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Maio de 2010

Investigação Educacional
Docente: Professora Alda Pereira

Trabalho realizado por:


Alice Cruz
Ana Maria Ataíde
Maria Filomena Lopes
Maria Serafina Roque Cabral
Maria Sousa
Processo de recolha de dados: A Entrevista Maio de 2010

Índice
Índice..............................................................................................................2

Introdução......................................................................................................4

Entrevista – Questões prévias........................................................................5

Tipos de Entrevistas.......................................................................................5

Vantagens e Desvantagens da Entrevista......................................................7

Guião da Entrevista........................................................................................7

Análise de conteúdo.....................................................................................10

“A análise de conteúdo é um recurso que ajuda o investigador a analisar o

conteúdo de documentos, podendo ser aplicado em qualquer conteúdo de

comunicação, reproduzida através de escrita, som ou imagem.”

(Denscombe, 1998, 136). Através do desenvolvimento de um sistema de

categorias, é possível fazer uma análise mais objectiva e sistemática do

conteúdo da entrevista (ou de outro instrumento), visando a sua

interpretação................................................................................................10

Considerações Finais....................................................................................11

Bibliografia................................................................................................... 12

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Processo de recolha de dados: A Entrevista Maio de 2010

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Processo de recolha de dados: A Entrevista Maio de 2010

Introdução

Segundo Morgan (1988, citado por Bogdan & Biklen 1994:134), uma entrevista
consiste numa conversa intencional, entre duas ou mais pessoas, dirigida por uma delas
e com o objectivo de obter informações sobre a(s) outra(s). Esta é uma das técnicas
utilizadas ao nível da investigação qualitativa, usada para recolher dados descritivos na
linguagem do próprio sujeito, possibilitando ao investigador ficar com uma percepção
sobre a forma como o sujeito interpreta determinado assunto/aspecto.
Ao longo deste trabalho pretendemos intentar a construção de um esquema
gráfico exemplificativo do planeamento desta importante ferramenta de investigação,
nomeadamente em contexto educacional. Deste modo, procuraremos elencar e
sistematizar procedimentos e atitudes a ter em conta ao longo das sucessivas fases de
planeamento, construção e aplicação do questionário. Cumpre salientar que a
organização da informação em quadros-síntese tem subjacente uma intenção prática:
permitir uma consulta rápida e eficaz que, por seu turno, possibilite a aferição de
procedimentos a ter em conta na realização de um inquérito por entrevista.

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Entrevista – Questões prévias

Objectivos
Objectivos quanto ao conteúdo
de uma entrevista
Averiguação de factos.
Determinar a opinião acerca de factos.
Determinar os sentimentos e os anseios das pessoas.
Determinar os planos de acção (a conduta que as pessoas tomam em
determinadas situações, ou ver qual a conduta actual ou passada. Ex. o que fez
Recolha da quando a sua mãe morreu?
Processo
informação de recolha deAdados:
Entrevista
Encontrar os motivos conscientes para a opinião (descobrir quais os factores
Transmissão de que levam as pessoas a ter essa opinião).
informação Verificar hipóteses.
Motivação Analisar o sentido que as pessoas dão à sua prática.
Analisar determinados problemas.
Reconstituir processos de acção ou experiências passadas.
Uma entrevista pode ser encarada enquanto teórica na preparação adequada do
método, porque procura atingir determinados trabalhos, fins.

Tipos de Entrevistas
Relação do tipo de
Tipos
entrevista com o
de Características Pontos fortes Pontos fracos
entrevista objectivo do
estudo

 Quando é importante minimizar A flexibilidade e


a variação entre as questões postas espontaneidade são
ao entrevistado; reduzidas;
 Composta por questões fechadas Reduz ou anula a
de modo a obter dados sobre a Facilita a possibilidade de
Estruturada

amostra; análise dos aprofundar Controlo


 Maior uniformidade no tipo de dados; questões que não
informação recolhida; Permite a foram Verificação
 Questões colocadas tal como replicação do antecipadamente
foram previamente escritas; estudo. pensadas;
 As categorias de resposta estão  Circunstâncias e
previamente definidas; elementos pessoais
 A avaliação das respostas não são tomados
durante a entrevista é reduzida. em consideração.

