista , já que , antes deles , os simbolistas já faziam
uso dela . Porém , o Modernismo a transformá-la-á em bandeira de luta . Uma
ressalva , contudo , deve ser feita : defensores da liberdade formal absoluta , os
próprios modernistas praticarão , quando entenderem necessário , o verso rimado e
regular ; a partir desse momento , porém , esse tipo de verso deixa de ser condição
prioritária para a obtenção da boa poesia .

Além da versificação mais livre , a linguagem coloquial será adotada pelo


Modernismo , que buscava aproximar a arte erudita das camadas populares . A
transposição da fala das ruas para o texto escrito confere a este um alto grau de
oralidade. Com isso, a linguagem artística absorve gírias, erros gramaticais, criações
espontâneas do povo, neologismo, estrangeirismo, etc.

Coerente com essa postura de utilização de uma linguagem mais próxima do


falar rotineiro, o Modernismo tinha, como tema fundamental, o cotidiano. A partir de
então, acontecimentos banais e aparentemente sem importância podiam ganhar
estatura artística, tanto quanto os grandes amores e as emoções profundas tratados
pela arte mais tradicional.

Distanciando-se da postura que defendia uma arte voltada para si mesma, as


vanguardas estéticas do período manifestaram a preocupação social própria de um
mundo sacudido por guerras e disputas internacionais de todos os tipos. Tratava-se,
assim, de uma arte voltada para o mundo e que fazia dele sua grande miséria.

Além disso, ao comportamento sisudo e aristocrático que a arte assumira até


então, os modernistas opõem uma valorização do humor. No Brasil, por exemplo,
ficaram famosos os poemas-piada de Oswald de Andrade, obras-primas de síntese e
sutileza crítica.

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Enfim, podemos resumir a proposta modernista, de uma maneira geral, em
uma única expressão fundamental: liberdade. Em todos os níveis, de todas as formas.
Muitas vezes, o desejo de fugir de qualquer convencionalismo preestabelecido
provocou o surgimento de uma arte excessivamente pessoal, quase sempre
incompreensível. Essa dificuldade de comunicação artística contrariava a tendência
democrática da arte de vanguarda, e representou, de fato, uma de suas contradições
mais profundas.

A essas características gerais, devem ser acrescentadas aquelas que dizem


respeito, mais particularmente, aos contextos próprios de Portugal e do Brasil. Isto
será feito oportunamente.

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3 - PORTUGAL

3.1 - CONTEXTO HISTÓRICO


Em 1890, o governo inglês lançou um ultimato a Portugal: o país deveria
abandonar imediatamente as colônias que ainda mantinha. A obediência a essa
imposição encheu o povo português de vergonha e abalou profundamente a crença na
monarquia, já desacredita por seu anacronismo. A partir de então, a luta republicana
ganhou espaço e importância. Em 1910, foi proclamada a República.

As mudanças sociais esperadas não aconteceram de forma a contentar os


republicanos mais exacerbados. Na verdade, a República tinha como principal objetivo
integrar Portugal no quadro do imperialismo europeu, sinônimo de modernização.
Esse ambiente favoreceu a difusão das idéias modernistas.

Em 1915, um grupo de artistas de vanguarda, lideradas por Mário de Sá-


Carneiro e Fernando Pessoa, fundou a Revista Orpheu, marco inaugural do
Modernismo em Portugal. Através dela, as novas propostas artísticas foram
divulgadas e discutidas. A duração da revista foi efêmera, prejudicada pelo suicídio de
Sá-Carneiro. Esses primeiros modernistas ficaram conhecidos, exatamente em função
da revista, por "geração de Orpheu”.

A República, incapaz de resolver os problemas mais profundos do país, e sem


conseguir equacionar as diferenças existentes entre os próprios republicanos, acabou
por dar lugar à ditadura salazarista, que durou cerca de cinqüenta anos, até a
Revolução dos Cravos, de caráter socialista, em 1975.

3.2 - CARACTERÍSTICAS
Os modernistas portugueses tiraram proveito da herança simbolista, sem
renegá-la totalmente. Assim, o saudosismo do poeta Antônio Nobre, que tinha fortes
conotações nacionalistas, ganhou força entre os membros da "geração de Orpheu”.
Ao lado disso, a absorção das conquistas futuristas que tomavam conta da Europa
inteira, como a apologia da máquina e do progresso urbano, conduz o movimento à
vanguarda.

