Sei sulla pagina 1di 284

BC /1.02164 CONCLU -- .

-" n::::H.EITO cn'o~ ..""


COMPA~ER
793J
li Revogação
,,
DAPGR
I
(
,

Supremo TrIbunal Federai


HC 01021114
077~1404.3e.a009, 1.00.0000

Habeas Corpus ~" ,-

,"ii
'Ih",;
" "I:

HABEAS CORPUS 102164


'"" PROCED.: RIO DE JANEIRO
•. ORIGEM : HC·I02164-SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Distribuição em: O1/02/20 I O
11:. RELATORA : MIN. CARMEN LÚCIA
PACTE.(S)
RODRIGO GOMES QUINTELLA
IMPTE.(S)
WAL TER ARNAUD MASCARENHAS JR
COATOR(AlS)(ES)
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
JI~02
ADVOGADOS

EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL. ~ Supremo
~,- Tribuna!c Federa:
HC 0102184
,07781404.38.2009.1.00.0000
23/121200918;25

111111111111111111111

URGENTE
l1ID
<f AUTORIDADE COATORA: SEXTA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
@ JUSTIÇA (HABEAS CORPUS n° 133.204 - RJ (200<W064284-3)
®I
~
rID
~
rIlJll
WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, brasileiro,
$
$ solteiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o n°. 78.694, com escritório na
'iffi Av. Rio Branco, 185, grupo 618/621, Centro - RJ, na qualidade de
iffi IMPETRANTE vem com fulcro no art. 50, LXVIII, da Constituição Federal, e
iffi
art. 647 do Código de Processo Penal interpor perante este E. Tribunal a
iffi
@) presente ordem de:
~
«a HABEAS CORPUS'
(Jffii
®
com pedido de LIMINAR

~~
t!) em favor RODRIGO GOMES QUINTELLA, brasileiro, solteiro, portador da
o identidade n°. 010805129-3 - IFP e inscrito no CPF sob o n°. 084.748.667-
~ 2, residente na Rua Santa Clara, 139, apto 205, Copacabana,

@'
Janeiro - RJ, doravante denominado PACIENTE, confor
® expostas:
iJill)
iffi]l Av. Rio Branco, n'185 rupo 618/621 - Centro
CEP: 20,040 07 - Rio de Janeiro/RJ
til l/Fax: (21) 2544,8546

~
~
~
~
@]\i
IJIlIjI
l\mI
~
l\lIll os
ÁliNAtID & ÁCUlAR
l\lIll ADVOGADOS
PREÂlIIBULO
<W
1llJI
llIlJll o PACIENTE foi preso no dia 10 de fevereiro do corrente ano


iJiI}'
1llJI
pela Polícia Federal em cumprimento a ordem de prisão preventiva do Juiz
da 7 a Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.
I]]) Juntamente do PACIENTE foram presos outros 25 jovens, em
(11) cUJa diligência chamada de OPERAÇÃO NOCAUTE contou com ampla
<I cobertura de imprensa escrita e falada.
(j@.
A medida constritiva foi levada a efeito após o Ministério
li
li Público ter oferecido denúncia (DOe) imputando ao PACIENTE o delito do
~ art. 33 c/c 35 da lei 11.343/2006.
i]]) Sem embargo da 'gravidade da imputação' e do juizo de
lIO legitimidade (ou não) dos elementos de convicção colhidos no inquérito, a
ti
I]]) AUTORIDADE COATORA, de uma só vez, DEFERIU em face do PACIENTE
(]@ seis medidas coercitivas, a saber: a) sua prisão cautelar; b) busca e
(]!I]l, apreensão de seus bens; c) seqüestro e arresto de bens com bloqueio de
00 suas contas bancárias; d) inclusão no regime disciplinar diferenciado; e)
00
adoção de segredo de justiça absoluto e; f) uso de algemas.
(li\)
(]\I) Ato continuo, o PACIENTE apresentou 'defesa preliminar',
1]]), acompanhou toda instrução processual, estando o processo, agora, na fase
(j de diligências prestes a entrar na fase de 'memoriais' escritas.
@
(J
DO OBJETO DO WRlT CONSTITUCIONAL
1llJI!.'t1111Ii'}
li \11111~)


(]\I)
A presente impetração pretende demonstrar que o Superior
Tribunal de Justiça não enfrentou, adequadamente os fundamentos
i]])
Im alegados pelo impetrante, limitando-se a ratificar a decisão originária
(JI}. incorrendo nos mesmo vícios daquela, ao
(]\I) argumentos genéricos sem correspondência concreta a situ ão .t<>:=~~\
i]])
iJIllP
Av. Rio Branco, na 185/ Gr
11@l CEP: 20.040-00
Tel
iJID)
~
fI1
~
~
iIllID
04
ARNAlJD & AGUIAR
ADVOGADOS
PACIENTE, o que fere de morte a eficácia da própria medida constritiva de
liberdade.

DA DECISÃO QUE DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA

Segundo a própria autoridade judiciária de 10 grau:


"O Ministério Público Federal requereu a prisão preventiva dos
denunciados para garantia da ordem pública e conveniência
da instrução criminal.
Narra que a prova é clara no sentido de que o tráfico de
entorpecentes exercido pelos denunciados é atual e_denso,
pois estão incorrendo, com habitualidade, nas condutas
delituosas que lhes são imputadas.
Aduz que o crime de associação pelo qual só não respondem
as denunciadas na função de transporte ("mulas"), é
permanente: a rede de tráfico descrita na primeira denúncia e
as associações a ela periféricas descritas na segunda denúncia
estão, nessa ordem de idéias, em pleno funcionamento.
,E ainda, que o segmento associativo integrado pelos
denunciados Henrique Dornelles Forni; Helio Pereira Silva
'Filho, Sérgio Paloma, Diego Marques Bezerra, Luiz Bernardo
Cardoso Neto e Wellington Soares Brasileiro lida, amiúde, com
armas de fogo, o que exacerba o risco decorrente de sua
manutenção em liberdade.
Enfatiza que os denunciados Frederico Cruz Siqueira Muller
Xavier, Wellington Soares Brasileiro, Bruno Oliveira Loureiro,
Guilherme Francavilla Lamoure Ribeiro, Luiz Eduardo
Cardoso Neto, Rafael Kauling, Thiago Ribeiro Oliveira Barre ,
André de Abreu e Souza, João Roberto Peixoto Torres Fe ipe
Augusto Pacheco, Leonardo Barbosa de Assis
ARNAUD & ACtrIAR
ADVOGADOS
05
Sampaio ostentam antecedentes criminais por tipos penais de
lesividade alta ou média, o que constitui indício adicional de
disposição para a prática de crimes.
No tocante a conveniência da instrução criminal, narra que a
prova dos autos mostra que todos os denunciados se
preocupam em antecipar-se á persecução penal e evitam a
~ elucidação de suas condutas mediante expedientes de

~~
codificação de linguagem, uso comedido do telefone e, quando
possível, preferência por ajustes presenciais. Em mais de um
diálogo telefônico interceptado, um já censurou o outro por

~ extroversão lingüística. O que significaria, segundo o parquet,

i~
que os denunciados já estão atuando no sentido de ocultar a
verdade real e comprova propensão para o ajuste de versôes
em seus interrogatórios.

~ Quanto a conduta dos denunciados, passo a analisá-las:

ICID
Rodrigo Gomes Quintella
lillJ Narra a denúncia que Rodrigo Gomes Quintella, agindo
I

~
pessoalmente e por interposição, exportava cocaina para o
exterior e lá adquiria drogas sintéticas, em especial MDMA e
~ LSD, que importava para o Brasil. Narra, ainda, que para
\1]) tanto, contava com apoio logístico direto de Hélio Lourenço
iffi).
Ramos da Silva Junior e com colaboração esporádica de
\1])
Leonardo Barbosa de Assis, bem como colaboradores
~'® eventuais na função de transportadores ("mulas"). E que seu
® adquirente mais freqüente seria Henrique Dornelles Forni, ele

~
próprio distribuidor.
Aduz o Ministério Público Federal que as investigações

~• apuraram ao menos quatro fatos nesses moldes, assO


narrados na denúncia:
I

(]I
@
(])
~
~
~
{\\)
!WI
tJIII\
ARNAUD & ACbIAR
ADVOGADOS
C6
"O primeiro fato diz respeito à viagem de Rodrigo Gomes
Quintella para a Europa, com destino á Suíça, à Alemanha· e
à Holanda, entre 4/08/2008 e 26/08/2008, com negociação,
durante sua estada de exportação de droga do Brasil e
importação de droga para o Brasil. As negociações foram
tumultuadas e apenas parcialmente bem-sucedidas, como
revelam três diálogos telefônicos por ele mantidos:
(... )
O segundo fato diz respeito à pnsao em flagrante, em
27/09/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo
Horizonte/MG, de Wesk1ey Fernando Oliveira e Silva, quando
desembarcava de vôo procedente de Bruxelas, Bélgica, com
escala em Lisboa, Portugal, de posse de vinte e seis mil
comprimidos de MDMA. Os comprimidos eram de propriedade
Q]l)
QJiI) de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou. organizou ~

(illlJ) financiou a viagem de Wesk1ey Fernando á Europa para


@Il transporte do entorpecente. Wesk1ey Fernando viajara de
QID
Uberlândia/MG para o Rio de Janeiro/RJ em 29/08/2008,
Q]l)


