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DE REVISÃO
INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF NURSING PRACTICES
IN COLLECTIVE HEALTH – CIPESC
1
Enfermeira. Mestre em Saúde Pública. Doutoranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo (EEUSP). Professora
Assistente da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, PR, Brasil. m.cubas@pucpr.br 2 Enfermeira. Professora Titular do Departamento de
Enfermagem em Saúde Coletiva, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo (EEUSP). São Paulo, SP, Brasil. emiyegry@usp.br
Recebido: 30/05/2006
Classificação Internacional de Práticas Rev Esc Enferm USP
Aprovado:
de Enfermagem 02/01/2007
Cubas MR, Egry EY
em Saúde Coletiva - CIPESC 2008; 42(1):181-6.
www.ee.usp.br/reeusp/ 181
INTRODUÇÃO de um campo específico para o registro da Enfermagem
no prontuário eletrônico único do paciente; c) estabeleci-
Diante da constatação de que os sistemas de classifi- mento de parcerias com instituições de ensino para
cação de enfermagem utilizados mundialmente evidenci- capacitação da força de trabalho; e d) consulta de Enfer-
avam um direcionamento à área hospitalar, o Conselho magem integrada às programações locais(4). Neste mes-
Internacional de Enfermeiros – CIE, decidiu orientar um mo ano, impulsionado pela necessidade de adensar os
projeto internacional voltado para a extra-internação. A conhecimentos acerca dos marcos teóricos das práticas
Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn assumiu o de enfermagem, ocorreu um movimento de revisão das
compromisso de desenvolver o projeto no País e, em 1996, práticas instituídas, antecedendo a sua inclusão no pron-
promoveu a primeira oficina de trabalho que deu origem tuário eletrônico. Esta revisão realizada à luz de novos
ao projeto Classificação Internacional de Práticas de En- paradigmas, possibilitou a implantação da CIPE/CIPESC
fermagem em Saúde Coletiva - CIPESC, contribuição brasi- no sistema informatizado da Secretaria Municipal da Saú-
leira à Classificação Internacional de Práticas de Enfer- de de Curitiba – SMS(5).
magem -CIPE(1). Nos últimos três anos, uma equipe de trabalho consti-
O referido projeto ancorava-se nos princípios do SUS tuída de um grupo condutor com seis enfermeiros, um gran-
– Sistema Único de Saúde e seus propósitos centrais eram: de grupo de trabalho com cerca de cinqüenta enfermeiros
e a assessoria da ABEn – nacional, dedicou-se ao estudo e
Estabelecer mecanismos de cooperação para a classifi- à implantação dos elementos da prática de enfermagem
cação da prática de enfermagem em saúde coletiva no no prontuário eletrônico da SMS de Curitiba, Paraná. Em
País; Revistar as práticas de enfermagem em saúde cole- junho de 2004 foi oficializada a implantação municipal
tiva no País, contextualizadas no processo de produção da CIPESC iniciando-se na área da Saúde da Mulher, em
em saúde, diante da implantação do Sistema Único de 2005 incorporou a de Saúde da Criança e, em 2006, após
Saúde; Construir um sistema de informação das práticas
um movimento contínuo de avaliação, implementará a
de enfermagem em saúde coletiva que permitam a sua
nomenclatura com entrada pelas Necessidades Humanas
classificação, troca de experiências e interlocução nos
Básicas(6).
níveis nacional e internacional(1).
