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Uma média, como o nome diz, mostra o valor médio de uma amostra de determinado dado.
Uma média móvel aritmética (MMA) é uma extensão desse conceito, representando o valor
médio, normalmente dos preços de fechamento, em um período de tempo.
Na fórmula acima, V representa os diferentes preços, enquanto que N é a janela de tempo sobre
a qual se constrói a média. O parâmetro N é muito importante quando trabalhamos com
médias móveis na análise gráfica, pois é a variável que iremos ajustar para obter melhores
resultados. Modificando seu valor, a média irá responder mais ou menos rapidamente às
variações de preços.
Mas, por que média móvel? A palavra móvel está presente pelo fato de que quando uma
cotação entra no cálculo outra cotação sai. Por exemplo, se estamos usando uma média de 20
barras e surge uma nova cotação a última dessas 20 cotações é excluída do cálculo, enquanto
que a mais recente entra. Assim, a média "movimenta-se" através do gráfico.
Abaixo temos a fórmula da média móvel exponencial (MME). Preço representa o fechamento
do dia de hoje e MME ontem é o valor anterior da média móvel exponencial e K é uma
variável dependente do período N como pode ser visto.
O principal argumento apresentado por Elder é que a média simples é muito sensível às
variações do mercado, pois seu valor recebe uma influência dupla quando um novo dado chega:
a inclusão do novo preço e o descarte do mais antigo. Em uma média exponencial o efeito dos
preços antigos permanece e vai desaparecendo com o tempo, além disso o dado mais recente
possui um peso maior, fazendo com que a média reflita de maneira mais adequada o humor
atual do mercado.
A primeira informação importante fornecida por uma média móvel é sua inclinação. Uma
média móvel ascendente mostra um mercado comprador, enquanto que uma média
descendente indica um mercado vendedor. Posicione-se de acordo com o que a média indica,
pois ela tende a refletir de maneira adequada o comportamento dos investidores.
Por ser um indicador seguidor de tendência existe um momento no qual não devemos usar as
médias móveis. Que momento é esse? O mercado seguidamente se coloca em
acumulação, movendo-se lateralmente entre limites de preço. Nesses movimentos, a aplicação
das médias só é possível em períodos muito curtos e mesmo assim existe uma chance
considerável de obtenção de sinais errados, pois não há uma tendência definida a ser seguida.
Para a aplicação dessa técnica o analista pode utilizar-se de outros recursos como
comprar na vizinhança da média apenas quando aparecer um candle de reversão. Note
no gráfico que no quinto toque na média aparece também a figura de um martelo. Qual
mecanismo auxiliar utilizar em conjunto com a média fica a critério de cada trader, de
acordo com sua metodologia e ferramentas.
Cruzamentos (Crossovers)
Uma outra classe de métodos de utilização das médias móveis é através de
cruzamentos. Quando os preços cruzam a média móvel de baixo para cima é dado um sinal de
compra e quando cruzam de cima para baixo uma venda é sinalizada. Veja o gráfico abaixo da
Gerdau (GGBR4). Os preços partem para a parte superior da média em uma nova tendência de
alta.
Além do cruzamento dos preços outra técnica usada é o cruzamento entre duas médias,
uma longa e uma curta. Suponha que a média longa seja de 22 barras e a curta de 11.
Quando a média de 11 superar a de 22 cruzando para cima, tem-se um sinal de compra,
de maneira semelhante, cruzando para baixo um sinal de venda é caracterizado. Nesta variação,
é importante que ambas estejam inclinadas na mesma direção.
• Quanto menor o período de maneira mais próxima a média seguirá os preços. Contudo,
se o período for pequeno demais a média estará excesssivamente exposta às variações de
preços, perdendo sua utilidade como seguidora de tendências.
Como descobrir então com qual média operar? Trabalhando e utilizando a técnica de tentativa e
erro. Comece, por exemplo, com um período como 22 (aproximadamente o número de
pregões em um mês) ou 30 para um gráfico diário. Varie o valor e veja se a resposta do
indicador foi superior ou inferior do que no teste anterior. O processo é semelhante a sintonizar
um rádio com aqueles antigos sistemas analógicos nos quais era preciso girar um botão.