~
havendo sido recebido no Aeroporto Santos Dumont por
Rodrigo Gomes Quintella e Helio Lourenço Ramos da Silva
~ júnior. Wesk1ey Fernando seguiu, então, do ~io de Janeiro/RJ
I])
para Belo Horizonte/MG e de lá, em 30/08/2008, para
00
Bruxelas, Bélgica.
~
~~~klljlf (... )
@ O terceiro fato diz respeito à prisão em flagrante, em

I:
~
14/06/2008, no Aeroporto Internacional de .Salvador/BA, de
João Pires Marques Júnior, quando desembarcava de vôo

~ procedente de Amsterdã, Holanda, de posse de cinqüenta mil


quatrocentos e noventa e nove micropontos de LSD e
partidas dos outros dois entorpecentes er
ARNAUD & ACÚIAR
ADVOGADOS
07
de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou, organizou e
financiou a viagem de João Pires á Europa para transporte dos
entorpecentes.
O quarto fato diz respeito á prisão em flagrante, em
3/12/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em belo
Horizonte/MG, de Luis Fernando Pagotto e Deise dos santos
Coutinho, quando embarcavam para Bruxelas, Bélgica, com
dois quilos de cocaina. A droga era de propriedade de Rodrigo
Gomes Quintella, que, com o auxilio de Magno Gil Piedade,
José Maurício Santos Machado e, em caráter acessório, de
Leonardo Barbosa de Assis, comandou, organizou e financiou
a viagem trazidos para o Brasil.
Através dos diversos diálogos interceptados, há indícios de que
Rodrigo Gomes Quintella, atuou, ainda, no periodo das
investigações, como fornecedor atacadista e varejista de
entorpecentes na cidade do Rio de janeiro. Alega o Ministério
Público Federal que além de vender MDMA esporadicamente
para consumidores individuais, ele seria o fornecedor estável
de drogas de Henrique Dornelles, que controlaria bocas de
~ fumo no Morro do Turano, na Tijuca, e revenderia droga em
C1l\l atacado e varejo.
11)
(... )
~
Os fatos objeto deste processo são extremamente graves.
oo~
~ 'lItlll]/ Tenho que ª liberdade dos denunciados, nestas
tb circunstâncias, importaria desprestígio da Justiça com
~ repercussão na ordem pública, além de importar graves ~
11
sérios prejuizos para ª instrução criminal. (grifos meus)
Como bem lançado pelo Ministério Público Federal, mister se
fai ª decretação da prisão preventiva dos denunciados com
fito de garantir ª ordem pública, impedindo ª rática de no os
4IIIlD
l1®
(fIDI.

iIIIli ARNAUD &; AGUIAR


08
(j(]Jl ADVOCADOS
crimes ~ para acautelamento do meio social, tendo em vista
~
que os acusados possuem alto potencial lesivo á coletividade, e
(ijIJ'
~I também para conveniência da instrução criminal. Caso
(]ID) permaneçam em liberdade, podem vir ª dificultar º acesso ás
(J® demais provas que os incriminam ou até mesmo destruí-las,
\li.
como se depreende especificamente do diálogo dos
(JID\
(I denunciados narrados pelo parquet, o que é típico desses
~ casos. (grifos meus)
<I Verifico que constam nos autos relatórios elaborados pela
00 Autoridade Policial que relatam que, ao longo da investigação,
~
foram lavrados 15 (quinze) autos de prisão em flagrante,
®l
contando com 36 pessoas presas, sendo apreendido
C]llfllíltl
$\ \l~I~~Y armamento de uso restrito, munições e diversos tipos de
drogas, sendo a quantidade mais expressiva envolvendo
25.000 (vinte e cinco mil) comprimidos de MDMA (ecstasy),
oriundos do continente europeu, que ingressaram no pais pelo
Aeroporto de ConfinsjMG, representando esta a maior
apreensão de drogas no pais pelo Aeroporto de ConfinsjMG, a
maior de drogas sintéticas do Estado de Minas Gerais.
Tenho que o fato de os denunciados praticarem as supostas
®I
(IDl condutas delituosas que lhes são imputadas (tráfico ilícito de
/I' entorpecente) com reiteração e habitualidade, destacando que
(]j)
alguns deles participam do tráfico de drogas mesmo
!Dm
~ '1J!IlJV encarcerados ou logo após a conquista da liberdade, configura

\li a necessidade da excepcional medida com escopo da garantia


m da ordem púbica.
\li\) Torna-se necessária ainda para conveniência da instrução
criminal, tendo em vistaº alto poder de intimidação, que ~

uma das caracteristicas das associações para º tráfico,


poderiam exercer sobre outros envolvidos. (gr'fos meus)
IJ)
11
(]\lI
IIlJ) JI~ 09
ARNAUD & ACUIAR
!illml ADVOGADOS
Em não sendo decretada a prisão preventiva coloca-se em
~
~ risco a aplicação da lei penal, vez que os denunciados que se
encontram soltos poderiam deixar º estado de origem ~ até
00 mesmo o país. (grifos meus)
~
Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, embora
(\\I)
ab alguns dos integrantes já se encontrem presos por força dos

I@) flagrantes efetuados, é imperiosa a decretação das custódias


mil cautelares nestes autos. O que serviria como forma de evitar
W que retornem à sociedade por eventual concessão de liberdade
@I
provisória nas ações penaís que possivelmente, podem ser

00 ,,, atraídas a este juízo federal, e cujas imputações não devem


@b refletir com fidelidade o grave contexto delituoso, no qual estão
~® inseridos, altamente lesivos á ordem pública.
Ainda, como bem anota o parquet, alguns dos integrantes
dessa organização aínda não foram identificados, o· que
contribui para o receio objetivo de impossibilidade da
aplicação da lei penal caso venham os flagrados a serem
soltos.

~
Há fortes indícios da participação dos denunciados em crimes
~ praticados em associação dedicada ao tráfico de entorpecentes
QIl) e a materialidade está comprovada pelos próprios flagrantes,
~ conforme narrado nos relatórios constantes dos autos.
m Os fatos noticiados são reiterados e de extrema gravidade. A
(!lJ)1I11II:iI
4t \tJill~1 fundada suspeita de ocorrência das infrações penalS
(I) mencionadas é corroborada pelas prisões em flagrante é
interceptações efetuadas, como aponta a denúncia,
caracterízando-se o fumus boni iuris, na hipótese vertente.
Tudo o que consta destes autos está a demonstrar a presença
das condições que autorizam a medida proces ual extrema de
<l!IlP
(\\11
(]i\) -, O
.1"_

ID
ARNAUD & AGUIAR
11> ADVOGADOS
privação de liberdade previstas na primeira, terceira e última
®
(jIJ) figuras do artigo 312 do código de Processo Pena.


(W
Justifica-se assim, ª necessidade da prisão preventiva para
garantia da ordem pública, por conveniência da instrução
00 criminal ~ para assegurar ª aplicação da lei penal. (grifos
(\\I)
(\()) meus)
~ Por tais razões, acolho a promoção ministerial vez que
6,1\) presentes os pressupostos e as circunstãncias autorizadoras,
~
com fundamento no art. 311, art. 312 e art. 313 do CPC,
00
DECRETO a PRISÃO PREVENTIVA de todos os denunciados,
!1ID
(I) qualificados na denúncia.
(... )".
<liIl> !
Q]IDl.1 . '
HIV "

~
DA DECISÃO DO TRF/RJ QUE MANTÉM A PRISÃO PREVENTIVA
(\\l
m
(jIJ) Segundo sua Ementa consta o seguinte:
00 "PRISÃO PREVENTIVA. FUNADAMENTAÇÃO.
li MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA. GARANTIA DA
~
00, ORDEM PUBLICA. CONVENIENCIA DA INSTRUÇAO
~ CRIMINAL. NECESSIDADE. ALGEMAS. SÚMULA
~ VINCULANTE N°. 11. REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO.
~ 1. A materialidade delitiva e os indícios suficientes de autoria
~.
- fumus comissi delicti encontram-se delineados na presente
~."
(JIDI,
@ 'lIIll~i~'
,
hipótese através das interceptações telefõnicas autorizadas
ti! pelo juízo a quo indicando que o paciente manteve relações
~ freqüentes com outros indivíduos para supostamente
(I®
, , aSSOCIarem-se para o tráfico de entorpecentes; 2. A
f:Mjt, necessidade da prisão preventiva - periculum liberlarlis -, se
~ justifica para ª garantia da ordem pública ~ da aplicação
q@,
penal, visando coibir ª reprodução de fato
t1t Av. Rio Branco, nO 185/
\1illl)
(J(I]i
~
fi'
(JIIl,
li
tD
11
ARNAUD & ACUIAR

preservar ª instrucão criminal bem como acautelar ADVOGADOS


Q meio
social ~ ª credibilidade da justica, pois o delito ora investigado
causa grande inquietação a sociedade; 3. Houve o
00' atendimento do requisito previsto na Súmula Vinculante n°.
~
11, vez que a autoridade impetrada acatou as justificativas a
l11\li,
(\\l) respeito da excepcionalidade do caso feita pela autoridade
~ policial 'gravidade dos fatos e possibilidade de resistência
l,Jllil utilizando os parãmetros corretos para auferir a possibilidade
<ílIJ
de resistência do paciente. 4. Não há duvidas quanto a
GiID
D]Il necessidade e conveniência da aplicação do RDD vez que a

00 decisão ora atacada foi fundamentada em indícios de que o


(íJIDI paciente é um dos grandes traficantes transnacionais de
<tG drogas sintéticas em atuação no Rio de janeiro, além de
Q\I1
mostrar grande capacidade de liderança negativa frente outras
(jj])
m pessoas o que caracteriza fundado temor de risco a sociedade;
~ 5. Eventuais condições pessoais favoráveis ao réu, tais como
(Jl primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação
(li\II'
lícita, não lhe são garantidoras ao direito a revogação da
(I'
•íIt prisão preventiva se existem outra que lhe recomendam a
custódia cautelar; 6. Ordem denegada. ACORDA0 Vistos e
11' relatados os autos em que são partes as acima indicadas:
i1t Decidem os Membros da 2 a Turma Especializada do Tribunal
!J@l
regional Federal da 2 a Região, por unanimidade, denegar a
e~
!J@l 'llIIJJ ordem de habeas corpus, nos termos do voto da relatora, Rio
@ll de janeiro, 17 de março de 2009. Liliane Roriz, Relatora.
\1iI1Il
(j\]]l

•(j\]]l
DA IRRESIGNACÃO DO IMPETRANTE CONTRA A DECISÃO DO
TRF1RJ

•@ll
~
No HC interposto esta 'Defesa' destacou o seguinte'

4ID
@[)
@[)
~
@[)
m
oIIIIl!
~
\I)
l1i!ll
I]\ili
ARNAUD & ACUIAR
12
fIJ ADVOGADOS
"Data maxima venia, o impetrante não pretende ser o dono da
<t
verdade, tampouco supõe conhecer 'direito penal e/ou
l1i\1I


(ID
processo penal' mais do que ninguém, mas a decisão supra
não enfrentou nenhum dos argumentos suscitados pelo
(\\])
impetrante quando tratou da "imprestabilidade do decreto
iJ'
(\\]) prisional". Vale lembrar que naquela oportunidade ainda se
@ salientou para o perigo de incorrer no equívoco corriqueiro
(Jlj) de se opor u:tna impugnação genérica que pecasse pela falta
(]\JI
de taxatividade em apontar onde 'concretamente' repousava a
(I
suposta insuficiência dos argumentos. Mas, estranhamente o
l]i\lI
iJ' Tribunal que deveria se esmerar pelo zelo de tal providência
@ quando julgou o HC do impetrante não se preocupou em
(\\]).~ analisar nenhum dos pontos salientados.
(JI,
Aliás, o impetrante não se surpreende disto, pois está cansado
~
de saber que o Tribunal carioca não costuma enfrentar as
fi
~ grandes discussões processuais. Uma lástima! Em geral,
~ apenas se limita a apegar as 'frases de efeito' das autoridades
~ constituidas (Delegados, Promotores e Juízes) e, dificilmente
@
rJIIl, julga seus casos através de uma visão critica contundente,

aIllJ amparada em elementos dos autos como, de regra acontece,


iffilljl por exemplo, com as decisões oriundas do Sul do pais.


\lt
Pois bem, analisemos a decisão atacada.
No item "1" foi destacado a materialidade e os indícios de
® Il''lill.'
\lt rul:\u'
/ autoria, o que não olvidamos, até porque sem estes requisitos
til sequer a denúncia poderia ter sido recebida;
\1i\nl No item "2" começam os problemas, pois a prisão cautelar
~
não pode ser justificada para garantia da ordem pública,
\JiIDl
til aplicação da lei penal e preservação da instrução criminal só.
tJIII]l porque, na hipótese de liberdade do acusa o poder-se-i
Il
~
~
~
j{][)

•@[)
ID
4IfIT1I
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
que pratica um crime uma vez, pode 'em tese' fazê-lo outra vez.
Do mesmo modo que, a prisão não se justifica para acautelar Q
meio social ou dar credibilidade ª justiça porque todo crime
gera, de per si, inquietação na sociedade.
Essas justificativas incidem numa tautologia destituída de
respaldo quando invocados sem lastro concreto. Não passam
de 'argumentos de autoridade' que mais se prestam a um
exercício de 'adivinhação' que a qualquer outra coisa.
Sendo oportuno lembrar as sábias palavras dos ministros
Sepúlveda Pertence e Francisco Rezek quando julgaram um
caso de grande repercussão na imprensa envolvendo
vereadores:
"As suspeitas dos procuradores e promotores resultam de
simples inferência, sem a indicação de um só indício que lhes
sirva de base empírica - é tão só a suposição gratuita de que,
solto, o acusado pode perturbar a instrução, o que, a rigor,
pode ser invocado contra qualquer réu solto",
Tendo ficado evidenciada uma flagrante tentativa de se utilizar
a prisão preventiva como antecipação da pena, pois se
tratava de:
"manifesto exemplo de desvio da finalidade contrário às mais
elementares garantias do processo penal no Estado de Direito
e, por isso, inaceitável por .este Tribunal". )
Valendo ainda destacar com relação ao mesmo 'item 2' da
decisão sub examen, outro julgado que bem se adapta a
hipótese:
"A prisão preventiva para a garantia da ordem pública,
(]ID) fundada na gravidade do delito e na necessidade de acautelar
~ Q meio social, não encontra respaldo na jurisprudência deste
~ Tribunal", disse o ministro GILMAR MENDES (
til

\1IDD
®I
(jj]J)
1\ID
IID
~
'1 11
ARNAUD & ACUlAlt
.1. 4f
ADVOGADOS
Com referência ao item "3" (... )" Aqui o impetrante pede
vênia para deixar de transcrever seus argumentos, pois o
tema já foi objeto de Reclamação própria junto a esta corte
suprema (Rcl/7814)
"No item "4", embora a eminente Relatora continue laborando
em erro, deixamos aqui de refutá-la, por já o termos feito,
mediante HC próprio;
Por fim, no item "5", a balela de sempre, isto é, o enunciado
de que: "eventuais condições pessoais favoráveis ao réu, tais
como . primariedade, bons antecedentes, residência fixa e
ocupação lícita, não lhe são garantidoras ao direito a
revogação da prisão preventiva se existe outras que lhe
recomendam a custódia cautelar". Uma obviedade! Cabendo
apenas salientar que tais circunstãncias, sabidamente não são
suficientes, mas quando presentes precisam ser demonstradas
para o julgador, razão pela qual, o foram por este impetrante e
por isso, necessitavam serem consideradas."

DA DECISÃO DO C. STJ ORA IMPUGNADA

De acordo como o voto condutor do Exmo. Ministro Celso


Limongi a decisão impugnada deveria ser prestigiada porque:
"O v. acórdão hostilizado ressaltou, em relação à prisão
preventiva, após transcrever tr:echos do decreto da cautelar,
que: "Os trechos acima deixam claro e evidente que a
segregação busca garantir apenas a cessação das eventuais
condutas, a instrução adequada da ação penal para que se
busque a verdade real, o que não se confunde com a
antecipação da pena.
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
Ainda que se possa acusar de abstrato o fundamento do risco
na aplicação da lei penal, resta o outro fundamento - garantia
da ordem pública - esta irrefutável.
Ademais não é a gravidade do crime por si só que fundamenta
o decreto prisional, como quer fazer crer a defesa, mas Q ato
potencial lesivo que Q suposto tráfico de entomecentes tem ~ Q

dano que pode continuar causando ª toda ª coletividade".


(grifos meus)
Como se vê não se pode alegar que o decreto da cautelar e o v.
acórdão hostilizado carecem de fundamentação. O MM. Juiz
monocrático ressaltou a necessidade da prisão do paciente
que, em liberdade, poderá dar continuidade às atividades da
~
~JHl~:'
organizacão criminosa, além de dificultar ª coleta de provas.
Deixou clara a existência de veementes indícios de autoria, a
reiteração e a habitualidade da prática do delito de tráfico.
(grifos meus)
(... )
Assim, demonstrada a necessidade da segregação cautelar,
nenhuma ilegalidade há na prisão do paciente, pelo que a
ordem deve ser denegada.
Em face do exposto, denego a ordem, prejudicado a análise do
pedido de fls. 216'217."

=-
Itl
Tendo ao final a C. Turma proferido a seguinte EMENTA:
"HABEAS CORPUS. PRISÃO
FUNDAMENTADO· NA GARANTIA DA ORDEM
NECESSIDADE DA
PREVENTIVA.

SEGREGAÇÃO
DECRETO
PÚBLICA.
CAUTELAR
DEMONSTRADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CARACTERIZADO. ORDEM DENEGADA.
1. Não caracteriza constrangimento ilegal
prisão preventiva, se demonstrado o
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS .,J 6
criminosa ~ de continuidade das atividades ilícitas
desenvolvidas por quadrilha especializada em tráfico de
entorpecentes. (grifos meus)
2. Ordem denegada."

DA IRRESIGNACÃO DO IMPETRANTE CONTRA A DECISÃO DO STJ/RJ

Pennissa vênia, o objeto da presente poderia ser aqui retratado


com fidelidade transcrevendo-se, somente, a íntegra da recente decisão
desta corte (dezembroj2009), pautada na lavra dõ ministro relator CELSO
DE MELLO (HC lO0959-MCjTO), publicado no Informativo n°. 571 deste
Colendo STF, pois em tal decisão ficou proclamada a insuficiência do
t11iIIJ:\
\IIUV decreto judicial que, em resumo, se sustenta na gravidade do crime e na
possibilidade de o paciente voltar a delinquir, exatamente, como foi
justificada a prisão do ora PACIENTE e que, infelizmente, tanto o TRF
carioca como o STJ acompanharam.
~
m Ora, mesmo através de uma consulta 'despretenciosa' a

~
qualquer parte das impetrações anteriores é possível perceber que ambas

I:
(IIDI,
foram motivadas pela pura pemiciósidade que o crime, em tese,
representa, o que foge ao alcance do PACIENTE porque tal 'perniciosidade'
é uma qualidade inerente ao próprio tipo penal e, de resto, foi centrada na
~
<n 'garantia da ordem pública', invocada somente pela possibilidade da
@' prática criminosa ser retomada.
(]!Illlf13l\j Surpreendentemente a decisão do STJ consegue ser ainda
(]iI]V 'IIIIIJ:.I
mais deficiente que a do Tribunal Federal do Rio de Janeiro porque não
dIDJl
~ consegue enxergar o óbvio, REPITA-SE, que toda fundamentação é
I) meramente 'potencial', gira sobre uma possível reiteração de atos,
(]!!rrl
desprovida de base empírica1.
~
4J®l 1 Destaque-ser que o PACIENTE nunca foi preso ou processado, nem empunhou armas ou praticou algo que
êIi\Ill denotasse uma periculosidade pessoal, tampouco ofereceu lraustorno para instrnção processuaL Sua conduta
iIllll carcerária foi irre reensível ao lon o dos 10 meses de risão cautelar.


iIllll
Av. Rio Branco, n' 185/ rupo618/621-C
CEP: 20.040-0 7 - Rio de Ja
Te ax: (21}(25""-ill54'

til
G
iIllll
$)
dffi
ARNAUD & ACUIAR
ADVOG~DO_S
.,
l
7
Desse modo, ante a inequívoca semelhança de situações - .
entre o caso sub examen e o recém referido no Informativo n°, 571, - o
impetrante pega de empréstimo as sábias palavras do ministro CELSO DE
MELLO que se encaixam perfeitamente na hipótese presente.
Disse ele, se reportando a outros Precedentes do STF:
"Tenho para mim que a decisão em causa, ao denegar a
liberdade provisória ao ora paciente, apoiou-se em elementos
irtsuficientes, destituídos de base empírica idõnea, revelando-
se, por isso mesmo, desprovida de necessária fundamentação
substancial. Todos sabemos que a privação cautelar da
liberdade individual é sempre qualificada pela nota da
excepcionalidade (HC 96.219-MC/SP, ReI. Min. CELSO DE
MELLO, v.g.), eis que a supressão meramente processual do
"jus libertatiS' não pode ocorrer em um contexto caracterizado
por julgamentos sem defesa ou por condenações sem processo
(HC 93.883/SP, ReI. Min. CELSO DE MELLO).
É por isso que esta Suprema Corte tem censurado decisões
que fundamentam a privação cautelar da liberdade no
reconhecimento de fatos que se subsumem à própria descrição
abstrata dos elementos que compõem a estrutura juridica do
tipo penal:
"( ... ) PRISÃO PREVENTIVA - NÚCLEOS DA TIPOLOGIA -

=
~G
IMPROPRIEDADE. Os elementos próprios à tipologia bem
como as circunstâncias da prática delituosa não são
suficientes a respaldar a prisão preventiva, sob pena de, em
última análise, antecipar-se o cumprimento de pena ainda não

=
I@)
imposta
(HC 83.943/MG, ReI. Min. MARCO AURÉLIO
Essa asserção permite compreender o rigor com que
(... ) ."
- grifei)

~ Supremo Tribunal Federal tem examinado a


<D

(]Jt.
~,

til
(Jl
ilIID
ARNAUD & AGUIAR .,.1. 8
ADVOCADOS
magistrados e Tribunais, do instituto da tutela cautelar penal,
em ordem a impedir a subsistência dessa excepcional medida
privativa da liberdade, quando inocorrente hipótese que possa
justificá-la:
"Não serve a prisão preventiva, nem a Constituição permitiria
que para isso fosse utilizada, a punir sem processo, em
atenção à gravidade do crime imputado, do qual (... ) 'ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória' (CF, art. 5°, LVII).
o processo penal, enquanto corre, destina-se a apurar uma
responsabilidade penal; jamais a antecipar-lhe as
conseqüências. Por tudo isso, é incontornável a exigência de
que a fundamentação da prisão processual seja adequada à
demonstração da sua necessidade, enquanto medida cautelar,
o que (... ) não pode reduzir-se ao mero apelo à gravidade
objetiva do fato (... )."
(RTJ 137/287, 295, ReI. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE -
grifei)
Impende assinalar, por isso mesmo, que a gravidade em
abstrato do crime não basta para justificar, só por si, a
privação cautelar da liberdade individual do paciente.
O Supremo Tribunal Federal tem advertido que a natureza da
infração penal não se revela circunstância apta, só por si, para
justificar a privação cautelar do "status libertatis" daquele que
sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado.
Esse entendimento vem sendo observado em sucessivos
julgamentos proferidos no âmbito desta Corte, ainda que o
delito imputado ao réu seja legalmente classificado como crime
hediondo (RTJ 172/184, ReI. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE -
RTJ 182/601-602, ReI. p/ o
ARNAUD & ACUIAR.
AO.VOGAD05
PERTENCE - RHC 71.954/PA, Rel. Min. SEPULVEDA
PERTENCE, v.g.):
"A gravidade do crime imputado, um dos malsinados 'crimes
hediondos' (Lei 8.072/90), não basta à justificação da prisão
preventiva, que tem natureza. cautelar, no interesse do
desenvolvimento e do resultado do processo, e só se legitima
quando a tanto se mostrar necessária: não serve a prisão
preventiva, nem a Constituição permitiria que para isso fosse
utilizada, a punir sem processo, em atenção à gravidade do
crime imputado, do qual, entretanto, 'ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória' (CF, art. LVII)."
(RTJ 137/287, ReI. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - grifei)
"A ACUSAÇÃO PENAL POR CRIME HEDIONDO NÃO
JUSTIFICA A PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA LIBERDADE DO
RÉU.
- A prerrogativa juridica da liberdade - que possui extração
constitucional (CF, art. 5°, LXI e LXV) - não pode ser ofendida
por atos arbitrários do Poder Público, mesmo que se trate de
pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, eis
que, até que sobrevenha sentença condenatória irrecorrível
(CF, art. 5°, LVII), não se revela possível presumir a
culpabilidade do réu, qualquer que seja a natureza da infração
penal que lhe tenha sido imputada."
(RTJ 187/933-934, ReI. Min. CELSO DE MELLO)
Por sua vez, a alegação - fundada em juízo meramente
conjectural (sem qualquer referência a situações concretas) -
de que o paciente deve ser mantido preso porque poderia
voltar "a traficar" (fls. 59), constitui, quando des' ·tuída de base
empírica, presunção arbitrária
IIIIllI
til
,l®i
~
ARNAUD & AGUIAR

privação cautelar da liberdade individual, como assinalou, em


ADVOGADOS no
L.
~
~ID recente julgamento, a colenda Segunda Turma do Supremo
'lI> Tribunal Federal:
(ij]J)


"'HABEAS CORPUS' - PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA
COM FUNDAMENTO NA GRAVIDADE OBJETIVA DOS
/JOOl


~
DELITOS E NA SUPOSIÇÃO DE QUE OS RÉUS PODERIAM
CONSTRANGER AS TESTEMUNHAS OU PROCEDER DE
~ FORMA SEMELHANTE CONTRA· OUTRAS VÍTIMAS
~
CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA
~
(I LIBERDADE INDIVIDUAL UTILIZAÇÃO, PELO
(]i\lb MAGISTRADO, NA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA,
(]I]I) DE CRITÉRIOS INCOMPATÍVEIS COM A JURISPRUDÉNCIA
~i11TIIf1lI DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - SITUAÇÃO DE
(]®I \~lllv


~
!lIIn1
INJUSTO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADA - PEDIDO
DEFERIDO, COM EXTENSAO DE SEUS EFEITOS AO CO-
RÉU.
mJD A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA DE NATUREZA
(Jl
EXCEPCIONAL.
(]i\lb

•• - A privação cautelar da liberdade individual reveste-se de


caráter excepcional, somente devendo ser decretada em
<IIDJl situações de absoluta necessidade.


(\!JD
A prisão preventiva, para legitimar-se em face de nosso
sistema juridico, impõe - além da satisfação do.s pressupostos
~
a que se refere o art. 312 do CPP (prova da existência material
:@) do crime e presença de indícios suficientes de autoria) - que se.
tID
••
evidenciem, com fundamento em base empírica idônea, razões
justificadoras da· imprescindibilidade dessa extraordinária

o medida cautelar de privação da liberdade do in .: ciado ou do


111 réu.
~ A questão . da decretabilidade da
<IIDJl
10
t1ll)
(]®I
111
<IIDJl


til
\1IIlI)
JI~21
ARNAuD & AGUIAR
ADVOGADOS
Possibilidade excepcional, desde que satisfeitos os requisitos
mencionados no art. 312 do CPP. Necessidade da verificação
concreta, em cada caso, da imprescindibilidade da adoção
dessa medida extraordinária. Precedentes.
A PRISÃO PREVENTIVA ENQUANTO MEDIDA DE
NATUREZA CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO
INSTRUMENTO DE PUNIÇAO ANTECIPADA DO INDICIADO
OU DO RÉU.
- A prisão preventiva não pode - e não deve - ser utilizada, pelo
Poder Público, como instrumento de punição antecipada
daquele a quem se imputou a prática do delito, pois, no
sistema jurídico brasileiro, fundado em bases democráticas,
prevalece o princípio da liberdade, incompatível com punições
sem processo e mconC1l1avel com conClenaçoes sem defesa
prévia.
A prisão preventiva - que não deve ser confundida com a
prisão penal - não objetiva infligir punição àquele que sofre a
sua decretação, mas destina-se, considerada a função cautelar
que lhe é inerente, a atuar em beneficio da atividade estatal
desenvolvida no processo penal.
A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI
FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA
LIBERDADE.
- A natureza da infração penal não constitui, só por si,
fundamento justificador da decretação da prisão cautelar
daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo
Estado. Precedentes.
A PRISÃO CAUTELAR NÃO PODE APOIAR-SE EM JUÍZOS
MERAMENTE CON CTURAIS.
- A mera suposição, fundada em simples
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
pode autorizar a decretação da prisão cautelar de qualquer
pessoa.
- A decisão que ordena a privação cautelar da liberdade não se
legitima quando desacompanhada de fatos concretos que lhe
justifiquem a necessidade, não podendo apoiar-se, por isso
mesmo, na avaliação puramente subjetiva do magistrado de
que a pessoa investigada ou processada, se em liberdade,
poderá delinqüir, ou interferir na instrução probatória, ou
evadir-se do distrito da culpa, ou, então, prevalecer-se de sua
particular condição social, funcional ou econômico-financeira.
- Presunçôes arbitrárias, construídas a partir de juízos
meramente conjecturais, porque formuladas à margem do
sistema juridico, não podem prevalecer sobre o princípio da
liberdade, cuja precedência constitucional lhe confere posição
eminente no domínio do processo penal.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA
NECESSIDADE CONCRETA DE DECRETAR-SE A PRISÃO
PREVENTIVA DO PACIENTE.
- Sem que se caracterize situação de real necessidade, não se
legitima a privação cautelar da liberdade individual do
indiciado ou do réu. Ausentes razôes de necessidade, revela-se
incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou a
subsistência da prisão preventiva.
O POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE
INOCENCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NAO SOFREU
CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL.
- A prerrogativa jurídica da liberdade - que possui extração
constitucional (CF, art. 5°, LXI e LXV) - não pode ser ofendida
por interpretaçôes doutrinárias ou jurisprude ciais, que.
ARNAUD & ACUlAR
ADVOGADOS
fundadas em preocupante discurso de conteúdo autoritário,
culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela
Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem.
Mesmo que se trate de pessoa acusada da suposta prática de
crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal
condenatória irrecorrível, não se revela possível - por efeito de
insuperável vedação constitucional (CF, art. 5°, LVII) -
presumir-lhe a culpabilidade.
Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a
natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída,
sem que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória
transitada em julgado.
O princípio constitucional da presunção de inocência, em
nosso sistema juridico, consagra, além de outras relevantes
conseqüências, uma regra de tratamento que impede o Poder
Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito,, ao
indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do
Poder Judiciário. Precedentes."
(HC 93.883jSP, ReI. Min. CELSO DE MELLO)
A mera suposição desacompanhada de indicação de fatos
concretos - de que o ora paciente, em liberdade, poderia
delinqüir ou frustrar, ilicitamente, a regular instrução
processual - revela-se insuficiente para fundamentar o decreto
(ou a manutenção) de prisão cautelar, se tal suposição, como
ocorre na espécie dos autos, deixa de ser corroborada por base
empírica idônea (que necessariamente deve ser referida na
decisão judicial), tal como tem advertido, a propósito desse
específico aspecto, a jurisprudência do SupRemo Tribunal
ARNAUD & ACUIAR

Federal (RTJ 170/612-613, ReI. Min. SE:Pt)LVEDA


PERTENCE RTJ 175/715, ReI. Min. SEPÚLVEDA
PERTENCE, v.g.).
Nem se diga que a decisão de primeira instãncia teria sido
reforçada, em sua fundamentação, pelo julgamento emanado
do E. Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (HC n°
5883/09), no qual se denegou a ordem de "habeas corpus"
então postulada em favor do ora paciente.
Cabe ter presente, neste ponto, na linha da orientação
jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na
matéria, que a legalidade da decisão que decreta a prisão
cautelar ou que denega liberdade provisória deverá ser aferida
em função dos fundamentos que lhe dão suporte, e não em
face de eventual reforço advindo dos julgamentos emanados
das instãnciasjudiciárias superiores (HC 90.313/PR, ReI. Min.
CELSO DE MELLO, HC 96.715-MC/SP, ReI. Min. CELSO DE
MELLO, HC 97.976-MC/MG, ReI. Min. CELSO DE MELLO,
v.g.):
"( ... ) Às instãncias subseqüentes não é dado suprir o decreto
de prisão cautelar, de modo que não pode ser considerada a
assertiva de que a fuga do paciente constitui fundamento
bastante para enclausurá-lo preventivamente (... )."

. 8) (RTJ 194/947-948, ReI. p/ o acórdão Min. EROS GRAU -


grifei)
A motivação, portanto, há de ser própria, inerente e
contemporânea à decisão que decreta (ou mantém) o ato
excepcional de privação cautelar da liberdade, pois - insista-se
- a ausência ou a deficiência de fundamentação não podem ser
supridas "a posteriori' (RTJ 59/31 - RTJ 172/1 1-192 - RT
543/472 RT 639/381,
ARNAUD & ACUlAR
ADVOGADOS
"Prisão preventiva: análise dos critérios de idoneidade de sua
motivação à luz· de jurisprudência do Supremo Tribunal.
1. A fundamentação idônea é requisito de validade do decreto
de prisão preventiva: no julgamento do habeas-corpus que o
impugna não cabe às sucessivas instãncias, para denegar a
ordem, suprir a sua deficiência originària, mediante achegas
de novos motivos por ele não aventados: precedentes."
(RTJ 179/1135-1136, ReI. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE -
grifei)
Mesmo que se pudesse superar esse obstáculo, a afirmação do
E. Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins - fundada, tão-
somente, no art. 44 da Lei na 11.343/2006 ~ também não se
revestiria de idoneidade juridica, para efeito de justificação do
ato excepcional de privação cautelar da liberdade individual.
Mostra-se importante ter presente, no caso, quanto à Lei na
11.343/2006, que o seu art. 44 proíbe, de modo abstrato e "a
priori', a concessão da liberdade provisória nos "crimes
previstos nos art. 33, 'caput' e § 10, e 34 a 37 desta Lei".
Cabe assinalar que eminentes penalistas, examinando o art.
44 da Lei na 11.343(2006, sustentam a inconstitucionalidade
da vedação legal à concessão de liberdade provisória prevista
em mencionado dispositivo legal (ROGÉRIO SANCHES
CUNHA, "Da Repressão à Produção Não Autorizada e ao
Tráfico Ilícito de Drogas", "in" LUIZ FLÁVIO GOMES (Coord.),
"Lei de Drogas Comentada", p. 232/233, item n. 5, 2 a ed.,
2007, RT"; FLÁVIO OLIVEIRA LUCAS, "Crimes de Uso
Indevido, Produção Não Autorizada e Tráfico Ilícito de Drogas -
Comentàrios à Parte Penal da Lei na 11.343, de 23 de agosto
de 2006", "in" MARCELLO GRANADO (Coord.J "A Nova Lei
Antidrogas: Teoria, Crítica e Comentários à Lei na 1.343/06"
26
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
p. 113/114, 2006, Editora Impetus"; FRANCIS RAFAEL BECK,
"A Lei de Drogas e o Surgimento de Crimes 'Supra-hediondos':
uma necessária análise acerca da aplicabilidade do artigo 44
da Lei n° 11.343/06", "in" ANDRÉ LUÍS CALLEGARI e
MIGUEL TEDESCO WEDY (Org.), "Lei de Drogas: aspectos
polêmicos à luz da dogmática penal e da política criminal", p.
161/168, item n. 3, 2008, Livraria do Advogado Editora", v.g.).
Cumpre observar, ainda, por necessário, que regra legal, de
conteúdo material virtualmente idêntico ao do preceito em
exame, consubstanciada no art. 21 da Lei n° 10.826/2003, foi
declarada inconstitucional por esta Suprema Corte.
A regra legal ora mencionada, cuja inconstitucionalidade foi
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, inscrita no
Estatuto do Desarmamento (Lei n° 10.826/2003),· tinha a
seguinte redação:
"Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
insuscetíveis de liberdade provisória." (grifei)
Essa vedação aprioristíca de concessão de liberdade
provisória, reiterada no art. 44 da Lei 11.343/2006 (Lei de
Drogas), não pode ser admitida, eiS que se revela
manifestamente incompatível com a presunção de inocência e
a garantia do "due procesS', dentre outros princípios
consagrados pela Constituição da República,
independentemente da gravidade objetiva do delito.
Foi por tal razão, como precedentemente referido, que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI
3.1l2/DF, ReI. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, declarou a
