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1. NOÇÃO
Empresa: é uma actividade inovadora que pode ser vista numa de 3 vertentes:
económica, sociológica ou jurídica (para as quais existe numa noção diferente).
Nesta perspectiva, a empresa é uma organização que vai criar uma utilidade (bem ou
serviço útil) que tem como principal objectivo obter lucro.
Numa actividade empresarial o que se pretende é que os custos dessa actividade sejam
inferiores aos seus proveitos, de forma a que se possam gerar lucros (mesmo tendo em
conta os riscos a que todas as actividades empresariais se sujeitam).
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Direito Empresarial
VERTENTE SOCIOLÓGICA
Nesta perspectiva, a empresa é vista como um sistema, um grupo social, e vai ser feita a
essa empresa uma análise que pretenderá estudar a forma como se organiza, como
funciona esse sistema social e também as relações que se vão estabelecer com outros tipos
de sistemas sociais, que não sejam o sistema empresarial.
VERTENTE JURÍDICA
Públicas
Propriedade dos meios Privadas
de produção Mistas
Cooperativas
Vertente
Económica
Empresário em nome individual
Natureza das Individual EIRL
operações Sociedade por quotas unipessoal
legais e
contratuais Sob forma civil
Civil Sob forma comercial
Colectiva
Em nome colectivo
Comercial Em comandita
Por quotas plural
Anónima
Nesta vertente, a classificação jurídica das empresas dá-se com a distinção de 2 critérios
fundamentais:
Públicas:
• São criadas pelo Estado ou são por ele nacionalizadas (passando de privadas a
públicas).
• Funcionam com capitais públicos.
• Normalmente inserem-se em áreas básicas da economia de um país.
• Visam a satisfação de interesses públicos.
• Globalmente constituem o chamado “Sector Empresarial do Estado”.
Privadas:
• São tituladas (são propriedade) por pessoas singulares ou colectivas de direito
privado.
• O seu objectivo é a obtenção, a produção de lucro, para posteriormente distribuir
pelos seus sócios.
• No seu conjunto formam o chamado “Sector Empresarial Privado”.
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Direito Empresarial
Mistas:
• Nestas empresas, a propriedade pertence simultaneamente a entes públicos e
privados, que repartem a sua gestão.
• Os capitais também são mistos, ou seja, são capitais públicos e privados.
Cooperativas:
• São empresas com perfil especial, ou seja, distinguem-se das empresas privadas
porque o seu objectivo não é produzir lucros para distribuir pelos sócios e distinguem-se
das empresas públicas porque não são criadas pelo Estado.
• O objectivo das cooperativas é obter a cooperação dos seus membros, dos seus
associados, o que se traduz na possibilidade de obterem o bem ou serviço pretendido
mais barato (eliminando-se assim as margens de lucro) ou de uma forma mais eficiente.
• Todos os associados colaboram para a realização de um fim que lhes é comum.
• Alguns exemplos de empresas cooperativas são: vinícolas, cooperativas de
construção e habitação…
INDIVIDUAL:
• São semelhantes quanto à sua constituição – apenas 1 pessoa.
• Diferem quanto às regras que os regem.
• Em princípio…
… só o conjunto de bens ligados à vida empresarial poderá vir a responder pelas
dívidas contraídas na vida empresarial, ou seja, o risco do indivíduo que se dedica a
esta empresa diminui substancialmente.
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Direito Empresarial
• No entanto…
… nesta forma empresarial a segurança não é ainda total, porque se os credores
conseguirem provar que o empresário não respeitou esta divisão, então têm o direito
de recorrer a qualquer bem do empresário, ou seja, desaparece a tal divisão.
COLECTIVA:
• A sua distinção faz-se graças ao tipo de actividade que cada 1 vai desenvolver, vai
desempenhar.
• Sociedade Civil:
• Dedica-se a qualquer actividade que não seja de cariz comercial ou industrial.
• Podemos falar em…
• Sociedade Comercial:
• Dedica-se ao exercício de actividades comerciais ou industriais.
