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Metodologia Científica

Cláudia Regina Benedetti


UNIDADE 1 - METODOLOGIA DE PESQUISA............................................ 6
1.1 As condições de produção da pesquisa .................................... 7
1.2 As condições de produção da pesquisa .................................... 8
1.3 Reflexão .......................................................................................... 9
1.4 Leituras recomendadas .............................................................. 10
1.5 Referências .................................................................................. 10
LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In:
Revista Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004......... 10
1.6 Na próxima unidade .................................................................... 10
UNIDADE 2 - PESQUISA: O MÉTODO ......................................................... 11
2.1 O Método de pesquisa................................................................ 12
2.2 Obstáculos Metodológicos: Estruturais.................................... 14
2.3 Reflexão ........................................................................................ 14
2.4 Leituras recomendadas .............................................................. 15
2.5 Referências .................................................................................. 15
2.6 Na próxima unidade .................................................................... 15
UNIDADE 3 - OS OBSTÁCULOS DA PESQUISA ....................................... 16
3.1 Ausência de reflexão epistemológica ....................................... 17
3.2 Reflexão ........................................................................................ 19
3.3 Leituras recomendadas .............................................................. 19
3.4 Referências .................................................................................. 20
LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In:
Revista Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004......... 20
3.5 Na próxima unidade .................................................................... 20
UNIDADE 4 - OUTROS OBSTÁCULOS DA PESQUISA CIENTÍFICA..... 21
4.1 A fraqueza teórica em pesquisa científica ............................... 23
4.2 Ausência de visão metodológica integrada ............................. 24
4.3 Combinação deficitária entre métodos e técnicas de
pesquisa ........................................................................................ 25
4.4 Reflexão ........................................................................................ 25
4.5 Leituras recomendadas .............................................................. 26
4.6 Referências .................................................................................. 26
LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In:
Revista Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004......... 26
4.7 Na próxima unidade .................................................................... 26
UNIDADE 5 - OS PROBLEMAS DA PESQUISA CIENTÍFICA:
OBSTÁCULOS À INVESTIGAÇÃO .......................................................... 27
5.1 Os obstáculos metodológicos: a dicotomia entre pesquisa
descritiva e pesquisa interpretativa .......................................... 29
5.2 Separação entre pesquisa quantitativa e pesquisa
qualitativa ...................................................................................... 30
5.3 Reflexão ........................................................................................ 32
5.4 Leituras recomendadas .............................................................. 32
5.5 Referências .................................................................................. 32
5.6 Na próxima unidade .................................................................... 33
UNIDADE 6 - PESQUISA DE CAMPO E A PRÁTICA DE ENTREVISTA.34
6.1 A pesquisa e campo e a prática da entrevista ........................ 35
6.2 Reflexão ........................................................................................ 36
6.3 Leituras recomendadas .............................................................. 37
6.4 Referências .................................................................................. 37
UNIDADE 7 - A PESQUISA DE CAMPO E OS TIPOS DE
ENTREVISTA ............................................................................................... 38
7.1 Tipos de Entrevista...................................................................... 40
7.1.1 A entrevista projetiva................................................................ 40
7.1.2 História de Vida ......................................................................... 40
7.1.3 Entrevista com grupos focais.................................................. 41
7.1.4 Entrevistas Estruturadas ......................................................... 42
7.1.5 Entrevistas abertas ................................................................... 43
7.1.6 Entrevista semi-estruturada .................................................... 43
7.2 Transcrição de entrevistas ......................................................... 44
7.3 Leituras recomendadas .............................................................. 45
7.4 Referências .................................................................................. 45
UNIDADE 8 - O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO .................... 46
8.1 A Prática de Pesquisa: O TCC .................................................. 47
8.2 O Artigo Científico ....................................................................... 48
8.3 Reflexão ........................................................................................ 49
8.4 Leituras recomendadas .............................................................. 49
Caro Estudante,

Estudaremos neste módulo as


principais questões que envolvem a
produção científica como um todo. Desde
procedimentos teóricos e perspectiva das escolhas
temáticas, até a questão do Trabalho de Conclusão de
Curso, especificamente.
Falaremos sobre os obstáculos enfrentados no e
desenvolvimento e construção de uma pesquisa, assim como as
etapas que envolvem o processo de construção de um projeto de
pesquisa.
Este módulo é o primeiro passo para que comece a pensar na
estapa final de seu curso, a elaboração do Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC).
METODOLOGIA DE
PESQUISA

Nesta unidade, veremos uma


abordagem geral sobre a metodologia de
pesquisa e os aspectos que devem ser priorizados ao
pensarmos em realizar qualquer tipo de trabalho
científico.
Veremos que uma pesquisa científica deve ter como
primeira reflexão a forma como será desenvolvida, já que seu
caráter científico dá-se justamente por uma rigorosa abordagem
teórica e metodológica.

Objetivos de sua aprendizagem

Compreender o que é metodologia científica;


Entender os contextos de produção da pesquisa científica;

Você se lembra?

Para realizar uma pesquisa é necessário saber de antemão a


importância em se definir um método, mais do que isto, um
referencial teórico coerente. Que permita desenvolver um trabalho
cujo resultado possa ser classificado como científico. Vamos
lá?
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 1

1.1 As condições de produção da pesquisa

A metodologia que veremos aqui ocupar-se-á de questões


epistemológicas e teóricas referentes à prática da pesquisa. Isso
porque a metodologia consiste em um processo de investigação e
tomadas de decisões que se estruturam em um fazer científico que
deve ser crítico e portanto, pautado em concepções teóricas.
A pesquisa é em si uma atividade social, dessa forma está
condicionada por contextos e conjunturas que atravessam o fazer
científico. No entanto, a Ciência possui status e legitimidade como
campo de conhecimento, impondo-se sobre outras práticas e até
determinando o funcionamento de setores inteiros da sociedade.

[A] prática da pesquisa [é entendida] como prática sobredeterminada por


condições sociais de produção e igualmente como prática que possui uma
autonomia relativa. (...) Ao final, a prática da pesquisa é concebida como
um campo de forças, submetida a determinados fluxos e exigências
internas e externas (Lopes, p.15, 2005)

Justamente por ser uma prática socialmente constituída, a


pesquisa não está imune aos efeitos e determinações sociais. Em
metodologia de pesquisa, estas determinações são chamadas de
condições de produção. São estas condições que deliberam os
caminhos da produção científica e da pesquisa em si, desde a
temática trabalhada ao processo de desenvolvimento de uma
pesquisa. Seria muito difícil, por exemplo, conseguir a aprovação de
verba para uma temática de pouca relevância social. Por isso, “são as
condições de produção que definem o horizonte dentro do qual se

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 1

movem as decisões que permitem falar de uma certa maneira sobre


um certo objeto” (LOPES, p. 16, 2004).
Para fazer pesquisa é preciso antes de tudo
saber como fazer, entender que alguns Conexão:
Assista ao vídeo “O método
procedimentos são obrigatórios em qualquer Científico” do Mundo de
Beakman, uma maneira fácil e
campo do conhecimento e que há elementos divertida de compreender o
método científico:
que podem interferir diretamente na produção http://www.youtube.com/watch
?v=Guv77iUnFY8&feature=rel
científica. ated