inconstitucionalidade do art.21 da Lei n° 10.826/2003,
(Estatuto do Desarmamento), em decisão que, n
assim
JI~ 2'1
ARNAIlD & ACl1IAR
ADVOGADOS
"( ... ) V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos
delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade
reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão 'ex
lege', em face dos princípios da presunção de inocência e da
obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão
pela autoridade judiciária . competente." (grifei)
Devo assinalar, no ponto, que a aplicabilidade do art. 44 da
Lei de Drogas tem sido recusada por alguns Juízes do
Supremo Tribunal Federal, que vislumbram, em referida
cláusula legal, a eiva da inconstitucionalidade (HC 97.976-
MC/MG, ReI. Min. CELSO DE MELLO - HC lOO.330-MC/MS,
ReI. Min. CEZAR PELUSO - HC lOO.949-MC/SP, ReI. Min.
EROS GRAU, v.g.):
"'HABEAS CORPUS'. VEDAÇÃO LEGAL ABSOLUTA, IMPOSTA
EM CARÁTER APRIORÍSTICO, INIBITÓRIA DA CONCESSÃO
DE LIBERDADE PROVISÓRIA NOS CRIMES TIPIFICADOS NO
ART. 33, 'CAPUT' E § 10 , E NOS ARTS. 34 A 37, TODOS DA
LEI DE DROGAS. POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE DA
REGRA LEGAL VEDATÓRIA (ART. 44). OFENSA AOS
POSTULADOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA, DO 'DUE PROCESS OF LAW', DA DIGNIDADE
DA PESSOA HUMANA E DA PROPORCIONALIDADE. O
SIGNIFICADO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE,
VISTO SOB A PERSPECTIVA DA 'PROIBIÇÃO DO EXCESSO':
FATOR DE CONTENÇÃO E CONFORMAÇÃO DA PRÓPRIA
ATIVIDADE NORMATIVA DO ESTADO. PRECEDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ADI 3.112/DF (ESTATUTO
DO DESARMAMENTO, ART. 21).
EXTRAORDINÃRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR
LIBERDADE INDIVIDUAL.
28
ARNAUD & ACUlAR
ADVOGADOS
MANTÉM PRISÃO CAUTELAR, SEM QUE HAJA REAL
NECESSIDADE DE SUA EFETIVAÇÃO, SOB PENA DE
OFENSA AO 'STATUS LIBERTATIS' DAQUELE QUE A SOFRE.
PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA."
(HC 100.742--MC/SC, ReI. Min. CELSO DE MELLO)
Vale mencionar, quanto à possível inconstitucionalidade do
art. 44 da Lei de Drogas, recentíssima decisão proferida pelo
eminente Ministro EROS GRAU, Relator do HC 100.872-
MC/MG:
"A vedação da liberdade provisória ao preso em flagrante por
tráfico de entorpecentes, veiculada pelo art. 44 da Lei n.
11.343/06, é expressiva de afronta aos princípios da
presunção de inocência, do devido processo legal e da
dignidade da pessoa humana (arts. 1°, IU, e 5°, LIV e LVII da
Constituição do Brasil). (... ). A inconstitucionalidade do
preceito legal me parece inquestionável." (grifei)
Essa repulsa a preceitos legais, como esses que venho de
referir, também encontra apoio em autorizado magistério
doutrinário (LUIZ FLÁVIO GOMES, em obra escrita com Raúl
Cervini, "Crime Organizado", p. 171/178, item n. 4, 2 a ed.,
1997, RT; GERALDO PRADO e WILLIAM DOUGLAS,
"Comentários à Lei contra o Crime Organizado", p. 87/91,
1995, Del Rey; ROBERTO DELMANTO JUNIOR, "As
modalidades de prisão provisória e seu prazo de duração", p.
142/150, item n. 2, "c", 2 a ed., 2001, Renovar e ALBERTO
SILVA FRANCO, "Crimes Hediondos", p. 489/500, item n.
3.00, ed., 2005, RT, v.g.).
Vê-se, portanto, que o Poder Público, especial
processual penal, não pode agir imoderad

Av. Rio Branco, n' 185/ Grup 618/ 2 - Centro


CEPo 20.040-007 - Janeiro/RJ
TeUFax: ( 2544-8546
m
ID
®
@) JI~
ARNAtlD & ACUIAR ..
@) ADVOGADOS

acha-se essencialmente condicionada pelo principio da


®
iillI} razoabilidade.
~ Como se sabe, a exigência de razoabilidade traduz limitação
~ material à ação normativa do Poder Legislativo.
@li}
O exame da adequação de determinado ato estatal ao princípio
IID
® da proporcionalidade, exatamente por viabilizar o controle de
e sua razoabilidade, com fundamento no art. 5°, LV, da Carta
illID Política, inclui-se, por isso mesmo, no âmbito da própria
® fiscalização de constitucionalidade das prescrições normativas
@D
emanadas do Poder Público.
®
® Esse entendimento ê prestigiado pela jurisprudência do
®~ Supremo Tribunal Federal, que, por mais de uma vez, já
1IiIlJ) lijillG'
advertiu que o Legislativo não pode atuar de maneira
®
imoderada, nem formular regras legais cujo conteúdo revele
®
® deliberação absolutamente divorciada dos padrões de
ID razoabilidade.
® Coloca-se em evidência, neste ponto, o tema concernente ao
® princípio da proporcionalidade, que se qualifica - enquanto
qffi])
~ coeficiente de aferição da razoabilidade dos atos estatais
® (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, "Curso de Direito
Il Administrativo", p. 56/57, itens ns. 18/19, 4 a ed., 1993,
IID Malheiros; LÚCIA VALLE FIGUEIREDO, "Curso de Direito
®
Administrativo", p. 46, item n. 3.3, 2 a ed., 1995, Malheiros) -
ID,~
®~:lli;:r
como postulado básico de contenção dos excessos do Poder
iillI} Público.
® Essa é a razão pela qual a doutrina, após destacar a ampla
®
incidência desse postulado sobre os múltiplos aspectos em
~
® que se desenvolve a atuação do Estado - inclusive sobre a
~ atividade estatal de produção normativa - adverte que o
® princípio da proporcionalidade,
ID
~
IID
iillI}
ID
IID
~
m
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
30
Estado Democrático de Direito e imprescindível à tutela
mesma das liberdades fundamentais, proíbe o excesso e veda
o arbítrio do Poder, extraindo a sua justificação dogmática de
diversas cláusulas constitucionais, notadamente daquela que
veicula, em sua dimensão substantiva ou material, a garantia
do "due process of law" (RAQUEL DENIZE STUMM, "Princípio
da Proporcionalidade no Direito Constitucional Brasileiro", p.
159/170, 1995, Livraria do Advogado Editora; MANOEL
GONÇALVES FERREIRA FILHO, "Direitos Humanos
Fundamentais", p. 111/112, item n. 14, 1995, Saraiva;
PAULO BONAVIDES, "Curso de Direito Constitucional", p.
352/355, item n. 11, 4a ed., 1993, Malheiros).
Como precedentemente enfatizado, o princípio da
proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar o abuso do
Poder Público no exercício das funções que lhe são inerentes,
notadamente no desempenho da atividade de caráter
legislativo. Dentro dessa perspectiva, o postulado em questão,
enquanto categoria fundamental de limitação dos excessos
emanados do Estado, atua como verdadeiro parâmetro de
aferição da própria constitucionalidade material dos atos
estatais.
Isso significa, dentro da perspectiva da extensão da teoria do
desvio de poder ao plano das atividades legislativas do Estado,
que este não dispõe de competência para legislar
ilimitadamente, de forma imoderada e irresponsável, gerando,
com o seu comportamento institucional, situações normativas
de absoluta distorção e, até mesmo, de subversão dos fins que
regem o desempenho da estatal.
A jurisprudência constitucional do Supremo T bunal Federal,
bem por isso, tem censurado a validade jur ica de a
ARNAUD & ACUlAR

estatais, que, desconsiderando as limitações que incidem


ADVOGADOS 31
sobre o poder normativo do Estado, veiculam prescrições que
ofendem os padrões de razoabilidade e que se revelam
destituídas de causa legítima, exteriorizando abusos
inaceitáveis e institucionalizando agravos inúteis e nocivos aos
direitos das pessoas (RTJ 160/ 140-141, Rei. Min. CELSO DE
MELLO - RTJ 176/578-579, Rei. Min. CELSO DE MELLO -
ADI 1.063/DF, Rei. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
Daí a advertência de que a interdição legal "in abstracto",
vedatória da concessão de liberdade provisória, como na
hipótese prevista no art. 44 da Lei n° 11.343/2006, incide na
mesma censura que o Plenário do Supremo Tribunal Federal
estendeu ao art. 21 do Estatuto do Desarmamento,
consíderados os múltiplos postulados constitucionais violados
por semelhante regra legal, eis que o legislador não pode
substituir-se ao juiz na aferição da existência, ou não, de
situação configuradora da necessidade de utilização, em cada
situação concreta, do instrumento de tutela cautelar penal.
O Supremo Tribunal Federal, de outro lado, tem advertido que
a natureza da infração penal não se revela circunstância apta
a justificar, só por si, a privação cautelar do "status liberlatis"
daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo
Estado.
Essa orientação vem sendo observada em suceSSIVOS
julgamentos proferidos no âmbito desta Corte, mesmo que se
trate de réu processado por suposta prática de crimes
hediondos ou de delitos a estes equiparados (HC 80.064/SP,
Rei. p/ o acórdão Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - HC
92.299/SP, Rei. Min. MARCO AURÉLIO - H·· 93.427/PB, ReI.
Min. EROS GRAU - RHC 71.954/PA, Rei. Mi
ARNAUD & AtUlAR
ADVOGADOS
PERTENCE - RHC 79.200/BA, ReI. Min. SEPÚLVEDA
PERTENCE, v.g.):
"A gravidade do crime imputado, um dos malsinados 'crimes
hediondos' (Lei 8.072/90), não basta à justificação da prisão
preventiva, que tem natureza cautelar, no interesse do
desenvolvimento e do resultado do processo, e só se legitima
quando a tanto se mostrar necessária: não serve a prisão
preventiva, nem a Constituição permitiria que para isso fosse
utilizada, a punir sem processo, em atenção à gravidade do
cnme imputado, do qual, entretanto, 'ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória' (CF, art. LVII)."
(RTJ 137/287, ReI. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - grifei)
"A ACUSAÇÃO PENAL POR CRIME HEDIONDO NÃO
JUSTIFICA A PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA LIBERDADE DO
RÉU.
- A prerrogativa jurídica da liberdade - que possui extração
constitucional (CF, art. 5°, LXI e LXV) - não pode ser ofendida
por atos arbitrários do Poder Público, mesmo que se trate de
pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, eis
que, até que sobrevenha sentença condenatória irrecorrível
(CF, art. 5°, LVII), não se revela possível presumir a
culpabilidade do réu, qualquer que seja a natureza da infração
penal que lhe tenha sido imputada."
(RTJ 187/933, ReI. Min. CELSO DE MELLO)
Tenho por inadequada, desse modo, por tratar-se de
fundamento insuficiente à manutenção da prisão cautelar do
ora paciente, a mera invocação do art., 44 da Lei n°
11.343/2006 ou do art. 2°, inciso lI,
especialmente depois de editada a Lei n° 11.4
l1li111

til
®l
iIIDI>
ARNAUD & AGUIAR 33
iIIDI> ADVOGADOS


ilIl
excluiu, da vedação legal de concessão de liberdade provisória,
todos os cnmes hediondos e os delitos a eles equiparados,
como o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
flIlll
li! Em suma: a análise dos fundamentos invocados pela parte ora
iIl
impetrante leva-me a entender que a decisão judicial de
(Jl
(]ID), primeira instância não observou os critérios que a
® jurisprudência do Supremo Tribunal Federal finnou em tema
~ de prisão cautelar.
(JmJ
Sendo aSSim, tendo presentes as razões expostas, defiro o
@I1l
~, pedido de medida liminar, para, até final julgamento desta
íW ação de "habeas corpus", garantir, cautelarmente, ao ora
m paciente, a liberdade provisória que lhe foi negada nos autos
mO do Processo n° 2009.0006.5546-0 (4 a Vara Criminal da
m comarca de Palmas/TO), expedindo-se, imediatamente, em
I)
m favor desse mesmo paciente, se por aI não estiver preso, o
~ pertinente alvará de soltura."
~l®
m DO PEDIDO FINAL
~~
IID
m Face ao exposto e, notadamente, em virtude dos inúmeros
m Precedentes com o firme magistério de, nada menos, que 6 (seis) ministros
«t da atual composição do STF (Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de
~
Mello, Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso) requer o
lIDAI
C]\I) IlIllliV deferimento de LIMINAR para:
di\1l
a) Revogar a prisão cautelar do PACIENTE,
lavrando-se imediato alvará de soltura e, no
MÉRITO;
b) CONCEDA A ORDEM para, confinnando a
decisão do relator pennita
ARNAUD & AGUIAR 34
ADVOCADOS
responder aos demais atos do processo em
liberdade até Q trânsito em julgado, sob os
compromissos da lei.

e deferimento.

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2009.

Acompanham a presente:
- Denúncia do MPF;
- Decisão do juiz da 7" VFCjRJ decretando a prisão preventiva;
- HC perante o TRFjRJ;
- Decisão de Indeferimento Liminar do TRF jRJ;
- Decisão de Denegação da Ordem do TRF jRJ
- HC perante o STJ;
- Petição Interlocutória ao STJ;
- Decisão de Indeferimento Liminar do STJ;
- Decisão de Denegação da Ordem do STJ.

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
- - -- - -'--_.-.~ .. ~.~--.-._--~

i!nm'[!i:!11 I "11;:
i,· :l!
. ' I1

1 ~
MINISTÉRIO p(JBL!CO FEDERAL·
Pr0curadoria da- República no Estado do Rio de Janeiro

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 7' VARA FEDERAL CRIlY11:-<AI.


j - •..

DA SEDE DA SEÇAO JUDICIARI!\ DO ESTADO DO mo DE JANElI,O

Inquérito policial n' 21/2008 (DRE/SR/DPFIRJ)


2008.5101814347-4

o MINlSTÚRlO 1't"J]\L.[CU FFDEFi\I. Vt:lIl JlIllJlm "I':i" 1lt'1I:i1 I"illi,


incondicionada enl face de:

1) ROI)RlGO GOMES QUINTELLA, vulgo: "KALED", brasileiro, CPF: 084.748.6(;72


identidade: 010805129-3, expedida pelo rrp/RJ, filho de Zélia Maria Gomes Quintelb,lu
de nascimento: 0$/12/1979, endereço: Rua Santa Clara, 139, apto 205, Copacabana, lj,) ,
Janeiro/RJ; ., .

,{,2} JORGE EDSON SAISS, vulgo: "VELrNHO", brasileiro, CPF: :12.3.031.9\)('5


. lélentidade: 1792331, expedida pelo SESP 1 PR, 'filho ele Amelia Saiss e Miroslau Sais,;, el,
. de nascimento: 30/05/1958, recolhido ao cárcere Cascavel/PR;
, --------- ----
3) VITORIO RAMAO RlOS ALEGRE, vulgo: "TIO", brasileiro, CPF: '148.289.7?; .. (
identidade: 567338, expedida pela SSP/MS, filho de Rosa Mcrcedcs Alegre ( lo
Guilherme Rios, (litta de nascimcnto: 17111/1968, endcreço: 1<.ua IVlarcc\,,'] F\orenlH, (i,'
.. li,?va, ': também podel~do ser encontrado 110S cnderC\:'.l:i:. 1<.\Ia !\ li,c:
.. _ _ _----.': f-u.<l,das Perdizes, quadra 190, lote 04, Jardim No,'C".:s

IDINFllOUE DORNELLES FOlllir, vulgos: "GREG", "BRADDOCK", "PAUllW )


~1;;:("';""\{~~U ',!;brasi1eir~, CPF: 103.033.)47-29, identidade: 203904891, expedida pelo Fl'll
, .. ' de MárCia pornelles Forni e Paulo de Tarso Moraes Forni, data de nascirn~n :
18/04 0983, ender~ço: Rua Henrique Dodsworth, 183, apto. 1l0S"klgoa, Rio ele Janci:·o/l<':
. , , " ''I;
.: .
:~ , I

. ir 1 5 ) BRUNO,! OqVEIRA LOUREIRO, vulgos: "EICON", "ALCAlDA", "COTU",


. :.j:,"COTONETE", brasil~iro" CPF: 114:044.087-0.3, Identidade: 125976811, expedida p '1
··.r SSP/,R!, filho de Mano P111to Loureiro e Mana das Graças OhvelIa Loureiro, da'a ~
LI!:'!I' nascimprito: 12/0!/1985, endereço: Rua Oito de Dezembro, 375, bloco 2, aptC'. 2
, ri Maracanã, Rio de Janeiro/RJ; .
I· • ,': ' .

". I· .
'. W HERMISSON AVELINO BATISTA, vulgos: "PERERECA", "EMERSON", brasilei "
, ,C~F:i 009.272.319-56, identidade: 8'146754, expedida pela SSP/PR, filho d~ Tcrcziillta,:;
..FatIma Gabriel Batista, data de nascimciJto 20/1011 985. elldcrcp: rccc,!hido ,j C.,d ,':J
Pública de SaralldjlPR' . . .~, ._.----... ~
_ _--LI ._'_ _ _ '
,. .........
·1
.. ,
I

.J
M1N1STÉR1Ç! P.ú.l3j..,ICO FEDERAL
Proeuradolia da.R~!?ública /la Estado do Rio de Janeiro ·~·t·):ra •
"l-,,,,,,,~ ....,

• 1- ,
J I !

!~" ,I
I,! '.' 7) GUILHERMj:; FRANCAVILLA LAMOURE RIBEIRO, vulgo: "RUSSO", brasileir.),
• CPF: 059.222.6p9-36, identidaqe: 214700312, expedida pela SSPfRJ e 800015404:,
expedida pelo IFPfRJ, filho de I~Qsann I'wncavilla LmilOlll'C Ribciro, dal:l de naséil1lclll .'
13/02/1987, endereço: recolhido ap Presídio Jorge Santana, Complexo dó Gcricinó, La1p
Rio de JaneirolR:f;
. .

8) HELIO LOURENÇO RAMOS ElA SILVA JUNIOR, vulgo: "LlNCJUIÇA", bra,:il.,ir


. 088.781.247-37, identidade: 10172287-4, filho de Amúlia I'crnanclcs [,ourenço e Fé[
. R. da Silva, data de nascimento: 24/07/1984, endereço: J\a Vereador !:lleha Lei1o, [6 '.
apto 202, Copae~pana, atualmente' trabalhando c residindo na Pousada R~llllona, situ:,ch ,'~ r
Rua Jovclillo Ribeiro Vieira, 100, Trancoso/J3A (73) 3668-1265; JéDOj
S-~ ~D\lu.çO\

9) H13L10 PERETRA DA SILV/\ FILllO, vulgos: "IZUSSO", Sr.. 11l2UO. hrasileiro, CP


939.423.897-20, identidade: 8056737-8, expedida pelo IFP/RJ, filho de Teresa Mari:l .
Silva, data de nascimento: 19/08/] 956, endereço: Rm Barão Do Bom Retir", 1243, A;' 2C '.
Engenho Novo, Rio de Janeiro/RJ; .

. 10) SERGIO PALOMA TORRES, vulgo: "SERGINHO", brasileiro, CPF: IIO.697Aí~-(


identidade: 12791)586-9, expcdida pe[o II'P/JU, filho de Francisco José I'ereira T""I ,'s
O':;;ania Teresa Palpllll\ Torres, data d'c nascimento: 11/09/1 ')XG, endereço: 1~II'l (1<) Uis[1", I [
Casa '16, Rio COlT)prido, Rio de Janciro - lU;

ll),DIEGq MARQUES BEZERRA, v)llgo: "DG", brasileiro, CPF: 101.370.127-)),


ideilt(dá1.e: 2068600-9, expedida pelo If.BIRJ, filho de Luciene da Silva Marques e FW!lcis ',)
Evald~'i!~a, data de nascimento: Isí0311987, endereço: Rua do Bispo, 117, casa 02, R
Coáip,idb;
\. Rio de ~aneiro - RJ; .
'. '\
\
.. ~ .

Ir.;). CLAUDIO MACHADO VASCONCELOS, vulgos: "CiOIWINIIO", "lvl!\C;]cC


"DrOCLAU", bra~ilejro, CPF: 069.592.577-60, identidade: 103 77 I~ b I, expcclid~, Pl :.'
SSP/RJ, filho de Heitor Jose de Vasconcelos e Ângela Machado Vasc'lIlcelos, c1:<t:l . '"
nascimento: 28/0111975, endereço: Av. Meriti, 27, Sobrado, Vila'T~osmos, Rio de Janeiro __
RJ;

.:13) THIAGO RlBEIRO OLIVEIj(A BARRETO, V1J!gO: "MOl.A", Imisikiro, CP


. , 100.995.887-90, iqentidade: 110514510, expedida pelo LFI'IDETP,AN, liiho dc Gillcl
.~' /Barreto e Vera Regina Ribeiro de Oliveira, data de nascimento: 24/0[/[986, el1cL~reç
recolhido ao Presídio Ary franco, ÁgWl Santa, Rio de JancirolRJ;

14) THIAGO MACIEL ANGEIl<'AS, vlI'lgo: "STHEET", "BR.I\NQUl'NIIO", br:lskir


CPF:. p2.502,AI7-08,' identidade: 25640767-7, expedida ,Pelo IFP/RJ, íilho de 13u
Angelrfls e Ana LfleIa Mattos Maciel, data de nascimento: 03/04/1989' endereco RI
Joaquipl ~inh~iro, !,P3, apartamento 90 /1, rrcgucsin, ,Tnearel'ngwí, Rin de .1''':''iro/RJ:'

,
\ .~.- .. _-
- ,'1
,~',

li:
'I \

~ "<I! ::. _ ' . t


" ~OAQ ,G1lliIqEL C;RI8TOyAO" vulgo: "MAO", brasile~ro," C~F ";
689,.9?7~~8!ippl}tidade: 216384'19-4; exP!edli~a paIo ~FPfRJ, filho de Roberto B",rbelto
e Andréa Cristóvão Barbeitoi data de, nascImento: 19/07/1985, endereço: Rua
/iC}erler:al JbseEi.iláli~, 178 - Larg~4o 'Jl..nil-'!jhcarepaguá -Rio de Janeiro/RJ, também
,podelldo ser,locali'zado no seguinte elld~r'eço: Rua Marques de São' Vicente, 172, apto 102,
'G!ivea, Rio de Jan6irbfRJ; !," ' ,' '
" "

il 16) RAFAEL KAULING, vulgo: "I?UNI", brasileiro, CPF: 043.618,379-02, identidade:


, ~ 187051, cxpcdiqo' pela SSP/PR, fIPlO
de Almir Luncmbcrg Kauling c Mmia EV':l1"i lck
:J<f~ling, d~:a de! ~aseimento: 07/94lt982, endereço: Rua, Petlt CarnClro, casa 555, Agm
:Yerde, Cuntlb,JPR; ,
I
'''K,.AKÁ'', brasileira, endereço: Rua Mirataia, 296, 'casa 16, fundos,
an,eu:o ','.,RJ, Iddl~tidade física devidamente clucidada, eunformc ficha
!. '
I i l:
" : ~,. I " I I , ' : '

aUlorlU~,ue poltcm!; ," , , ,!


_ ,I!', '!, ' :'"
!! '! : " :
,
L ,

I: ' "!':, " ' ~ ,! ,'ií' i:'"


.I' II .I , ";,, ' !, i, ' ",
;i!,i,! 'i I',Hii~I.',! '' I, ,:
,- ,,'
"
, ' " I ',' 'I I, 'I, ,"( I I I

RIBEIR9' vulgo:' "MEL", brasi\ein); CPF,:'! U(9,49:3 17i3 O,


expedida: pdo IFPIRJ, filha de:' Hil?' Tavarcs,: d,a§ilva e M'lrla
Ii.R!b~',iici!c1~rSilvil;:(lM~ de n~scimento: 07/1 ~/1987, ender~~o: Ruarr~dê~1~ia: ;d~1 i\~ara~, 5 O0,
RiodeJanclrolRJ, ' '" ",I j , ' I 'I ,I i ' I, ,
, ,} ,,', ' ,r!:",'i \"::"ij"l:
~""~'(,':C CiIl,V '"", ÇUNÚ~,: ~l~>iS~:ZltO","C,OZI"i '~,BOLI}l~P"'i:,·.t\'riEÜ{A.'"
"JO,vu CPF:" 090.503,997-11, identidade: '!124645797,' expediâa pelo
1
.-'."',.1.:'0 .,. b,eli~,Clin4ae
" I' i' •
Sandra Maria da,Silva CÚnha~ idataclc!ha~cimellto
',i I,. i 'I ,"I " : :', '
I,'," : " I " " " , I
Joaquim ,Pinheiro, no, 396, casa 01,1 Freguesia, Jacarepaguá,Rio
p'bq~ndo ' sel'en~ont!'ado nos seguintes I:. cndcreçÓs: 'RlH.\ ,Gr:)J1i'.,rhl
.1806, Icaraí, NiteróiJRJ e Estrada Beira da Lagoa; 10[<:06, quadra
Ne,gnl)lItfar:icácIRJ ," ,,' ", ,,', ","
i,' ',,',
I -
'
!:!!.!!:\' ,iI I "I ,
',' ,,','," 1":"';:
,. I , ' . ,""> " ',",'
,,: :
I
. " ",' ' " , ,"; :'I,: :: i",' ,,:.. I: : ~,' . :
,DI:\,~,f'l,KVL,LV MOTTA , : "', MORAES : : : ' ',:r' "BR" 'i!i '''BRUNINHO''
,,' ,:' 'vulMs:"BN!" ',i:.','
,l I I,'
I
:in,'brasíleÍl:b, ~J:'t':::I'l,P, J,lj, ',' '" idértidade:)086~3180, 'expedid<tpelo IFP/RJ,filhocle I'
:" , " 'e,Al1drRFelipede Brito lI1ottat10r~~s,dit~, de,,'nascimento, "
p.n,oe,rp.,cr , Rua,Dr. Tavares de Macedo, 20, b1. 02, '~pto, 2102; Icari\CNiterói -
out;fjuÇJI ser, encontrado no endereço: RuaMárioPortela, no, ,71,1"apto 102,
1
'
., ,
i
'! "
", 'I, " ' , , ! ,
REDERI<::O, CRUZ SEQUEII~ MULLER XAVIER, vulgo:'''FRED'', brasileiro, Cl'F:
lL.l,V~l',jVI.-C>'l~! icl(!ntid~lde: 212959;nS, expedida pela DICIRJ,' filho de tvlai'cos Muikr
de Sequeira, Idalade nascimento: 04/04/1987, end~l'eço: Rua Pcrcy
, " Copacabana, Rio deJaneiro/RJ;' . . ,. '.,' ,
",I "I /
,
~
: ," , i
\ '
/,-<~,~J~
"\"",.,.",/
"",1 '
" '! ,i

MINISTÉRIOPÚB.L/CO FEDERAL· ,: '


f>{ocuradOri1l da. RepÚblica no Estado do Rio de Janeiro
, '.' ' i '


.. ,22) 'LEONARDO BARBOSA Pj:\,ASSIS; vulgo: ,"LEO PRETINHO", "PRETÚ'1"l-IC'
,,":;Cdl"~"" c:;HATO", "LEO CATRAMBI", \Jrasileiro, CPF: 088.434.327-88, identidade: 09)<523322,
expedida pelo IFRIRJ, filho de Joãq Ricardo Belém de Assis c Maria Gelsa Barbosa de Assis,
data de náscimen,lo: 02/03/1979, el)dereço: Rua Caetano de Campos, 202, CA3, Alto da DO:l
. "Vista, Rio de JanelrolRJ;

23) ANDRÉ DE ABREU E SOUZA, vulgos: "ANDRÉ SPY", "ANDRJ~ SFA1", "SE!
!:BONECO", brasileiro, CPF: 043.529.567-59, identidade: 115446627, expedida pcI:
DICIRJ, filho ,de Alexandre de SO].jza e Vera Lucia de Abrell e Souza, data de nascimentc
:21/06/1981, endei:eço: Rua Barã~: de Itapagipe, 401, BL 02, apto, 909, Tijuca, Rio de: .
", /1 J aneiro/RJ; , .

I'
JOÃO ROBERTO
I ·1-,
I
PEIXOTO TORRES, vulgos: "BETO",
, "TOBÉ", "PSY TAX1'
CPF: 082.390.867-48, identidade: 105893622,expedida pelo 1FPIRJ, filho ci
CarlosTorrd e Sheila Peixotq :Torres, data de nascimento: 09/0211980, endereço: Ru '.
l,iJJ[lrwodcitapagipo,
, ',I' ,: , I'"~
385,
i
Bl. 02, apl6.
,',"_'.
402, I::'Jijuca, Eio de Janeiro/R.!;
. i

'I I I

" I
PORTO LUSSAC, vulgos: "GIGANTE", "GIGA", "MAIS
brasileiro,
I '
CPF: 135.785,267-38,
, I, ',."
idedtidade: 257:i 1188-6, expedid"
I

Ai-ajuis Porto Lussac Filho c Angela Lima Maliins Lussac, data d


987, endereço: flua São Rafael, 31, Tijuca, Rio de Janeiro/R.!, e
'/'
.'
// ----.-
CARDOSO 'NETO, VlIIgos: "!'lUCA", "fEIO", bn\sileiro, CP]:
lcji'!J1tJdade: 205275498, expedido pelo IFP/DETRAN, filho de Edson Lu>:
e ,Cristina, Gonçalves, data de nascimento: 16/07/1985, endereço: A,',
. )/arga~, 824,20°, andar -'Centro - Rio de Janeiro/lU;
~ . i' ;
i I'

. ,. , I

,fatos
, ,',
que pa~sa a expor:
' ,

,'I' ;j'
,!!' ,.. ,:1',; _,o , '

,
r. !;Vi~ã? ,.Geral <:las Condutas
, , , "

t "i j' ,i","


" ! I

, -Ao me~os qesde'abril de 20Ó8; mas com indícios dc que as condutas se 6stendern per
qOluais )Ongo; conceqtrados, l1El cidade do Rio de Janeiro, mas com ranlificações
cida,de de NiteróilRJ, nos Estados no Paraná, do Mato ,Grosso do Sul e de Mim
como 'lia IHolanda, na Argentina ;'e no Paraguai,' os denunciado~, agindo COl '.
e consciente, associmam'se ele fónna cstGvcl c pCI:ll1~IlCIl(e para o tráfico ilícil '
entorpe(;enl!e's e concluíram múltiplas compras, vendas e permutas de MDMA, LSD"

, O .fonnato da associação dos dcnunciados é o de unia rede, com prevalência d:l


ponzontahdacle e da noção de fraternidade' ou cOl11padrio: a associação serve ,lO
(lcnunciados, e não o conl Ao pratidlr condutas
.
associativas inerentes ao tráfico i!ícit
' , ,
'.r.... ". "

: MI'NI$TÉRIOP.ÜB~ICq FEDER.h" .' ,. , Rio


I"
de Janeir o

Prppwr adori,a da .Repup llca no Estado do
" --! - 'l' "
:',i I

1-: ;
'" ,
número limita d? ele
entOl'jleCelllte:s, G'lda denun ciado rp)aciona-se' ql.\otidiall8.mcnte com
fi.lllcionais [lO
Cad'} c\G!1Unciaclo sabe qüe integra teia mais ampla de relações
nem sc relacio na
mas não' necess ariame nte coúhece todos, os integr antes dessa teia
eps,()almeril:e' ,çorp. eles, As in~estfg~çÕyS evidenciam, a esse respeit
o, que determ inadas
,rede: aprese ntam rel&9 õesma is, densas e coesas éntr~ seus
integ\'antcs,
mais freqüentes, Mas as
çaiaciter,izand'o, -s~,cRmo célula s ou,~ix.~ de contátos ,e negóc ios
as
eviden ciam que ,esses eixos e célula s em regra não se :isolam:
obrigam()s~ssoeiaclQs
~,jifr.le'cessiçlaêleS dirlâ[.nié:as' de suprim ento'd amerc ancia de cntorpec~lltes
mais imedia \o e percorrer a rede em busca de fornec edores ou,
" ,

;funçd es', dos d~nunc


' __ -i __ "._"_.··_·_·· __
iados" na associação "I correspondefll às [unçÕes de
.. ___ I_L- •.•""._
ofer~a limitad a e produç~o renlC>tc1,
·~·~·""

ih,:;);~õX~~!:Si:':li,~ªç,~,~,º, â~,~inarn~Ecadorit~exa~ejp lltas com


,deSemp~l)ha funçõe s "p:r~élomÜlántemente atacad Istas,.
outra parte desem penha
s logísti cas e ele
UllI,U'" predomin[)l)temente varejistas e uma terceir a parte exerce funçõe
>,,,,",,,,b,em como q~ con tato ,' " '
:i'I;!'!,t:I1fI<f,f'"
, ':' ;.Os ,penun bados em funçqc s' predom inante mente atacadistas atuam como
qualif icados não porqu e
forn,e eedore sbu :cÇl1TIo: distribuidores, Os forne cedor es- assim
,e:~r_angeiros'~ \
,I' pw~uz;an1 ento~e~ente, ma(f~i'~u~ )~0in~erface diret~",~om, exp?rtaôore~ nte pagamc1'l!0 \
r, medIa
atua!1l ga obtenç ao'4as drogas junto aos '(entros produ tores no exteno
s, '"
H;'N~~l1.'.~âgi'ri:hciro 'ou ' por' outras drogiis: Dosc! cmlllc ihdos que atuam COl110 'forncceôo'í'c
orte das drogas para.Q Rio ele .I
Ri() ôd' Janeiro
I
, ]lroviclencia o transp
, ' , -_;

caso de permut ~, do Rio de Janeir o/RJ para o centro produtor. Os


em quase todàs as empreitadas, as provid ências do transp orte a C'lrgo
"/'
I1 --..,
, '

!
'
I

>,1 .. -.
I "', ,

,
i:, ",I I
I,':

" [','!,
" I'::
!i
I: ':
I,'

i"{,o"
, l'

:.1: i;
lUlI1\,",U llla.UUU como pqrta;~ pira ,a{t:raltnita\:~o das "mulas" entre intermediários c
:'1;" ';,',i' ,
" ~" " "
li
'i
"':1' :"1"1" :,.'; : :,1 1,: !
' " ,.! I i i' I I:
: , .':" ': ,:, li', :',' , ,': "
I, I ,'i '
'i:,~ :' ': " , ',i· l' ' .'
, " A ciivisã ode funções na associ ação é fluida e detelm inada mais ;" _
por especializa(,:ão
'yapac idadb ", que por hieri\(·q0ja.,J1s investigaçpes revelam, a esse respeito, que
o
'denunciados dedica dos àintcrm eéliaç ão c à distribuição exerce m, ell1 l11úllipla,
, varejista, vender,clo:,droga~diretamente a usuários ,finais, bqm como
que
qq:rmall1rlClllC dedica d6s' à ,atividade lo'gística não raro exerce m
ativilLlck
própria. As lrlVestigações evidenciam, ainda ,' que os denun ciado:
;
ao varejo não desem penha m, em regra,' ativid ade comer cial
'i\t;~8,1~,J,~,\[~" U"~'~',~'."C'}-'C'~ a obter supdm entos de drogas com seus
distrib uidore s !)úra revcl,clr,
l-'UILLI.lU <J, ,aq,1nenos, uma empre i taela
elucielada çn? ql\q uni varei ist"
$,íi,pti,q;,f:!l1I:,~,u'át<fr r:P1erge:ncial,1l111 djstribúid6r. ' i ,I ' i " , ',', "'I',:
cdl!l!tlnci~clos" comunicaln'~e por tdefol1e - tanto por serviço dcl,yü z')uan to por
,""-'''-

rt\.~:~sag~~;, 1\,",''''- ',por, fenam entas de comun icação da Redc Mund ial
ele Comp utador es
: chat)"A'!11ilio'rin deles 'l11ostrn-sc. rdulal llc l pll [alar ",,' tl'.kfonc,
if;jílt!':~H'i:", t<,n,,,.' ",",,>, irltel!'cepi\!'ç:õ' es', , é eOl1lulli: que, ao atingir cm aspéet por
o cdtico de aI guma' tratai i V3,
enco:ntro pre~;en.ci<ll gu pass~m p'ara os outros méios de comun icação
meneiol1odos
(tn.el1s,a,gdn~,1S1 fen'am.enlias da Intern et),
~iUllm! liF~,!ill' ii

ll!rt.CUI1·~;U', 'com
grande ,freqüência, d,e lingua gem c:ifradn, 1l1C~;11l0
\)OrWll IliCill'a oescrita. Os códig os são, em geral, contex tl\ais, consistiaclo
4lU.'U'" à idéia, de"co rrcr,tm to pelo próprid verbo ql;anto
p'das palan ;ls
:\pc)rjiga' "c,nn-,, " ijar~ n~ferênci~ ao tráfico de drogas; a "futeb ol"]
ou "jogo ele
Ílp!rà'\J!lij:1f'C:.jta,d.a,~. detr:á flco';a m\ltl;riais em póela ro ,ou 'escuro,!
CcJ1l1Q üirinh a ou
lli'''''ô:f:''!:''':B~t~li;t~if~r~11qj,~, a 'macOnha 'ou coc}li ba;a'C "meni nas" o~ :"balas" para
1 ref~rência a
!i;tlYf!~ny1/(\;.·~;;r,lm~~;'I: " '. .referê llcia a' LSD;à '."mel eca", "meleq uinha"
ou "bolTa~ha" para
, exped ientes lirigüístiêos, ÇOlllO inversões 'de sílaba s I("lain'u"
como
, ui":co mo CÓdi gp para quil'o), referência. a objeto s por. suas letras
ou
, ,código paI'a LSD, que ó vulgarl1lenle cllllhec,irlo C'\1111l ":kid, )";
"r:n"'11"", n1 e.lccú:' ou "bÇ>la d~ ~~l(Ie," jlnf,H l~HXixt:'; "peh p:!J'(t pente,
Cl
~HI '1

P"i~UlqJ aluSões 'disfar çadas' a'si mesm os (é comum qtic se refiram


a si
imó~i~1110~: ;';;;",;"ii"A , terceirf1 pessoa ). o.s demUlciados t<l-\hbéll1 se utiliza m, cm,
eXlpecilei'I1,I:e de' codificàçã,o' d~ ,lingu agem COl1sistente. CiU mudan
ça
tentar induzi r o possív elintel 'cepta dor a erro de interpretaç,[w,
clenqtft,bqe ,alglll1(l dt\les comen tam receio de interceptações telefô nicas.
. , '

I
I
: i, i",

,!"

"
,

:.:)
i!' :!:,! i
i:, : ' ' I ' i : ! / 'i ! . :

11',1 I ii, , I! i),. : i: I

deJl)lllc!fld()s 'Rodrigo qOf1lyS Quinte)la, Jorg~ Ed~~p. ~ais~,Vitorio Romão Rios ',i

We:llin"gfc,l1l, Soares Bnl~il~,jro,. integraram '~'" rede' rio ,período, coberto' pelas
Ilvi~stig'lções. <função predOlnrna'i1tedei~termediação 'atacadist~ ,no fombCimento de
" em? interfacelra~~naeiOli~l dirqta, ': i i" , ',,' :.,f?
"" :2).1 Rodri~o Gomes Quintr1la\i' i /*
" " ," , I '

inn1"" Quintella, agindo e por interposição.~p'QI}~y-ª:ç-6câí®:>


adquiria droga~ , em cspeciat.MDM!,<~ L~p,(IUelrrípbl'lãV<j)
COntava, para tanto, ',' direto'dcHélio Lourenço Ramos 'da
a colaboração: ' de Leonardo Barbosa de bem

'f:-:-f:'-.:.-:-"-,-,--+-~-------~~ ~ " '


,
!
l!l'{e~;tíl;;;al;:ÕI;:s apuraram 'lo,menos quatro fatos nesses moldes:
I ', . : ~
! ,'. li '

dizl'espeitü:'à viagem de Rodrigo Gomes Quintclla para a Europa,


,C'l:,nrim"i,'r\;"f,,11i
" I ' . ' ,
li Alemrinh~ 'c ir !'Iolanda, entre 4/08/2008 e 26/08/2008, c(,n'
" ,
estada, de, exportação
! , ,:
de, droga dol3rakil e'importação
I:
'de droga p:m
~) I

,\liBrfi~jll"i,As ,!,~~uH".,.ues foran1 tÚlT\ultuadas e apenas parcialmente bem-sucedidas, conw


~li,rnl,\rê~l!,,~,I~lg'l', telefôpieps p~ré1e matl}idos: ' , I !,i' ! ' ! '

a pessoa hão-identificada (tenninal 21-S542-0380) haver


~1'1,!1.I~'l\'''lL''''9 mesmo ~i~ ('}lbrotei aqui hoje, mano") c,' e[n clara'referência
cojrlte.~~át~â' ~ Europa,'titenciona ris dificuldades das negociaçiíes: RGQ: "fui lá
lá, pô, deu~m monte dehistórr'a mano, Iné? Lem~ra que eu te falei
, caôdae~e:;;(~ez-'éCo caralho,! Depois eu te falo, depois eil te
outro' arhigo' tan:bém, antes de ir eu liguei pra, caralho pra ele
I Ii ' '

",'ele: explica a,'sua amásia,de nome Mariana (11-8)983702), que as


Ili !~!~f:l~~\,~j~s~~r~fti~l~~li'i:' ',I 'difíceis,: ~penq~ parcialmente bem-sucedidas e c~racterizadas p OI
;;1 'e', a oU?:'1lparte 'sobre 0i;valor atribuído ao, entorpccerú~ ql!e ele vendeu:'
: tá ligado? P~, 'pasSei maior veneno, maio-r-J;.rigd, maior confusão,
lá,sem as coisa~ ter~m resolvido, entendeu? Uma parada deu certo;
ainda, entend~i1? Deu maior briga lá com o cdra! O cara quis
mlnna nnrn(J'n' lá, entendeu, mano?" ,

"respondc a ~cpsoa não,-idcntificnda (terminal 21-81429144 que n:ío 1


" , : nem "f01lvenir" (referêl1cias em código para DMA e outra
çn1:oIlPy(;e,fl ,tc') do Norte (referência contc:;tual à Europa): !-IN!: "/;; as meninas
dp norte? llGQ,' Naa, naa vieram neio, mano, etI lU vendu llÍ q1/al vai sei;
'auando, f!s piranhas chegarem aí, lu 111e dá lima ligaqa, né? IIGQ,' Tá
'i " ,'Por que, ai é orgia!" (,,.) "HNI' Vem cçi, você Irouxe sOllvenir? RUO:
lrouxe" manp,.:.. npn lrOuxe, PÔ maio!:.. caô do caralho fodido, mano, pUla que pariu, ,~
i : " ·i' ':" :,', '
.1 , '!'IIL,'I"
I ,',: I ::, I' 'i ,:'i::: !-
1['; I i:i i 1I1 '!.li,! i 'I ' , • I • '

" 'Osygundo fato diz respeIto à prisão em flagrante, em 27/09/2008, 110 Aeroporto ,~~
I,d i il ,Ji ~' :, i; ,li
':1\
'''','''''''I''I'''ljl,'
Jr
I
i,
"I '1 ' J
I
'1 1
\
I'

i",
1
,
J
I
<
~:":ll;
t
:,:,
'i
"1
'i
i i,'" ;'
.
:, ,. ',' ' , I

(
I
., ........ -\. .~ .. ~ -'.,.1...
,hllll~
'11
P II I
1I I'
l
;:"j I i
I
"
'!, ':;.-,~-"',: ,~";,' ' ,\'~,'
"'\'" 'I

.';':1;" f~~ .' ;'


"
" i ~~
, Ic~:~;
'~:j !' o:' I .~ <I',

Jiz4h, \~,',~',/" ... ,'" I,>.:,.i:~,'


I " " I' 'I' I. I

°b;"I,~cFa~n9o,EE8As"tl.Ca"d:oi,idl'I',"lO' JRJ,O!' di e' 'J' 'a" ne',ro


, ','" ,', 'I i"""'"
i I
'
I 1,
; I 'I'\\". ..;.::;:: , ~"':i ti
<.. -;:,.;.,:"
,'i;,
"',i' , '!
'il ," 1,-:' "I

i,::: ii!'
i:~.;,i' ''; _,.. ,~~" _~ _. ,~.L:"''''~1_4_~_..., .
, i":
en; Belq JIo
,: ,I:

r,\zonte~G, de\Yfes~lel.'~erl1al
,:?,;';
:.cl?.()l~vei:~e _,Sil
,1',1,,'
'1» ;,',' j
,','
" i

!w,' com esc,al~ em,11§b(),~,


, " , " ,d e C?n 1ins,
prqtc.d.~llte.~~Wnlxclas.c~el?
"," qua nd? de1c!nb[\~p~v1L~,e voo c?mpnnl\d,o~. eratn" de (fD0f:::)Os,
te:lli\lpe~Erü~!~()s ~eJ
,,'i ~onu~al" d<;llP~.J~e,,\ilj1!ê·~séQü\ Nd\~~q~e 99mandou,:orgam
zqu c hnanclOU a v\,a~em ,le
,:propnr:d~d'( de ~8flpgo Go
n;e s y\aJara ele
o \' Eur opa para , tr[\ nsp ?rte dq 'entorpecente; Weskley' Fernando
We skl eyF ern and ebi do llO
G paji a o Rio de J~~~ il'~ /IÜ e!r 1.9/08/2008, ,ha ven do sido rec
Db erlâ pdi a{M
0me ~; QUllltella! e Hch o Lou ren
ço Ramos 'da Sllv a
s nt ' Rod ngO iI9
'I I Ae rop orto :~anto
p", mo pOr
clo Ho rizo nte /MG c de
seg uiu , então;: doR iôd c Janeiio/RJ par aB
, I.~ Jún ior .. We sk1 ey FeF Uan do
\h el11 i30Iq81~OP~'Bara Bruxelas, ~F!
gi?a.' I; ','
'

' , :
,
"" ,i I I 1
~yc na Eur opa em pqí odo coi nci dente: partiu par a 11' C:l11
" Ro dri g? FOl) :1CS Qu inte lla est o
25/ 09/ 200 ~, O obj etiy o da via gem consistiu con duz ir a negoci.tç,ã
,mJ 7/L; U ,'e:regres~'
ou em do, Na clat~ de
spó rfad as p'ara o Bra sil por Wesk!cy Fer nan •

U','J6"~., I; a scr ' tran I


vii'l am
qúe : Lou ren ço Ram os da Si \v~,
I. ,

ve contato telefônico com Hélio


.. ' <
'"

r~~~Ie~3,s,o I ao Brasil, ma nte não


is possível pro vei tos a: "o cara lá
'lHe anegociação'it~o'lhe foi o ma
, deu metade da metade, mano, de
'I '

I rrwnQ'? saí lá e não deu nem a metade


lwl~ u.!, ~!! "1:,':'['<; !~.
l,çé'mol " ,
I ,I' I' " , I
Q&!2008, n'
:i~~9c!;m:flagnl.l\tç,:"~!l:.U4L
I, ·i , "
I

~iz res pei )o? iz respeito àJ)I


"d~(Loii?;P!rS~ __ l:'ía rqu el .r~H
;~~r) qu: tnd ,
lnl;eni1q{;10!l1t,lI, i dei Slü~,'-li:lorIBA, ,enta mIl,
ced ent c 'pe Al1 }ste rdu, Holanda, 'de ' posse-:"de"'clliq\
l!?na qk~nlid\ldeicles/wllk ":
;'cj'{'SC,111hârc2Iva . pro
~n,oven\ic~~ponto~ de,LSD, alé1n deI1cq
~OIS 1n\or~~9~'1}cr ,eral!1 di;
j'