Tipos Características Pontos fortes Pontos fracos Relação do tipo de


de entrevista com o
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objectivo do
entrevista
estudo
Optimização
do tempo
Caracteriza-se pela existência de
disponível;
um guião previamente preparado
Tratamento
que serve de eixo orientador ao
mais sistemático
desenvolvimento da entrevista;
dos dados;
Procura garantir que os diversos
Semi- estruturada

Especialmente
participantes respondam às Requer uma boa
aconselhada para Verificação
mesmas questões; preparação por
entrevistas a
Não exige uma ordem rígida nas parte do Aprofundamento
grupos;
questões; entrevistador.
Permite
O desenvolvimento da entrevista
seleccionar
vai-se adaptando ao entrevistado;
temáticas para
Mantém-se um elevado grau de
aprofundamento;
flexibilidade na
Permite
exploração das questões.
introduzir novas
questões.
Entrevistador propõe um tema;
Permite ao
Desenvolve-se no fluir de uma
entrevistador ter
conversa;
uma boa Requer muito
As questões emergem do
percepção das tempo para obter
Não Estruturada

contexto imediato;
diferenças informação
 Guião – Documento escrito com Aprofundamento
individuais e sistemática;
o objectivo e as linhas
mudanças; Depende bastante Exploração
orientadoras;
As questões das capacidades e
O entrevistador promove,
podem ser treino do
encoraja e orienta a participação do
individualizadas entrevistador
sujeito;
para melhor
Tomada de consciência dos
comunicação.
entrevistados.

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Vantagens e Desvantagens da Entrevista


Vantagens Desvantagens
 Possibilita uma diversidade de  Requer muito tempo para a
questões e respostas. transcrição, análise e
sistematização da informação.
 Favorece a eficácia das respostas,
pois o entrevistador pode retomar  Depende em grande parte das
as questões que eventualmente capacidades de treino do
tenham sido mal percebidas. entrevistador.

 Permite que o entrevistador tenha  Podem ocorrer enviesamentos


um papel mais activo e provocados quer por uma actuação
interventivo. pouco cuidada do entrevistador,
quer pelas respostas dos
 Maior flexibilidade quanto ao respondentes, que podem veicular
tempo de duração. apenas aquilo que é política e
socialmente correcto.
 Oportunidade para questionar.
 Limita o número de sujeitos do
 Oportunidade para aprofundar.
estudo.
 Possibilidade do sujeito se
 Implica um custo elevado e grande
exprimir oralmente.
disponibilidade de tempo.

 Pode criar problemas relativamente


a fiabilidade: entrevistador; guião;
codificação; participantes.

Guião da Entrevista
O Guião da entrevista surge como um instrumento orientador utilizado para
recolher informações relevantes, na forma de texto, que, no caso das entrevistas semi-
estruturadas, não necessita obedecer a uma ordem rígida na sequência das questões,
permite uma grande flexibilidade no processo de exploração e permite uma constante
adaptação ao perfil do entrevistado.

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Guião de entrevista semi-estruturada

Preparação Execução Análise


(Antes da Entrevista) (Durante a Entrevista) (Depois da Entrevista)

PLANIFICAÇÃO DA ENTREVISTA REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

