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domingo, 13 de Abril de 2008

Freud e o inconsciente
Contributos na história da Psicologia para o estudo do
comportamento humano na sua complexidade

Freud e o inconsciente

Freud distinguiu três níveis de consciência, na sua inicial divisão


topográfica da mente:

- Consciente - diz respeito à capacidade de ter percepção dos


sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento;

- Pré-consciente - relaciona-se com os conteúdos que podem


facilmente chegar à consciência;

- Inconsciente - refere-se ao material não disponível à consciência ou


ao escrutínio do indivíduo.
No entanto, o ponto nuclear da abordagem psicanalítica de Freud é a
convicção da existência do inconsciente como:
a) Um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas;
b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade,
por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.

A perspectiva psicanalítica de Freud surgiu no início do século XX,


dando especial importância às forças inconscientes que motivam o
comportamento humano. Freud, baseado na sua experiência clínica,
acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas
experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida.
Desta forma, assumia que os conteúdos inconscientes, apenas se
encontravam disponíveis para a consciência, de forma disfarçada
(através de sonhos e lapsos de linguagem, por exemplo). Neste
sentido, Freud desenvolveu a psicanálise, uma abordagem
terapêutica que tem por objectivo dar a conhecer às pessoas os seus
próprios conflitos emocionais inconscientes. Freud acreditava que a
personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as
crianças lidam com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos,
ligados às pulsões e às exigências da sociedade.
Considerou que estes conflitos ocorrem numa sequência invariante de
fases baseadas na maturação do desenvolvimento psicossexual, no
qual a gratificação se desloca de uma zona do corpo para outra – da
zona oral para a anal e depois para a zona genital. Em cada fase, o
comportamento, que é a principal fonte de gratificação, muda – da
alimentação para a eliminação e, eventualmente, para a actividade
sexual.
Das cinco fases do desenvolvimento da personalidade, Freud
considerou as três primeiras - relativas aos primeiros anos de vida –
como sendo cruciais. Sugeriu que, o facto das crianças receberem
muita ou pouca gratificação em qualquer uma destas fases, pode
levar ao risco de fixação – uma paragem no desenvolvimento – e
podem precisar de ajuda para ir para além da fase dessa fase.
Acreditava ainda que as manifestações de fixações na infância
emergiam em adulto.
Segundo Freud, durante a fase fálica, no período pré-escolar, quando
a zona de prazer muda para os genitais, ocorre um acontecimento-
chave no desenvolvimento psicossexual: os rapazes desenvolvem
uma ligação ou vínculo sexual à mãe e as raparigas ao pai e vêem
como rival a figura parental do mesmo sexo (denominado de
“Complexo de Édipo”); o rapaz aprende que a rapariga não tem pénis,
assumindo que aquele foi cortado e teme que o seu pai o possa
também castrar. A rapariga, por sua vez, experiencia, o que Freud
chamou de inveja do pénis e culpa a sua mãe por não lhe ter dado
um pénis. Possivelmente, as crianças resolvem a sua angústia
identificando-se com a figura parental do mesmo sexo. Durante o
período escolar, fase da latência, as crianças acalmam, socializam-se,
desenvolvem competências e aprendem acerca de si própria e da
sociedade. A fase genital, a última fase subsiste pela vida adulta. As
mudanças físicas da puberdade reactivam a libido, a energia que
alimenta as pulsões sexuais.
As pulsões sexuais da fase fálica, reprimidas durante a latência,
voltam a emergir para fluir de uma forma socialmente aceite, naquilo
que Freud definiu como relações heterossexuais com pessoas forra da
família de origem.

Freud propôs ainda três hipotéticas instâncias da personalidade: o id,


o ego e o superego.

O id é o reservatório inconsciente das pulsões, as quais estão sempre


activas. Regido pelo princípio do prazer, o id exige satisfação
imediata desses impulsos, sem levar em conta a possibilidade de
consequências indesejáveis.
O ego funciona principalmente a nível consciente e pré-consciente,
embora também contenha elementos inconscientes, pois evoluiu do
id.
Regido pelo princípio da realidade, o ego cuida dos impulsos do id,
logo que encontre a circunstância adequada. Desejos inadequados
não são satisfeitos, mas reprimidos. Apenas parcialmente consciente,
o superego serve como um censor das funções do ego (contendo os
ideais do indivíduo derivados dos valores familiares e sociais), sendo
a fonte dos sentimentos de culpa e medo de punição.
Obstáculo ao Crescimento: a Ansiedade
Para Freud, o principal problema da psique é encontrar maneiras de
enfrentar a ansiedade. Esta é provocada por um aumento, esperado
ou previsto, da tensão ou desprazer, podendo se desenvolver em
qualquer situação (real ou imaginada), quando a ameaça a alguma
parte do corpo ou da psique é muito grande para ser ignorada,
dominada ou descarregada. As situações prototípicas que causam
ansiedade incluem as seguintes:
1. Perda de um objecto desejado - Por exemplo, uma criança privada
de um dos pais, de um amigo íntimo ou de um animal de
estimação.2. Perda de amor - A rejeição ou o fracasso em
reconquistar o amor, por exemplo, ou a desaprovação de alguém que
lhe importa.3. Perda de identidade - É o caso, por exemplo, daquilo
que Freud chama de medo de castração, da perda de prestígio, de ser
ridicularizado em público.4. Perda de auto-estima -. Por exemplo a
desaprovação do Superego por actos ou traições que resultam em
culpa ou ódio em relação a si mesmo.
A ameaça desses ou de outros eventos causa ansiedade e haveria,
segundo Freud, dois modos de diminuir a ansiedade. O primeiro modo
seria lidando directamente com a situação. Resolvemos problemas,
superamos obstáculos, enfrentamos ou fugimos de ameaças, e
chegamos a termo de um problema a fim de minimizar seu impacto.
Desta forma, lutamos para eliminar dificuldades e diminuir
probabilidades de sua repetição, reduzindo, assim, as perspectivas de
ansiedade adicional no futuro.
A outra forma de defesa contra a ansiedade deforma ou nega a
própria situação. O Ego protege a personalidade contra a ameaça,
falsificando a natureza desta. Os modos pelos quais se dão as
distorções são denominados Mecanismos de Defesa.