• Podemos falar em…
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CAPÍTULO I: As Empresas
SUBCAPÍTULO I: As Empresas Individuais
CARACTERÍSTICAS DA FIRMA EM GERAL
FIRMA…
… é a designação da empresa, ou seja, é a forma de identificação de uma empresa;
… é diferente de outros elementos identificadores, ou seja, das Figuras Afins:
DO NOME DO ESTABELECIMENTO (É a identificação não da empresa, mas do estabelecimento que
essa empresa explora);
DA INSÍGNIA DO ESTABELECIMENTO (Permite também identificar e distinguir o estabelecimento,
só que neste caso temos um sinal emblemático ou figurativo);
DA MARCA (É o elemento identificador das características, da proveniência desse produto).
(O normal é que haja distinção, haja pluralidade na distinção… Mas, pode acontecer que os 4 tenham a mesma
designação.)
1. PRINCÍPIO DA VERDADE:
A firma deve corresponder à realidade que lhe está subjacente, ou seja, a firma deve induzir as pessoas de forma
correcta em relação aos sócios que a compõem, à actividade que desenvolve…
… Isto é, a firma não deve induzir as pessoas em erro.
2. PRINCÍPIO DA NOVIDADE:
Os sócios devem escolher uma firma que não seja igual, semelhante ou confundível com outra que já se encontre
anteriormente registada.
3. PRINCÍPIO DA UNIDADE:
Cada sociedade só deverá ter uma única firma.
4. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE:
Significa que a firma é obrigatória para as sociedades.
(Quem faz uma firma terá que respeitar os 4 princípios, aquando só “Pedido de Admissibilidade de Firma”.)
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QUANTO À RESPONSABILIDADE:
O empresário responde de forma ilimitada pelas dívidas que contrair no exercício da sua
actividade, ou seja, o empresário vai responder com todos os seus bens, sejam aqueles que
afectou à sua actividade empresarial, sejam os que reservou para a sua vida pessoal.
Porque não há distinção de bens, o empresário vai assumir um risco máximo.
No entanto…
… Com este estabelecimento não nasce uma nova pessoa jurídica, esta divisão é uma
mera ficção.
QUANTO À RESPONSABILIDADE:
Em princípio…
… O empresário que explora este estabelecimento limita a sua responsabilidade ao valor
dos bens que afectou ao estabelecimento e estes bens serão a garantia dos credores.
No entanto…
… Esta separação pode não acontecer, pode não se passar desta forma, uma vez que o
empresário pode responder com todo o seu património pelas dívidas empresariais, desde
que os credores consigam provar que o empresário não respeitou o princípio da separação
de patrimónios quando geriu o seu estabelecimento.
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QUANTO À RESPONSABILIDADE:
Neste tipo de empresa existe apenas um sócio, que pode ser uma pessoa singular ou
colectiva. Esta pessoa, este único sócio, é titular de todo o capital social.
O sócio responde limitadamente pelas suas obrigações contraídas pela sociedade e até
ao valor da sua quota…
… Só assim não será quando o sócio tiver violado os deveres que lhe estão atribuídos
por lei.
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NOÇÃO:
Este tipo de sociedade constitui-se através de um contrato – “contrato de sociedade” –
em que 2 ou mais pessoas se reúnem com o objectivo de desenvolverem uma actividade
económica lucrativa são carácter comercial ou industrial, contribuindo com bens ou serviços
para o exercício em comum dessa actividade, repetindo depois os lucros que forem gerados.
Este tipo de sociedade, em princípio, não tem personalidade jurídica, mas pode ter se:
- For constituída por escritura pública e
- Tiver um património e uma organização próprios.
Esta sociedade não precisa de ser constituída por escritura pública, a não ser que a
natureza dos bens que integram o património da sociedade o justifique (se tiver um bem
imóvel, por exemplo).
Esta sociedade tem que ser constituída no mínimo por 2 sócios:
- Estes sócios podem entrar com bens ou serviços – sócios de indústria…
- Os sócios de indústria não podem estar afastados do direito aos lucros,
mas pode estipular-se que eles não participem nas perdas da sociedade.
QUANTO À RESPONSABILIDADE:
Se a sociedade não tiver personalidade jurídica, a responsabilidade dos sócios é total.
NOÇÃO:
Este tipo de sociedade desenvolve também uma actividade económica que não seja de
comércio ou de indústria como a sociedade civil sob forma civil.
