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O HOMEM E SEU CONHECIMENTO DO MUNDO

“Todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer”.


Aristóteles
Introdução
Em momentos anteriores estudamos sobre a necessidade do pensamento e de
uma atitude filosófica, bem como a forma pela qual a Filosofia busca construir o
conhecimento. Aprendemos também, que a Filosofia nasceu da necessidade do
homem em descobrir, entender o mundo em que vive ou, no dizer de Aristóteles, do
espanto em relação àquilo que não conhecemos. Dessa maneira, a Filosofia sempre
buscou entender o próprio homem, ou seja, o ser, bem como as coisas que nos
rodeiam, a natureza não-humana, sua criação e sua transformação.
A partir de agora, veremos no que consiste aquilo que chamamos de
conhecimento humano. Os filósofos denominam este campo da Filosofia como
sendo a Teoria do Conhecimento. Ao final desse estudo você deverá:
- entender o que é Teoria do Conhecimento;
- compreender o que é o conhecimento, analisado sob o ponto de vista da
Filosofia;
- conhecer e comparar as diferentes formas de conhecimento humano;
- perceber quais são as distorções e qual é o alcance do conhecimento
humano, entendendo, ainda, como a partir do conhecimento os homens podem
transformar o mundo em que vivem.
Mas por que estudar esses conteúdos?
Compreender isso é importante para saber, por exemplo, por que o

Conhecimento Científico assumiu nos dias atuais uma condição hegemônica em
relação às outras formas de conhecimento? Por que num determinado momento da
história, o homem teve a necessidade de buscar outras maneiras de explicar o
mundo em que vive, deixando de lado os mitos e buscando outras formas de
pensamento? Por que há um conflito entre a Ciência e certas formas de pensamento
teológico? São questões para as quais buscaremos respostas dentro da própria
Filosofia.

Superior. Aquele que as pessoas reconhecem como mais eficiente ou legítimo e que por isso tem poder sobre
os outros.
O Sujeito e o Objeto do Conhecimento
Todo o ser vivo desenvolve suas potencialidades de acordo com as
condições apresentadas pelo meio em que vive e por suas necessidades de
sobrevivência. Inevitavelmente, todo ser terá que se adaptar às condições
ambientais, pois elas limitam a ação, mesmo que se tente transformar o ambiente,
caso dos seres humanos. Vejamos dois exemplos disso:
1- as plantas para sobreviver necessitam de realizar uma atividade chamada
fotossíntese, para a qual é fundamental a presença de luz. Assim, se colocarmos
uma planta no canto da sala, ao invés dela crescer em linha reta, ou seja,
simplesmente para cima, veremos que ela crescerá de forma inclinada, buscando a
luz que entra pela janela.
2- pessoas com algum tipo de deficiência visual grave, que comprometa total
ou parcialmente a visão, também buscam formas de se adaptar ao meio. Para isso,
normalmente desenvolvem com mais destreza o tato e a audição, de forma muito
mais eficiente que pessoas que não apresentam nenhum tipo de dificuldade. Outro
bom exemplo é o dos deficientes auditivos, os quais não escutam, mas por isso
desenvolvem uma prática de leitura labial, ou seja, apenas olhando para o
movimento dos lábios das outras pessoas, conseguem entender o que está sendo
falado.
Esses exemplos facilitam o nosso entendimento, onde podemos constatar: os
seres adaptam-se ao meio em que vivem.
No entanto é necessário observar uma outra coisa que torna a existência
humana bem particular e diferente dos outros seres: o homem pensa, por isso é
capaz não apenas de se adaptar, mas de transformar o mundo em que vive,
adequando-o às suas necessidades. Tudo isso, adaptar-se ou transformar o mundo,
só é possível a partir do conhecimento, um processo que requer compreensão e
explicação.
O conhecimento humano tem dois elementos básicos: um sujeito e um
objeto. O sujeito é o homem, o ser racional que quer conhecer (sujeito
cognoscente). O objeto é a realidade, é tudo com o que convivemos, isto é, as
coisas, os fatos históricos ou do presente imediato, os fenômenos naturais, dizemos
que é o objeto cognoscível. Vale lembrar que o próprio homem pode ser objeto do
conhecimento humano.
Mas agora precisamos perguntar: como se dá o fenômeno do conhecimento?
1- o sujeito (homem) capta as características e propriedades do objeto,
formando dele uma imagem mental;
2- por meio da imagem, o sujeito apodera-se de propriedades que antes
pertenciam apenas ao objeto;
3- a posse das propriedades e características do objeto permitiu a
compreensão que mais tarde possibilitará explicar a realidade para os outros.
É necessário lembrar que quanto mais semelhante a imagem construída for
de seu objeto, maior será a objetividade do conhecimento. Veremos, mais a frente
que a grande luta do conhecimento científico durante a história, foi a de tentar ser o
mais objetivo possível.
Desde o início da história do pensamento filosófico, os filósofos tentaram
entender como os homens pensam e, mais além, se é realmente possível conhecer o
mundo em que vivemos. Um deles tem grande destaque na história, Platão (428-347

