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Concentração Bancária

Brasileira: Uma Análise


Microeconômica

José Santiago Fajardo Barbachan


Marcelo Maciel da Fonseca

FINANCELAB WORKING PAPER - FLWP – 02 - 2004


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Concentração Bancária Brasileira:
uma Análise Microeconômica

José Santiago Fajardo Barbachan


IBMEC Business School

Marcelo Maciel da Fonseca1


IBMEC Business School

Março/2004

1
Autor para correspondência:
Endereço: Rua Miguel de Frias 77/1603 Bl. 02
24220-008. Icaraí- Niteroi, RJ.
e-mail: fonseca.marcelo@uol.com.br

1
RESUMO

Neste trabalho analisaremos os efeitos da concentração bancária brasileira sobre os spreads


praticados e estudaremos o problema relacionado a assimetria de informação, no contexto
dos empréstimos bancários, enfocando a evolução recente da concessão de empréstimos,
tendo em vista os parâmetros utilizados pelos bancos para avaliar a qualidade dos
tomadores de recursos. Mostraremos um modelo microeconômico que nos permitirá
analisar o setor bancário Brasileiro. Neste sentido a teoria da organização industrial mostra-
se adequada para explicar a dinâmica deste setor. Os bancos são tomados como
intermediários financeiros que utilizam insumos (depósitos) para produzir produtos
(empréstimos).

ABSTRACT

In this work we analyze the effects of Brazilian banking concentration over spreads
charged and to study the problem related to information asymmetries in the context of bank
loans, focusing on the evolution of recent loans granted, taken the parameters used by
banks to evaluate the quality of borrowers. Also, we show a microeconomic model that
allow us to analize the Brazilian banking sector. The industrial organization theory is
adequate to explain the dynamic of this sector. Banks are taken as financial intermediaries
which uses input (deposits) in order to produce output (loans).

JEL Code: D43

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1. Introdução

Nos últimos anos observou-se no Brasil grande mudança no setor bancário no que concerne
a concentração e consolidação do mesmo. A proliferação de instituições que ocorreu desde
a Reforma Bancária de 1964, instituída pela lei n.º 4595 de 31/12/1964, fez com que
surgissem grupos financeiros de portes diversos operando em bases nacionais, e não mais
regionais.
Após a reforma os bancos passaram a operar de forma segmentada, e muitos grupos
financeiros surgiram no Brasil. Em 1988 o Conselho Monetário Nacional (CMN) criou,
através da Resolução n.º 1524 de 21/09/1988, a figura do bancos múltiplos, reorganizando
as instituições oriundas das reformas anteriormente citadas. As mudanças ocorridas no
setor após esta alteração e outras, como o artigo 192 da Constituição de 1988, fizeram com
que se tenha observado grande aumento no número de instituições em operação no mercado
nacional, passando de 124 em 1988 para 242 em 1995.
Com o decorrer do tempo e em função da escalada inflacionaria, os bancos passaram a
registrar enormes ganhos em operações no “over-night”(títulos públicos com garantia de
recompra e com prazo de um dia) e “float” bancário, neste caso a instituição financeira
obtinha ganhos através de uma assimetria de indexação, ou seja, não corrigia os valores
parados em conta corrente ou obtidos através do recolhimento de tributos e aplicava os
mesmos em títulos públicos. A concessão de crédito ficava em segundo plano. Com a
implantação do Plano Real em 1994 e a queda brutal da inflação a ineficiência de diversas
instituições financeiras veio a tona levando o Banco Central a intervir em muitas delas no
sentido de diminuir a vulnerabilidade do sistema. O risco sistêmico, que é caracterizado
pela propagação por todo o sistema financeiro de uma ou mais quebras bancárias, levou o
BC a implementar em 1995 o PROER (Programa de estímulo à reestruturação e ao
fortalecimento do sistema financeiro nacional), os exemplos mais famosos de intervenção
ocorreram nos bancos Econômico, Bamerindus e Nacional. Importante também lembrar do
processo de privatização dos bancos estaduais implementado pelo governo federal. Este