,de ,LSD; ç as p,artldas dos jOlltroSj lag c:m ele ' .,
aI11z,ou~ fillanclou,a:v l
h)119f.)r~,!~9.itçlc;"C1~i';!-(9qng:o Go
me sQu lilte \lli, que com and ou, org -' I-!!, --r '- , '
:;p;',;.;;;.;'i"" para tt'a11sp o tcl 4qs ' r
:
ent orp ece nte s,
'.! ,i
-.
i • .' i" I', I

-Ql~i~1)ualldo da lllvrat~;'a cios era


,.

declarações\r~4!Õ~~ire -:-Pdes
aut o ek St '
1'1< ;,,;" '
ti'íl atá rio dos enl orp eee nte pesso:l e: c'
'~~grarltc, João Pires esd ure
ccl lqu eo.
tabulado pe': \
igo go, Nar igu do, e' que o acerto com , ele fora <!li
h\Cl~lÇ':in:{9di - ''', vul
o que coincide com o modus ope
randi c'c
~I'~ol;p.ulnil~a\:ão cibcrnéÚea MSN, , nimb, que
~úin tell ,a"u suár io tc da' fcrmmcntu, Joüo Pir es esd nrc ceu
""""H;v,(~,8irif:s:( frcq licn
(íX?O, que é, cfc tiva me nt é\
QllÍntcla" pelo lei cl"o IlC ' 21-X ti7-1
o Pires enviol\, ameia, cm 4/09/:200
~, às 17h 19t '\,
!lutm-;;:a9P,p,!,'.: i':~' ,U~f! SU (Jô mes ' Qu inte tla. Joã
ileg alI2 @h otm aiL con
\r;Í 1,$a ~;e~ i~e: ,cbà eiô' ble trôn ieo pat a Rodrigo Go me s Quintella (va
1I,# sou, ' .'".....

delati')do rin guê m: "Daí danado


:', ",'
' " '.

êst1lVa.' em libe rda 4e e n~o havia


I ,: '

i9~ a 2 ano,' e meio mar; ele cOl1vfrteu


CI IIC" "
sent e'nc
lil~illi~;'iJ~vt~ ',diz
e
er D juiz
'dua s
!nc
rê~tritivas'de 'direito tive uma
sorte danada saí ont em dai ".í
~d.e, 'I_í! ~el·4 clc_t por
\:'1 ideia com vc ie~l não dei ni/ lRl lCÚ
!í!Uc(,$m:!çl~Siii' memda de volta, eu ql1~riatro'car uma
como amigo yarn,q,pelo me n '.I' .
com Vi se vc um~ia"me deu valor Dor c-
abraço, não me! liga no mmlei'o.da minha mina éni elh or "I ' ; :' .. .

,,I' ' " j


.

o,Jo )
flagrante, em 31r2i2008-;'"'no-Aer _ ' "
, • -, '.

toe : De isG J ( s '\ I'

,... . ,dr (Lu is Fer nan do IPa got


para Bruxel~\s, J3élgiou,.cQm.cl.o.L
s..qllilos de COCi,ítll\ ,\
o auxíÚo de Ma gno (li!
KoClrlO'o Go me s Quintella, que, com bos a ele
caráter acessório, de Leoliardo Bar
Nlféi\ríc.in Sab tos 'Ma cha do' e, em coc aín a po r(
';~!fgam.zou e fi~1anci{\U n viag
cll1',,5ue se des tina va ú troca da
;~1t
,
"
l.; .,
{i{
)f :ir
\c~ ~
, '" . >~.1'4> _ ' i

, ;:<~I~'<"
"'i"" ~,"'.!'l'
.... 0/'"
,~
',','
,I' 'I . • •

'-, '1'1 ,.,','1 ., •.. ."",:'.., ' , , """ "'"~,,,,,,


:' , i':
[,-1; $;. .... , .... :~':'".,'

I
' ,,1 ' ,

I:' ,cOl1lprimid9~ de M8MA, a serem tr~idbs Pfra o:BrasiL


li: ' '", '
Lui~ ,F~l1."!-aj1do Co~tinho" r:crnlados.~omo
Pagott~;~. Bds y dos Sant?s
;,:}.O. i ,

,:'i ,trans pqrtad orespq r associado nao;' !deqttficado, vHlJar an~de Mll1as GeraIs para ,0 RlO de
Novo Rio e adquir iu,
:i;' )aneir olRJ e11l2~/r)/2008, Rodrigo Quintella os recebeu na Rodov iária eles, a fim de faciii\ nr
,entre aquele dia ~ 'o dia 2/12,12008",rC'\upas de grife e euros para
com o auxílio de Jcd'
trâmit es imigratórios; Rodrigo Qqintella ,providenciou, àinda,
h<1\S:\5 ql\C !'ornccclI, ""111
;, Maurí cio Santo s Macha do, a inclusão de fundos ülisos nas duas
, cocaín a, aos tra11spQ,liadores, "

'~'i. Magno Gil piedad e co-final)ciou a empre itada com n~il e sctece ntos
reais, além de
'!
as passag ens aére.as para a,'
, forneCer a' cocaín a ~ adquirir, com recjlfsos de Rodrigo Quintelh'l,
Magn o Gil
, Leonardo' Barbo sa de As~is, que Ínuntém víncul os pessoa s com
quanti a na conta do recruta dor das "mulr :s'
"x,',r.\! TO\\ em 24/1 f/2008 , o depósitá: daquel a
'-'Ui' L,'" a viagp\1l delas para o RIo de Janeiro/RJ.
'I,'
i,'
L' : . , ,

:!

comunicação MSN entre Rodrig o Quintella, com 1


o log de correi ,)
cOl:reiLo.'(~\etfôrlic:oIQQQgilll.llirlkllill@JQ!!·llill1s'9.!lb e Magn o Gil, com
'14h46 m e [1S
i!NrrQJ~~Mf!l.llillillillJ"-º.Çilll,· travados em 24/11/ 2008, entre ,as
entre 121157m e as 13hOl m e entre as 13h081 11 c as13h 09m; eJ '
I. : ' .

Ih311TI eas \2.l\137 111 ; em 29/11/2008, entre as 21h32 m c as21h 3711


entre as 1~h 1Om:e as 12\112:
liNI'f~~,jii}llil.~i<f!!(!q\)? l'Il2C)O~;':t;Il\r~ as 1:2h2~m.e i~~! 12h35m; em 2/12~2008,
S t,'!'hl)óro.,i:\;a . 21h07 m; e.erç14/12/2008, entre as2h3 0m e as 2h3411
1, assim como (.
m; e cm 1°/12/ 2008 ,,'
iáJ(i~~~~~~Õ~~~;l~~mal1tidos entre os dois.cem 29/11/2008 às 21h29 zada pela autorid ade palici ,!
21 todos transc ritos n:ó:adc nao à ficha organi
a(ç~d<~i itlllcWClo:.[:,~<)n'lIdo. i3arbos~de Assis, elucid am li arquit etura da empr~itada

fatQs; Rodrig o Gome s Quinte lla recebe u, em 27/08/20C'S


!i'V()~l~lgpq!11~lt()l\lal$llptm,nLcqm)"irie!lsagem de correio
eletrôn ico -de remetc nte 115
.'mll,"'",' ,1'3.
'fq~~tlt[f:~id9Iiq~~!illlli!illlillllillil'U1!;'1'!I'ill!.l&<~'n),' em que este deixou claro
já haver «tna,
:<;,;"""U corP.9 aqegim entado i: de "mula s" pariLaqucle, como reveb m
não ciJl1;heé~ ninguém q arrum~ {alltll q ne'tii 'cu"; ':ra~ as conias !
/e
,S~I~~:ip~di'l~xç~lrtqs: invers :lo d, ,s
ar.rwnez·e de q~antas coisas eu já fiz aconte cer" (lamu é a
n'"Jiii'vr;"i-hi 11

,,<UL\"L<;1'(ti " ~fuou" ,~inqa, no períod o das investigações, COJ;'O


éntorp ecente s na; cJdad e do Rio
de Janeiro, AI,sJl1'~
consum idores in'dividuais; ele é forqecedor est~vcl e
,epntr ola bocás de fumo ''110 Morro do Türano; na TiiliC2 e
o.:' ", i ! -"
',' ' " i . "

!':I' j'

)dí'·I'''''i,UJ".;ii<fl!)\i:lWt()~:(''''~'I<', l<.OdXlg;O na casa de Henriq ue Dornel!es~,


;..'u".,~o Q~il1t~lla ~~te~e
do ,tráfico 'de entorp ecente s, em çspeci al sobre a
. espécies de ~nrorpeccntc, e acertando conta s' .c,le
UWIlIlCI,.às 17h04 m,a seguin te prédic a: /-:::--

"
)"1' , . i' ~ i

, ' , ' l'll


.. ' :,-,1"'1,,<"11 Hit

,i::: J
i

DERAL·'i
• 'I"
','''Ir
' !i
ReIR~blic:a n9,E~t~dqd.o Rio de.Janeiro ~ ;li
I·" "'il"'II'" I"'''''' " , ",)ã:'
".,' I • ,;1 ,I ,,'tl!'!"li,:!!'I) ,'f 'I" " ,',,! i 1)1 ,
1

Eu sou muito ir;;pis, , ,(WAUDI~EL)~1ntão já é: vou vender,tudo a


. meio a meio pr« tue pra inim,já é?1 Vou vender a iioze(INAUDIVEL) e
vou vender mc/(,s prantnguém,
.. ' , . " , . I, ' I
sab~ por "
que? (INAUDÍVEL) ' ,
~n.ano
i, todo mundo çom"bala"] (comprimidos de ecstasJ~ (INA UDJVEL) /U
cornm'a aquele' ócui'o!i 'boladãq,. Tudo ha base doàcido (LSD).' "Bdu"
., ,'.
não est4dimdo nada mano,lsem
, , " ! , ' ~, '" , I' . , ' 'neurose,
,' , ' ' tá
" dando
' é,. dor de 11

cab~fa (INAUDIVEJ,.) Não dá'mano; oifornédia(Wellil1gtol1 Soares) seis


reais mano. E o pior éque o moleque me 'ponta tudo, innão (l~A UDIVEL),
che~pu l,á: Qualé, mQli~, tá ,ligado? De ihistorinha pra historinha, cara,
(IN4 UDIVEL). Entclo a visão: Eu tenho que te dar dois setecentos e oitellta,
certo? (INAUDÍVEM quatrocentos contás, ''pá pum", certo? Aqui lem
tre{~ntds ("balas" -çomprimidos de MDMA), certo? Da forma que veio o
sac9, contei tudo, separei, tá ligado? Tá aqui. Entc7o, aqui tem dois e cem,
""r/(J' Dois e cem co/n . três dá quatro ... ci~co e cem. Cinco e cem,~. cinco ....
~

o que te dar .então dois mil. Dois;'contos, e'ntendeu, mano? Isso aí


'""Vil'" com o haxixe 'aqui (INAuDÍVEL) v'ou acertar contigo. Mas pô, IÔ te
jalqnI10 ... papo de cartela (cartela de LSD) é responsa... não tô só falalldo:
. ano, deixa eu tefazer uma pergunta: Tá rolando um papo que aparecer:
, uma "balq" a seis reais pro 'c&i'as? Três quatro mil pra deixar
na consignação? Pô, não faz essesbqgulhos, não, cara, porque isso ai
(INAUDÍVEL) vai dar dez, onze, doze, mané! Tu não lembra? Te,ma;
ulnnell'o! Botarpra eles virar? Botar pra girar sou eu e o cara, rap·.?z
'os,cafa!ido 'morro aí, ó, qualquer hora tem guerra C;( J1(
, , '.' ,'I '
isi{úqç!ão" (INA UDIVEL) cem .duzentos mil, rapaz! Meu prejuízo contigo ma.
':, ,"",' I ' :
Y;;i'r;,}'~ 'legal, mano, fqlo pra todo mundo ó: bagulho que eu /Junca mais !aç(
"""',,,,,,,;;" iiH;,;.!,~ij~:Lt': . pela: correria, tô só esperando cai,
}'·'71nr.fe ser o papa: dez contos! (dez reais "
contos! O presidente: dez contos! Sabe
mano! Independente, fico pelo menos cor'
, '" porra! Tá bom! Aí fica os cares d
101;rql.ec:ll!"~~ltn,no corn os caras do morro ... os caras do morro amanhã que
",!,.",,,
I ' ~s caras, rapá. Eu venho há maior tempão nessa porra!
i
20/071/2008, às 19h18m, Rodrigo Gomes Quintella negocipu, por telefone, venc~"
liiliiitlf(lelMJQ~.1A:lp , com pessoa'identificada apenas pelo apeiicl~ "01.\i", ,esclarecendo ,1
:iPcl':I:l~:(c,ôirlpri'mid9:' de que dispunha para vender: RGQ: E aí? HNI: E aí? E Louis Vuilto.')
:RGQ: Hã? HNt É Louis Vuitton ou Losl a bermudinha?'RGQ: Los!,
RGQ: Praiana, pô. Modelo Praiana! O sítio eletrônic·"
catal,oga o cQlnprimido conhecido entre os usu~rios como Lou
de cafeína, fcntanil e MDA (mctilenodioxianfctumina).

e 28/07/2008, Rodrigo Gomcs Quintcllq qcgllciou, por MSN, co 11


:;lll~)~ssq[\t,,~e,n,ti~jc:~d~' " apenas pelo 'nome de Tadeu o fomecin,ento de droga que, pe 1:,
llI:ii;Uíl(;ih~üil~i,~r,:ia'l~o q,[!!ogo, em'especial pelo cotejo de referências a quantidades e preços, ~
llii'iiiij!a."].l~()f,i<~,~9·~,P9,!liçi[jI:'estimal ser haxixe, No diálogo Tadeu infonnou fi Rodrigo Gomes
'l!o'stcmcto",e este' respondeu que "se' precisar de mais me fala ".
"1" ,

-~
'." ,
: "i:-
I'" I'i
,
I .1
, '.' " i ,j' I' '," ,,:' : li :1 '

P,UBUCO FEDERAL"'" "i 1:.....'5'


r: ,

radOr:iada~R('!pr9Ii~~ h6 F~tadp ~o Rib de Janeiro


; -lo ,\.' '

. 'r,; ~i::,:i, >,jli,::X: Ui'll; ,[ , '.' • ' ~


2·I.,FUorg~ ~dson Saiss i, "Ii:li [, ! J

'i! I : :' I, •

, .i 28. .,Jorg,1i ~dsOI\Saiss, a.gindo, ~e~s?alm~~nt~, importar,a lança-perfiJmc (sprar à bas~ de


,:

.' i i i: c,loryto ,de,etlla) q'l Argentma par~ !p iBra~tl~i o forneSl'l, valendo-se de transportadores

J i ,qrn~là~"!, ,'a~i~tri~uidores baseadg'~n9 Rio de JaneirolfU, em especial a Bruno Oliveira


i
,r.;oureiroe Rodi:i&o da Silva Cunh,~:.gle el;a pago pelo fOrnecimento ora antecipadamente,
: i ora a posteriori,.em'jJasccasuística: .' I
, I;" , ,
j ,,\ '" .
, 29. A p\odução cje lança-perfum!õ é lícita pa Argentina, havendo sido empreendida, até a
!

década de 80, em escala industrial; pela Rhodia S/A, bem como, até os dias de hoje, em
i: :' escala microindustri~l e artesanal. '

30, 'Jorgq Edson Saiss trabalhav" como taxista em Dionísio CerqueiralSC, na fronkira
II
'I':
com
'i aI Argentina.
, .
Costumava' utilizar a: cidade de Francisco Beltrão/PR, distante cerca de 60'
'11'. km deDionisio Cerqueira e 70 km d~'divisa argcntino-brasilcini, para abastecer com lànça-
1. PfTfurpe as;"mulas" que vinham do Rio de JaneirollU a seu encontro,
1
'

;., I', :: !,' ". .:

i,
As investigações
I, i, "
apuraram ao menos
"
quatro fatos nesses
.'
moldes:
,

diz respeito ~ prisão em flagrante, em 10/05/2008, em Barra cio


de ônibirs do ,Paraná, de Yan Nobre Ascarrunz e Mareela
vnlT"'''"'l1'
',' ' ; ' : . ,i" I, ,

posse de trezentos. es~ssenta fraco~ de lança-perfume, que?ecebeI'am


em Frandsco, BeltrãolPR eentregal'iam a Rodrirgo da Silva Cunha e
'\J~i;1~Ul;J,l\I1"i'1l"IL\Ui\!a:,concelos, seus ç:ontroladores nesta transação, os quais agiam sob as
!"n".,"~II.,.,.(jr9,,(.ris!dl.eJ3.ftlnq'pli!.:eira' Loureirq, at~cadist~ adquirente !to Rio de JaneirolRJ,

~:{:Ai~:M1P!t1n,!cjfl,,'envolveu .. ~'envio. de cinco, transportadores: além dos dois presos em


r~I~~?%~a.in.'B "'0 Phraná o' 'jUCilolRoberto Felipe Bricio Daniel, Robcrta Bricio
identifi:cac\?vÓ envio das "mulas" ao Paraná foi to ordenado por
~j9j:11~~;l:;:::o;I~~ ;tele,tólmcos, monitorados e interccpÚtclos pela autoridade policial. Em
.~~ OlhUj!J, Rodrigo da SilVa e Yan Nobre conversaram por telefone, ocasi50 em
'Á "'~",'<': pfirii~iro!.folrne,ce'u orientação <;to segundo nos segpintes termos~ "1I8C: Já tá c 111

a gente lá aql{i em Cw'itiba, RSC: Então tem que já ir para Bclo·ao


Em 9/05/2008, às 9h22m, Rodrigo da Silva çntrou em contato com
"'",,'_.""_ informou, em jjnguagem contextual, que' agl.liu:dava, no hotel onde se
Franç,isc.o Beltrão/PR, ;,~chegada de. Jorge fdson Saiss com o "suprimento
~st9~f.eJp~l·ar.lap o ineú tio chegar aqui no hotel, pô, " Jorge Edson Saiss conta 50 ano,
grl~~lll;J";: er'!, po~ 'isso, era referido por seus associados eom alusões variáveis 2
; "velhinho",',~vovô", Por fim, em 10/05/2008, às 15h45m, RodrigC'
Robert~ Felipe', que já secncontravh no Rio de Janeiro/RJ, a fim de
mas foiinformaClo cleque Claudio Machado Vascol1celos j [,
iGUrf'::gaJTIemu:.i",RSC,' Então; estou indo para aí buscar o bagulho, RFfJD:
as sílabas,invertidas] já veio aqui, já, mané! RSC Mas ea minha?
Jlliâ.m:.J.ior L,fl~ó' f?,7.'ana'::" I1t.:,1]. Gi.1d:" rDif:!o, 2D:-):::1 de RC<~I:z0
_4:t~ t:iC;S/ó c..~ic:X_--:'·;::~~ ::rif?I,' ~"'::":::':":;~-:,
r - - - , -

:~::.:C;::2' _ :::':--:i~': == ::.-;,:-=--;-,,~=~


i:~~~,?dâ·~·t'!;:l.:'··~~('l!,," -","'''', "-,,c C,":'!' .S]: ::::: .: " \~::-,o.':: ,>,,-:~-.-
I

'I
Estiado do Rio de Janeiro
i,.
I
I.
quais rec~beraJl1
de Jorgq Edson siüss em
en·treI5ariarÍ!' a",C!lalldi.o MachaqO Vasconcelos, ao menor .RQScno
seus controladores nesta transaçilo, os quais
,! ' ' , ; ,

, atacadista adquirente no Rio de,Ja\wiro/RJ ..


"

e!X,ph;its,ga envolveu o enYio ',. ,: I!


de. quatro tn:nsp~rtadores: além dos dois presos em
o ParanáRobe~ia Brício Danie l e Dayane Araujo da Silva. O envio
ao Paran á cOOJ;dPr:ado por! contatos pcsso~is c tclefôniGos,
fo!. s pelo
interc;ep,taclos pela '~)Jt6ridadc', policial. lTodas foram arregimentada
Brício D~l(':l';e por Thiag o jvlacie1. Angeiras mediante intensa
o
'. redes de relacl9ramentos ao longo do dia 20/05/2008. Nesse mesm
iária' Novo Rio,
M,acl~aclo Vasconcelos:~bnduziu, os transportadores à Rodov
u seu embar que no ônibus das
pa:s~clge:ns:,pll.ra Curitiba em'"favordeles e supervisiono
h~nte'Jlara
transJ)ortacj;pn~s chegaram a qjlfitiba em 21/0512008, viajaram de lá diretar
a
l:'ril.llc;isco c, logo ao cl,egarem, fizerani. 9ontato com Jorge Edson Saiss:
embarcou, logo ao
YIg;!laI).çla :l",v",v "" \\lerificXlu que um :çieles, José Leand ro Lobo da Silva,
ai:atide placa API-I 3920, pertencente a Jorge Edson Saiss, e, c~rca
,
i o., I

desembarcoij Ido mesmo. vcícul o defronte a um hotel de poss" de


aparentcnNntc cheias, ,as quai's não portava antes. José Leonelr0
Coclho:Âleixo Filho embarparall1 na Roc\ovinria de Franci sco
, por voltadas"8h, com destino E\ Floria nópiolis/SC.
;!.' , ~ ,',!'. ~ I' I
i', ! ,
,I I ,

Brício Danie l e Dayan e Ar~ujo dfl Silva transportaram com


, .. su~'s!i~aJiid~iôeentorpeCCfllC p~ra o Rio de .Ianeiro/RJ e
8
,
Rob~irto.Felipé ;BríCio 'panie l' b Thiag o 'Mac,iel Àngd ras, para ulterior panilh
i:lfY.ljY<'i~~~\!j\,:l\llaCnª~lo Vasconcelos, Metivada em 23/05/2008.

;Wi~!~.ill:hl,~i·álo!~otel,efôni c:ode ·23)6. ){~~, ~ 18h17 m, Bruno Oliveiúl Loureiro cobro \


Kc)b~:rta Brício Daniél: sobre a empre itada; a fim de se certificar da pris30 d,.·
Silva e Marcelb Coelho Aleixo Filho, revelando que era o controlado:'
~mpreitada: ."

.i Olha só, ,me explica urna coisinha.' Tipo: Cf que hora que vocês saíram
Não foi "dé, urna hora da mqnhã PQ!.J! ir ltí para F/orip ,
Wllorii~IJpo RBD :, BOL: Mas por que não veto tue o m...oleque e nã.,
, . para vir conl o outro moleque, para ficar tip(
'nunc afoi e ela estava com medo. E,éu, e/a F
no dél ':
'oI"';;;' ,!;,,'';), "',, vircornigo. BOL: Entendi. Aí vqcês saíram
" ,,' , I , I

,iam voltar no de dez. RBD: No de dez e meia.


, ,I

'... saiu no de dez e 'meia. BOL: Da m~nhã?:RBD: NiJo,


.',. dez e meia da !mpnhã. BOL: Não foi~ina h.ora da
iI11'o. ' V/1r.PS . RBD.' !'Ião. Dez e meia Ba noite. Vdéês
saíra];
"olid e, 'lá de, Hanci sco [Francisco Beltrão ou d 1
,: 'k'/;"; ";"rI: [Fl:ori'lnópI31i:,'l! que 'você está falando?
De Francisco., [Franc isc
Cf gente saiu duas horas qa tarde. BOL.
dci"marlhã, né? RBD: É. Quarido era Uln:
r'rrle~IOS eles estavam I~e ligando de um~ cidade dfpo i,
9uê? RBD: Para/ a/ar que estavam nessa cidad,./~ "-

',: \.!.' .......


/ .'
)-
...
, ,
, ,

de Janeiro

'i,: ;, ! ;' i i

depç;is de Paio estt1VQ tudo bem, BOL: Ah. RBD: E de


" tahji~ha eles mcrncj'arclm Ull:líl rnlfrn.m!2'em t~mbéJz, BOL',' O~tem,iSso, RED:
Ohté~, i' (.,0) , era 'Idós moleques' 'que foi?, RBD: Era
'Marálo e Leandro; i " .,',.. .... ,
'. I
:
,

" " , ' I '


O terceiro fajo diz respeito à ,eclessa a cidade do Rio de Janeiro, entre 30/05/2008 e
2/I)6,'2Cl08 ,'ql\(! a autoridade policial logr')sse impedir, por quatro' transportadores 'lEiO
"'",UlJ,', de qliqntidadc não ap\1!:ada de frascos de lança...pcrfume fOl'lwcidos por Jorgc
, e adquiridos por BrunoÓliveira Loureiro, com atuação de Claudio Mach~c1o
Ya,se,onee'los, Robe:r'tb, Felipe Bríeio Dilniel e Thiago Maciel Angeiras n,: arregimentação e na
, : A empreitada apresentou desdobramentos e cOmplicações,
ao custeio c1o!rctorno doS "mulas" ao Rio de Janeiro/R.!, conforme
diálogos telefAlUcos interceptados entre os associados aClITla

telefônicos entre Dall10 Oliveira Loureiro e Claudio"


1\',
Machado
'ri, : , .

:Y!l-s;çoj~çe!~~ ern,2/lJf;,./;W08, O primeirQ às 8h46rn e o segundo às 10h02m, revelam,:aehegada


I,

,I i 'i,
:~" -~,: !I i:;-" '~' ,,' ,':' 'i~ ~'Ii, ':' : ',:'\.,' !

que :eles 1Fl na ,Vid,Show, lá, parceiro, calma aí, 'deixa 'eu ligar
'eles ui, e,n(ão, Aí,'eles: estão lá no Petrobras, perto da Via Show,
, " " va'i para lá agora qu~ dS caws estão sem nenhum real.
Valeu, BOL. " Ar tu lijta-P.J1ra aquele número deles [em caso de]
fl1\f?ij;~~~;\iá441~'t)r' " Não, qelJ;6,.a, não, parceiro, ,

I
, ' ' .' : I ,.
'cc 'o -c," aí,já apanhou eles? CMV: Já, já, BOL: Porra; 'vale~,
, .;: . (. '.', ': "" ' ! ,i i : ,

à~ úhb7~, Jorge Edson Saiss recebeu mensagerd SMS;cIeBrnno


pedid6;de da,qos bancários parapagamentQ)ela parti4a ~e droga
.: e, respo)lpeu, às ljh15m, com mensagem cle 3MS na qual
'e pedi à depósito de oito, mil reais na conta que iridicou.( "Ag060 1
1 jorge, A (jogq 8rei nesa konta "),
, '
;1', ,I ::" , i

"';,",,'"'_ re,speitó" à'prisão"emflagrante" em 21/06/2008, em Franeisco


~R!;::clp!J;tQPii ' Saiss, bem como de Ialme Braga Melo e Thiago Neves
! fraseos de lança-perfume, que foram adquiridos junto no
.J:jruno, CI]Í'I.'e'j',,'H Lollreiro e lhe seriam entregues pelo segundo e o terceiro
Rf~'$o:U ~!!,c,qpl,dl~n:~çªo lc)gí:)tica~aempreitada coube a Thiago Ribeiro Oliveira Barreto,
1-,." -. ' I' ': .. I

, 8, às 10hÚm, Jorge Edson Saiss enviou mensagem SM3 para Bruno


.
~1~.~~~Hrjl~;1~~,ff];Tgr ,informação 4e que pagara vinte e mil reais para o fornecedor e
,Iança~perfume, as quais cbntudo só cstarirun disponíveis na quinta- ,
'Fui ledeixei21r na mo do amigo"mas as cx vai pi s quinta! ok A.
: ,I,:" :i;' : J , / ~
"j :,' I' (

/
i
8, às 1 Oh03~,J()\1;!e , Saissel~viou
;ncnsagem SMS para Br\'l1o
assentimento ao
,1:.,'1
tratoI
, e!
','I I' -
infonnação de que o entorpecente
.

edrorlo a caminho]dO'J3rasil, ,razão de gl'eve, que o contexto aponta haver


At'l~entilla:' "Blz. A merkatq na q tein greve la." Em 19/0612008, às
DUlWll Saiss estabel~ceu cont~to ,telefônico conl o fornecedor de lança-

jJCl.1Ulrn", o,'P,-~,,,, 120 a quantidadé de caixas a serem entregues e combinou' detalhes da


'.1.'" ',",

JES -,Alô. UNI - Boa tqrde, chefe. JES - Oi, boa tarde, Como vai? HNI - hdo
bem?' - Tudo tranqlfilo, Diga, UNI - É para !lojeoll mio? .JFS - Sim, sil11,
cranaullo.HNI - Tá cer('O. JES -! Eu passo ames aí para nós tomarmos 1/111
I
-Pai-a cOI1jiA;nm;
, "
ell tenho que nimidar
I ,
011 você veill oponhar? .JES
,
sim, pode poí:je mandar HNI - Tá' bo';'!, JES - Umas cento e vil/te
,1U,I;)'c:el1to
,'.
e trinta
I
(130),
:: ' , ' . '
o que tu pudel:
,': ' • ,
HNI
;
- É cento e" vinte, JES - Tá
?ntão. HNI'~ piip e meiq? JES- E, ppde ser, pode ser. HNI ~ Tá bem.
:J2ue dai,eul'vôu' i.(m pouco mais cedo para nós tpma/;mos ,1/11~ (nate a I,
i !+T~ bo~; /ranq~i1o, ,:JES - Tá bom, Beleza, então, Um ~abraço e

!jtt~'~'~~~r~:~~~~~8i às 14h56m, poucos,Aiiin,\!:tos depois de confinuar a disponibilidade


:ç Saiss enviou novfprtensageill SMSpara Bruno Ol.iveira Loureiro com
de duas duplas çje "mulas": "HIpode manda 2ka, Ou s seg,feira ok".
I .
às iri~truções de Jorge Edson Saiss; Bruno Oliveira Loukiro
"etlvi1i)~ em 19106/200&, de quatro transportadores a Francisco Beltrão/i'l~,
~~e'f~ü!i:el1,t!f~!9~iP!llq!i{I1len.or Roberto Felipe Bricio Daniel, sob supervisão de Thiago Ribci ro
Wiii'01rvefrali"!3iuJ~fcl:,!'i*!,m'de;Iailne Brilga Melo e Thiago Neves .pe Oliveira,' presos em
iltj're;Ii:,t;IlUbén;'l:viàjaram Eduardo f-ereira da Silva e João Vitor dC'Oliveira, -z0rge Edson
i'i'''c>'_:~~ 'Oliveira Loüreiro quatro mensageris ,SMS com instruções sobre os
enviadac!ll 1910G/7.008, às 2:l)l2R, illfoJ'[nava aplOnas o número
W!"n/',aofoi 2ka.',' A seguúda, enviada em 20/0G/2008, às 10h53m, era
abhegacl~dos \rpnspOliaclores: '''Entuo vai pia 2/((1 hj, Sendo q 11111 vai
to
eu vencia 'ole." A terceira e a quarta, cnviadas no dia 2110G/2CO 8,
e' ,às 61138m, ;cnviavam coordenadas para encontro ,k)s
inJtorm~,lçâi,o," s8breo hotd em que cada dupla estava hos[ledada: "Hotel
i1QI,rJ1-ac:aâapref~itura, Tiago, "; "O.outro ka ta no ht meier qt 37".
I i I

Saiss encClntrotl qs "mll,las" Ial)l1e Braga Melo e Thiago Neves de


LLl>Vll

,21/06/2008, entregou-lhe 360 frascos de lança-perfume, o que


~ç!1~ivale'P!e;iaO'cohteúdode 60 caixas, ou meiad~ da partida que ele recebera, e os levou a:é a
cidad~ próxin1a. 'dé Francisco Beltrão/PR, Ele foi preso 0,6"1' "-
' , ' , \,
.'i
.. .. ~ .-:.;..~,:

, ::h:
"
i
I" .", 'I

" ,,".0", \:'; 'I:: ' ,


,~, , ',:", ':i:~. ': :;:; ',l:
"i " 'I . '"

1'1""" 1,1"" ","'!! ' i,!, i' ii ; " '


,fl~gl:ru{tep6r v6lt~das 14h30m cl~~~i:l~r:di~,ia'q;l,~:,',c lsse, n~]porla-mnla~ cIC: &G,u a\ll~lpÓVcl V\'1
~ill'ati, pl~~IfJ\p!"H920, dos outr9~I~pq,fr~~co~l: rece,~ça, I ""',

, ll!lVitoriPRamao Rios~l~gri~l!i I I~ "

;. ':" , . < ,I i' ',,' , ':" i ,


'Ji!~6, iVitsrio ~8.jj1ao Rios ~legr'l,~gindo, diretameni,ei e co:n colaboração event~al <tc
'. 9utra~ pessoas, rm~ortava haxixe! do Parilgua! e o forne9a, medlanle pagamento antecipado,
',v~lenp?-se'; de tr~sp,ortadores ,("l1)}M~"),: a ,distribuidores baseados em Ivl~ringáJPR e
Sar'9diJPR~ em ~s~eclal, a Henmssqn A,vehno B,allsta, ,-:lllgo Emerson, e o~lro" Ident~ficaclo .
Ifpenas pelo apehdw,de Plcachu, par'lTevenda a dlstnbmdores baseados no RIO de JaneIro/R],
:ehi e~peyi~l á BrUll? Oliveira Lourei~o e Alvaro Luiz Farias E~teves, '
,\ ', ',}.I
47, ",Entre 31/07/2008 e 15/08/2008, Vitorio Ramos Rios Alegre forneceu a' ,Hermisson
'1\velihb B~tist~'pljrticla de 8 kg deihaxixe, 7 kg dos quais este último vendeu a Bruno
" L;ollreiro, , i n c l u s i v e , os transportadotes Walter Nogueira Palma,
or'oo" Lial dôs.' Gabrieli Rap10n de Macedo, para levarem -o droga para o Rio de
entregá-l& Thiago Ribeiro Oliveira Barreto, a quem deveriam
: as da Cruz, no IM~ier"conforl11c
'. . ,
instrllçõcs
'
ele Bruno Oliveira Loureiro,
ittiúú:po'i-tadores . yOI~tudo, 'pr~sos em flagrante" ell1 .17/08/2008, cm Sc\·opéclicrdlU.
7 kg de haXIxe. . . I • • . . • '!
,' ~:,! , ,i , ,i ;_i"'_ I !' , '' ,.' i ~ ,: ' ,' .: ,
i"!I!flõi!iI:.I:':i!:"',~II\Orl0illgllwaoli Rios AJegrc.l:écebc~\,:adi'll:tadamFnlc!~m 11/0812008, cm sua conta-
daagêl1ci~1277) dQ'IB~nco Bradesco~ providcnpiados por Hermissor
h\&:'Yi;illy~lft~,~l8~!:~;j;~d.bêp~.ósitàS, o prin.eiro de mil, o segundo de mil c quinhentos eo terce;rc
i:l ... reais, pela p~rtida de ha~ixe, conforme mensagens' de SMS cl8q L1C lc
. para aqu61e às 1,2h33111,
>/ '-'-I
• ...•.•• . i ' .
Rios Alegre manteve contato telefônico com 'Herrrlisson Avc!in(
. :'
f::':~~tlj~t~,,~~~(m~/q;'&nif1ê,~ às 9h59, às Uh32m e às l1h36m, bem como por mensagem SMS às
!,iti>!''1-! qít:'iQr)ien#)l~·:.,"Q'· a: adq~irir extiritor de incêndio de 10 litros, com prÍi1cípio rrtivo
~J:é:.r;j[iEL(~m"ag"lI'!,~', para: acondicioiiar dissimuladamente o entorpecente, bem como lhe
H5iYrq\.l~iI6~!:t#[úí.l:!ho! doex.tint9r era
determinada pelo fato de que o meio de tra!1spo:tc
II . i I
":';
:'" ; I .~~

O GORDIN{fQ trabalha com você ainda? l'll!,iIAlISSON: Opa.


r'h'm.l;prln.rr· VITORIr): Então ta, Ele sabe quem á a menina que vai lá ta .. c .
'vai!. El~ vai encontrar com ela, ta?! Você entendeu,' né?
,Entendi!Aqudle 'legócio lq ... de apagarfogo lá!? É pra
liii" j(;f1A]~kt~~-}ViI7:'QRI((' Isso, isso~ (..) por isso que eu lç pedi 'de dez ... j "

i~ .Entendi! Vfl"OJUO:. A meninq estragou aquele lá e ela precis(, ,''',.


i
;!!!::it:~Ji<!Vh2r outroei1tendeu? "EMERSON": Não, lógico, entendi sim/. VITOilIO
comprar: outro pOr que aqui é muito caro cai'a! IJEiMISSON
farinha lá foi engano, né? (..) VITORIO: EII vnll passar esse nU/I1ere'
tá?HERMISSON:, Ta bom. (..) VITORIO: tem qlle estar alerto
am:arihãta? HERMISSON' Amanhã né? TI-anqüilo então. (..)

HJ~R.Ml'SS'O , . Eu estou aqui pro comprar o negocio aqui... deixa eu tc.í- "-
i
\ i i,
",.~~ ---;:---"'77'
i I' I":: ,i
"
; : I, :j:,1
" 1,1\".1(,,: I I

'" I
11"
1
'<I" ,
"'1
J L~b;
, I,' ,

i :1'" I'!" "' I.iJU


!i ! I'
" I (

ES~lado do ,Rio d e 'Janeiro


! ·:I::!' :!,! 'i ! :'

1: i,

'I' '" '" .1 : 'I I'


1"~f I I , ':," i ;, , "'I ;
ae',olfOc:enlos ri, dei?, VITORIO,' 'E isso.;;, vou te
'I ~ - " i I, ' I ' ;
1
:, !' ;" " , I

"" .,HERMJ.r.SO~:igele~a~lJtão .. iz qu~tipo


,,', 'I, "I I' " ,
:1, :;,) " i,'i' ';I'~::'! ' : ' : I : '"

, MENSAq'Ç:M] HERMISSON:, isso aí C1l ~ei, o que ([


" mulh'er está npra,'mICr,'rn,r,',n,' 'miln é se te/h que ser de .Água hidrogenada iJu
li de pq químico!!
-': '
, " De água!!!! ' ", ' "
i " "
, ' ',"" , ' i I'

O tdxto da n,ensagem 8M8 c~fl: ,'1 E d 10,lilro leI! q comprar lIova ".
" i '
" . , : ! ,I

''-'''Ha,'u Riós Alegreredebeu, ~m 15/08/2008, às 14h55m, telefonema de


, , 'que lhe éonfirmou 'o recebimento do entorpecente: VITORIO: E
, deu? Ningu'én:iárerlde? HERMISSO,N.' Néfo, normal, ué, Minha mulher
mClna1an,d,'o mensage~, 'p~fI você! VITOl/lO: Ah. tA! Eu estou preocupado, carc:!
A'lUClO,CeJ'lO. .,? HERMISSOl{:: Tudo, tudo ... eu mqndei 'ela responder: tá tudo cerro!
'[MULAl já /ot'?:HERMISSON: Já, já, jó ... ela loi embora! VITOIU():
~",uU.'",,:r HERMISSQN: Tudo, tudo, tudo! VITORIO: beleza, amigo, era só
,'l','!N ',;:, ,Tra~qMo, 'então, cara... acabamos de abrir aqui (/ bola!
, , '

• ~, , ,_: '~. " : ", ' I ', .. ,

Alegre úlcebeu, em 17/08/2008, às23h 16m, mensagem SMS ele


"", I!" , I , "

:~r.lrfiiis.~c!nl,~'{I"lil:io;ptlLl"," com infon:nação sobre a prisão em flagrante, em SeropédicafRJ,


i!;~tw.1.~.~.~~1m~lt~j[f
':'
,.. Larissd'Lial dos Sa~tos, Gabriéli Ramon de Macedo e Thi.\go
eir.!l:B:~h'~:to: "Aniigo rJ!udido 'mais vo t paga,perdemu mais 3 lek [n1ulas] e 7 k
~P!:oflP[:c:e!l:t~]:'lóemcma' filei' çlestino] bagulho ta oco mais esa semana vai cai um
,; continua, mais preju" ,
i. /" .

'/,U(){-'-JJV7 e 19/09/2009, yüoriôRamuo Rios Alegre e Hennisson Avelino


i;.~Mi,s,~~(1~!j'ip.r~,ê~geriilli' em diverso~ cqritatos telefônicos e trocas de mensagens SMS, sempre
~lt'lg~,I1XH!J~\c~Y"u", tratativas 'i:! acertos sobre mercancia de entorpecentes, em geral
p3,:;í:orrl!'ij1C!icíc)s de haver, também, negociações sobre cocaína, Desses contatos,
à~ 18h261r;, que revela temor ele interceptação, com combim'çCío
~~l~,9':\~!*f~i?~i~d!ps de usai-em ter\TIinaistelefônicos altcrnativos:

T"'~"''''T~ '':''E~ mmidei naquele Outro n~mero que-;~ falei, que te passei.
""!iJlf2~~fjS.,)ON -. Então,ri'Ws vqcê' não está falando nada lá. VITORIO - É,
não deu a certeza que yocê está nele, HERMISSON - Não, é que
ool.n",;;-,~ da entendeu?' 'VITORlO - cadê ela? HERMISSON - Ela me
ii::i,,",iij:j.t.~T 1<'lUn·,~u·,:!
p'9
r ue
q ei;lnão estoV lio lal{0 dela agora,VITORIO - Ah. tá.
,tóm você; e,ntãO? !f.ERMISSON':' Ela está em casa, VITORlO -
i'f!(me-Jalar então parpelq. J-IEIUv[jSSON - Pode, pode, ti'anqüilo, ...
" :i ,'; : : ',,' "" '; I' I' '.!

;11
, I':

Henrique Dornelles: F6rni, Bruno Oliveira Loureiro, Hermisson" . .


. Francavjl\a ~a,moüre Ribeiro' integraram a· redei!lO períoclc ..- ~
ln',e5:tl~~ações", com função preUominante cl~ distribuição 8tncadista nç '.' ~I
'. -";,\;: : I.' 'li " . ,,' " . ' . í :',;i .~~~
. . / ":~, '~~~
1\ _' y
..•/,', r, • .
;::~,: ,

,'''';), !
51
: i-i'
,
I.'
i' I"
:1,'
"

!'

:1, '
, i ,( .1

demiriciados não I fossem


ou commediação.escàssa
, '" , " " ' , I "
Brunoi Oliveira Loureiro e
'" d~ljaneiroiRJ!"·[G'ml11
'ciL4ad6,!i •
I"! ,,:_ ;
1,'1:;
:',1
!
, "

i' I '

" ,C~da ujU de~ses denunciad~~'o~erava com colaboi:ação logística e operacíonal dirc'\a
"
~stá"el! de um
:"" "~, '
ou
mais associados. No ân\bito desses segmentos' relacionais, a redc
, ", I

,. criminosaassumia:'<, contornos societários, mas mesmo neles estavam presentes 8S


;. I c~racterístic~s! de ri~idez e troca freqB~nte de [unções.
['I' ," " i< .
U' " :i
i.2.1 Henrique Dornelles Foqii
'"1
,'j

1J~!fll,~lI,~S Forni agh'~') no período d:1S investigações} pcsSOnlll1l~nte c COlll ()


colal,óraqpnls em três vertentes: ,
m2Iritl;y,e o' controle de q'qis pontos' de venda d~ drogas na Favela do Turano, na
W'll~'hi';f.lI[j i~'lJ~ler:,:,!ailZtll"'~, de,múltl!Jlas espécies de drogas, cntre as quais MDMA, LSD,
i"1~l);ixl~l!aIDçfi::p~!:fuíi\e,
,: d ,~L!~'",lI,",,' 1 , "
!
I" , I' ,' , .
@',1\t1,19:1iJÇippid:!Q1St[iU'"'<,)')l·1 de drogas sintéticas, em especial MDMA eLSD, na 'i' '

is~adc drogas sintéticas, em espccial MDlvlA e LSD, na


Rio) de Janeiro.
'. .. ~

a~JP'~ctqs da: atuaçi;io de Hemique Dornelles, Forni revelam a escala de sua


8fiim,~irg",! ,está erp 'que ele realizou, ~~ período, múltiplas tratativas para adquirir
, das quais efetivamente concluídas, a fim- de cultivar seu :"

M,ml~jItô! ~C!h:!',! ó chefe do tráfico: na Favela do Tuq1llo e de prover annamento aos


P,Ç:,ptq~: gas quc81i controlava. O ~cr.t1ndo está em que, para além, do contato
,?om ROdrigo GoinesQui11tella, intcrmecliá6o..1.ransmlcion~1 que lhe
~int~!ic'a.s', ele dilige;lcio\l estabelecer contato e interface com iritermediário
iiij:!!Jl,at'SI1,ã'ci~11â!,:q aU!1I'EI't11'flva COpl WellillgtollSoares Brasileiro, capaz de supri-lo de haxi,,<o.

, 'dois pontos de venda de drogas na Favela do Turano, na


'ldgrpu assumir e manter o controle sobre c!cs medi8nte
~",l,!"',,,",jWltO ao ,chde do trófico no local, conhecido pelas
Jl;\li,~-j~~~~~t~!~t~*~~~~'~~~I~I~.~i#'''','I''.
li
; ,,"Bar,bicha:'. Emb?ra ~e fizesse presente con, freqüênCia
'C'.'!"C'-"--· Dornelles contava C0I11 dois gerentes, Diego Marques Bezerra e
nos

àH)rria!;Tê)rr,~s os qukis mantinha contatl? diuturno; contava ainda com a


Pel'c,11-fi 'da" Silva
Fill1o, associado que funcionava como seu apo ia
:opei,à@lI)@II,desempenhane\o tarefas de leva-e-tr"az, enviando recados e dirigi 11elO
, , , ): i,',:' ,
) " PEDEluJ.Lr, ' i :.
PÚBLICO
"'ré,'ocuradoria dafÚpúbl(ca 'ni:> ~s(ado d? ki?l,deJ:Ii,!:I'" "
; ... , 1 I,"
. ...;{' !,g , I, " .~
",~ ti" I' t ,','1 _,'II!",!:'I':
,',:1 -,' ','
,,"

i ~ r~
,- I

o~g,uiriJe~' d':' 'á'1 ' ItiL i"''çóhntc;c6pl~d6~'c;úrc: I'1(:nriqur; Dornelles1\,'1 F:'orn


i

,1 tr~~~~I'o:~é~0LtiJri'lnenib:e~11 24/0GI20,OH' lI:; /.1


h:\ 1111 111'\11. ti
"
?eiE~io:!pa.li~wa:'1i9í·tqê" I' ".'" " , ' :1"(: " :::
;,!:f ,j';., ',:)(!i. i',;
'I ,::,',;' ,
: li!
I, 'li
. (,i :"1, ' ,I' I, !-li :': : lil, " I,

(...J!sjiT · Fala tu! I1d;", ·\r!ala iuk'Ji , ,! .\'q;'"/,,I, ,\'/' I ,\'oIl,"/!',/" '/111': ,'"", '
i Uf~fl::Vai morr~r,I)sdf!!:~;l~r(J'i~-(~.\) fI.DF:iSe li!~{/, Clill/f} ( I/li': tIlP:'~),íi//l"
,~/'/: NilO
'sô,1t!l1ha uma de "'!l:!~!,[c[\/'ga,()9 áClClo) , ('OI,t,,':" !:/UII'i/ilclilf
enten'ili.HDF: Tu falo~, q'1;(J lemM na de "A," contig() !~/(llnl(/(/,,;' ,":I"J:'
UIJI'I,
linado ] SJ"I:'
tenh~ hma! llDF: Tem Lbhd co!n d"Safa dinho" . [trafic ante subon •. , ' ' I, I, I

U':}a' 9?r:! "Safad!nho", uma comi "Jugíllho:' _e uma gll~r~ada çomigo


' •. , : '
,
. HDF:
tava vendo no
Nao ~ljtao tem Ires totq/? SPT: Isso. HDF: 1'0, mas aqUi que e{<
duas que
. papel -linha cinco antes, pô! SPT: Cinco, cara '" cinco com as
HztnJl1 1in! SFT
. feehcw [cargas. que já foram vdndidas) né, cara?! HDF:
Esq úe.ee u, cara? UDF: Tó tudo! estranho ... SPT: Uma que tl/ pegou
COIl1

"'I"e/" cl/)i/.:<',· mcu luc/'O


"Xer~quil1ha" [traüca lllc subordin.ado] " deixou
/)/"11
esse )i/lul
e uma'pquela outra que o Diego lava comigo que eu pegue i col1tigo
Aqui nclo
de semana. HDF: E aí, lá chovendo muito aí? SPT Que chovendo!
aí pesadiJo.
': '
tá chovendo, não, cara! HDF: Então daqui a pouco ell pareço
SPT:J~ é; umabr aço. .

aí per:o?
'HDF: Alô, SPT:. Fala. HDF: o JUl1ior eo "8afadiriho" estclo
inados ) 8PT: Tão l1ão; fala. IfDF: Emclo, com, acha eles c
[t,:aljlcante,s subord "
eles passm pn a lista de quem está devel1do do IO!lça, [tubos dc
I 'f' i,'
" ,
ça-per ful11e ). SPT: Valeu, valeu! HDF: Praeu fazer a
<'''O'H'''O de etilá"i .e.,lan
,,' '.:',il· . I " 1',
Fala ...
,I, ,.
"',

COI'Jrczizca.. Nãofa la pra ete ficar uma listp com eles '" héin? 8PT: "
li;l'lMt:M~~yl!n!:iji~~I~J~8.: ~'i,~lif.tr:c,ot!r~!e,sc~rto (SPT Hum,. HDF: E aOLW~, . a quira çomigo.:
II'l igd 'do ol'e lhã ory cob rar aí, pô!, 8PT: Ligar .. ~ não entend i.HDF
" c6brardO'dr~1~ã6a(, P6/SP T:Tot al, tot~l ... eu ~ou Úgarj á pra
tu
\, I I
' .: '. I '
.' 11';"-,
Fala.
.. ' .' a pouqv.Jnho· eu vou ali. HDF: Não,' se liga, cara .. 8PT-
,"

De: :A" [ciu'ga cly ácido - LSD) enlão tem três, entõ,o ... total? 8PT:
"ó-l,lO,S U . . fotal: ... agent e ~enta ar~um
ar mais qí, cara. [abast,eccr-se com mais
de!LS D ..c ácido) JIDF: PÔ, vai ver. .. 8ó eli que-te nho que ver as
.,::H<'''ç.'~·, .cara. Sp,T:P,ô, eu
já te falei: o (INAUDÍVEL) tinha um o maluc o já
vende ,caro,'tt(; não ' vai quere!: HDF: Mas aí é que tcí, cara; mas n'a
:,
'n~í:;es,s,ld,"de a gent~vai ,precisar,' a gente aumen ta
"R$5, fO,da-se! SPT-
~l_'

ao, I

HDF: Tá de graça, pô! Então tem três vezes trezen 'e quinze ? i tos
'. . lssb, isso! Novec entos e quarenta e cinco. [valor das cargas d,
'''''"'~j HDF: De "RA" [haxix e] tem uma guardada, né? 8PT-
É? HDF: Nãc
. ficou uma guardada? Eu acho que não ficou, ~lão. Ficou nelo; sabe' Il

'~ausa de, que? Nós fez uma, bateria acabo u da (INAU DÍVEL
i HDF 'I::

,1!.rllQ,o. cara, mas você não fez uma só? Tinha duas lá,
cara! SPT· É cara, 11",'(1.'

<:
'., eU,.acho,que essa daí veio direto pro, pro, c/aquela que tufez naquei
ceu? Que eu
v~io!direto pro. "Xerequinha" na hora, cara. Tá louco? Esque
tell1 "
4qui Irazer,pra ele, que tu deSCeL! pro baile. HDF: Ah lá! El1tão
a ú'l1ica t
: ntão? 8PT Ham, enlão .00 as que lá na pisla e uma ,. e
G'le

" . aqui é ess~ de "A" mesmo. [ácidq - LSD] J-IDF:"Nciú cara, 12'""
v.:'
(
, (.
\
"._-'
<.

MIf'llSTÉRIO -PÚBLICO FEDERAL


Pr(1)qwadoria da r~"p~blica no Estado do Rio de Janeiro

negócio ;naior guardado. SPT: Não, ler lem, mas lem pro.fuzel; curo. Nüo ICIII
nãà, Tem uma que ez/iafazer e não fiz, caro. Esqueceu: (f bateriu acaboi,! ['0