O referencial teórico-metodológico do projeto expli- É neste cenário de implementação que surgem as ques-
citava a necessidade do repensar crítico acerca do pro- tões desta revisão: como está o estado da arte do conheci-
cesso de trabalho da enfermagem brasileira em seus ele- mento acerca da classificação das práticas de enferma-
mentos constitutivos: objeto, finalidade e instrumentos/ gem em saúde coletiva? Há experiências no Brasil que
meios, articulados dialeticamente. Articulação esta que tenham desdobrado o projeto CIPESC?
se realiza Do ponto de vista do materialismo histórico e dialético,
mergulhada no saber-ideológico que rege o processo de os sistemas de classificação podem ser vistos como mei-
trabalho, ou seja, teleologicamente posto pelas políticas os ou instrumentos do processo de trabalho de enfermei-
que regulam a produção em saúde de dada época e de ro. Nesta perspectiva, os meios são distinguidos em: a)
dada sociedade(2). meios de sentido estrito que são os que servem de inter-
mediário entre o trabalhador e o objeto e b) meios de
Sendo assim, a Classificação das Práticas de Enfer- sentido amplo que agregam todas as condições que são
magem é entendida como uma totalidade-parte do traba- indispensáveis à realização do processo de transforma-
lho da enfermagem e deve também ser aproximada, em ção. Sendo o primeiro o mais significativo, pois revela o
sua concepção teórico-conceitual, pela totalidade-parte tipo de trabalho a ser realizado, conseqüentemente o tipo
do processo de produção em saúde em suas diferentes de relação entre o trabalhador e os meios de produção(7).
dimensões(2).
CIPESC pode ser pensada enquanto instrumento do pro-
Em 1998, já havia um resultado do projeto CIPESC a
cesso de trabalho assistencial do enfermeiro, mas não só.
ser compartilhado e que permitiu novas leituras e análi-
Ela possibilita visibilizar as estruturas maiores que orga-
ses, propiciando então, a geração do CIPESC - ABEn fase
nizam o trabalho da enfermagem, ao mesmo tempo, podem
2(3) com o intuito de dar continuidade e contribuir para a
se tornar um poderoso instrumento potencializador da ava-
efetiva aplicação dos resultados da primeira fase.
liação processual dos resultados, benefícios e impactos
Em face desta possibilidade, em 2001, a ABEn Seção da ação da enfermagem. Não sendo um mero sistema infle-
Paraná apresentou uma tese na VI Conferência Municipal xível no qual a realidade precisa se amoldar à teoria
de Saúde (2001) de Curitiba-PR, aprovada na sua classificatória, ela permite a captura dos padrões diferen-
integralidade, propondo a construção da Rede de Aten- ciados de práticas de enfermagem, que no nosso País se
ção Contínua de Enfermagem no Sistema Integrado de Ser- encontram multifacetadas e realizados por multiagentes.
viços de Saúde com estratégias voltadas para: a) inclu- Assim pensado, a CIPESC é um potente instrumento de tra-
são de todas as atividades desempenhadas pelo profissi- balho do enfermeiro em saúde coletiva, tanto do ponto de
onal Enfermeiro no relatório de produtividade; b) criação vista assistencial, quanto de gerência e de investigação.
Base de dados
Lilacs Medline Adolec BDENF OPAS Total
Descritores
A combinação de descritores sistematização e saúde publicado. Além disso, os artigos resultantes de disserta-
pública não foi encontrada nas bases consultadas, todas ções ou teses foram classificados à parte das outras pes-
as demais combinações de descritores apareceram em quisas que não eram oriundas de trabalhos de pós-gra-
pelo menos uma das bases. duação. Ressalta-se que as produções científicas tipifi-
A Figura 1 apresenta a distribuição percentual das cadas como pesquisa, quer seja derivada ou não de teses
publicações conforme o tipo de pesquisa, que foi feita ou dissertações, representaram a maioria (63,15%) dos
segundo a classificação indicada no periódico em que foi estudos encontrados nas bases de dados.
35 33,33
29,82
30
25
20
15,79
14,04
15
10 7,02
0
levantamento relato de artigo de pesquisa pesquisa
bibliográfico experiência reflexão decorrente de
dissertação
ou tese
Figura 1 - Distribuição das publicações referentes à classificação em enfermagem encontradas na Bireme, segundo o
tipo de pesquisa, Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) – São Paulo -2005
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