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de desse século, passou a ser um reflexo da ino­


cuidade dos alimentos. Nos dias de hoje, a se­
gurança alimentar integra o papel da alimenta­
ção na prevenção de doenças e na melhoria do
equilíbrio nutricional. Até porque a necessida­
de não será apenas aumentar a idade na vida do
Homem, mas também «acrescentar vida à ida­
de», ou seja, viver com qualidade.
Na opinião do director­geral da FIPA, Portugal
pode orgulhar­se de, nos dias de hoje, estar à
frente de muitos países da Europa em termos
de segurança alimentar. Para que isso assim se
mantenha é necessária uma cooperação entre as

Cliente exige diferentes empresas do sector, até porque «os


problemas em parceiros podem também acon­
tecer­nos».
Maria Isabel Carvalho, da SUCH – Serviço de

segurança alimentar Utilização Comum dos Hospitais, revelou que


a associação privada que representa apresenta
um volume de negócios de 80 milhões de euros
e opera em sete áreas, sendo que para este semi­
nário interessava uma em particular: a gestão
As notícias sobre contaminação de alimentar especializada, área apelidada pela
SUCH de “Somos Nutrição”. Aqui são presta­
produtos alimentares fazem sempre dos serviços de gestão integrada da alimentação
hospitalar, consultaria alimentar e gestão de re­
a primeira página dos jornais e abrem feitórios. E uma organização com esta dimen­
são, dispersa de Bragança ao Algarve, tem na
os noticiários televisivos, mesmo que certificação de qualidade uma ferramenta. Se­
gundo Maria Isabel Carvalho, é essencial «para
ocorram do outro lado do mundo. Só que possamos garantir a qualidade do serviço
prestados, e estar também organizados».
isso revela um pouco da importância Com 25 cozinhas integradas em 25 hospitais,
servem mais de 11 mil refeições por dia, com 5
cada vez maior da segurança dietas diferentes. Estão certificados com a ISO
9001:2000 em duas dessas cozinhas: Hospital
alimentar, e de como esta é um de São João no Porto, e Hospital de São Teotó­
nio em Viseu. Neste último está também a de­
pilar de crescimento sustentável em correr o processo de certificação ISO
22000:2005, juntamente com o Hospital Ro­
qualquer organização desse sector. visco Pais, na Tocha, e o Hospital do Litoral
Alentejano, em Santiago do Cacém.

