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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA

VOL.1

UNIDADE 05 - EMPREGADO

Antes de nos ocuparmos do objeto central de nosso estudo


neste Capítulo, o empregado, penso ser oportuno e didático estabelecer o
conceito de trabalhador e sua classificação básica, pois como prevenido em
linhas pretéritas, toda relação de emprego constitui uma relação de
trabalho, porém, nem toda relação de trabalho importa em uma
relação de emprego.

1. Trabalhador. Classificação Básica de Trabalhador

No âmbito trabalhista, trabalhador é a pessoa natural que


exerce atividade profissional remunerada, por conta própria ou por conta de
outrem.

Em razão de peculiaridades presentes no momento da


prestação dos serviços, que são determinantes para a definição da natureza
da relação jurídica estabelecida entre o trabalhador e o tomador dos seus
serviços, podemos formular a seguinte classificação básica de trabalhador:

a) Trabalhador Autônomo - é a pessoa natural que exerce por conta


própria atividade profissional remunerada.

b) Trabalhador Subordinado – é a pessoa natural que exerce atividade


profissional remunerada e dirigida por outrem.

c) Trabalhador Avulso – É todo trabalhador que, sindicalizado ou não,


presta serviços especificados no art. 11 do Decreto nº 80.271/77, ou em
Portaria do Ministério do Trabalho em Emprego, intermediados por suas
respectivas entidades sindicais.

d) Trabalhador Empregado – é a pessoa natural que presta serviços de


natureza não eventual a empregador, mediante subordinação e
remuneração e com pessoalidade.

e) Trabalhador Voluntário - é a pessoa natural que exerce por conta


própria ou dirigida por outrem uma atividade profissional sem almejar
remuneração, motivado por convicções pessoais de ordem religiosas,
políticas, sociais, esportivas, humanitárias, etc., nos termos da Lei n°
9.608/98

2. Empregado

Mesmo abrangendo e protegendo também a relação de trabalho


avulso, por força do art. 7º, XXXIV, da Constituição Federal, o foco principal
do Direito do Trabalho recai sobre o trabalho prestado em decorrência de
uma relação de emprego estabelecida com os requisitos do art. 3º da CLT
(trabalhador urbano) ou nos moldes da art. 2º da Lei nº 5889/73
(trabalhador rural) ou ainda na forma do art. 1º da Lei nº 5859/72
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(trabalhador doméstico).

Que pese a Justiça do Trabalho deter a competência material para


julgar litígios de todas as relações de trabalho, por força do art. 114, I, da
C.F, esses julgamentos não acontecerão sob o pálio da regras trabalhistas e
sim do Direito Civil e de acordo com as cláusulas contratuais pactuadas
entre os litigantes para regência da relação havida entre eles.

2.1. Conceito legal de emprego - “Toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador sob a dependência deste mediante
salário.” art. 3º CLT.

2.1.1. Pessoa física - Somente a pessoa natural pode ser empregado,


pessoas jurídicas não podem prestar serviços como empregados. Em razão
desse requisito essencial para a configuração da relação de emprego, alguns
empregadores desonestos tentam fraudar a legislação trabalhista e exigem
que o trabalhador constitua formalmente uma empresa e preste-lhes
serviços como pessoa jurídica, no jargão popular como PJ.

Porém, não basta que o serviço seja prestado por uma pessoa
natural, é necessário para configuração da relação de emprego que haja
pessoalidade. Significa que o trabalhador se compromete a executar ele
mesmo os serviços contratados, não podendo fazer-se substituir na
execução do contrato. No dizer de José Augusto Rodrigues Pinto, “A
pessoalidade é elemento caracterizador do contrato de emprego por
derivação direta da subordinação.” 1
“Com efeito, sendo a energia individual o alvo do interesse do
empregador, para utilizá-la conforme seu poder de
subordinação, é evidente que a substituição da fonte
energética descaracterizaria o objeto do contrato.
Isso acontece, convém esclarecer, não apenas graças à
subordinação, que traduz disponibilidade de energia, mas
também porque a escolha da fonte energética é feita com
vistas à virtualidade individual, bem traduzida pelo que se
convenciona chamar de qualificação do empregado, variável
de indivíduo a indivíduo, mesmo quando submetidos a preparo
profissional e treinamento absolutamente iguais.” 2

Em resumo, podemos afirmar que a pessoalidade dá-se em


razão da prestação ser admitida intuitu personae. A obrigação do
empregado é infungível, ou seja, não pode ser executada por outrem. O
empregado não pode se fazer substituir na execução dos serviços
compromissados com o tomador.

2.1.2. Serviço de natureza não eventual ou permanente – Outro


elemento essencial para a caracterização da relação de emprego é a não
eventualidade dos serviços prestados. Significa que os serviços prestados
1 PINTO, José Augusto Rodrigues – Tratado de direito material do trabalho – São Paulo : LTr 2007 , p. 120
2 Idem

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pelo trabalhador se inserem nas necessidades permanentes da empresa


ditadas por suas atividades normais (atividades-fim ou atividade-meio). “O
trabalho que se presta ocasional e transitoriamente, não decorrente da
atividade normal da empresa, não atribui a seu executor a condição jurídica
de empregado.” (Rodrigues Pinto)3

Essas necessidades podem ser mera decorrência fática das


atividades permanentes da empresa ou uma opção do empreendedor. Em
alguns casos o serviço tomado decorre de uma situação eventual que não se
insere nas atividades permanentes da empresa, mas o empreendedor opta
por incluí-lo por mera comodidade ou para garantir agilidade na solução de
alguns problemas eventuais que ocorrem com uma certa regularidade.