3
tipo de ajuste não voluntário foi seguido de um ajuste voluntário. Os ajustes voluntários
ocorreram principalmente entre os bancos de porte médio que visavam obter ganhos de
escala e escopo através deste processo. A redução do número de bancos foi bastante
expressiva, uma vez que em 1995 existiam 242 instituições no sistema contra 165 em 2002.
Nota-se portanto que após esta “consolidação” o setor ficou mais concentrado, aumentando
o poder de mercado dos agentes remanescentes.
Vários trabalhos relativos a microestrutura do sistema bancário têm sido apresentados,
destacando-se a obra de Freixas e Rochet (1997), sendo esta um excelente compêndio sobre
os estudos de diversos autores acerca do tema. Os estudos sobre o problema da assimetria
de informação no mercado de crédito tem no trabalho seminal de Stiglitz e Weiss (1981)
um grande marco, principalmente pela demonstração do que os autores chamam de “credit
rationing” e sua repercussão sobre o equilíbrio no mercado de empréstimos. Sobre
intermediação financeira e os temas ligados a monitoramento e reputação (que guardam
relação com o problema da assimetria informacional) destacam-se os trabalhos de Diamond
(1984, 1991). Belaisch (2003) analisa se realmente os bancos competem no Brasil e conclui
que em função da estrutura do mercado os agentes se comportam oligopolisticamente e que
os mesmos não são eficientes.
No Brasil, cito o trabalho de Nakane (2001) sobre a competição bancária no Brasil,
Alencar (2003) sobre spread, inadimplência e empréstimos, e Tonooca e Koyama (2003)
sobre concentração bancária, taxa de juros e modalidade de crédito relacionada a taxa de
juros e participação de mercado. Os trabalhos relacionados a assimetria de informação tem
recebido contribuição de Canuto e Ferreira Júnior (1999) e de Braga (2000).
O presente trabalho está dividido da seguinte forma: na seção 2 apresentamos dados acerca
da concentração bancária brasileira, dando-se ênfase aos efeitos oriundos das reforma de
1964 e da implantação do Plano Real em 1994 como fatores determinantes para a
compreensão da estrutura bancária que se observa hoje em nosso país. Sobre esse assunto
observa-se nitidamente que a autoridade reguladora está mais focada em reduzir o risco
sistêmico em detrimento do aumento da concorrência no setor. Na seção 3 analisamos os
impactos das informações negativas sobre a oferta agregada de crédito às empresas e
pessoas físicas, procura-se averiguar se existe relação entre informações negativas sobre
clientes (títulos protestados e cheques sem fundo) e o volume de oferta agregada de crédito
na economia. Na seção 4 apresentamos um modelo de equilíbrio geral do sistema e
apresentamos o modelo monopolístico de Monti-Klein e sua adaptação para a versão

4
oligopolística. Na seção 5 apresentaremos um exemplo numérico para mostrar o efeito da
concentração bancária na determinação do spread na taxa de juros ofertadas no mercado.
Por último temos um apêndice com os programas implementados e as conclusões.

2. Evolução do Sistema Bancário Brasileiro:

2.1 A Reforma Bancária de 1964

A Lei n.º 4595 de 31/12/1964 reformou o sistema bancário brasileiro. Foi contemplada
nesta lei a criação do Banco Central do Brasil que começou a funcionar somente em 1965.
Na verdade as prerrogativas que após a lei passaram ao domínio do BCB eram
desempenhadas por diversas entidades públicas. Até 1945 cabia ao Banco do Brasil a
operação enquanto banco comercial e também como banco central do brasil. Em 1945
criou-se a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) que era então dirigida por
um Conselho presidido pelo Ministro da Fazenda. Cabia a SUMOC a formulação da
política monetária.

Pode-se afirmar que a reforma bancária ocorreu dentro de um escopo maior, no sentido de
reestruturar o sistema financeiro brasileiro. As reformas visavam segmentar o sistema
financeiro, ao induzir a especialização das instituições que operavam no mercado e ao
estabelecer vínculos entre captações e aplicação de recursos. Em 1988 o Conselho
Monetário Nacional (CMN), através da Resolução n.º 1524 de 21 de setembro de 1988,
criou a figura dos bancos múltiplos, permitindo que as sociedades oriundas da
reestruturação financeira tratada no parágrafo anterior se reorganizassem em uma única
instituição financeira. Em função dos processos de fusão ocorridos no final dos anos 60 até
meados dos anos 70 houve grande redução no número de bancos no sistema.

Em 1964 haviam 336 bancos comerciais, já em 1974 este número caiu para 109. Porém
observa-se movimento inverso a partir da Reforma Bancário de 1988, onde os bancos
comerciais se beneficiaram da alta inflação, pois lucravam no mercado de títulos públicos.
A tabela 1 mostra o aumento no número de bancos.

5
Tabela 1. Evolução do número de bancos

Ano Número de Bancos

1988 124
1989 196
1990 229
1991 236
1992 245
1993 253
1994 246
1995 242

2.2 Mudanças após o Plano Real (1994)

Com a queda brutal dos índices de inflação imposta pelo plano de estabilização os bancos
que obtinham boa parte de sua receita via “float” sobre os depósitos à vista (utilização de
recursos em trânsito na aplicação em títulos públicos), se depararam com uma nova
realidade. Paralelamente, como forma de regulação prudencial , o Conselho Monetário
Nacional (CMN) através da Resolução n.º 2099 de 17 de agosto de 1994 enquadrou os
agentes do sistema financeiro que tiveram que se adequar a necessidade de convergência
aos parâmetros introduzidos pelo Acordo da Basiléia (1988), o que serviu para reduzir o
risco sistêmico ao dar maior solidez ao sistema.
Com o efeito da estabilidade e do estreitamento dos ganhos outrora obtidos observou-se
uma corrida rumo ao aumento da produtividade através de investimentos pesados em novas
tecnologias de informação. Isto reflete-se na evolução do perfil dos postos de atendimento
bancário. Enquanto o número de agências foi reduzido em 8% entre 1994 e 1998, o número
de postos de atendimento eletrônico quintuplicou entre 1994 e 2001.