1.2 As condições de produção da pesquisa

Para entendermos melhor como a pesquisa pode sofrer influências


de elementos e situações externos e internos ao processo, recorremoa a
LOPES (2004), a autora coloca, por exemplo, o contexto discursivo
como uma das condições de produção da pesquisa, isso porque é este
contexto que fornece a gama de correntes teóricas, modelos e métodos,
além das temáticas em circulação no campo de pesquisa que foi eleito
como área de investigação.
Isso quer dizer que uma pesquisa pode não ser aporvada ou não ter
grande repercussão pelo simples motivo de não trabalhar com um
temática relevante para aquele momento. Ou ainda pelo fato de não
encontrar no momento de seu desenvolvimento, aporte técnico ou teórico
que possa sustentá-la.
O contexto discursivo pode impedir a continuidade de uma
pesquisa. Como é o caso de pesquisa com células tronco em países que
cujo discurso religioso “vence” as pretenções científicas.

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 1

Outro fator importante, destaca LOPES (2004), é o contexto


institucional

que envolve os mecanismos que medeiam a relação entre as variáveis


sociológicas globais e o discurso científico, e que se constituem em
mecanismos organizativos de distribuição de recursos e poder dentro de
uma comunidade científica (p.16).

Isso quer dizer que a produção científica sofre influência direta de


questões que são externas ao processo em si, que vão além da escolha de
métoos, técnicas e teorias para a realização da pesquisa, as demandas
políticas também estão envolvidas neste processo. Desde liberação de
recursos a relações pessoais de poder, que podem influenciar na
aceitação, divulgação e circulação da pesquisa e de seus resultados.
Outra condição que interfere na produção da pesuisa é o contexto
social ou histórico-cultural, como aponta a autora (LOPES, 2004), refer-
se a questões ligadas à comunidade científica e a inserção da pesquisa em
um contexto mais amplo, nacional e internacionalmente. A relevância
social, cultural, econômica e política da pesquisa possui relação direta
com este aspecto.

1.3 Reflexão

Vimos até aqui que há vários fatores que podem interferir


diretamente na pesquisa científica. Vimas também que a metodologia
científica é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, pois sem
estabelecer a fundamentação teórico-metodológica, a pesquisa não pode
ganhar o ststus de científica.

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 1

Assim, iniciamos nossa reflexão sobre as questões que envolvem o


método científico.

1.4 Leituras recomendadas

KHUN, Tomas. A estrutura das revoluções científicas. 7.ª ed. São


Paulo: Perspectiva, 2003.
Esta obra é marcante para pensarmos o processo de pequisa e
construção do conhecimento científico.

1.5 Referências

LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In: Revista


Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004.

LOPES, Maria Immacolata V. Pesquisa em comunicação.Formulação de


um modelo metodológico. São Paulo: Loyola, 1ª ed, 2008.

1.6 Na próxima unidade

Abordaremos na próxima unidade a temática que envolve o método


de pesquisa e suas especificidades. Tal como os modelos teóricos e os
princípios básicos que envolvem sua reflexão.

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PESQUISA: O
MÉTODO

Esta Unidade está reservada para refletirmos


sobre o método de pesuisa em si. Certamente
não um método específico, mas as questões que
envolvem a necessidade da escolha e utilização do
método de pesquisa em qualquer investigação que se
pretenda científica.
Veremos como é fundamental esta reflexão
metodológica e como ela está intrinsecamente ligada ao
processo de pesquisa.

Objetivos de sua aprendizagem

Compreender como o método é fundamental para o


desenvolvimento da pesquisa científica.

Você se lembra?

Falar em metodologia científica, não significa dissociar o fazer


prático do fazer teórico, ao contrário, é refletir sobre os elementos
concretos e abstratos que envolvem a pesquisa. Investigação, método,
técnica, teoria, análise, divulgação, são parte de um mesmo processo,
que devem ser contemplados pela metodologia científica e
compreendidos como partes integradas de um mesmo processo.
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 2

2.1 O Método de pesquisa

Quando nos propomos a realizar uma pesquisa científica devemos


ter como perspectiva alguns aspectos fundamentais, dentre eles a idéia de
que qualquer processo de investigação envolve etapas necessárias para
que possa se desenvolver.
As etapas essenciais são:

1- Definição do objeto: envolve a acepção do problema de


pesquisa, assim como o referencial teórico e metodológico que
irá compor a investigação e o levantamento das hipóteses e
pressupostos iniciais;
2- Observação: este processo envolve a pesquisa de campo em si,
com a amostragem e coleta de dados, definindo as técnicas e
procedimentos que serão empregados. No caso de pesquisa
bibliográfica, evolve a etapa de revisão bibliográfica e
elaboração da fortuna crítica sobre o tema abordado.
3- Descrição: esta etapa cumpre o processo de análise dos dados.É
o momento de descrever os dados coletados, de avaliar os
resultados e julgar o que é mais adequado à pesquisa;
4- Interpretação: corresponde à parte mais importante da pesquisa
pois é a produção do conhecimento em si, momento em que o
pesquisador avalia sua proposta como um todo;
5- Conclusões: este é o momento de sintetizar todas as idéias e
dados apresentados;

12
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 2

Porém, como nos alerta LOPES:

A pesquisa não é redutível a uma seqüência de operações, de


procedimentos necessários e imutáveis, de normas rigidamente
codificadas, que converte a metodologia numa tecnologia, num
receituário de “como fazer” pesquisa, com base numa visão “burocrática”
de projeto, o qual, fixado no início da pesquisa, é convertido numa
verdadeira camisa-de-força que transforma o processo de pesquisa num
ritual de operações rotinizadas (2004, p. 21).

Dessa forma é preciso entender a pesquisa como um processo de


constante retorno, não é possível pensar em cada etapa como algo que
deve ser superado e abandonado. Uma etapa é pré-requisito para outra
mas é também parte de cada etapa anterior e subseqüente. Há que se ter
uma visão integrada da pesquisa científica.
Por isso é importante que toda pesquisa seja seguida de um
processo de reflexão metodológica (LOPES, 2004) destacando que tal
processo não pode estar dissociado da prática investigativa e que tal
operação não deve ser somente o princípio da pesuisa, mas deve permear
todo o seu desenvolvimento, ou seja, a metodologia não é somente a
definição da abordagem, ela é inerente à pesquisa!
Pensar metodologicamente é pensar cientificamente, pois a
perspectiva paradgmática também interfere nos resultados, como nos
mostra KHUN (2006), quando perguntados sobre o fato de o hélio ser ou
não uma molécula, um físico e um químico imediatamente responderam
ao questionamento: o primeiro que não e o segundo que sim; tanto um
como o outro fundamentaram suas respostas e nem um nem outro
estavam “errados”, isso porque falavam a prtir de perspectivas
paradgmáticas diferentes. Assim, refletir metodologicamente é falar de

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 2

um lugar teórico, de uma posição que legitima a investigação e, dessa


maneira, fornece o caráter de cientificidade da pesquisa. “Em ciência,
todo modelo é uma representação ou um simulacro construído que
permite representar um conjunto de fenômenos e que é capaz de servir de
objeto de orientação” (Greimas e Courtés apud LOPES, 2004, p. 23).

