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GRUPO I
Doença de Fabry
A doença de Fabry (com a referência OMIM*301500 da Herança Mendeliana no Homem Online®) é uma doença
hereditária do metabolismo com características específicas de transmissão ao longo das gerações familiares (fig. 1),
causada pela deficiência na actividade da enzima α-galactosidase A (α-Gal A) e pela acumulação intracelular
progressiva de glicoesfingolipidos, maioritariamente globotriaosilceramida (Gb3).
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Esta acumulação ocorre nos lisossomas do endotélio vascular , atingindo diferentes tecidos e órgãos tais como o
coração, rim, sistema nervoso central e periférico e provocando o aparecimento de diferentes manifestações clínicas
como a angioceratoma (proliferação celular dos tecidos vasculares e túnicos da pele), acroparestesias (inchaços),
hipohidrose (produção de pouco suor), opacidade da córnea e do cristalino, disfunção renal, alterações cardíacas e
complicações cerebrais, resultando na morte precoce do indivíduo afectado.
Em 1997, foi produzido um modelo animal de Fabry por disrupção do gene GLA1 do rato. O rato knockout Fabry,
deficiente em α-Gal, apresenta um perfil bioquímico semelhante ao dos doentes de Fabry, com acumulação de Gb3
na pele, fígado, rim, baço, coração e plasma.
É de salientar, no entanto, que os estudos com este modelo animal são ainda muito escassos e que apesar de
existirem algumas limitações constituem uma ferramenta importante, não só para testar diferentes tipos de terapia,
como também ainda para estudar os mecanismos patogénicos da doença de Fabry.
A dor é um dos sintomas clínicos mais devastadores e menos compreendidos da doença de Fabry baseando-se os
estudos existentes na caracterização de tecidos dos doentes obtidos por autopsia. A possível correlação entre a
acumulação de lípidos e as alterações do sistema nervoso periférico não está ainda esclarecida.
Adaptado de Miranda. Doença de Fabry: Estudo da Progressão no Modelo Animal. Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto.
Síndrome de Turner
As mulheres portadoras de Síndrome de Turner (fig. 2) geralmente apresentam baixa estatura e esterilidade. Para
amenizar a baixa estatura, as portadoras utilizam tratamentos à base de hormonas como a oxandrolona, hormona do
crescimento e estrogénios, o que pode aumentar a estatura média de 5 a 10cm.
Do ponto de vista psicológico, essas portadoras não apresentam desvio de personalidade. Ou seja, a sua
identificação psicossocial não é alterada. Inicialmente, associava-se a Síndrome de Turner a um grau de retardo
mental. Contudo, verificou-se que as mulheres afectadas apresentam apenas um défice de percepção espacial,
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visual e motora, tendo dificuldades gerais em tarefas não verbais. Assim, elas possuem um QI não verbal normal ou
abaixo da média compensado por um QI verbal normal ou acima da média.
Ribeiro e Ferreira, 2008.
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Camada celular que reveste os vasos sanguíneos.
2
Coeficiente de inteligência.
Teste de Avaliação Escrita (2). Página 1 de 9
A fig.1 demonstra uma árvore genealógica que, para além de se debruçar predominantemente sobre a Doença de
Fabry, fornece informação adicional quanto ao indivíduo 8. Esta forma metodológica de se trabalhar com a genética
humana com representações simples, mas eficazes quanto ao acompanhamento das transmissões das
características numa dada família, permite gerar uma série de conclusões sobre os mecanismos de hereditariedade
que envolvem os pares de genes em análise.
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes relativas ao Síndrome de
Turner.
(A) Se a base de estrogénios inoculada nas portadoras do Síndrome de Turner for muito elevada, é de esperar
uma retroacção positiva deste composto sobre o hipotálamo.
(B) O Síndrome de Turner é determinado por um alelo recessivo heterossómico.
(C) O genoma das mulheres com Síndrome de Turner pode conter exclusivamente autossomas.
(D) O cariótipo das mulheres com a síndrome expressa os 46 cromossomas, cujo número, forma e dimensão
cromossómicas são característicos da espécie humana.
(E) Face às características do Síndrome de Turner, administra-se estrogénios para actuar na questão da
estatura, uma hormona produzida unicamente pelo corpo amarelo.
(F) É de prever uma resposta uterina consequente ao tratamento hormonal à base de estrogénios semelhante à
menstruação.
(G) Do cruzamento da mulher nº8 com um indivíduo do sexo masculino doente de Fabry, é possível formar-se
um embrião com um único cromossoma sexual do tipo Y.
(H) A causa do fenótipo da mulher 8 é explicada pelo cruzamento genotípico, no que diz respeito à Doença de
Fabry, entre os seus pais.
4. Seleccione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte de modo a obter uma afirmação
correcta.
O teste de gravidez detecta quantidades mínimas da hormona hCG actuante no corpo amarelo, anteriormente
formado na sequência do pico de e que contribui para a do útero.