Assim, o que se destaca, no panorama modernista português, nesse primeiro


momento, é a forma de elaboração entre tradição e modernista. Com isso, eles
conseguem retomar formar e temas arcaicos, enquadrando-os dentro de propostas
modernistas.

Ressalte-se ainda o caráter algo místico do Modernismo lusitano, patente em


algumas posturas, pessoais e estéticas, de seu maior representante, Fernando
Pessoa.

O modernismo português conheceu ainda mais duas gerações estéticas.

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3.3 - A "GERAÇÃO DE PRESENÇA”
Em 1927, um grupo de artistas fundou uma nova revista, Presença, que
tentava retomar e aprofundar as propostas de Orpheu. Contando com a colaboração
de alguns participantes da geração anterior, os "presencistas” defenderam uma arte
de caráter mais psicologizante. Seus principais representantes foram: José Régio,
João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca.

3.4 - O NEO-REALISMO

Rejeitando a temática psicológica e metafísica que tinha dominado a geração


anterior, o Neo-realismo defende uma arte participativa, de temática social. Por sua
postura de ataque à burguesia, encontraram pontos de contato com o Realismo de
Eça de Queirós. Mas receberam também forte influência do chamado neo-realismo
nordestino da literatura brasileira (que incluía nomes como Graciliano Ramos, José
Lins do Rego, Rachel de Queiroz Jorge Amado, entre outros). Parte dos artistas
alinhados no Neo-realismo derivou para uma literatura marcada pela exploração do
fantástico e do absurdo. Seus principais representantes foram: Alves Redol, Vergílio
Ferreira, Fernando Namora, Ferreira de Castro.

A importância dessas duas últimas gerações é bastante reduzida, quando


comparada com a primeira. Por isso, aqui, abordaremos exclusivamente as obras
autores mais significativos da "geração de Orpheu”.

AUTORES:

FERNANDO PESSOA

ALBERTO CAEIRO

RICARDO REIS

ÁLVARO DE CAMPOS

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO

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4 - BRASIL
4.1 - CONTEXTOS HISTÓRICO
Junto ao contexto generalizado de modernização que atravessava todo o
mundo intelectual no início do século XX, acrescido ainda do otimismo que tomou
conta da humanidade após a I Guerra Mundial, alguns elementos específicos do
contexto histórico brasileiro merecem destaque.

Durante o conflito bélico, a importação de manufaturados tornou-se difícil, e a


produção nacional passou por um sensível incremento. O desenvolvimento industrial,
sempre dependente das oscilações do panorama internacional, dessa vez conseguiu
fundamentar-se em bases mais sólidas.

O declínio da oligarquia cafeeira determinou, ademais, o fim de uma era


semifeudal de relacionamentos no terreno trabalhista. O Brasil se viu, então, diante da
contingência de ter deixar de ser exportador de um único produto, para agilizar mais
sua vida econômica.

Essas modificações impuseram uma transformação no quadro social brasileiro.


Classes sociais emergentes contribuíram para estabelecer novos parâmetros de
desenvolvimento, mais próximos à febre de modernidade que tomava conta do mundo.
A burguesia industrial, mesmo que parcialmente formada por antigos cafeicultores,
representou a face elitista e aristocrática desse novo quadro social. Trazendo consigo
os valores modernistas europeus, participou

Ativamente da renovação em nossas artes. A ligação desse setor com os


intelectuais de vanguarda era evidente - o ataque dos artistas se dirigia mais à facção
agrária da classe dominante.

Por outro lado, o operariado, embalado pelo mesmo esforço industrializado e


animado por teorias anarquistas, comunistas e sindicalistas que a mão-de-obra
estrangeira tratava de organizar e veicular conheceu uma face de expansão e
afirmação. A greve geral de 1917 mostrou que seu poder de reivindicação seria
sempre um fator de oposição à exploração que o modelo econômico, adotado pela
indústria brasileira, provocava.