Como forma de fortalecer o sistema e aumentar a competitividade entre os participantes o


governo brasileiro facilitou a entrada de instituições estrangeiras em nosso sistema,
conforme tabela II.

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Tabela 2. Participação estrangeira no sistem a bancário brasileiro

Bancos Bancos Total % do sistem a


Com erciais Múltiplos brasileiro

31.12.1994 0 20 20 8,2
31.12.1998 1 43 44 21,9
31.12.1999 2 53 55 28,5
31.12.2000 3 56 59 30,9
31.12.2001 4 57 61 33,7

Fonte: Banco Central

O aumento substancial da participação estrangeira no sistema levou a uma busca


generalizada por aumento dos níveis de produtividade, havendo inclusive forte queda no
número de empregados no mesmo. Ao mesmo tempo os grupos nacionais passaram a olhar
o setor de forma mais estratégica visto o potencial e o tamanho dos novos concorrentes.
Isto pode ter sido a semente do processo de concentração bancária. Esta consolidação
reflete-se no seguinte: em 1994 os 20 maiores grupos bancários do país detinham 76% dos
ativos totais do sistema. Em 2000 eles passaram para 88%. E de forma similar ao
movimento de consolidação internacional observou-se diminuição no número de
instituições operando no país, conforme dados abaixo:

Tabela 3. Evolução de bancos comerciais, múltiplos e caixas econômicas no Brasil

Tipo Dez. 93 Dez. 94 Dez. 95 Dez. 96 Dez. 97 Dez. 98 Dez. 99 Dez. 00 Dez. 01 Dez. 02

Bancos Múltiplos 206 210 205 191 179 173 168 163 153 140
Bancos Comerciais 35 34 35 38 36 28 25 28 28 24
Caixas Econômicas 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1

Total 243 246 242 231 217 203 194 192 182 165

Fonte: Banco Central

É certo que foram obtidos muitos ganhos de produtividade através do processo. Economias
de escala e escopo foram conquistadas, porém ao se analisar a evolução do crédito
concedido (agregado) com o spread praticado não se observa este repasse aos tomadores de
empréstimos.

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Para evidenciar este fenômeno foram computados os dados relativos a oferta agregada de
crédito em operações com juros pré-fixados e os percentuais de spread cobrados nestas
operações, no período entre 01/2000 até 10/2003, apurados pelo BCB, tanto para pessoa
jurídica como para a pessoa física. Calculou-se também a correlação entre as duas séries,
sendo que a matriz para cálculo do índice foi formada pelos valores resultantes da variação
mensal dos valores pesquisados. Seria esperada relação inversa entre volume de crédito e
spread pois os ganhos de escala e escopo fariam com que o custo do dinheiro se reduzisse
com o aumento do volume de empréstimos. O resultado encontrado para a correlação entre
o volume de empréstimos e o spread cobrado das pessoas jurídicas foi de -0,13342. O
valor encontrado para pessoa física foi de 0,12033.
Apesar do valor encontrado ter sido negativo (embora este número seja negativo, o
tamanho da nossa amostra não nos permite concluir que ele seja significativamente
negativo), para a pessoa jurídica, esperava-se que fosse mais relevante, pois como já dito
anteriormente uma das conseqüências da concentração bancária seria o aumento nos
ganhos em economia de escala e escopo. Já a pessoa física apresentou correlação positiva,
o que invalida qualquer evidência de que o setor bancário brasileiro esteja repassando os
ganhos de eficiência aos consumidores. Em recente trabalho publicado pelo FMI a
economista Agnés Belaisch (2003) questiona se os bancos brasileiros competem. Segunda
ela o setor bancário brasileiro se comporta como um oligopólio, utilizando poder de
mercado para auferir ganhos adicionais. Afirma também que em comparação com outros
países o setor não é eficiente (apesar de ter evoluído em comparação com a fase anterior a
chegada dos bancos estrangeiros). O gráfico abaixo mostra a concentração do setor
refletida na participação dos ativos totais do sistema em mãos dos dez maiores bancos:

A t iv o t o t a l 1 0 m a io r e s b a n c o s X T o t a l a t iv o s d o s is t e m a
b a n c á r io (J u n h o /2 0 0 3 )

7 0 ,0 0 6 6 ,1 4

6 0 ,0 0
Participação (%)

5 0 ,0 0
4 0 ,0 0
3 0 ,0 0
1 6 ,9 2
2 0 ,0 0 1 1 ,0 4 1 0 ,8 7 8 ,3 9
1 0 ,0 0 5 ,0 2 4 ,2 5 3 ,2 9 2 ,5 8 1 ,9 5 1 ,8 3
0 ,0 0
os
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Fonte: Banco Central do Brasil

8
Muito se fala dos componentes que compõe o spread bancário (cunha fiscal, custos
administrativos, inadimplência e margem do banco), sobretudo do repasse fiscal e dos
impactos da inadimplência. Não há sombra de dúvida que nosso sistema judiciário é por
demais moroso e que isto agrava os custos dos empréstimos, porém pode-se contra-
argumentar esse fato se analisarmos o volume de empréstimos concedidos na economia.
Como exemplo, abaixo está demonstrado o volume total de crédito como relação do PIB
em diversos países.