(A) LH (…) involução
(B) LH (…) evolução
(C) FSH (…) involução
(D) FSH (…) evolução
5. Seleccione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte de modo a obter uma afirmação
correcta.
Os ciclos ovárico e uterino da mulher decorrem com a actuação sobre a fase
folicular.
(A) sequencialmente (…) dos esteróides
(B) simultaneamente (…) das gonadoestimulinas
(C) simultaneamente (…) dos esteróides
(D) sequencialmente (…) das gonadoestimulinas
7. Faça corresponder, a cada uma das letras (de A a H) relativas às afirmações seguintes que poderão
relacionar-se com a Doença de Fabry, um número (de I a III) da Chave que se apresenta.
Note que neste item é feita a distinção entre filho e filha.
Chave:
I. Tipo de hereditariedade sem relação com a Doença de Fabry e que é excepção às Leis de Mendel ou sem
validade científica.
II. Tipo de hereditariedade sem relação com a Doença de Fabry, mas que respeita as Leis de Mendel.
III. Tipo de hereditariedade verificado para a Doença de Fabry.
Afirmações:
(A) O pai só pode transmitir a doença a um filho e não a uma filha.
(B) O gene recessivo afecta de igual modo homens e mulheres
(C) Na presença do alelo recessivo no cariótipo dos indivíduos, todos os filhos são afectados e todas as filhas
podem ser portadoras.
(D) Do cruzamento da mulher 3, que se assume pura, com o homem 4, resultarão sempre filhos com
funcionalidade enzimática da proteína α-Gal A, independentemente do sexo.
(E) Cruzando dois indivíduos geneticamente heterozigóticos, há a probabilidade de ¼ de gerar filhos doentes.
(F) Assumindo que a mulher 13 é heterozigótica, o alelo defeituoso foi herdado a partir do seu pai.
(G) A mulher 11 pode ser homozigótica para o alelo saudável resultado da transmissão do mesmo alelo por parte
do pai e por parte da mãe.
(H) A doença surge em todas as gerações em ambos os sexos.
8. Não é pelo facto das mulheres com Síndrome de Turner apresentarem implicações referentes à sua infertilidade
que a ovogénese não é concretizada. Durante a vida embrionária, o feto já vê formados os folículos primordiais
de que necessitará para que a recém-nascida garanta, daqui a pouco mais de uma dezena de anos, a geração
de células sexuais prontas a serem fecundadas (fig. 3).
Aliás, o número daqueles folículos é soberbo: uma recém-nascida comporta em média 2 milhões de ovócitos, a
partir dos potenciais 7 milhões que produziu perto do 5º mês de gestação.
Não é absurdo pensar que só os ovócitos mais adaptados genotípica e fenotipicamente ao ambiente onde se
inserem têm taxas de sobrevivência maiores, por exemplo, pela sua elevada resistência. Então, assiste-se a uma
verdadeira selecção natural de células da linha germinativa feminina, de alguma forma com recombinação génica
diferencial e aumento de frequência alélica mais vantajosa.
Explique quais os eventos nucleares mais significativos que ocorreram sobre o ovócito seleccionado antes da
sua expulsão da estrutura numerada com 3.
(É obrigatório que identifique a estrutura mencionada).
GRUPO II
Figura 4
O casal II1 – II2, já tendo um dos filhos doente e esperando um terceiro filho, recorreu a um diagnóstico pré-natal para
recolha de células embrionárias, o que permitiu uma análise do DNA.
Procedeu-se igualmente à análise do DNA do casal e dos dois primeiros filhos. A partir do DNA recolhido em cada
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amostra, amplificou-se, através de reacção de polimerização em cadeia (PCR) do ácido nucleico, um fragmento de
365 pares de bases azotadas (pb), que contém parte do gene da cadeia β da hemoglobina.
Para detectar a possível mutação que está na origem da drepanocitose, submetem-se as diferentes amostras de
DNA à acção de uma enzima de restrição, a enzima Dde I, que corta a dupla hélice quando encontra a sequência
CTGAG. O uso destas enzimas (endonucleases) prende-se com a sua capacidade em cortar as moléculas de DNA
em regiões específicas: no caso, a Dde I actua sempre na sequência referida. Outra enzima de restrição certamente
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Técnica baseada na replicação do DNA a partir de um segmento inicial, de modo a obter várias cópias a partir de uma pequena amostra.
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reconhecerá outra sequência particular e incidirá sobre esta, catalizando uma reacção de hidrolisação e destruindo
as ligações. Portanto, cada endonuclease detém uma dada seriação correspondente de nucleótidos.
No fragmento de DNA amplificado, o alelo βA possui dois locais de restrição, originando três tipos de fragmentos (fig.
5).
O alelo βS apresenta apenas um local de restrição no fragmento de DNA amplificado, pois a mutação afectou uma
das sequências reconhecidas pela enzima (fig. 6).