Mecanismos de defesa

Mecanismos de defesa são processos psíquicos inconscientes que


aliviam o ego do estado de tensão psíquica entre o id intrusivo, o
superego ameaçador e as fortes pressões que emanam da realidade
externa.
Devido a esse jogo de forças presente na mente, em que as mesmas
se opõem e lutam entre si, surge a ansiedade cuja função é a de
assinalar um perigo interno. Esses mecanismos entram em acção
para possibilitar que o ego estabeleça soluções de compromisso (para
problemas que é incapaz de resolver), ao permitir que alguns
componentes dos conteúdos mentais indesejáveis cheguem à
consciência de forma disfarçada.
No que toca ao fortalecimento do ego, a eficiência desses
mecanismos depende do nível de integração dessas forças mentais
conflituosas por parte do ego, pois diferentes modalidades de
formação de compromisso poderão (ou não) vir a tornar-se sintomas
psiconeuróticos.
Quanto mais o ego estiver bloqueado em seu desenvolvimento, por
estar enredado em antigos conflitos (fixações), apegando-se a modos
arcaicos de funcionamento, maior é a possibilidade de sucumbir a
essas forças.

Os principais mecanismos de defesa são os seguintes:

1. Repressão - retirada de ideia, afectos ou desejos perturbadores da


consciência, pressionando-os para o inconsciente.
2. Formação reactiva - fixação de uma ideia, afecto ou desejo na
consciência , opostos ao impulso inconsciente temido.
3. Projecção - sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a
outras pessoas.
4. Regressão - retorno a formas de gratificação de fases anteriores,
devido aos conflitos que surgem em estágios posteriores do
desenvolvimento.
5. Racionalização - substituição do verdadeiro, porém assustador,
motivo do comportamento por uma explicação razoável e segura.
6. Negação - recusa consciente para perceber fatos perturbadores.
Retira do indivíduo não só a percepção necessária para lidar com os
desafios externos, mas também a capacidade de valer-se de
estratégias de sobrevivência adequadas.
7. Deslocamento - redireccionamento de um impulso para um alvo
substituto.
8. Anulação - através de uma acção, busca-se o cancelamento da
experiência prévia e desagradável.
9. Interjeição - estreitamente relacionada com a identificação, visa
resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a
própria personalidade, certas características de outras pessoas.
10. Sublimação - parte da energia investida nos impulsos sexuais é
direccionada à consecução de realizações socialmente aceitáveis
(e.g., artísticas ou científicas).
Em suma, a teoria de Freud constituiu uma importante contribuição
histórica. Fez-nos tomar consciência dos pensamentos e emoções
inconscientes, da ambivalência das relações precoces de pais e filhos,
e da presença, desde o nascimento, de pulsões sexuais. O seu
método psicanalítico influenciou muito a psicoterapia actual, embora
a teoria freudiana se inscreva largamente na história e sociedade da
época (na cultura europeia da época Vitoriana).

Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1856 — Londres, 23 de setembro de


1939) foi um médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise.
Nasceu em Freiberg, Morávia (hoje Příbor), quando esta pertencia ao
Império Austríaco.

Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose,


estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com
interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por
Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação livre e da
interpretação dos sonhos. Estes elementos tornaram-se as bases da
psicanálise. Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Prémio
Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter
realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos
pelo inconsciente.

Freud, suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram


controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos
hoje. Suas idéias são freqüentemente discutidas e analisadas como obras de
literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no
uso como tratamento científico e médico.

A Psicanálise

Inicialmente (cum Wundt), o objecto da psicologia limitava-se ao estudo da experiência


consciente (dos processos mentais). Mais tarde, devido à influência do behaviorismo,
considerou-se que só era Cientificamente legítimo estudar o comportamento (as actividades
exteriormente observáveis). Centrando a sua atenção no tema da percepção, o gestaltismo
contestou a redução do objecto de estudo da

psicologia ao comportamento, voltando a valorizar os processos mentais.

Com a psicanálise, dá-ase início ao estudo do papel fundamental dos processos inconscientes
na determinação do nosso comportamento e da nossa personalidade. Graças ao contributo
de Freud, quando actualmente definimos a Psicologia como o estudo científico do
comportamento e dos processos mentais, por estes últimos entendemos não só os processos
mentais conscientes como também os inconscientes.

Segundo Freud, a consciência tem um papel muito menos influente na nossa vida psíquica do
que o inconsciente. A consciência é simplesmente a ponta do icebergue.

Os sonhos, os actos falhados e as neuroses são manifestações da realidade do inconsciente.