Crédito total em relação ao PIB (1998 - 2001) em %

140 131,28
123,54
120 109,97 105,73 110,17
100 86,20
80 72,91
62,73
60
35,23
40 28,97
23,44
15,02
20
0
a
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Fonte: International Financial Statistics, fev./2003, FMI


Deflator: Índice de preços ao consumidor

Com uma razão tão baixa Crédito/PIB as atividades de monitoramento delegadas aos
bancos poderiam ser executadas eficientemente, da mesma forma que a análise e seleção
de projetos (“screening”) também poderia ser exercida ao mesmo nível.

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3. Impactos das Informações Negativas Sobre a Oferta Agregada de
Crédito às Empresas e Pessoas Físicas

Os bancos tem a característica de oferecerem serviços de transformação de ativos, o que faz


com que se ajustem necessidades de depositantes e tomadores em termos de volume de
recursos. Sobre o tema do monitoramento e reputação Diamond (1984) sugere que ao
diversificar a carteira de empréstimos, o monitor (banco) minimiza o custo de delegação do
monitoramento, fazendo com que os depósitos tenham risco próximo de zero. Portanto a
capacidade de diversificação explica, segundo Diamond, o uso de intermediários
financeiros e de seus serviços de monitoramento. Pelo lado da qualidade da informação o
baixo número de empresas de capital aberto, que por força da legislação devem publicar
balanços e sofrer auditoria independente, faz com que mesmo para os intermediários a
qualidade da informação seja precária. Os bancos tentam contornar o problema gerado
pelas fricções do mercado através da geração de informações de seus clientes.

3.1 Bancos e Assimetria de Informação

Existem diversas formas de se obter informações à respeito dos investidores no mercado.


Como já explicado, obte-las através de balanços acurados e independentemente auditados
faz com que o universo de empresas seja muito pequeno. Os bancos geram informação
através de diversas fontes, dentre elas destacamos:

- pesquisa ao Cadastro de Cheques sem Fundo: disponibiliza as ocorrências de emissão


de cheques sem lastro para pagamento. É um forte sinalizador;
- pesquisa o Registro de Títulos Protestados: disponibiliza o histórico de títulos
(normalmente duplicatas mercantis) que se encontram sem pagamento. Dá acesso
também a pedidos de concordata e falência. É um forte sinalizador;.
- pesquisa à Central de Risco do Banco Central (CRC): disponibiliza o montante de
crédito que determinada agente tem tomado no mercado bancário (os dados são
enviados mensalmente ao BC que os resume).

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Obs.: A Central de Risco de Crédito do Banco Central (CRC) foi implantada em 1997 e
também é largamente utilizada entre os bancos, contudo neste trabalho só foram
computados dados referentes aos títulos protestados e aos cheques sem fundo.
Cabe destaque às informações geradas dentro da própria instituição. As empresas e
indivíduos costumam utilizar diversos serviços oferecidos pelos bancos, tais como:
cobrança de recebíveis, pagamento de folha de salários, recolhimento de impostos, seguros,
arrendamentos, capital de giro, desconto de duplicata, dentre outros. Contudo estas
informações não estão disponíveis ao mercado, logo entende-se que empresas e indivíduos
se beneficiam em concentrar diversos produtos em uma mesma instituição de crédito. Esta
dinâmica confirma a existência de custos relacionados a troca de intermediários (shift cost)
por parte dos agentes superavitários e deficitários em recursos.
O sistema de crédito brasileiro encontra muitas dificuldades em atribuir valores absolutos
ou mesmo subjetivos aos projetos onde os recursos dos empréstimos serão alocados.
Problemas adicionais como a morosidade na cobrança e execução das garantias (sistema
judiciário) além da dificuldade de acionar juridicamente gestores e acionistas de sociedades
limitadas fazem com que surjam barreiras à aquisição de empréstimos. Este tipo de falha
institucional pode incentivar problemas ex-post relacionados ao risco moral, segundo Braga
(2000) existem vários incentivos às ações que resultem em problemas de risco moral, eles
podem ser: i) quando o custo de inadimplência é menor do que o custo de quitar a dívida;
ii) quando, numa situação de inadimplência, a possibilidade de renegociação que beneficie
o devedor é mais vantajosa sob o ponto de vista do credor; iii) quando o esforço do devedor
na condução do empreendimento financiado não é observado pelo credor. Isto tudo leva a
uma aversão a riscos da parte dos bancos que por esse motivo tendem a ter dificuldades em
diversificar seus portfolios. Os problemas relativos a assimetria informacional também
podem se dar ex-ante caracterizando a seleção adversa. Stiglitz deu grande contribuição ao
defender que a taxa de juros cobrada (preço) não serve para equilibrar o mercado de
crédito, pois em um contexto de maior demanda por crédito, os bancos em função dos
problemas informacionais, podem optar pelo racionamento do crédito, o risco de falência
explica este comportamento. Como explicado por Canuto e Ferreira Júnior (1999), à
medida que as informações que os banco detêm dos investidores sejam imperfeitas acerca
dos projetos propostos, a dificuldade de diferenciá-los (entre de baixo custo risco e alto
risco) pode levar ao racionamento de crédito.