Por isso, não é empregado o pintor que a empresa chame


para pintar o seu estabelecimento, o eletricista que repara a instalação
elétrica. Porém qualquer um desses profissionais será empregado quando
inserido na atividade permanente da empresa, por exemplo: será
empregado o pintor que trabalha na empresa de construção civil ou
reforma; bem como o eletricista que trabalha na empresa de energia
elétrica.

Como visto, a permanência pode decorrer de uma situação


fática ou de ato de vontade da empresa. Assim, se os serviços contratados
normalmente não se inserem nas atividades permanentes da empresa, mas,
por opção do empreendedor, o trabalhador é contratado com continuidade,
a situação ensejará a formação do vínculo empregatício. O tempo de
serviço mais ou menos longo é um forte indicativo de permanência
ou habitualidade por vontade do empregador.

Um serviço que a princípio seria eventual pode transmudar-se


para permanente, se prestado com continuidade por livre e exclusiva
vontade do tomador. Ex: a escola que resolve contratar um eletricista para
ficar permanentemente a sua disposição.

b) Continuidade – “É a permanência absoluta”. É do interesse da empresa


que o empregado esteja todo o tempo a sua disposição. A continuidade seria
um adjetivo da permanência. É a repetição sem solução de continuidade.

A continuidade, no sentido de tempo em que o empregado


efetivamente trabalha ou fica à disposição do empregador, não é essencial
para a caracterização do vínculo de emprego, porém ajuda a definir a não
eventualidade da prestação dos serviços.

c) Exclusividade – Pode ajudar na definição da existência da relação de


emprego, mas não é requisito essencial para a sua caracterização. O
trabalhador pode prestar serviços com vínculo de emprego a vários
tomadores, com por exemplos professores, médicos e outros profissionais

3 PINTO, José Augusto Rodrigues Pinto – Curso de direito individual do trabalho – 2ª ed. São Paulo :LTr. 1995

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da área de saúde, sem que essa simultaneidade de relações descaracterize


o vínculo de emprego mantido com cada um dos tomadores dos serviços.

d) Trabalho eventual - Trabalho eventual ou ocasional é aquele que é


exigido em linha absolutamente temporária ou transitória, cujo exercício
não se integra na faculdade da empresa, sendo imposto por exigência
momentânea da empresa. Não gera vínculo de emprego.

e) Trabalho adventício - É aquele que apesar de habitual, tem como


elemento diferenciador a intermitência na prestação dos serviços, já que
periodicamente a tarefa executada pelo trabalhador seria indispensável à
empresa. O trabalho é periodicamente necessário, mas se coordena com a
normal necessidade das atividades da empresa, surgindo essa necessidade
em intervalos mais ou menos breves. Pode gerar vínculo de emprego se
presentes os outros elementos caracterizadores da relação de emprego.

Não se deve confundir trabalho adventício com trabalhador


Eventual. O trabalhado eventual diz respeito a atividades dissociadas das
necessidades permanentes da empresa, sem continuidade, geralmente a
várias fontes, em períodos curtos de tempo, enquanto o trabalhador
eventual é aquele que presta serviços de natureza não habitual, ou seja,
serviços que não se inserem nas atividades normais da empresa..

É importante registrar que a necessidade permanente do


serviço pode ser constante ou intermitente, sendo, neste caso, condicionada
a um advento.

2.1.3. Dependência ou subordinação

O elemento mais diferenciador do contrato de emprego de outros contratos


de atividade é a dependência jurídica ou a subordinação. O empregador
contrata a subordinação da energia do trabalhador aos fins empresariais.

‘O trabalhador ao contratar a prestação de seus serviços, obriga-se a


exercer suas atividades de acordo com sua qualificação profissional,
dirigidas aos objetivos da empresa, sob as ordens e direção do
empregador.’4

“A subordinação jurídica consiste na possibilidade de que dispõe o


empregador de utilizar a energia de trabalho do dependente. A dependência
jurídica se manifesta através do poder de comando do empregador, que a
ordem jurídica capitalista lhe garante, uma vez que é ele quem assume os
riscos econômicos da atividade. O empregador detém o poder hierárquico e
disciplinar.” 5

4 PRADO, Roberto Barreto, citado por Adilson Bassalho Pereira - A Subordinação como objeto
do contrato de trabalho - SP : 1991, Ltr, p.34
5 PINTO, José Augusto Rodrigues Pinto

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“A subordinação consiste no dever de obediência, que ao lado dos deveres


de lealdade e diligência, formam a trilogia sobre a qual repousa a
estabilidade do vínculo laboral.” 6

* exemplo: na empreitada não há subordinação. A parte deseja apenas o


resultado na época e forma avençadas. No contrato de emprego o
empregado deve permanecer virtualmente à disposição do seu patrão.
Interessa o resultado também, todavia, pelo poder de comando ele pode ser
alterado pelo empregador.

2.1.4. Salário = onerosidade - consiste na retribuição que o trabalhador


almeja receber e o tomador aceita pagar pela prestação dos serviços. Não
há contrato de trabalho sem retribuição. Exclui-se, portanto, do conceito de
empregado quem presta trabalho sem almejar uma contraprestação do
tomador dos seus serviços, como por exemplo, o trabalho altruístico. Ver
artigos 457 e 458 CLT.