No entanto…
… Esta sociedade vai organizar-se e funcionar como uma sociedade comercial…
… ou seja, os sócios:
- vão decidir qual das quatro formas das sociedades comerciais preferem;
- e depois irão constituir legalmente a sociedade;
- regendo-se de acordo com aquilo que está previsto para esse tipo de
sociedade no “Código das Sociedades Comerciais”, por exemplo, quanto ao
capital social, quanto à representação, quanto à administração…
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3. AS SOCIEDADES COMERCIAIS
Para termos a noção de Sociedade Comercial, temos que juntar 2 noções legais…
3) Os sócios vão desenvolver uma actividade económica que não é de mera fruicção, ou
seja, com a sua actividade os sócios procuram criar uma nova utilidade.
Esta actividade não tem um carácter estático, mas antes dinâmico, isto é, os sócios
não se vão limitar a usufruir de algo, não se vão limitar deste modo a colher os frutos de um
objecto, de uma actividade que já não existia.
(Numa sociedade, a actividade dos sócios vai de encontro a retirar vantagens do que
possui.)
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* Princípio da Tipicidade:
funciona como excepção ao Princípio da Liberdade Contratual que,
como princípio básico geral do Direito Civil, diz-nos que as pessoas podem fazer os
contratos que quiserem e do modo como quiserem.
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No entanto…
… se qualquer dos sócios não tiver cumprido a sua obrigação de
entrada, os credores sociais em substituição da sociedade podem exigir que o
capital social seja integralmente realizado e que, para isso, os sócios completem
as suas entradas.
Neste caso, os sócios vão responder com uma RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA, ou seja…
… qualquer um e todos os sócios estão obrigados a completar o capital
social, independentemente de quem não o tenha feito.
Isto quer dizer que se, por exemplo, existirem 3 sócios (A, B e C), A e
B tiverem já feito as suas entradas de capital de forma completa e C
ainda não tenha cumprido a sua obrigação de entrada, os credores da
sociedade podem exigir que seja realizado integralmente.
Por isso, os credores vão poder exigir a efectivação da entrada,
dirigindo-se ao C faltoso, mas podendo também exigir o pagamento
a A e/ou ao B.
COMO CONCLUSÃO...
... OS SÓCIOS DESTE
TIPO DE SOCIEDADES, PERANTE OS CREDORES SOCIAIS,
ASSUMEM UMA RESPONSABILIDADE LIMITADA AO VALOR DAS SUAS ENTRADAS E SOLIDÁRIA
ENTRE OS SÓCIOS NA REALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL.
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COMO CONCLUSÃO…
…É PRECISAMENTE POR
ESTA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA QUE AINDA ASSIM SE
PODE AFIRMAR QUE AS SOCIEDADES TÊM AUTONOMIA PATRIMONIAL EM RELAÇÃO AOS
SÓCIOS.
Princípio Geral:
Os credores particulares dos sócios não podem fazer-se pagar com recurso
aos bens da sociedade, porque…
… A sociedade é uma pessoa jurídica diferente do sócio e o património da
sociedade é também diferente e separado do património dos sócios.
No entanto…
Os credores dos sócios podem penhorar o direito a lucros dos sócios…
… O lucro forma-se na sociedade (no seu património) e enquanto se encontra
na sociedade não pode ser penhorado dado que é um bem da sociedade…
… mas quando se delibera, quando os sócios deliberam que esses valores
gerados na sociedade devem ser distribuídos pelos sócios como lucro, eles vão
transitar do património da sociedade para o património dos sócios.
… nesse momento, e encontrando-se penhorado o direito a lucros, esse valor
(que se destinava ao sócio) vai ser aplicado para pagamento da dívida, sendo
entregue ao credor).
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Direito Empresarial
(C) CONCLUSÃO:
SOCIEDADE…
POR OUTRO LADO, TAMBÉM A SOCIEDADE NÃO PODE SER RESPONSABILIZADA POR
… OS CREDORES SÓ PODEM RECEBER COM RECURSO AOS BENS DOS SÓCIOS ONDE
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1.ª A LEI ADMITE A EXISTÊNCIA DE UMA SOCIEDADE COM UMA SÓ PESSOA – O CASO
DAS SOCIEDADES UNIPESSOAIS.