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A seguir serão apresentados os resultados obtidos a partir da observação do volume do
crédito concedido em operações com juros pré-fixados e do volume de informações
negativas (somatório de títulos protestados e dos cheques sem fundos), observados no
período entre 01/2000 até 10/2003. Da mesma forma que o exposto na seção anterior
calculou-se a correlação entre as séries a partir da variação mensal dos valores absolutos.
Os resultado da correlação para a pessoa jurídica foi: -0,44682 e para a pessoa física foi
0,05648. O comportamento do setor bancário no segmento da pessoa jurídica podería nos
indicar que a inadimplência levou a uma redução na oferta de crédito, conforme a
correlação negativa encontrada, o que é razoável e previsível tendo em vista os argumentos
apresentados ao longo da seção. Contudo o segmento da pessoa física apresenta resultado
oposto, o que poderia indicar que o setor bancário, no período analisado, não levou em
conta os efeitos negativos do aumento das negativações sobre suas carteiras de
empréstimos. É possível que o setor bancário tenha adotado uma estratégia de crescimento
independente do volume de negativações na economia, ou mesmo que um número cada vez
maior de novos correntistas estivessem entrando no sistema em proporção superior aos
negativados. Em nenhum dos casos o argumento de que o spread praticado na economia é
alto em função, dentre outras fatores, da inadimplência não parece razoável tendo em vista
os dados analisados das pessoas físicas.

Um dos motivos que pode explicar os resultados ambíguos das correlações calculadas para
a pessoa jurídica e a pessoa física é o que se chama de “shift-cost”, que é o custo que um
agente incorre quando troca de instituição financeira. Para as pessoas físicas este custo é
maior do que para as pessoas jurídicas, pois estas últimas costumam se relacionar com
diversas instituições, ao contrário das pessoas que têm seu histórico de crédito com um
único banco em sua grande maioria.

Importante também ressaltar que se o risco de crédito (aqui representado pelas


negativações) fosse realmente alto, o mercado deveria observar um racionamento de crédito
(credit rationing), segundo as premissas de Stiglitz e Weiss (1981), e o que se observa é um
aumento constante na oferta agregada de crédito na economia.

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4. Microeconomia Bancária
Nesta seção apresentaremos um modelo de equilíbrio geral do tipo ''Arrow-Debreu'' para o
sistema bancário, denotemos por:
f = firmas
h = famílias
b = bancos

Neste modelo não incluiremos o setor público. O modelo é de dois períodos (t= 1,2).
Apenas um bem físico, parte consumido em t=1 e o resto em t=2. Temos uma firma
representativa, um consumidor representativo e um banco representativo. Além disto temos
a seguinte notação adicional:
+ = oferta
− = demanda

Nos mercados financeiros temos que as firmas e os bancos são plenamente financiados com
recursos das famílias, logo:
Bf + Bb = Bh
Onde:

Bh = ativos das famílias


Bh = passivo das firmas
Bb = passivo dos bancos

As firmas captam recursos através da emissão de títulos ou empréstimos e aplicam em


investimentos. Seu balanço patrimonial é dado como a seguir:

Ativo = Investimentos (I )
Passivo = Títulos (Bf ) e Empréstimos (L− )

As famílias aplicam seus recursos no mercado financeiro em títulos Bh ou mantém


depósitos bancários D + . Seu balanço é o seguinte:

Ativo = Títulos (Bh) e Depósitos (D + )


Passivo = Poupança (S )

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Os bancos captam recursos através da emissão de títulos próprios (Bb), ou pela captação da
poupança das famílias ( D − ), estas operações passivas servem para alavancar suas
operações ativas, que são os empréstimos concedidos às firmas ( L+ ). Seu balanço é assim
representado:
Ativo = Empréstimos (L+ )
Passivo = Títulos (Bb) e Depósitos (D − )

O Consumidor consome nos períodos 1 e 2 (C1 e C2), aloca sua poupança S em títulos Bh e
depósitos D + de forma a maximizar sua função utilidade (u), respeitando sua restrição
orçamentária. Desta forma o problema do consumidor (Ph) é o seguinte:

max u (C1 , C2 )
sujeito a:
C1 + Bh + D + = w1 (1)
C2 = π f + π b + (1 + r ) Bh + (1 + rD ) D + (2)
Onde:

w1 = dotação inicial de consumo do bem


r = taxa de juros paga sobre títulos
rD = taxa de juros paga sobre depósitos
π f = lucro proveniente da firma
π b = lucro proveniente do banco

Ambos (lucro das firmas e dos bancos) distribuídos ao consumidor em t=2. Em (1) a
dotação inicial é a soma do pano do consumo em t=1, os títulos aplicados no mercado
financeiro e os depósitos efetuados nos bancos. Em (2) o plano de consumo em t=2 é a
soma dos lucros obtidos pela aplicação em bancos e firmas, mais a remuneração dos títulos
e dos depósitos. Para que haja solução interior do problema, temos que:

r = rD (3)

