Os ideais de liberdade preconizados pelos filósofos iluministas, haviam inspirado a
independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789), influenciaram também os movimentos emancipatórios das colônias latino-americanas. Apoiadas no liberalismo econômico, as elites coloniais agroexportadoras viam nos entraves monopolistas das metrópoles européias um fator prejudicial ao seu desenvolvimento. Os primeiros movimentos pela independência latino-americana ganharam força no período napoleônico. Na América Espanhola, as elites coloniais aliaram-se população da metrópole na luta contra a ocupação da Espanha. Proclamaram a Independência que, com o retorno do monarca espanhol, após a derrota de Napoleão, acabou anulada. Pouco depois, porém, e com o valioso auxilio da Inglaterra, ávida por novos mercados consumidores de manufaturados e fornecedores de matérias-primas, o emancipacionismo, recobrou sua força na Hispano-América, provocando o rompimento gradual desta com a metrópole. Enquanto no México Hidalgo, Morelos e Vicente Guerrero foram os lideres do movimento pela independência, na América do Sul destacaram-se as atuações de Simon Bolívar e San Martín. As independências latino-americanas foram, assim, obra da elite colonial que não desejava qualquer transformação de caráter socioeconômico, ou seja, a elite colonial tomou as rédeas dos movimentos de independência temerosos de possíveis resultados caso as “classes pobres” assumissem o controle do processo de emancipação. Reflexo disso é que após a independência alteraram-se pouquíssimas coisas na vida da população em geral, exploração da mão-de-obra, segregação das classes mais pobres continuaram sendo presentes na rotina das ex- colônias. Formaram-se, após a independência, países em que a aristocracia monopolizava a vida social, política e econômica e que preservara a dependência em relação aos centros de desenvolvimento capitalista. Enquanto os países latinos americanos lutavam pela independência, os Estados Unidos da América já em decorrência de terem a primazia deste fenômeno agora buscavam se expandir territorialmente, no intuito de se consolidar economicamente. Implementando uma jornada expansionista que transformou as pequenas treze colônias iniciais num país de proporções continentais em menos de 100 anos. Este crescimento contudo veio, através da maciça campanha de guerras e expropriação das terras indígenas, da usurpação de muitas terras pertencentes ao México, além da compra de outros territórios da América do norte pertencentes às coroas espanhola, francesa, russa e inglesa. O desenvolvimento da economia norte-americana, porém, era desigual entre as regiões do país. Enquanto o norte apresentava uma economia basicamente urbano-industrial, o sul permanecia apegado às atividades agroexportadoras fundados no trabalho escravo. As características socioeconômicas presentes no sul inviabilizavam o pleno desenvolvimento do capitalismo do norte. Tal situação motivava sucessivos conflitos de interesses entre nortistas e sulistas. Quando da vitória de Lincon à presidência , os estados sulistas decidiram separar-se da União e constituir os Estados Confederados, precipitando a Guerra de Secessão (1 861-1865). Ao final do conflito, o norte saiu vitorioso,o que lhe permitiu ampliar o ritmo da expansão industrial-capitalista norte-americana. Em fins do século XIX, os Estados Unidos já se apresentavam com potencia mundial.