Os sonhos são formas ilusórias de realização de desejos inconscientes. Constituem a via real
de acesso ao Inconsciente.
A teoria freudiana apresenta não só uma nova concepção do aparelho psíquico (psíquico não
é sinónimo de consciente), mas também uma nova visão do ser humano. Em nós não é a
razão que domina. Gostaríamos de pensar que a razão controla os impulsos racionais.

Contudo, Freud diz-nos que a nossa vida é dirigida por impulsos, desejos e pulsões de
natureza inconsciente (sobretudo de natureza sexual).

Psicanálise

A psicologia pode-se definir, hoje, como a ciência que tem por objecto os
comportamentos e processos mentais conscientes e inconscientes. Para esta
definição foram importantes vários contributos, uma vez que o objecto da psicologia
sofreu flutuações ao longo dos tempos. Sigmund Freud foi um médico, austríaco, que
deu um contributo ímpar à psicologia. Como era judeu, teve alguns problemas em
prosseguir uma carreira académica, por isso dedicou-se à prática da psiquiatria.

Muitos dos seus contributos decorreram da prática de tratamento de pessoas com


neuroses.

Freud trabalhou inicialmente com a hipnose, sob influência de Jean Charcot, mas
considerouo um método limitado, pois tinha resultados pouco duráveis. Abandonou a
hipnose e falou pela primeira vez em psicanálise, constituindo, posteriormente, os
fundamentos da teoria psicanalítica.

A psicanálise é um corpo teórico de pesquisa psicológica e um processo, método


terapêutico.

Como intervenção terapêutica visa "entrar" no inconsciente através de alguns


mecanismos: a associação livre de ideias, a interpretação de sonhos, a análise de
actos falhados e o processo de

12.º Ano Filosofia


A Psicologia como Ciência

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transferência inerente à relação médico-paciente. Classicamente a psicanálise faz-se


com o paciente deitado num divã, sem olhar o médico, olhando em frente.

Pela associação livre de ideias o paciente vai libertando o que lhe vem ao espírito sem

preocupações lógicas. Com a ajuda do paciente, tenta interpretar a sequência que


utilizou; porque se lembrou de umas ideias e não de outras. Acredita-se que essa
sequência foi ditada pelo inconsciente.

Os sonhos têm uma grande importância para Freud. Ele define-os como a anifestação
de um desejo disfarçado. É durante o sono que decorrem os sonhos. O controlo e a
censura que o ego e superego exercem sobre os desejos inconscientes encontram-se
atenuados. O material recalcado liberta-se e o desejo, geralmente de natureza
afectivo-sexual, pode realizar-se, ou seja o inconsciente liberta-se. Contudo a censura
não desaparece completamente, por isso não é fácil interpretar o sonho.

Aos lapsos de linguagem, e não só, que cometemos durante o dia, Freud atribui uma
origem relacionada com o inconsciente. A análise dos actos falhados pode ser
também um acesso ao inconsciente, mais concretamente aos recalcamentos.

Finalmente, pelo transfer, entende-se a transferência de emoções, agressividade, que


estão reprimidas, inconscientemente, as quais eram dirigidas a outras pessoas e são
transferidas para o analista.

O falsificacionismo de Karl Popper

David Papineau

1. Indução

Uma linha de resposta bastante diferente para o problema da indução deve-


se a Karl Popper. Popper olha para a prática da ciência para nos mostrar
como lidar com o problema. Segundo o ponto de vista de Popper, para
começar a ciência não se baseia na indução. Popper nega que os cientistas
começam com observações e inferem depois uma teoria geral. Em vez
disso, primeiro propõem uma teoria, apresentando-a como uma conjectura
inicialmente não corroborada, e depois comparam as suas previsões com
observações para ver se ela resiste aos testes. Se esses testes se
mostrarem negativos, então a teoria será experimentalmente falsificada e
os cientistas irão procurar uma nova alternativa. Se, pelo contrário, os
testes estiverem de acordo com a teoria, então os cientistas continuarão a
mantê-la não como uma verdade provada, é certo, mas ainda assim como
uma conjectura não refutada.

Se olharmos para a ciência desta maneira, defende Popper, então veremos


que ela não precisa da indução. Segundo Popper, as inferências que
interessam para a ciência são refutações, que tomam uma previsão falhada
como premissa e concluem que a teoria que está por detrás da previsão é
falsa. Estas inferências não são indutivas, mas dedutivas. Vemos que um A
é não-B, e concluímos que não é o caso que todos os As são Bs. Aqui não há
hipótese de a premissa ser verdadeira e a conclusão falsa. Se descobrirmos
que um certo pedaço de sódio não fica laranja quando é aquecido, então
sabemos de certeza que não é o caso que todo o sódio aquecido fica
laranja. Aqui o facto interessante é que é muito mais fácil refutar teorias do
que prová-las. Um único exemplo contrário é suficiente para uma refutação
conclusiva, mas nenhum número de exemplos favoráveis constituirá uma
prova conclusiva.

2. Falsificabilidade

Assim, segundo Popper, a ciência é uma sequência de conjecturas. As


teorias científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por
novas hipóteses quando são falsificadas. No entanto, esta maneira de ver a
ciência suscita uma questão óbvia: se as teorias científicas são sempre
conjecturais, então o que torna a ciência melhor do que a astrologia, a
adoração de espíritos ou qualquer outra forma de superstição sem
fundamento? Um não-popperiano responderia a esta questão dizendo que a
verdadeira ciência prova aquilo que afirma, enquanto que a superstição
consiste apenas em palpites. Mas, segundo a concepção de Popper, mesmo
as teorias científicas são palpites — pois não podem ser provadas pelas
observações: são apenas conjecturas não refutadas.