Obs: este Capítulo é complementado pelo seu anexo 1, de leitura


obrigatória.

JURISPRUDÊNCIA

Nº 386 POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM EMPRESA


PRIVADA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 167 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ
20.04.2005
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego
entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade
disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. (ex-OJ nº 167 - Inserida em 26.03.1999)

PROCESSO: RR-357.071/1997.5 - TRT DA 20.ª REGIÃO (AC. 4.ª TURMA)


RELATOR: MIN. IVES GANDRA MARTINS FILHO
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO - CARTÓRIO DE NOTAS. Empregado de cartório não é funcionário
público, mas empregado do titular da serventia, devendo este responsabilizar-se pelas obrigações
decorrentes do contrato de trabalho, independente de sua titularidade. O acervo da empresa
responde pelos créditos trabalhistas.
Publicado no DJ n.º 48. 10/03/2000. p. 65.

PROC. TRT 18 - RO-3533/99 - AC. N.º 7339/99 - EG. 5.ª JCJ DE GOIÂNIA
RELATOR: JUIZ ALDIVINO A. DA SILVA
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. SOCIEDADE DE FATO. Se o trabalhador assume os riscos do
empreendimento, arcando com parte das despesas necessárias à realização do serviço, não há como
reconhecer relação de emprego, mas sim a existência de uma sociedade de fato.
Goiânia, 10 de novembro de 1999. (data do julgamento).

TRT 18 - RO 3519/99 - AC. N.º 7365/99 - 2.ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Demonstrado que o labor desenvolvido
pelo reclamante é meramente eventual, totalmente desvinculado da atividade normal da empresa
reclamada, forçoso reconhecer a ausência dos requisitos caracterizadores da relação de emprego.
Goiânia, 10 de novembro de 1999.

TRT 18 – RO 3550/99 AC. N.º 7211/99 - 4.ª JCJ de Goiânia/GO


RELATOR: Juiz JOÃO GONÇALVES DE PINHO
EMENTA: REPRESENTANTE COMERCIAL. Não caracterização. Quando as atividades do empregado se
desenvolverem mediante subordinação jurídica e não constar dos autos o registro obrigatório do

6 idem

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exercente da representação no Conselho Regional de Representação Comercial de que cuida o art.


2.º, da Lei n.º 4.886/65, não se há que falar em representação comercial e sim em vínculo de
emprego.
Goiânia, 04 de novembro de 1999.

PROCESSO TRT RO 0560/99 (AC. 2690/99) 8.ª JCJ DE GOIÂNIA - GO.


RELATOR: Juiz JOSÉ LUIZ ROSA
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO/CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL/AUSENTES OS
REQUISITOS DO ART. 3.º DA CLT. Restou comprovado nos autos a inexistência de subordinação
jurídica, não havia rota predeterminada pela empresa, tampouco fiscalização no cumprimento dessa
rota. O próprio reclamante era quem arcava com todas as despesas para as vendas, assumindo os
riscos de sua atividade. O fato do autor não ser inscrito no CORE (art. 2.º da Lei n.º 4.886/65)
constitui-se em irregularidade administrativa cometida pelo próprio representante comercial quando
inequívoco que de fato exerça essa profissão. No Direito do Trabalho vigora o princípio da primazia
da realidade. Vínculo empregatício não reconhecido.
Goiânia, 05 de maio de 1999.

PROC. TRT-RO-2551/99 - ACÓRDÃO N.º 5434/99 - 2.ª JCJ DE ANÁPOLIS (GO)


RELATOR: Juiz LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO - ÔNUS DA PROVA.
Se a parte patronal fundamentou sua defesa admitindo a prestação de serviços, mas negando a
existência de vínculo empregatício, a ela cumpria provar, convincentemente, a condição de trabalho
não subordinado por parte do reclamante, posto que a presunção legal é a de relação de forma
subordinada.

PROC/TRT/RO-3596/99 - AC. N.º 7366/99 - 3.ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. ÔNUS DA PROVA. Se a empresa, que se beneficiou da força de
trabalho do empregado, empresta-lhe conotação jurídica diversa, negando a ocorrência de todos os
elementos caracterizadores do vínculo, deve demonstrar de forma induvidosa as causas prejudiciais
do trabalhador, pena de sucumbir na demanda. Relação de emprego reconhecida.
Goiânia, 10 de novembro de 1999.

PROC. TRT – 18 RO-763/99 - ACÓRDÃO N.º 2955/99 - JCJ DE CERES - GO


RELATOR: JUIZ MARCELO NOGUEIRA PEDRA
EMENTA: LEGITIMAÇÃO "AD CAUSAM'". CONTROVÉRSIA ACERCA DA EXISTÊNCIA, OU NÃO, DE
RELAÇÃO DE EMPREGO.
Tendo restado incontroversa a existência de uma relação de trabalho entre Reclamante e Reclamado,
discordando este apenas de seu cunho empregatício, resta mais que evidenciada a titularidade, por
parte de ambos, o interesse substancial de ver declarada judicialmente a existência ou inexistência
do vínculo de emprego - do que decorrerá toda uma gama de conseqüências jurídicas, a influírem
diretamente sobre a esfera subjetiva de cada qual. Uma adequada compreensão do critério de
aferição da legitimidade elucidará ser esta uma decorrência da relação de pertinência subjetiva
existente entre as partes e os sujeitos da lide - e não da qualificação jurídica porventura atribuível a
tais sujeitos, quando esta seja objeto de debate. Mesmo porque, havendo disputa acerca do título
jurídico sob o qual as partes integram a relação substancial controvertida, tal discussão será parte
integrante da própria causa, concernindo ao seu mérito ("meritum causae").
Goiânia, 18 de maio de 1999.