2.2 Obstáculos Metodológicos: Estruturais

A pesquisa científica envolve também uma série de obstáculos, que


se não forem superados, podem comprometer o processo como um todo,
além de tornar questionáveis os resultados e conclusões sobre a
problemática levantada.
Alguns destes obstáculos são estruturais e permeiam a pesquisa,
determinando procedimentos que podem inclusive impedir o
desenvolvimento dos objetivos traçados, os obstáculos estruturais, como
o nome indica, têm sua origem em impedimentos que ultrapassam
questões epistemológicas, possuem “existência determinada pelas
características da estrutura sócioeconômica, ou pelo que se conhece
como “modelo” sócio-econômico adotado por um país” (2002, p.107).
Como é o caso por exemplo da tradição em pesquisa de países
considerados subdesenvolvidos, cujo baixo investimento histórioc está
relacionado à secular dependência tecnológica dos países
indudtrializados. Dessa forma, tal política está ligada ao processo de
colonização em si e suas conseqüências.

2.3 Reflexão

Vimos nesta unidade a pesuisa científica só pode ser considerada


enquanto tal se houver um método pré-definido e, mais ainda, é preciso

14
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 2

considerar que a escolha do método percorre todo o processo de


investigação.
Outro ponto importante diz respeito aos obstáculos estruturais da
pesquisa, o que muitas vezes está fora do alcance do pesquisador, por ter
origens históricas e sócio-econômicas em espaços que vão além da
conjuntura acadêmica.

2.4 Leituras recomendadas

DAGNINO, Renato. “A relação Pesquisa – Produção: em busca de


um enfoque alternativo”. In: Revista IberoAmericana de Ciencia,
Tecnología, Sociedad e Innovacion. A relação Pesquisa – Produção:
em busca de um enfoque alternativo; Número 3 / Mayo - Agosto 2002.
Disponível em: http://www.oei.es

2.5 Referências

KUHN, T. A estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo:


Perspectiva; 2006. (Debates).

2.6 Na próxima unidade

Veremos na unidade a seguir alguns dos obstáculos metodológicos


mais comuns. São impedimentos que têm sua origem principalmente no
“descuido” ou negligência epstemológicos do pesquisador. Este deve
permanecer atento para não incorrer em erros considerados comuns,
como veremos.

15
OS OBSTÁCULOS
DA PESQUISA

Veremos a seguir que não basta


escolher o tema de pesquisa e sua problemática,
a pesquisa é muito mais do que indagar-se sobre uma
questão. Realizar uma investigação científica requer
definições muito clara dos métodos, teorias e
procedimentos. Definições estas que podem, à primeira vista,
parecerem muito simples, mas que uma vez delimitadas podem
cair no “esquecimento” do processo, e tranformar-se não em
ferramenta, mas em obstáculo para dar continuidade à pesquisa.

Objetivos de sua aprendizagem

Distinguir as características dos principais obstáculos à pesquisa


científica;
Analisar em que medida cada tipo de obstáculo de pesquisa pode
impedir o processo de investigação.

Você se lembra?

Nós já vimos que alguns obstáculos no processo de


investigação científica podem ser estruturais, ou seja,
independem muitas vezes da vontade ou ação individual do
pesquisador. No entanto, os entraves mais comuns estão
exclusivamente ligados à conduta do pesquisador, sua
postura científicas e sua postura epstemológica.
Veremos então quais são estes problemas que
podem surgir no decorrer da investigação.
Metodologia Científica Metodologia Científica– Unidade 2

3.1 Ausência de reflexão epistemológica

A base de nossa reflexão está em LOPES (2004), que aponta os


empecilhos que o pesquisador pode criar para sua própria investigação e
obstáculos com os quais pode deparar-se. O primeiro deles é o da
ausência de reflexão epistemológica.
Refletir epistemologicamente é pensar a pesquisa em suas relações
intrínsecas e extrínsecas, ou seja, pensar a relação entre sujeito
pesquisador e aquilo que se quer conhecer (objeto de pesquisa). Um erro
comum é pensar a partir do chamado senso comum, pautando a pesquisa
em esteriótipos ou modelos circulantes. Tal atitude, além de não revelar
nenhuma novidade, é questionável do ponto de vista científico.
Transfoma-se no “óbvio ululante” do fazer pesquisa, aquilo que “todo
imagina saber”. Como partir da idéia em que todo morador da favela é a
priori bandido. Caso o pesquisador tenha como objetivo pesquisar uma
comunidade de favela, deve-se livrar-se do olhar esteriotipado, ou
prejudicará sua prática de pesquisa, a começar pela fundamentação de
sua problemática.
A elaboração de um problema de pesquisa, livre de tais pré-
conceitos e esteriótipos, permite colocar as questões teóricas e as práticas
metodológicas adequadas à realização da investigação. É preciso
conhecer o campo de investigação. Ou seja, as regras e a lógica que
movimentam o espaço social que se pretende investigar: sua histórica,
conjuntura, normatizações, relações de poder etc.
Conhecer tais aspectos evitam “dizer o óbvio”, falar aquilo que já
foi amplamente divulgado, ou chegar a conclusões que já foram refutadas
por outras pesquisas.

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Metodologia Científica Metodologia Científica– Unidade 2

O primeiro passo para não cometer tal erro é realizar uma Revisão
Bibliográfica sobre a temática escolhida, ler a fortuna crítica já publicada
e as teorias frequentemente utilizadas para a pesquisa no campo que se
pretende investigar.
Escolhido o tema, deve-se buscar em bibliotecas e sites confiáveis
as obras jás publicadas sobre o tema. E como saber se uma obra pode ser
usada como referência? O primeiro passo é veirificar sua bibliografia,
isso mesmo!, normalmente obras que não sçao de cunho científico não
trazem densa bibliografia, muitas vezes nem a possuem. O mais comum é
que a bibliografia esteja contemplada ao final da obra, mas há casos
(principalmente em obras francesas) em que é possível encontrá-la em
notas de rodapé ou notas ao final de cada capítulo. A bibliografia de uma
obra é também uma ótima dica para pesquisa de referências, pois
geralmente o autor pesquisou outras obras sobre o mesmo assunto.
Outro passo refre-se à pesquisa de referências na internet, é preciso
ter muito cuidade, pois nem tudo que há na internet é
resultado de investigação científica, válido como
Conexão:
fonte e referência de pesquisa. Sites de Um site interessante, que
traz vários textos e livros de
informação como Wikipedia, sites de notícias ou livre acesso é o:
www.dominiopublico.gov.br
revistas populares não são fonte de pesquisa.
Sempre que iniciar uma busca na intenet dê
preferência para páginas de revistas científicas e de universidades
conceituadas. Há muita coisa interessante disponível on-line, inclusive
dissertações, teses e livros inteiros. Porém é preciso saber distinguir
aquilo que é de cunho científico e o que é reprodução do senso comum,
sem base teórica ou metodológica.