qUE{'.t11do indica, a referência é à balança para pesagem da elro~.a] llDF: Dn
Inaio)' ali da menor cara? Da pedra [tabletc de baxixe] maior ,'li da lIIeli')/?
SP'r Da menol: ji; a menOi: A moior tá do jeito qllCI!l\-'a. fIDF. El1tào ((i,':é.á
tem!i<ma mcnol~ não {çm? SPT- Tem. HDF: EnrcTo, é isso que '''Ii lá jálai':/",
corá. 8FT: jlntc70 é disso que eu lá falando,' IiIClS mIO ui l'/'Onl(J.;:'m que jil.:c',
HDF: Maior guardada, deixa eu botar aqui. SPT Hum? HDF: Melhor Ji-"', r
quejá tá certo; fazeri{ma. 8FT: Tá vou fazer ... daquia pm{co \'011, atrave,so
e faço. flDF: Fazer Uma, certo? Com essaque vai jazer tem quonlos? Tr.!s?
SFT.: Não sei. Não sei quantas que tem de poeira naquela outra lá. [resí,h,o
ele choga produzido ng corte elo tablete de haxixe, droga estantlu seca] !-11 )F:
NãoL tem, tem wàa COIll () "Gagllinho" de noite c 1flllU de clia, c(lr(;?
flí.ÍO
[trafi'~alltc subordinado] 8PT Tem. IlDF: EntrJo, carLl.· com ess,: que você vdi
fazei;' voi ler trt?s feil(;~' cara. S'PT' Entao, clI/lIo "OIi dâxar es::, I prontn. ,:/('11
juzetessa h"ir:. HDF:.'fa. Seiscentos e (rinto. S'eiscentos c trinl,; é isso? S·!J,r·
, , Niio·i:cillclldi. 1101': SeiSCCII!O.\· e trilllu? "'VI:-' /'. S,:i.l'c,'ilIU.I' " Iril/tu. Ui ".,
Não,~;,iss() eu ((] sem un(çv: s(!m ':''-01' nada. li'll ta hofnJl{/I) Irês. ç l.'te tC)}/ dllt/S c
"

úma Çjlte voce vai J'tlzU!: S'j''{' l~', f}10S seiscelltos (' /rin/u l·()l/{(i.'~(/o CO!Jl {'S::(/
. que Gil tenho prajázCl:HDF: Tá, c aq/lclo gllordudll 11,,0 !e/ll '" ,da ho\'c/' lO'"
isso. I)'j)'f" C/lIol? Aqwdu outra !JUlio!" }lelO lc/}/ IIddl1 /ulI't'r 11/:, '. Pu !;'t'!!! sl'i
nelll quan/() q/le lem uela cm peso. JIDF: Ic'/I/I'udi, ('!I(('!Idi. ,nle;uli. ,'!l' r-
Total, e))tão. JJDF:Aí. 8PT Já Vali te ligllrjá a cúbm,". HDF: J~;/é'lIl
'.

60; .:,: Q seguinte diálogo telefônico interccptaelo entre Hcmique Dornelles J 'umi c Di :';;0
Mar~u~~Ta,',tra:ado em 27!06/200S àsl~hOlm, ·.também iluslr:l a mecânica .10
funclOnamento desse l1lcho de atuaçao ela assoelaçao: '
,,
;
'. HDF: Hoie eu vou cal/versar com e/e - Sl!I'gil1ho -', In ligado:> 'Tu escolhe o
que lu quer que eu não goslo de ping pong, IUlnl' Ol\I1J: 1',,,- que lu 'I!IO
aguarda 11m pOUCO pro ver o que ele quer mesmo? !JDF: Aquilo dnli OI1'ell7
eufaço na hora que eu quisei: Eu conheço geral, DG!l2/vfB: Aljuilo ali aC.lha
rápido, cara! lIDF: Bagu/ho pouco já "pum n. Imagino bagulho alto! Vou c:!é
parar de jàla/; mané! [receio de falar ao tekCollc] DAl)): O }}Ial ,/"
8ERGINHO é que e/e é"muilo obcecado por dinheiro! ( . .) flDF' Ou vai geral
junlo Ou não vai ninguém, iss(} 'fue ele eslá 'lucl'eml" .ficC!' eu já podaill (.'1'
feito !lá muilO lempo! (..) Onlem o amigo dele qucrendo lileler bl'oi:co,
querendo que eu pagosse num negocio que ell pogo sele, seis e meio, o oilo ...
DMB: Tá maluco! HDF: Aí o omigo Bqrbicho [chefe elo tráfico na Favel,· lo
TuraI1o] fa/oll;. vou le fa/ol' uma de comçi!o, cle gOSl1I mui!" de Inim !IÍ
ligado: - se não te interessa mIO pega, mio! (.) NDF: Se der lI,olc, daqu: ,':1
pouco a genle tá batendo oté relirada doquela órcu ai!. DJl-fB: ;;"lei COill D'"
pro onde tu for cu estou indo! ( .. .) DA1B: imagin!l se fosse ao contrário: ,'U
estivesse na "Malinha e c/e no "Dezessete" ['bocas-c\c-li.ll1w na favel~, -lo
U

turano. controladas por Henrique Dornelles]. Elc já linha s,tido há ""tifO


tempo! ( .. .) HDF: O Carioca, acho que ele me tra/o bem, 1110.\ acho que ele .--- ~
:1
!
/
I'
"
" ,

MINISTÉRIO P,(J8~IcP FEDERAL
Pro~~radoria da RePYR !ica no Estado do Rio de Janeiro
~;
, ."

"

o Ii
não gosla muito de mim, não, sabia, mano? DM13: Depois daqlldc bagulh
cob"ci
da "balei' [MDM A} lá, mano, é que ele está boladoi J-lDF: Do (i'W eu
ele? 'Mas ele não tem que pagar? O ccrto /1r/O ri pagur? DJ'vIB: })'.jJoi s que de
P"i,',J
pegOl< aquele "RJ1):" [haxixe} eu pemci até Ijl/C ele ia bOI'1r w, '.'ucode/,
relof' ( ..) [JJ)F: Eu v;m, lira tudo, lá ligado? Deixo ..~ô lri 110 nutro selor
l,i,
' /(í. Levo f:!(:'O
teu, :que está meio ri<linl,. meio parado, e boto U C)lO]}!1 qlfClJ{(
mel;/Jra lá. DMB: PÔ: ia ve/1der pra caralho! HDF: Aí parou, injicor
Iene,,!
k pela Iy,c:,-
(..) f:IDF: O que eu eSlou dando pro cara, ele aluguc l[mcn salid:H
dc-fj\ll1oj,' ningllé m VIii dor' J~/1le/1(lell ou m/o?

Ili1 se
61. No âmbito das tratati vas para a aquisi ção ele armas de logo e llluniçêic's, dcstau
Helio Pereir a :.ia Silva filho.,
diúlog os tckfôn icos 'interc cptado s l!ntre 11enrique Dornc lk,>
'L'urano, sobr',: :l aquisiç~,) ele'
Diego lvlarques Bezerr a e "Piu", chefe do tráfico no \v1orro do
/2008, entre as 16h40 m ., :1:
fuzil destin ado aq último , Nos diúlog os, travad os em 14106
17h40 m, Hcnriq ue Dorne lles, cujo npelid o entre os trafica ntes
era "Brad dod,", particip'.,,, d:
lles f'l1l1cionou como ilJ!l.:rmcdi{lri'l, 11;
aquisic,:Gu de arma' de rOF,tl pur "Pill'~, \ ll'llriqu c Dorne
u", S\)hl\' l1Lgl)L'.i,H:~\t
l1H.'~\ida em que Oril'!ltl)U } klio P0rt..',ic.l, cuja alcunha l:ra "Russ
il

de "Cluisi\:üo, e negoei :ll"h


. presen cial com o forncc edor, em· especi al sobre II preço
s(l!xe o pre',:ü de vencia. (
dil'dam enle com QS intcrlo eutorl! s b:\seaclCls na Favela do Turano
lucro pda illtcnncdi,,\,'íl\ "
objeti vo de Henriq ue porne lles era duplo: extrair, pala si,
crGden ciar-se junto' ! "Piu", facilit ando seus negóci os na Favela
do Turan o,

efetivo u, a narnti v
62, . Como não há eleme ntos qqc demol lstrem que ri compr rr se
va de aquisi ção de arma d
reh:ata >de pàrte de Henriq ue Dorne lles, P\\rlicipação em tentati
fogo ~~lj\óÍeio de ativida de cOl1\c rciale cm desaco rdo a legisla
çüo pertine nte,

; ~\
,
Silva Filh,.' em 14/06. '200 ;
63,," JTclef onema entre Hcnriq uc Dorne lles e Helio PcrGira da
de. (1<\ ;1rI\m c indica u
à~'1;}6h4011~; em qt)e o segund o assegu ra ao primei ro a dispon ibilida
pre-~o: .

HDF: E ai, Russo, mç liga aí daqui a pouco pra g~'!ilc 11'0 C(/.'. içléia e \','

negócio lá logo, cara! f1l'SF: O negócio iá está comigo já.' {-[DF: ;I
(,,1'"((

[caixa de muniçã o} I-IPSF: Não ... lá comigo o... /iJJF' Ali léÍ mlcnd
i... jij'S, .
São as três daquela de onlem e aquele gl'ande... [aquele grande - fuzil]
liD_
Não", não." o pequeno, se liver coro, C1l não quero, só s,' /0/' o gl'(:Il(,
',:
Escuta só, e "
, mesmoi I-IPSF: Cinco cada um. HDF: Neio". não". ffPSF
gra'nde ele não vende por menos de yinle e nove. E rem oulra coisa, el:
:(1

levar'agoro pro te passQI:" porque se você /1ão qllisel; euiá renlJO uma j. C.'S,
h"
que' vai ficar [R$ 29,000 ,00 o [mil calibre 7621 [!DF: Elil,io V(IiIlOS
"a',':if;
cara! Vem aqui, daqui há pouco que a genle vai doI' um f\lfJO 110
do Tcl1:{r:.' i
[moqo comum de referên cia a "Piu", chefe' do trú!lco no l\ íürro
Cjl : r.
Hp'SF: Eu não vou ficar desfilando com isso, mio, COliip,ldre! [nã,)'
circu~ar C0111 armas 110 carro) Eu só levo, o seguin te ... Clt Sr:'
fero se VOCl': j, J,"

S ,-.
f,ica;. e outra coisa: O cara quer o dinheiro /la man, c cu 1L'/I11O UIlS OI/:ig"
L~i':ic
qlle'pagam, eslão com dinheiro e l'em aqui em casa ago!', I:' JJDF:
;.1

/
':!.

.
j'

I
'

IMI~ISTÉRIOPÚ13L1C8 FEDE RALI' " '" ','


PrQGllradoria da Repyplíca no Estado
"
do Rio de Janeiro
.
" :~, ' ., '

'.
!
l !jue
" contigo, cara! Eu fal~i que vou te pagar e você,lá nessa, cara Parece
i:'pá' " cara! AL. púg!in ta se p~lo menos, ele não faz e·.,ete
a vinte I; [R$
por
'27.00 0,00] pra gent~ ganhar um eu e tu,! cara! HPSF: Ele n!7o vende
i agora pra gente
mends um tostão! HDF.;! Então, .. vem me pegar de"táx
(...)
reso/,ver isso aqui lo~o'.. ~\q gente 'vai lá no amigo pegar o dinheiro agora
pra ele a vime e'
HDF: Se liga: fala pra ele, 'cara ... que se a gente vender
n,ov~[R$ 29.000,OOl?,le dá quinhentos contos pra
mim,e pra tll, cara! HPSF:
eu,
E o aue eu estou tentando conversar com ele. Játá na mão ... já tá na mão,
isso fi de
, quero dizer: não está'çomigo;. mas está na mão HDF: Olha cara...
cara! HPSF : Pra
, menrs ... tinha que, Pelo ineno sdar uma coisa pra gente,
cem
gen{e não trabalhar d~ graça, né? HDF: Mano, se ele pedir tfinta reais,
eu te falar Lima coisa:
reais, eu não estou ri~'m aí, cara. I-IPSF: Agora deixa
rudo 111:
EuA./i lá na casa del~". ele é Major da Policia Mi!itw' ,:eformado, .. é
( .. ) li
caixa ... IUdo novo! [-JDF: Já é, cara! Vem me encontrar logo. cara!
Vendei Mas vocé teli'
gení? vai ganhar é ji{nto, mano. Nós vende pro cara?
a gente
que'botar pelo menos'quinhentos no bolso e eu também, mano Sen!7o
l

Eu estou dando w;,


, fala;,com o cara que é foda também, né, ,cara! HPSF:
: ,.
t~mpinho porque o '''Jau'' tá ," eu dei o dinheiro já paguei ele.,. pague i mai
ã
os trezentos e cinqüdnta daquela parada "quatro cinco'" [caixa de muniç
cali]~re .45J... HDF: Não, não ... o cara falou que ia fazertl
'ezentos, agora ,:
.trez~ntos e cinquel1ta! I-IPSF: Nao, a sua écl'CZCl'J/os!
A silo! ;liJuelaque CII I,:
prome tz'!' Agora as outras o car~ lá em cim.a falou que paga ",'.
trezen tos c
! '
',,'
·'1
cfnq~:nta. (-.J HPSF.: Assim que eu esti~er fC?m tudo
na m!7i:!,elfte ligo por
q~enao adIanta eu... HDF: jaleu ... valeu .. valeu .. : I ,.
, " , / ' ~, I
, I /'

n
:Pome lles entroll, então, às17h40m, em . contato com homem
:'que, ao que tugo indica, é "Piu"; info~lando de q\le dispur ;ha ,:
fayela~a'pelidae.ssa arma' de' t
·:::.fpili1~ii:ied.o.J·,Of.l,l:r.I1e ,de fuzil calibre 765 (a gíria do tráEco das
'ld~e,,que bastaria que "Pi\l'" entrasse CIll contato com Dicgo" 1\1'úrq\1cs BC7.Cl'1 '~;,
~Jtl!i~ii;l:r"~~;i;:s:tl~~.jrrl~';lc
c c' ~ Hel))'ique ri apélidaqo de oq, para solisit ar a presen ça do transp ortado r ela i
.1
"Piu" insistiu em que Ilcnriq\lc Dornelles tomassc as pr6yiC \ências para a vinda da
" ,
, ç
a lavela~
, I , :
, '
i I';:';
i I

"<:" ! ; ,i' j. i li" ('::

.. HN]: E aí, ma~o? E as ,"balas", mqno? E as "b~las", irm~o! I-IDF:


'., 'i (.:) )1'::
levou 1:.1 !t
i' ,

.,i 'I ',' : " Coro.a'foi lá ontem pô, d DG n!7o te passou a viseio, não? 'Que ele
lI:il.,
, ,
, ..
ôU!ro negócio lá e,I1ÇÍO tinha. E Se liga: o meó /Fuzil .762) é ,vil1te e oito
ali sóé
HiV]: O que? O meó é vinte e oito mil? HDF:' E, o cara falou'que tem
,

lel'ou
• mal1,dar vir. .. eu não sei se é mcl1Iil'a... ontem o cara arrwl/011 W;l lá ...
'"~O

11,/1] pro amigo lá Hf'1J: Então manda vir que nós lá com esse.
dinheiro! I1D p.
Escu[(/!
E piesmo! Se liga... se liga... HNl: Manda vir.,. manda vir... HDF:
ir praí. Se . ',1'
Acha o DG e manda o DG ligar pro cara e manda o cara
ce~tp, pode mandar o. cara ir praí, mano! IlNI: Você é que
tem que CC/lO' o
rdp. lo
,D(J,'cal'a. ( ..) Nós rá com vinte e seis mil e dois nós arruma na boca
(:.) ,

65, llemique Dom !:u 1\ b~111 atuou de Ilwdo i'ci tcrado c.omo comerciante\ d~ ~
, ,,',
:~',q;'l~i!-i
,:'
'~,1i'" ':1 i ,,1"1"
r' ii
l'i"i'l .
"':':',':":,~r
,: ,: ', : ,í~I:, ' :,.~ _,:~', ~:, '~:, ' ,"
. "
i \,:,

;.1·,1" L ," " '

; '", "',,' , '; ',' 1


';" I, ,i_, :" ,!!".
i5bl,' '"
\~,:":",:,."_'" " ,_, :, ,.,,~,." " "
,';li!lPi , ;,'
"pT)1! N!S!ERIO,PU~LlCO FEQErzAL;" " ,I"
S081,J,~adpria da I'\epúplic<;t 0ó~stadó qoRio de Janeiro!
', ' ,', '"

, I, 'C"" "'1'1' ",' '


'"
,'i
'" ,,"
I:, ',' 'I'; ir"" 'I!! ' ' : i 'i ,i i
,'i;ih1fl p~r~1tre:!*
nr(;~O",qqm;:~) fogd, 9§e~4;I1WidiJ'16go!itelefônido, tra~a~o ej 3/0712608,: ~~
i'rr~~les'a~~wiaI1
" 'l.'l.n i e 8an~ioYi~f asscici~da a chefes, do tráfi~o; do Memo . da'
Man:flue'!Lr' a'identifi8ada.',pela alcunhlj' tl~,'\q~úcha'\irhostra como ele
já eracbn hecido ,el)-tr e
fr~,fic'~Ltes' ?as~*d?'j;\!n:}avelas,c~~~ f~r1e,yedoL~as e n1~nições:de múltiplas eSPfci
es; ,

. " ' ;:': Tq,:'~:(. 'l'" ": :~':'I


,: ,~' ::':;",
tranqüilo afinr Iyfanglleira? (.) JS: Olha só:
_: :
tem as cai;;;as dos
, .f{DF:
minHas duas
negqc iosçd ainda? [cilixasde!munição] HDF: El' tenho aquela s
quare n
que f~ vil-( comig o JS:lyf e rii~o nome da palavr a mesmo que é? HDF: 'i "

:.[cali1J,r~ 8,uarenra]J,S"Wêj.9! HDF: Ah, Cpç"" CBC, ~ééé,,, holey


pon [quis
HDF: ho'ley 'pon'J S:
, ,dizer hollpw pointJ 'JS; Issol Como éque é,fala de novo?
JS:
,Hol~y?éamoé qUii é? HDF: Pointl ll JS: Rol~r paint? HDF: Hum, ~u!l1l
ta o quê? HDF: Ah,
'Roler ? Assim mesmo ? HDF: Hum huml JS: E quaren
:r;ara /.("iJS : Quare nta, balas
,',
ou quaren ta ocois af HDF: O mímú o [calibre]. '
I '.

rrariqü ila, cara; rmahh ã eu voufa zer o churra sco coin afamí lipe aí til
FiCa
vai querei;
vém (lq41f JS: (...) .$ pc:irque o Murilo falo:/ que o Frank
,,'PergHntal!am~e tu l?,ã0 ,tel~, balaiçle fim'/. Não conseg ue
bala de filzil? HDF.
l
.' i', pô,; ,Rrrq, 'só lá no eJÇüc!to" , chega aqui, cara, aí, amanh ã tu vem, aqui
\ !;\r~CTio do telefone J' "

de atuação como distribuidor atacad ista' e revendedor varej ista de


I, Sul do Rio' de' Janeiro, Henriq ue Dornelles
forni comer cializo u,
e~;;enc(alixúú';h;,dIpiÚlssintéticas (L8D e MDMA), que obtinha de
Rodrigo Gomes QuintelJa
,ehú,'c:lP!iítêJr.;,éVêntt!~l.\, de outros: fornecedores. No diálogo telefôn
ico transcrito a seguir,
10MOm, Henri quep6 md.le s negociou a venda de mil e oitoce ntos
'lii~ili'iI~~;[j~fJfAtt~j~l~J~:~;~ adquir a Bruno j3agaro1lo Motta
ente final, indica ndo
Alves, revendedor varejista, o qual
ser sulista. Henrique DOl11clles sugeri u
íl:
neiwi~ia,ção na reven'da:

/,)'{f[ )F: Só tem um eoitoc enlos [1800 comprimidos de MDM


A] mesmo ,
mas eu acho que ele
, ,caral Manda ele vir logo, assim mesmo, BB1\lfA: PÔ, é,,,
'nãqy ai,que rer essas aí não, mané; [compri!nidos da cSj5'iSc'ic de
que Hcmiq l1c
oa outro
';.o~t'neUes dispõe], eu encont rei outro amigo ali, tá ligado ? ralus~
aí mesm o l
, fornef:edor] HDF: Nada, manda ele vir asSim mesmo ! Joga essa
,BB1vfA.:Eleficou de me ligar. .. ele levou uma (pala - comprimido
de MDM AJ
1 " onte r1pro moleq ue experil:nentar, ,entendeu? E que o moleq ue não quer levar
HDF: Tu
, .' " 'coisa,:. pá, não! O moleq ue vai experi menta r e vai me liga/'d epois,
dei da
de~ des~a? BElv1A: Não, eu não dei çlessa nelO", eu dei da outw! ,Eu
iFala sério!
" "cora,ção rosa',', mas ele querfa levar dessq aí também. HDFJ
i:' BBMA :Não .. , jica Iranquilo que ele vai meliga r, mané" . aí e~"
vo~ 'na 11«1
: Eu tô
, direç~q. (.) HDF: Enjia no cu dele ... ele /lem é daqui, mallo! lIlJMA
[dois mil
. ligadq !HDF : Dá dois contos dessa pra ele e dois contos da oulra
do fazel;
do optro fornecedor]. BBMA : Então é isso que eu eslava queren
levar, não tem
eI11,eI1Cle u? HDF: E não fala nada" . fala: "mano, é isso; se não
sorte que eu
,',' corru:i'!evar a outra, A conces sionár ia é assim, mano! E tá dai,do
~qo.leqpresel1tei ao amigo , porqu e ele' ia virde bicho, te prende l; te dar,do is ~,L
/ HDF:
taRas na cara e mancho: lu ralai-" BBMA : (Risos) Eu vo'u'aí, veado
:;
"

"
2:,t
"i

"0 ':; i'


\ ::,: ' , " .
On}~m aquele o. WellinglOn, me ligou ... eu
fale,i "sabe o que na/i/a do cara, eu Iô ·vendo só
voc~s se agilizar e' mefohalecer ejh nada. EnlÜofÔ loge) li'.
avidimdo: se tiver : com fie l~, eu vou p/;ender ~Hão q~lero
scib,~r de porra" devo,!s nem vem me pedir nada! Eu' IÔ falando
. agOf.fl pra tu não rd,~tâlé,:er e lu continua!" (.) Vou quehrar ele, lu vai
lq
ver que eu 'vou pô! A, mesma c6{sa que ele eslá faze;ldo com o
coniédia do Fred. .. ' que eu voufazeróontigo? Sete (11:$ 7,00) (..) Aí ele
vai fJcar fodido, porq~e se ele bolar menos que isso, cu \;OU bular a seis e
meiq:(R$ 6,50)(...) .

'2.2.2 Bruno''I,.'"üliveira Loureiro•


!
.:
":,
:

Loureiro agiu, no pcríodo das investigaçõcs, como distribuidor


,de Jan~\l'o/RJ, de laoça-perfume provcniente da AIgentin:t e
!, 1 Ele constituiu, na rede, criminosa, relevante ponto de
cOii)y,~nlêrlc:ia,')nC'qil\z:,n(io ei o~gariiz?rído a atuação de várids associados. '
, "'1 :': 1 -j :- ' ~

I ': ; :, j i _ i . :• ~ ,

u,iriu reiteradanlente eljtorpe'centes cOln'a inte'~lJlydiação,


IiE:rnli,lss.o'n, Aydino BatiAta; bcni COrilb, poslcriôrm~nte ti
,l\J,plla(:l, Kauling:,i,Contou com a colabon)çdo 'logística c
" " '", VACOl;cclos c, com a prisfto deste, de Th(ngo' Ribcirc;
f<\2:i,ilm' irecebiplcnto,? Jl.e~agem e a divisão dos entorpecenles, bem
preposto,s, n~s t~j'\,tciivas eom os revendedores varejislas. '

! : ,
Loureir<;l ':0I1(OU, ainda, com apoio reiterado de Thiago Mnc icl ,
Çlcj;'n1"I}ql:,F~ol)el'lO' FelipG Brfcio DtUlicl, bem córno com o apoio ~sporúclico de
~'t::;;il~illla,' na' , " , ' de t,raosportaelorcs ("mulas"). I\s vendas, ele
Jll~:~i~1~~~~1[j:'~~~1t~!i~(;ornanda'cj:ls dav<ljn-se pára 9utros associados c 'traficantes ele favelas,
;i! bairro do Santíssimo, destc cidacre...;pcntrc (l~' associados
lIc:sLwca'.',sc, pela densidade do relaeionan~c;l(", 'Guilhennc
, o,go,s" ' 'interceptados entre os dois em 4/08/2003
22h56m mostram negqc)ação em que Guilherme FraocavillJ
mil,yquinhentos reais por haxixe que adquirira ejá,re~endera:

Vai lá na lua área lá para ver aquela parada logo, meu


V"'1üI\., , -

I!Ç!',T~,irQ. BOL - Vou ve/; vou lá amanhã. GMLR -; Vai logo lá hoje, de repente
I!0L- Se ligç, e o bagulho do rae Qlnxixe]? GMLR .- ['ô, mnanha,
~: Mas tu nqo fez o recolhe [recolhimento de dinheiro com 0S
qui(ente$,J .de nada aí, não? GMLR - Não, não dá para ser na quarla, não,
o recolhe amanhã, BOL - Pô, o bom seria am "ilhã. ilé? O
/ .1/:' f/
.,.'~.~. -

I:'·
: ,:
!.[ ;
.,:.'.

(.) GMLR - Pô, m~nr,os: caras,!,me derGl~ pouquinho "ronhedi" I[dinheiro


. com ~s sílabas inverticjasj.,'pOL -#? GMLR ~É. BOL- Quanto? GlrfLR - Tô
com dois e meio [R~2;5QO,00]sr, BOr -'Ah, depois agente v~. IGMLR -
amanl1?! eu jogo [alüs~o' à; depósito] esses ({ois e meio. Mallda! aqui por
'I "I':
,: I, mensagem logo a conta para eu b~tar de manhã. (..) ,
.
I. ;., . '-i
".1
! .',1 I : ,

:' 'li',J70, "l3runo Oliveira Loureiro esteve preso do início das investigações até ~/06/200S,
j::j'quarido,Joi posto .<:m livramentocon~icional; mas, mesmo recolhido, ele operava com
:: idesenvoltura~. fazendo uso freqüente de telefone celular no· interior do Complexo
,.,r!II"·"'J:t'.Penitenciárigdc Gericinó/RJ para corÍ1l-inicar·se com seus associados ..
",i! : : : i: ::: 'i i:"~ " .. :"'!!:' 'I

'i "

31 a 45 ': descrevem
:1 '·i"
a ,"conduta de,
Bruno Oliveira Loureiro como
iquatrp operações de transporte de partidas de lança-perfume do Paraná paLl o
'Jarleil'lJI 'i 'Órige;nna Argentina. Ele. fo'i· o dominus, na qualidade de
.. , ,'narradas !l'aqueles i parágrafos, que redundaram na
. Barra do PiraílRJ, quando voltavar'nde ôniblls do
lYHlrc' em 'Machado de' Lima, de posse de trezentos e
I' ::'.' ,I

jan.ça-·pertume e; ria pnsãoem'flagrante, em 22/05/2008, em Pouso


l}':U,\!l'~\;'Ç)[~"'.,\-,>,up.:J" . Lobo '~f1 Si!yae Marcelo Coelho Aleixo Filqo, que estavam
frE\~?osde! lança-perfU!1Íe,/àinbas com materialidade demonstrada, e ela
i;:Te~IIle~s~~~r,-à~bi§~l.'h., .c1o'!~o cle Janeiró,ep.tnÓO/05/23008 e 2/06/2008, sem que a autQridacle
j';f;;pC)FC;i?:\H!pg'ráss.e,.\m~§dir, por quatrottansportadores não identificados, de quantidade não
f,ascc.,s d~lança-perfume, I ' . .
'.~' f

.diál?'gos ttlefônicos a seguir transcritos, travados entre B!'t[no Oliveira Loureiro e


~lO'!-,U.lV. Machado' Vâsconcelos em 1 6/2008 às 21h50m e em 210612008 às llh15m e às
%

'!' ." "~,.' ' . . ~ .


.'. evfden?iarn! aspectos; da rclarão ele subordinação elo segUhdo ao pr~meiro, ela
,!,re!l:)111n~:i:a\;ão. dSlS I, tr.fillsportadores, llsualmente consistente em fração da partida ele
!li(~~t:0'1',ecentes, é.aa'
,,,.,,,,,, I.
. de distrippição de lança.perfufTIe para revendedores varejistas

, 'o' ' , ; , ,

l;;i::': ,I : I,: :",' I " "'"

CA1T/ -Estou recolhendo ainda, o telefone estava aqui no carro, ainda


... {~ês ali <?sara não jicou, parceirq. BOL - Estou te ligando e
. atende, pel1sando!que, é o que você 'que,: CMV"- Cqlma, irmiío;
. iro. BOL~Meu irmão, leva o meu dinheiro lá só i~,·o
'CMV -!Q,uqndofoi que eu nunca levei, parceiro? BÓL -' :la
'lI"'".J,.. e:;támaior(empão, cara. .CMV ~ NãO' está vendo que' o: bagulho ", .
·'·'al~1I:'1UiI0 erraqo bí parah1im, vaijicar nessa? Estou recolhendo ainda, irmão.' :. ,
'Está maior tempão, mano. CMV - fô, eu sei, parceiro, mas deu (~
u{)""nu t~. nã~ tá vendo como é que está acontecendo comigo, irmão?! Já.' ~
i ",;-
i ' ~'. ~ ::;: :' . I I'! ! I
: :: 1...". - ' ;
.. --_
~
. '. " '
. _. !
,"
.;;...,...,.-;..:.............;.~. ...... - ... - - "". -_._.~-~
\
,'59 '1

, i
;I.

acqnteceu alguma:coisa disso? Eu não estou' comna darw maei, f6lta


peg(IIê'~
re~lo,
de um e o reSlp de outro. ,Na moral, parceiro, é sq ter paciêh cii/ BOL";
I" i'O.: 'i I ' , , _ : 'I'
VOFê fala que vai :apan,hai:, e ',n!(nw ; ! ' ,I, '
apC[nha, I parceiro. CMV -, Pr, parceirc ~,

mas eu estou pegan,l;fo, irmão., Com o bagulho de festa ontem of caras


, I estã
, ddi:mi ,,
ndo. Fica tranqd ilo, irmão, você sabe que nunca aconte ceu isso, send
'I ' '. ,,
~
ql!e deu errado agorp param im, lIlano BOL '- Eu que -• -_' I ,

saio pcrqendo? CMV"


QHf? BOL - estou'precisandp do bagulho [dinheiro] urgente, irmão.
CMV,
Eu'~ei, parce iro.BO L .c. Leva o que tem lá, parceiro.
"o, ' i ',' I " ,
CMV - Irmão, eu Vale
le~Vy amanh ã o que!Fnl' pCfrceiro, deixa cu recolher que eu
"l"",
I
qu~ro levar logo
tUélp, parceiro .... o pagulho está parado, parceiro, está tudo, parad
o, N"
moial, parceiro, eu ~ó quero 'que tu me escute, eu nunca deixei, eu
;;' ,",-", nun:::a t
deç€pcionei . BOL'::"'Eu quero saber ,logo do meu bagulho, não I " •

quer,
explicação, não. El1qu ero que tu leve lá, parceiro. Então o, que
falia e;.
quero que você leve!'!;' "xacá " [caixas de l<lnça perfl.lme], que eu vou
vcndel ,
padieiro,. CMV -' É o qúê? BOL - Leva as "xacá " lá que, eu vou vender
. CMlr
:... Sá,tem duas Ou três'~ó ali que eu vou encontrar com o promo ter que
ele não
,co~:S eguiu vender, sq,'parceiro, só isso. E 'pegar "cocin "
. .),: ." _ . [cinco
,
] no Lacost e'
: ' {Fayela do Jacàré] e y;ou pegar agora de t1ês 110 Flame ngo e o bagulho estcí
.'!rql'/qijilo, sendo que ieu quero juntar parq levar para tu. BOL·':'
Você va
. 1f~gr'r' na Lacoste ai~da, sendo que você deixa bagulho [lança-perfu
me] COII
': os c;qras para pegar depois. CMV - Cara, mas eu deixei anteontem,
::i: !"iq~e 0 bagulho s6 sal/j ,C/nteontem ,irmão, deixou sexta feira.' BOLcara!
l":"i . 1 , ' ' I ' - ., , ,
1
- 'lar:
trtÇlYfq
"
üilo.:
"f
BOL '- Deixa o telefon e ligado aí oito horas da manhã. ()
,"~ . . " ,', •

,
, .,
L - Se liga, não deu nada
/
/
'

para eles não né, cara? CMV - Pô, não dei


l1a,tci.'" só dei o dapas 'iagem para eles. Só o da passagem. BOL -
Não dó
. para etes, não.' CMV - Eu.. , não vai d~r as quatro "xacá " [caixa
d
'nr,rfllmp.] deles, não? BOL - vai dar só uma e I/Ieia'[crlixn]
para cod,
ter q/j~ pá [ficar} comigo vinte e seis [caixas], parceiro. 1
e ~leia para cada um porque eu tive que,,: os carasdc:rmt:' mole e tive
"'.e~rslllr mais,dinheiro com eles. Não dá nada pàrGl.,eles
nelo, parceiro. E
'C/que,!epa;)el [dinheiro] hoje semflllta, parceiro. CMV -Isso !:ii, c/ando
/7(1
';é rrzesma coisa do Çarcaça? BOL. - Que mesm a coisa do Carca
ça?
, Eri,tão, tipo, eu não dei nada para eles agora, não, eu só vou dar
:delJois:'BOL ,:. Meu irmão, não tem que dar quatro "xacá " você só
dá três,
i':Pa,.lr~eii:o! () ; , I

1'-" I,':

E o dinheiro do dog [haxixe], parceiro? CMV - Calma, parceiro,


nnrrn' , BOL - Não tem nada não, parceiro? CMV - Mais
tarde. BOL - Sabe
" .' . ,é para depositar! Tudo contigo é mais tarde,,, CMV - Amigo
,
,aqui comigo um rei [mil reais] dodog , parceiro. BOL - WIl só' CMV
cgra, tá fraco ainda, estou fazendo mí/qgre, parceiro. O bagulho está
sin(strãp, ontem o amigo devolveu cem [100 grqmasJ, nem ficou, .. :
I , \::.: ," .',',

,:!';<'."L,r\"l.>j~~,"i':',';' ',.~~~~;;O~:.~"l""';"f.•~:,,,:,:~:,?& ~~IU


"',-'- .,: "

:;,"1:1.
,,' 'Cc
.i ',; i
....,
,

. i'
i

':1
'I i:
, :i,
l'. I, 11,:, :i ,:, :,' : " : "

, 1."
R€lpLib!ica:'Da:',~'s[a,do do Rio de 'Janeiro'
"1:" . , ',','
" !
"
: 1: : 'i, 'I, " t ';', -i'! ' ;1, I, i : ! I ! I

UI Ll.rm,,I,~ qid~des do! Sul 'd<;J Bra,silipara descobrir nove "

ha"velld({ l,;l!lI~el,UJ,UU'1 incluir na rede novo fomecedor,' aind~l nÊ • " ,. ! ,'., ,,' " ,

CerqueiraJSC. 'Incluiu também na rede, COlT,


intermediário, Riphael Kauling, "h,"\\sea,do em Curitiba/PR, coma.Junção de ·evitar que (;;
transpOliadores tiVessem contato' com! o fornecedor. ' ,
, ' , ' !

74, Em 18/07(2008, foram presos em flagrante, em PiraílRJ, viajando em ônibus


proveniente de CuritibaIPR, Prisç:ila de SoiIza Batista Silva, Diego Teixeira Marthi c'
Castro F.erreira, T;l.Ínã de Aquino Ottoni e Jonatam Rodrigo Raimundo de Queirós na PQS~
de 720 frascos ~e lança-perfume, que lhes foram entregues em Pato BrancolPR com
intermediação d~'].Zaphael Kau1ing:.Eles foram, arregimentados por Roberto Felipe Ilríci
Daniel e Tl~agoMaciel Angeiras"sob a cool'denaçllo de ,rhiago Ribe~ro Oliveira Barretl,
todos, por sua vez, sob as ordens q~ Bruno Oliveira Loureiro, atacádista adquirente no Ri)
de Janeiro/RJ e c,?ptrolador da operação.
: • I'· '.,

r :: i ,
o.:O!aU)gO' t~l~fôni'co ti seguir transcrito, travadb ~m '12/07i2008 às 16h35m, Brun
.. '", '.'" :cob'rou de ThiagdRibciro Olivcirn Barreto o recrutamento das "111 l:! as'
: "; i.':,'! I j

navenam fiE: ser quatro: i


,,! ;:,,1,
!,
°
"i,', " , ,: . '" '

-Não estlfvenc{o, não: negócio? TROB - To vendo, pô, acho que VQ,'
Ar,i-,;;'r sim. BOL-'Ah?,TROB-Acho que vaijirmar sim, tá quase certo. BOL
1'.fltaa., mas tem que ver lqgo, ..pprceiro. Já era paret eles estarem até com
",·',',,;;"l$'i>jc:':.ti~bc,ês. Manda ele.svirel1;lógo na'direção, parceiro. Não deixa para depois
-.Tô ligado, mo.s tem que conjirmar porque não está certo ainda
;' Mas então: liga lá para o Carcaça [Roberto Felipe Brício Daniel.
ele não arrumou outro. TROB"': Eu liguei pô, não arrumou J1(/O. EX
ele quase agora. BOL·- jj;nlâo, vê lá isso ai logo e lIIe liga. TROJJ -

I';' _",.:.:",
; ,1 ~ , "
'. I i '. ?i~logo lelefônico a seguir transcrito, travado em 15/07/2008, às 15h13m; depois
I ,9P,.!n,t.~n~~strat~tiy~~ no dias anterior~s, marcadas por intensa cobrança de Bruno OIÍ\eir<
,:1, [9l!r~im; 'fiqasinali~lIda a resolução 98 problema de recrutamento das mulas. Nele, o mcnOl
.,,',: ~~~'11~.~el,ipe ~ríci? .Dani~l i.l,ldicou~Thiago Ribeiro Oliveira Barreto que provavelmente
!!. ". cons(:guma,naq)lele:âla, arregImentar quatro transportadores:
.",I;,,;:,;ri'JI,'II::! '': "l i . .' . . ., .

: i :"/, (.) Rf'BD - Ai, acho que hoje vai ter sim; 1"ROB - Mas você ndo me dá lima
"\,'.:,1, .cekez9" ~ara/ RFBD - ... Não te dou essa certeza por causa li<; quê, irmão,
,,' nao1tem como te .dar essa certeza sem saber se moleque vai mesma,
"}ntlnq~u? Para não jalprmerda: Mas hoje eues{ou te dando essa certeza
': q~1.vq1 jormar os quatro; Que daqui apouco. o outro está vindo aqui na
" PFn,hadireção.TROB- E, mas, aí, não é com aquele que está lá, não, né?
.' ({?fBD- Nã,o, :1ão, os quatro vã~ sair daqui. TROB - Ah tá, aquele que es fá
...')a'4s;qL(~ce, deIxa ele ppralá. (.) TROB - ... mesmo se/armar dois só, já é,
·;::~'::ftp/avqi de q"'"ilo. RFBD -Porra, lá vçndo: já era para ler ido. ( .. )
:,,:;,,:,;I~,. .)j:1Ai,l;

'Ir-';
~ " ')" '; ','-"I' i, ! '

indlr~rlnri~ P'!8L1RO fEDE ',' i ' ,


da Rept.1b/ica rio ES,\~.dlo do Ri6 de: 'Janeiro,
: ::/: ,I i "( ' . !l';. 1'1' . ' ! ;
I, ',.'i '
:::i : !"
i I ' :: i , !" I ~'i:.
i
!
!" ': :",
',I'
""I":'
'il:1
i 1:'1,' ,:::
: -: i ::: \" '. ! " 'i, ! j.I: I :i ~ i:; I
," ;". ': - 1: " i ';,';,
I, " " : i, " '; ~ il'
,I ,I,' . ' _"! , " :, :' I I

" ' "77." ! : Bruhb Oliv,eira Loureiro,lci(ôntificadO Thiago 'flbeiro Oliveim Bal'retb' por
"!, ",,o " .1, , ,'"
,
,I,
telefonema de 15/07/2008,
., ' o
às 18hQ7rri, de
,',
q' os transportadoresestavam',recrutac!os,
•.. .
, inforn)-ou, io\ Rapha(ôl Kauling, no, !I\esmo dial,às 22h46fI], por mensagem SMS, que eles
" estavam indo, em número de três, estavàm indo'para Curitiba/PR: "Ue. Ta indo 3menol: Vao
e:
i I'Chegal,ai pegap~ das 13h p. C!:trLJá 'deixa outro le'k ["lelc" significa nlolcquc, ou,
.':i contcl'\tl;lalniente "I~pla"] colt [prep~rado] p: Ir'rom eles. " 'RaphaCl Kaulipg respondcu c:n
, 15107{2Q08As22h5~m: "p lamu [11!w,a com as ~ílabas invertidas] daqui vaijul1lo comigo ele
l' que vai entregar as 'bolsa pros menor?' ,
i r I' ."~ , .

J'! I "."~o

Loureiro enviou, em 16/07/2008"às 7h18m, mensagem SMS para


indicação de que Rafael Kauling sp· dirigiria a ele naq\lclc dia e
fossem liberadas sessenta caixas de lança-perfume: "EntãO o raJa vai
Ok?" É notó,ib- e confirmado pelas apreellsões - que cada caixa de
,contl~m doze frascos. ... '

Loureiro recebeu mensagem de Raphael Kauling em 16/07/2008 ús


b'I,3.ce,rto' financeiro ela operação, com indicação de conta para depósito e
;;)J~f~Â~«J~?~~~,~t:~~,~
i;
,, ;
.1565'cp 4i606 9 caixa ponhe tres e meio pra nao ter erro daí O.
ay,sp(l!'ui a, doquê 'vai, 111 e dar prair bem sussesem err:o daí me Jala a horaque
jiveri,'j;:::~n;\N:'~s '
as llh daquele dia, os dois associaqos conversara.j11 duas veZeS ao
:a$:3t)IltO, tendo ,ficado acertado que'Bruno de Oliveira Loureiro depositaria
tW~~~2s que foi feito. /F,,,,-- -'
./. ..
"r
. . /
·,1' ., , .
. . ·i
às 14h20ll1: Bruno Olh~eira Loureiro recebeu nova mensagem
i7\~'1:W"v! ,'ll';a~Jlll1:g, com solicitação de confirrriação de que devia _buscar, com os
rriahis em, Pato' Branco/PR" :cidade próxima. d& divisa com a
"V~J~ ta certo la e sochegar e pg;:4'malas e isso ne e os menor que hrs
Bruno
I Oliveira confirmou a orientação, concretizada
, . na' noite de

"';',:1 '.
I . . . ,
(L_uva,mesmo dia da prisão em flagrante narrada no parágrafo 74, também
pa.gri'lllte, em no bairrq de Laranj~ir~s',:nesta cidade, Joacir Almeida Vieira
11H":!,"~::J\irii'pr, ._",vLopes Faria e Paulo Henrique Torquet? na posse de sete quilos de haxixe,
;toianll ep.tregl~eS no Paraná pOr Hennisson Avelino Batista para entrega, no Rio de
Oliveira Loureiro, que pagou seternil reais pela partida do entorpecente.
CJs.i·,tI·<lnspc)rt2~dor",s ,Presos em flagrante foram arregimentados pelo próprio Herinissorl
jup.tamente com colaborador identificado apenas pela alcunha d~
it.i:JjiC~ct~u;,CO!Ú811dcj,u .• empreitada até acj:1egada deles ao Rio de Janeiro/RJ.
;. " '
"I,'
,. j. , ,,;
1!~:h~;~~I~i;;K:~l~R,Loureiro e Hennisson Avelinó 'j3àtista arquitetaram 1\ empreitada por
d desde 15/07/2008. Aprirneira mensagem foi de Bn.jno Oliveira, em
, '
J~~llrl1!,'j~,~' ,indicando que jádiSpunl1aJ'i~~ ,fi.mdOS autorizando a remessa: \,; POd("'"' ~
• I ,. • ',
, il

H11,1.,' I.'.,:h:,I', \ ',' ~


,':li'
lI'l·. r"".1"': 11 ..
eP.l~pliç~nci: F>iIIl'lrlcili1 , de Janeiro
I
1 ;' ! ::!
I: ,,! '_ ", "! I:; " : ,:>: li :! i ' ! ' !' I:' I' ,
,:," ,idi'i\;~ind~h1' r.~ermisso~ Aveli~;ci ife,sFl~~deu
subseq~e~te:, !fa,lqUlnta e
1·:il;n:edÍll.t~l1l~:!lt!~, :c:6nefirmElIldlo o tt,'a,risp"I?,!"i"e;p.8fl'l,a: ~~r~-fei\~flagran
referê ncia à ,n()lx.,'," A: prISão ~m
I
te fOl efetivada. em uma
,

~"t~~llll" ao da "'!<riiula~l" do:p~éIiá.'


! i :. I
' '!" ,.1 , .
, ,: ,'~ !" :; i I: ,:'
) I ,! I

I, I,' ~~~[ 1'.:, :, j ! .;i ' I :

?l\v~iia~o~reiro. autori~ou,o
1

eriviQ de sete
::i 83::f Ern; 15/Q?/.?008, às 13h35!f(,:Bruno
'Pod, m~nda ate
i,.qml o 1,' estes refenflos como mettq~; cqmo ~orma d~ ?lfrar a.lmgu
agem:
para Bruno Oliveira dados
I~' 7I:netr,o;". ~m 16(q~/~008, às 12h~8!p:,Hermls~on Avehno. env.lOu
O~l~VlO de fundos; "4g 0113 cta 27833-7 ltau. dae m passa
o valor p sob q e
'banc~nos
e quantidade,
a , b : 1 f às 12h56m, Heqni sson Avelino confilmou a remessa
,,!::,I,l~l~'rn~la da qi. vo I manda 7, noix ".
j ': ;.', 'r;

-:

irc
"., .. "v8, às 19h, 1{ermisson Avelino cobrou de Bruno Oliveira Loure
rr
depósito: "E q{ irmao dposilo?m passa o valor. .noix. " Bruno Olivei
informando'i) depósito de três mil: reais: "3r"; enviou, ademais, en'
mensageri~ com informação de que depositaria mais
,quatro mi
ali ja 10 so' '~sperando o lek acordar p. Deposita ... JYpo, q 'ele fbi p.
'''''"LU .... Eu mesmo v!. ". .
I i

às 13h36, H~rmissonAvelino enviou mensagem para Bruno Olive im


IJ4\.1V'"
Rio d
,Lc'i1n~ifçí.c()m' pe,:1\(j.o de coordenad~spara os transportadores quando chegassem ao
'",ai,ta esperanUo os lek?pasa as cordenadas. abc" Bruno Olivei r ,
.• ," j

a:
Hm'd aquel e dia, orie).1tàndQ~o a enviá-los para .0 bairro de Ipanem
"1v,(I1!:ir!1~,~!r. ~'~I~g(I!' 'Ix" p.ipan erna,. /' '
r. ",11 /
.,
1.1',1"",'·" • ",,,,,

ir\.,\", I: .
1,l 1:" ! ':', .
de
8/97/2008, ~s llh27m , Bruno Oliveira Loureiro recebeu telefonema
i
T~
a. T3runo 0livci ra lhcorc lenou
E~rn,é\o~l:>.tl\)iQ Lores ~e Faria, que avisrlVa de sua chegad
l
nu!!!,'"",'", , S ã o Salvaqor, em Laranjeiras; <f, às 11 h46, telefonou para pesso
"""";"',~~:': ~:.Çli:,~,.ir,tifi'ici~daJ ' 'ficas se pronto para fazer '<.?ntato presencial com a
~'~~
,'i'!~ii!,Íir9, eq.I,$se
"c, rlecl,bimlmt,O, do entorpecente: "
!i ! :,:)

aí, ."brother", é o amigo do Gordo, lá de baixo. [Sul] BOL


-; 4 aí, A gente chegou. Estamos aqui no quiosque no Posto
;BOL,- Já é, valeu. Aí! RLF -' Hã? BOL - É... pega um táxi ai
,FLF .:.. PrÇ/ onde? BOL ,- fara Laranjeiras, lá na Fraça Sâ)
._i Larqnjeiras? BOL - E, o nome da praça é São Salvado
rr/7'lez,a.' Estamos indo. !

"

:. I .i,
,', I' " aquelas ,sedutoras ["mulas"] vão piar ai! Papo de cocin [cinco
'!lh:l !!::I,'!' 11"'111 , ::"1' I""il'",,'' ' ' ' ~,\l'"J,,' invertidas] 1'10 máximo. HNI -'Cinc
o minutos? BOL - No máxim,'.
; I' . ,/ . I ' isso, parceiro! BOL - O Tony lJão tinha te deixado avisado não
• I! •J?:i /., , I • vim, parejatentar hoje? 1mI - É, lizané. Mas vali te falar legaL ..........
deu nem o papo legal, nâÇJ,' que era para mim ver a. visâo. I Ele/ : '-
" ' '
":'),:1
'o, "\
I I;

II
1/
, .

:- "',1 "~,' i':" ::,


~. ::,::": 11 '
,·..:.···'ll!/I' 'i ~6.3,
" P,tJ8LICQ.FEDE . i~
iiF,lr0cureldolna' da Re~~!JIi~al~~de Janeiro; I . li I\; .• \
":'''-" . :~~j,1 J:.~
""~'."~.",~ .. '

I I I, I ! ~,

! :1 j:l i:,;
: I:. ii . I, i. I I'
otário, mahé! BOL ~Eritao, liga I
" :,'
para as outras evê
,; "
logo se-, lei
,I ' I " 'I' 1- ' \ " ,

" lá que ele v,Cji "piar" a,í ,e tu vai HNI ~Xaleu, va1eu,daqui Cl I '
l

J'Y,I+OV eu bato pra tu, BOL - Fica do aí que quando elas lig'w'em ell me
te ligar aí, Dk~ "à'nuibs 'nÓ máximo, Eles já estavam dli ~m "ipa' "
llparlema). (. .. ) 1,1< " ' i ,
1

,~ , .~.

hernie' Francavilla Lampure Ribeiro atuou, no período das investigações, como


,i :jll~ç~~~~:~J: baseado no Rio de JaneirolRJ, e, em caráter eventual, com.)
:1 lanç~-pertHme proveniente da! Argentina e haxixe proyenienle cl
V<','CJ!:1f'é', ,cie, ,
; .