(A LEI TAMBÉM PERMITE QUE, NO CASO POR EXEMPLO DA MORTE DE UM DOS
SÓCIOS, MESMO QUE AS SOCIEDADES PLURAIS SEJAM CONSTITUÍDAS POR UMA SÓ
PESSOA, MAS APENAS DURANTE UM ANO.)
 TIPOS DE SÓCIOS
À partida, as sociedades poderão ter 2 tipos de sócios: capitalistas e de indústria
(ou trabalhadores).
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NOÇÃO:
É uma sociedade de RESPONSABILIDADE ILIMITADA, em que os sócios respondem,
por isso, com o seu património pessoal até que estejam pagas todas as dúvidas da
sociedade, não se estabelecendo qualquer limite à sua responsabilidade.
N.º DE SÓCIOS:
Dois ou mais.
TIPO DE SÓCIOS:
Capitalistas ou de Indústria.
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FIRMA DA SOCIEDADE:
É composta:
- Pelo nome (completo ou abreviado) de algum, alguns ou todos os sócios…
- Também tem que aditar obrigatoriamente no fim “e Companhia”…
- …ou qualquer outra expressão que indique a existência de outros sócios:
“e Irmãos”, “e Herdeiros”, “e Filhos”…
ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO:
A sociedade é administrada e representada pela GERÊNCIA…
… Por direito próprio, todos os sócios são gerentes e todos representam a
sociedade (porque todos respondem ilimitada e subsidiariamente).
… Também pode ser gerente uma pessoa estranha à sociedade, desde que
haja deliberação unânime de todos os sócios nesse sentido.
 SOCIEDADE EM COMANDITA
NOÇÃO:
É uma sociedade de RESPONSABILIDADE MISTA, porque reúne:
- sócios que assumem uma RESPONSABILIDADE LIMITADA (que contribuem
com bens, com capital)…
- e sócios que assumem uma RESPONSABILIDADE ILIMITADA (que contribuem
com bens e serviços, assumindo a gestão e direcção da sociedade).
N.º DE SÓCIOS:
Dois ou mais.
Mas, nas sociedades em comandita por acções tem que haver um número mínimo
de 5 sócios, que assumam responsabilidade limitada, que entrem com capital.
TIPOS DE SÓCIOS:
Há 2 tipos de sócios: comanditados e comanditários.
FIRMA DA SOCIEDADE:
Deve ser uma FIRMA-NOME, ou seja, deve ser constituída:
- Pelo nome (completo ou abreviado) dos sócios (pelo menos de um dos
sócios que assumam responsabilidade limitada) …1
- No fim, esta firma tem que conter o aditamento “Em Comandita”.
ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO:
A sociedade é administrada e representada pela GERÊNCIA…
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Se algum dos sócios, que assume responsabilidade limitada, permitir que o nome dele conste da firma,
passa a assumir responsabilidade idêntica à dos sócios comanditados, ou seja, responsabilidade ilimitada.
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… São gerentes os sócios comanditados, a não ser que haja uma disposição
em contrário no contrato de sociedade.
NOÇÃO:
É uma sociedade de responsabilidade limitada, o que significa que, pelas dívidas
da sociedade só responde o património da sociedade.
O capital da sociedade encontra-se dividido por quotas.
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Por último, os sócios podem assumir uma RESPONSABILIDADE ILIMITADA por força
da lei:
1.º Quando os sócios violam culposamente as disposições legais e/ou
contratuais protectoras dos interesses dos credores e que, com isso, leva à
diminuição do património da sociedade, assim como da garantia dos credores
– Art. 78 CSC.
2.º Quando os gerentes são subsidiariamente responsáveis em relação à
sociedade e solidariamente responsáveis entre si pelo pagamento de
contribuições e impostos relativos ao período em que exerceram o seu cargo,
ou seja, no caso de dívidas fiscais ao Estado (a não ser que consigam provar
que não foi por sua culpa que o património da sociedade se tornou insuficiente
para pagar as dívidas da sociedade.
N.º DE SÓCIOS:
Dois ou mais…
FIRMA DA SOCIEDADE:
As sociedades por quotas podem adoptar:
- Uma FIRMA-NOME;
- Uma FIRMA-DENOMINAÇÃO;
- Ou uma FIRMA-MISTA.
ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO:
A sociedade é administrada e representada pela GERÊNCIA…
… Composta por um ou mais gerentes…
… O gerente pode ser um dos sócios ou um estranho à sociedade.
 SOCIEDADE ANÓNIMA
NOÇÃO:
É uma sociedade de RESPONSABILIDADE LIMITADA.
N.º DE SÓCIOS:
Cinco ou mais, obrigatoriamente – Art. 273, n.º 1, CSC.
No entanto…
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TIPOS DE SÓCIOS:
Os sócios de uma sociedade anónima têm o nome de ACCIONISTAS…
… Não são admitidos sócios de indústria, uma vez que se trata de uma
sociedade capitalista.
No entanto…
… Os administradores destas sociedades são responsáveis nos mesmos
termos que vimos para os gerentes das sociedades por quotas.
FIRMA DA SOCIEDADE:
As sociedades anónimas podem adoptar:
- Uma FIRMA-DENOMINAÇÃO;
- Ou uma FIRMA-MISTA.
ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO:
As sociedades anónimas são administradas e representadas…
… Pelo CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO…
… Ou pela DIRECÇÃO.
4. O ESTABELECIMENTO COMERCIAL
NOÇÃO:
Numa acepção ampla, geral o estabelecimento comercial é uma organização comercial
que abrange:
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EM TERMOS JURÍDICOS…
… O estabelecimento comercial é visto e protegido como um todo, como uma unidade
jurídica, distinta das partes que o compõe.
… Por isso, o estabelecimento não é apenas o conjunto dos elementos que o compõe,
mas é também a organização desses elementos para um fim determinado.
No entanto…
… a lei também considera que só há trespasse se a transmissão da posição
de inquilino for acompanhada da transferência em conjunto das instalações, das
mercadorias, dos utensílios, da clientela, ou seja, de todos os elementos que
integram o estabelecimento.
… Neste caso, e não obstante se está a substituir o inquilino, o senhorio não
precisa de dar autorização para isso e não se pode por. O único direito que a lei
lhe reserva é o Direito de Preferência, ou seja, ficar ele com o estabelecimento
nas condições exactas em que o inquilino o ia trespassar.
2.ª NO USUFRUTO
A lei estabelece a possibilidade de se manter o proprietário do
estabelecimento e se conceder a outra pessoa o direito de usufruto, ou seja, o
direito de usar e fruir esse estabelecimento.
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1. NOÇÃO
Título de crédito é um documento que habilita o seu portador a exercer um direito de
crédito, ou seja, a receber a quantia constante nesse documento.
O título insere um direito e, por isso, em princípio, quem tem a posse do título tem o
direito.
O DIREITO CARTULAR (que está na carta, na letra) pressupõe uma relação jurídica
anterior, subjacente (que está por baixo da letra) que explica a criação, o surgimento da
letra, do título.
POR EXEMPLO:
UM CONTRATO DE COMPRA E VENDA JUSTIFICA A CRIAÇÃO DA LETRA
PARA PAGAR O PREÇO DE QUALQUER BEM OU SERVIÇO.
Todo o regime jurídico dos títulos de crédito tem como preocupação fundamental a
protecção dos terceiros de boa-fé. Estes, não sabendo, nem tendo que saber o que se
passa sem a sua intervenção, não podem ser surpreendidos com o não pagamento da letra
com argumentos que não lhes dizem respeito.
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LIVRANÇA
A livrança também é um título de crédito à ordem, mas em que, pura e
simplesmente, se faz uma promessa de pagamento.
Apenas intervêm 2 partes: o SUBSCRITOR e o TOMADOR.
CHEQUE
O cheque é uma ordem de pagamento dirigida a um Banco, no qual há uma
provisão constituída pelo EMITENTE.
Através deste título o emitente mobiliza fundos a favor de si próprio ou a favor de
um terceiro.
O cheque pode ser ao portador (circulando livremente) ou à ordem (transmitindo-
se por endosso).
3. A LETRA DE CÂMBIO
2.º TEM QUE TER UM MANDATO PURO E SIMPLES DE PAGAR UMA QUANTIA
DETERMINADA…
… A letra tem que conter uma ordem de pagamento para pagar uma
determinada quantia e…
… não pode estar sujeita a condições nem cláusulas penais (sanções).
