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As empresas não podem mais esperar que os produtos e práticas que fizeram seu sucesso no
passado possam mantê-las viáveis no futuro. Pressões de preço não deixam espaço para a
produção ineficiente. O ciclo de desenvolvimento de um produto e sua introdução no
mercado dura cada vez menos tempo. Hoje as empresas necessitam de qualidade, valor,
bom atendimento, inovação e velocidade de chegada ao mercado para que possam ter
sucesso, e esses fatores serão ainda mais críticos no futuro.
Cada vez mais as empresas serão diferenciadas com base naquilo que sabem – podemos
então definir que as empresas prósperas da próxima década como “uma organização que
sabe como fazer bem e rápido novas coisas”.
Como falar então de conhecimento sem reconhecer a sua matéria prima principal? Como
falar de inovação, criatividade, melhorias, capital intelectual sem falar de pessoas? No seu
livro “Capital Intelectual” Thomas Stewart (Stewart, 1998), menciona que o aspecto mais
importante de um processo de gestão do conhecimento é o Capital Estrutural, ou seja, de
forma bem resumida, como a empresa gerencia este conhecimento. Sou obrigado a
discordar do autor por uma questão básica de como podemos dar maior importância a
maneira de gerenciar conhecimento do que sua própria fonte geradora – a mente humana.
A proposta deste artigo não é desenvolver uma teoria sobre como gerenciar o capital
humano num processo de gestão do conhecimento, mas discutir alguns pontos importantes
de como podemos usar mais o que as pessoas sabem, como podemos levar as pessoas a
aprenderem mais coisas úteis para a empresa e como atraímos, retemos e mensuramos a
competência e o capital intelectual.
Conhecimento não é dado nem informação, embora esteja relacionado com ambos. A
maioria das pessoas tem a intuição de que o conhecimento é mais amplo e mais profundo e
mais rico do que os dados ou a informação.
O mais importante é que este conhecimento existe dentro das pessoas, faz parte da
complexidade e imprevisibilidade humana e é entregue através de meios estruturados, tais
como livros e documentos, e de contatos pessoa a pessoa que vão desde conversas até
relações de aprendizado.
Outro aspecto importante do conhecimento é a experiência, o conhecimento se desenvolve
ao longo do tempo através dela. Um dos principais benefícios da experiência é que ela
proporciona uma perspectiva histórica a partir da qual olhar e entender novas situações e
eventos. O conhecimento nascido da experiência reconhece padrões que nos são familiares
e pode fazer inter-relações entre aquilo que está acontecendo agora e aquilo que antes
aconteceu.
Como nosso foco é o capital humano, não poderíamos deixar de incluir os valores e crenças
numa discussão sobre o conhecimento. Na verdade, os valores e crenças das pessoas
exercem forte impacto sobre o conhecimento organizacional, pois determinam, em grande
medida, aquilo que o conhecedor vê, absorva e conclui a partir de suas observações.
Pessoas com diferentes valores “vêem ou percebem” diferentes coisas numa mesma
situação e organizam seu conhecimento em função de seus valores.
Hoje as empresas precisam aprender a gerenciar o conhecimento. Alguém que saiba andar e
correr no chão tem de aprender novas habilidades para nadar e mergulhar e movimentar-se
dentro d’água da mesma forma. As habilidades necessárias para o sucesso de indivíduos e
empresas em seu novo ambiente e na economia do conhecimento são em muitos casos,
diferentes daquelas com as quais estão acostumados. Mas o que há de novo? Simplesmente
o fato de a gerência de ativos intelectuais ter se tornado a tarefa mais importante dos
negócios, a necessidade de geri-lo e cercá-lo do mesmo cuidado dedicado a outros ativos
mais tangíveis. Em resumo, a empresas não podem mais esperar que os produtos e práticas
de sucesso do passado garantam seu futuro, cada vez mais elas serão diferenciadas com
base naquilo que sabem.
O que podemos notar é que as vantagens relativas a produtos e serviços são cada vez mais
difíceis de se sustentarem, o conhecimento, em contrapartida, pode propiciar uma vantagem
sustentável. Com o tempo, os concorrentes quase sempre conseguem igualar a qualidade e
o preço do atual produto ou serviço do mercado. Quando isso acontece, porém, a empresa
rica em conhecimento e gestora do conhecimento terá passado para um novo nível de
qualidade, criatividade e eficiência.