S
Nem todas as cozinhas estão certificadas, mas a
egurança Alimentar: Uma exigência do Revelou alguns dos dados desta indústria que, metodologia de trabalho é igual em todas. A
consumidor. Foi este o título e o mote do segundo estimativas para 2008, terá um volu­ não atribuição da certificação deve­se às defi­
seminário organizado pela APCER – As­ me de negócios de 12.300 milhões de euros, ou ciências das próprias estruturas dos hospitais,
sociação Portuguesa de Certificação, que seja, 7,6% do PIB. O responsável traçou até uma vez que «temos hospitais no nosso país
decorreu no Centro Cultural de Belém, e que um comparativo, reclamando também alguma com deficiência de estruturas, ou de idade
serviu para melhor conhecer as experiências de atenção para este sector, ao afirmar que «22 dias avançada». No entanto, a responsável confiden­
alguns actores neste sector, bem como para de­ da indústria alimentar representam um ano in­ ciou que a médio prazo – 2 anos – o objectivo
bater o panorama da segurança alimentar e de teiro da Autoeuropa». E, no entanto «pouco se é certificar todas as cozinhas».
alguns referenciais que a certificam. fala na indústria agro­alimentar».
Logo na abertura as palavras de José Leitão, A segurança alimentar é, para Pedro Queiroz, Distribuição é que manda
CEO da APCER, elucidavam para a importân­ um conceito dinâmico, com inúmeras defini­ A última intervenção da manhã esteve a cargo
cia da segurança alimentar nos dias de hoje: «é ções diferentes. No entanto, existe uma evolu­ de Verónica Reis, da Cerealis – Produtos Ali­
algo que já não vai sair da agenda de todos nós. ção evidente, uma vez que na primeira metade mentares. Segundo a responsável, «hoje em dia
É um caso de exigência do consumidor». do século XX, um período de grandes conflitos a segurança alimentar é vista pelo consumidor
A primeira intervenção esteve a cargo de Pedro na Europa, a segurança alimentar “simplesmen­ como algo básico, essencial e primordial. Todos
Queiroz, director­geral da Federação das In­ te” significava a garantia de abastecimento. os problemas de segurança alimentar não são
dústrias Portuguesas Agro­Alimentares (FIPA). Com a expansão económica da segunda meta­ locais, são mundiais, veja­se o caso do leite da
 Dh Novembro 2008
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China. Os consumidores estão atentos e a co­ adaptações, obviamente, à legislação do nosso restaurantes em Portugal e Espanha, dando
municação social também. Por causa disto os país. E neste campo o rigor é a palavra­chave, emprego a mais de seis mil pessoas. Conside­
consumidores são mais desconfiados e mais exi­ seja na escolha das matérias­primas, no trans­ ram a segurança alimentar com um alicerce pa­
gentes». Assim, as certificações, e tudo o que é porte, na preparação, no controlo de todas as ra o crescimento sustentado e socialmente res­
metodologia que as empresas possam aplicar práticas e na informação aos consumidores. ponsável. E essa visão levou à decisão, em 2006,
para dar alguma garantia extra aos consumido­ Com uma alta rotação nos seus 6 mil funcioná­ de querer certificar todo esse sistema. No en­
res, é uma mais­valia. rios, é necessária uma higiene pessoal bastante tanto, surgiu logo uma dificuldade: qual a nor­
Verónica Reis afirma que certificação BRC – apurada, pelo que existe uma lavagem das mão ma? A BRC não era aplicável à restauração,
esquema proprietária da distribuição britânica de 30 em 30 minutos e sempre que necessário. enquanto que a ERS 3022 era específica para o
– é mais fácil de interpretar e corresponde efec­ De resto, o equipamento definido e estabeleci­ território nacional, o que não pode acontecer
tivamente ao que o cliente quer ver implemen­ do, bem como a política de sujou/limpou, faci­ para um grupo que tem lojas em Espanha. Foi
tado. lita o HACCP. assim decidido enveredar pela ISO 22000:2005,
Segundo esclareceu Andreia Magalhães, da AP­ Tudo isto permite ter um sistema implementa­ uma vez que harmoniza vários referenciais exis­
CER, essas duas certificações (ISO e BRC) do nos restaurantes cujos pontos críticos são tentes, tem um reconhecimento internacional,
complementam­se. No entanto, a ISO «é uma sete: controlo da temperatura a que produtos destaca a componente de gestão do sistema, e ia
norma para organizar a casa e o sistema de ges­ chegam; controlo de temperatura dos congela­ enquadrar­se nos objectivos traçados pelo Gru­
tão», enquanto a BRC, tal como a IFS, «são dos; controlo de temperatura dos produtos re­ po Ibersol para toda a certificação.
normas objectivas, basicamente checklists, e frigerados; validades de consumo estipulado O processo teve a sua conclusão em Julho deste
orientadas para o produto». Na opinião desta pelo fornecedor, e validade quando retirado o ano, onde foi atribuída a certificação a toda a
responsável, «a Distribuição é que impõe as re­ produto do seu armazenamento primário; con­ gestão da cadeia alimentar das operações de res­
gras do jogo, e se está a optar tauração do Grupo Ibersol e,
pela BRC e IFS, não põe de la­ localmente, em alguns restau­
do a ISO 22000, por isso o fu­ rantes.
turo depende da Distribuição». Por último, teve palavra An­
dreia Magalhães, gestora de de­
Ajudas ao cumprimento senvolvimento da APCER, cuja
Na primeira intervenção da tar­ intervenção incidiu principal­
de foi dada a palavra a António mente na norma ERS 3002.
Condé Pinto, presidente adjun­ Ocupando 33% do mercado da
to executivo da Associação Por­ restauração, a ERS 3002 é uma
tuguesa de Hotelaria, Restaura­ certificação de serviço, sendo
ção e Turismo (APHORT), or­ um referencial na qualidade e
ganismo de âmbito nacional, segurança alimentar na restau­
com cerca de 5 mil membros. ração. Actualmente, encontra­se
No que diz respeito à segurança em revisão de forma a clarificar
alimentar, a Associação tem, se­ alguns requisitos e actualizar
gundo o responsável, procurado outros a nível legal, como a
ser clara e objectiva nesta maté­ proibição de fumar em espaços
ria, de forma a nunca reagir com a frase «isso trolo diário qualitativo e controlo quantitativo fechados. Esta revisão é também uma oportu­
não se aplica ao nosso sector». Para isso, foram feito periodicamente por um laboratório exter­ nidade para incluir requisitos associados à qua­
desenvolvidos alguns programas a iniciativas no; controlo de temperatura interna dos pro­ lidade nutricional, e uma forma de a aplicar à
para os associados, como o Programa Informar, dutos cozinhados; e auto­pasteurização da má­ restauração colectiva (cantinas, refeitórios, etc.),
com mais de 70 fichas informativas, 14 cader­ quina dos gelados durante a noite para ter a que de início não existia.
nos de informação, minutas, avisos e dísticos, certeza que o leite, no dia seguinte, está a 100%. A ideia comum que fica de todo o seminário é
estando tudo disponível no site da associação. Foi ainda decidido ter uma entidade indepen­ a de que a segurança alimentar é cada vez mais
São também desenvolvidos códigos e manuais, dente a certificar os procedimentos da uma exigência do consumidor e está a deixar de
organizadas conferências e seminários, além de McDonald’s. Assim, no final de 2007 começou ser um factor de diferenciação, não por perder
se desenvolverem programas de formação diri­ o processo da ERS 3002 – certificação da qua­ importância, mas por estar a ganhar um peso
gidos às empresas. Com tudo isto pretende­se lidade e segurança alimentar na restauração. E cada vez maior. Todos os actores no sector da
promover uma cultura de aperfeiçoamento tudo terminou em Julho deste ano, com a atri­ alimentação têm que ter presente que o consu­
contínuo, ajudar ao cumprimento com as obri­ buição da certificação aos 122 restaurantes na­ midor dos dias de hoje é exigente e informado.
gações legislativas e melhorar o nível de satisfa­ cionais. E se todos os agentes alimentares sentem neces­
ção dos clientes. sidade de ter mecanismos de controlo, a certifi­
Qual a norma a aplicar? cação permite que esses mecanismos sejam ve­
Segurança é alicerce Seguiu­se Natacha Tavares, do Departamento rificáveis por uma terceira parte, independente,
De seguida falou Marta Moreira, gestora de de Qualidade do Grupo Ibersol. Este grupo de­ que assim atesta a qualidade e cumprimento de
Qualidade e Compras da McDonald’s Portu­ tém 14 marcas, entre franquiadas e próprias, requisitos. E se o mercado da certificação está
gal. Como pertença de multinacional que é, o como por exemplo KFC, Pans & Company, com um crescimento elevado, é tudo por pres­
sistema de segurança alimentar montado em Burguer King, Pizza Hut e Ó Kilo. Iniciou a são do consumidor. Afinal, até neste aspecto o
Portugal é similar ao resto do mundo, com sua actividade em 1989 e em 2007 tinha 414 cliente manda e tem sempre razão.
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