As firmas escolhem seus investimentos e sua alavancagem de forma a maximizar seus


lucros, logo o problema da firma (Pf) é o seguinte:

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max π f
sujeito a:
π f = f ( I ) − (1 + r ) Bf − (1 + rL ) L− (4)
Sendo:
I = Bf + L−
Onde:
f = função produção
rL = taxa de juros paga sobre empréstimos

O lucro da firma é função dos investimentos, deduzido dos juros e principal pagos sobre os
títulos emitidos Bf e sobre os empréstimos contraídos L− . Da mesma forma do problema
do consumidor, para que haja solução interior temos que:

r = rL (5)

O Banco: ao escolher seu nível de operações ativas L+ , sua demanda por depósitos D − e
emissão de títulos Bb, os bancos maximizam seu lucro. O problema do banco (Pb) é o
seguinte:
max π b

sujeito a:
π b = rL L+ − rBb − rD D − (6)

Sendo:
L+ = Bb + D −

O banco obtém lucro pela apuração da renda obtida em empréstimos concedidos deduzido
dos juros e principal pagos sobre títulos emitidos Bb e sobre os depósitos captados D − .

4.1 Equilíbrio Arrow-Debreu

Definimos um equilíbrio para este modelo como um vetor de taxas de juros (r , rL , rD ) e três

vetores de oferta e demanda, onde:


- Vetor do Consumidor (C1, C2, Bh, D + ): representa os planos de consumo (em t=1,2), e a
oferta de recursos aos mercados financeiros.
15
- Vetor da firma (I, Bf, L− ): representa os investimentos efetuados e a alavancagem
financeira.
- Vetor do Banco ( L+ , Bb, D − ): representa a aplicação dos recursos e a captação dos
mesmos.

Para o equilíbrio geral é necessário que os agentes se comportem otimamente, isto é, suas
decisões resolvam o problema de cada um. Dessa forma os mercados se equilibram como a
seguir:

I = S = para o mercado de bens;


D + = D − = para o mercado de depósitos;
L+ = L− = para o mercado de crédito;
Bh = Bf + Bb = para o mercado financeiro;
r = rL = rD .

Se aceitas estas premissas temos que o lucro dos bancos será igual a zero, e que as famílias
e as firmas serão indiferentes quanto a suas escolhas de aplicação e alavancagem
respectivamente. A conseqüência imediata seria a de que os bancos seriam instituições
irrelevantes. Na verdade o equilíbrio geral à la Arrow-Debreu não se adapta ao setor
bancário pois este tem características particulares como o problema relacionado a
assimetria de informação, que inviabiliza a possibilidade de que os mercados financeiros
sejam completos.

4.2 Modelo de Monti-Klein de um banco monopolístico

O modelo original considera um banco monopolístico que se defronta com uma demanda
descendente por empréstimos L(rL ) , e uma oferta ascendente de depósitos D (rD ) . Por

conveniência as funções serão invertidas, passando a serem descritas da seguinte forma:


(rL ( L), rD ( D )), logo as variáveis de decisão dos bancos serão L (quantidade de

empréstimos) e D (quantidade de depósitos). Seu capital próprio é dado. O lucro do banco


será a soma das margens de intermediação dos depósitos e empréstimos deduzida da função
representativa do custo:

16
π = π ( L, D) = (rL ( L) − r ) L + (r (1 − α ) − rD ( D)) D − C ( D, L)

Onde:

r = taxa dada pelo banco central para o mercado interbancário


α = coeficiente referente ao depósito compulsório sobre os depósitos recolhidos pelo banco central
C ( D, L) = função custo do banco, refere-se ao custo de gestão dos depósitos e dos empréstimos

Para que o lucro π seja maximizado pela condição de primeira ordem, assume-se que π é
côncavo. As condições de primeira ordem são:

∂π
= rL ′ ( L) L + r L −r − CL′ ( D, L) = 0 (7)
∂L

∂π
= − rD′ ( D) D + r (1 − α ) − rD − CD′ ( D, L) = 0 (8)
∂D

As elasticidades da demanda por empréstimos e da oferta de depósitos são:

rL L ′ (rL )
εL = − >0
L(rL )
rD D ′ (rD )
εD = >0
D(rD )

A solução (rL* , rD* ) de (7) e (8) é:

rL* − (r + CL′ ) 1
= (9)
*
rL ε L (rL* )

r (1 − α ) − CD′ − rD* 1
= (10)
*
rD ε D (rD* )

As equações (9) e (10) têm no seu lado esquerdo o Índice de Lerner e no lado direito o
inverso da elasticidade. Portanto quanto maior o poder de mercado de um banco sobre
depósitos e empréstimos, menor será a elasticidade e maior será o Índice de Lerner. Neste
modelo as margens de intermediação são maiores quando os bancos têm maior poder de

17
mercado. Portanto um banco monopolístico irá ajustar seu volume de depósitos e
empréstimos de tal forma que o Índice de Lerner iguale o inverso das elasticidades. À
medida que produtos substitutos (contestáveis) aos produtos bancários surjam as margens
bancárias de intermediação serão afetadas negativamente.