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Metodologia Científica Metodologia Científica– Unidade 2

3.2 Reflexão

Vimos que o primeiro passo de qualquer ivestigação é livrar-se das


concepções do senso comum, aquelas que vemos e ouvimos todos os dias
em conversas e na mídia, tais idéias estão carregadas de preconceitos e
modelos estabelecidos que podem prejudicar a formulação da
problemática e as escolha teóricas e metodológicas da pesquisa.
Uma forma de “fugir” desta armadilha é realizar uma boa pesquisa
bibliográfica sobre o tema, lendo a fortuna crítica disponível sobre o
tema, sempre buscando referências confiáveis de cunho
comprovadamente científico.

3.3 Leituras recomendadas

Leia o Livro:
MACEDO, Neusa Dias. Iniciação à pesquisa Bibliográfica: Guia do
Estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa. São Paulo:
Loyola; 1994.
Parte do livro está disponível para leitura em:
http://books.google.com.br

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Metodologia Científica Metodologia Científica– Unidade 2

3.4 Referências

LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In: Revista


Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004.

3.5 Na próxima unidade

Continuaresmos a ver na próxima unidade os principais obstáculos


das pesquisa científica, fatores que podem dificultar o processo de
investigação.

20
OUTROS
OBSTÁCULOS DA
PESQUISA CIENTÍFICA

Nesta Unidade, abordaremos outros


obstáculos que podem impedir o desenvolvimento
adequado de uma pesquisa científica. São questões que
envolvem desde as escolhas teóricas às metodologias
empregadas.
Faremos referência ainda à integração entre uma e outra,
alertando para o fato que a pesquisa não se resume à simples
definição de métodos e técnicas, a reflexão permanente sobre tais
aspectos é fundamental. A ausência da ponderação constante pode
ocasionar os problemas que veremos a seguir.

Objetivos de sua aprendizagem

Conhecer os principais problemas enfrentados pelo pesquisador;


Reconhecer os obstáculos mais comuns na prática de pesquisa;

Você se lembra?

Quando falamos em pesquisa científica, pensamos


comumente em algo preciso, a imagem mais comum é do
cientista em seu laboratório. Porém, esta imagem deve der
desconstruída, pois antes de qualquer coisa, o cientista
precisa interagir com o mundo que o rodeia, com
aquilo que já foi produzido e divulgado. E se
falamos de pesquisa em Ciências Sociais
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 4

então, é preciso ser mais prudente ainda, pois a interação não ocorre entre
um ser humano e seus tubos de ensaio, mas entre ele e outros sujeitos.
Dessa maneira, as esolhas teóricas e metodológicas são mais difícies
ainda.

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 4

4.1 A fraqueza teórica em pesquisa científica

A escolha do referencial teórico é de suma importância para qualquer


trabalho científico, seja ele um artigo ou monografia de graduação, seja
uma tese de doutorado, conhecer e utilizar o referencial teórico adequado
pode significar a qualificação da pesquisa como científica ou não, e
indicar sua credibilidade acadêmica.
Por isso o primeiro passo é conhecer as principais teorias do campo
em que pretende atuar como pesquisador. Entender os princípios teóricos
envolvidos para os processos investigativos em sua área específica. Uma
pesquisa em Educação, por exemplo, possui um referencial bem diferente
de uma pesquisa em marketing, sendo assim, incorrer em um erro tão
fundamental poderá comprometer todo o processo de investigação.
Outra questão importante diz respeito às teorias do próprio campo
investigado, é necessário estar atento às controvérsias do campo, às
correntes teóricas diferentes. Isso porque um equívoco comum é a
escolha de teorias contraditórias para fundamentar um tema. E esse
engano só ocorre quando não se tem substância teórica.
Certamente um pesquisador não deve (e nem pode) conhecer tudo
sobre todos os aspectos de uma temática, mas é sua obrigação conhecer
os conceitos e teorias mais utilizados e historicamente consolidados, “não
se trata de “dominar tudo”, mas de um “uso útil” de teorias e conceitos de
diversas procedências, um uso que seja sobretudo bem fundamentado e
pertinente à construção do objeto teórico” (LOPES, 2004).
Um outro fator ligado a este mesmo problema é a visão integrada dos
campos teóricos, compreender que o campo investigado, comumente,
está interligado a outras dimensões teóricas, a outros campos, cuja
produção científica já existe. Por isso, uma pesquisa em enfermagem que

23
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 4

pretenda desenvolver um trabalho de investigação em saúde pública,


deve levar em cosideração o campo das políticas públicas, da economia
etc. ou incorrerá em conclusões precipitadas e, às vezes, errôneas sobre
alguns aspectos que dizem respeito a outras áreas de investigação, as
quais o pesquisador não possui domínio. Nesse caso, a consciência
teórica sobre os outros campos é importante. Não se espera que um
enfermeiro se transforme em um sociólogo ou um cientista político, mas
espera-se que ele tome conhecimento sobre as pesquisas nesta área que
elvolvam a temática investigada.

4.2 Ausência de visão metodológica integrada

Pensar em uma pesquisa científica é compreender que a teoria (ou


teorias) deve ser adequada ao tipo de investigação e à temática
escolhidos. Mais do que isso, é preciso que esteja claro que uma teoria
corresponde a um modelo teórico, uma espécie de arquétipo elaborado
para explicar a realidade estudada.
Por isso, teoria e prática de pesquisa devem estar integradas, para que
os modelos sejam capazes de explicar a realidade, já que foi a própria
realidade que provocou as indagações da pesquisa. Vale dizer que
modelos teóricos são comumente acompanhados de procedimentos
metodológicos (que dizem repeito à prática da pesquisa em si) assim, a
atenção com esta integração também é fundamental, já que escolher
teorias e métodos contraditórios certamente comprometerá os resultados
de pesquisa.
Outra perspectiva importante é entender que é “a teoria é um dos
níveis da pesquisa e atravessa todas as suas fases” (LOPES, 2004), e aí
está o principal processo de integração entre teoria e prática de pesquisa,

24
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 4

não há metodologia que se limite ao procedimento de coleta de dados,


assim como não há teoria que fique aquém da investigação.

4.3 Combinação deficitária entre métodos e técnicas de


pesquisa

Muitas vezes ao iniciar uma pesquisa os objetivos iniciais são por


demais ambiciosos, o que não é estranho, pois é comum o pesquisador
partir de um objetivo mais amplo para então delimitar sua expectativa de
análise. Porém, quando este processo não ocorre ainda na construção do
projeto e o investigador insiste em um objetivo muito amplo, tal
complexidade pode gerar uma deficiência entre a prática da pesquisa e os
métodos escolhidos, isso porque uma pesquisa deve prever a combinação
entre a metodologia e os objetivos de pesquisa.
Sempre que se pensa em uma problemática de pesquisa,
automaticamente esta faz insurgir uma problemática metodológica
(LOPES, 2004), ou seja, ao escolher o que pesquisar, sempre vem à tona
o como fazer para pesquisar. Por isso combinar adequadamente os
métodos e as técnicas de pesquisa é mister para desenvolver um trabalho
com características científicas. Se pretendo realizar uma pesquisa com
abrangência regional, devo considerar a complexidade da coleta e
tabulação de dados, assim como o grande trabalho de análise que será
necessário.