<Utl.l!.LU11.,f~le'i ~4qHi·ra" droga~ n?' Sul do Brasil, junto ,a fomecedores do Paraná, ou er


,:,c:y,m~;}+,)( J.·U e 'asf~vendia para usuários finais na Zona Sul desta cidadE',
ço,latlor:3.çã,qE:stiivel doreverídedor
, ;.,.
varejista João Gabriel Cristóvão
.
Barbeito, que Ih é

yu.gnep.:r\<'l,Francavilla Lamoure Ribeiro era associa.do próximo de Bruno Oliveir:-t


iJ~J~i:"!!.~~~~!J(~u~Jtt;~:aJ;!~"~:e~tre' ambos ~ap~~sentavage?m:triav~riável: Guilherme Francavill~ ~I 1
J a, Bruno Ohvel,a, ora em pandade cpm ele, nos moldes de uma JOIl
':, : ;'1" ; ',o !' , ,I ,

" I:'
i; :' ! ;,' ! ! i :1,1.
I: ,/ I, 'I, ! . , .
1~~~~@:ildlgO !(:leíi5nic:o, de 3Q/059áo8,"às Oh17m,. Guilherme Francavilla e Claudi·)
travaram longa discussão sobre a venda de lança-perfume c,
• haxixe no Rio cI~ Janeiro/RJ, destacando-se os seguintes aspectCls: (i) o
atiiguLfa',a de baixa' demanda; (ii) a vencia em atacado, para traficantes c' c
,pgi~é:i~:'.!hl~.s, inais \uc~ativa que a venda avarejo; (iii) o preço estaria repercutindo D
.'esltoq,ueS, fica clara, no diálOgo, a subordinação de Claudio Machado Vasconcelos
: LiBlii.í)piOlh,ci J.!,()1Jj"reiro

, '. . ~ ~

'IR - E aí, magCjzine, está com o telefone desligado? CMV - Tá ligad(,.


-: Pô, oparceirq.[Bruno Oliveira Loureiro] está querendo falar contigo,
l,ini1ãiJ . .CMV - Já falq!/, já, aqu1, irmã,o, GFLR - Ah, já falou, já?CMV - Já
ml,lellIl,.III,""-' .. já, GFL'F--Pô,'jicq desligancio, o bagulho é para ficar on lin<".
,-' Aí, 'e aquele negócio M[droga), (u ainda tem? GFLR'- Não, ach
'. só ali, [uip,a caixa de lança-perfume] CMV - Pô, o bagulho eSl .
li;j;II;i?I'f~~:1tfi:91 ')r,n?ío.. , de,uknJa enfraquecida,: parceiro, GFLR - Tá de marol"
'rst~ paradãol'porra; es,tavacheio aí tu, pô; [abastecido com drpga,
,jl:p,~r~j{/1tçiJ.C!qu?~edia voc~ qu~ric:, e fo! até lá aquele teu parceiro q'Z-.e
. pa [ch~g8fdrogaJ. Ainda tem ump alz: se tu quiso:
'-. Não, Pfrceiro:.: e~ tenho, mané; es{01' te falando, o
os'mni~'osme'sm"o [comprildores], na semana passada, nem ness,
""'li"·..''''', , falando, negpcio é com os amigos mesmo, r; o
aí, p6, por is~o 'que eu estou falmldo que.. , d!u
acalmaqa,:
,.
irmão.1
Os amigos ,aí nem que nad! /
)1

ainda. Já liguei para vários amigos e eu' estou aqui como ... mmcaficO/A assim,
uma semana assim parado, parceiro. .c;FLR - Ah, entendi. PÔ, e o's amigos a
na "G" [Favela da Grata), nada? CMV .:.. Nada também, não querem ,Ihd o
.,.: ' negócio. Aquela última vez que eu fui/á, que encontrei contigo lá,' enlãc .. :
tipo, o 'gabulho deu uma enfraquecida, parceiro: Porra, Ilunca ficou ClSS:'Il,
estou aqui uma sem~na com o negócio aqui. [lança-perfume] ainda Ic.'c!
maior prejuizão' essa semana, parceiro. GFLR - é, o amigo [Bruno Oliwi,'a
~' ;
Loureiro] me falou aqui. Nem lá na tua área [Jacaré) ninguém quer n50,
também? CMV- PÔ, até lá, irmão. O amigo ainda falou que tem "cocil1'~'
[cinco em sílabas invertidas - cinco caixas de lança perfume] lá. Hoje ·'U
es(ava lá e só "para sábado. O bagulho paradão, tipo, daqui a pouco já ciar a
~ I, i [c~yga nova remessa çle droga], e o bagulho fica assim parado é foda, I ?
;
~~(~ que botar logo tudo para afrente, parceiro., Na pista é fraco., (vendas ,\0
I:~'lfejo], o.bagulho é s~ os amigo~ mesmo [venda no· atacado], e os amigos n/o"
i" !e~lá'nem pá, irmão. GFLR - E, na pista é fraco,' o bagulho é os am(;os
, ,i
im~smo. Já procurou saber lá no Santa lá, mané? [Santa Marta] Lá no Sa'lla
os çaras agarra também, mané. Acho que os caras está sem lá. CMV - Eu
, jiqu'di. sabendo que lá tinha, não sei se tem mais também. Não cOllh'co
ninguém lá também não. Tu conhece alguém lá? GFLR - Pô, também n I,
conheço não, pô, até conheço, mas ter que falar com os outros, para fer
com'os outros,éfoda, o bagulho era conhecer alguém lá mesmo, Caralho, '.: o
~ ,
-H :. 'bagulho é doido né? O pior é que está piando mesmo. [chegando nJva
: re~~s'sa de droga], vai ficar um montão, ai. [estoque encalhado]. CMV - l~
'I isso. que, eu estou falando, .o ,amigo ltí [Bruno Oliveira Loureiro) I:cio
en(el1de, parceiro. PÔ, já levei maior prejuizão e ainda vou ter que botar do
ainda,. essa parada àf, pô, o cara não entende, parceiro. Nãc; pode
::a~rYqrc1clr, e o que que eufiço, parceiro,pô, se está tudo aqui parado. Elo 11,'
tem hora que é hora boa, tem hora que é' hO/'a i ruim tambil.
nS'ifnr*!sn·zen.!te agora e~tál sendo, uma hora ruim né, parceil:~:::GFLR - é, o '
Oliveira Loureiro] é aquele ritmo, mané, tem que ser rápido, 11 é,
'Jg'u~l'e , , ' , "I
",' i ,,?1f
'Lco ,I,v',qs
" s,eprocurar Lega
' I a~'h q,' cara [compra
" dores ] ,',que
,I' I e i ,'
'1,','j ilfii:u'17al'ce, i,f,'0,.' agarrouné? Aquele lá, te p,arceiro, b, Gordi1ho [Roârigo dfl'
mas, naquele preço, né? CMV - E, ele n?'i!"-ligou aq'ui, mãe: Aq1ide
.' ,eu fi'"
:J.~·'·i~Çq;; 'I
a ,e/: Ita' Ifla,uco, - " como nao,parcelr!r.·
nao'tem - " '.' Eu ,tenhp
I '·1
que vender
, ,a sete (700 re(1is a caixa da lança-perfume) para e~ ainda botar 11m " .
., ,'parceiro,'dopejuízo, não tem como... vai lá noi~utroamigo, i, i

all/í.g.o,w:Ii te deixar forte, parceiro, que eu não estou' nessa condiç '0 'ii
, I1I j9u,f0~erlteadiantar e meatraSCl!; não.' GFLR -;- É, é, nem lOS,
,"!m,'gL'~,',la na G [Grata] os' caras não querelfl, não? Nem lái na ','C", maré? ' i
. 'estavpm querendo cem. [cem caixas de lança-perfUme] CA1V _ \
11':,!"y,,,p'CJlS, daquelas "tevin " [vinte em sílabas invertidas - vinte caixas de 13.n~<1- í
iYS'Wl!pe J eu liguei para lá hoje de novo, mas,! tipo, ar1!anhã eu, vou lá que 'cu' :
merrauei com um amigo lá para ver outra parada lá, mas an;anhã eu já vou
se vai ser OU não. E no outro lá, na minha área lá, também e.\ ,i
, Ele,n,qo entende, o bpgulho, quando ele esta~a aqui [quan )

!
!I\!IIIilll)liI~~~~'~!~ive,:ira" LourelrO estava solto] erpoutro ritmo,
era outro preço, agoj"'/i
, e~tá caro" nqP é mais o mesmo.(itmq quando estavq aqui. Tem que,!
!~li;'il:::!)':i:!rl:!iiiWII' esse bagulho também, irmão, ~!r [Bruno Oliveira fqu,reiro] pensa']
"
,I,' '\

~i:nM:!~/lS1·ÉRIOí·~.úBLICO
-. FEDERAL·" \
li ,,'

radoria da'Repúplica no Estado do,Rio ele 'Janeir o.


::1"
,
. çstá com o bagl-!{hq e derramou [vende rapidamente]; pô, não é
dess.
irmão! O baf5Hlho é tranqüilidade que o bagulho vai sair, irmão .. Pr!
11\1 ,i
nunca jiquei esse' tempo todo, uma semana, desde ... com .vários aq1'!
. i I"

". ',I ,,' ",I


I' 11:1 ::1
1\

e o bagulho ryã~ sai, parceiro. GFLR - É, sabe por que ele [Bruno
preço
Oliv(:ira Loureiro]. nqpen tende, parceiro? Porque, se ,ele for jogar o
vende nr mesma hora, entendeu? Ai dá para fazer a correria,
f! ,'e'nt€!nde'14'? Af oteupr eçO.,; más o, preço 'd8ie [I?nulo Olivei. ra Loure
I
iro] sai na
"~"I - "I·'
.
mas se liga, /'falá "nova", lá [Favela Nova Holanda] ;os caras agarre
! I , -- _ -

" .,sr tiver qs contato lá, os. cara apanha. Fiqueijsabe"do que (
estavcy;npeganqo aqui, com o mano aqui. CMV -Foi d~as [duas cafxii
,.
perfume] para lá; essa seman a,com 'o amigo lá da fenha, lá. Eles
, ' " ' , , • , I
, ','

nprli"fJ m lá, eUadiant~i para oamig o lá, sóduá


s mesmo. GFLR. '-:. E, que CII

o meu' amigq ali, e ele falou que eles estQ1jam pega'n~o a.li.Que eles
qu~{j:pn~, ma~qstá trallqüilo, cara, se eu jicari saben dode alilwl1
a .para cu ir.!
t~'adiantar,valeu? CMV - Já é, ele []3runo ' Oliveira Loureiro]
tem
[droga] está t/Adoparado áqui, não es (Í
Í111 •• ·tt"m ~âis rranqüJ1o ... o bagulh o
b e .
' ... , ...... , o,cii4ê? Tem que aguardar. .. GFLR -É o qu'ee u1tefa
Loureiro] quer rápido porque lo preço dele sai rápido mesm
'ráDi% . . (. ..) CMV - Tem que ir, atrás rios outros, os caras ni ,)
C,!lf8ild.é,rh fiUel'on,e. Já fui ali na' Urca atrás de' um, agora eu IvOU ,ter que \' ir
..... .te/l1 que ser toma lá da~ti [pagamentoil~i~ta] ... (, baguli.·o
e
.•.....•.. . [haxixe)", parece até umjiocos.l GFLR :- Porra, mas é porqu
i;f\i':i"·I~,Hiif:l'~mqí··!~.u.mui,t otemp b,'car a! Quandoch~gou, era o pânico, parceiro, ou /1110
que tem
!i;!i{tb~1.l'I:tQ leiryq;'O.· .,.quandO, chf-gou_estava opâni co parcei
ro, tu que guard
séiláo/lde, tu. enterr ou 'ô)lágu lho~" irmão• [a qualid ade da drogaI era .boa qU3Il ')
efll do temF' 1
,,', I. .

!i'm!;~~~t~'~~~~~ada;' mas parece/haver-se detenorado pela passag


\i lá os amigos !á onde que eu fui não queria nada, ~ ~ bomba J/c, '.1
1.i11::~,'llqti~diqil~n1'::jiClrceiro? Para cima de mim, né? E agora (;. cara jica
I' le

!fiml~i;',:1i:ll:l!I!
. eatémilagr
~;~!~r~~i~!~g~i!rJ" narec e, vou mostrar: pará ele fá
umjio cos. GFLR ,-lá é. (...)
e vá o que ele "oi
I
.

Bnin( l d'
Si) ,!.';

I .,

I, II
. . . L811~,iiU de IQUP la
"'I. " , i,quk, i~sO,' i li!
.'do~ BOL- ;,' I

- achr que , e esse que , fora!11 de s


, . [du~s duplas _de "mulas"'} E açho q~e um veio e acho que rodou,
n'i 7
~:ate ag~ra nao chegou, e o outro, que era para chegar hoje,
está iá
estou
hOJe, parcezro, como pode isso? GFLR - Que é isso! BOL - Porra,
. '. {Jal'cr:. iro ! GF~R - E aquelas n:inas? Tem aquelas minas que cu le
Bor . 10 tem mll1a não, parceiro, essas minas aí são outra parad a'
lo'
I'
,', .,',:l" j.'
1"1 ... , I,
1 I' I.

I
t' ;.~ ,
,I {lO
','
;
i I

alho, mané! BOL,!.. Só ~or d


não sei nao , p,arceiro. GFLR "", Cqr - 0& meno."
nco, duro, sem um real. GFLR
ciíI'peça. Eles estão lá em Pato Bra
+,M~s aí ~ujá dei um jeit o ~qui. Ligpa
i
Uei
" lá, está comidi~h~iro,)ô. Bo i comprar umas pas sag ens lá u
um moleq ue , {á,e m Cur itiba e, ',.ele vai ' ,
':
prar oul ra, Só
Curitiba; depois eu vou ter que com
"' ,'l I '
i':, ,
o~IÍ10leques chegarem em bém , o moleq!le
euf idu ei estressadão tam
dcg ,de cab~ça. GFLR'+ Caralho, - AÍ, o
. BOL - Só saindo mesmo, GFLR
I,
gh' sto u ma iS de' cem !rJ~is de cartão
'

'
ue está lá, vqi sair s~s ete hor as, mané. BOL - Tá tranqüilo, já rcsoh
, m'p{f!q a Clque
J~. GFLR -.f u mandei lá par
i/ár' irzané. GF LR - Jq resolveu? BO L- a, lá, BOL - E. GFLR - Você tombé·
;
. I~gqr lá de cim a, lá,: ,lá par a cim
:' L - NêiJ,-:-
.' GF LR '-M and a, parceiro! ,BO
', i mahdou? BOL ,~Nt!p, não, não ,GFl:R -: Am anh ã você mpnda um
fel
iiip~'r( ieir o;ri ãà iteiry çqm o, par cei; o.
duas
eu ,'tenho' que comprar as Qutras
'I !11~~~r o dinheir~ pcjr,a :mim por que chegar, lá
aí qué l~epois eut~ dou ql:ando,
,.':liliR~~fP?,~ns.BOL,.c;'ITirai' rJ.o teu ~nda~ o cara Olp ara levar s':'s
9Üll o, vou ilm
,.\!::!HP;A~ par celr p?,i ,Co mo. , que eu
LR - Nao, nao vou mexer Tm nad
a m'r ,
:,' i , : 'i i":'\ p~f!1a
s (R$ 600,OO),parcelTo? GF ão, voc ê r J
p~ri :;ei ro. BO L -: Pod e col oca r que eu tenho ali guardado, irm
:", l:ii pra r que , 11
da, 'pa rceiro. Pode botar do seu aí e co'm
,.,' ., li:: 'vêi i:~s tar mex end o etn 'na
xer em mais nada não, parceiro. ( ..
)
, ',' dar. GFLR ~Não, nao vou me

m a discutir as
1°/0612008, às 16h33m, no qual voltara
a ind ago u de'
~al~it:am:,aVâJil1 em paralel o no Paraná, Guilherme Francavill
osta'protelatóriQ:
'-""'< OlJ' " li-oü:reilro' sobre partida
,
de haxixe ["dog"], mas obteve resp
,ilR'rúno '

111:'t!:I<',',',I,,' ,I I

,I

I
: i

' , ,". I
, ',' i ,
I
i Já é; valeu. Oue"
' :

aí, mané, GFLR


"

,[;r"u,~, a menina vai che gar


s horas' e '/I;ei'a.Vaijicar c~m I
- .[istá faindo tiRO quqs h;ras, dua
vai fic ar ,com esse ai? HNI~ Vai,
aí ill se .
:~.)1S",'l1ú~mt'ro aqui· (}FLR.;..!Já é,
GFLf? __já t, aq,uele mes~úy ',n~nor? Hiv7 -nc 7a, não. (...)
' , . !
. ,
A
i
,

,I '
,i
.,
" :!.

I i :'6,1\.,',:
',11'[' Ii
,',I "" ~ ,I
!I,!,:I',,\:," "
i i !
[, i j'

:91., NosegUÍ)clo diálogo, ui1l1~rmé b"ranc,avllla 1.1l>L"'lL1 João ,Gab'riel sobre ~ 'locál da
,
entrega da an)g:l.;
!i'J. '
I,,'
"i'll :!!:1 I"'li' I
"
,
!

,l":! "':,;-'1': I:'" :i;l \


I'!,
li!;
1 ; i ': .,: ri
."J .... u _Omoleque ['~m1lla"] está chegando, mané. GFLR - Então: o moleque
'[ ch/?i!and,o. 'se liga, pega o ônibus ai" o ;574 ou erztão o 572,':e' tem que
nefrfJ'r,'ll/ a parada, ali, np ponto final, em Làranjeirás,:na São Salvador, está
,,' menor acaboÚ qeme lig~r aqui agorá, JGCB .:., Eu vou ler que ir lá?
", _ É, JGCB - T6; cara. 'GFLR - Pega i)./ma n1óchila emprestada com o
mel~QI:: JGCB -Não, e~ vou lá. GFLR - Aí, o moleque te ligar,fala para o se
mc,leiíue aguardar aí ~d, praça um pouco, JGCB - Valezi, pai. (.) ,

'diálogo, Guilherme Frimcavilla ;,confimlOU com João: Gabriel <'


, '
I.
eht9I'Pecente e tomo,)) ciência de que parte da remessa se destin'ava a Brune
iy,~i~âI~9,IJi'i;it!:)?:i I I, ,'~':

pegcJU?! JGCB - Peguei. GFLR - Ah,'já é. JGCB ~ Tu viu LO


te mandei aí da Didi? GFLR - Não, JGCB,~ PÔ, el,;
a .mais por uma tal de Didi ai ai que o Coto
,
Loureiro] pediu ... GFLR - Aí, tujá chegou aqui?
I: "
, já dei para o menor. GFLR - Ah, valsu, e o moleque, ner'
i"
I:i! '?JGci3, ~ Não, 'e,tipo assim, ele tinhaque me darum e meio
de droga] ~,éle me deu dois [dois quilos de droga] por ca:/s
" de! BnlÍ10 Oliveira Loureiro]. GFLR - Tá, vaieu, eu VOI
/'c
/ ~-

~l".lU,;U lta,aom,c<j)s travado em 27/06/2008, às 12h22m, Guiiherme Francavilla


iiq~lS(;9.\f:llqtclrnl!l\,q(~~ sobre'o andamento das' vendas do entorpecente e Ih,
"v'l~."a"' partida, completando o c~<?uio de cOJl.!I,ole-i' I I' :,'
,! 1;' , (.' ,,;'; >! II I ([:,' I

," '
:
",
","!,
' .::
,""""
: ! :: ~I '
'::: I,i ' I,,':I',' >, I:',
:':j:: "' '
! ; ,
'
[cinc;o em sílal;ms invcrti.{as],par(1 mim? JGCn
"!~,~,~qGrlÍ ~::?i',G!FLR: -::ciI1QÜ'enla,";néio! JGb], ;'.J.á ;é'~6.GFÚ ..'. T(fi~do rápido
11~,manr''Ii (.}JGCB -Tá, indo! mais ou men~sJagora está:
r. " , , , ... I ;'!' ' " " .
nmlrn'GFLR -E? Valeu, ientão. i:"'"
I : I,;
, "I;'!
.1,'
: ,) I
,',
: .
I"· li !:' ,I
,i
! J: " I: I ; ! >:'
npper;~~o das investigaçõb;" im 'vend
, , • diálogo, tele'fôp,ico, ' travado: em', i ~/09/2008
,par!" hpm~m'não identificado: I"'"
" " , ": '1 .. '
I ! "i

ao'u'e'ln' ,e a ;"qu~bai" tem?, ["bike" em sílabas invertidE's;


i,iô;lipelido, da droga LSD] GFLR - AM HNI- Tem? GnR -
, Só '''garpê''! [pegar em sílab ,
.\
".;<:

Hej:1n;lssemAvelino Batista
\, '.':
I

, "
i: \1'
r ,

Batista agiu, no período das investigações, baseado en


a colaboração~stável de 'pessoa identificada apenas' como."Picachü",
,\itacadista de h~ixe, para Rio de JaneirofRJ, em especial para Bruno o
lJó1Lll'eii:ci' : e Álvaro. Luiz Parias Esteves, Hermisson Avelino adquiria haxixe li< .
I' , ' \ " " ,

. Ir','
Alegre;' ,que
:
atuaY\i
"
no Mato Grosso do Sul, na fronteira
.,' '1.'
com o Paraguai
de Janeiro/R] por'meio de transportadores ("mulas"), ora arregimenta(io:
I ,:,'
, 'I I i
" ,\"',
' \ •
"
, I 1 1 I
1 ,I. 1 I 1 I li I'
i~ :: : ii,"
i, I', 'I", '

Batistafomeceu haxixe nas empreitâdas de transporte de


:çrltojrp(:cep.t~ de Janeiro
IJliIi:1:UI,.t\jlU
:' , : _" ' descritas
I", nos'parágrafos 47 a 52 e 81 a 86 desta denúncia,
J' ,, ~ , , , '.

r~,sÍlltilf,\Mn lplres,os ". . respectivamente, Walter Nogueira Palma,Larissa


;iS~~t(j$;!ii8:a9r'it(li" . Mac~do e' Thiago Ribeiro Oliveira Barreto, en'
,.,.",,,v .• ,,,,' :Vieira Júcior, Fabio Lopes de Faria e Paule
~ó,' JaneirofRJ,I Na empreitada descrita h.o:.
t~!~I~~~~~~{~~,:jt~~~~r001:denou. a ariegimentaç~o dos transportqdores<:; seu envie,
1,;' ,Álvaro Luiz Farias Esteves 'a enviar-lhe, em
," , '. Frank Willians da Mota, que foi preso em
.,,' ill";\,j!!~<; .de/pos1le'~ do' entorpecente, bem como autorizou o
v",,,w.-W'v, por SEDEX, em 18/09/2008, 15 pontos de
H1~jj.J,::p.::m:rt<;l,9J~Mí1f]Í!tirr~o _:-'---"'"~'em flagrante ao executar o envio, A conduta de Álvan
hli.~!~$lfYies.i!~,bpjeto d~•.ação "I
penal proposta concomitantemente a esta, I' ,- ' ' I

" .:::,~,,-
....
(,!.s,j~I",~,1,~mlici~,çlq1nlé:lio,LourençQ. Ramos da Silva Júnior, Helio Pereira da"Silva Filho,
1:::'l'Q';.'';·;''; 'il' . Bezerr~, Claudio Machado Vasconcelos, Thiagc\
I'ii
Angeiras e João Gabriel Cristóvão Barbeitc
,i 'I: I

,em fu,nções de apoio a jntermediários (


sji~tri,q,tf!d(?X ,~:!~~()!X:ê,~utav;ml mélterial.mente tarefas instrumentais à atividade de seu:
IIHI:IPI~l,l12y~~ól'e,~:rl:~"j.~P.(ls\!~Jhleplt~ e' cOntato com adquirentes e iev~ndedores
cargas de entorpecentes e arregimeniação e
!~'~WPfi'l,~}fRJI~~:I,\U!#~1~91í~(iores, "), Eram, ainda, em caráter eventual, encarregados de
f varcjo,C0f11 repasse do p\oc!uto da venda a seus superiores,

~ ,
~
~~,
) .1-,


,.~'

" ,
'.',.' ~- ...
", / /i",\1
I"
:1
li
! ' ;I
, : I I i :' .'. '

, , A matriz, d~ vinculação assQciativ~ dôp apoiadbres' é n seguinte:' Helio , Lour~nço


l

iL\.""llllOda! Silya: ~pniot apoiou Roc\rigo Gon'les Quintella; Helio Pereira da Silva Filho,
8(:I:gi1o' :R~Üón~~,,~qi:rcs e Diego MElrCiues B~zerra apoiaram Henrique Dornelles Fomi;
.I:-'l~~lllU: Macnac\9YasconceI6s, Thia'g~::Ribeiro Oliveira Barreto e Thiago lv1aci~1 Angeirirs
:tr\;i~l!ii.~i~:~'~)~l?runol Oliveira Loureiro; ,e João Gabriel Cristóvão Bàrb~itQ apoiou 'Guilherme
1'\;1 ''Lamou}e Ribeiro, iI I i !

I, ,[:: ' 'l' .:


,
, " ',
I

2.3',) Helio Lourenço Ramos da Silva Júnior


," ' : .. ':: , I" '.i _.'. i

Ramos da Silva Ilmior, vulgo Lingüiça, funcionava cQmo apoio


eV,a-~:+tr·az
.'
de
'I'
Rodrigo
;
GOl~es Quintclla,
" , ,. , '
t,mto no contato C011l outros tnercadorcs
rog~s:~I'Urlf1tq "interface com uSll~rios fim!Ís. ',. . .

COITel.O 'eletrônico d~
5/08/2008, enviacE.t às 14h07t: Rodrigo
'outrO, intermediáiio de drogas, ,cujo log é
i\'~~~~~~~~~f:~~~l ' , ao Rio de Jalleiro/RJ, pagasse dívida mediante
t' , ,, ,cjuireJliC()'Rm;~os 'qa Silva Júnior e com este :resgatassc parti dn
"
," Gil mellsagem: ' .
" ,I:'
,'1',"":"
, :. ",

I' " : ' : . f ' ' .


,N.iii,lfiil.'1',. vpi depositar porra
nI!ghuma na minha conta, vai láno.rio e enconrre
!(:u,,,,' lu"lionguiça [apelidoçle HélwLourenço] deixa o dinheiro e pega devolto
:""';"'I.. ",,<.(oJI' ", [b'ike é apelidado LS1;) 'entre usuários e traficantes] falsos e reza pra
·H;iii:,,""·;:"" nada 'com, vc lá, comédia fudido, me da o meu dinheiro deixa
nn . ,áv: slalado., quando (] gente baler de frente vai ler q me cxpÍicar muita
HJ,IIV'r:'I.i!"lcoii1a "'"b''''V' conla de muito dinheiro, então se liga q aqui nao /e,n ninguerll
J,',IVII','l:lli.:i:liidê'po,boeil·a e nem a toa" ". , I,
' ~

::~~t
Hélio Lourenço dirigiu-se com Rodlig~" Gomes Quintclla a)
U/i. ;!~e!"opbr1:qH)arl\Q:rj:~\llnônt a fim de apoiá-lo na recepção de Wesklcy Fernando Oliveira 'ê
11111UlaI iJ)rpy,énJi.e nte de Uberaba/MG que embarcou no dia subseqüente para B~I'J
. para Bruxelas, Bélgica, a fim de concretizar operação Ae comércio,
, desctlta nos parágrafos 15 e 16 desta denúncia" .' " . '
I " , I I,
,'
! "

ilill:I~I;1!1~~~:j~,(~~:~IifM~(~)t)~~1~Oil~)~8;~I[lm,d!" 'Confins,
'li
'.Veskley Fernando Oliveira e Silva foi presoelll h~gr;u1te
ll1:d1,0
em Belo Horizonte/MG, com vinte, e sete lul
TI

lV!,Ul"U\. que traiia de Bl'uxelas, Bélgica, foi apreendido em seu poder


as seguintes anotações: "Meu +31681807634 +2 j 86290674 Lin .,
sílaba imeia! de Lingüiça, denota que Hélio Lourenço era a interface de
9 terminal de telefone celular em questão está sendo utilizado peh
Quintella. ..
'í .1

,
~Ç.

. "',' . , ; '. ,.I:; ., I'

'.:
10 1,' Hélio' .' lmUltinhl) contato :Ereq'\icllk cou,! llçnriquc DOnlcllcs .Forni, ctc; lj llC
RoClrigo: Gomesi,Qpintella era o prj~cipalfoniecedor. Em, diálogo telefônico de 1°/1 012008,
às '16h21m', Hélio Lourenço revelou receio 'de, falar ~o I telefone diante de indagação de
Henrique [)omelJÚ sobre sllprim6rito, ainda
. ,! \ 'i'i .;':- . ,",: :
que
cifrada ~ contextual:
i • . 1
~. I
,i '\., i
.: " -\
(..J) HDF: E aí? Chega aí; vamos dar uma corridinha, pôl HLRSJ: Pó, ClI
vd~ ler que ir lá na Barra visitar um amigo, coral JJj)F': 1'ô lIIas passa oijui
a~ie~" cara. HLRSJ: !;Vão, eu vou ter que ir lá rápido e vou aproveitar que eu
vdu pegar uma carona agora. O moleqúe se acidentou, cara. ( ..) HDF: F aí,
., .: . '.'aí então ... então çieixa pra .. ':
HLRSJ: .4 noite? HDF: Não, caral Mas bem
" tarde então, card. Porque; pô, eu vou correr soZinho, mais' iarde p:1SSC
. gente zoar mesmo, trocar uma idéia. HLRSJ: Tá, tá ... aí eu vou "CI
com a mina tpmbém; aí a gente conversa .... RDF': Não; passa sS lu,
:;\/nu'l'her eu não cçmjio em mulhcl; IJIIo., HLRS.J:, lá. HDF: E aí? Nuda?
:n!+-~'f9--' .É, careil Depoisa genté Conversa! ( .. ) .

,
1

da Silva Filho, vulgo Russo, crh taxista. Valendo-se' da cobcrl'.H.


sua Profissão, funcionava, como motorista e transportador locd d
B:~~r~q,~~ ilº'9~n.ell~$ FornC Pr?stavá, adclm\is, .serviços .çl~ segurança ao' mesmo Hemiq II .
:~.~~~li~~!~;I:ggWt~Ôjlti'P's" )rafi,cantes ejas favelas do Turanq e da Chacrinha, fllncionandü.
'I Nili!laI'lte contra ações poj.iciaiê:, E exerceu significativo comércio de ~1r!l1a,
Dls:tol:as e muniçõe~/a traficantes dessas, favelas, havel1do sido preso em
;11 ,.'11:.1'1""".'.['2:':_
no (Jrajaú, nesta cidade, quando i'eçel:Jera duas pistolas de 4S mm
- •• ~_!~' para pessoa não identificada, com a q qal acertara,no mesmo (li?

~'iri.!ldi~ª.!I$gi~:!I~!i:·f9jiiç:o , à v~nda das armas. .

!:,l..;lllahtOV'ao.lj:lrijJleUro 'nicho'de atuação (apoi9 logístico a Henrique DornellGs:


!1:~,I~l}fif\Wr'~:#:~,?,~:i··~~;g~lintes, i'" . lelefônicos entre a!itbos, qco~J;i.dos respcctiva,!l1Cnk em
1,:,ITI','i,U'f-,y,'u,o,,,i?ií'il m;~tO;;;,'~'.i·m· '19/06/2008 às 13h05m: .• ' I . ' ... ~
,
" , ..

HDF': Oi, Rus~~! ÚSP1": Oi! HDF: Tá chegando ~Iquiem casa?


de'ntrq do t~nel. Tá' um pouquinho engarrafado, tri? HDF': Tá, nãu
. . 'não. Qu~ndo chegar sobe direto para a garagen;. HPSF: O' ,, .
·atí,ca'r.Itl,'S,c!!\ fav~la .do Tllqmo], aca,bOli de ligÇif' pra'm!m, cu I
iillua~.:c,10 pra .e~es, eles falou que tá trqn9üilo, [não est~ ocorrcllcl
",ii!i1i:í:i,'JI:IJi/~P.J~Wm~. ,Pol!clalna fiavel~l quepodepi1gal' você e i/pra'lá. lIDF.
. Fica IralU]t'iilo. Um "braS~()1 . .
, .
ti"
ililil!~~;~Jfl E, O Henrique, por favor! HDF': Quem gostaria? HPSF': É o D;:
'E aí chupador Russo? Fçla você. HPSF: E aí parceiro? Não se'
. !/rque o morro lá lá aloprado [operação policial m localidad
, ''',.Q A{anp:ueiro! Já entre! ~.'m COf~tato CO(~! os 'fll::(':;:OS. te! !igr{âtJ

:/ ;;~ • o·" /
',1,,1

de .Janeiro I
.I '
.1 '
;[1
, i ;', I, •

::.,[. , EiPF: Enteridi, e ' n t e , " A1alltélil c~nlato comigo ,porque eu, fÔ /1"
J
i f "" !i!"1 rl~~·: Então, jájn~,. , cOln\'o,/ln~enil1~I":os menino já pt1SSaran: pn
!

"IJz!,~. Eu passei 16 clg~ra" fá " io de Polícia. E aquela pal'uda, 'né? O car,


[c~efe do tráfico] t4 deye,ndo , mil prascara de arrego e C(1quonto lã,
páj;ar ... ou paga 'o1;p~$'a ele, a,quele caril.da ... (. ..)
, {: ' ' '" ~' , .

I,

110.' Quanto ~9'~egundo nicho de atuação (~erviços de segurança à atividade de merc:ll1Ci'l


de entorp~centes:lrenrique Dornelles na Favela do Turàno), Hélio Pereira telefonou para
Diego MarqueS;S~,zerra, vulgo Gordinho, preposto de Helll:ique D.ornelles e,In um dos Pl'llto
" de,vencja poreslearrendados rio Mprrodo Turano, em 8/07/2008, às 22h26m, paraavis'u' d
iminênCia 'de ' ",' na localidade: '
I

Escuta. DfEGO: 'Calm~ ai, calma aí. HPSF: Escula, rapidinho


CARIOCA: 41,ô! Alô! (tom de ironia) HPSF: PÔ, não é brincadein
néíO.:"'l,:CII'C'I,1 Deixa eu/Mar com o, Gordinho aí, pl'a avisar um Ili:gócio pra eles
CARIOC~:- Eu ~I,eria !alw' co,:, o !!ra~dock (10m ~e i~ol!a) liPSF: !~,~O
, " ' nao, cal'a! AVISO pros lrmao ai que tem tres golzli'lho da PolICie
, lá na cdbine ali. em baixo. Tá cheio de polícia. h'Os irmão ICO!
,c>"""n,aqi[lvldalte at;'irmão/CARIOCA: Tudo bem, tudo bem! (..)
!.:

,'/"
,'/
Õ~~§;ll~~.'I~0:@ich,ac:lo Vasconcelos :atuou, durante pane do plóríodo das i,nvestigações,
'lP')1,~99\'1 e,.!j,?n'l?a' , 'd~ Bruno Oliveira Loureiro, tanto na supcTvisão dos
\t~l,1~Bcirti~sl(~t~i~\le4'~~i,dc)s, ,):'araná',quanto na concretização de vendas de bnça-perfume a
,n'o Rio ele JaneirolRJ. De meados de junho a-mc~,dos cle agc)sto
,\~I!fi~latq~y,t,1IcttaC\(] foi ~ada vez menos ,acionado por Br~l11o Olivci r;! L(Jlll'dr~, enl
if.Bí~êr1i:!~,,' de proventos de venda de drogas.
, ' ' I,,' ." ,I •

, '

amlpolta':\OI'es, Claudio Machado Vasconc"elos atuou,


," "I" ,'. ",LW""",' ho ,recrutamento, na seleção e no envio,' em '
§;'~~9~)~li;#A,i!.,Ê",g"·R~,~,:R,,if!~lrpe'flr;,'i" " Roberta Brício Daniel, Yau Nob1'e'A~carrunz e

~ ~f~~~~J~~~~~ijf~~t~~~)r~:~i~; (':
pessoa,
pris~o ,não, identificada,
en-i'flagrantedos
I
ao Llltimos,
dois Paraná,na cjlljlrcÚada
em9/08/2008,
treZeI)tqs ~sessenta fracos de lança~perfUiqe, cçmforn1e
denúnci,a. Os transportadores haviam rCl:ebido a dro ga
"l)'CI'''V, B~ltrão(PR; os que conseguiram ebegc.r ao Rio ele

respecti'~as partidas de entorpecente a Claudio ll-lachado


ªs,DrdeÍls ,deB~unoOliveira Loureiro, atacadista adquirente no Rio de
,
II
I:!!

1",'1 i ,,1,1 ,i lillil i , I'I'! "111 I

. ...FE6~~Ji!1 ',:.. , "I", i 11,1.1" I


,
!iHiiT()lcur'ad,ona da Rep~lblica no Estallo do Rid de Janeiro
! r.i
'li
i."1
. 'Ii,i I' "
i i : i,I :
, ; , ' ,:.' , I'. " , : "'.;' .
Robena Brício: DanieJ. e Dayane Araujo da ,,silva ao 'iParai1á, 1110
~rrlI?r~il:ad1;l; de.tF\l'}~p,orlte de drogas qu~, iresult;~u
' ; 1
na pri~ãÓ em flagrante dos! doilprin'teiros_
" I ' I- " . I ',' •. 1 :', '

,11',1,,'0':"" Pouso Redo!)do/SC, na; posse de 124 .frascos de ,lança-perfume,


. " -. ';, ' . ,, ' ' , • I' " ~: , i . ..... .,'.
nos parágrafos 33 ~ 36 desta denúncla_ ClaudIO' Machado Vasconcelo~
lIlUI!,'" à Rodoviária Novo Ri6; adquiiiu ~ilhe(es pan\ Curiliba/PR em SC\i
I" , , : ,I I

SUIJCl:VlS.lq!gclU seu embarque, --?s 'transpoliadorcs ~,eceberam a droga de }prge EdsoL


,.. ' C:11, i BeltrãolPR; os Qflc'c6nseguiram chegar ao Riodc Janeir() ell\regantm as
. respeellvas p" de entorpecente a Felipe 'Brício Dani~1 e Thiago. ]v1aciel ;"ngeiras, p:ml
,:ulterior pmiilha: Claudip Machado Vascdncelos, efetivada em 23/05/2008, !tIdo sob a
.ordens de Bruno Loureiro, atacadista ~dquireIlte 110 Rio de J aneiroiRJ,
!: i ~' .!' !

I'
\"-!:W("IO ,v+'f(;uaaO Vasconcelos consignava partidas de entorpecente ri ivlil~n() Tu vnre:
Y"114~ a varejo, ,havendo,I
em m~ados
I
do ano de 200.8, sofrido desflüquc nesse: I

como revel'l'.diálogo !teleÍonico a seguir· trmlscri['J,' travado em


6m, entre ele e )3runo Oliyeira Loureiro, quando-este já" p.cionava com
t ! '

: '., I' , -, , " : :'.

, - Quem,é? CLAUDIO - E aí cara? Tá por onde? DiU!NO - Feia


CLAUDIO- 1'4 por onde?, BRUNO - Não interesso, niio;fldn, irmao
~k4,':-'Ul --N,!o,' d~'parané!sse enconlrQ!; rão? BRUNO -- Não, lá COI/'
.' [dülh'eifo] C;LAUDIO'-- Porro, nós lem quedesenrolor, irmão.
, . ':":Nãoguero, CLAUDIO - Til nem quer me escutar, ú'lI(d BRUNO-
quero ~scutQ!; eu. quero o que eu te falei, [pagam~nto] CLAUDIO --
'P,1rl:eirn' não,lem como, . ripo, , desenrolar' melhor pessoalmente" parcúro:'
...: Quando vim dO fÍ1 o duiheiro, lu ligá: CLAUDIO -- Me~ irmão, r,
. . me escutar, pci;ceiro? Nós tem que conversm; parc,?irq[ BRUNO -
"'''<,SI(JU' e~perando o dil1heiro do "dog" [haxixe] qté hoje, só L'soque eu t(',;;h,'

'fJU,rc"'","'ijalar,CLAUl)IO - A MEL mio paga, irmão! BRUNO -, Então jú é.


__ "::,",H"t'UJJJ(j~' Você quer que eufaça o quê, parceiro? A ldEL !I{;O pago 11, e li
; maluco sumiu, ~RUNO -Valeu(.,) , !

~ .
~~

~'>

M~cll~,ldo Vasconcelos passou, de me"dos -de agosto ,em' dimllc, Cl


IIfl-1 QÇ!iW<[Q Ç!9r:t:l!l!l:~?~~oa Wentificada apenas C01110 Brigadeiro, a comercializar maconha,
iS
. ,

" .L' .,I,. :;i , ,~ I


'I-: '. !:"
"" :-::;,! ' ,,1 ~
:
,
.
,
.I RibeiroI Oliveira
" , . '.-1 .1
Barreto
,,,'i o!
,I ,[

B~iTeto, Yftlgo "Mola", exercell a função de ,apoiador e


ói.t,!-t~..~, Ull Vt;lla LO)lreiro, tanto ,na sup,ervisão dos transportadorfs envi ado ~
~o:! .E11\r:8Jii.~'qi,lanlºil\pa de vendas, 'de lança-perfume e haxixe 'a trafican,es '
Jarleiiro!R! Ele acabou, por ser preso em flagrante em 17108/20,)8.
111!iiiill;i,:\U,;lv~';:\t;r,;,-f'tfQ:g~~I!J.!m()ir()1R no exerçício da atjvidade ora descrita,

de lrflllsportadores, Thiago Ribeiro Olivcir:: ilarrcto at\l9'ú:--:'~


\(
. _~.
~·:í
_ ),~!Il


, :!: "

'I ' ;,1I'1 : '!'I"-"/"I'I·


1 I'

I: I, "::
I.! I "I
I I I rI ~I :1")':,: :~ "I i::
i 'I -'i ;'

I I.. I I I] I
Ii
,UBLlC O FEDER AL",!' I:, ", I 11: " !
",,,mni'l da República 'h
,
o E'stad
I"ir,'
óôo
'I
Rio'de Janeir
~'i:!!
o
i "."í I'

""l I ::I:(::!':, ::T -, i,"


",i.: ',> , ' I , !i,>:)' : i:' '!:'i;:!: . 1.;, i ", ;!': (;

rto Felipe Brkio!Dan~el, no


,I I ,": ' , I

ju~tamente corri Rodrig o da SilvaC úilhá e corn'o mC1l0r!Robc


i,i!t~crPtamento,nai~~I~çãoe no envi9,el1} i 9/06'i~008, de iaJ1l1e Braga Melo, Thiag
6Nevl !s de
'i. ,!pl\ye i:a, Eduaid!q';Pe~eira da S11vª~:}Sã.p 'Nor de ?liyei
ra aFran ?isco Beltr,ãoiPl'Z, na
te dos prul1ClroS e ele
I 'empr eItada d~ tr~~sporte de droga~q~e ~esultou na pns~9 em flag,an de posse ele 720 frasco s
, Jorge 'Edson Salss, em 21/0612008, naquela/Cldade parana ense,
l~riçacperf'ume, c9~orme narrat iva nos.'lJ*rágdfos 36 a 41 desta denún
cia.
," ," ' I ' . ' . I '
.", li'
I'
,':: ,I
' ,
t
da superv isão:d e traAsportadores, Thiag o Ribeiro Olivbira Barle
menor Rober to Felipe Brício Danid n ,
r,!un~eI10\la ,\"U'l'í'jio de Thiag o Macie l Argeiras e do
Teixci LI
,seleção e, no envio,! de Prisci lade Souza Batist a Sil:va, Diego
o Raimu ndo de Queir ós
f""'","h·~.)Jerreira, Tainã deAqu ino Ottoni c Jonata m Rodrig
empre itada 4c transporte dc drogas que resultou na prisão dos quatro
de
. ,PiraíI RJ, em iS/07/2008, quand o rcgressaV'lJl1 do Paraná de posse
,, confpl me narrativa nos parágr afos 74 a 81 desta denúncia.
.
' ,

f,M',f'l'\\:I,:, ','l-;'fJ>-,,,' 'I ,Oli~eira Bilrreto foi :preso em flagra nte,' crn l7 /0~/2008, ao ntu '
i[;HPclmo'!~i9'r~~!:0:1:'~~'!\r'arisl'p',or,ta'dora ,'Larissa Lial dos Santos
para recebi mento ele partid:.t I",:
sson Avclino Batist a, 1 la
[:;(e:ntIJITlectlri1:ê .!clv.!J;13nlllo . Olivei ra Loureiro adquirira de Hermi
:«nJ.plry\t~c~,a,,][l<l,l:r,?iqa;'ncIS'IJ,lj.·rá'4~a 52 desta dCllújl.cia. 'lJ~r,'
,i! ',,' I
'".'
rl~
, " • ,. I , . '"

, llhI8m "Brun o' Olivei ra Lom:eiro recebe ra mensa'gern SMS


cOl11,'pedidod~ instruções para cntrel,ia da droga:
" "O:~ lek s
l~I~Fril;i,~~t~:f1.~~~lip.cJ"
Vele'

ce~tÔai .. naum poso .fi/a Çq..»l a:respollsa de~u(jo ..ja falI! p ond vau .; 1
, iI
ta ligado .. p naunta contec " No mesmo dia, às 14h16111, Bruno Olive
LOllrJ~irCi',J:~sp,cljj~l(j\l com mensa gem SMSq uc design ava
pessoa ele nO\11'c Thiago Cai ;10
re(~el)\çll: 9I;ls!ct:r;pg*~,~,e,forneci(1.à seu telefone: ''7f5188523 Ihiago
. R1W dias da Cl·UZ. j,,[cie.':"
~!U'.~r,",V;JO, às 23h22 m, Thiago Ribeir o Olivei ra Barret
o recebe u, em cli:'tlo,;,>o
~
Ui'Ii!:)i .~~tÇltb~J.<i'~'lflte:~pçp~a(io, indic~ção ele que ele forh dcsign rdo para a tarefa:

fica na infra amanhei que vã?f~e'Íigrr pra esse Num, o


l

I mnr_ a chega da das "pwla s'7 lá


pelas dez, j'áfica na iri_a
l'rrtll!!!it.il!.::t:~~(r: Qlel"raj nto B : Valeu! ( ) . " !.

ação e nel~'
"""".,.,,Tlliagci,Ribeiro O!lveira Barreto seguiu integrando ,) associ
: .' .'
,'i81Mli\"',f!{lne!lUsly~' de telefone celula r no iniedo r do Presídio As.y hanco

+""V">!,".V,·,,,J,,'~á'ipreso, àf 18h04m, ele


io !11mlteve diálog o telclllllico intercc pt
'. . , discutindo aspectos ,de ,sua capl1Jra e indica ndo, diante ,je.
:l?n:r~9
adquir entes, de droga
. "
[ljcsíd
.
io, temor
, ,
de falar ao teleCone no
• '74
MI1\lfSTÉRfO PÚBLICO FEDERAL
; Prqcuradoria da RepLlbfida no Estado do Rio de Janciro

de ferlar pra tu, parceiro? Pra tu num botar a cara e arrumar um mel1or!
[man.dar um menor de idade para ir buscar a droga}(..) TROB: Agora não tem
I,:
, '
.
como voltar mais, já estou aqui já, era! ( .. ) bagulho mal feito, irmão! BOL:
· Malfeito como? É sempre feito como? Não é assim,flão? NeTo é senjprefcilo
desta forma, irmeTo? Eú inal1dei os caril ligar direto pra tu, tanlo que 11 il1g/./2 11:
me ligou nenhuma vez, ... BOL: Me admiro você ir num Ildgulho u'e::sc
achando que está tranqüilo selllpre! Nunca pode achar que está tranqüilo.
parceiro! E eu sempre fui um cara que falei: 'Meu irmão, mio fica levondo
nada, neTo. Manda alguém levar contigo.' Vocês não acredilam! E voi.·ê já crc
pra saber disso há muito tempo, pois já aconteceu isso contigo. Foi tipo igua
a segunda vez .... BOL: Eu te liguei 11m dia antes pi'imeiro e falei: 'Fici' lU
infra que vão te ligar aí amanhã'. O cara [Hemüsson Avelino Batista] fa!Ol
· 'me dá o numero pros menor ligar cjoi isso que Cl/fiz parceil'O" TROB: Sube
o que. mefodeu, parceiro? O cara [HemJisson Avelino Batista] me nianda n,el
nome, meu telefone e o endereço anotado com todo mundo, coela um com ,m
papei desse. Se tiveSse só com a mina, eu podia falar com o que quisesse.
BOL,: Te'm que tentar frIar com elas agora ,parceiro, mandar o advogado ir
,i . lá. Mas um dos moleques' não está aí? Tem que desenrolar com ele, parceiro
TROB: Já desenrolei com ele já, parceiro! BOL: E quem foi que te cague:ol
parceiro? TROB: Foi b'agulho de cachorro [cães farejadores]. BOL: Não, ma
quernfechou com essa parada de vir com os canas aqui, parceiro? TROB. Fo'
· a'milla, aquela pretinha lá, [Larissa Lial] JJOL: Caralho, foi aquela?! Tue
p,arceira, ainda, heil1, parceiro!? BOL: 7z1 tem alguma coisa em mercadori<:
, "'[6ntorpecente]? Se tive/; tágerq{ querendo, parceiro. Tem um cara ali que
"\"',~>~aga nahora, parceiro.yRO}: Eu não sei da nada disso ai r,ão, parceiro'
"-' Esse telefone aqui! Váriosjá rodou aqui por parada de telefone. Assina aqu
':'1 na porta. mesmo. BOL:' Então se tiver manda uma mensagem, parceiro
~. '. TROB: Fala com o Dimitri que ele sabe.
, ,
'i i.:. il', ··'i
<11',1123 > Em 20108/2~08, ~s 18h39m e às 18h40m, Thiago Ribei~~. Oliveira B_arrcto, ~r~so,
i ,.imas confiando na Imumdade do serViço de mensagens 3M3 a I1Herceptaçao' telefomc2;
!I:!lenviou duas mensagens 3MS concatenadas para Bruno Oliveira'LQureiro com pedido de
,I,; :'"envio de urp t~lf'foIfe celular, um chip GSM da operadura 'fIM e outro da operadora Claro c
; ;;' :pOgde,~a~xe:! i'E,'ae cara ve um tel ai pra mim um chip tim e,wn claro ja na promo," e 30 di
1!;!ll "U,:::,,/!, b9.r~axafe10re1ta [haxixe],' ai esse corre pra pingar alei da mais 20 da borraxa [haxixeJ
' '.!' !an 9,'chpp,iy!ho no jc o numero do amigo 8176811 1 e nos mas ai ve se da hj q senoo se
IoUfJJ.I,.:r;! li;!;:I:;~'ep2Wla' qll~}T! te1igq dps ve se atende".
. I',.!;; li;-! i ,; I,;'
I.,
, " , .
~J}Thíago Maciel Angeir2.':
, . .

,:1~4; ,i ~1~iag6N~cjcIAng~jms, vulgo "SI.reet", ('xcrn'\1 :t flll1\'~()


de npo;:,,!o!' de nnlll
'9IJ~~II'I\'::\'9LI1'~I.I'9 l'Ifl, 1l1'I'(lgi 1llt\llfll',iNn
tlu fl.'L/I):IPOI!IIIIIII'U:1 L'lll'ill<l,,,: IIlI I '''I'II1Il\. /\1'iIILi
:,n~I\:'lqvqll~l~I~~fcl\,~S?CI~do ao menor Rob~rlo Felipe Brício Darci,cf, 'l'hingo ~11I1.,icl Àngeil·[\.