4.3 O modelo Oligopolísta

Na versão oligopolística o modelo de Monti-Klein é adaptado para um número finito N de


bancos, como um modelo de competição imperfeita à la Cournot. Considere-se o caso de N
bancos indexados de n=1,.....,N , tendo como premissa, para simplificação, que estes têm a
mesma função custo, tomada como linear:

Cn ( D , L ) = γ D D + γ L L , n = 1,....., N

Onde os custos marginais de intermediação são constantes:

γ D ≡ C D′
γ L ≡ C L′

O equilíbrio de Cournot para o setor bancário é um vetor N-tuplo (Dn* , L*n ), n=1,....,N , tal

que para cada n (cada banco), (Dn* , L*n ), maximiza o lucro do banco n, tomando o volume

de depósitos e empréstimos dos outros n bancos como dados (função reação). Logo, para
cada n, (Dn* , L*n ), resolve:

 
max (rL ( Ln + ∑ L*m ) − r ) Ln + (r (1 − α ) − rD ( Dn + ∑ Dm* )) Dn − C ( Dn , Ln ) 

( Dn , Ln )
m≠n m≠n 

O único equilíbrio possível é o equilíbrio simétrico que se dá quando os bancos ajustam


seus empréstimos e depósitos como a seguir:

D* L*
D =
*
n e Ln =
*

N N

18
A condição de primeira ordem é:

∂π n ′ * L
*
= rL ( L ) + rL ( L* ) − r − γ L = 0
∂Ln N

∂π n D*
= − rD′ ( D* ) + r (1 − α ) − rD ( D* ) − γ D = 0
∂Dn N

As condições de primeira ordem também podem ser descritas como a seguir

rL* − (r + γ L ) 1
= (11)
*
rL N ε L (rL* )

r (1 − α ) − γ D − rD* 1
= (12)
*
rD N ε D (rD* )

Se compararmos estas equações a (9) e (10) notamos que a única diferença entre o caso do
monopólio e o equilíbrio de Cournot é que as elasticidades são multiplicadas por N.
Portanto o Monti-Klein pode ser interpretado como um modelo de competição imperfeita
com N=1 (monopólio) e quando N=∞ , como um modelo de competição perfeita. As
equações (11) e (12) servem como possível teste de competição imperfeita no setor
bancário, pois a sensibilidade de rL* e rD* à mudanças na taxa r, depende de N que é uma

proxy para a intensidade da competição, a saber:

N = 1 , (monopólio)
N = +∞ , (competição perfeita)

Assumindo, por simplificação, que as elasticidades são constantes:

∂rL* 1 ∂rD* 1−α


= e =
∂r 1 ∂r 1
1− 1+
NεL Nε D

19
A medida que aumenta a competição (N aumenta), rL* se torna menos sensitivo a r e rD* , se

ocorrer o contrário, se torna mais sensitivo à mudanças em r.

Outros tipos de estrutura de mercado relacionadas a um oligopólio são: Stackelberg,


Bertrand e Sweezy. A seguir um exemplo que mostra como a concentração bancária afeta a
determinação das taxas.

5. Exemplo Numérico

Nesta seção vamos apresentar um exemplo numérico simples que nos permita encontrar as
soluções do modelo oligopolístico e assim mostrar como a concentração bancária afeta a
determinação do spread. Para tal efeito assumiremos as seguintes funções e parâmetros:

• As funções inversas da demanda por empréstimos e da oferta de depósitos

−1
ηL
rL ( L) = L
1
ηD
rD ( D) = D

Observe que as funções L(rL) e D(rD) são decrescentes e crescentes, respectivamente, fato
desejado e observado no mercado. Tomaremos η L = 0,15 e η D =0,8

• As funções custo dos bancos serão iguais e lineares:

C ( D, L ) = γ D D + γ L L

Onde tomaremos γD = 0,08 e γD = 0,06.

Os últimos parâmetros são a taxa SELIC anual r=0.165 e o compulsório α=0,45.

Substituindo estas funções e parâmetros nas condições de primeira ordem, poderemos


encontrar as soluções ótimas para D* e L* como função do número de bancos. Para isto
implementaremos os seguintes programas no Matlab©: rl.m, rd.m, taxal.m e taxad.m.

20
Agora podemos fazer um gráfico que nos mostrará como evolui o spread com o número de
bancos (spread.m).2:

Podemos ver que o spread cai substancialmente com o número de bancos, e a partir de 10,
este fica mais estável.

