PRESS RELEASE – IMF – 17 DE AGOSTO DE 2010

INE - Desemprego 2º Trimestre 2010 – 10.6% (igual ao 1º Trimestre)

Os números do desemprego do 2º trimestre Junho não surpreendem e são coerentes com os do

Eurostat (10.8%), que tinha publicado a 30 de Julho.

Pelos dados do INE trata-se da primeira estabilização da taxa de desemprego desde Junho de 2008.
Percebe-se que o processo de destruição de emprego estabilizou, mas a economia ainda não
consegue gerar novos postos de trabalho.

É importante esclarecer que, mantendo-se tudo o resto constante, esta é uma situação normal do ponto
de vista macroeconómico. As teorias endógenas que explicam os ciclos económicos definem o emprego
como uma variável lagging, ou seja, acompanha o ciclo económico de forma desfasada. Por isso, e num
momento em que output gap é ainda muito negativo, teremos que esperar algum tempo até que se
assista a uma criação de emprego líquida positiva e consistente.

Neste momento é provável que o governo falhe a previsão de 9.8% para o desemprego em 2010.

Notar que, segundo o INE, a população inactiva aumentou 0.7% (ou 22 800 pessoas) face ao trimestre
anterior, provavelmente reflexo do regresso de jovens à escola, envelhecimento da população e da
desistência em continuar a procurar emprego.

Notar que há uma tendência plurianual para a diminuição da taxa de emprego, provocada quase
exclusivamente pelos indivíduos do sexo masculino. Notar que a população activa masculina não tem
vindo a diminuir, a não ser no último ano.

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Em termos regionais, assistiu-se a uma assimetria na forma como a taxa de desemprego se comportou,
registando uma subida em 4 regiões, com especial destaque para a região de Lisboa. Terá sido Lisboa a
impedir que se observasse uma ligeira redução da taxa de desemprego.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
IMF, 17 de Agosto de 2010

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