Popper chama a isto o "problema da demarcação" — qual é a diferença


entre a ciência e outras formas de crença? A sua resposta é que a ciência,
ao contrário da superstição, pelo menos é falsificável, mesmo que não
possa ser provada. As teorias científicas estão formuladas em termos
precisos, e por isso conduzem a previsões definidas. As leis de Newton, por
exemplo, dizem-nos exactamente onde certos planetas aparecerão em
certos momentos. E isto significa que, se tais previsões fracassarem,
poderemos ter a certeza de que a teoria que está por detrás delas é falsa.
Pelo contrário, os sistemas de crenças como a astrologia são
irremediavelmente vagos, de tal maneira que se torna impossível mostrar
que estão claramente errados. A astrologia pode prever que os escorpiões
irão prosperar nas suas relações pessoais à quinta-feira, mas, quando são
confrontados com um escorpião cuja mulher o abandonou numa quinta-
feira, é natural que os defensores da astrologia respondam que,
considerando todas as coisas, o fim do casamento provavelmente acabou
por ser melhor. Por causa disto, nada forçará alguma vez os astrólogos a
admitir que a sua teoria está errada. A teoria apresenta-se em termos tão
imprecisos que nenhumas observações actuais poderão falsificá-la.

3. Ciência e pseudociência

O próprio Popper usa este critério de falsificabilidade para distinguir a


ciência genuína não só de sistemas de crenças tadicionais, como a
astrologia e a adoração de espíritos, mas também do marxismo, da
psicanálise de várias outras disciplinas modernas que ele considera
negativamente como "pseudo-ciências". Segundo Popper, as teses centrais
dessas teorias são tão irrefutáveis como as da astrologia. Os marxistas
prevêm que as revoluções proletárias serão bem sucedidas quando os
regimes capitalistas estiverem suficientemente enfraquecidos pelas suas
contradições internas. Mas, quando são confrontados com revoluções
proletárias fracassadas, respondem simplesmente que as contradições
desses regimes capitalistas particulares ainda não os enfraqueceram
suficientemente. De maneira semelhante, os teóricos psicanalistas
defendem que todas as neuroses adultas se devem a traumas de infância,
mas quando são confrontados com adultos perturbados que aparentemente
tiveram uma infância normal dizem que ainda assim esses adultos tiveram
que atravessar traumas psicológicos privados quando eram novos. Para
Popper, estes truques são a antítese da seriedade científica. Os cientistas
genuínos dirão de antemão que descobertas observacionais os fariam
mudar de ideias, e abandonarão as suas teorias se essas descobertas se
realizarem. Mas os teóricos marxistas e psicanalistas apresentam as suas
ideias de tal maneira, defende Popper, que nenhumas observações
possíveis os farão alguma vez modificar o seu pensamento.

A filosofia de Popper

Popper cunhou o termo "Racionalismo Crítico" para descrever a sua filosofia.


Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do empirismo
clássico e do observacionalismo-indutivista da ciência, que disso resulta.
Apesar disso, alguns académicos, incluindo Ernest Gellner, defendem que
Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra
claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou
dedutiva.

Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e


provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela
simples constatação de que os resultados de uma previsão efectuada com
base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do
estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos factos.

O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar


fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de
confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade da teoria
em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e
procurar uma outra teoria para explicar o fenómeno em análise. (Ver
Falseabilidade). Em outras palavras, uma teoria científica pode ser
falsificada por uma única observação negativa, mas nenhuma quantidade
de observações positivas poderá garantir que a veracidade de uma teoria
científica seja eterna e imutável. George Soros utilizou estes conceitos para
questionar, e por em dúvida, importantes dogmas atuais do pensamento
dominante na ciência da Economia [2]

Alguns consideram este aspecto fulcral para a definição da ciência,


chegando a afirmar que "científico" é apenas aquilo que se sujeita a este
confronto com os factos. Ou seja: afirmam que só é científica aquela teoria
que possa ser falseável (refutável). Existem críticas contundentes quanto a
esse aspecto. Essas remanescem no bojo da própria Filosofia que Popper
propõe. E por quê? Ao afirmar que toda e qualquer teoria deve ser falseável,
isso se aplica à própria teoria da falseabilidade popperiana. Portanto, a
falseabilidade deve ser falseável em si mesma. Diante dessa evidente
necessidade - sob a pena de sua teoria ser não-universal e portanto
derrogada pela sua imprecisão - poderá existir proposições em que a
falseabilidade não é aplicável (vide teorema da incompletude de Kurt
Gödel). Nos dias de hoje, verifica-se que o falsificacionismo popperiano não
é princípio de exclusão, mas tão somente de atribuição de graus de
confiança ao objecto passível do crivo científico.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela
por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao
encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas
observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim ? Ou será
que posso demonstrar que ela é falsa ? Einstein é o melhor exemplo de um
cientista que rompeu com as teorias da física estabelecidas.

Popper debruçou-se intensamente com a teoria Marxista e com a filosofia


que lhe é subjacente, de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico.
O mesmo em relação à psicanálise, cujas teorias subjacentes não são
falseáveis (refutáveis).

O seu trabalho científico foi influenciado pelo seu estudo da teoria da


relatividade de Albert Einstein.