6. Conclusões
O estudo da microeconomia bancária tem dado grande contribuição para o melhor
entendimento do funcionamento do setor financeiro. É com base em um consistente
arcabouço teórico que pode-se observar e compreender melhor a realidade do setor no
Brasil. Quanto a isso está claro que houve nos últimos trinta anos um movimento de
concentração no setor em nível nacional e mundial. Este fenômeno ocorreu em função da

2
Ver apêndice.
21
desregulamentação dos mercados, do incremento do comércio mundial e pela demanda de
produtos e serviços financeiros cada vez mais sofisticados. No Brasil, a Reforma Bancária
de 1964 foi o marco divisor do sistema bancário brasileiro. Contudo a onda de mudanças
que o sistema financeiro brasileiro experimentou em paralelo às mudanças estruturais na
nossa economia, como a queda da inflação e uma maior regulação do sistema, parece ter
cumprido o papel de fazer com que o setor também se concentrasse por aqui, porém ser
termos a certeza de que os ganhos de produtividade com essa nova organização tenham
sido transferidos para o público. Isso se reflete no alto spread ainda pago pelos investidores
e pela taxas pagas sobre os depósitos que não são de forma alguma tão elásticas quanto as
taxas de juros sobre empréstimos. Se por um lado louva-se a preocupação do BCB em
administrar de forma cuidadosa o risco sistêmico, por outro lado observa-se que não existe
qualquer restrição a novas aquisições por parte dos mesmos compradores. Sobre o setor
financeiro não existe nenhum tipo de controle concorrencial como o que se observa sobre
outros setores. Não existem ainda estudos conclusivos quanto ao impacto do poder de
mercado dos bancos sobre as taxas de juros. Ao se avaliar os impactos dos efeitos da
assimetria de informação sobre o mercado de empréstimos mostrou-se que informações
negativas quanto a reputação dos investidores não tem afetado o crescimento da oferta de
crédito. Deste resultado podemos tirar pelo menos duas conclusões: ou os bancos não
restringem crédito em função de informações negativas de seus clientes, o que invalidaria
os efeitos da inadimplência sobre o spread praticado, ou novos clientes estão entrando no
sistema, substituindo os “negativados”, sendo esta alternativa válida, e levando-se em conta
a tese defendida por Stiglitz (1981), conclui-se que a taxa de juros cobrada não deveria
refletir nenhum tipo de risco de falência pois o mercado não está passando por
racionamento bancário (credit rationing).

7. Apêndice: Codigos do Matlab®

rl.m
function y=rl(x)
global n
y = -1/0.15*x^(-1/0.15)./n+x^(-1/0.15)-0.225;

22
rd.m
function y=rd(x)
global n
y = -1/0.8*x^(1/0.8)/n-x^(1/0.8)+0.165*0.55-0.08;

taxal.m
function y=taxal(x)
global n
n=x
y=fsolve('rl',1);

taxad.m
function y=taxad(x)
global n
n=x
y=fsolve('rd',1);

spread.m
N=input('numero maximo de Bancos: ');
for n=2:N
sp(n)=taxal2(n)-taxad2(n);
end
n=2:30;
plot(n,sp(2:end));

8. Referências

Albenes, César. O processo de reestruturação dos bancos numa perspectiva histórica, a


partir dos anos 60 no Brasil. (site www.anpuhes.hpg.ig.com.br).
Alencar, L.S. 2003. Simulação de spread, inadimplência e empréstimos baseadas em
um modelo de equilíbrio geral. Economia Bancária e Crédito: Avaliação de 3 anos do
projeto Juros e Spread Bancário. 2002. Banco Central do Brasil. 59-79.

23
Barbosa, F.H. O sistema financeiro brasileiro. (site www2.fgv.br).
Belaisch, A . 2003. Do Brazilian Banks Compete ?. IMF Working Paper 03/113
(Washington: International Monetary Fund).
Braga, M. 2000. Algumas considerações teóricas e implicações decorrentes da relação
contratual entre credor e devedor sob a hipótese de existência de assimetria de
informação. Texto para discussão. Série economia.
Canuto, O . , e R. Ferreira Júnior. 1999. Assimetrias de informação e ciclos econômicos:
Stiglitz é Keynesiano?. Texto para discussão. IE/Unicamp. N.º 73.
Dermine, J. 2000. Bank mergers in Europe: the public policy issues. Journal of Common
market studies. Vol. 38, N.º 3, 409-425.
Diamond, D. 1984. Financial intermediation and delegated monitoring. Review of
economic studies.
Diamond, D. 1991. Monitoring and reputation: the choice between bank loans and
directly placed debt. Journal of Political Economy 99: 689-721.
Economia Bancária e Crédito: Avaliação de 3 anos do projeto Juros e Spread
Bancário. 2002. Banco Central do Brasil.
Freixas, X., e JC Rochet. 1997. Microeconomics of Banking . 1-89. MIT Press.
Nakane, M.I. 2001. A test of competition in brazilian banking. Working paper series N.º
12. Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep-BCB).
Stiglitz, J.E., A . Weiss. 1981. Credit Rationing with imperfect information. The
American Economic Review, Volume 71, N.º 3. 393-410.
Stiglitz, J.E. Dec.1988. Money, credit and business fluctuations. Economic Record,
V.64, N.º 187, 307-22.
Tonooka,.E.K. , e S. Koyama. 2003. Taxa de juros e concentração bancária no Brasil.
Trabalhos para discussão N.º 62. Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep-BCB).

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