PROC/TRT/RO-3411/99 - AC. N.º 7101/99 - 10.ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RECONHECIMENTO. Realizando o Obreiro atividade fim da
Reclamada, correto o reconhecimento do vínculo empregatício.
Goiânia, 03 de novembro de 1999.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO - EVENTUALIDADE - INTERMITÊNCIA - Constituindo o trabalho prestado


pela obreira uma necessidade permanente da reclamada, isto é, cuja repetição não é conseqüência
do concurso de circunstâncias especiais, não se tratando assim, de um serviço meramente acidental,
não há que se falar em eventualidade (tese sustentada pela C. Suprema Corte Mexicana, (apud
Mario de La Cueva, "Derecho Mexicano del Trabajo"), e que é aceita, tranqüilamente, pela doutrina e
pela jurisprudência brasileiras). DECISÃO: Por unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, por
maioria, dar-lhe provimento parcial". (Bol. Jurisprudência - TRT 18.ª Região - vol. 01 - n.º 1 - jan/97
a jun/98).

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Ementa: Músico - Relação de Emprego - Caracterização. O músico profissional se vincula a uma


empresa por duas formas: a) prestando serviços eventuais ou em substituição a outro músico
empregado, quando deverá ser emitido documento denominado "Nota contratual", ou b) através
relação de emprego, por prazo determinado ou indeterminado, quando será firmado contrato de
trabalho. A prestação de serviços ajustados por "Nota Contratual" não poderá ultrapassar a sete
dias consecutivos, vedada a utilização desse mesmo profissional nos trinta dias subseqüentes, pela
mesma empresa. Desobedecidos estes limites, presume-se caracterizada a relação de emprego (Lei
n. 3.857/60, interpretada e regulamentada pela Portaria MTb n. 3.347/86).
TRT 10.ª Reg. RO 1784/98 (Ac. 1.ª T, julgado em 15.9.98) - Rel. Juiz Fernando Américo Veiga
Damasceno. DJU 2.10.98. Boletim de Jurisprudência de set/out/98, V. 11, n. 5, do TRT da 10.ª Reg.

Ementa: COOPERATIVA - ART. 442, DA CLT - VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO - Num contexto
em que a cooperativa atua como fornecedora de mão-de-obra, em serviço inerente à atividade
normal da contratante, não estando o trabalhador integrado ao associativismo, fazendo-se
cooperado apenas pela conveniência e oportunismo dos que pretendem furtar-se às obrigações
trabalhistas, fica estampada a fraude. E o parágrafo único do art. 442 da CLT não exclui a regra de
proteção contida no art. 9.º do mesmo estatuto. Cooperativa, enfim, é ajuda mútua, solidariedade,
participação, igualdade, e não exploração do trabalho humano. Vínculo de emprego configurado.
TRT 2.ª Reg. RO 02980044908 - Ac. 1.ª T - 02980586743 - Rel. Juiz Eduardo de Azevedo Silva -
DJSP de 24.11.98, pág. 123.

Ementa: CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO AUTÔNOMO - VÍNCULO DE EMPREGO NÃO RECONHECIDO


- RELAÇÃO DE EMPREGO - REPRESENTANTE COMERCIAL - Não havendo elementos que indiquem ter
havido coação para que o reclamante ajustasse contrato de representação comercial autônoma,
quando já possuía inscrição no Conselho da categoria e não havendo prova de subordinação além
daquela que também é inerente ao cumprimento da representação, é de se concluir pela inexistência
de vínculo empregatício.
TRT 3.ª Reg. RO 1668/98 - Ac. 4.ª T 2210/97 - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - DJMG de
7.11.98, pág. 10.

PROCESSO Nº TST-E-RR-542.878/99 - (Ac. SBDI 1)


VÍNCULO EMPREGATÍCIO. DONO DE OBRA. CONFIGURAÇÃO. Dono de obra residencial. Vínculo de
emprego. Configuração.A previsão legal do art. 2º da CLT exige, para caracterização do empregador,
a assunção de uma atividade econômica e dos riscos inerentes a ela, requisito que não se encontra
presente na figura do dono de obra residencial, impossibilitando a configuração do vínculo de
emprego. Recurso de embargos conhecido e provido.

PROC.: TRT 18ª R/RO-1282/99 – Ac. Nº 3369/99 – 3ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. TRABALHO A DOMICÍLIO. A prestação de serviços no
domicílio não descaracteriza a relação de emprego, uma vez presentes os requisitos dos arts. 3º e
6º, da CLT. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-0089/99 – Ac. 2307/99 – 5ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ EHRLICH BRILL
EMENTA: AUTÔNOMO. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS
DO ART. 3º DA CLT. Restou comprovado nos autos que não havia subordinação e que o reclamante
não recebia salários da própria reclamada, havendo apenas um repasse de verbas. Assim não há
como reconhecer o vínculo empregatício. (Data do julgamento: 20.04.1999