Nesse quadro de transformações, de apologia da indústria e da tecnologia, a


arte parnasiana perdia um pouco de suas bases. A Europa assumida ainda como
modelo assistia desde a passagem do século a intermináveis agitações culturais, das
quais a força do Parnasianismo no Brasil nos mantinha distantes. Mas, desde o
começo da década de 10, já apareciam alguns indícios da tendência à superação da
estética parnasiana. Uma elite emergente, em contato com o que se produziu de mais
novo no panorama artístico europeu, animava a vinda daquelas agitações ao país.

O ano de 1917 tem especial importância, na consideração das modificações


que se operariam na arte brasileira. Nesse ano, o lançamento de alguns livros traria a
público o trabalho de artistas ainda iniciantes, mas que, desde esse momento, já
começaram a atrair a atenção da crítica. As principais obras poéticas lançadas
naquele ano foram: Há uma gota de sangue em cada poema, livro pacifista de Mário
de Andrade; Cinzas das horas, reunindo poemas de Manuel Bandeira, ainda com
fortes colorações simbolistas; Juca Mulato, em que Menotti Del Pecha já indicava a
preocupação com o tipo brasileiro. Ainda nesse ano, o compositor Villa Lobos lançou o
Canto do cisne negro, peça de caráter impressionista - três anos antes, compusera as
Danças africanas, já evidenciando um interesse pela cultura popular. O registro sonoro
do samba Pelo telefone por um de seus autores, Donga, aumentou a possibilidade de
contato entre as elites intelectuais e a arte dos morros cariocas. Finalmente, 1917 foi o

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ano em que se travou a primeira batalha pública na qual os modernistas se viram
envolvidos: a exposição de pintura de Anita Malfatti foi duramente criticada pelo
respeitado Monteiro Lobato, o que fez com que se levantassem vozes da vanguarda
que até então agiam isoladamente. Note-se ainda que fosse neste ano que se deu o
primeiro contato entre aqueles que seriam os pilares da arte moderna brasileira: o
jornalista Oswald de Andrade conheceu Mário de Andrade em uma palestra, passando
desde então a admirar seu trabalho.

Na Europa, o clima de efervescência cultural favorecia a promoção de


semanas de arte, durante as quais novas tendências eram lançadas e divulgadas,
Apoiadas pela parte "progressista” da elite brasileira, os artistas decidiram seguir o
exemplo. Assim, como parte das comemorações do centenário da nossa
independência, aconteceu , em fevereiro de 1917 , em São Paulo, a Semana de Arte
Moderna, cujos festivais, no Teatro Municipal, marcaram época na vida social da
cidade.

Alguns artistas conhecidos do público, como o escritor Graça Aranha e a


pianista Guiomar Novais, alinhados com as idéias modernistas, serviram como
atrações, e a elite brasileira estavam muito bem representada, na platéia do teatro.
Contudo , as atitudes da maioria dos artistas que se apresentaram , provocaram a ira
da assistência. Ernâni Braga trocou ao piano uma sátira Marcha fúnebre de Chopin; o
compositor Heitor Villa-Lobos dessacralizou a figura convencional do maestro,
entrando em cena trajando chinelos e, portanto um guarda-chuva, e executando suas
peças originais; o poeta Menotti Del Picchia declarou a franca adesão dos artistas a
um estilo que reproduzisse a modernidade que já tomava conta das ruas; o escritor
Ronald de Carvalho fez um ataque frontal aos parnasianos, lendo o poema: "Os
sapos, de Manuel Bandeira; um dos líderes do movimento, Mário de Andrade, por sua
vez, atacou as elites retrógradas com sua "Ode ao burguês”, e proclamou as bases da
nova estética com a leitura do manifesto "A escrava que não é Isaura”; Oswald de
Andrade leu seus escritos, com a agressividade que sempre caracterizou seu estilo.
Nos saguões do teatro, pinturas e esculturas de artistas como Di Cavalcanti, Vicente
do Rego Monteiro, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Victor Brecherett mostravam a
força do Modernismo nas artes plásticas.

A reação de parte do público foi à pior possível: estudantes apupavam e


vaiavam os artistas, produzindo barulhos provocados por folhas de zinco; alguns mais
exaltados ameaçavam partir para a agressão física; e todos rejeitavam a arte moderna
por julgá-la excessivamente gratuita para ser arte, e selvagem, para ser moderna.
Essa reação agradou os indelével na memória de todos os que assistiam a ele.