a.C). Dentre os vários pensamentos que construiu, Platão postulava que os nossos
sentidos permitem construir apenas uma imagem imperfeita da realidade. Para ele

não é possível conhecer o mundo em sua essência se o homem permanecer com o
entendimento limitado aos seus sentidos. É necessário ir além, buscar conhecer as
coisas em detalhes e com profundidade, sempre distinguindo a verdade daquilo que
é falso, por meio de um procedimento denominado por ele de dialética que
conheceremos mais detalhadamente em outra oportunidade.

As Formas de Conhecimento
De acordo com as relações com o mundo em que vive, o homem foi no
decorrer de milhares de anos, produzindo conhecimentos. Criando, recriando,

Afirmava. Defendia um certo pensamento.

Profundamente. Em detalhes.
interpretando, os seres humanos estabeleceram ao longo de sua existência cinco
formas de conhecimento marcantes.
Conhecimento Mítico
Trata-se de uma das mais antigas formas de conhecimento humano, a qual, embora
seja antiga, ainda permanece em nossos dias. É uma forma de explicação em que as
verdades são ditas por meio de uma linguagem figurada, metafórica, altamente
simbólica. Nesta forma de explicação, a imaginação tem um papel importantíssimo.
Através de histórias e narrações busca-se explicar, justificar e divulgar certos
conhecimentos à coletividade. Poderíamos dizer que hoje esta forma de
conhecimento coexiste com outros conhecimentos, embora no princípio do
desenvolvimento de nossa civilização tenha sido hegemônico. Vamos encontrá-lo
na Grécia Antiga, entre os gregos antigos, os povos indígenas americanos, os
indianos e os babilônicos, por exemplo.
Conhecimento do Senso-Comum ou Popular
É o conhecimento que o homem vai produzindo e transmitindo a partir da sua
experiência imediata com o mundo. A preocupação primeira do homem em relação
ao meio em que vive não é de uma investigação e conhecimento profundos. Busca-
se o conhecimento necessário que lhe possibilite familiarizar-se com o mundo a fim
de suprir suas necessidades básicas imediatas. O conhecimento do senso-comum
baseia-se em uma percepção imediata e sensível do mundo. As explicações jamais
vão além daquilo que é percebido, daquilo que aparece. Não se consegue perceber
as raízes e causas daquilo que estamos a ver. Nem sempre saber da existência de
algo significa ter do mesmo uma compreensão. Quanto ao conhecimento
popular, vejamos um exemplo. Em nossa experiência diária, percebermos os
menores abandonados, a fome, a exploração humana, a violência não significa
termos um conhecimento profundo destas realidades. Podemos reconhecer a
existência de alguma coisa, mas não necessariamente compreenderemos e
poderemos explicá-la em profundidade.
Quanto ao conhecimento popular deve-se dizer da dificuldade de ultrapassar
as barreiras colocadas pelas limitações dos nossos sentidos. Enfim, é o
conhecimento que aprendemos e reproduzimos a partir da experiência social e
individual. É um saber superficial onde a experiência humana no mundo e com o
mundo não é explicitada de maneira profunda e coerente em suas possibilidades. É
um conhecimento baseado em opiniões e não em verdades comprovadas e
verificadas. Entretanto, não se deve cair na armadilha de considerar esse tipo de
conhecimento inferior, pelo contrário, precisamos reconhecê-lo como uma, dentre
várias formas do homem conhecer o mundo para garantir sua existência e, portanto,