PROC.: TRT 18ª R/RO-4408/98 – Ac. 2823/99 – 7ª JCJ DE GOIÂNIA


RELATOR: JUIZ JÚLIO DE ALENCASTRO
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. CARACTERIZAÇÃO. O vínculo empregatício caracteriza-se
não pela forma pactuada entre as partes, mas sim pela realidade, ou seja, o como, o modo de ser da
prestação no dia a dia. O que distingue a relação de emprego de qualquer outra relação de trabalho
é a subordinação jurídica, consubstanciada na alienação que o empregado faz ao empregador do
poder de orientar ou direcionar sua própria atividade. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4171/98 – Ac. 2411/99 – 5ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUÍZA JACIRA CARVALHO DA SILVA
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. VENDEDOR AUTÔNOMO. Da prova dos autos verifica-se
que, embora camuflada de autônoma, a relação de trabalho havida entre os litigantes foi índole
empregatícia. A contratação em que pese o rótulo de autônoma, exigia a execução de atividade
essencial aos fins da Reclamada (vendas), trabalhando o obreiro pessoalmente de forma contínua,

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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA
VOL.1

regular e com subordinação, mediante retribuição com o pagamento de comissões e ajuda de custo.
(sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO4397/98 – Ac. 1362/99 – 1ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ JOÃO GONÇALVES DE PINHO
EMENTA: REPRESENTANTE COMERCIAL AUTÔNOMO. Não caracterização. Quando as atividades
do empregado se desenvolverem mediante os requisitos do artigo 3º da CLT, resta configurada a
relação de emprego, independente do nomem juris que a ela tenha sido dado, em face do princípio
da primazia da realidade pelo qual rege-se o direito do trabalho. (Data do Julgamento: 16.03.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-0027/99 – Ac. 1974/99 – 12ª JCJ DE GOIÃNIA/GO


RELATOR: JUÍZA JACIRA CARVALHO DA SILVA
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RECONHECIMENTO. Empresa que não tem como atividade
fim a construção, mas admite pessoas para trabalhar em sua obra de grande extensão, deve ser
responsabilizada pelas obrigações trabalhistas, pois reconhecido vínculo empregatício. (sem
referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-2507/98 – Ac. 1146/99 – EG. 2ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATORA: JUÍZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. REPRESENTANTE COMERCIAL. CONFIGURAÇÃO. A acentuada
semelhança existente entre os elementos da relação de emprego e da representação comercial
autônoma reclama argúcia do julgador ao proferir a decisão que irá afinal declarar a natureza jurídica
do vínculo. Assim, em que pese à “zona gris” a encobrir tais ajustes – expressão colhida na doutrina
-, deve-se considerar o requisito objetivo posto no art. 2º da Lei nº 4.886/65, perquirindo-se, de
plano, se o reclamante é inscrito no Conselho Regional de Representantes Comerciais. Não o sendo,
e presentes os pressupostos do art. 3º da CLT, mister reconhecer como de emprego a relação
havida. (Data do Julgamento: 08.03.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4473/98 – Ac. 1269/99 – 8ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: CONTRATO DE TRABALHO – FATOS QUE REVELAM TRABALHO SEM SUBORDINAÇÃO –
NÃO CONFIGURAÇÃO. Nos termos dos arts. 2º e 3º da CLT, provado que a prestação laboral se dá
com independência do trabalhador, sem um comando hierárquico ainda que potencial, embora no
estabelecimento da empresa, impossível o reconhecimento do contrato de trabalho. (Data do
Julgamento: 09.03.1999)

RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM


EMENTA: CONTRATO DE TRABALHO – DESVIRTUAMENTO ATRAVÉS DE CONTRATAÇÃO PARA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO AUTÔNOMO – INADMISSIBILIDADE. Havendo alteração do contrato com a
continuação da mesma prestação laboral, mas sob o rótulo de prestação de serviço autônomo,
presume-se a fraude contra a lei, nos termos do art.9º e 468 da CLT. (Data do Julgamento:
14.04.1998)

PROC.: TRT DA 18ª R/RO-1250/98 – Ac. 5614/98 – 10ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATORA: JUÍZA ANA MÁRCIA BRAGA LIMA
EMENTA: CHAPA. DESFIGURAÇÃO. EFEITOS. O trabalhador de carga e descarga de
mercadorias que presta serviços a uma única empresa, deixa de se caracterizar “chapa” e deve ser
reconhecido como empregado, nos termos do art. 3º da CLT. (Data do Julgamento: 06.08.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4505/98 – Ac. 1609/99) – 7ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ EHRILICH BRILL
EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO – CHAPA. Tendo o trabalhador exercido pessoalmente, de
forma não eventual, com subordinação e onerosidade, atividades de carga e descarga ínsitas as
finalidades essenciais e permanentes do empreendimento empresarial, como descreve o contrato
social colacionado pela reclamada, não há se negar a relação empregatício a vincular os
demandantes. Recurso a que se nega provimento, confirmando-se a sentença de 1º grau. (Data do
Julgamento: 07.04.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-369/99 – Ac. 1409/99 – 10ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ BRENO MEDEIROS
EMENTA: COOPERATIVA. VÍNCULO DE EMPREGO. FRAUDE. A impossibilidade de se declarar o vínculo
empregatício entre a sociedade cooperativa e seu associado restringe-se aos casos em que não se
vislumbra a ocorrência de fraude, aplicando-se, neste caso, o disposto no artigo 9º da CLT. (sem
referência)

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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA
VOL.1