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SAQUE:
ﻬÉ a declaração do emitente do título.
ﻬÉ feito pelo sacador e traduz uma ordem de pagamento dirigida a outra
pessoa, o sacado.
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ACEITE:
ﻬÉ realizado pelo sacado, em que este se vai responsabilizar pelo pagamento
da letra na data do seu vencimento.
ﻬO sacado não pode ficar responsável pelo pagamento só porque o sacador
assim o disse, é preciso que o sacado aceite a ordem de pagamento que for
dada pelo sacador.
Se o sacado se recusar a aceitar a letra, esta recusa implica a
responsabilidade do sacador e de todos os outros obrigados cambiários – todos
podem ser imediatamente accionados pelo portador da letra.
ﻬO aceite, na prática, traduz-se na assinatura do sacado, transversalmente, na
face da letra.
ENDOSSO:
ﻬÉ um negócio através do qual se transmite a letra.
ﻬA letra é transmissível a não ser que se coloque na letra uma cláusula
expressa em que se proíbe o endosso (por exemplo, um carimbo).
ﻬEFEITOS DO ENDOSSO:
` EFEITO TRANSLATIVO
Através do endosso transmitem-se todos os direitos
emergentes da letra. Estes direitos são transmitidos com
autonomia.
NÃO EXISTE este efeito translativo, quando:
` EFEITO GARANTIA
O endossante, através do endosso, assume a obrigação
de pagar a letra perante os intervenientes cambiários.
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ﻬREQUISITOS DO ENDOSSO:
ﻬTIPOS DE ENDOSSO:
O endosso pode ser de 2 tipos: completo ou em branco.
` ENDOSSO COMPLETO
Identifica-se o endossado, ou seja, o beneficiário do
endosso (sendo certo que a partir dai, se não existirem mais
endosso, será apenas este novo portador que pode exercer os
direitos inerentes à letra, que pode receber o valor dessa letra).
` ENDOSSO EM BRANCO
Neste caso, não se identifica o beneficiário do endosso
(Art. 13.º, II, LULL).
O endosso em branco pode fazer-se pela simples
assinatura do portador da letra no seu verso ou colocando a
fórmula típica de endosso (deixando em branco o espaço
reservado à identificação do endossado).
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AVAL:
ﻬÉ a declaração cambiária através da qual alguém garante o pagamento da
letra (Art. 30.º, LULL). Esta garantia vai-se inserir ao lado da obrigação do
avalizado, garantindo, cobrindo essa obrigação.
ﻬTIPOS DE AVAL:
ﻬO aval normal é feito pela expressão “Bom para aval” (para depois ser assinado
pelo avalista).
ﻬO aval pode ser, então, de 2 tipos: completo ou em branco.
` AVAL COMPLETO
O avalista identifica o nome do beneficiário do aval, ou
seja, o nome do avalizado.
` AVAL EM BRANCO
Resulta da simples assinatura do avalista na face da letra.
Neste caso, se na face da letra constar uma assinatura
que não seja a só sacador nem do aceitante, a lei presume
(Art. 31.º, II, LULL) que se trata da assinatura do avalista.
A lei presume ainda que esse aval é dado a favor do
sacador.
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DESCONTO:
ﻬÉ o adiantamento do valor da letra, antes do seu vencimento, feito por uma
instituição bancária ao portador do título.
ﻬO valor que se vai receber com esse desconto é igual ao valor nominal da
letra, menos os encargos bancários, que podem ser…
` JURO
Também chamado prémio de desconto, é o valor
correspondente à aplicação de uma determinada taxa sobre o
valor da letra e tendo em conta o período de tempo
compreendido entre a data do desconto e a data de vencimento
da letra.
` COMISSÃO DE COBRANÇA
É a importância que o banco vai cobrar pelo trabalho que
vai ter na data de vencimento da letra.
` IMPOSTO
Que incide sobre os juros mais a comissão de cobrança.
` PORTES
É a importância cobrada pelo Banco quando há despesas
de correio.
REFORMA:
ﻬÉ a substituição de uma letra por outra letra com data de vencimento posterior
com os mesmos intervenientes e de montante igual, inferior ou superior.