A Teoria Darwinista
Com a publicação da sua obra «A Origem das Espécies» Darwin
originou uma polémica que se mantém após 150 anos.

Mesmo entre os seus seguidores o alcance das suas ideias gera,


ainda hoje, polémica.

A Origem da Vida

“Não há uma verdadeira grandeza nesta forma


de considerar a vida, com os seus poderes
diversos atribuídos primitivamente pelo Criador
a um pequeno número de formas, ou mesmo a
uma só? Ora enquanto que o nosso planeta,
obedecendo à lei fixa da gravitação, contínua a
girar na sua órbita, uma quantidade infinita de
belas e admiráveis formas, saídas de um começo
tão simples, não têm cessado de se desenvolver
e desenvolvem-se ainda!”1

«… devemos admitir também que todos os seres organizados que


vivem ou viveram na Terra podem derivar de uma só forma
primordial»2

Pressupostos da teoria Darwinista:

1
DARWIN, Charles, Palavras de fecho da obra “Origem das Espécies”

2
DARWIN, Charles, "Origem das Espécies", Lello & Irmão Editores, Porto, s.d. p.485
As populações (conjuntos de seres vivos da mesma espécie)

A variação verificada entre seres de uma população que apresentam


sempre um leque de variações.

As alterações no meio que vão fazer com que os indivíduos com


características mais adaptadas às novas condições tenham mais
descendência e, essa característica torna-se prevalente na população.

O acumular de alterações que pode conduzir a um fenómeno de


especiação num tempo mais ou menos longo.

Influências no pensamento Darwinista

O pensamento Darwinista foi influenciado pelo conhecimento do autor da


selecção artificial, ele era um reputado criador de pombos.

O extenso conhecimento de faunas e floras exóticas com quer teve contacto


na sua viagem a bordo do Beagle.

A obra de Thomas Robert Malthus (1798) «Ensaio sobre o Princípio da


População», visão pessimista da sociedade, em que defende que a
população mundial apresenta tendência para um crescimento mais rápido
do que a subsistência, Malthus afirma mesmo que, a subsistência cresce na
mais favorável das hipóteses aritmeticamente e a população tende a crescer
geometricamente. O que originará um desequilíbrio entre a subsistência e a
população, desequilíbrio que tende a aumentar. A tendência para o
aumento da população só é sustida por calamidades como guerras,
epidemias e fome.

A obra de Charles Lyell Princípios de Geologia, onde Lyell defende uma


teoria mais tarde denominada de Uniformitarismo, em que assume primeiro
que tudo a constância das leis naturais. Os tipos de fenómenos que
afectaram a Terra no passado são exactamente os mesmos que vemos a
actuar hoje. A teoria Uniformitarista de Charles Lyell serviu de percursora
às ideias de Darwin pois chamou a atenção do público para as
transformações operadas ao longo dos períodos geológicos por processos
naturais.

O Mecanismo da Evolução
A teoria Darwinista vai basear o mecanismo da evolução na selecção
natural.

Fica-nos então a necessidade de precisar o conceito de selecção natural.

O conceito de selecção natural em Darwin é um conceito simples, neutro,


testável cientificamente. Diz apenas que os seres que apresentarem uma
vantagem numa determinada situação vão poder ter uma prole maior e
transmitir em maior número as suas características. A um termo mais ou
menos longo essas características tornar-se-ão dominantes; “Dei a este
princípio, em virtude do qual uma variação, por insignificante que
seja, se conserva e se perpetua, se for útil, o nome de selecção
natural, para indicar as relações desta selecção com a que o homem
pode operar. Mas a expressão que M Herbert Spencer emprega: «a
persistência do mais apto», é mais exacta e algumas vezes mais
cómoda.”3

O conceito “persistência do mais apto” é, uma constatação “a posteriori”,


não tem sentido prospectivo, nem delimita uma hierarquia de aptidão.
Significa apenas, no dizer do próprio Darwin, que uma variação se conserva
e se perpétua pois é útil num determinado momento e num determinado
ambiente.

O termo luta pela existência “Devo fazer notar que emprego o termo
luta pela existência no sentido geral e metafórico, o que implica as
relações mútuas de dependência dos seres organizados…”4

O próprio Darwin chama a atenção para que usa o termo “luta pela
existência” como metáfora das relações de dependência entre seres vivos.

A que se aplica a selecção natural? Selecção natural aplica-se a às variações


observadas numa população.

Darwin usa a ideia de que, existirá selecção natural sempre que haja
variabilidade.

“Vimos no capítulo precedente, que existe uma certa variabilidade


individual entre os seres organizados no estado selvagem; não
creio, além disso, que este ponto tenha sido contestado. Pouco
importa que se dê o nome de espécies, de subespécies ou de
variedades a um conjunto de formas duvidosas; pouco importa, por
exemplo, a ordem que se designa para duzentas ou trezentas
formas duvidosas das plantas britânicas, visto que se admite a
existência de variedades bem caracterizadas.”5
3
Op. cit. p. 58.

4
Op. cit. p. 59

5
Op.cit. p.57
Problema da variação dos seres vivos em Darwin.

A variação em Darwin não é um fenómeno explicado, a mera aceitação da


sua existência é suficiente para justificar a sua teoria do mecanismo de
evolução, a Selecção Natural.