PROC.: TRT 18ª R/RO-0562/98 – Ac. 3449/98 – EG. 2ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATOR: JUÍZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: TRABALHADOR EVENTUAL. CONFIGURAÇÃO. Se o trabalhador foi chamado apenas para
realizar o trabalho de pintura, tarefa essa não inserida nos fins normais da empresa, já que essa
atua na área de revenda de combustíveis e óleo lubrificante, sendo o labor esporádico e de estreita
duração, esse será de natureza eventual e aquele que os prestar não será empregado, mas sim
trabalhador eventual. (Data do Julgamento: 22.05.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-1956/97 – Ac. 5945/97 – EG. 3ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATORA: JUIZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. MOTORISTA. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE VEÍCULO. Não é
de emprego a relação existente entre o reclamante e a reclamada, se ausentes a pessoalidade, o
salário e a subordinação. Há, sim, um contrato de locação de veículo celebrado entre as partes, pelo
qual o autor, ali denominado locador, pode fazer-se substituir por preposto, recebe remuneração
mediante apresentação de faturas e, ainda, assume as despesas de combustível e manutenção do
veículo, sem qualquer subordinação à locatária. (Data do Julgamento: 11.11.1997)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4287/98 – Ac. 803/99 – 10ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. De se reconhecer a relação de emprego quando presentes os
elementos configuradores: o serviço do reclamante era constante, pessoal, subordinado, mediante
salário e necessário ao regular funcionamento da empresa. Recurso a que se nega provimento. (Data
do Julgamento: 24.02.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-1529/98 – Ac. 5146/98 – 4ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ ALDIVINO A. DA SILVA
EMENTA: SOCIEDADE DE CAPITAL E INDÚSTRIA. MASCARAMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO.
FRAUDE. Evidenciando-se dos autos que na realidade os serviços prestados pela trabalhadora o
foram nas condições do art. 3º da CLT e que o contrato de sociedade de capital e indústria visou a
mascarar um verdadeiro contrato de trabalho, deve ser pacto comercial declarado nulo de pleno
direito por fraude aos princípios norteadores do direito do trabalho. (Data do Julgamento:
21.07.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4784/98 – Ac. 1736/99 – 2ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ EHRLICH BRILL
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. COOPERATIVA. TERCEIRIZAÇÃO. A empresa que contrata uma
Cooperativa para execução de serviços ligados à atividade fim de sua empresa, infringe
jurisprudência sumulada do TST, En. 331. Reconhece-se o vínculo de emprego diretamente com a
tomadora de serviços. Mantenho a sentença. (Data do Julgamento: 08.04.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-657/99 – Ac. 1712/99 – 8ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ BRENO MEDEIROS
EMENTA: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RELAÇÃO DE TRABALHO CONFESSA. A descontinuidade na
prestação de serviços não afasta o vínculo empregatício, pois a aferição de sua natureza eventual há
de ser feita em diapasão com os fins normais da atividade do empregador e não com o período de
tempo da prestação. Recurso a que se dá provimento, para reconhecer a existência do vínculo. (Data
do Julgamento: 08.04.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4308/99 – Ac. 8212/99 – 12ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ GERALDO RODRIGUES DO NASCIMENTO
EMENTA: VINCULO EMPREGATÍCIO. PEDREIRO. REFORMA E AMPLIAÇÃO DE INSTALAÇÕES
COMERCIAIS. TRABALHO NÃO EVENTUAL E SUBORDINADO. Reconhece-se que o trabalho do
reclamante, que se ativou na obra, sendo subordinado a um empregado da empresa, não era
eventual, quando está provado que a reclamada, embora não fosse do ramo da construção civil,
realizou em suas instalações comerciais, por conta própria, obra que pelo seu vulto demandaria a
contratação de empreiteiro ou empresa especializada, que teria de se valer de empregados para a
consecução da tarefa. (Data do Julgamento: 16.12.1999)

RELAÇÃO DE EMPREGO. Entidade social-religiosa


EMENTA: Relação de emprego – Entidade social-religiosa. A adesão ao movimento de entidade
social-religiosa não caracteriza relação de emprego, em face da inexistência de onerosidade,
subordinação ou dependência. (TRT – 12ª R – 1ª T – Ac. nº 14480/97 – Rel. Juiz Godoy Ilha – DJSC
07.11.97 – pág. 201)

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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA
VOL.1

RELAÇÃO DE EMPREGO. Policial


EMENTA: Vínculo empregatício – Policial Militar. Não existe vedação legal para que o policial militar
tenha vínculo empregatício com empresa privada, valendo ressaltar que, no direito do trabalho há
que prevalecer o contrato-realidade, suficiente para caracterizar a licitude do trabalho prestado, do
qual usufruiu o empregador quando contratou o empregado. Restaram, pois, presentes os requisitos
definidores da relação de emprego, e não há como negar sua existência, frente a ausência de
qualquer vedação legal que envolva a acumulação de cargo público com emprego civil. (TST – 4ª T –
Ac. nº 7055/97 – Rel. Min. Galba Velloso – DJ 10.10.97 – pág. 51282)

RELAÇÃO DE EMPREGO. Jornalista


EMENTA: Jornalista – Caderno especializado. O Jornalista responsável pela produção de cadernos
especializados, elaborados nas instalações da empresa, é empregado, e não autônomo, cujos fins
constituem atividade permanente e atende aos objetivos jornalísticos. (TRT – 12ª R – 1ª T – Ac. nº
7333/97 – Rel. Juiz Godoy Ilha – DJSC 16.07.97 – pág. 136)