Os fragmentos de DNA resultantes da acção enzimática foram separados por electroforese. É uma metodologia
biotecnológica que permite o transporte de partes alélicas relativass a cada fragmento num campo eléctrico. É desta
forma um processo de separação de compostos génicos cortados que revelam carga, como são exemplo os ácidos
nucleicos. Moléculas deste género carregadas positiva e negativamente migram de forma diferente ao longo do
campo eléctrico. O substrato que serve de meio de deslocação dos fragmentos alélicos promove a dependência da
distância percorrida destes materiais ao longo do sentido migratório em função do seu tamanho ou peso molecular,
conduzindo aos resultados expressos na figura seguinte (fig. 7).
Figura 7: resultados da dispersão dos fragmentos de DNA segundo metodologia por electroforese.
2. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.
Da interpretação do estudo de caso, pode concluir-se que o alelo responsável pela drepanocitose é recessivo,
porque…
(A) … qualquer indivíduo afectado tem um dos progenitores afectado.
(B) … os pais de um indivíduo afectado podem ser ambos normais.
(C) … os homens e as mulheres são igualmente afectados.
(D) … a anomalia manifesta-se em todas as gerações.
4. Seleccione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte de modo a obter uma afirmação
correcta.
A probabilidade de um quarto filho do casal II1 e II2 vir a ser doente é de e existe 25% de
probabilidade de descendência do alelo que codifica uma cadeia β integrante de
hemoglobina S.
(A) 25% (…) não portadora
(B) 25% (…) portadora
(C) 50% (…) não portadora
(D) 50% (…) portadora
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5. Seleccione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte de modo a obter uma afirmação
correcta.
Se um homem portador de drepanocitose produzir descendência com uma fêmea do mesmo genótipo e com ela
tiver doze filhos, a proporção mais provável para os genótipos destes últimos deverá ser com metade
dos genótipos .
(A) 3βAβA : 6βAβS : 3βSβS (…) homozigóticos
(B) 3βAβA : 8βAβS : 3βSβS (…) homozigóticos saudáveis
(C) 3βAβA : 6βAβS : 3βSβS (…) homozigóticos saudáveis
(D) 3βAβA : 8βAβS : 3βSβS (…) homozigóticos
6. Seleccione a alternativa que preenche os espaços no texto seguinte de modo a obter uma ideia correcta.
A acondroplasia é uma doença hereditária autossómica dominante. Constitui a forma mais comum de baixa
estatura desproporcional, condição geneticamente determinada causada por um defeito na ossificação
endocondral, ou seja, no interior das cartilagens.
Uma vez que o alelo mutante para esta doença goza de letalidade quando combinado com outra forma génica
igual, o cruzamento entre um casal acondroplásico revelerá, tendo em conta os embriões que resultam em
nados-vivos, de probabilidade de se materializar num filho saudável, obrigatoriamente
determinando que os pais são portadores do alelo .
(A) (…) mutante
(B) 50% (…) não mutante
(C) (…) não mutante
(D) 50% (…) mutante
7. Faça corresponder, a cada uma das letras (de A a H) relativas às afirmações seguintes sobre estudos
hereditários de diversa ordem, um número da Chave que se apresenta.
Chave:
I. Não contraria as Leis de Mendel, nem os seus resultados.
II. Não contraria as Leis de Mendel, mas contraria os seus resultados.
III. Contraria as Leis de Mendel, mas não contraria a Teoria Cromossómica da Hereditariedade.
IV. Contraria a Teoria Cromossómica da Hereditariedade.
Afirmações:
(A) Ao estudar a drepanocitose e a prevalência da Doença de Gaucher, doença metabólica provocada por
disfuncionalidade enzimática, ambas autossómicas recessivas, a geração F 2 a partir de um cruzamento
parental possuirá todos os fenótipos possíveis numa relação proporcional 9:3:3:1.
(B) Duas formas alélicas diferentes inerentes ao mesmo gene podem estar em loci não homólogos.
(C) Fenótipos que resultam de condicionantes promovidas por pares de genes sobre outros e que se aplicam às
diferentes tonalidades da cor dos olhos, pele e da estatura.
(D) Indivíduos heterozigóticos expressam dois fenótipos em simultâneo.
(E) Numa hereditariedade em que se estudam dois pares de genes, a geração F2 revela ¾ de indivíduos com
fenótipo dominante e ¼ com fenótipo recessivo relativamente aos dois caracteres regulados.
(F) O estudo da depranocitose.
(G) Por estarem no mesmo cromossoma, os genes formam um grupo de ligação factorial.
(H) Se um alelo afectado estiver associado ao cromossoma X, um pai transmitirá a doença a um filho ♂.
ITENS I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 II1 II2 II3 II4 II5 II6 II7 II8 TOTAL (pontos)
COTAÇÕES
(pontos) 16 10 10 10 10 10 16 18 16 10 10 10 10 10 16 18 200
FIM