“Dei o nome de selecção natural ou de persistência do mais apto à


conservação das diferenças e das variações individuais favoráveis e
eliminação das variações nocivas”.6

“Muitos escritores têm compreendido mal, este termo de selecção


natural. Uns têm mesmo imaginado que a selecção natural traz a
variabilidade, visto que envolve somente a conservação das
variações acidentalmente produzidas quando são vantajosas ao
indivíduo nas condições de existência em que se encontra colocado.
Ninguém protesta contra os agricultores, quando falam dos
poderosos efeitos da selecção efectuada pelo homem; ora neste
caso, é indispensável que a natureza produza a princípio diferenças
individuais….”7

“O homem não pode produzir nem impedir as variações, apenas


conservar e acumular as que se lhe apresentam.”8

“é indispensável que a natureza produza a princípio diferenças


individuais…”9

Parece claro que Darwin não reclama para a selecção natural a propriedade
de induzir variações, mas apenas a propriedade de seleccionar variações,
variações estas que ocorreriam ao longo das gerações de forma acidental.

A selecção natural em Darwin é uma força directora neutra, tanto podendo


favorecer a diversidade, caso de espécies com ampla distribuição em
diferentes condições ambientais, como favorecer a especialização, espécies
com distribuição reduzida e num ambiente sem alteração.

6
Op.cit. 75

7
Ibidem

8
Op. cit. p.74

9
Op. cit. p.75
Mecanismos da Evolução em Darwin

Darwin aspectos de uma teoria


A revolução da teoria Darwinista baseia-se no
reconhecimento das diferenças entre
indivíduos como transformações de um
ancestral comum.

Após esta intuição revolucionária, o estudo da sua


teoria, centrou-se na procura do mecanismo da
evolução.

Mecanismo de evolução em Darwin:

Princípio da variação - As espécies apresentam


variações morfológicas e fisiológicas nas
populações.

Princípio da hereditariedade - Os progenitores


transmitem à descendência os seus caracteres.

Princípio da selecção natural - Variantes


diferentes deixam diferentes número de
descendentes.

Os dois primeiros princípios da teoria Darwinista são constatações


objectivas de factos.

O princípio da Selecção Natural é o grande mecanismo Darwinista da


Evolução.
Embora a teoria da selecção natural de Darwin não sofra contestação ficam
dúvidas se é o único motor de transformação dos seres vivos. Esta dúvida
era já uma certeza em Darwin: «Estou convencido que a selecção
natural tem sido o agente principal das modificações, mas jamais o
foi exclusivamente só»10

Darwin aponta que embora a Selecção natural seja o principal motor


evolutivo não o foi exclusivamente só! Darwin reconhece que a selecção
natural tem o principal papel na modificação das espécies, mas não o único
papel nessa mesma modificação.

“estou convencido, enfim, que a selecção natural tem


desempenhado o principal papel na modificação das espécies, posto
que outros agentes tenham nela partilhado igualmente.”11

Darwin aplica esta força mesmo a relações entre seres vivos induzindo a
coadaptação, com vários exemplos quer de estratégias reprodutoras, como
de relações tróficas.

Coevolução, “A coevolução é um tipo de evolução da comunidade


(isto é, interacções evolutivas entre organismos nos quais é mínima
ou nula a troca de informação genética entre os diversos tipos)
envolvendo interacção selectiva recíproca entre dois grupos
principais de organismos com uma relação ecológica estreita, como
por exemplo plantas e herbívoros, organismos grandes e os
respectivos microrganismos simbiontes, ou parasitas e seus
hospedeiros.”12

«a evolução de dois ou mais taxa ligados por relações ecológicas


estreitas, mas isolados geneticamente. Estes taxa exercem entre
eles pressões de selecção tais que a evolução de cada um depende
parcialmente da dos outros»13

Se hoje encontramos fenómenos de coadaptação isso quer dizer que eles


sofreram selecção natural e representam hoje ou já representaram uma
vantagem adaptativa.

10
Op. cit. p. 480.

11
Op. cit. p.5

12
ODUM, Eugene P., Fundamentos de Ecologia, Ed. Fundação Clouste Gulbenkiean,
4ª Edição, Lisboa, 1988.

13
EHRLICH e RAVEN, in Selosse, Marc-André, La Symbiose structures et foncions,
Rôle Écologique et Évolutif, Ed. Vuibert 1ª Ediçãio, sl., 2000
“Pode compreender-se assim como se faz que uma flor e um insecto
possam lentamente, quer simultaneamente, quer um após outro,
modificar-se e adaptar-se mutuamente da maneira mais perfeita,
pela conservação contínua de todos os indivíduos que apresentam
ligeiros desvios de estrutura para um e para o outro lado.”14

Qualquer variação por insignificante que seja constitui o material com que a
selecção natural constrói a evolução por rejeição de muitas variantes e
acumulação das poucas que melhoram a adaptação aos ambientes locais.

Neodarwinismo

A teoria Neodarwinista é a visão do século XX sobre o Darwinismo. Ao


Dawinismo acrescenta as novas descobertas da Genética, criando uma
Teoria Sintética da evolução ou Neodarwinismo.

O Darwinismo diz-nos como age o mecanismo da evolução, a Selecção


Natural, a esta visão acrescenta uma constatação dos mecanismos da
variação das espécies sobre que age a Selecção natural, as mutações e as
recombinações genéticas.