A imprensa, reagindo de forma igualmente negativa, satirizando e


menosprezando a arte modernista, acabou por indicar a necessidade de criação de
um veículo próprio de divulgação de sua arte. Assim, no mesmo ano surgiu a Revista
Klaxon, que foi sucedida por outras, como a Terra Roxa (1926) e a Revista de
Antropofagia (1928).

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4.2 - CARACTERÍSTICAS
Duas correntes com orientações artísticas: 1o. Verde-amarelismo de Cassiano
Ricardo e Menotti del Picchia fazia a apologia das tradições, com a exaltação da terra,
dos folclores e dos heróis brasileiros. 2o. Antropofagia de Oswald de Andrade, Tarsila
do Amaral, Raul Bopp e Alcântara Machado proclamava a devoração ritual do saber
estrangeiro como estratégia de reafirmação dos valores nacionais.

Apesar das suas diferenças internas, os modernistas tinham muitas coisas em


comum como: liberdade formal, linguagem coloquial, tematização do cotidiano,
valorização do humor, com a forte influências dos “ismos” europeus, algumas
particularidades merecem destaque.

A oposição ao Parnasianismo foi muito significativa. A demolição estética era,


contudo, mais ampla. Inicialmente, os modernistas rejeitaram toda e qualquer estética
anterior, para estabelecer, desde um ponto zero, os rumos da arte brasileira que se
faria a partir deles.

Retomando as preocupações nacionalistas do Romantismo, mas rejeitando-lhe


o caráter idealizador e sentimental, os modernistas buscaram produzir um
nacionalismo crítico, recuperação de alguns traços do caráter do homem brasileiro até
então tratados negativamente, como a preguiça e a sensualidade.

O Brasil selvagem, primitivo, pré-civilizacionais, a figura do índio desmistificado


assume, nesse contexto, grande importância, na medida em que representa a reação
nacional ao ataque estrangeiro. Por outro lado a temática urbana tem muita força: o
cinema, a velocidade, a multidão são representações da modernidade que aparecem
com freqüência.

AUTORES:

MÁRIO DE ANDRADE

OSWALD DE ANDRADE

MANUEL BANDEIRA

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO (1901 - 1935)

GUILHERME DE ALMEIDA (1890 - 1969)

CASSIANO RICARDO (1895 - 1974)

MENOTTI DEL PICCHIA (1892 - 1988)

RAUL BOPP (1898 - 1984)

RONALD DE CARVALHO (1893 - 1935)

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5 - MODERNISMO - 2o. TEMPO - PROSA

5.1 - CONTEXTO HISTÓRICO


Na década de 20 mereceu o nome de "anos loucos”, por causa da
efervescência cultural vivida pela Europa naquele período, com a criação ou
consolidação de estéticas e concepções artísticas que se espalharam pelo mundo
todo. Depois da I guerra Mundial, um clima de otimismo generalizado, associado a um
progresso desenfreado em países emergentes.

Já em 1929, os "anos loucos” terminaram de maneira trágica. O chamado


"crack” da bolsa de Nova York, causado por especulações monetária e crescimento
econ6omico sem planejamento, levou muitos investidores à falência.

Em 1939, a Alemanha invade Polônia e novo conflito mundial é deflagrado. A


concepção marxista tornou-se, assim, uma presença política importante. Deve-se
destacar ainda o papel da Psicanálise de Freud.

No Brasil, a crise financeira foi respondida com um endurecimento político.


Durante todo o período do Segundo Tempo do Modernismo, tivemos um ocupante da
Presidência da República: Getúlio Vargas, que visava terminar com a "República café-
com-leite”. Em 1937 instituiu o Estado Novo (o golpe trouxe : prisões injustiçadas ,
perseguições políticas , atos autoritários , censura aos meios de comunicação ,
opressão aos inimigos do regime ) .

5.2 - CARACTERÍSTICAS
A primeira característica foi uma tendência à politização em graus mais
acentuados do que tinham acontecido no Modernismo em 1922.

Se na "fase heróica "tinham apresentado como preocupação fundamental uma


revolução estética, a geração artística surgida nos anos 30 volta-se para uma literatura
participativa, de intromissão na vida política.