C01~COIT~~p~~~J\i~l~cgu~el~taçHo e o envIo no Pnrnná, em ::!()lO.\']008, d,), ir:ulsp"r!:ll!c'rc.'
...: J(>Sv Le~I..ôb\'llda Sih-a" l"furoelo Ciê\~2bo Alei,'.~ ):':.'~~ ~~.,,~-~ D:!.:~:~ -'. _:.,' " !'.,~ ___ ","
\'i' ~~:,~~;-,,~: :~il.f#f:~fiH( ~,.;.~~~-, ·~·.::dz _3~~' rbc!~~.);;- __~2 ,;;;;;;--;;, - .~~. ;~;;~.~~~-.;;: ~J '---~-,~':;~~:~;'/':r~~J'
!
',011,
<," 1:\ J •••• " . , , ' ..
l:.'~;;' il' :,i,irr',u:i I"~~fji.ql' ';'i: 1

:,. :
,I

;I' j"'" ::.. \~! ',",~ ":'1'" '~


";'/:i,:" :,::,:,i1l:i;''"' ' >i' i
'" ,," ,;;""·"r·!
'·"'[· i:'
:,'d mt:'i ,-I >"1',1 li:
!

':"f,."C;Té:D',,," P.8ElL!~O rr ED~f#L! I , i i

da Republica no Estado do Rio de Janeiro


I '~."!" i: " ',' ;!I)!,: ;1,' '
1', I i
:
'
,'! I : "!'"

! li 'if'l . .1., ., , . ".'1


!, "

,,:,,';;
1 ' . , ' "

: .•....
ros na posse de 124' frascos e, confOlm.' I
,.Pou so ReClondoiS.c, dos :'dois pdm:~i de lança- perfum i ,~~
,I'," .,,' .... '
1'~',';''','li_:''II'!,,',
,'",I,',I i,; ...,':"'':': ,''::')
ncolTe il,' mnda, para a arreglf fientaç ao ~o .envlo a.
.descq çaodo sp8.fa ,grafo s 33 a 36:Co
Silva, Di~go Teixeir \
Paplná, em 15/07!~008, dos transp'ortádôres i Priscila de SouZa Batista
Rodrigo Rain'iliriclo cL
Martini de ,Castrp Ferreiril, Tain~. d,e Aqui)1o Ott01Ú e Jonat3fU
em 18/07/2008, eL1
Queirós, na empre itada que resultou na prisão em flagrante dos quatro
frasc~s de lançr.-
Piraí/RJ, .yiajandc{~m ônibus prbv~ni~hte de C:uritibalPR; na posse de
720
'perfu me, conforniê descrição dos pa~á~afos 74 a 81.
. ' '1 ,.,

" ',' 1
. , 'í:1 ! '
.
vez recrut2d8".
Em cada uni desses casos, Tiago Maciel encaminho I.) as "mulas", uma
isão'logíst ica' da empreitada - Claudio Machaé
: ao associ ado :en~imegado da supervI .
de 15/07/2008 . •

".Vasconcelos na d~ 20/05/2008 e Thiago Ribeiro Oliveira Barreto na


, ' r ,,).

, ,
,I ' ,::/ : ' : ;
• ,! "

, '126:: . Ó di;jl~g({ telefônico a seg;Hir transcrito, traVado entre Thiago


Maciel Angeiras e Cl
o concurso do prime iro
;'''mu la'' Roberta Erício Danie l em2Q/05/2008 às 161144m, evidencia
li.' :11',r~:~rriegi~~nti~~~W4oS transportad~res para a empreitada que se iniciou naquele dia:
,',1 ,.. ;", . , 'I' "'·11": I' "1,·1, '
(' h,I,:1 ,,',:';-,jI,' 'i "~;, ":, ' : I::
. I
'i','iilll'III"T:!T~
,.,:i:l,i,!! .. Ul .
' mln, G'o'
. ha fil! ' •. "
-,
'E< "? ROBEI,'rA
I W, vo~e ja esta pronta, ja.
CII,
' j,'
.\ \ln - a, ma.1 .!
'

. . çh esta~,onde?' TIAGO -, E para vir logo para. a direçli


o da mil1ha cc \.I'
'" . I. .
râVClnqüilo?T.(~1!;l cá,ouv e, ouve, ouve: cadê ele, cara?
[Roberto Felpe
:I3~jeio Dapiel) RO]3EH-TA -: Está .na escola, cara. TIAGO
- Que é isso, caioi
.moral,' papo reto, eStá muito irresponsáve l ele hoje, hein, "brother "i
1-"""".'0. os bagulhos slio tudo na responsà dele, Cadê os menin
os ai, cadê?
";'-~U''''''Ln.~ Tá, cara;.'relqxr{·Ele .deve estar resolvendo isso;
relaxa, Eu vou
casá daqui a pqU,çO:'~Ja~-cãr; esperar ele chegar para partir para ai
c "n
'i'X'"Q,,,'iii.'·'
l i i \ J V ~ Meu' irnilio, ele tem que chega
r aqui com os outros dois por( e
. amigos que estavam aqui eu dispensei. Eufal eique I 1,'0
'lJece1,si,iaóle, entl10 agora ele tem que chegar aqui, ROBE'RTA - Ag,ira
vão
talnbém mal1da os dois ficarem ria atividade, já, porque se bá eles
e,,:,ei
M!:im.bé.V. 1,:. .. preeisqr ir. TIAGO - Que precis ar ir, mil1ha filha, ,eu jádisp
m(~leq, u,·es! .. Os' moleques voltaram para Nova IguaÇ/1 pprqt/ e ~le falou para
ele vai ter
ql'e ele ia estar com os outros dois, tá ligada? Eirtlio agora
ili!,q1f.!~,,, dprun l,/eito e !?.s:tar, porque ele deixou o oUlr; celular eontig
TIAGO
1
o para cu
.:. Pô tô:,'
iyu:rJe/1'l'poder, me comunicar, com ele, ,ROBERTA - Tá bom.
- Ta b .,n, i!
l,d'2n,ii',Q.'b pap,iJr~t~,' '~enã()"v~i babar tudo hoje, hein? .f?-OBERTA
,.~~~e,e~faf~? ~.,~~e~1 irmliol1do está comigo. (), : ,'.' '1'::

~lil,li:~ 111~liii! il,Ç~lá:udi9,f)r\>jqlIlO Iqí~l,o.l'iS'I(j':tel~;ônich, travado em ~3/~5/2008, às 9h38 enl1'.e,,'de um belo, :'
'-I do outro, o n,enor Roberto Felip~ Brício ' Daniel e, em i .
1'7,t~t\'C,}!. l\lJ.a':lel.u'b~uao, estes últirp.os receberarri, no. RiÓde Janeiro, dos'
l'f'Vf'[" . q~e

'h',~:l\llsp\);rtlf4<jte~, 'moljerta BrIcia, ~,: Drtyane Araujo), as 'respc ch-as


,
di!ig\~!1:ci~aln. s~al~ntrega a Claudio Macho Vasconcelos:

, '': ~i '
"~·ll.'-' - Ear, "joe ";?CM V,,, Tá ol1de? RFBD - Pô, tô aqui l1aque
le luga.; lá
e!' saí/-'
. ,(Aqu ela, pô; naque le lugar aqui, pô, CMV - Da última vez que ~
, . " ,

....-----
i ' I, . . :: ,::;
" "
"; ,
~
,~:c;
''I.;C '" "
...
,;,;1'
-"'-'~"~'~ •. ~" ...... ..... ,.~'---_._--_."
-
! :-11 ~ 1 ) ' ':: '. ,! '."'.-,
'::.:1' ":'~ ':,' .' i, ' !
:\ "I :~ r! ('·1 ri
':I! ' : \1.

':,1, i;::
,

"

ES,ltado do Rio de Janeiro,


,
J,
j, '. ' ! ~" "
11" '": I, I
,!' li ""
'cprl'endo? TMA - cara, {rf-nqüilo? CMV - Tran~üilão;, mas
ió6,ld e; ir'mao
: t·" .";
? Dl1ql.~ld sai co~ren do, é isso?I TMA, - E, :pô, é isso,
,,aÍ: mesm'o 'que eu , i"q " " ,
. queá gente jiC01l ali perto do, ti'eVo, ali.
'Nf:/()~,não, não. Não, 'n5q 'está pensando; não., Sou eu', que estou
falC!~do, tá Allgeiras pro'çura indicar que ele,
dive*samente de Rc)be:rte'):'elí]Je;':co,nhecc a localidade]: SOI1 eu. Tu',vem
para
a minha rua" segue,elC/ e yai virarp ara a direita, que Ilem daque la
, vez4f í um tempo atr~s, ' Olha só; eu não pOSso}icar ~ssill1. nã,]!
" Voc~f têm! você tem {(ue
I,

I, carro, como é que eu tenho queJr rápido


'parc{\algum lugar, tá:(1le " ? TMA -Ah, tõ ligado, tô te en(endendo.
"qIr1, 't(DIO - Calma af,' : Alô. [entra uma nova ligação]
I:' "I'
I i'
" ,I
u+~"\'<;1-"'~"telefôrucos a s~~lr transcritos, travad os em iS/07/2008, um 'às 15h48 m
I";'~',",'''''n' I .. Imostram a participação de Thiag o Maciel Allgeiras na arregi menta ção
a empreitacia,ip.iciada nâque la data. ' ,
i:: II,

primeirp, 't~~'V6'v,OCOITeu enire,ele e a transportádora Priscila de Souz~Batis(a


:.'1
:: i
I 'I

-,~\!'-)\_"'Cdi' .,Eit soú a indicada do Frank. TMA - AJ,. e aí. tranqü ilão?
:;'rl\:;~
'::
~lm)lr~_,'\~~~;~lit~'~~' ~:TrariqÜilo: TMA - Ez'? falQU que tu ia me ligar.PRISCILA - É,
' , '" E clÍ, quGlvai sá? TMA - Pô, tem que ser para hoje,-brother,
i v~r,vocêaqui I1F' ~,qft'ti,:'n~ que pegc:r algum
ônibus aí, tipo assim,
,'",',,:,ii"),"lH, ~~~~~~f~ri~ Pau Ferro, que,-passa Ql na Taquar
"'.i:l~:r~:,:i,l:i c:, descer aqui na Pau Ferro, e
\01 's~ encontrar, ,~ J amigo, meu ia lerar vocês de tb;i atéJá ; mas,
h!antlisl'i:le llc)â:s iren:z, ia cçmversar com vocês, tranqüilão? PRIS ClLA
- Pois
liga1a ,joi o lJue,eu falei para o Frank, Inas minha mele não está
,I""im",'r'.'<Jil,;,,'e"eu estou sem nqnhum ',"puto ". TMA - Mas, vocês
pc/o ineno s
iv·rarzj.RI1doidois conto pCira descer aqui na Pau Ferro, daqui você
já vai ter
ir 'para todos os lugares. P RlSCI LA - ~ou ligada, '!I'!as e 1/
estou'sozin'ha el11 casa, jiiho, e não tem ningu ém que p~ssa me dar
d'oid, reais
:~rs174W:r~~:~: TMA ~';J.h, np, Caso teriam que te dar umQ resgat ada
lj, lan;z ?
;:
ler
• I "
qU,e ,
me '
dar,,
uma resgat ada aqui 'na Merck. TMA - Ele
;:j(all:Ju':'V,"".,_t;-< e' um outro ' inoleque, está ligado? 'PRISCILA
'

-Eu éstoll
~;>.I,~·'-' para ele que eu vou,n-zas a pesso a que vai comigo
ele vai ter
C/r'ru,ma'T aí, porqu e eu não tenho quem vá coinigo, não. TMA -
Eu tõ
/IJ!aao. 'isso~ só, q/.ie, então, vamos fazer o seguint~: você marca aí na
eu, vou ter que falar prime iro com outro menor, para ir já'
, !a~er uma viagem só, busca r tu e ele no mesmo li/gar, já é?
tua na
'"0>ylL ,<'I' - Ja e (..)

I
f seg~n~o~iil~~O ocorreu entre ele e o menor Roberto Felipe Brício Daniel:
. -,','

! ":,
,.;, I

i:

:rk4 it Tô domdois I , - É? Tu tá onde? TMA .'.. Tô~quj,.,pô


Seel'f.,eslou 'te;1igand7:
um/UI, eu estou aqui. RFBD,- Tâ vendo, estbu
. ,chegqndo aÍ.·TMA -i, " , " só,entãJ:'chega logo, 'então; não demora
,I 'm'uiid1não,yaleu? (,): , , -! .Tá contigb aí eles? TMA -: Pô,: i s6está
i faitq~\f{o a mina, te~ que nu.•
',',ar I~ milla ein '~asa, ''ali Ila Taq~ara.'RFBD -
'I, '

-
Ent~q,~ identida~e, né? i r~ Éf. tudo' bO;lftinho, 1!0 menor c uma mina
"mOlor, Valeu. ( ..) "I,

,i , I
,

2.3.6 João Gabriel Cristóvão Barbe,ito "

" João 'Gabriel Cristóvão Barbeito, vulgo "Mão", exerceu a função de apoiador e longa
!,!/r.'f1I'"l.< de Guilherrn~ Franeavilla LarnçlUre Ribeiro. Ele executava ,as tarefas 'de reçebimento,
'Ç~'"g<:111, di";isão, guarda e entrega d" entorpecente negociado por Guilhelmc Francavilla,
, . . adquirido por este, ora em regime de prestação de cont<ls, Na
c:Ô11~j:gn2lç~I), '\",,",,;n da Zona SuCdoRio de Janeiro/RJ.
" '
"' ,
,

,~,: -: , " ! ',1/ ::' I.,: ' .

~ 96 desta derií)ncia de,serevem a conduta de João Gabriel Cristóvão


e(r(e,fu.:@iihtqade aquisição eyen~ade ento~pecenfe, haxixe ou maconha, por
, " entr~15/06/2008 e 27/06/2008; a imputação vertida naqueles
que
,,'
lhe éI pe11inente,tarnbém
' .. ,' " "i' i:Õ"
a João Gabriel. ' . '

u~; ;l;\,,",~g,'!I,,~ji,:,' telefônicos a seguir,;.ranscritos, travados entre Toão Gabriel e


;.r:qjllhe,rilÍ~~'·ráJ;:lca·vIl'II·a ern13/0712008, resp;;ctivah\ente à Oh03m e às 21h58m, mostram dois
1::I'::ili:~t~~~~!tP~'~(i:~1:~â?~it:S~1190J:dilGa:la do primeiro: (i) ele relata transação de venda de drogas; (ii)
'.'1.1' "",,,,rnal,.c8l:'l'i.IÚ~()ntrq'co:j1l o segúndo para entregar-lhe dinl1eiro: . '

If/''''X à Oh03m:
-Fala, meu filho. JGCB - Fala, pai. GFLR - 1~.onde? JGCB - EStOlI
para a área lá agora. GFLR - ... E aí, já vollei:~:k;CB :.. Já;voltou, já
I ";fl.é');[!'U,,r' ,GfLR ,- Já. JGCB - Então, mané, se liga, hoje eu nem vou ficar
não, mané;. mas amanhei eu vou te ligar pra te ver. GFLR -
YUleW' @/;wu lá os bagulhos tudo certinho? JGCB - Ahã,. vou dar mais uma

eli! ágora. GFLR - Que é isso, cara! JGCB -.: Dar cem para
eú fiquei (je dar no dia seguinte, mas aí ele não veio me
eni~initriÚ; falol<; que ia pegar hoje. GFLR ._, E aí, lu deu quanlo para ele?
'dei quatro pernas, 'e eu tinha cem para o dia seguinte, aí dfifalou
,'I': ,:vi~P!egarai não pegou. ( ..)
I'i:ii",[ I '
, :il!i: I '!
I,: I!
I I: II

/l,.LTI'jd\-Tá onde? JGCB -Tô na praça. Vai passar aqui? GFLR - É,


J"'('ó:j{e!!,UI um dinheiro aí contigo.lGCE -Já é, passa aqui, ente/o.

, \ (~"",~
I :
{,
li, ',i I
(;:{~l'
g,r,:'
í~ {~;

1\ I. \;(~~::~~;i;f:~~
I
"i·
'78 ',I
'i'
,-
t ','1.,
"
-,I I ,,'" I'I :
.~Ia.,~v~,y\13IefOr"lÍ,co, tTa~aC\or~ 1~/O~(f008 às 1,6h35m entre J6ãp Gabri~l Crist?vão i
W(J'i):l:arbeitoi ' identif icado~ i,i/usrraa ;atuação do primeiro na venda de' haxix e' no
, . I',';
! ',',I
'i
, , , '

.
'
'
~

, 'I
, , ' " I
,
I,,' (.) HNI- Tu tem! "rache " [hrodxe]? JGCB - É. HNI ~Então eu
yóu querer
'três,t ranqü ilo?·[ três gúnnas] JGCB - Já é, HNI-. .Tá quinze
cada um~?
[quillZe reais o grama 17pCB - É, isso, isso, HNI..,. Tranqüilo, enfão
eu VéiU
, quen!,f três e talvez o Inoleque que vai comig o vai quere dois, (em
aí? JGCB -
Temi Jem. HNI - Tranqüilo, então, umas cinco, di/co e pouca
eu estou
chega ndo aí. (.,)
' ,

função de apoiador, em algwn as transações, confor me sua'


l:Iil.ii"UI"J.!,'UlUDlI:loaae decap itaI, João GabIiel adquiriu partidas de
entorpecente de Guilh emle
Ilfi:mc:a,'j] , ' venda por conta própria. É o que mostra o diálogo telefônico travad
o entre
';i"e.,HIlJu:;' : em,·j7 /0820 P8, às 17h59m, em que
João Gabriel prestou contas a Guilh erme
(1<:rallc31",'IH,a,', indica ndo haver disponibilidade dedinl leiro em seu favor,
e este propõe àquele
~H\,J'Jy"v de l11aconh<i por preço favorecido:

-'-Já estou aqui na área, aqui; se liga, tem um galo [R$ SP,OO] para
casa 'do''Ariel, pega lá, GUIL HERM E -PÔ, tá maluco, cara: espera
, depois voc~ mq dá. MÃo - Ah, tá, porqu e ele eslá me deven do e
:.m~,j:.laí5~Ç1r amanhã.: GUIL HERM E- Entüo, mas quand
o tu pegar com ele
·.iAh; td,'(porq2je eujJen sei que tu ia precisar. GUIL HERM E
u jmlciso, i,,:zàsaí iu junta tudo e me dá depois. lv.úfO - Tá bom,
te ligar parp ve;mina..conta para depositar um dinheiro pat~a tli
~),~,j~7'AW.bl''?1; U'V,'J..",W'CLV ;E, - ;;ô, por que? Tujá está
aí, cara? [Búzios] MAO -
~'J~f,JJ,J.j".m',
/j- Já subiu? MÃo ~ Já, mas essa semana eu vou descer de
',' vai acabar minha macon ha". GUIL HERM E -Iafa zer uma parad
a
/"L"~"",L! para tu com aql"ele mato [maconha} ali, pô. MÃo -
Pô, tu não
mUrJu;' eu subi. GUILH ERME -:Pô,
iafaze r um preço maneiro para lu.
U4,G);..,.., ' deixa essa parad a [maco nha] para mÍlil"Cjlle eu pego aman hã
'()u·ri~'n()"i.• de repent'!. eu {e dou até à vista. GUILHERJ4/} -
Enteio )á é. Vou
p.u,~:Ii'c("úrrpara lu. MAO - Só 1'011 esper!lr acabm
; estoll com jJouljuinho, meu
[muco nha] vai acabar, ,meu mato é pouquinho, vai acabar, eu
vou
!,.dé~.l'CI~r' e, vou ver essa parad a contigo. GUIL HERM E - Já é,' eu vou1te
esper ar
"_,_.,, então. (,,)
.

U'''''5IyilJil,t'ªH~ma. 'Tdrres .' exerceu, .em '. regime de subor?inação, a


função de
dois pontos de venda anendados por Henrique Dornelles Fomi na
"Barbicha", pu '~rncrível", chefe do tráfico no locaL Os
ilustl:al1jo exercício qessa função, incluído o aspect o da/ "".)
tl.~nrique Dorn~lJes; . " f,
;, .". .' , ' \ i '"
;\:r.,:i,''::!'':;·'' ". , :: ,' \...-.~~. '-..
, :
\ . :";'
..-,,-,
, "I""
I,
"

'i :
, :'1
" i

i:i
. - , " , . o':! I ' , 11'

" i Sérgi,o Pa,i0W a tratou com ~enriCJ.,ueporifelles em!riajs de wr;-a. ocasião da iaqlli~içãO
,arn:as qe fogo',;l?ara a defesa ~~boca c!eii:~o sob sua ad,l111.111strqção, ~o, dIalogo
telefômco travado:,entre ambos em 4107/200?, as 17h08m, SergIO Pqloma Indagou c\
',HeIl{ique Dornelles';:se ,lhe interesshv~q ~quisiç~o;por quatro mil reais, de pistolaTaurus, de
: calibre 40; Henriqljr ,Domelle,s refugoll,i consiq~rando excyssivo o preço, mas aproveitou
"I:parainfonnar que c6pseguira suprimênt6de LSD para o pontq de venda: "
,
\1
:i,

(. ..) S'fi:RGINHO: ES'cu(q, escula, tem uma parada aqui te interessa? Tem um
brinq1!edinho(arma deJogo] aqui: quatro mil! GREG: Não, não, tá doido?
Tô duro! SERGINHO.: Total! 'GRJj:G: É Glock? [marca de pistola)
. ,,,.
" SERGINH():"ºaê?GR~G,; É Glock?SERGINHO: Não, não, PT-'40' (pistola,
, ITa~ru;}calibre 40J GREG:Muito
,", i " I,
caro,
,
"
cara! Que é 'isso? I SE.RGINHO: Total, ,

:', total! G:REG: Taurus té(11 que ser dois e tal só! Fala pro cara que ele surt01i
,i: ou qat§u a cabeça logo~e manhã nesse frio! Arrumei o bike! (LSD) Ar,rumei
" i Cl brdC{etapra gente pasSear sexta-feira! SERGINlfO: AM Já é! ( ..)
;.!' "ir . ,.!

':" 1,lj ,,_ '1.'--: '


,i
."i'!!: : .1',:
; ':' I . t,

2.3.8IDiego Marques Bezerra


',.' - ' )'\

'Marqll<:'s BezelTa exerceu, em regime de subordinação, a função de


adm:ini$trád,or, ~os dois pontos de venda arrendados por Henrique Dornelles Fomi na
, ',"Piu", "Barbicha" ou "Incrível", chefe do tráfico no local. Os
, desta denúncia ilustram o. ,exercício dess~ funçflO, incluído o aspecto da
."-' /" . , , -

k,?~'U,VL.U~,~~~~c:.::;~Sér~i9 paloma a Henrique9.omelles,

".".VE,v telefônico de 6/09/2008, às 2h5m, Diego Marques Bezerra e Helio da


apoiadores ele Henrique Dornelles" conversaram sobre
com este último; ficou claro que Diego Marques já não mai:;
~~1.@id.;~ltl,'iÍ11b:()r~l.ir'Hlç~(6 a ele, como que 'se havcnclo dcmitido:
","i',' 1',' Li

,•; I': - ' ~, "',' ;, '

, ;',,:Hf'SF: FalaI DMB: Falq aí! HPSF: Eu lô sabendo que lu lava falando ,)nal
i" ,'],;q'ênlim qf no morro, cara! DMB: Não, jamais, pál Botaal quemfalou pra me

l,iL~otâ~dé'frente. rá maluco? HPSF:


I"
'!:" ,',' ['
i',·;· I"" , '
sabendo ç:/Í ... DMB: Eu, que pergunto
'I

!:i~p,riYPf~ di~eto!.Ninguém dá nO/lcia! Pá, eufalando ma! de tul Ao contrário,
I I, I '11: ,; ':::rq/{fff~(r ~ei .. : HPSF: Eu vou ~e falar um~ coisa: a gente só sabe que é os
lI:,ii;'I[I;,::I,11';;"1, I i,: .i,; ',,;:ti\PI1J,1*9t, ~~~n.do agen~e precisa, ente~1deu? DMB: PÔ, ~as como.... eu
'!I , J"!!jJ8rgUntaya dzreto, pelo Bradock (lfennqlle Dornelles Forni), um telefone pro
,i,," i! !iit~'l ~(e ~U,CIl falav.c!f!ada. IEleminca sabia de tu. Não falava ... HPSF: Vem có:
i :iNfiq?:f4/11~iS Irabhlhando com e(e, hüo? DMB: Não, nc/o, pô. Hl'SF: PÔ, eu
: to:çhpteÇ<do ... tá chateado com ele, cara . DMB: Pô, não tô mais, nc7a
!:r~a~allj~nçlo com HenúqueDomelles]., Por cqusa de vários acoliíecimentos.
"~i"~ :/!P,~f:Pi?DMB; for causqde vários 'acontecimentos. HPSF: Tô ligado. Eu.--
Ie '",-
, Ij,ách,''ateado com ele, cara.DMB:Ele que fialou; eu alé imagillO quem
.' 'i:"I, ~ ,
' ' l,-- \
, .~.
_
""'"'~""

~......,.-_ ..
,. .... "'il': ·'::}ir:., :,:
i'i i 'i !',il _,,1,1 l. "i
,.i, ':t!;:\/i
pERAH" ',',' " "
no ES'tadí:)'dO Rio de ~aneiro
, ~ II ,! ,i I i . 'I :' •: : , ;
I '" ,Ili
',li
falou,Nãofoi ele q~e ,nu)?,,'" HPSF: Não. Deixa iss~ pralci. (.:)
!',
,..'
,i li '-i

2.4 Intemied(ãrios .' ~ ,.. ' '

140. Os denuu9iados Raphael : MileJl~ Tavares Ribeiro. e Karina integrai'am a rede


"no período coberto pelas com função predominante de intermediação: eles
"punham em contato fornecedores e' distribuidores, ou distribuidores e revendedores
,'varejistas,ou, ainda1 revendedores varejistas entre si.
I .' i ;

.três intermediários não.. era homogêjwa. RaplJ.ael Kauling,a:t:uou em


HII'II<:lX.U. 9ietllll<10, orclm()v,mdo interface elltre BfUll0 Oliveira Loureiro, distribuidor baseado no.
J\lr\eg-o.IFY ',\;J(lmecc:do,res de lança-perfume no oeste do Paraná, com remuneração.
,;,\,"",,\~,.)\1J.11eq~e'!.a'i'arl~S Ribeiro.tFlmbém atuou em eixo definido, promovendo interface
Silva, revQhdedor, e
distribuidor, não identificado, de. lança-
c~)jn I11~is amplitude a rede, aproximando associados - ora
,rre:,vendedIDre:S,ijej,<ií,:;P;í.buídclres 'ora re:vendedores entre si - para fins de fornecimento de
e,'~:fit.?rtleeen1:es· para op~tação de pequeno porte e se remunerando com parte
. suprimento.~cuja obtenção in1ermediava, em uma espécie de joinl
ó!i:eyl~n(~(\clorquúuxiliav<i a suprir. .
l.:

passou a integrar/â- rede criminosa em junho de 2008, com o


''''"LULJU,g'
iVI'anleJitd~i,(?ri(fiéiollaI de Bruno OlivelraLoureiro, que o incluiu na associação. e modificou
flquisição. de lançq-perfume: os transpoliado.res enviado.s ao Paraná não
corihlto, direto .com o fo.rnecedor, e sim co.m Rapl\ael Kauling. .

. 74 a 81 desta denúncia' descrevem a co.ndutad", Raphacl Kauling ao.


,errlpreitilq,â' que resultou na prisão em flagrante, em 181.07/2008, cin Piraí/RJ,
,,_,_"~",'_ .w'oveniente de Cuiitiba/PR, de Priscila de So.uz~Batista Si,lva; Diego .
eí~:~ÍI·alvIaqir1i'.' 'C~stro. Ferreira, Tainâ de Aquino 01'toni e Jonatam Rodrigo. Raimundo de
, 720 frascos de lança-perfj.une. ' ,.

acionado por Bruno Oliveira Loureiro em ao menos uma ocasião


às 13h4~m, o primeiro recebeu mensagem SMS do segundo
se posse possível engendrar empreitada; conforme disponibilidade
l.ocQrI'·erí.a 'nó dia seguinte: "Enlao ai se ele for ele vai amanha. Ai I
confirmação não veio, mas Raphael Kauling recebeu nova
Oliveira Loureiro, em 13/08/2008, às l1h57m, com indicação de
ocorreria de imtidiato, por problemas no fornecedor, mas sim OJ
,1.,,'i U1Ilt:'I'l!,ue seternbro: ('Po la brabo la no h,Sn comeco d setembro". Raphael repassou, enmo, ,
1m; por mensagef]l SMS, a informação e o sobreaviso a seu apoia,d~rr"'21

. , ~~/" ,.~"
'~".l"",-~~~",",-_, _ _ _ _ _ _ _ _ , _ _ ..,---"
":Fi
"i
,., . .~~~.'~ \~:i' '1> : :,T;i'Yi":·<'l;
RIO!P.UB~,qO ~FDERJl.L;,:.' ~i' I, , ' i

, "da ReP4plicàrio EsladocJo Rio de Janeiro


-; .. l' i I i'.:,! ';!: "I " .: ',~; i

, : ' I ' :1 " "


,'
"mtao vai fica pro!mes1~e ~~m '{a nao te~ a merka ".
' "
I i

!'i
I
::.' : I 'I, .i. .
'·2.4.2MileneTavares Ribeirol'. ::
'I, i, ; !

I
, \,
, Milene Tavares Ribeiro, vulgo '''Mel''" iNermediou, de 9 a 10 de julho de 2008,
trans,lçã,o, de ,compra e venda de lança-perfume entre Rodrigo da Silva Cunha, COl1;O
,,;compnw' e distrijJuidor não idcntlficado. A transação ficou demonstrada em múltiplos
li i,dllal(lgC)S telefônicos ~ uma mensagem SMSentre 6s dois associados. '
.. "

q.primeiro di,álogo ocorreu em 9/07/2008 ús 17hO Im, com a solicitaçüo, por Roc\riLo
Silvg Cunha, de q1le Milene Tavares intermediasse a aquisição de lança-perfunie:' .

: Se liga, não te'm aquele negócio (Jlle eu desenrolei cOl/ligu? Pra eu ir


direção ... bá, que eU estava precisando? M: Da mochila da ... R: Não,
M: A1zã! R: Pô,me dá U/71a moral aí! Tô precisando de
(/iI1hi~il'!J! Vende o bagulho a preço de cuslo que eu te dali três, quatro "bot7.l"
as sílabas invertidas - lança perfutüe1 M: Hahahaha! R: Tá bom
, ganhar menos do,que isso! M: Tranqüilo! Eu estou resolvendo uma
',i'i1i1rada C/qui., Aí, tu querp quê? Me encontrar hoje? R: É, hoje! E,u estou
!,,~d'esi!:sp~rl~do!M: Tô inqo pro Espírito Santo. R: Então! Vai levar quatro bolu
','
: , , - :' " '

["cozi"- Zico, apelid()deRodrigo, com as sílabas invertidas; Mel


W:epler em lança-peif11rriepcrr ini~rmediar a transação1 M: Te falei que ...
i meu,entend~u?/It Tôligado, !nas você quer seis pemas! [R$
• " I ,'",' I, " , '
'!
U\]'U.UU:ll:cftixade doze tinidades de lança-perfume]M: Vou te levar ... ' Ih, não I,
vai jazerpra mi!n, meslrlo! R: Calçudo! É seis pernas que ele tinha
!V:(1rla~lo"p;1 Irllm(Sç ql1e aí ele l11e cobrou sete, entende'u? [R$700,OO] M: O
fazer, lá ligaqo? Eu não ia nem te ... Jazer nada, não; ia te botm'
r:onversar com 'o moleque. Não quero nada, não! li: Então, eu
fizesse pelo menos preço de custo lá ... se.!.5pernFs pra,! como;
,"'. _'~~," ': """'''''', caixas se pudesse \ Aí, i te dar. .. uns botu."::pra!u! lf.ove! Ai: ,i I,
i?l-e~el'!til1ho?R: Presentinho nunca édemais!. Você pode passQi' um rádio pro
nç,"rn", ejá man,dar ele ,separar lá., M Já vou desenrolarc9mcle/, Vem i-iQ "
mirlhd que na pior eu te, levo pra falar com ele.f,/.:' Tcí bom, mós"
q~,Se.l1r:~)(a lá 'até qito ... até sele pernas no máximo, sete e meio'!,' [R$, 750,00 a
, ' '

lV!l!ClJ.~!:Jà.vá.re:" enviou, então, às 17h27m, meilsag~m SMS par:'! Rodrigo da Silva


P.;,,,,,~, 'que ,ele 'indique, em código sugerido na própria mensagem, a
, lança:perfume que ele queria comprar: "Qnts xaca [xaca - caixa
?~ih:vel~iqasJ msm? Me da um tq agora q eu l1ao vo atender deixa xamar
tu, <1Ut:r., Ex; Ixc ltoq, 2xc 2 toq. Agol'a isso Jae. "
, -:
,,'
" ;
, ,I ',,: ,.;.;

R~dri~r ~~'r:Vil Cunha acabou por indicar, em diálogo telefônico, travado na~'7tê~ ~
, õ",

,
'! "I :'! 1
,
, , WI !, " "", I: '
,M!I~!STER!():P. UB1.ICOJ~~~Rf+,i, :,!', • 1:,( '. ,
, blica no Esladodo Rio de Janeiro
' ,"::"(:,,",,::,, !';J:!r,:' i ';",'
I,!'
;
't:'l
<'8' 4'
': ,li, '
,-" ; ': ,', _
:,1," :' " , .:'
::IITJ,esnlo dia, às 18lJ, que queria éjclm,Jiri\' tr,~s sriixas de jança-perfiJme" tentando! al,tem' o
'!'código sugerido p6f Mill;ne Tava\·eS.n~:,m~itsag~m SM3,! rÍ1as SI; vendo obrigado,~.aluc!'ir a
lele' !, ., I '." "',"i "", ," -t' , ,
. , :1 ',I, !

, i: ri ". ' '!I' '!]


,I
':.-,r "'i,, , i"" _", " , ,
' · ~:Tn~s reais qWija,ltaprfj minhdpassagel11! M: Ih, filho, lá brabo porque cu
,! estou,'.longe pra carqlho! R: Então, aquele negócio que eu te falei, .'Jô!
'EntertCleu? Três toquesi Vou ter que te el1contrar hoje ajnda, ta bom? Beijo
: ,\ ::, ,,' . . '

149. Em 10/09/2008, às 19hOl111, Milene Tavares explicou, por telefone, a Rodrigo da


i.silvaCunli~ que só poderia intermediar a aquisição dc-hmça-perfurne em moldes de varcJo,
, ,que foi aceito pelo associado: • "
" ," :I
"

i :

M: Pô, mané, afita dq moleque está fraca, acabei defaiar com ele. R: Caô'
M: Tq te falando! R: Mas ele não te falou aquele diá lá, contigo, pô? lvf:
I' Falou,imas ele falou qúe, tipo assim, miO era dele, né?Foi lá lia dircçcio do
moleque e que o que ftl1:ha foi, porque Ó moleque só querendo, agora, à ia
unida4e [Milene exp1ic!l' que o vendedor é, em verdade, consignatário e só
' a unidade,'por unidade]. Mas, mesmo assim, à. unidade, eu estol"
li>n'lm,;}n desenrolca;
I ,
à •unidade,
'
aqui, mas está
i
difícil. R: O quê? M' Ele falou
ci unidade; ~Í1tende1:l? R: Mas quanto? M: Aí, eu estou tentando
de óiel1l+ihlrcom ele; sete,'sete e meio, sei lá! [R$ 70,00 ou R$ 75,00 o tubo ele
l~l~ç('-l!!~r;l\'U"neJ O.mais; barato que qu conseguir. R: Então já é; vê aí! M: A r,
-,."",,-,'/-(/(i,s, se fQI' quantidade, tem como desenrola,:,?' Aí ele
'jaleij/íÇeiJái doze. 'Aí ele' falou: 'acho' que tem um
quantos pra ele? R: PÔ, então fala a sete [R$ 70,00 o
,'i""";\':i'il'i lez1z'fi,;t;lú(0?, Pede a sete! Pode pedir uns quinze [tubos], mané! Eu estou
moleque também vil' porque ia ser vinte e quatro,
,,t~rIJ que ser a sete! (..)

~!:illj~~;~:~.,~~Th~~;;;j:~l~~}~J:~::~:~~~:
;';,1
interceptados contêm Claros lndícioS"~_que MileneTavares
interrne<iia'ção' .?e aquisiçqes de entorpecente, empreendendo, por,'
~li1:i';\pr5íprjà;rijigi,'99,m~it~. tral1scrito no parágrafo 114 desta denúncia, ocorrcu
iilililt?f:gl'J 1Vl'~::'lH\(LO Vasconcelos e Bruno Oliveira Loureiro, e indica que
atuação como r,:vendedora de lança-perf"ume,
a eja inadimplemento de débito relativo li
<;t!tqm!e:ç,:rúe:;,l'!io ~:"I5LlllUU, travado em 16/09/2008, às 22b26m, entre Karina e
, corpêntou a autuação de Milenc Tavares, naquele dia,
i:~rf.Fll(p~iq~!rte. ' . uso próPfio, e sugeriu (lue a capitulação penal da autuaçilo
çonduta da autuada: ' . '

I· I I

aC?nl~cer~m bagulho dOidã,o agora, brother! TlAGO:


!::t'\.tHf.!i'!'4.:;Ac:abo'·uqe
Acaqoud~acollleCe,r uma parada doidona agora. TlAGO:
, : Não" com a'A{el. A MEL tá l1a delegacia I TlAGO: E aí?
";;;(#~.{\(!J,.',: E aí que está (r~;lqÜiIO; ela só vai assinar como viciada, es;rr--""'"

,",i ,'C';
\ '.
\ \
.'

',1':1' , 1
,83 , ,
: li'
", I' ~ , I _'
Vai assinar? J(ARINA: Huhum! TlAGo .: Mas ro'dou rnde?
. Lá em Copa com vilj!'e meninds. [vinte comprimidos de MfJM A]
TIAÇO : Com o quê? l(A~INA.J:f(inte me~inas! TIAGO: Em Copt,?
DJcim a
segúnda? Foi lá que;~u assine i também! Eu assinei ali também duas'
vezes. E
agr~dece aDeus , ~é? Tá 'ligada? Quefo i artigo dezesseis! (..) I,
,- ' I ' ' i

. 2.4.3 Karins, , \.

I: Karina interm ediou, entre maio


e junho de 2008, ao menos três transações de compr a
';,e ven~a de MD~ e haxixe, entre revendeddres varcjistas, um
dos quais seu' amásio, de
;,primeil'o nome Fabf{cio e identidade física ainda não. clucidada, atu,md
t.- ' i '
o emjoi nl venture.

e' 3/06/2008, por. diálogos telefônicos e mensagens SMS


atuando com oa~sociado Bruno Bagarollo Motia MOraes, intermediou
1:'_II.;.!_ '· junto a Henrique Dornelles Forni, referido como "Greg ", apelido
ç:onl1Jeeiq9 entre seus pares~ de mil comprimidos ,le MDMA para revend
a:

)::'153 .,: Em ,3110512008, às 14h05m, Kill'ina entrou em contato


com Bruno Bagarollo,
:~ugeriqdodiscuis~o pela ferramenta MSN, a fun de evitar interceptaçõe
, -, I I;'
"." s:
I ',i ' l':"
'.. ,'I":i.101!UN,A:se liga, eu estqva precis ando júlar COI/1 você, cara! JJR
UNO: Mas o
_') ,:/i'ii'QJlê?1<iARINA: Sobre as~unt9{gue eu não quero falar com
você por telefon e!
\"'<,,~~:\~i{[fN,~:.í.th, tá! Mas é coiséy.lérid1Ju... KARINA: É coisa séria! BRUN O:

" .:'~J rf'íl intern et? KARlNA: Tô, mas você não me adicionou
de novo, cara!
'X, [refer êhcia ao uso da flrram enta MSN) BRUNO: Eu vou... KARIN
A: Faz
J':imelho~ adiciona o Fabrício, o Fabríc io está usando
a internet, que aí você já
ii': ,:4ala,colJl ele, ent~ndeu? (.)
:':Il ':.:.
-
',' ,
,~ l' :, ".I'

,!l1!'l~rnp ;'<"' •. <c> 14h20m, Fabrício enviou mensagem SMS- ;;ia Bnlllo Bagarollo,
s~u compradqr preten dia adquirir, com pagamento à 'yista,
mil .'
"IQo'!pj:Jrirnidos"!-''',,lvl.ul\'= por R$6,50 caqa um: "o amigo quer mil a
6.5dim na mao". Bruno
PoiltIáplroj:I&~, em mensagem $,MS enviad a às 151146, c
preço de R$ 8,00 por cada
i\pc)cmJr!irlidc): 8 braco". ,
,

I às 17h31m, Bmno Bagarollo e Karina voltaram a conve rsar


p~():telefCíh(,: ",ceIl~rl(l[lO preço emR$ 7,00 por comprimido:
:. , " :

p'ô, moleque! BRUN O: E aí, Karininha! Pô, cara, se liga só: fui lá
"-"1LUV _".·
:i I
á .'.. táliga do? ... é pô, é pô ... é tipo que ele
tem, mas não tem
{!C()/ülriqéló.·de sernaq uela.: . naquela, lá ligado? [não pode vender
ppr R$ 6,50
I
. de MDMAJ KARIN A: rô ligada. BRUN O: Naqu e7/- i~

I-
... § •
,,~:! )'i;!':'y.>,,. I

, ~
, ,,' (,i. '",'.:!'Ji::i,),! " 'i
:I - "", ,
p,UBl,./ÇO FEDE RAL li , ," , " I: '
,,',li:"1 Til '·'!Ii">i,. i
1-',' ,.' -"I,,;·t
,,,,,111"'" ~J'I R~p~bl)c~n,8;,E~IMo do ,Rio 9~ Janeiro
I" '

, I ,','i ;', : ,!i I: ':,' li I,: ii r~ ':.:.i;, " , I,' ,

,":1' ,
"'li, " '11>1.
';'1 ,i' to. :1:1· !,!,- .11:)'
':.i
I
i' ,
'" ,resl?onsa, não, mary!!'KARllYA," NU/li. ,Como seria?, [qlJer ' saber,
i
,i, '
o 'preço] .
BRíjN O: t(ão tei1J c~!plO:KA,RlNA: iComo seria? BRr.JN.0:PQ,
'~ seria
!cinquenta centav?s,n:zdi~ para i cima [R~, 7,00 por compr inudo ]KAR
INA.
HuiIJ, entend i. BRUfl o.<'En tendeu ? KAR/N A: Ahã. Eletá dormin'do;'cara. Eu
i
, '"o,,:, '
l'

. ,lr, I
',' ;,::. .::
., tô :àqui na rua com a ([;amila:' BRUNO:
"0,:
" .'.:"

'dor!~indo. BRUN O: EnWo quc'tlvai ser, mané? Fala pra


'c,
. '
Fabríc io? KARINA: E, ele tá
, "," 'I " "
° I I '

ele que amanh ã é


cert~o então, mané.!S''Í!i t~ agiard ando ,o Fred vir aqui
me bUSCai; mané,
pô 1(\.) I " ' '
;', '

156. i Em
1°/06/2~08,.às 21h34rp, I<:arina pro?urou, no seguinte diáiogo telefôn
ico, agend ar
a efetivação da aquisição com Bruno BagaroUo:
1, 'I 'i . i"
.,
'. ,

. Br1-(np: PÔ, o Fabricio Ji;e ligou, né, mane! Só agwa que eu vi essa
parad a!
K,,,i," n' Ele fava comigo" cara! Ele fava querendo resolver logo
essa parc:da,
sumiu ! Bruno: PÓ, é, ta ligado? Pô,' mas deixa pra amanhã, eu tinha
te"faJqdo, cara! Eu falfa na festa é pra hoje o bagzJ.lho ia ficar meio
doido !
Traquilo, cara[ Mas amqnhã o que é que tem que acontecer: de tarde
resolver fudq;PC?rque ele sai do trabalho quatro horas, pra umas
êirzc'ó"h,?rtlS poder enqQniral~ ag~nte, se, ligou? Bruno: Tranqüilo, pô
I Você
~, .. ~v,UliU:IS tr~s.horas assin1, eu/alo contigo no MSN (..) ,

i!1,fl\llt~:~~:~~1~~fJtf~: í:l~~'
p,\lg~m< às15h3
mt.o,' mas7, BlllIJ,o
Karirw Bagaro
não/hallo
viae Fabríc
indicuio tentar
cloa am agend
Bruno ar llo
Bagaro encon
.) tro parac
local,
ê~m"jstra'terne,'o"o de, falar ~o tclefonJ;!, sugerindo que passem a se comunicar por
,\l!;;í{'1rraíi!~B.lt.a,. " //"' " ,

JJLHr".LY4." Qual vai ser, mané? Tá no trabalho? FABRÍCIO: Tô cara, mas VOI1
a pouco. Quero saber se a gente pode se enUontródâ. JJJJMlvf' PÔ,
'U.·Vrtu c;. cara? Tu não pode me encon
frar aqui /J([ Zona Stllnã o? Aqui
[Copacabana] FABRiCIO: l:ô, ma~ não wiz.ad iantw; .enten deu?
J:!JJ.MJl.~: Hã? Não vai adiantar? FABRICIO: E. Só i,UlrJ..lá
mesmo. [Fabr ício.
o numerário coqsigo] BBMM ' li' mesmo, ';'zane? Mas, aqui~ é melho
r'
. .iapra lá, mané! A gente iapra lájunt o; entendeu? Porque pra mim
é
w{./{J,lr '··!1m lá assim, mal)é, ta ligado
? Nem sei onde é que é. Karininha nem
é que é ,parceiro. É na tua casa? F/1BRÍCIO: Não, cara! Vou te
ali...' onde tava' eu tu e o amigo fá naquele dia! [preocupação em
'Cl,!rrune,nte'local de encontro ao telefone] BBMM ' Aê lu ta na intern
e!

ocorrida ~ntre 3/06/2008 e 5/06/2008, Karina, atuan do


Brpp.o Bagarollo Motta Moraes, intermediou a aquisição, por
'a Henrique ,Dornelles Forni e André de Abreu e Souza, ele
NfJ!ly1A,' com pedido de dois comprimidos adiantado COD10 ~ !
\ (I'~
+1 44;':-'1 "'nl1l111l1fl!.'!,!>;:t,'.,,"'---------,..,-'....- - - - .
! :
1\,
,E~ladc,.. do Rio de Janeiro

'1 85
_..; , ; I, I
I,
''I' I '.r, ii!

. ,>'" " , I '


' marcou com Bruno Bagarollo encon tre. em
'!!,'

,. ;159: Em 3/06/20P8, às 22h52m, .


,C()~~cabarl~ par~ i~ê1icar o interd e cmpo va tnlX;sação: "
jf.
II
',!
I :~
:!ii ," '
BRUl!O: Quem é que tá falando? KAlUNA: Kaká. Se liga: já falei com
o
ele m'e ligou;
. ~~'
,moleque; assim' que qu \rerminqi de falar com você no MSN
eu
ama11:hã dez e meia ele vai ligar pra me acordar e meio dia, uma hora,
,

,
devo estar indo aí prC/te encontrar. BRUNO: 'Tá, mas lá /10 Rio mesmo
lUla
I ; •
"
lá em
precisa ser aqui em Niterói, não! KAR/NA: E o quê? BRUNO: Pode ser
"

'i'" Copa,! KARINA: Valeu, demorou. (..)


:
': '

gem SMS para o


, 160.: Em 4/06/2P08, às l7h20m, Bruno Bngarollo cnviou mensa
: • ~evelidedorvarejis~fmdré dê Abreu e Souza a fim de tentar obter
ó suprimento: "A mina ta
'i aqui ,:qr:e,n~o::2bl. prq amigo ve e ele vai panha 4/1l.nao pode
demora não braco." Os
André de Abreu e' Souza e
,. :!;!!yop1primi~?s~c'ab<lf~m sendo foroecic\os à razão de dois mil por
, :'il' 'dois mílpo rHenr iqué Dornelles ForoL ,
• ,,' I ::"" 'i " :,',

sene de tratativas, verifi.cadas em cinco telefonemas da noite 'de


ção.
Rrime irasho ras clt; 19/06/2008, Karina tentou intermediar a aquisi
quilc,
Silv~:Cunha, vulgo "Zico" (ou "Cozi", com sílabas invertidas), de um
11'. mil reais, a serem vendidos por pessoa tampouco identificada. A
a bom tennq ,porque Rodrigo da Silva Cunha não dispunha do capita l
'li' [
:
o não
Orc)g.a. e precisou envolve{ÜJn co-adquirente, mas Karin a e Rodrig
as ag~ndas do )lit'tribuidor e do co-adquirente. Os dois diálog o
::IJi~:::,8;!!let,6~i?~~,a;b'eg~uír transcritos evidenciam os esforç
os de intermediação de Karina.

telefonema, às 20h18m, Karilll\ propôs. o negócio a Rodrigo da Silva

;i' . E aí, Kalcá? KARINA: Cozi? E aí, lI,lOleq.ue, estou atrás de você.
, I, .. tf deram o papo? RODRIGO: O Sfai [André
de Abreu e Souza] fá aq~
. KARlNA: Então, a visão é essa. Não preciso nem te dizer o que é, Ilé:
I falou, né? [cautela ao telefone] RODRlGO: Ele só falou que vocc
comigo. KARlNA: Então. é o que você queria falar comigo.
'",~<J.-~l".\.J\./.· Então, mps esu,Í contigo já? [pergunl<ls se ela
jú tem a dmgu]
buidor ou '
.' . . -H.,,' . Então, se quiser, até dez e meia, porque o moleq:w [distri'vem, que
i3.polo] vai viajar onze horas; eu lenho que ligar pra ele e falar:
vai vi/'~ se ligou? [droga está CO/H o distribuidor) RODR /GO: Mas ess,'
, é o quê? Tem que dar tudo pra ele agora /lO '''cash''? KA.RINA: Pé
, não, sei, erra.:. d~ repente eu poderia desenrolar' metade, se ligou,
Não! Des~nr~la.tuqo, Kaká; pra gente fazer esse bagulho, nó'
f~rte! Eu trabalho i~so aí mol~l1ho! RODR!GO: ?"
pegando;:1.01'
az, eu largava na mao de alguem a oito [OitO reais o gramaj( IFPl~
{ \
I
·:::.:}·~,~1
r'i,
i'
iI
:i

E,stadlo do Rio de Janeiro

:r i ' ',: .
~',! 1 "
, : i '~
i,
!
"

°
' '.':

metade a oito, metade a onze: [onzc reais 'grama), tá ligada


"

?:E dgent e '


I

dividia todo o lucro '~ep~is. Mas 'tem que pegar nessa co~diçiio: hldO
rrlesll7Q
pra ~ós trabalhar essa P?rra junto e ia soltando aos poucos de cem
em cem
" [gramas1(. ..) . .
, ~'

, \,
,

163: No segundo telefonema, às 21~lOm, R?drigo da Silva Cunha


confirmou o inter,-,ssc
na aquisição da dro~a, mas deixou clqro CluC ainda precisava levantar dinhei