• Seleccionar o(s) entrevistado(s): População de referência • Proceder à transcrição integral das respostas,
e construção da amostra; • Relembrar os objectivos e a natureza da entrevista; acompanhada do registo de pormenores como o modo
• Conhecer previamente o(s) entrevistado(s); • Explicar como vai proceder ao registo das respostas; como decorreu a entrevista, qual o comportamento não
• Especificar as variáveis que se pretende estudar; • Assegurar a formulação de questões que permitam o verbal do entrevistado;
• Definir uma lista de questões ou tópicos a serem registo de informações de âmbito geral sobre o • Efectuar várias leituras para conferir o rigor da
abordados na entrevista; entrevistado (nome, idade, profissão, cargos que transcrição;
• Considerar diferentes formatos de questões; desempenha,); • Fornecer as transcrições aos entrevistados, para que as
• Evitar questões que permitam respostas muito abertas e • Utilizar linguagem acessível ao entrevistado; mesmas sejam validadas;
plurissignificativas; • Conduzir a entrevista de maneira que o entrevistado se • Seleccionar para análise apenas a informação que está
• Adquirir material de apoio de qualidade (gravador, etc.); sinta à vontade; directamente relacionado com os objectivos do estudo;
• Preparar o local onde se realizará a entrevista; • Obter e manter a confiança; • Interpretar dos dados obtidos;
• Verificar/assegurar a disponibilidade dos entrevistados • Evitar influenciar as respostas do entrevistado; • Analisar as reflexões, conexões e interacções entre os
para a realização da entrevista; • Não se deixar influenciar pelas suas próprias dados obtidos;
• predisposições, as suas opiniões ou curiosidades;
Informar os entrevistados sobre a duração prevista, o
• Evitar afastar-se do formato e do guião da entrevista;
• Discutir dos dados com base na teoria;
motivo da sua selecção, o objectivo da entrevista e a • Ser objectivo na interpretação e construção de categorias;
importância do seu contributo; • Motivar o entrevistado a responder;
• Evitar a tendência natural de tentar extrair do material
• Garantir a confidencialidade da identidade e respostas do • Impedir, gentilmente, as divagações do entrevistado;
empírico elementos que confirmem as suas hipóteses de
entrevistado • Gerir o tempo da entrevista de maneira a que o tempo trabalho e/ou os pressupostos das suas teorias de
• Fazer uma leitura de estudos precedentes e uma previamente acordado não se prolongue; referência:
cuidadosa revisão bibliográfica; • Enquadrar as perguntas delicadas;
• Saber escutar;
• Usar software para análise de dados qualitativos (muito
• Interiorizar o roteiro da entrevista (fazer uma entrevista
útil)
piloto com o roteiro é fundamental para evitar falhas no
momento da realização das entrevistas); • Análisar de conteúdo: analisar o que contém para lá do
que se vê;

PREPARAÇÃO DO ENTREVISTADOR VARIÁVEIS INTERVENIENTES DA TIPOS DE QUESTÕES


ENTREVISTA

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• O entrevistador deverá assegurar que sabe: • Contexto (local, condições, privacidade) • Descritivas – Quando um estudo se destina
• Como apresentar-se; • Entrevistado (capacidades cognitivas e principalmente a descrever algo que existe ou
• Como iniciar a entrevista de maneira a afectivas, mnésicas e imaginativas e de acontece;
colocar o entrevistado à vontade; expressão oral; estatuto e papel desempenhado;
• Como utilizar questões com processos preocupações e interesses; compreensão do • Relacionais – Quando o estudo visa relacionar
não lineares, resposta-chave e outros; tema) duas ou mais variáveis;
• Como registar as respostas e, se • Entrevistador (Competência técnica e prática;
necessário, como codificá-las; formação ética; apresentação física e empatia • Causais – Quando um estudo visa determinar se
• Mostrar segurança e auto-confiança. pessoal; delicadeza e atenciosidade; cultura, uma ou mais variáveis causa afectam uma ou
habilitações, experiência e papel; domínio do mais variáveis de desfecho.
tema)
• Linguagem utilizada (intensidade e acentuação;
expressão verbal e não-verbal; acessível,
motivadora e adaptada à circunstância).

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Análise de conteúdo

“A análise de conteúdo é um recurso que ajuda o investigador a analisar o conteúdo de


documentos, podendo ser aplicado em qualquer conteúdo de comunicação, reproduzida através de
escrita, som ou imagem.” (Denscombe, 1998, 136). Através do desenvolvimento de um sistema de
categorias, é possível fazer uma análise mais objectiva e sistemática do conteúdo da entrevista (ou de
outro instrumento), visando a sua interpretação.
A análise de conteúdo deve ir além da mera descrição do conteúdo das mensagens e incluir a
inferência de conhecimentos sobre as condições de produção/recepção do conteúdo com o apoio de
indicadores. Assim, o processo de análise envolve primeiramente um esforço de descrição, onde as
características da comunicação são trabalhadas, seguido por um esforço de inferência, que permite
passar da descrição para a interpretação, ou seja, atribuição de significado a estas características.
Segundo Bardin, a análise de conteúdo é: “[…] um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo
das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de reprodução/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens” ( 2004: 37)