4.4 Reflexão

Verificamos que uma pesquisa científica constitui-se de um intenso


processo de reflexão teórica e metodológica e que abandonas ou

25
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 4

negligenciar tal procedimento é prejudicar o processo de investigação e


de análise do trabalho científico.
Dentre os principais problemas vistos até o momento estão a
fraqueza teórica, que dificulta a fundamentação e legitimação do trabalho
científico; a ausência de visão metodológica, aspecto que pode provocar
conclusões precipitadas e mesmo errôneas; e por último vimos que a
ausência de acordo entre métodos e técnicas de pesquisa pode por
conseguinte prejudicar o processo de investigação

4.5 Leituras recomendadas

PADUA, Elisabete M. M. de Metodologia da Pesquisa: abordagem


teórico prática. Campinas,SP: Papirus; 2004.

Parte do livro está disponível em:


http://books.google.com.br

4.6 Referências

LOPES, Maria Immacolata V. “Pesquisa de comunicação’”. In: Revista


Brasileira de Ciências da Comunicação; nº 1, 2004.

4.7 Na próxima unidade

A próxima unidade será dedicada à abordagem de mais alguns


problemas que podem ser encontrados no percurso de uma investigação
científica. Na verdade, um dos grandes trabalhos do pesquisador é
justamente ultrapassar os obstáculos constantemente impostos à prática
de pesquisa.

26
OS PROBLEMAS
DA PESQUISA
CIENTÍFICA: OBSTÁCULOS
À INVESTIGAÇÃO
Quando iniciamos uma pesquisa é preciso
saber de antemão que muitas dificuldades se
apresentarão, por isso, nesta unidade, continuaremos a
discorrer sobre os obstáculos enfrentados pelo pesquisador
em seu processo de investigação.
Abordaremos a questão das dicotomias, ou seja, do olhar
fragmentado que muitas vezes prejudica o andamento da
investigação e análise, já que um pesquisador deve por obrigação
pensar de forma complexa e integrada.

Objetivos de sua aprendizagem

Discutir as possíveis implicações da da dicotomia nas pesquisas


científicas;
Compreender que a visão fragmentada impede a visão integrada,
tão necessária à pesquisa.

Você se lembra?

Até o momento, vimos que aventurar-se em uma investigação


científica não é tarefa fácil. O trabalho do pesquisador é árduo e
exige atenção total ao processo como um todo. Sem falar das
questões práticas que envolvem a coleta de dados, as
entrevistas, os procedimentos metodológicos em si
(questões que veremos adiante).
Assim, a pesquisa exige daquele que se
aventura à ela uma visão integrada da totalidade,
por isso, um erro grave é justamente pensar
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

de maneira dicotômica, fragmentada, entendendo a pesquisa como partes


separadas. O cientista que vê o trabalho científico desta forma está
fadado ao fracasso de resultados.

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

5.1 Os obstáculos metodológicos: a dicotomia entre


pesquisa descritiva e pesquisa interpretativa

A pesquisa de campo exige do investigador um árduo trabalho de


coleta e descrição dos dados. Após esta etapa trabalhosa, o
pesquisador inicia outro processo difícil que corresponde à análise e
interpretação dos dados. Um equívoco muito comum é separar estas
etapas e dissociá-las completamente, como se não houvesse relação
entre o processo de coleta e descrição dos dados e a análise em si.
Costuma-se negligenciar uma das etapas, prejudicando os resultados
finais.
Engana-se o pesquisador que acredita que a descrição é um
trabalho automático de escrever os dados coletados:

A análise descritiva envolve operações analíticas da formação de


evidências empíricas representativas naquilo que se denomina “processo
de reconstrução da realidade do objeto” (LOPES, 2004)

Ou seja, ao descrever os dados, o pesquisar já tem ali um


importante processo de análise e interpretação, pois sua trascrição
envolve escolhas, formas (pode-se transcrevê-los em tabelas,
gráficos, dissertação), abandonos, ordenações, cujos processos são
Somente através da elaboração interpretativa dos dados é que se pode
atingir um padrão de trabalho científico.
Só esse padrão é capaz de coordenar organicamente teoria e
pesquisa, operações técnicas, metodológicas, teóricas e
epistemológicas numa única experiência de investigação.

29
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

significativos já que envolvem a sistematização da pesquisa.


Tabular os dados em uma tabela produz interpretações diferentes da
tabulação em uma descrição dissertativa, por exemplo.
Da mesma forma, o processo de análise dos dados envolve um
exercício de descrição e síntese para explicação do objeto, a descrição e a
interpretação dos dados são processos sempre
concomitantes, e a cientificidade de qualquer A Dicotomia em processos de
análise é um erro comum,
pesquisa está em elaborar análises pautadas principalmente por ser inerente ao
paradigma Cartesiano, que entende
em dados cuja descrição é interpretada a busca pelo conhecimento de
maneira fragmentada, por partes
segundo padrões metodológicos, capazes que devem ficar separadas para
análise minuciosa. Porém, esta
de “coordenar organicamente teoria e prática resultou em muitas
considerações e teorias
pesquisa”, operações técnicas, equivocadas, justamente pela falta
de visão da totalidade.
metodológicas, teóricas e epistemológicas
numa única experiência de investigação” (LOPES,
2004).
Separar as etapas de pesquisa em procedimentos dissociados pode
certamente resultar em conclusões equivocadas acerca de uma dada
realidade. Muito embora não seja possível apreender a
complexidade do real, é necessário contemplá-la para não
produzir uma pesquisa reducionista.

5.2 Separação entre pesquisa quantitativa e pesquisa


qualitativa

Comumente relacionamos a utilização de números, gráficos,


tabelas à pesquisa quantitativa, aquela que – grosso modo – dispõe-se a
coletar e tabular dados para obter generalizações, porém, a utilização de
dados gerneralizantes não é exclusivo deste tipo de investigação, a

30
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

pesquisa qualitativa também faz usos de dados estatísticos para fomentar


suas análises teóricas.
Da mesma forma, as pesquisas quantitativas devem estar pautadas
em discussões teóricas e metodológicas, só assim é possível classifica-las
como científicas, já que a coleta e tabulação de dados não é um
procedimento qualquer e exige rigor técnico.

(…) não faz sentido apostar na dicotomia entre quantidade e qualidade,


pela razão simples de que não é real. Pode-se, no máximo, priorizar uma
ou outra, por qualquer motivo, mas nunca para insinuar que uma se faria
às expensas da outra, ou contra a outra. Todo fenômeno qualitativo, pelo
fato de ser histórico, existe em contexto também material, temporal,
espacial. E todo fenômeno histórico quantitativo, se envolver o ser
humano, também contém a dimensão qualitativa. Assim, o reino da pura
quantidade ou da pura qualidade é ficção conceitual (DEMO, 1998; p.92).