TRABALHO AUTÔNOMO. Conceito


EMENTA: Trabalho autônomo – Conceito. “O trabalho autônomo é aquele prestado sem vínculo de
subordinação, sendo que o prestador de serviço se, por um lado, usufrui do rendimento de sua mão-
de-obra sem participação de terceiros, por outro, arca também com eventuais prejuízos em caso de
ausência de trabalho ou insucesso da obra ou serviço realizado. É dono de seu destino, não estando
obrigado a prestar serviços especificamente a um único tomador, situando sua atividade profissional
naquele empreendimento que melhor possa extrair vantagens, normalmente de ordem pecuniária.
Não tem qualquer ligação duradoura ou preocupação de fidelidade a determinado estabelecimento.”
(Juiz Gilberto A. L. Martins). (TRT – 10ª R – 1ª T – RO nº 5007/95 – Rel. Juiz André R. Pereira V.
Damasceno – DJDF 14.03.97 – pág. 3954)

RELAÇÃO DE EMPREGO. Corretor de imóveis


EMENTA: Relação de emprego – Corretor de imóveis – Trabalho autônomo. Afirmando a empresa que
a autora – corretora de imóveis – prestava serviços com autonomia, atribuindo, portanto, caráter
distinto da relação de emprego aduzida na inicial, atraiu para si o ônus da prova o fato impeditivo ao
direito da reclamante, consoante arts. 818/CLT e 333, II/CPC. Não logrando êxito na prova dos
elementos configuradores da autonomia, tais como, a ausência de intervenção do credor do trabalho
na organização e execução dos serviços e a inexistência de qualquer subordinação jurídica, em face
de o trabalhador autônomo assumir os riscos de sua própria atividade, mantém-se o r. decisum que
reconheceu o vínculo empregatício. (TRT – 3ª R – 2ª T – RO nº 11949/97 – Rel. Sebastião Oliveira –
DJMG 26.02.98 – pág. 3)

REAÇÃO DE EMPREGO - Vendedor


EMENTA: É empregado, o trabalhador que desempenha a atividade de vendedor de produtos da
empresa, sem que esta, cabalmente comprove a autonomia alegada. (TRT – 1ª R – 7ª T – RO nº
21463/95 – Relª Juíza Donase Xavier Bezerra – DJRJ 02.02.98 – pág. 180)

RELAÇÃO DE EMPREGO. Representante comercial


EMENTA: Vendedor e representante comercial. É a forma pela qual a atividade é desenvolvida – e
não a atividade em si mesma – que define a natureza da relação que se estabelece entre aquele que
presta serviços e aquele a quem tais serviços aproveitam. (TRT – 1ª R – 6ª T – RO nº 1022/95 –
Relª. Juíza Dóris Castro Neves – DJRJ 06.10.97 – pág. 96)

RELAÇÃO DE EMPREGO - Trabalho autônomo


EMENTA: Vínculo empregatício X autônomo. Optando o trabalhador em receber percentual superior
de comissões na condição de autônomo, ao invés de ter a CTPS anotada e, perdurando tal situação
por mais de quatro anos, impossível o reconhecimento do liame empregatício após encerrada a
relação de trabalho. Inexistência de intenção de fraudar normas trabalhistas, pois manifesta a
prevalência da vontade obreira pelo benefício do percentual comissional superior. A boa-fé na
execução dos contratos é princípio geral de cunho moral que se aplica em todo complexo das
relações privadas, representando respeito mútuo entre as partes no fiel cumprimento do pactuado
(artigo 151 do CCB), sem contar que “O intérprete deve cogitar como o contrato tem sido
anteriormente cumprido pelas partes, pois que são elas o melhor juízo de sua hermenêutica,
devendo considerar-se que, se executou num dado sentido, é porque entenderam os contraentes
que esta era a sua verdadeira intenção.” (Caio Mário da Silva Pereira, citado pelo Juiz Fernando A. V.
Damasceno nos autos do processo TRT – 10ª R – 2ª T – RO nº 5700/95 – Rel. Juiz Alencar Machado
– DJDF 18.10.96 – pág. 18628)
Jornal Trabalhista – 15/09/97 – Ano XIV – nº 676, p. 937 e 938

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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA
VOL.1

FRAUDE TRABALHISTA. VÍNCULO DE EMPREGO. CARACTERIZAÇÃO. Comprovado que a constituição


de empresa deu-se com o intuito precípuo de dar à relação de emprego veste de trabalho autônomo
e constatados os elementos fáticos-jurídicos da relação de emprego, o contrato de representação
comercial firmado entre o recorrente e a recorrida apresenta-se imprestável a produzir efeitos
jurídicos pretendidos, nos termos do art. 9º da CLT, impondo-se o reconhecimento do vínculo
empregatício, com todos os seus consectários legais, como medida saneadora da fraude. PROC:
00604.2005.401.14.00-1 RO - 14ª REGIÃO - AC - Juiz Mário Sérgio Lapunka - Relator. DOE/AC de
07/04/2006 - (DT - Junho/2006 – vol. 143, pág. 181
COOPERATIVA. FRAUDE NA CONTRATAÇÃO. O contrato de trabalho é do tipo realidade, valendo pela
forma como se desenvolve, pouco importando suas formalidades. Vale o resultado do trabalho para
quem é atribuído o valor intrínseco. Ainda que sejam inúmeras as relações de trabalho todas são
modalidades do gênero relação de trabalho, que guarda um conjunto de direitos e deveres
recíprocos, o qual, para as partes, deriva de uma figura também unitária, que é o contrato de
trabalho, no qual prevalece a subordinação jurídica (estado de dependência real, criado por um
direito, seja de comando, do empregador, seja de subordinação, do empregado, em decorrência
daquele).
CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIOS NÃO PAGOS NA ÉPOCA PRÓPRIA. SÚMULA Nº 381 DA
JURISPRUDÊNCIA UNIFORME DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. "O pagamento dos salários
até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data
limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação
dos serviços, a partir do dia 1º (ex-OJ nº 124 - Inserida em 20.04.1998)." TRT - RO 01547-2004-
027-01-00-8 - 1ª REGIÃO - RJ - Desembargador Nelson Tomaz Braga - Presidente Relator. DJ/RJ de
07/06/2006 - (DT - Setembro/2006 – vol. 146, p. 102).
…………………………………………………