Criado em 1978 por Welles Wilder, o IFR mede a "força" de um ativo. Ele oscila entre 0 e 100
e pode ser utilizado em seus trades de 4 maneiras principais, vamos a elas.
Topos e Fundos
Também conhecida como condição de compra ou venda excessiva. O IFR, normalmente, faz
um topo acima do valor 70 e um fundo abaixo de 30. Esses topos/fundos formados no IFR,
muitas vezes, são muito mais claros de serem visualizados do que no próprio gráfico de preços do
ativo.
A interpretação feita é que acima de 70 o ativo está em uma condição de compra excessiva,
ou seja, os preços estão altos, levando a pressão compradora a tornar-se fraca e abrindo espaço
par uma correção. De maneira semelhante, abaixo de 30 aconteceram muitas vendas e o ativo
está barato, sugerindo oportunidades de compra que podem dar origem a um movimento
altista. Alguns autores acreditam que em uma tendência grande de alta o valor de 80 é mais
adequado para sinalizar a condição de compra excessiva, enquanto que em um mercado de
baixa o limite inferior pode ser ajustado para 20.
Formações Gráficas
O IFR forma padrões como OCO ou triângulos que, muitas vezes, não aparecem no gráfico
dos preços, mas que são perfeitamente válidos, podendo indicar continuação ou reversão de
tendência.
O exemplo abaixo, mostra destacado um OCO anunciando queda no IFR que não aparece no
gráfico de preços.
Divergência no IRF no Gráfico do Ibovespa
Suporte e Resistências
Linhas de suporte e resistência são perfeitamente válidas no IFR, sugerindo,
respectivamente, região de pressão compradora e vendedora.
Divergências
A procura por divergências é um dos principais usos do IFR. A divergência acontece quando o
movimento do IFR "discorda" do que está acontecendo com o preço. Como um exemplo, algumas
vezes o gráfico dos preços faz um novo topo mais alto que o anterior, enquanto que o IFR não
acompanha este movimento ficando abaixo de seu último topo. O que está acontecendo? O IFR
está apresentando a você um sinal de fraqueza do mercado de alta e talvez seja uma boa chance
de vender. Não é preciso dizer que o contrário também é válido, se os preços fazem um novo
fundo e o IFR não, pode estar surgindo força compradora.
Outras Características
O IFR pode ser calculado sobre diferentes períodos de tempo, os mais comuns são 9, 14 e 25.
Não existe uma regra formal para o número de dias a ser usado, alguns funcionam melhor para
certos mercados, deve-se então testar e encontrar o que se adapta melhor para os papéis e
índices que você analisa.
Na fórmula, "A" representa a média dos preços de fechamento dos dias de alta do
período, enquanto que "B" a média dos preços de fechamento dos dias de baixa. Como já foi
dito, não existe regra bem determinada para o período de cálculo das médias, mas quanto menor
o período maior a volatilidade do indicador, ou seja, o IFR irá oscilar mais.
O IFR é bastante versátil e pode ajudar muito em seus trades. Muitos analistas concordam que
o IFR é muito eficiente auxiliando na confirmação de uma idéia ou hipótese sobre o mercado.
É possível realizar negócios baseando-se unicamente nesse indicador, mas essa prática não é a
ideal.
O importante é possuir uma metodologia que combine algumas técnicas de análise, podendo ser
o IFR mais uma importante arma em seu arsenal.
Conheça o Estocástico
O estocástico é um importante indicador do tipo oscilador criado por George Lane. Ele mede
a capacidade das forças compradoras de realizar o fechamento próximo ao valor
máximo atingido dentro de um determinado intervalo de tempo e a capacidade das forças
vendedoras em trazer esse fechamento para as proximidades do valor mínimo da janela de
tempo.
Existem algumas variações do estocástico. A fórmula do estocástico rápido pode ser vista a
seguir:
Onde %K é a chamada linha rápida e %D a linha mais suave. Fech representa o valor
de fechamento de hoje, Min(n) e Max(n) são os valores máximo e mínimo atingidos pelos preços
nas últimas n barras.
O parâmetro de tempo, como em outros indicadores pode ser otimizado para
nossas necessidades. Uma janela grande analisa um período de tempo que compreende
mais barras, filtrando acontecimentos menores. Um tempo pequeno, por sua vez, volta sua
atenção para os últimos preços oferecendo sinais de curto prazo.