É certo que uma pesquisa não será capaz de priorizar


Conexão:
ao mesmo tempo formulações quantitativas e Para acessar o artigo de
Pedro Demo sobre
qualitativas, pois uma e outra abordagem oferecem pesquisa qualitativa (vide
referências), basta buscar
extrema complexidade em sua elaboração, o o link:
http://www.scielo.br/pdf/rlae
pesquisador deverá escolher as características de seu /v6n2/13912.pdf
método, levando em consideração principalmente a
problemática levantada. Não é possível, por exemplo, que uma pesquisa
laboratorial seja exclusivamente qualitativa, já que há a necessidade
intrínseca de coletar os dados experimentais. No entanto, o pesquisador
deve ter em mente que uma escolha não implica no abandono de uma das
perspectivas.

31
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

5.3 Reflexão

Como colocado anteriormente a visão fragmentada do processo


científico pode apresentar-se como um grande obstáculo, um problema
paradigmático, de ver positivamente a ciência, visão esta que já foi
superada em muitos campos do conhecimento e vem sendo abandonada
gradativamente, pois entende-se que, apesar de uma única pesquisa não
conseguir abranger a complexidade do real, ela deve contemplar que tal
complexidade existe.

5.4 Leituras recomendadas

GUNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa


quantitativa: esta é a questão?. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2006, vol.22,
n.2 [cited 2010-09-28], pp. 201-209 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
37722006000200010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0102-3772. doi:
10.1590/S0102-37722006000200010

5.5 Referências

DEMO, P. Pesquisa qualitativa. Busca de equilíbrio entre forma e


conteúdo. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 2, p. 89-
104, abril 1998.

32
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 5

5.6 Na próxima unidade

A próxima unidade será dedicada à pesquisa de campo e uma de


suas particularidades: a prática da entrevista. Isso porque, via de regra,
pesquisadores iniciantes acreditam que elaborar uma pesquisa de campo
é simplesmente criar um questionário e fazer perguntas a quem se deseja.
Veremos que não é bem assim que as coisas funcionam em uma
investigação científica.

33
PESQUISA DE
CAMPO E A PRÁTICA
DE ENTREVISTA.

Até o momento vimos algumas


características e procedimentos fundamentais para o
bom andamento de uma pesquisa científica. Abordamos
as principais questões metodológicas e suas conseqüências.
Veremos nesta unidade um importante aspecto metodológico
que envolve um tipo específico de pesquisa: a pesquisa de
campo; e sua característica inerente: a prática de entrevistas.
Ao abordarmos estes elementos, pretendemos trazer à
discussão uma temática controversa, pois geralmente os
pesquisadores não dão importância aos estudos teóricos e
metodológicos nesta área do conhecimento, acreditando que basta
aplicar questionários e obter dados (questionáveis) para fazer um
pesquisa de campo.

Objetivos de sua aprendizagem

Compreender os tipos de entrevista e suas particularidades;

Você se lembra?

Como vimos anteriormente, a pesquisa científica exige um


árduo processo de reflexão e rigor teóricos, assim como um
grande esforço metodológico e técnico. Sendo assim, ao
aventurar-se em uma pesquisa de campo, o cientista deve
considerar todos os aspectos técnicos e,
fundamentalmente, o suporte teórico dos
procedimentos etnográficos que envolvem a
coleta de dados por entrevistas.
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 6

6.1 A pesquisa e campo e a prática da entrevista

Uma pesquisa de campo propõe de imediato uma abordagem


qualitativa, pois prevê o contato direto com os sujeitos pesquisados,
contato que este que deve ser rigoroamente pensado e planejado. Por isso
não se pode negar toda a tradição vinda da etnografia, vertente da
antropologia que primeiro se aventurou na pesquisa de campo e, por esse
motivo, possui um vasto referencial teórico a partir das experiências de
pesquisa. Negar a existência destas referências é incorrer em erros
latentes, em equívocos comuns em circunstância da fraqueza teórica.
Dessa forma, ao escolher realizar uma pesquisa de campo, o investigador
tem a obrigação de buscar as teorias etnográficas.
O mais importante é entender que pesquisas qualitativas – como as de
campo – configuram uma proposta de trabalho com significados,
motivações, valores e crenças que não podem ficar limitados aos dados
quantitativos, ambos os aspectos devem estar contemplados (MINAYO,
1996) e isso não é tarefa fácil!
A entrevista não é somente uma técnica de coleta, se um químico
ao coletar seus dados em um laboratório relaciona-se diretamente com
pipetas, tubos de ensaio, fornos e aparelhos, o pesquisador que vai a
campo relaciona-se com outros sujeitos, ou seja, há neste entremeio
relações sociais que podem (e vão) produzir efeitos inesperados, não
planejados e, principalmente, não controláveis.
Segundo LAKATOS (1996), preparar a entrevista é condição inicial
para o trabalho de campo, sendo uma das etapas mais relevantes do
processo, isso implica em dispensar grande tempo na elaboração e
preparação dos questionários, assim como a garantia de condições de
produção da pesuisa, diga-se, assegurar ao entrevistado que os dados e

35
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 6

relatos são acompanhados do compromisso ético do sigili de pesquisa,


que não haverá e exposição do pesquisado.
Para BOURDIEU (1998), é essencial que o pesquisador equipare sua
linguagem à dos sujeitos pesquisados, mesmo porque, ao invés de
convencer, a utilização de termos técnicos e expressões teóricas pode
afugentar o entrevistado, colocá-lo na “retaguarda”. Por isso é importante
deixar o pesquisado à vontade. O autor coloca que existe uma violência
simbólica a priori, já que o entrevistador é alguém que na visão do
pesquisado possui um grande conhecimento e “sabe mais”, dessa forma é
preciso todo o trabalho possível para evitar ao máximo este
constrangimento. O sociólogo coloca ainda que ao realizar uma
entrevista deve-se sempre deixar o entrevistado à vontade, sendo amelhor
abordagem aquela feita de maneira indireta, como uma conversa, em que
aparentemente o entrevistado tenha liberdade para conduzir os assuntos,
diz-se aparentemente pois o pesquisador é quem deve sutilmente
conduzir a entrevista.
Qualquer que seja a temática ou o tipo de entrevista escolhido, o
pesquisador deve sempre estar consciente que o trabalho de campo
envolve trocas de experiências e confronto de subjetividades, sendo
assim, sua postura ética é essencial para que os resulatdos sejam
confiáveis e as análises legítimas.

6.2 Reflexão

Uma pesquisa de campo só pode ser construída a partir de uma


sólida fundamentação teórica e de metodologias bem definidas. A
tradição etnográfica precisa ser contemplada ao escolher como parte
integrante da investigação a entrevista.

36
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 6

Sendo assim, o trabalho de campo não se faz simplesmente pela


aplicação de questionários e tabulação de dados, ele vai além desta
relação mecânica.