Os modernista do primeiro tempo continuavam a produzir Mário de Andrade, foi


decisiva para esses novos rumos que o próprio movimento assumiu. Mário defendia
uma postura artística de acompanhamento das reivindicações populares, contribuindo
para esse processo de politização a que se fez referência. Oswald de Andrade,
Manuel Bandeira e todos os outros também continuavam atuantes.

Algumas conquistas do primeiro tempo do Modernismo continuavam como: a


crítica social, a concisão, a coloquialidade.

Um acontecimento que marcou a geração literária do período foi à realização


do Congresso regionalista do Recife , em 1926 , participaram José Lins do Rego, Luís
Jardim, José Américo de Almeida, liderados pelo sociólogo Gilberto Freyre, suas
idéias tiveram grande influência na arte brasileira. A publicação do romance A
Bagaceira, de José Américo de Almeida , em 1928 , solidifica a nova tendência, neo-
realismo nordestino, cujo maior representante viria a ser Graciliano Ramos.

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O regionalismo era uma tendência já antiga, mas os modernistas diferenciaram
através da prática de um regionalismo crítico, voltado para as discussões dos
problemas sociais. Os principais temas dessa corrente literária foram: a seca, a fome,
a miséria, o arcaísmo das relações de trabalho, a exploração do camponês, a
opressão do coronelismo, a reação dos cangaceiros, etc. Um livro será de orientação
nessa época: Os sertões, de Euclides da Cunha.

AUTORES:

GRACILIANO RAMOS

JOSÉ LINS DO REGO

JORGE AMADO

ÉRICO VERÍSSIMO

RACHEL DE QUEIROZ

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA

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6 - MODERNISMO - 2o. TEMPO - POESIA

6.1 - CARACTERÍSTICAS
A poesia do período continua muitas das propostas do Modernismo de 1922,
como a coloquialidade, a concisão, a liberdade formal, a temática do cotidiano. mas
apresenta diferenças.

A poesia do segundo tempo apresenta uma consolidação das conquistas


modernistas. Os radicalismos típicos da chamada "fase heróica", foram pouco a pouco
abandonados, em nome de um equilíbrio formal, que chegou resgatar algumas formas
poéticas tradicionais, como o soneto. O Nacionalismo que predominava antes foi
substituído por uma tendência universal.

A arte participativa politizada, ganha força, nesse contexto, uma poesia social,
com muitas referências diretas a fatos e dados contemporâneos, como se pode
perceber em poemas de Carlos Drummond de Andrade. Cresceu também outro tipo
de prática poética: a poesia metafísica, espiritualizante e mística, que aparece em
obras de Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Jorge de Lima e Murilo Mendes.

AUTORES

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

CECÍLIA MEIRELES

VINÍCIUS DE MORAES

JORGE DE LIMA

MURILO MENDES

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7 - MODERNISMO - 3o. TEMPO

7.1 - CONTEXTO HISTÓRICO


Em 1945, com o fim da Guerra Mundial, talvez fosse de se esperar que uma
onda de otimismo e esperança se espalhasse por todo o planeta. Mas a experiência
da I Guerra , em 1919, mostrou-se ilusória.

Duas forças políticas antagônicas emergiram do panorama do pós-guerra: EUA


e União Soviética. Cada uma delas representava uma ideologia diferente: o
Capitalismo e o Comunismo. As duas superpotências passaram, então, a se enfrentar.
De um lado, no terreno diplomático. De outro lado, no plano da guerra indireta,
envolvendo-se em disputas locais. Esse período ficou conhecido com o nome de
Guerra Fria.

No Brasil, o fim da II Guerra trouxe a democracia de volta. Em 1945, o ditador


Getúlio Vargas foi arrancado do poder, sendo substituído por um presidente eleito
democraticamente, mas em 1950, Getúlio Vargas volta à Presidência da República. As
atitudes oscilantes de Vargas, e sua eterna simpatia por golpes de força, levantavam
as suspeitas de uma nova ditadura. Tentativa de assassinato do jornalista Carlos
Lacerda, principal opositor de Vargas. No episódio morreu um major de Aeronáutica, e
as Forças Armadas passaram a apressar a conclusão das investigações policiais, que
apontava um envolvimento direto de pessoas ligadas ao presidente.

Getúlio Vargas suicidou-se, em agosto de 1954.

