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1. INTRODUÇÃO
Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da Administração
Pública encontram-se, explícita ou implicitamente, no texto da Constituição de
1988.
Princípios explícitos
São cinco: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência
– LIMPE!
Encontram-se expressos no caput do art. 37 da Constituição.
São eles de observância obrigatória para todos os Poderes, quando
estiverem no exercício de funções administrativas, e para todos os entes
federados (União, estados, Distrito Federal e municípios), alcançando a
Administração Direta e Indireta.
Princípios implícitos
São vários: Supremacia do Interesse Público, Indisponibilidade do Interesse
Público, Finalidade, Razoabilidade e Proporcionalidade, e Autotutela.
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3. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
É um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo.
Dele derivam todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa. A
Administração Pública é mãe gestora de bens e interesses alheios (públicos, isto é,
do povo).
Os bens e os interesses públicos são indisponíveis, não pertence, à Administração,
tampouco a seus agentes públicos. A esses cabe apenas a sua gestão, em prol da
coletividade, verdadeira titular dos direitos e interesses públicos.
A expressão “interesse público” entendida em sentido amplo abrange todo o
patrimônio público e todos os direitos e interesses, imediatos ou mediatos, do povo
em geral.
São vedados ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia a direitos do
Poder Público ou que injustificadamente onerem a sociedade.
Está diretamente presente em toda e qualquer atuação da Administração
Pública. Manifesta-se:
a) Tanto no desempenho das atividades-fim, quanto no das atividades-meio;
b) Tanto quando ela atua visando ao interesse público primário, como quando
visa ao interesse público secundário;
c) Tanto quando atua sob o regime de direito público, como quando atua sob
regime predominante de direito privado (a exemplo da atuação do Estado
como agente econômico).
A lei é o único instrumento hábil a determinar o que seja de interesse público.
4. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É o postulado basilar de todos os Estados de direito (vigora o “império da lei”).
Sua formulação mais genérica encontra-se no inciso II do art. 5° da Constituição.
Aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíbe; a regra é a
autonomia da vontade, ao passo que a Administração Pública não tem vontade
autônoma, estando adstrita a lei. Para a Administração, em outras palavras, não é
suficiente a ausência de proibição em lei para que possa agir; é necessária a
existência de uma lei que imponha ou autorize determinada atuação administrativa.
A Administração Pública somente tem a possibilidade de atuar quando existe lei que
o determine (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária), devendo
obedecer estritamente ao estipulado na lei, ou sendo discricionária a atuação,
observar os termos, condições e limites autorizados na lei.
Os atos que a este princípio desobedecerem são considerados inválidos e podem
ter sua invalidade decretada pela própria Administração Pública que os haja
editado (autotutela administrativa) ou pelo Poder Judiciário.
Assim, na prática de um ato administrativo, o agente público está obrigado a
observar não só a lei e os princípios jurídicos, mas também os decretos, as
portarias, as instruções normativas, os pareceres normativos, em suma, todos os
atos administrativos gerais que sejam pertinentes àquela situação concreta com
que ele se depara.
A atividade administrativa típica não pode inovar o ordenamento jurídico,
não pode criar direitos ou obrigações novos, que não estejam, previamente,
estabelecidos em lei, ou dela decorram.
Há, no entanto, a possibilidade de o Poder Executivo expedir atos que inaugurem o
direito positivo. Estes casos existem somente nas situações expressamente
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previstas na Constituição. Tais hipóteses possuem caráter excepcional, sendo as
principais:
a) Edição de medidas provisórias “com força de lei” (CF, art. 62);
b) Edição de leis delegadas;
c) Edição de decretos autônomos, ou seja, decretos que retiram seu
fundamento de validade diretamente do texto constitucional, atos primários,
isto é, que não são editados em função de qualquer lei, não regulamentam
lei alguma.
5. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração Pública. A
denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser
jurídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos praticados
com inobservância deste princípio.
É um requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto atinente ao
mérito. Ou seja, um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a uma
análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto
é, é nulo, e não meramente importuno ou inconveniente.
O ato contrário à moral administrativa deve ser declarado nulo, e não declarado
revogado.
A moral administrativa liga-se à idéia de probidade e de boa-fé; é independe da
concepção subjetiva (pessoal) de conduta moral, ética, que o agente público tenha,
pois é passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à
conduta de agentes públicos, existentes no ordenamento jurídico.
A ação popular é um importante meio de controle judicial da moralidade
administrativa.
6. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Pode ser tratado sobre dois prismas:
7. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Também apresenta uma dupla acepção:
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Decorrência lógica da transparência: é a regra geral segundo a qual os atos
administrativos devem ser motivados.
8. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Seu objetivo é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação
às necessidades da sociedade que os custeia. Integra o controle de legalidade
ou legitimidade, e não de mérito administrativo. Em outras palavras: a atuação
eficiente não é uma questão de conveniência e oportunidade administrativa, mas
sim uma obrigação do administrador. Em tese, um ato é ineficiente é ilegítimo, o
que enseja sua anulação.
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Obs.: o Poder Judiciário não pode retirar do mundo jurídico atos válidos editados
por outro Poder.
Poder de autotutela ≠ Tutela administrativa: este é sinônimo de controle
finalístico, ou supervisão, que a Administração exerce, nos termos e limites da
lei, sobre as entidades da Administração Indireta.