Níveis Extremos
O estocástico ajuda a mostrar se um ativo está sobrecomprado ou sobrevendido. Os níveis de
referência utilizados, normalmente, são 85 para limite superior e 15 para limite inferior.
Acima do patamar de 85 o ativo está mais vulnerável à correções, pois houve um impulso forte
para atingir esse nível. Abaixo de 15, houve um movimento de venda acentuado, o qual pode dar
lugar a boas oportunidades de compras.
Uma metodologia possível e seguida no exemplo a seguir para a Acesita (ACES4) é a geração
de um ponto de compra quando o estocástico retorna de baixo de 15 para cima desse
patamar. De maneira análoga, um ponto de venda surge quando o estocástico cruza de cima
para baixo o patamar de 85. As linhas vermelhas horizontais no estocástico representam os
níveis de 15 e 85. As linhas verticais azuis no gráfico de preços mostram as sinalizações de
compras, enquanto que as linhas verticais vermelhas mostram as sinalizações de venda segundo
os critérios descritos.
Alexander Elder no clássico Trading for a Living faz uma colocação interessante. Talvez
mais importante do que comprar abaixo de 15 ou vender acima de 85 seja não comprar acima
de 85 e não vender em um valor menor do que 15. Isso porque, apesar da vontade de
aproveitar o momento forte de um dos lados, as chances de reversão são bastante grandes.
Entretanto, existe uma técnica que justamente visa explorar um movimento amplo do
estocástico. Se a linha %K atingir o valor 100 (ou 0 em uma queda), e após um pull-back o
valor 100 (ou 0) for novamente alcançado um ponto de compra (venda) é gerado. A teoria
consiste em explorar o momento forte, pois o preço está fechando continuamente próximo do
valor máximo (ou mínimo).
Movimento Atenuado
Outra técnica que merece ser descrita explora a indicação de reversão gerada pelo estocástico
quando seu traçado perde a inclinação e fica achatado.
Perda de Inclinação
Divergências
Como em outros osciladores, divergências no estocástico são uma ótima maneira de observar
o comportamento do mercado.
O Indicador OBV
O OBV (On Balance Volume) é um indicador momentum que relaciona mudanças no preço
com as variações de volume. Ele foi criado por Joe Granville e a idéia é detectar a direção
do fluxo do volume, ou seja, se está entrando ou saindo volume do ativo.
Dia de alta:
Dia de baixa:
O OBV pode, naturalmente, ser aplicado também para gráficos Intraday. Neste caso, o cálculo não
é feito em termos de dias, mas sim em relação à periodicidade de cada barra.
A interpretação do indicador pode ser feita segundo diferentes técnicas como divergência, quebra
de tendência, padrões, cruzamentos de médias, etc. Veremos alguns desses mecanismos a seguir.
Divergência
Como muitos outros indicadores o OBV permite a análise por divergências. Quando o
preço atinge patamares mais elevados (ou mais baixos) e o OBV não acompanha trata-se
de um indicativo extra de que está faltando força ao movimento e existe probabilidade
razoável de reversão. Em um situação como essa os Stops devem ser encurtados para
preservar o lucro da operação ou a entrada no novo movimento deve ser planejada.
O gráfico acima do Bradesco (BBDC4) mostra que os preços realizaram uma perna de
alta, enquanto que o OBV gerou um topo inferior. O sinal de divergência gerado transformou-
se em seguida em um movimento baixista mais amplo.
Elementos da Análise Técnica
Uma das grandes forças do OBV é permitir que os elementos na análise técnica como
canais, suportes e resistências sejam aplicados diretamente em seu gráfico. Utilize essas
técnicas da mesma maneira como faria no gráfico de preços.
O gráfico abaixo mostra o OBV da Cemig (CMIG4). Note como os fundos do OBV formam
uma linha de tendência de alta, a qual após seu rompimento foi testada novamente, servindo
agora como resistência (princípio da inversão).
É claro que seriam necessárias diversas páginas para analisar a fundo todas as
características deste indicador. Entretanto, observando-o constantemente você irá
familiarizar-se e logo perceberá as divergências e as formações mais confiáveis.
Existem indicadores semelhantes ao OBV, contudo mais sofisticados que serão analisados em
novos artigos.