6.3 Leituras recomendadas

PEIRANO, Marisa G. S. A favor da etnografia. Rio de Janeiro:


Relume-Dumará, 1995.
Disponível em: http://vsites.unb.br.

6.4 Referências

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand, 1998.

BOURDIEU, Pierre. A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes, 1999.


LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de
pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org). Pesquisa Social: Teoria, Método
e Criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 1996.

37
A PESQUISA DE
CAMPO E OS TIPOS DE
ENTREVISTA

A prática recorrente da pesquisa de campo


é a entrevista, a observação é sempre acompanhada
do questinamento direto dos informantes e/ou
entrevistados. Veremos nesta unidade os tipos mais comuns
de entrevista e em que circunstâcia cada uma pode ser
aplicada.
Lembramos que a escolha por esta técnica requer um
conhecimento teórico e metodológico que a fundamente, nenhum
pesquisador deve simplesmente elaborar perguntas que acredite
conveniente e começar a abordar as pessoas. Cada procedimento
precisa de respaldo ou não terá validade científica.

Objetivos de sua aprendizagem

Compreender os diferentes tipos de entrevista que podem ser


aplicados em campo;

Você se lembra?

Ao estudarmos metodologia científica, priorizamos os


aspectos teóricos dos processos de pesquisa, isso porque
entendemos que posteriormente as questões da prática
de pesquisa serão abordadas em módulos
específicos. Dessa forma, pensamos os processos
que envolvem a pesquisa científica como um
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

todo, e uma destas questões é a entrevista. Como vimos anteriormente, as


ciências humanas possuem particularidades em relação à coleta de dados,
principalmente se há a previsão de uma pesquisa de campo. Isso porque
ao entrevistar alguém, o pesquisador estabelece relações sociais e
afetivas que interferem no processo.

39
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

7.1 Tipos de Entrevista

Conexão:
7.1.1 A entrevista projetiva Para saber mais sobre
Entrevista projetiva leia:
http://pepsic.homolog.bvsalud.
A entrevista projetiva é muito comum em org

pesquisas no campo da psicologia, pois consiste


em apresentar ao entrevistado imagens específicas e
obter respostas indiretas sobre o que foi apresentado. Assim
relaciona-se à uma análise mais aprofundada, que evidencia
características subjetivas e cognitivas do grupo pesquisado.

7.1.2 História de Vida

Este tipo de entrevista requer do pesquisador muito tempo, pois


seus resultados apresentam grande profundidade. O contato com o(s)
pesquisado(s) é intenso e por isso o distanciamento entre pesquisador e
entrevistado tange uma linha tênue que pode inclusive desvirtuar os
objetivos da pesquisa. Pois como relata Alba
Zaluar (2009) “considero o fazer
Alba Zaluar é uma reconhecida
antropológico imprescindível como antropóloga brasileira, que
desenvolveu técnicas inéditas em
metodologia de trabalho de campo, pesquisa de campo, no trabalho com
comunidades urbanas.
além de ser o que mais apresenta Seu maior trabalho foi o livro A
Máquina e a Revolta, resultado de
armadilhas ao pesquisador na pesquisa etnográfica na favela Cidade
de Deus, foi ela quem orientou Paulo
interação face a face”. Lins em suas entrevistas para
esecrever o livro Cidade de Deus.
Sendo a História de Vida uma Obra que deu origem ao premiado
filme homônimo.
experiência etnográfica, há que se tomar
todos os cuidados possíveis para não cair em
armadilhas comuns, côo envolver-se afetivamente com informantes e

40
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

entrevistados.
Com relação ao tempo, há HVs mais prolongadas, chamadas de
história de vida completa, que têm como objetivo compreender
experiências como um todo. É o caso por exemplo das pesquisas em
antropologia indígena, que tentam compreender o funcionamento de uma
sociedade inteira. Há ainda a história de vida tópica, em que o
pesquisador escolhe um período histórico ou uma contingência
específica, este tipo demanda um tempo menor, mas mesmo assim exige
grande dedicação.

7.1.3 Entrevista com grupos focais

Neste tipo de entrevista o procedimento é reunir um pequeno grupo


de entrevistados em local predeterminado e propor um assunto ou uma
temática para debaterem, neste ínterim o pesquisador realiza o papel de
mediador.

(...) a interlocução com o entrevistador pode desencadear a conversa


independente entre os entrevistados, tanto mais interessante quanto mais
discordarem um do outro, desmentirem fatos, esclarecerem dúvidas e
aprofundarem o conhecimento de cada um a respeito do que sabem(...)
(ZALUAR,2009; p. 578).

Cabe ao pesquisador orientar o debate e garantir o anonimato dos


entrevistados.

41
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

7.1.4 Entrevistas Estruturadas

As entrevistas estruturadas são as mais fáceis (se é que se pode


classificar assim) para obter e tabular os dados, sua facilidade está
principalmente na rapidez. Porém, isto não significa que pode ser aplcada
de qualquer forma.
Etste tipo de entrevista exige a elaboração de um questionário
estruturado, com perguntas determinadas previamente e possibilidades de
respostas já dadas. Está aí o maoir trabalho do pesquisador, prever as
possíveis respostas e perguntar de forma que quem esteja respondendo
possa compreender o que se pergunta. Outro fator é a escolha de como
perguntar, pois a formulação das questões deve estar de acordo com o
nível de instrução do grupo pesquisado. Certamente não quer dizer que o
pesquisador vá precisar prejudicar seus objetivos em função disso, mas
deve adequar sempre o vocabulário e aproximar expressões técnicas da
linguagem cotidiana.
Como os entrevistados responderão sempre a mesma pergunta,
feita sempre da mesma forma, os resultados podem ser generalizados e
tabulados de maneira sistemática em tabelas, gráficos etc. É comum
respondermos questionários deste tipo nas pesquisas feitas pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – como é o caso do censo
– e em pesquisas de opinião e audiência, esta é uma técnica muito
utilizada também em pesquisas de mercado, isso porque seus resultados
podem ser obtidos rapidamente e tabulados quase que instantâneamente
por softwares específicos.

42
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

7.1.5 Entrevistas abertas

Sua abordagem corresponde à exploração aberta de um


determinado tema, detalhando questionamentos e deixando o
entrevistado “livre” para falar. É impostante lembrar que esta “liberdade”
é sempre controlada pelo pesquisador, que possuindo os objetivos da
pesquisa, deve elaborar um roteiro prévio de questões que sussitem o
debate e permitam a elocução do entrevistado. É comum também,
aproveitar os relatos do informante e reelaborar formulações.
Um exemplo deste tipo de entrevista ocorre quando um
pesquisador resolve investigar um tema histórico como a ditadura militar
especificamente a visão dos filhos de guerrilheiros, para tanto será
necessário localizar e entrevistar tais pessoas, abordando a temática
escolhida, tem-se aí a prática da entrevista aberta.