algo extremamente necessário.
Conhecimento Teológico
É o conhecimento alcançado por meio da leitura dos livros e outros escritos
relacionados às diferentes religiões, tais como a Bíblia (cristãos), o Alcorão
(muçulmanos), o Talmude e a Torá (judeus) e o Cânone Pali (budistas). Não são
verdades adquiridas por um esforço de pensamento racional humano. As verdades
são dadas de maneira absoluta, inquestionáveis sob o ponto de vista de sua eficácia.
É um tipo de conhecimento que o indivíduo adquire lendo as escrituras de sua
religião ou ouvindo os mais velhos e autoridades religiosas. Também tem grande
importância para a humanidade, inclusive para que possamos entender diversos
conflitos existentes no mundo contemporâneo.
Conhecimento Científico
Se o conhecimento do senso-comum não vai além das aparências dos fenômenos, o
conhecimento científico tem uma pretensão maior: explicar as causas e raízes
daquilo que é percebido pelos nossos sentidos, ou seja, compreender as
determinações, as essências daquilo que aparece e que não pode ser compreendido
apenas pelos sentidos através de nossas percepções imediatas. Não se atinge esse
conhecimento de qualquer maneira. Há necessidade de métodos adequados, ou seja,
procedimentos para alcançar um conhecimento preciso, coerente, seguro, necessário
e abrangente dos fenômenos que se apresentam.
O método científico poderia ser caracterizado por quatro etapas:
1ª- exposição de um problema a partir de observações realizadas de um determinado
objeto. Observação minuciosa e rigorosa;
2ª- a partir das observações iniciais propõe-se uma explicação ou hipótese. Hipótese
vem de hypo, “de baixo de, sob” e thésis, “proposição”. Ou seja, o que é suposto,
que se encontra sob a tese. Trata-se na verdade de uma explicação provisória dos
fenômenos observados a ser comprovada ou não;
3ª- uma vez elaborada a hipótese, parte-se para uma observação e experimentação
rigorosa e controlada a fim de comprová-la ou não. Se comprovada estabelece-se
um novo conhecimento. Se não ocorrer a comprovação, parte-se em busca de novas
hipóteses;
4ª- por último temos as generalizações; formulações de leis ou enunciados que
expressam regularidades dos fenômenos.
Finalizando, poderíamos caracterizar o conhecimento científico como:
a- verificável: pode ser comprovado por meio da observação;
b- geral: as observações e generalizações são feitas a partir das observações dos
fenômenos e expressas em leis universais e verificáveis. Busca-se, dessa forma,
dar o máximo de objetividade ao conhecimento;
c- sistemático: é uma construção portadora de uma linguagem rigorosa, conceitos
preciosos e objetivos;
d- acumulativo: novos conhecimentos vão sendo aos poucos estabelecidos,
superando conhecimentos anteriormente aceitos. Portanto, o conhecimento
científico não é infalível e estático, ele também vai passando por etapas de
superação e crescimento.
Conhecimento Filosófico
A Filosofia é o conhecimento produzido pelo homem a partir da reflexão em torno
dos problemas que foram encontrados ao longo de sua existência. O problema
filosófico caracteriza-se por algo que envolve a todos e que não tem resposta pronta
e acabada, mas que precisamos saber, é necessário que busquemos uma resposta.
Ele nos desafia e angustia. Para que uma reflexão seja filosófica ela precisa ser
baseada em questionamentos, argumentação e autonomia do sujeito.

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