O novo presidente Juscelino Kubitscheck, promoveu um grande avanço


desenvolvimentista. O sucessor de Juscelino, Jânio Quadros chegou ao poder com
forte apoio popular. Nova crise se instalou, porque o vice-presidente João Goulart,
tinha francas simpatias pelas ideologias de esquerda.

Em 1964, o descontentamento converteu-se em ação, e o governo foi


derrubada pelo golpe militar de 31 de março. Uma nova ditadura instalou-se, e mais
uma página triste da nossa história começou a ser escrita.

7.2 - CARACTERÍSTICAS
Nesta fase pode-se perceber um enfraquecimento da tendência participativa
que tinha predominado no período anterior. Mas a característica forte do terceiro
período é a relevância que nele adquiriu o fantástico, o além-real, aquilo que está por
trás da realidade aparente, e que nem sempre os sentidos podem captar.

O psicologismo presente na obra de Mário de Andrade marcaria o regionalismo


de Graciliano Ramos quanto à literatura urbana, alcançaria nos anos seguintes
grandes proporções.

Finalmente, um aspecto a ser salientado é a extrema valorização da palavra. A


reflexão em torno do instrumento de trabalho do escritor, suas possibilidades e
limitações, ocupam espaço importante na produção literária do período , seja como
elemento subjacente à composição , seja com temática primordial.

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7.3 - PROSA
O caráter regionalista tem no terceiro tempo atinge dimensões mais amplas e
universais. O autor que se destaca, nesse terreno é Guimarães Rosa.

E a prosa psicológica, fundamentou-se na pesquisa interior, em manifestações


artísticas cada vez mais complexas e instigantes. O exemplo mais próximo é a obra de
Clarice Lispector.

AUTORES

GUIMARÃES ROSA

CLARICE LISPECTOR

JOÃO CABRAL DE MELO NETO

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8 – CONCLUSÃO

A Primeira Geração Modernista caracteriza-se por ser uma tentativa de definir


e marcar posições. Caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento
renovador e pela divulgação de obras e idéias modernistas. Os escritores de maior
destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira
sobre bases nacionais; promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e
de nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados,
apegados a valores estrangeiros. Portanto, todas elas estão relacionadas com a visão
nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.

Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário


intelectual brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos
conteúdos e de novas formas de expressão.

A Segunda Geração foi um período rico na produção poética e também na


prosa. O universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o
destino dos homens, o estar-no-mundo. A poesia prossegue a tarefa de purificação de
meios e formas iniciada antes, ampliando a temática na direção da inquietação
filosófica e religiosa, ao tempo em que a prosa alargava a sua área de interesse para
incluir preocupações novas de ordem política, social e econômica, humana e
espiritual. A geração de 30 não precisou ser combativa como a de 22. Eles já
encontraram uma linguagem poética modernista estruturada. Passaram então a
aprimorá-la e extrair dela novas variações, numa maior estabilidade. As principais
características dessa geração são:

Repensar a história nacional com humor e ironia;

Verso livre e poesia sintética;

Nova postura temática - questionar mais a realidade e a si mesmo enquanto


indivíduo;

Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta;

Literatura mais construtiva e mais politizada;

Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo;

Aprofundamento das relações do eu com o mundo;

Consciência da fragilidade do eu;

Perspectiva única para enfrentar os tempos difíceis é a união, as soluções


coletivas.

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A literatura brasileira, assim como o cenário sócio-político, passa por
transformações. A prosa tanto no romance quanto nos contos, busca uma literatura
intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice
Lispector. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com
Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo
na psicologia do jagunço do Brasil central. Um traço característico comum a Clarice e
Guimarães Rosa são a pesquisa da linguagem, por isso são chamados
instrumentalistas. Enquanto Guimarães Rosa preocupa-se com a manutenção do
enredo com o suspense, Clarice abandona quase que completamente a noção de
trama e detém-se no registro de incidentes do cotidiano ou no mergulho para dentro
dos personagens.

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9 – BIBLIOGRAFIA

http://www.infoescola.com.br/modernismo

http://www.wkipedia.com.br/modernismo2fase

http://www.coladaweb.com.br/literatura/modernismo

http://modernismobrasil.blog.terra.com.br

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