7.1.6 Entrevista semi-estruturada

Esta abordagem é resultado da combinação entre perguntas


estruturadas (questionário fechado) e abertas (escritas ou orais),
permitindo ao entrevistado que aprofunde determinados temas que o
pesquisador julga mais relevante, ou como técnica para localizar
contradições do entevistado. Pois é muito comum o informante “mentir”,
intensionalmente ou não, isso porque a relação entre pesquisador e
pesquisado demanda expectativas dos dois lados e muitas vezes o
entrevistado tenta responder aquilo que acha que seria o mais correto, ou
que pensa ser o que o pesquisador quer que ele responda.

43
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

7.2 Transcrição de entrevistas

Tema muito controverso, a transcrição de entrevistas corresponde


ao trabalho mais demorado, quando se escolhe questionários não
estruturados. A tradição etnográfica discutiu, e até hoje faz pauta de suas
investigação metodológicas, os princípios envolvidos no processo de
transcrição de uma entrevista.
Temos em Pierre Bourdieu (1999) uma boa sugestão quanto ao
caso apontado: a primeira questão é entender que transcrever não é
simplesmente escrever aquilo que se ouve, decodificar mecanicamente os
relatos, a dimensão da fala deve ser contemplada, as pausa, risadas,
silêncios, o tom de voz, devem ser apontados na transcrição. O estado
emocional produz sentidos importantíssimos para a pesquisa, não fosse
assim, seria muito mais “fácil” aplicar um questionário estruturado para
todo e qualquer processo de investigação. Por isso a transcrição deve ser
entendida sob uma perspactiva metodológica, como parte indissociável
da pesquisa de campo.
Além destes aspecto, outra questão relevante é a escrita em si, ou
seja, para Bourdieu (1999) o pesquisador deve pensar em um texto livre
dos vícios de linguagens, um texto interrompido a todo momento por
intejeições como: né, hum, então: pode prejudicar seu entendimento. Faz
parte do trabalho de transcrição ser fiel aos termos e palavras utilizados,
assim, não se pode jamis trocar uma palavra por outra, sabemos por
exemplo que “invasão” não produz o mesmo sentido de “ocupação” ou
“assentamento” se estamos tratando de questões sobre terra e reforma
agrária. A ordem das perguntas e respostas deve do mesmo jeito ser
respeitada, pois o encadeamento de respostas fornece sentido e coerência
ao todo da entrevista.

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 7

Mais uma dica importante para a transcrição é que ela ocorra o


mais rápido possível, quanto mais próxima do momento da entrevista,
mais detalhes não escapam à memória do pesquisador.

7.3 Leituras recomendadas

FRASER, Márcia T.D. e GONDIM, Sônia M. G. Da fala do outro


ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa.
Paidéia, 2004, 14 (28), 139 -152
Disponível em: www.scielo.br.

7.4 Referências

ZALUAR, Alba. Pesquisando no perigo: etnografias voluntárias e não


acidentais. Mana [online]. 2009, vol.15, n.2, pp. 557-584.

45
O TRABALHO DE
CONCLUSÃO DE
CURSO

Um dos objetivos deste módulo é propiciar


elementos teóricos para a futura elaboração do
trabalho de conclusão de curso, ou seja, fornecer
instrumental para a prática de pesquisa em si.
Veremos nesta unidade algumas das características do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e informações
importantes que serão detalhadas posteriormente, quando da
elaboração da pesquisa.

Objetivos de sua aprendizagem

Discutir os aspectos principais do Trabalho de Conclusão de


Curso (TCC).

Você se lembra?

O momento mais esperado para que cursa um curso superior ou uma


pós-graduação é a finalização do processo com a elaboração do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Porém, este momento
requer cautela e, principalmente, a utilização de todo o
conhecimento teórico desenvolvido durante o curso. Assim
como muitos dos aspectos apontados durante este módulo
de Metodologia Científica. Antes de dizermos “mãos à
obra” é preciso refletir sobre o TCC e suas
características. Trabalho que iniciaremos nesta
última unidade.
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 8

8.1 A Prática de Pesquisa: O TCC

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é aplicado para a


maioria dos cursos de graduação e de caráter obrigatório para todo e
qualquer curso de especialização lato-sensu. Assim determinas a
Resolução nº1, de 08 de junho de 2007, do Conselho Nacional de
Educação, ela também especifica que este deve ser elaborado
individualmente, e o aluno deverá, obrigatoriamente, realizar a defesa
presencial individual do seu TCC.
Deste fato vem a importância dada ao processo de pesquisa e à
elaboração do TCC. Para corroborar com esta perspectiva colocamos
aqui os passo iniciais para começar a pensar um projeto de pesquisa, são
as perguntas de pesquisa que servem para orientar a primeira investida
no projeto, é uma espécie de roteiro inicial:
1. O que pesquisar?
Esta á a definição da temática e dos objetivos
2. Por que pesquisar?
Esta é a definição de sua problemática
3. Para que pesquisar?
Esta é a definição da relevância do tema e de sua justificativa.
4. Como pesquisar?
Esta é a definição de sua metodologia.

O melhor a fazer é responder a estas questões iniciais de forma


sussinta e objetiva, depois disso, os passos seguintes devem contemplar a
elaboração mais detalhada de cada um dos itens, neste caso a leitura é
fundamental. Ao definir o que pesquisar é importante iniciar uma
pesquisa bibliográfica sobre o assunto proposto, tais leituras servirão para

47
Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 8

elaborar melhor a segunda resposta (Por que pesquisar?); leituras mais


substanciais serão necessárias para responder à questão três, já que ela
prevê explicações justificadas. A última questão deste trabalho inicial é a
definição justamente da metodologia, para isso será necessário avaliar os
autores e teorias disponíveis para o campo de atuação da pesquisa,
selecionando aquelas que julga mais adequadas.
É importante dizer que este projeto é apenas um embrião do
trabalho, e que alterações serão e devem ser realizadas conforme o
aprofundamento das leituras econhecimento teórico, assim como da
intervenção posterior do orientador.

8.2 O Artigo Científico

Como um dos produtos finais do TCC temo o Artigo Científico,


que corresponde a uma síntese dos resultados de investigações ou estudos
realizados a respeito de uma questão. É um meio rápido e sucinto de
divulgar e tornar conhecidos, por meio de sua publicação em periódicos
especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as
teorias que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia
empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades
encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.
Um texto que serve para comunicar resultados de pesquisas, e deve
seguir as orientações normativas dos trabalhos acadêmicos, observando-
se, em especial, a NBR 6022/2003 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que trata da apresentação de artigo em publicação
periódica científica impressa.
Bem, agora é colocar as mão à obra e pensar em seu Trabalho de
Conclusão de Curso!

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Metodologia Científica Metodologia Científica – Unidade 8

8.3 Reflexão

Como vimos até o momento, é importante refletir sobre o processo


de elaboração da pesquisa científica. Vimos ainda que não exitem
modelos teóricos prontos e que antes de tudo o trabalho de pesquisa
exige uma sólida fundamentação teórica. Com os subsídios trazidos até
aqui, é possível iniciar a reflexão sobre o TCC e sobre qualquer trabalho
acadêmico-científico que se pretenda elaborar.

8.4 Leituras recomendadas

LAKATOS, MA Marconi - São Paulo: Atlas, 1991.

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