Fases da Análise de Conteúdo


A análise de conteúdo é realizada através de etapas. Com base nos autores Bardin (2004),
Carmo & Ferreira (1998) e Pardal & Correia (1995), estabelece-se as seguintes fases:
1. Definição de categorias para separar os dados observáveis;
2. Definição de unidades de análise;
3. Distribuição das unidades de análise pelas categorias anteriormente estabelecidas;
4. Interpretação dos resultados obtidos nas perspectivas qualitativas e/ou quantitativas.
Tipos de Análise de Conteúdo

Grawitz (1993) distingue três grupos de análise de conteúdo:


1. Análise de exploração e análise de verificação - verificação de uma hipótese, onde o objectivo é
bem definido e resulta na quantificação dos resultados da exploração, onde não há hipóteses
previamente definidas, e permite conduzir a diversos resultados. Contudo, a sistematização exagerada
da análise pode deixar de fora do campo de estudo elementos essenciais que não foram previstos
antecipadamente.

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2. Análise quantitativa e análise qualitativa - A análise quantitativa centra-se sobre a frequência


dos elementos caracterizados e a qualitativa foca o valor de um tema, a novidade e/ou o interesse.
3. Análise directa e análise indirecta - Relacionada com a análise quantitativa, a forma directa
envolve um procedimento mais simples, recorrendo-se, regra geral, à comparação de frequências
(número de ocorrências) de certos elementos em análise. A análise indirecta relaciona-se mais com a
natureza qualitativa e interessa-se sobre a interpretação do que está subjacente à linguagem expressa.

Considerações Finais

A entrevista é um instrumento de recolha de dados, extremamente importante ao nível do


conhecimento interpessoal. Esta permite uma recolha de informação mais rica e aprofundada,
expressa através do discurso dos entrevistados, onde o que verdadeiramente importa é o ponto de
vista do entrevistado, a sua opinião sobre determinado assunto ou acontecimento. O investigador não
precisa preocupar-se com a autenticidade da informação, uma vez que ao longo de uma entrevista é
muito difícil manter um diálogo coerente baseado em falsas informações sem que o investigador se
aperceba. Como referem Carmo & Ferreira o "objectivo de qualquer entrevista é abrir a área livre de
dois interlocutores no que respeita à matéria da entrevista, reduzindo, por consequência, a área
secreta do entrevistado e a área cega do entrevistador." (2008:142).
O investigador ao preparar a entrevista deverá construir um guião de investigação, tendo
sempre em atenção o tipo de entrevista a realizar. Este irá funcionar como uma bússola que orienta a
recolha de informação. Após a definição clara e rigorosa dos objectivos da entrevista, estes deverão
ser operacionalizados através das variáveis em perguntas adequadas às metas que se pretende atingir.
É extremamente importante o ambiente que se cria, o qual irá conduzir à construção de um
conhecimento colaborativo.
A entrevista e o questionário são as técnicas de recolha de dados mais utilizados no âmbito
das ciências sociais, em virtude de se revelarem bastante flexíveis tanto na identificação das
diferentes variáveis e das possíveis relações que estabelecem entre si, como na comprovação das
hipóteses e na orientação das diferentes fases da pesquisa. Além disso, não é em si um processo
moroso (embora o mesmo não possa ser dito relativamente às fases posteriores: transcrição e análise)
e possibilita a captação de diferentes pontos de vista sobre um determinado assunto.

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Bibliografia
Bardin (2004). Análise de Conteúdo. 3ª Ed. Lisboa: Edições 70.

Bogdan, R.; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora.

Carmo, H; Ferreirra, M.M. (2008). Metodologia da Investigação Guia para Auto-aprendizagem.


Lisboa: Universidade Aberta.

Denscombe, M. (1998). The Good Research Guide for small-scale social research projects.
Philadelphia: Open University press.

Grawitz, M. (1993). Méthodes des sciences sociales. 9.ed. Paris: Dalloz,.

Morgan, D.L. (1988). Focus groups as qualitative research. Newbury Park: Sage.

Pardal, L.; Correia, E. (1995). Métodos e Técnicas de Investigação Social. Porto: Areal Editores.

Quivy, R.; Campenhoudt, L.V. (2008). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa:
Gradiva.

Sousa, A. B. (2009). Investigação em Educação. Lisboa: Livros Horizonte.

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