A teoria da variação genética é um trabalho complexo unindo contributos de


Gregor Mendel (1822-1884), cuja obra só foi compreendida e divulgada
durante o séc. XX, e a uma série de cientistas da década de trinta e
quarenta, entre os quais; John Burdon Haldane (1892-1964) e Ronald
Fisher (1890-1962), os biólogos Theodosius Dobzhansky (1900-1975),
Julian Huxley (1887-1975) e Ernst Mayr (1904).

O Neo-Darwinismo ou Teoria Sintética da Evolução integra o


mecanismo da variação na teoria Darwinista para isso faz a síntese entre a
genética, bioquímica e darwinismo.

Alguns pressupostos da teoria Neo-Darwinista.

“1. Gene mutation and recombination are sources of evolutionary change.

2. Common descent: evolution is a hierarchical and a branching tree: one-


species: one-genus; one- genus: one family; one family: one-order; etc.

3. Speciation generally occurs by geographic isolation.

14
DARWIN, Charles, "Origem das Espécies", Lello & Irmão Editores, Porto, s.d. p.
90.
4. Gradualism: evolution does not occur in jumps.

5. Mechanisms for macroevolution are the same as those for


microevolution”.15

O Darwinismo é uma teoria elaborada pelo naturalista inglês Charles Robert Darwin,
publicada em 1859 no livro On the origin of species (A origem das espécies),
explicando a evolução dos seres vivos por meio da selecção natural.

O Darwinismo é utilizado por biólogos, filósofos, matemáticos e cientistas para


descrever processos evolucionários semelhantes à evolução da vida, como o
desenvolvimento de software com algoritmos genéticos.

Em síntese, Darwin propôs três conclusões fundamentadas em quatro observações,


reunindo evidências biológicas, favorecendo o mecanismo evolucionista. Baseado num
conjunto vasto de observações realizadas durante a viagem do HMS Beagle e tomando
como modelo diversas espécies de tentilhões das ilhas Galápagos Darwin expôs 4
observações:

Primeira observação: o rápido crescimento populacional está relacionado com o


potencial reprodutivo das espécies (capacidade inerente do organismo).

Segunda observação: a relativa estabilidade quanto ao contingente populacional


(tamanho de uma população), limitada pelas condições ambientais ao longo do tempo,
devido a factores como: disponibilidade de alimento, predação, parasitismo e locais de
procriação.

Terceira observação: os organismos de uma mesma população manifestam


capacidades diferenciadas para uma mesma condição, podendo a característica em
questão (reprodutiva, alimentar, defesa, e outras intrínsecas de cada espécie), conformar
uma situação favorável ou desfavorável à sua existência.

Quarta observação: boa parte das aptidões são transferidas hereditariamente.

A partir destas observações, Darwin apresentou a seguinte tese:

Durante a transição de gerações considerável número de indivíduos falece, antes mesmo


de procriarem;

Os que sobrevivem e geram descendentes, são aqueles seleccionados e adaptados ao


meio devido às relações com os de sua espécie e também ao ambiente onde vivem.

A cada geração, a selecção natural favorece a permanência das características


adaptadas, constantemente aprimoradas e constantemente melhoradas.

Estas observações e conclusão, com base num conjunto limitado de observações foram
generalizadas a todo o mundo vivo e foram sendo ao longo dos últimos 150 anos
15
SAPP, Jan, “Genesis Evolution of Biology”, Ed Oxford University Press, New York,
2003.
demonstradas, primeiro com base no registo fóssil, depois nos caracteres da natureza
morfológica e funcional e mais recentemente com base na genética e biologia molecular
e para um número crescente de espécies não sendo até agora demonstrada a existência
de qualquer espécie cuja evolução viole a tese darwiniana.

O darwinismo é independente dos detalhes da evolução biológica. Um processo


darwinista requer as condições seguintes:

Reprodução: os agentes devem ser capazes de produzir cópias de si próprios e essas


cópias devem ter igualmente a capacidade de se reproduzirem;

Hereditariedade: As cópias devem herdar as características dos originais;

Variação: Ocasionalmente, as cópias têm que ser imperfeitas (diversidade no interior


da população);

Seleção Natural: Os indivíduos são selecionados pelo ambiente. A seleção natural


destrói, e não cria. O problema da existência de um objetivo não surge da elimininação
dos inaptos, e sim da origem dos aptos.

Em qualquer sistema onde ocorram essas características deverá ocorrer evolução.

1. Fundamentos do Darwinismo

1. 1. Dados geológicos
Limitado pela ideia de que a Terra era relativamente recente, Darwin teve dificuldade
em explicar a evolução dos seres vivos de forma lenta e gradual.

Foi então que Darwin fez a transposição dos príncipios de Charles Lyell da geologia
para a Biologia.

Foi Lyell que ao admitir que a terra tem milhões de anos e que se encontra em
mudanças constantes e graduais, influenciou Darwin a aplicar esta ideia à evolução
biológica.

Charles Lyell na sua obra Princípios da Geologia, lutou contra as ideias catastrofistas
baseadas em acontecimentos excepcionais, exprimindo o Uniformitarismo de Hutton
baseado no principio de que a maior parte dos fenómenos geológicos eram a
consequência de processos gradualistas.

A Teoria do Uniformitarismo defendia duas ideias fundamentais:

Os acontecimentos geológicos do passado são o resultado de forças da natureza


idênticas às que se observam hoje em dia.