1ª Turma aplica teoria da subordinação estrutural e reconhece vínculo direto de empregado


terceirizado com a Telemar.
A 1ª Turma do TRT-MG deu provimento ao recurso de um reclamante, que prestava serviços à
Telemar através de empresa fornecedora de mão-de-obra, reconhecendo o vínculo empregatício
diretamente com essa empresa de telefonia, por considerar ilícita a terceirização levada a efeito no
caso.
O relator do recurso, Juiz convocado José Eduardo de Resende Chaves Júnior, ressaltou que, embora
tenha sido contratado pela empresa prestadora de serviços (primeira reclamada na ação trabalhista)
o reclamante trabalhou, com exclusividade, para a Telemar, como demonstraram as provas no
processo. As funções exercidas pelo reclamante enquadram-se na atividade-fim, habitual, necessária
e permanente da companhia telefônica, o que leva à formação de vínculo com o tomador de serviços,
nos termos do inciso I, da Súmula nº 331, do TST.
Segundo o Juiz, a análise do caso revela que o trabalhador, no desempenho de suas tarefas de
instalador/emendador de cabos telefônicos subterrâneos, estava inserido em um esquema de
subordinação estrutural ou integrativa dentro da atividade essencial da empresa de telefonia. Ou
seja, ainda que não recebesse suas ordens diretas, integrava o processo produtivo e a dinâmica
estrutural de funcionamento do tomador de serviços. Trata-se de um novo conceito de relação de
emprego, inspirado na doutrina do desembargador e jurista Maurício Godinho Delgado, para quem a
"subordinação estrutural supera as dificuldades de enquadramento de situações fáticas que o
conceito clássico de subordinação tem demonstrado, dificuldades que se exacerbam em face,
especialmente, do fenômeno contemporâneo da terceirização trabalhista. Nesta medida, ela viabiliza
não apenas alargar o campo de incidência do Direito do Trabalho, como também conferir resposta
normativa eficaz a alguns de seus mais recentes instrumentos desestabilizadores, a terceirização". A
idéia essencial aí, como fundamenta o relator, é a de que, no novo contexto da atividade produtiva
da empresa pós-industrial e flexível, torna-se dispensável a ordem direta do empregador, que passa
a ordenar apenas a produção, como um todo. Até porque, as ordens de serviço cumpridas pelo
reclamante só podiam mesmo emanar, ainda que indiretamente, do centro de produção do tomador
final dos serviços telefônicos. Esse entendimento inovador rompe com o conceito clássico de
hierarquia funcional. "Nesse ambiente pós-grande indústria, cabe ao trabalhador ali inserido
habitualmente apenas ‘colaborar’. A nova organização do trabalho, pelo sistema da acumulação
flexível, imprime uma espécie de cooperação competitiva entre os trabalhadores que prescinde do
sistema de hierarquia clássica" - destaca o Juiz relator e acrescenta que a subordinação jurídica
tradicional foi pensada para a realidade da produção fordista e taylorista, fortemente hierarquizada e
segmentada. "Já no sistema ‘ohnista’, de gestão flexível, prevalece o binômio ‘colaboração-
dependência’, mais compatível com uma concepção estruturalista da subordinação"- completa.
Nessa esteira, ele conclui ser irrelevante a discussão sobre a ilicitude da terceirização, pois é
inequívoca a prova da subordinação do trabalhador ao empreendimento de telecomunicação, que
tem como beneficiário final do trabalho humano a companhia telefônica. Por isso, a existência de

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DIREITO DO TRABALHO RESUMIDO - EDSON BRAZ DA SILVA
VOL.1

empresa interposta não impede a configuração da subordinação estrutural em relação à tomadora de


serviços. Ante esses fundamentos, a Turma reconheceu o vínculo empregatício direto com a Telemar
Norte Leste, deferindo ao reclamante os direitos assegurados pelas convenções coletivas negociadas
pelo SINTTEL (sindicato que agrega os empregados da Telemar), tais como: diferença entre o salário
pago a empregado de mesma função e o recebido pelo reclamante, cesta básica de alimentação,
participação nos lucros, entre outros. A primeira reclamada, que contratou o reclamante, foi mantida
como responsável solidária pela satisfação do débito trabalhista, tendo em vista a ilicitude da
intermediação e por ter sido empregadora aparente do autor. Processo: (RO) 00059-2007-011-03-
00-0 .Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Publicado em 24 de Janeiro de 2008 às
12h30

Alterada 13/09/2008

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