Bandas de Bollinger
As bandas são uma ferramenta bastante interessante. Como veremos, elas mantém uma
relação intensa com a volatilidade, podendo nos ajudar a antecipar movimentos fortes e
identificar pontos de compra e venda.
A partir dessas observações, o analista técnico John Bollinger criou as bandas de Bollinger.
Elas consistem em duas linhas, uma superior e outra inferior, traçadas a partir de uma
determinada distância de uma média móvel.
Esse conceito é, basicamente, o mesmo de envelopes. Nos envelopes, temos também duas
linhas as quais são calculadas a partir de um determinado percentual de distância da média. A
diferença introduzida por Bollinger está na utilização do desvio padrão. Vamos, então, ver
de maneira rápida alguns conceitos de estatística.
Um Pouco de Estatística
Uma única medida de tendência central nem sempre é adequada para descrever, de
modo satisfatório, um conjunto de dados. Não basta saber o valor em torno do qual os
dados se concentram. É preciso saber o grau de agregação, ou seja, definir e usar
mecanismos para quantificar o nível de dispersão dos dados. O desvio padrão é
justamente uma medida da dispersão de um conjunto de dados em relação a sua média.
Aplicando esse conceito no contexto da análise técnica de um ativo, tem-se que o desvio padrão
é uma medida da volatilidade, ou seja, quanto maior a volatilidade de um ativo maior seu
desvio padrão. As bandas são, portanto, traçadas a um determinado número de desvios
padrão de uma média.
O analista sabe que na maior parte do tempo os preços estarão reclusos dentro desse
limite. Como é possível constatar, existe uma relação direta entre as bandas de
Bollinger e a volatilidade. Essa integração é muito interessante e pode ser facilmente
percebida graficamente durante acumulações e quando ocorrem acelerações dos movimentos de
preços.
Regras de Interpretação
Existem diversas maneiras de se observar e interpretar as bandas, vamos ver algumas delas.
Estreitamento
Nessas situações, esses indicadores desempenham um papel importante, afinal o volume avalia
o grau de comprometimento financeiro dos investidores. No gráfico acima, vemos uma
linha vermelha descendente nos preços, enquanto que o OBV desenvolve uma trajetória
ascendente (divergência altista). Com essas informações reunidas podemos preparar o trade
e fazer uma ótima entrada.
Alcançando as Bandas
Um dos aspectos fascinantes da análise técnica é que mesmo sob as mesmas condições,
muitas vezes, dois analistas enxergam o cenário de maneira completamente diferente. A
seguir, analisaremos duas regras de uso das bandas que parecem antagônicas em um primeiro
momento.
Uma dessas regras diz que quando o preço supera uma das bandas espera-se a continuação
do movimento. Essa afirmação é plenamente razoável, visto que o preço superar a banda
constitui, sem sombra de dúvida, uma manifestação de força.
Neste gráfico da Telemar (TNLP4) do final de 2003 e início de 2004 vemos os preços superando
as bandas algumas vezes em um contínuo movimento altista. Esta é uma boa maneira de
operar e aproveitar a tendência, principalmente se você gosta de administrar posições por algum
tempo.
Entretanto, seguidamente, ao alcançar uma das bandas o mercado reverte para a outra direção,
nem que seja uma rápida pausa para "tomar ar" antes de continuar a escalada ou a queda.
Isso acontece porque ao atingir a linha superior ou inferior, os preços já se distanciaram
bastante de sua média e estão vulneráveis a correções. Sob essa visão, a superação de
uma banda é na verdade um alerta que sugere a liquidação de posições.
A conclusão é que a estratégia de uso das bandas depende do plano de trade. O objetivo é manter
a posição por algum tempo ou realizar trades curtos? Serão trades curtos ou curtíssimos
como day-trade? Sob quais condições técnicas acontecerá a saída? Onde estarão os
stops? Essas perguntas devem estar respondidas.
Entre outros usos, ainda podemos destacar o fato de as bandas serem bons alvos de
preços. Assim, um movimento que se inicia sobre uma banda tende a percorrer todo o
caminho até a outra. Outro mecanismo interessante, sugere que topos ou fundos feitos fora das
bandas seguidos por topos ou fundos feitos dentro são uma boa sinalização de mudança de
tendência.