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A MORTE
FUNERAL JAPONES
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UNIVERSIDADE PAULISTA
A MORTE
FUNERAL JAPONES
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Índice
INTRODUÇÃO
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Os seres humanos são indivíduos; passam por diferentes experiências e reagem a
ela de formas distintas. Mas uma parte inevitável da vida de todo mundo é seu fim.
Quanto melhor compreendermos esse fato inevitável e quanto mais sabiamente o
abordarmos, mais plenamente podemos viver até ele chegar. A morte é um fato
biológico, mas, além disso, tem aspectos sociais, culturais, históricos, religiosos,
legais, psicológicos, de desenvolvimento, médicos e éticos, e,muitas vezes, eles estão
intimamente relacionados.
Os costumes e as atitudes em torno da morte são moldados pelo tempo e pelo
lugar em que as pessoas vivem. Aspectos culturais da morte incluem o cuidado e o
comportamento perante os moribundos e os mortos, o contexto onde a morte geralmente
acontece e os costumes e os rituais de luto - desde a vigília noturna irlandesa, em que
amigos e familiares brindam à memória de quem faleceu, até o shiva judaico de uma
semana, em que os enlutados expressam seus sentimentos e dividem lembranças da
pessoa falecida.
Algumas convenções culturais, como hastear uma bandeira a meio mastro após a
morte de uma figura pública, são codificadas em lei.
Atitudes culturais e religiosas perante a morte e o morrer afetam aspectos de
desenvolvimento e aspectos psicológicos da morte: como as pessoas de diversas idades
enfrentam sua própria morte e as mortes dos que lhe são próximos. A morte pode
significar uma coisa para um budista japonês idoso, imbuído de ensinamentos sobre a
aceitação do inevitável, e outra para um jovem norte-americano japonês de terceira
geração que cresceu com a crença de que dirigimos nosso próprio destino.
Embora a morte seja inescapável, seu momento de ocorrência pode, até certo
ponto, estar sobre controle humano. Os esforços para adiar ou acelerar a morte têm
ramificações médicas, legais e éticas.
Embora a morte geralmente seja considerada a cessação dos processos corporais,
os critérios para a morte tornaram-se mais complexos com o desenvolvimento de
equipamentos médicos que podem prolongar os sinais básicos de vida.
“Esses desenvolvimentos médicos levantaram questões sobre se ou quando
morrer” gerou leis que permitem ou proíbem os médicos de ajudar uma pessoa com
doença terminal a cessar uma vida que se tornou um fardo. O fato biológico bruto da
morte, portanto, está longe de explicar tudo.
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MORTE E LUTO: CONTEXTO SOCIAL, CULTURAL E HISTÓRICO
Religião no Japão
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(jinja) e templos budistas (oterá) como parte dos eventos anuais e rituais de passagem
dos indivíduos.
SÍMBOLO DO BUDISMO.
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INTERPRETAÇÃO DA MORTE.
Como uma religião gnóstica, isto é, que propõe ao homem a libertação das trevas
da ignorância através da obtenção de uma Sabedoria Transcendente, o Budismo
equipara a vida presente na condição humana a uma situação de “sono”, “embriaguez”,
“prisão” ou “exílio” nas trevas, motivada pela ignorância que, desde um tempo
imemorial, nos mantém inconsciente de nossa verdadeira natureza, encadeado em um
ciclo sem fim de nascimentos e mortes. Esse “exílio nas trevas” é equiparado a uma
morte espiritual. Caso viermos a obter a Verdadeira Sabedoria, poderemos nos libertar e
recuperar nossa verdadeira condição, o Nirvana ou estado de perfeição espiritual além
dos nascimentos e mortes, simbolizado na Tradição da Terra Pura pelo “ir-nascer” na
Terra Pura ou Paraíso Ocidental de Amitabha, o Buda da Luz e da Vida Infinitas. Nessa
concepção, a morte não é vista como algo oposto à vida, mas como parte de um
processo em que vida/morte são complementares, tais como as duas faces de uma
mesma folha de papel. Não podemos experimentar plenamente a vida se não nos
prepararmos para experimentar também a morte.
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composto. Mas, existindo um não-nascido, um não-constituído, um não-feito, um não-
composto, existe uma saída deste nascido, deste constituído, deste feito, deste
composto.
Dessa forma, no Budismo o homem não é julgado por nenhum deus. Somos nós
mesmos, através de nossos pensamentos, palavras e atos, que forjamos nosso destino,
que será bom ou mau de acordo com o tipo de comportamento que tivermos. É a
chamada Lei do Karma ou das Retribuições. Trata-se de uma lei impessoal que
funciona com precisão matemática, não há nenhum “juiz” oculto por detrás da Lei.
Pelas mesmas razões verificamos que a idéia de ressurreição é totalmente estranha ao
Budismo.
Existem nos textos budistas várias doutrinas sobre a vida póstuma. Alguns
budistas, como os do Sudeste Asiático e do Tibet, tendem a aceitá-las literalmente. No
budismo Japonês, porém, a tendência dominante é vê-las como vestígios de uma
mentalidade mitológica incompatível com o pensamento moderno alicerçado na ciência.
Procura-se, então, desmitologizá-las, vendo-as como meras metáforas a descrever os
desvarios da consciência alienada, prisioneira da ignorância, das paixões e do egoísmo.
Segundo essas crenças, de acordo com a supracitada Lei das Retribuições, o falecido
renascerá em uma condição feliz ou infeliz, depois de um “estado intermediário” de 49
dias (ver abaixo o item luto).
5ª - Na condição humana;
6ª - Na condição animal.
Assim, para os budistas, paraíso e inferno nada mais são do que ilusões criadas
pela consciência alienada, das quais é necessário que nos desembaracemos o mais
depressa possível.
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UMA PEDAGOGIA DA MORTE.
CREMAÇÃO OU INUMAÇÃO?
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