Segundo a experiência da British Pretoleum com seu projeto de trabalho em equipe virtual
citado no livro “Conhecimento Empresarial” (Prussak e Davenport, 1998) os princípios da
Gestão do Conhecimento são:
Como citamos anteriormente, o dinheiro tem poder, mas não pensa; as máquinas operam,
muitas vezes melhor do que qualquer ser humano, mas não inventa. E se o principal
objetivo do capital humano é inovar e gerar conhecimento – seja sob forma de novos
produtos e serviços ou de melhorias nos processos de negócios – então o capital humano é
formado e empregado quando uma parte maior do tempo e do talento das pessoas que
trabalham em uma empresa é dedicada a atividades que resultam em inovação.
O capital humano cresce de duas formas: quando a empresa utiliza mais o que as pessoas
sabem e quando um número maior de pessoas sabe mais coisas úteis para a organização.
Para liberar o capital humano que já existe na organização é preciso minimizar as tarefas
irracionais, o trabalho burocrático, inútil, e as competições internas. O local de trabalho
taylorizado desperdiçou ativos humanos nessas atividades.
Na Era da Informação, não podemos nos dar ao luxo de usar o capital humano de forma tão
ineficiente. Um exemplo bem claro da utilização produtiva da capacidade intelectual das
pessoas é o programa “Work-out” da GE – uma séria interminável de reuniões nas quais os
funcionários propõem mudanças nos processos de trabalho e os chefes são solicitados a
aprová-las ou rejeitá-las imediatamente – é uma das formas de extrair idéias de um maior
número de pessoas. Este programa da GE, como outros, funcionam porque oferecem um
lugar seguro onde as pessoas podem trocar idéias sobre o trabalho sem que chefes e
burocratas lhes mandem calar a boca. Para usar mais os que as pessoas sabem, as empresas
precisam criar oportunidades de tornar público o conhecimento privado.
O real capital humano das empresas fica no quadrante superior direito, incorporado nas
pessoas cujo talento e experiência criam os produtos e serviços que são o motivo pelo qual
os clientes procuram a empresa e não os concorrentes.
O real capital humano das empresas fica no quadrante superior direito, incorporado nas
pessoas cujo talento e experiência criam os produtos e serviços que são o motivo pelo qual
os clientes procuram a empresa e não os concorrentes. Quanto maior a intensidade de
capital intelectual de uma empresa – ou seja, quanto maior o percentual de trabalho que
gere um alto valor agregado, mais a empresa pode cobrar por seus serviços e menos
vulnerável ela ficará aos concorrentes, pois eles terão mais dificuldades de reproduzir essas
habilidades. As empresas inteligentes, portanto gastam menos possível no trabalho que os
clientes não valorizam e cujas habilidades dos funcionários sejam de fácil substituição.
Considerando-se o capital humano, pessoas que sabem como servir aos clientes de modo a
proporcionar à empresa vantagem competitiva, é possível lançar luz sobre como
desenvolvê-lo e, ao longo desse processo, tirar proveito do capital humano para criar um
ativo organizacional. Como sabemos, o treinamento, no sentido mais tradicional do termo
está fadado ao fracasso. Temos que propiciar as pessoas novas formas de crescimento
profissional e pessoal. Hoje se fala em o próprio funcionário ser dono de seu
desenvolvimento e de sua carreira. Através de mapas de competências, eles são
responsáveis por aprender novas competências e obter oportunidades de carreira por meio
de movimentações laterais muito mais facilitadas, salas de aprendizado, cursos,
participação em projetos, times de melhoria, etc. Mas a iniciativa é deles e, como os
funcionários aprendem coisas de que precisam, tanto eles quanto as empresas podem medir
os efeitos, e não a participação – um resultado, não um custo; uma competência aprendida;
não uma cadeira ocupada.
Cada vez mais os trabalhadores oferecem sua mais profunda lealdade a suas profissões e
não aos seus empregadores. Nesses dias de autonomia, os atletas pensam em seu valor em
função da posição que ocupam e não no clube ao qual pertencem. Para manter as pessoas
dentro da empresa, não podemos mais considerá-las funcionários. Para manter as pessoas
na empresa é preciso haver algum tipo de continuidade e uma noção de pertencer a algo.
Outra forte ferramenta muito utilizada nos dias de hoje para retenção de talentos é a
participação do funcionário na estrutura acionária e opções sobre ações da empresa, sendo
mais utilizada por empresas que fazem uso intensivo do conhecimento do que as empresas
tradicionais.