ﻬMODALIDADES DE REFORMA:
` REFORMA PARCIAL
O devedor paga uma parte da primitiva letra e emite uma
nova letra pelo valor restante.
` REFORMA TOTAL
O devedor não realiza qualquer pagamento e, por isso, a
nova letra é de valor igual ou superior ao valor da primeira letra.
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ﻬ Literalidade;
ﻬ Abstracção;
ﻬ Incorporação;
ﻬ Independência recíproca;
ﻬ Autonomia.
ABSTRACÇÃO:
ﻬA letra de câmbio é emitida por uma determinada causa, por exemplo, para
pagar o preço de uma mercadoria, a reparação de uma casa, de um automóvel…
ﻬA letra, por isso, é justificada por um negócio jurídico que esteve na sua base.
ﻬNo entanto…
… O PRINCÍPIO DA ABSTRACÇÃO significa que assim que a letra for criada,
ela separa-se da causa que lhe deu origem, abstraindo-se dessa causa, desse
negócio.
ﻬPor isso…
… E em princípio, qualquer problema ou excepção que decorra dessa relação
subjacente não contamina a obrigação titulada pela letra.
LETRA DE FAVOR:
NO ENTANTO…
AINDA ASSIM E PORQUE A LETRA É UM TÍTULO ABSTRACTO,
QUEM EMITE A LETRA (FAVORECENTE) NÃO PODE OPOR A EXCEPÇÃO DO
FAVOR AO PORTADOR DA LETRA QUANDO ESTE LHE VIER EXIGIR O PAGAMENTO.
SÓ O PODE FAZER QUANDO O PORTADOR DA
LETRA FOR PRECISAMENTE AQUELE A QUEM FOI FEITO O FAVOR.
INCORPORAÇÃO:
ﻬO direito cambiário está incorporado, compenetrado, integrado na letra, daí
que a transferência ou o exercício do direito estejam dependentes da posse da
letra.
INDEPENDÊNCIA RECÍPROCA:
ﻬA nulidade de uma das obrigações que a letra incorpora não se comunica às
demais obrigações…
… Isto quer dizer que, se uma das declarações cambiárias não for válida
permanecem válidas todas as restantes declarações cambiárias que estiverem
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Direito Empresarial
AUTONOMIA:
ﻬAs excepções decorrentes de convenções extra-cartulares que são oponíveis
ao portador imediato, são oponíveis ao portador mediato.
` O portador mediato tem um direito cartular autónomo.
A autonomia já decorre da literalidade e da abstracção. Todos
os 3 princípios exprimem a mesma realidade, ou seja…
… O direito é independente do que não constar do título.
No entanto…
… Essa mesma realidade é agora vista no princípio da
autonomia, na perspectiva do portador do título.
No entanto…
... Mesmo nas relações mediatas do portador da letra, podem ser opostas as
relações extra-cartulares se o portador mediato, ao adquirir a letra, sabe da
existência e da legitimidade das excepções que o devedor podia opor ao seu
endossante.
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Direito Empresarial
Neste caso, o portador da letra, não obstante ser mediato (e por isso não ter
participado nesta convenção extra-cartular) sabia que existiam motivos atendíveis
para que a letra não fosse paga.
Daí que não existam justificações para proteger esse portador e acabar, no
fundo, por prejudicar o devedor.
CAPÍTULO III:
Principais Obrigações Legais da Empresa
1. OBRIGAÇÕES FISCAIS
OBRIGAÇÕES DIRECTAS:
OBRIGAÇÕES DIRECTAS:
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Direito Empresarial
3. OUTRAS OBRIGAÇÕES
- CONTRATO DE SEGURO: São contratos celebrados entre uma empresa e uma
seguradora, através dos quais a empresa transfere para a seguradora o risco de
ocorrência de um determinado sinistro e, consequentemente, passa a ser a ser a
seguradora (e não a empresa) quem tem o dever de indemnizar nos termos contratuais,
caso se verifique esse sinistro.
ﺀ Facultativos:
` Seg. incêndio;
` Seg. acidentes pessoais;
` Seg. responsabilidade civil de trabalho;
` Seg. crédito.
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