Os acontecimentos geológicos são o resultado de lentos e graduais processos da


Natureza.
1. 2. Dados biogeográficos
Estes argumentos baseiam-se em dois casos distintos:

1. Existência de seres vivos semelhantes em regiões muito afastadas

2. Ocorrência de grande diversidade de seres vivos em zonas geograficamente próximas

Estes dados recolhidos na viagem do Beagle, permitiram a Darwin concluir que as ilhas
Galápagos foram povoadas a partir do continente americano e as características
particulares de cada ilha condicionaram a evolução de cada espécie.

1. 3. Selecção artificial
Baseado na sua experiência na selecção artificial de pombos, Darwin concluiu que se se
pode obter tanta diversidade por selecção artificial, de um modo análogo, é possível que
ocorra na natureza uma selecção consumada pelos factores ambientais - selecção
natural.

1. 4. Crescimento das populações


Darwin também se baseou na Teoria do economista Malthus sobre o crescimento de
população.

Segundo Malthus, a população humana teria problemas de alimentação no futuro,


porque o seu crescimento e a produção de alimentos cresciam respectivamente em
progressão geométrica e progressão aritmética, o que provocaria uma forte luta pela
sobrevivência.

1. 5. Variabilidade intraespecifica
A grande diversidade de seres vivos e sobretudo a enorme variedade existente entre
seres da mesma espécie, constitui para Darwin, um dado importante no estabelecimento
do Darwinismo.

Segundo Darwin, os descendentes herdam as variações seleccionadas, que vão


acumulando ao longo do tempo

Por acumulação de variações favoráveis, é possível que surja uma espécie nova -
Princípio da herança das variações seleccionadas.

Multiculturalismo (ou pluralismo cultural) é um termo que descreve a


existência de muitas culturas numa localidade, cidade ou país, sem que
uma delas predomine, porém separadas geograficamente e até
convivialmente no que se convencionou chamar de “mosaico cultural”. O
Canadá e a Austrália são exemplos de multiculturalismo; porém, alguns
países europeus advogam discretamente a adoção de uma política
multiculturalista. Em contraponto ao Multiculturalismo, podemos constatar a
existência de outras politicas culturais seguidas, como por exemplo: O
monoculturalismo vigente na maioria dos países do mundo e ligada
intimamente ao nacionalismo, pretende a assimilação dos imigrantes e da
sua cultura nos países de acolhimento. O Melting Pot, como é o caso dos
Estados Unidos[carece de fontes?] e do Brasil, onde as diversas culturas estão
misturadas e amalgamadas sem a intervenção do Estado.

O multiculturalismo implica reivindicações e conquistas das chamadas


minorias (negros, índios, mulheres, homossexuais, entre outras).

A doutrina multiculturalista dá ênfase à idéia de que as culturas minoritárias


são discriminadas, sendo vistas como movimentos particulares, mas elas
devem merecer reconhecimento público. Para se consolidarem, essas
culturas singulares devem ser amparadas e protegidas pela lei. O
multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo
(visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais
importante que as demais).

A política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural,


principalmente quando esta homogeneidade é considerada única e legítima,
submetendo outras culturas a particularismos e dependência. Sociedades
pluriculturais coexistiram em todas as épocas, e hoje, estima-se que apenas
10 a 15% dos países sejam etnicamente homogêneos.

A diversidade cultural e étnica muitas vezes é vista como uma ameaça para
a identidade da nação. Em alguns lugares o multiculturalismo provoca
desprezo e indiferença, como ocorre no Canadá entre habitantes de língua
francesa e os de língua inglesa.

Mas também pode ser vista como fator de enriquecimento e abertura de


novas e diversas possibilidades, como confirmam o sociólogo Michel
Wieviorka e o historiador Serge Gruzinski, ao demonstrarem que o
hibridismo e a maleabilidade das culturas são fatores positivos de inovação.

Charles Taylor, autor de Multiculturalismo, Diferença e Democracia acredita


que toda a política identitária não deveria ultrapassar a liberdade individual.
Indivíduos, no seu entender, são únicos e não poderiam ser categorizados.
Taylor definiu a democracia como a única alternativa não política para
alcançar o reconhecimento do outro, ou seja, da diversidade.

Seus opositores defendem que o multiculturalismo pode ser danoso às


sociedades e particularmente nocivo às culturas nativas.

Etnocentrismo é um conceito antropológico, segundo o qual a visão ou


avaliação que um indivíduo ou grupo de indivíduos faz de um grupo social
diferente do seu é apenas baseada nos valores, referências e padrões
adotados pelo grupo social ao qual o próprio indivíduo ou grupo fazem
parte.
Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto
de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um
grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do ponto de vista
intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o
mundo com os olhos dos outros.

O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como
consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais
correto e o mais natural. Tal tendência, denomindada etnocentrismo, é
responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos
conflitos sociais.

Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um


grupo pode ter menor desenvolvimento tecnológico (como, por exemplo, os
habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas, na África e
na Oceania) se comparado a outro mas, possivelmente, é mais adaptado a
determinado ambiente, além de não possuir diversos problemas que esse
grupo "superior" possui.

A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que


lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e
hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que "transgredia" toda a lei e
costumes da época; este termo é, portanto, etimologicamente semelhante
ao selvagem na sociedade ocidental.

O etnocentrismo é de fato, um fenômeno universal. É comum a crença de


que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única
expressão.

O costume de discriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro


grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade. Agressões verbais, e
até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em
determinados bairros periféricos de nossas grandes cidades é um dos
exemplo.

Incluem-se aqui as pessoas que observam as outras culturas em função da


sua propria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e hierarquizar as
restantes.

Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas


dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas
culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.

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