ro para tanto:

(.) .RODJUGO:' Eu tõ vêndo esse bagulho aqui. Aue' horas tem que
dar a
respcista a ele? [(AR/NA: O moleque vai viajm; tipo assim: ele estava
aqui na
Barra, elejal ou que traz a parada aqui, se ligou? E onze horas ele está
indo
I, I viajqr. .. tem que dar q resposta antes das dez horas. RODRlGO: tém' que
der,
dois setecentos e cinqü,enta pelo menos? KARINA: Dois e quinhentos,
[dois
mil e quinhentos r;wioj:" metade do valor]. li' cinco. (cinco mil valor
lotai -
quil~ do haxixe] RODRIGO: Já é; eu vou ver esse bagulh
o aqui, mas eu
tenho que ir ali'na Tiji/ca, ali, porque o lIIoleque já tinha pedido, aí eujá
vou
, . Jz~rcw para ele vir; já j)ra abater, entendeu? KAR/NA: Tá, mas tu 'acha
que
é cer(9? Só pra dar umq posição pra ele, cara! O moleque vai viqjar;
está só
,. ".j" esperqfldo para resolv ú isso! RODR IGO:É
certo, é certo, é só achar os
",.'! moleql?es; tem que ir lá na Tijuca agora! KAJUNA: Ele vai viajar
as onze!
I,," .RQDRIGO: Ele vaidei:r;:ar tudo,
né? O "tromé" [metro com as sílaba s
.h'i);Zvertiçla- código par'a 'j kg da droga] todo, né? Mas não é pegad
inha não,
, iJiné?, Iq,RlN A: Pergunta ao J:fagr.rd,o, cara! RODRlGO: Mas é
aquele de
".-;..,c,,~,~iriljho bom? [indagaç:ão.sbbre.a qualidade da droga
. ": 1 .',
] [(AR/NA: Huhu m!
o"
,
I'

t~Ü~f()l[)er.na,s das 21h24m, das 22h48m ~ das 23h48m, Karina e Rodrigo


d~ Silva
Já.·Mv!';nq,O·'~I'lC(mt.ra(jo pessqa disposta à aquisição conjunta
da Ç!roga, tentaram,
':~gendasdo co-adquirente e do alienante.
."",
'~'-"~~' ".

I d'l Silva Cunha, Bruno Bagarollo Motta Moraes, Frederico \' \

irir!2fi';::;,equ<~mll,"Y!U!.l",r'Xa.vie,:r,.
Leonardo Barbosa de Assis, A.qdré de Abreu e Souza; João
Christian Martins Porto Lussac e Luiz Bernardo Cardoso Neto
coberto pelas investigações, com função predominante de
Jaio,ejrol'RJ e, NiteróiIRJ, de entorpecentes a varejo.

'I', 'I" "


caJ:aS:terís.i,.ic.a,'~ominante; pa cpnduta dos revendedores é simbolizada
I

pelo
p~o~nos. usam,com mais freqüência para referir-se, metaforicame
nte, ao
cO.rreJ:ia; ,D~ante da yolumosa demanda por entorpecentes nesta cidade
J1d
Te,'::éf <:do,res contato dlUtumo uns com os outros à procura de partidas de
, os
aos usuários' finais, ,o que ora resulta em vcnda entre
bastante comum em revend:.;:' cOllj~ntas, com a divisão lõ~,1
I
i :
. , ' , ' :! I ! ~,

i proveito da ehlpreiÍada entre revpndedores, Ej:essa circúnstánciapeculiar de uma alia!1ça


; I1~o-escrita- base~da no interesse 'comGmde !extrair 11l6ros de todas as oportlinidades de
negóciQS e deElJ1g~tiar prestígio Relac8.pacidad"de supr\r mercado de' oferta qlia'seseinpre
m~i~ ~scassa9:1q él;:~emall,da - q~le cOllfere àlassociaçuQ criminosa, também no plano ela
,atIvIdade de revend",a vareJo, o formato de umarede,
, I' " i
: ~. I'
I
\
, I

,167, A densidade do, vínculo a~sociativo ;lãO é igual para todos os reveneled~r~s: ~lguns
I

I
"deles ,são claramente vInculados a rede, pouco op nada atuando fora dela, como Rodngo da
',;Silva~ Cunha, Bruno; Bagarollo Motta Moraes ,e André de Abreu c Souza; outros, como
i ,Frederico Cruz Sequeira Muller Xavier, fazem liso csporúdico de sua pertinênciaassociativ<l,
operlli'ldo com mais individualidade, O modus o'peralldi desses denunciados desdobra-se em
, :,"duas frentes~' que to.c\os exploram em medida v'ariávcl de um para outro: na pri,meira, eles
, ' à disposiç~o d~s adquirentes por telefoni celular ou pela Internet c recebern pedidos
,', ',',especí:i}cos, provi.dinciando o entorpecente, n,orn1almellte em pouctlS horas, e indo ao
'Iiencontro do, ' " em local p~é~detennina40; na seg,unda, eles se fazem pre~entes, em
':fc,stas e/ou n0tumas abastecldo~ de alguma quantIdade de entorpecente, anunCI'\l11,
Ul:;\';lll''',U, SU~ pr~sença e seu proppsito e comercializam seu suprimento,

,,~'VU1,~b'C çla Sílva Cunha'

Cunha, vulgÇl '''Zico'', empreendeu e executou,' no ,período da


I ' " " ' , '
, de Cpmpra evenda de entol1Jcccntcs, em especial MOlVIA,
W1JCl!CIO; ele negociava, em gÚal, em quantidade médias e revelava intenção

l<lr7't;lfl>~ç,ala maior; pois sempre p,r6curàva obter <\ maior quantidade possível de
!';I'~Sl.ll)IÜl1y:l~to ,'da Silva ClUlha mantinha relações freqüentes com vários associados,
i,:illiít?yerIdc)':tan ITlúltip!ias ocasiões, diligenciado aquisição de entorpecentes de Bruno Oliveira
: Abreu e Souza e acionado as intermediárias Karina e Milcne Tavares
à.pilStecer para revendas a varejo,
: \ ", '. !

, ' :;1
'.''' .;:i, , .
I I I ,

, Rodrigo d~ Silv~ CUnl:3 participou, ainda, C01110 coordenador etc>!: trallsjl()r~'lclorcs, da


'-'IlJIUlI""'I..LQ qlleresullpuna pnsão em flagrante, em 9/08/2008, em Bana do PiraílRJ, quando

de::ônibus , Paranã, de Yan Nobre Ascarrunz e Marcela Machado de Lima, de


se~;se,ma fracos de'lança-perfume, que receberanl de Jorge Edson Saiss
l',l'"llC'l";!J B:elt,rãcllPR e entregariam a Rodrigo da Silva Cunha e Claudio Machado

y~Ls~'01l'é~los,1~e!lsçon'trolladore~s, ~ollforme narrado nos pai'ágrafos 31 e 32 desta denúncia,

alI)!id'l,dle,', v'B'ejista de Rodrigo da Silva CUIlha é evidenciada por llcgocia'ção de


'. é 'a:qRu~rente não identificado, em 21/05/2008, conduzida por mensagens
compnnudos de MDMA.A primeira mensagem relevante das tratativas
('Inr;"" da Silva às14h22m, de 21/05/2008, mostra o adquirente indagando ~
c()rnpj'imid,lo, que adquiriria: "Elefall/e? ", Rodrigo da Silva respondeu
TF'w~mm'l[j'varl1eJnle 14h23m, referindo-se à cor rósea do comprimido cat2.1ogdo corr;o
.t:l~trônico ·"i'.\1~;~~t:~::t.E..~':2.~"":,, -::'':-;:~,: "?-: ::.::,--

I,
1! \ ( I
, .i!'<\,. ~'i.I.\".,!,;'
"i & . X."!l,
../~\.,
" . "'•. ' ", ......

I=o"'ri" do Rio',d~ ~aneiro

, I ' i:'
: li I
i ,i: ,
,
,
,

:! ,i .i, i:; : !! '~ ,'; ::i , ,: . ~ .


I

]171: Rodrigo ~r~i1va enviou, entãQ, IduasIIlensagen~ ao adquiren~e,: às 1411f~m?' ele


linformou
,11, ,
que'só esperava seu fomececlori,e que poderia vender ao menos 200 compnmldos:
"i, - -, ! ,I o', ' , I,' ,_ ' ! ,:" , .

; "Ok! So lo esperqriclo ele e ja te falo! Já eh ce~to pelo menos 200 q eh ó minimoq falei a
,lide!"; às 17h08m', e\~ infonnou haver cçmseguido 320 comprimidos e marcou o,encomro
',i \pani a entrega do eptorpecente: "320, tç encol1lro 18,30 em copa, Ok?" , O adquirente
.Oc', irespondeu com confirmação do pedido! "320,darosa separa ae",

, . '

:172, 'Rodrigo
,
da' ,Silva
' I
recebeu, às 19h40m, mensagem
'
do adquirente, que ainda não se
,!'h~via::,dirigido ao ponto de encontro,com indagação sobre a possibilidade de aquisição de
•i:i:400 .' , ":rem como ser 400? ", O denunciado respondeu na afirmativa e procuro\!
, ": "Logico vem logo pq lO a,qui mo lemppum ",

Cunha mostrou-se bastante otivo lia busca de suprimentos, Além


as intermediárias Milene Tavares Rib~iro, em 9 e 10 de setembro de
aqt\isjl(ão de lança-perfume, e Karina em 18 y 19 ,de junho de 2008, sobre a
:haJ(l~:e""descritas nos PArágrafos 145 a 149 0161 a 164 desta denúncia, ele
com Claudlo Machado Vasconcellos, por' telefone e mensagens
c~dxas de P!!rnune, 11avencro estes último cobrado R$ 700,00 por
O:(~iá!lbg9It(:lxjDnjico a seguir lr\mscrito; travado às 14h55m daquela data, depois de
r:q;ê:j}siag(;nS Machadq indicara seu prcço, retrata '! nego,<:;iaç~o:
; :

Ç2ual é, cara? Tá dOidq}' CJi~1V' Tem como não, parceiro, Perdi foi 10
;,~rmt,em:'. Tem que botar 1!lc:!cYnO lugÍJr. 7 perna; e vou rú que bolar do meu
.' '. ; RSC: Depois eU te adianto, mais pra frente, cara, CMV: Tá
, ri(alucprT~ aqui como? Cheio ,de olho grande aí, tudo dando 'errado .. ,Perdi
: ",:;; )O~'aC(Í [caixa com sílabas invertidas] ontem, parceiro! RSC: E vai descontar
I ,el1'!,mbp? Tu semprefa? isso, cara, CMV: Irmão! Eu perdi o bagulho ontem,
! pcirceiro, Eu tenho qUe vender a.,7, Como é que lu quer que eu faça um
bagul~o pra te adianlar, e eu to lodo atrasado? RSC: Mas'presta alençc7o;
i

i J' ia fazer o bagulho hoje pra mim e sexla-feira~já ia lá ,ai de novo,


,'i contigo! C},;fV: Parceiro, eu llc70 lenho como, Eu só ICllhà que fazer
a7"senão eu lô mario; lô mario! Tem que ser lo das a 7; até as que eu
'f,~".\,~, çomLobão foi a 8, mano RSC: Eu sei" mas eu depois eu le adiantava
,ra,moem', " botava as [inaudívelJ a 7 e os caralho .. , CM!(- Niio tá me
la0(iqi~(~ndo. não, mano, Só vai me adianlal' se for a 7; a 7 vai me adipntar! Eu
botar mais um barão do meu bolso, pra cobrir isso aí... ( .. )

de acionamento da rede, verificado em 12/08/2008, entre as


1~~~,~~~~!d~1!l~~~~r)~r~~~~-uu.ng.u .da Silvil ,Cunha, utilizando-se da ferramenta MSN sondou

il
.," .' :
1 , 1 , 'sobre disponibilidade de MDMA. Diante da informaçã6 de que
,~~l~~~~~1 brancos, da espécie "trevo", Rodrigo da Silva Cun,ha
ilp\~~iiW.K<;s.e. rVa'. duas mil unidades. André de Abrelj e Souza indicou qt!e o
.~orn:primidq 'e, mesmo assim, não assegtl[ava a quantidade. I/~' ".

\L/·,-,,>
\ .
J, ,
; .!

'."
, ,I'', ,~).,;
.;: : j, \, '~ ; ;:.' ., , '.
•. ".1, . 11,
I i
I, _I .ll .. ,.-,'.I'"!'-,''' \

jlpt~l~iç'i:ii:)gLi"iç'6'F'ED'~FiÁ~(ii:li:,!,
'i 'l .
J' '. ,:. \ \, '. :.,' 111'" i I,
!i

. pllcano,Estado do RiO de Janeiro


,' .1. :.', ;! "o i,. ,~ :' ,: ,'~ ". :!" ,'1,': J .' li, i ' " ' ,

'i:,',I.",
! ' ,_, i . "
. 8' 9:_:!,'' !l;
':
".,'
r ,r:':, ::
"
,i'!"i,' :' i!':
r,
,!
'
I ' "
"
,! : ,-:
:
.
,,' .
!
r
I" '!!!'

200 micropiJntos de LSD, caçla qual a nove reais, ((diálogo telefônico tra~ado ~ntrc
<UilUU~ às
12hl0rri d!\\l.uela data expÕé; as tratativas: " •
1,'. i::: ::, .: 1. i ', . ,I ~
, : ': : :' '-, ~ i

'j " I,: i: I,


i; j":' i, , ' I: o.', ", :. .

. I (.) BIJMM Então, :qual vai ser. daquela parada? HDF: Dos doi} contos?
BBMM: Não, dos dois cdntos nilo! Dos camelinhos ["camelo" é, na gíria,
sinôj1iÍno de bicicleta, .pàlavra denotativa de LSD no jargão de usuários e
trafic~ntes] e dos cein! [cem' gramas, provavelmente de ha~ixe, ou,
altem(\tivamente, de maconha] HDF: Tu tem como Vlir'aquele negócio que tu
tem é11 ,Niterói pra mim, não? [LSD] BBMM: Tem, Pô, tá aqui já na mão, jé,
parceiro! HDF: Tu já pegou pra mim? BBMM: Já, ú';i1ão! llDF: Quantos?
[micropontos] BBMM: Pô, tufalou, aquele bagulho! HDF: Uma quina? [500]
BBMM: É,HDF: Mas aIo, cara vai fazer a quanto? BBMM: Nove ,e meio pr"
mim,' ;wné! [R$ 9,50 o'n1Ícroporito] HDF: PÔ, 'não, te;,jcomo ser ~ove, nela?'
[R$ 9,QO o,microponto] BBMM: Não tem, mané, PÔ, eu voufazer pra tu S21!1
ganhaf )wda ainda" I parceiro! HDF: Então vou só pegar duzenfos
[m~cfopontos] a dez [F.$ 10,00] mesmo! BBMM: Duzentos; elllão, j6 é, vou
'I levfr,1í os teus 1uzenf9~, HDF: Já é, pô, BBMM: E os cem? [pergunta sobre
li' outl'q
I!
cjroga] HDF: Do. {eu? [confirma estarem tratando, agora, de pagamento
I , ' .;, , , '

!, ,: ' de,.oqqa droga] BBMlvf:: E. HDF: Tá aqui, pô, E pro mesmo cara? BBM.'vf:
!'Ido.! HDF: Se fosse, já "pá" [abateria do preço], entendeu?
, !

iI":"'\\.'if2/QI9f;10C)S e 15/09/200S,Bruno 'Bagarollo, utilizando-se da ferramenta MSN,


.. e Souza sobre disponibilidade de MbMA. Diante da informação ele
,::r,clUe.N-.t<;lrp:.çlfSjJ\UJh\t:de grande quantidade dO,entorpecente, Bruno Ba'garollo encomendou,
'éomprimidos,parael)l:({gano dia segujnte, E, em 15/09/2008, solicita,
:~~f,!l:ii"mc[~;\Iài~i:~<: de solicitação firme; 1000 comprimidos para o dia seguinte, enviando,
llwl.m;,,\,}: de telefone celular, ' .

Brun,ô"13al~al'ol'lo utilizou-se do nome de usuário BN e do log de correio eletrônico


André' de Abreu e Souza utilizou-se do log de correio
::I11!!~I~~~i~~~~;'1~~~~F~~~~~' O diálogo está transcrito tia ficha or,g~zada pel~autorielade

:~,!Fr,id()rü:o Cruz Sequeira Muller Xavier

. I . .
j:[:, 1 ,
n~)8ep~, p, C!'].lZ Sequeira Muller Xavier, vulgo Freel, empreendeu e executou, no
:o'e:ríc,rlri . 'múltiplas transações ele cOmpra e venda de entorpecentes, em
Ele mantinlla relações freqüentes com várics ássociados,
?casiões, diligenciado aquisição de entorpecentes de Henrique
. era devedor; conduziu, ademais, múltiplas empreitadas conjuntas
%<;!ê!,~eR(~~:~~,:~h!()l1)ecent.es a varejo com Bruno Bagarollo Motta Moraes.
I . , ' •
--'
,'!dc$ua pertinência associativa Frederico
! .
j '""

I,' ,o,
!<!:-W!
,
.1,
,
Cruz, desejoso de uma atu~~~o~",-:,,~
i:
Es\adb do Rio de Janeiro
. ,

I. !

,. ." ". .! . '. : ." 00'


. :'. I:! m~is indep~rtdeJ?te, forn';ou associaç~o Wellington Soares Brasileiro, iforne~eclor'<.J •
',' :I:de haxixe, que'operâva na p~riferia '4a, 11 e'
qi,mi,nosa, se abastecia de entorpecente~'em '
:)",' fave.las do~od~ J~eiro, em esp~cf~l '.~ ,"UJIH),J'''''\'u do ph~ão-Pavãozinh6 e Canlagalo na' e
"I, R o c m h a . ' ,
,"" e. :1

192.; Frederic~ CrtlZ era dos· associados maiscautclosos em falar ao telefone; mas, ainda
" aSpin1, múltiplos diálogos telefônicos' ;nterceJtados elucidam a condução, por ele, em
I'. associação estável,cje transações com cIltorpec6ntes. Nos dÓis diálogos'a seguir transcritos,
i" . em,4/06/29p8 às 141128m, eiflli/06/2008 às llh03hl e em 11/06/2008 às llhl2m,
qLiais Henrique}Domelle,s FOrl1-\' cO,brou ·dívida ele tráfico de Frederico Cmz; vários
aS'pel~tc)s da atuaçãó:'C!e Frederico Cmzficam expostos, tais cidmo o reconheç:imcilto, por ele,
.' dívida di~cutida;i;~ temor que elep,utre da descoberta, po.rseus pais, de sua atividade de
.i .. " Yícito. d~" eI}JPrpecentes, o mi"dmcnto da associaçã9 entre ele ~ Wellingtbn Soare~
,I, Br:asIlelro, .~ .a clcnel'!- de parte dele d"que Henrique Dornell~s tem aufendo alto lucro merce
.' ,i : dá! atuação varejista de Bmno B a g a r o l l o : : ..
,I!: I ,I I " I , : .
'1 i ~,; " ' ,~I ..
.)., I
':','1',:: !! : ~ ;i~ ': .
;:. Diáldgo de 4/06/2008 às 14h28m:
,'I' (.. :)' HDF.· E aí, cara? Qual vai ser? Vai acertar o meu comigo ou nei~Cio
", 'I" nãp ',vai? FCSMX.' Pp, cara eu estou duro,' irmão!·. HDF: PÔ, o
. WELilNGTON.me contpu várias histórias. Que parada é essq? FCSMX: Que
parafila de história o q~~, cara? HDF Que tu la falando pracaralho de mim
.,'. .a,{pr~s outros! Qual é da parada? FCSMX: Qual foi, cara? HDF.· Qual foi o
'\'>§l.!ê'?i'Pica falando de mill};Pfosoutros, aí! Qual é da parada? FCSlvIX'
.....' ~;: 1['ulpndo detu o quê? Tá maluco? HDF: A tua é essa, né? Bola dinheiro no
,I •. b~lfo.;"mas as contas que tu tem que acertar tu não acerta,' né? FCSlv!){:
.:!: pirih~iro na bolso de quê, irmão? HDF: Como é que lu acertou oito mil com
: :TSehi,':enti'ío? FCSMX.' Ah, pára de falar besteira! Você não muda, hein? Você
r :'frz'1 da, hein? (. ..) .

l:iylf\lql~o de 11/06/2008 às I1h03m:


: : . '.
,

.'. . . ' . ' . . i' . , .


" s~rte ieU pq! ter atendido o telefone! Ele quer saber porquJ que tu .-".
"
,

" . ',!vil','e quinhentos reais! Liga lá pra ele. [ameaça expor


iN.\~rll~~,I'iL . pa\l PÇSMX Hã, e ai, cara? HI)F: Liga lá pro
:,<"'!IH!:,' 'Ele't,áq,ue.reridoJalar· contigo, cara. FCSMX.· Cristina tava querendo
Will:'::'il!'!:' . . saber disso, não. E rí. cara, vai me dar meu
"''''iVb~. P,ô, cara, tô resolvendo isso aí pra tu já, care:;
'.Tu tá resolvendo como? Tu vai ali no Welington, fica
'~'CV.1f.,lU ",me paga; cara? [comenta abastecimento de Frederico
,: . '.' Soares] . FCSMX Ele não me deixou forte, nt!o,
"""'in,',o' isso aí não adianta nemf(tfalar pra mim, parceiro, que mais que lu
. correrqfrás pra res?lver esse problema logo. HDF.· Que é que ,'--- " .
resolvendo, c~ra? FCSMX.·, O que eu tõ resolvendo? O que eu / q / ' \
1, - • :' I • f '
\ f ' .

\,.-\/'" . -'~
'+~il~ilJ···1:, .
ERAU.·i:.':.' . " ,
ReR~lbliç:a'. noEstaêí~do Rio:i de Janeir o
':


' L r:<;:
"I
1,,:1
. I,
. ,
' I
i 91 '
I i : :':' I, :.
': ',O
, ' ':1 ' I I

resolv~ndo, irmão? Eu to 'resolvendo a minha vida, irmão ! Deixan


do a casa
· enipri;fem quetá fod~,inr!ão, toda hora é ,Uhl pro vim testar minha
jé" iodo
pro tu aí,
horal;'Vou levar pra t~./ a(:zogo nwis, papo r~t~ I1wsmo;. vou levar
qué?
irméfo: semana que ~~m se'ipá vou levar pra'tu, valeu? HDF: Vai levaró
lelefon e não,
FCSlvfJ(: Eu t6 Irocançlo de número; eu 11(70 lO. mais usando esse
vou ai
tá ligado? HDF: Fodq-se/cara. FCSMX: Eu vou mudW de número, eu
rsar mio.
na tua casa mais tarde \jJra gente conversa~; valeu? HDF: Conve
bolalldo
irmqo. Vai Irazer meJ.! dinheiro? FCSMX: Ah;'. irmão! Bruninho eSlá
de 'nada não, l1é?
dinheiro pro caralho no .teu bolso aí! Não"i,quer saber'
[refer~ncia Bruno Bagarollo, revendedor 'varejista que faz negóci
os com
ligar pro lell
Henrique Dornelles] flDF: Vaifipar nessa comigo mesmo? Vou
agora e
pai, ydu te esculachai, 'vou falar serinho com 'ele! Vou lá na lua càsa
irmão! . Vai dar
vou d/:tr um papo nele"reto, que eu não to m!Jis agüenlando,
Cruz a seu próprio pai)'
!.
I meu . .ro.ou.
dinhei não'va
.' i? [ameaç' a .expor Frederico de dinheiro aí, cwc:!
. ,. FC$MX: Não tá mais agüentando o quê? Tz.i lá cheio
X: Q!tal
, .' HIXf;iCadê meu din"wiro? Eu não quero mqis saber de nada! FCSM
botand o pilha,
'é"iifm ão? Vocêq uer:/j c(lr me ligando pra'qu ê? Pro ficar
rrelldo
· p{,lrd~1!'0?! HDF: Pilqr.'!!Cadê o dinheiro, parceiro? FCSMX: TÔ.co
o quê, irmão ? FCSM X: Tá
,:airá i,do bagulhopra'YU. HDF: Tá correndo atrás
.atrás pro
',qJkr el1do me desesperar, irmão? Você tá tranqüilQ; eu t6 correndo
r&so{vçr o teu bagulho! HDF: Tô ficando saturado de você, irmão. FCSMX:
" , , ' I i'

" :',:: :1 :" ~átJiiIdo o quê, irmao? HDF: Vou ter uma
atitude contigo que tu não vai

.,L',!;! :ii· !~t:~~ ~:~~:~;I;~~2:~I;ln;:;::~. P;:!;:;;)~~~~?af:I~~n~~:!~l;,~~:z;~~: ..~ou


"
li
;,' ..::.:(: ji" ,
, .: .. ...
",'''

:~',\~::'~}): ", :" . ,/,. ;~-_:


·.>.~~;;~!)jálogo de 1l/06/ 2008à s.. Hh12m:
I':,

r· :, I' '':','': : ,;
,

que eu tô
f1 :fij!f~SM::r.· Pô, cara, vou te falar legal; eu tá numa situação, assim,
ro aí a 111, cerlo,
"'·/.,i.l1glJwdando os outros me pagar pra ell poder levar o dinhei
. !' :.ii~mqo,? Então, assim que cair pro mim, vai
cair pro tu também, lá ligado?
Dá dia! Dá dia, irmã,o senão eu- lodo, dia eu vou deixar um bílhelc na
HDF:
I:
,
deixar
tua portaria, mano, sem neurose! FCSMX: Oi? J-lDP:,![odo dia eu vali
X:'Tá ligado> Henri que?
!in] bilhete novo na portaria, sem neurose! FCSM
lá, que
Tipo assim, né? Naquela vez lá que lu meteu a mão no último dinheiro
você tem que me
" qj./e nós linha; né, resolvido, da melhor forma? HDF: Mano,

I,.il . darl;lm barão e quinhentos e me pagar, isso/ FCSMX: Tá ligado, irmão,
parcei ro, pelo menos
":, l(í;aq9; eu vou resolver esse negócio pra lu logo mais,
que dar dia,
'i';' u/1Ja:parte logo eu vou te dar; tá tranquilo. HDF: Nada! Tem Fred, tô ficand o
,',' ~ora,!,tem que dar data, sem neurose! Não agüento mais não,
:.:! isatu: "do, pra 'eu entrar no teu caminho eu
VOll ter que ter essa atitude. O~le

'. ~ia você vai me pagar, mano? Dá o papo. FCSMX: Hoje é que
dia? Dia lO?
ro?!
Até o fim do mês eu vali te dar mais um dinheiro. HDF: Mais um dinhei
tudo
~u tem que me pagm; Cara! Vai ali no amigo, pega o negócio a 8, vende
',ai, 11 : e não me paga, mano! [Henrique Dornelles
refere-se a operação de
Soares]
Ie:-,e~da efetua dapor Frederico Cruz com fornecimento de Wellington
· r.i

._ ;'
....
(,'o
"._~_ ~~.~ .. ..
I'
; i I

I i 'i" ,,', ,i.


do, lfo de Janeir o Ii

j' !:": :!"··I

Em .... . q/7008, em 0al1'.. . •. di~jpgos i.nteJ~~Pt~~~s;


Frederic? Cr1 illdicou a·
u~ Rorn"l~es faz
Do;nel!~~ que sal~an~, a'!.q)lel~}I~,adívlda.1ios dlalogos, Hennq
Fr~den c9 Cruz com
'. . bast~l)te especlfic8:s aq~!i negoclos ,com ejlt?rpecentes de
dos negócios co '"
Wellington Soarss, e Frederico ,Crtf:? alude, com clareza, à densidade
, eptorpe~entesqu~ fez com Henriqp~romelles: ! -,

',. I
I
,
\

Di~logo das 14h05111: .


,\
viajando,
G: Tá de marola, ca/;a? F:' Tava viajando. G: O· quê? F: 7àva
cara. Vou passa;' aí mais lorde. G: Hã? F: Vou passa r aí mais tarde.
G: Mo is
F: ·Vou í
tarde não, lrmeio! Tufrco u de passar aqui ontem, qz/al a daparada?
cam!
mais tarde levar teu dinheiro. G: Qual foi cara? pala no telefone;
ligado , irmão? Perdi nzin 'io1
Vou apare cer aí com esse dinheiro todo, tá
Dar Icu
paciência. G: Quql foi? Fala no telefone, fala no telefone! F:
G: Fula
di11heiro logo, tá liga c/o, irmão? Pra tu parar de falar, cerlo, irmão?
i nO telefone, não eslo!J escutando, não.
F: Só quer frear como, parceiro, lá
me dar a
'i !ligad o? Acaba ndo apaciê ncia... G: Tá ligado o quê, cara? Tem que
pagar aí
porra:do dinheiro! ~ i~so mesmo, irmão; tá ligado o quê? F: Vou te
ii: tu'do {ogo'de uma vez, lá. ligado, irmão? G: Vai me dar
o quê? Me dá n,'U
. i'." dinheiro logo hoje, irméío! F:' Sempre que tu
precisou te fortaleci. [al"s2 a
io cn
itnegó qjos pretéritos 'de tráfico] G: Nada, irmão! Vai jazer 'negóc
a? [referê nci a à
!,!,'W~lington e paga a porra do meu dinheiro, qual é a parad
aguar dar,
.. . r: . }I~aisociação entre Frederico Cruz e Wellington Soares] F: Podia
•.<, J "I: ir!l1ãl{ G: Não quero aguarda~.nada não, irmão; quero meu dinheiro,. e aí? F:
ro; cadê meu dinhei ro? F:
,
. "",~.'~".! i Tá ligado? G: Tá ligad9/npdq! Quero meu dinhei logo, valeu, parceiro? .
", 'Valeu ,. Henrique, m'ais1arde vou te pagar tudo
I
4', J
, Diálogo das 14h07m:
," -,

n: os?
F: Seis horas teu dinheiro tá na portaria. G: Vai deixO( os mil e qllilihe
" 'i'

Que horas? F: Vou, vou deixar seis horas lá, valE!l:i.2 .-

Diálogo das 14h07m (provável queda da linhql na chamada anterior):

ten de .
'~àbe o que qU,e eu acho engraçado, cara? Sabe o que é que você
.
. ca"a? Você tá pagando reclamando,; você tem que me pagar feliz,
aton :
, Tá maluc o rapá? Tá botando quinze, vinte mil no bolso do 'Welin
ao :
'i',,,,I,;~'r~ hora aí, rapá/ Tem que me pagar é feliz, rapá/ Seis horas/ [referência
:,N!.druj:J' en1:o. da assocjaçãoentre Wellington Soares e Frederico Cruz)
' .
. \ '·'1' ,', . .
,
-. ' . '

!,,'fntre Wellington Soares Brasileiro e Frederico Cruz Sequeira M . leri,


, "

C\~:ml~rcancia de entorpecentes é revelada em vários diálogos


tclefô n,cos/ i
.:! '
. ";'1,1
'·1/
.' \)
!
, ;:'1,'1'
,

" \., " > ::;':::1: :"';":;','jll:;';'<


,P.UBtICOFEDERAL, '
''1)'llJ,Mlreg~n'',99fl"a;j1~~;PH~iiCf~? ~7'~~,?:q,'!~0 Ri?~e Janeiro
'·1,' ,'" ;'i':q,
"

.,~,
,

,
.
,

I" : " ,
,travacln em 5/07/2098iàs 20h3,9, em queilVellington enviou preposto'para
rec:eb't'lf dir1fie:,iro Frederico, dx~Fco)1 quelipa. viajar para. s~prir-~ef ,que; lna '(olta,
pdJ:}lUltl de entorpeçentes a Fredenco. A referencla,. no dIálogo, 'de que o
reais é cifr"df\"c~jno tarribém a referência ao "sete da fé", ~ue indica
,r~rn'!l~l':ssY!*lde valo,r múlVPlp' ~r sete; ~,mençãoao filme do h9memve~1e,ao que
n(",v,'1 Hulk", alude ',à idéia de fortalecimento,
I • '
que os associados
• < • "
'I
usam como ,1 'I

sup,rirrl~hto de drogas: ' , ..


\ ,,

: ' I ; : ,I !

WSB:' Eletá descendo o corte [COlie do Calltagalo, em Copacabana, próximo


da casa de Frederico] aí, 'cara ... ',FCSX: Ele tá a' pé, ele? WSB: Não tá de .
camelinho descendo o corte aLfCSX Então dá um papo nele .. ./ala que eu
tô aqui mais pro estacionamento Çiqui... WSB: Já falei, falei com ele.,.deve tá
, .. ' ·1, I • I
: ~,
;, atra$Çjdo ele, mané... aídeixa eufalar, tu deixa a parada com ele aí que e eu'
?
vou /:1'(1 caminhada lá chegando eu te dou um toque, valeu? FCSX: Valeu,
tranqÚiZão ... se liga só.:,. vou deixdr é... 80 reais com ele aqui, valeu?' WSB: Tô

" entendendo ... FCSX: Entendeu? WSB: Ahã. Quando eu voltar tu vê o sete da
" fé, n~rFCSX Então...j6 é... muita,Jé, veado ... WSB:Énós, seu puto ...· WSB:
Q!-Ia~do eu voltar, eu Vou te deixar que nem aquele filme do homem verde.
" ,I, FfSJ(.'Tô te aguardan4qaqui, mqu parceiro... quando chegar bate um fio aí.
.I,,:fka qp,m Deus! ,. .
"""'"l'" ", ,I

não se limitou a negoclOs com Henrique Dornelles e Wellington


às 17h02m, ele recebeu mensagem SMS de Rodrigo da Silva Cunha
. granms de haxixe, por, nove reais o grama, para fins de revenda e
'i'HLl\S\X'W.f!:",:!!I,;~.(;,l)!ll.~'l'! Na mensagem, que s.egue transcrita, haxixe aparece codificado como
lH!,\I!,l\!i:I!ff~~~;i7;~~~~~!~~~:~r'50seu
:1;1
,'
'aspecto, 'e rriaco·b.J1.{, codificada como "verde", também em alusão
Da meleca p miln a9 p mim tira 1 lucro pro verde ".

às 19h16m, Rodrigo da Silva Cunha falou com Frederico Cruz


r~f'yO.ndC:HiC à mensagem ~MS, indicou qllC o adquirente já estava '~O ponto de

i.i ,
'I,' ,
. iRSC: E aí, cara, não vai vim aí não? FCS.MX: Tô chegando ar daqui a pouco.
:;'I'RSC:Traz o que eu te fale i; o moleque [adquirente] tá aqui, pô! FCSM.X: O
,. ~ RSC: Traz o que eu te falei; o bagulho aÍ, pô. FCSMX: Valeu, valeu.
I

às 23h02, Frederico Cruz manteve diálogo telefônico com 'Bruno


vy'U~Jlll'uuatividade de venda'de ~nlorjlcccnles a varejo em uma festa. Ele
l!]Jlç,alrnYI~t<':;,:r,ete:rêlrrci,a. cifra~a,
mas metafórica, à atividade ao indicar que "a firma vai
~1t~:f:',\l0~:êl!:~J.~!:n,1 m()stltOu irritação ante a falta de cOQ1preensão imediata do código por
:P~'>;S<~U, depois, a acertar com este a quantidade de mochilas paraquedas -
no·r:it,tp.&r.iM/;,,',~o r,ede p~a transrorte dissimtllado de, entorpecentes - que levariam: / ' '~

I
"\.../"\\.......... _---- _..----'
.
: >.ç~,~;::~\''''
..
~;:~f,~i~
,'o ,',

li ' i S' •
I 1.~~·. ' )i, ,
L

'I i ~i ';".!'. ! .
" ,"': I'::! :'f":"i :!_'i~:'r,l' , '\~i ;
r'ln9dOria'<'("ja' B~lqo,viERP~~~',,:,
"

'i, ,""'}
,..' ' Repw, bhc,a nO,"Es, ta" d, o,do Rio d, e Janel'ro
';',',',: :,' ,',1,1,:::1< I,
I
I:
'
"9'4<':""~,,,,. ';:':~!r:J"1'
"
' , , .'
~ ",i',/. ,I

·""',,, ..... ,,,~"I


..'!'· '
'\" I
"

li' ' ','., "I "ii ' I,


, "', '" I' I ,li 'li" , , I,
i I, ":, ,:~' _' I'; ~ i!! :' i' ,:; I i_ ! :::,' ! ,:,' '
'K' E: aí, filha ,da puta?1f:' Afirl1\~ vai tr~balhar hoje [alusão"à atividade de
. ", : ':! ,I ':' ' " " ' , " ,
tráfic?]. B: Quem?F:A}Jrmavattrabalhar'hoje??? Hã??? Q!fem~?? [kQnia '
,ante '!) pergunta] B: Nós~! [incon:.prCCl1sfto] f: Nós o quê??? Quali'é,veado,
vqi !4
pra festa lá! Bi T~: tá ao!;pe, cara? I"~: Tô aqui ainda, B:: tamas pra , '
r phdi(,:cara? F: Lá prqfes!a lá, c1fzãa! B: Pô,jmas q,ual festa cara?, F: Essa de
Niterqi, aí, cara! B: Então vem, cara; se liga só; então traz pro mim, então,
'que (nós, vai geral; jé{tBFl dois paraquedas,/'lo cócho" o leu e !em putro aqlli
tamb~m, F: Já tem dois paraqL!edas aí? 13: \(2uê? F:' Então seJ!llra ,três logo,
I'
parc~iro,
I
: I

I ' I ~, -, i :
'~:il98, I Em 29/P7/2008, às 19h5.3m, Frederico Cruz mante\'e diálogo telefônico'com Bruno
':,,< Alvim de Almeida ~in que ofereceu ~~ste últim:o oenvio de cinqüenta, gramas - COdificados
11," como cinqÜenta rea(~ - de entorpecente para revenda em el11.prcitada conjunta, Depreendc-se
,', ,~ue o. pâgàinento teria de ser feit6' em pra.<;o certo, pois Frederico Cruz op'erava em
coh~ignação ,de forn~cedor de favela;ÇJ que criava risco para sua segurança pcssoal em caso
, , "inadimpIemento';:depreende-se; ainaa, que o entorpecente é haxixe, pois Bruno Alvim i'ez,

,',:!!:' .!' final do
"J "
tel~foneiUa, consulta sobr~ preço ("se liga: dez reais"?) que, de acordo com o
, ' ,!', I ' :,,' ~ -, ,
,:r:ile!'II,i',I'; m~rcado,de entorpeé;~ntes, remete ao grama do haxixe:
" ,

I, :.,1

I' (.,'.)FÇSMX: Vou te dar o papo reto, logo, morou, parceiro? Eu estou com o
arn,igqaqui, af, tipo al$sim: quer i que eu mànde cinqüel1ta reais aí pra iu?
, . ','': EM: :'Lógico! FCSMX,' Pra pagar as bagulhos af da lua casa aí.. [contra-
"',';II'I'!:injormação) BM: Lógico, parceiro! FCSMX: Mas, aí, se liga só: papo de'
,,'I'ii;::::'i"i'!: ill:yJ/,~it~ho:n:m! O ba~l~o é~esponsa lá em cilna ffornecedor ba~eado em
. :' 'I ,;",;i:'\J1 i':., fav,ela}, ta lrgado? La ?i11 C.PPQ' do§. amigos e eu tenho que estar entregar:do
. ,", ''i;.,·~xta-feira que vem ~ lá, ligádo, irmão? - tudo aos caras lá, Então você não
", pode passar esse bagul(lO pra semana que vem não, entendeu'? [prazo para
l ! pagamento} BM: Já é;, parceiro, lógico! FCSA1X: Não vai me deixar mal

:' ,
'~\. '
,; 'f':,.coln1-,·· os amigos aqui depois não, né, veado? Pelo amor de Deus! ,Qúe é, pô,
~.-' o' , - . ,

, I.%; , , , ' _?ss~: bagulho é minha segurança até, irmão! Fui lá ontem desenrolar o
-"~;~ .. i bagul~o, pô, serião lei em cima, tá ligado? Vários amigos presente no
-r. . bagul~p, e o bagulho' só foi desenrolado mesmd'?J30J.'que é necessidade,
enl~ndeZl? [Iemor por segurança em caso de il1adimJ![~l1ento} BAA,; Se lif'Cl:,
. d~z reêtis? [consulta o preço} FCSMX: É, já é, isso aí mesmo! ( .. ) , . c>

! ,i!]! .• 1 ' ,. . ,

:1-
2,~,1Lyp~m!q
:'"
Barbosa de Assis

-"'I"H"ltii!';i:-! '; " :! "! ",


::i~9;, ,Leq~íf~O l~arposa de Assis empreendeu e exccutO~l, nó período da investigação,
.11',TW~IRl~s t~~I?:~a~9ps qe :.ompra e vend~ ~e entorpe.centes, em especial MDMA e haxixe, Ele
1', W8f1
tlill,ia. ,rr~~çoe~ fp;quentes com vanos assocladps, havendo" em múltiplas ocasiões,
:t:,lr~l~d~ da!'í~:n~a d\J entorpecentes a Ai'lqré de Abreu c Souza, João Roberto Peixoto Torres,
,(E1flsüan M~fil~~"t0r!o Lussac 9Dani,el !vfatto~ SarppaiQ,
::'! \~!If )'.'!::' i"i:!i:,!,', :i'i;:i i,':· ":,, ' 'I i •

!!I~oo! Leod~do~arbosa
:
de Assis estava no limiar entre o atacado c
, '
ü v,u'cjo, Por um lado, ,!
/-"
: \ I
I. ' .r' ' '" \ /'
'i -'-...-'
'i' ':, ",'
'.: "]'_~~~~;.}\~'1~
'.. ~'é~;~."~~~2.
' ..,,,,.,

"I' Ulr,.:
1'.:: .
! ., '
'.
;' :~
I: : i :-~~;' , 'li ,;;
i té~ \;~ ;:'~~h
I ,,-,;3 ' .... t"',/,. .' .,.~"I, 1'-

Repú~lil:a"no Es:ta'd6 do Rio qe Janeiro " \! . ....;l~,;~,~:;.!!:_', ,~~~~~;~~


I' \:;,'
o,:;' l I ,': .
i i:: .,i:
.,. '. ,.!i' .:1 . : ' ,. , ,: J .
'fornecia peql1'rnas quantidacle~, de'ent~rp~cente para ,usuários finais; mas, por OUtro
". t.auv,.', . ab~te~edqt! !egular de rev:erl~edpresde!certo porte,! como ,André de Abreu:;'e~ôuza.
,"~"'u'1u~,J.ia. ento!p~cer#es de Rodrigoj GomEfs Quintella, a qUe!;1 devia, emnovembro:de:2008,
essas aquisições}l.vinte mil reais~ .'" ,
" 'í,"
i!' ' ,:'
, I I
i .'
11 'I
!

, i~' II

I, ' ,:~: '\:, I. '


201. Os diálogos tplefônicos 'abaixofriil1Scritos, travados na noite de 1°/08/008, revel2m
, ~interIocuç.ão: entre L~onardo Barbosa: de ,Assis, 'André de Abreu e Souza, vulgo "Spy" ou
,;"I','Sfai",c João Robeíto Peixoto Torres, vplgo "Beto", sobre o fornecirricnto de haxixe. O:;
,I ,seguintes aspectos s01Jressaein: (i) I).nc\réde Abr~u pretendia adquirir cinco gramas de haxixe
i ,::l i,peLeonardo parb~.~f\! e faz·o p~di~o e!ll lin~uagem codi~cadfl, em .que a droga é mencion~da
,.i ,Ii',:ç:omo ",conv!te"; (11) ao descobnr que Joao Roberto tUlha conslgo 45 gramas de haxlxe
,.: :!! ,i;dfornccidos por Leon'lrdo Barbosa, André Abreu tentou negociação tri,Ulgular, para não ter ele
. ',;illr ' à c~sa de Leonardo;' (iii) Leonardo Barbosa não fe~llOu.a negociação' triangubr,'
," '.hovavelmente por t~mer pelo 'recebÍl~ento do dinheiro da venda; imponelo a presença dç
,1',: de Abreu eJo~o Roberto: . ,
:, ,i :; " .! ";\ .:
:[L;,', ,', o;,

j.!'
,1"-:;'Às20h'44m:
·1 !,' , •
\; I: ' I'

i " \ ':, ,:!'I'; ,i,"::1 ,',;: ,', I • ' I I '

.. :; ,liUr.:) iA.4s: 'tava p~eci~anqode uns convites desse também pra aquela festa
: r:11 d~#JJiq' do Bala/'ltil'les,Vê se tu arrwna pra l1)im, cinco. LBA.' Trqnqüilo.
i" ',iIYi:44-?::,!\i?ut~r que ir'9(.1/!A; To[al.4AS: Que am9nhã não vaiter c~mo eu ü; ,
':i;;?)ii!!titt~i~f~~a:4u?,Aív()u:ieliq,l!e iraf.~oje. LBA: Tô emcasa direto; se. eitforsail;
.,'-~ '~', U, mazs.tarde. eu desço e levo. /;-;. "cc '
, '~,~ ',i. " , '// •
:; ~"':~;t,,: ..~/::' ''>//
; ;

",;:,:: ,liÃs::mbm:
i 1:I :I"il!':
, 'I
! ,: '

1- '. I"" :
, ' I" 1 '_,'.:
! , ! ~, ",,;,: , '

li ,ÁAS::E(l tenho que ir ali no Calrambi. ali [local ela residência ele Leonardo
~j, !!i:,B~i:bos~]; não tem como tu me levar ali, neio? JRPT: O que tu vai pegar com
:, ,;el~lá?Tem negócio dele comigo, mané. MS: entãa;::~RPT: Do, Pretinho ..
:', :!jAAS: Iq, que beleza, falO"!l tudo. Vou dar uma ligada agor,a nele e vou falar: '
'q~àl é,~ irmão, vou ver es~a parada com amigo aqui', mas foda que vai ser o
. " ., [preço] del~ lá? Fada, né, irmão? São só cinco convites mesmo
liu,essu', da,:erlantinq mesmo que eu queria.JRPT: O maluco q~e ta aqui
co,mü~O" ~alçfz cinqüenta, entendeu? [indicação de João Roberto de que tem 50
gr1Jtp.aLs.' ponsigo] (. ..) JRPT: presta atenção, esse negócio que ta aqui do Leo
'h!) !~AII,,c!J/j'!igl?; tlÍ fritando 5 "mqgrá" [grama com as sílabas invertidas l, tá ligado?
só (45)rr;mas]. AAS: Então, vai ficar 40 (subtração dos' 5 gramas
!'pl!~t()r9Iid11S por André de Abreu], mas eu dou esse papo reto. Mas ele sabe
Pó, veio 48 [48 gramas], eu dei uma cartreadinha, entendeu?
'Talar,m,'l~, efiava 45.'A4S: Mas eu vou dar o papo a ele que ell vou querer
trf,!\il!!!;i~iR~,rqdi ',: Ifgado?JRf,T: Sabe o que vou fazer, botar um pedacinho de
'ii!!!\\!iJ:!!ii;l!l:lllr~~~~l}~~j~\ili, rJO.m~i.0pra completar as 5 gramas [adulteração do entorpecente
, pesqgeú.1]. AAS: Tu sempre fala isso, né, filha da pula! JRPT: Ou "
i,pegl~,!(lq~re/e haxixe fa/sà que eu tenho lá 110 carro, aquela massinha, lá!
. l
", "

13$
I ' • I

, ,I
I,'i:
I , ' , I" ' '[,i : 'I" '

É, m'ané ,/jumb ol% SÓ; bóio doido! JRPT: Ia' ú'anqüi(o;


qua(,/u'(w coisa eu dOl:l' 30: 40 mele [João Roberto se oferece ,para
Leonardo i Bp.rbosa) AAS: Ele não é neurótico 'também nelo. ~
I
!
'

':-! ;
I' 'I: '. "

,,\

Às 22h40m:

ar aqui,
. AAS: Porra, veado, o que acontede: o Beto de repente pode me adiant
ulação)
já fortaleço aquim esmo l [André de Abreu quer suprir-se em triang
m deu
LBA: l'ô, até esqueci dele, pô; el~ é foda, se tu não fala! Piu piu també
üilo.
molinho. AAS: Queria "er'se me odiantava por aqui mesmo. LBA: Tranq
entend cu?",[ André ele
AAS.' (jó que é foda que vou ter que fortalecer o B.eto,
rlaleç o
Abreq:'explica que teriap agar a João Roberto) LBA.' Hã? MS.' Aíjáfo
ele o~:vocé? Ele meSmQ, né? Vejo com ele aqui mesmo; hé?[André
de Abreu
então.
"~ I insist (na triangulação) LBA: Fala pra ele (razer aqui depois pra mim,
vou
, ,I
[Leoni,:t.\rdo Barbosa dá fi entender que aceita a triangulação] AAS: Valeu,
I I '

:" i falar isso


"',1'
pra ele:
"',, 'oi

.:!
I
'I! ,'I '

Às 23h32m:
I:',;
falou q~e ia passar aí AAS: PÔ, to esperando aqui, entiJo. LBA:
'eu vou dormir, v()u.deit~AAS.· Mas eu posso falar com ele então
: O negócio é o}fdgulho fira ver, isso que é foda. AAS: Não, ele tem
Que o meu Qqui é bolado, [Leonardo Barbosa indica, a pretexto de
'rn~ltlqfqUi:ul(laCle da p'!rlida de entorpecente que tem em
sua posse direta, a
;'):h'.!1e'yessídiid~ dapresenç~de André de Abreu, refl.lgando a triangu lação) AAS'
Dn~ct,So. né?t4 ligado, [André de Aj:Jreu compreende a necessidade
!ne.góclo na presença de Leonardo Barbosa) Entiio, cara, vou dar
ligl,cla nele agora pro ver qual é. Liga nele, pô,ja la que eu to. na porta
~~
LBA : j,' , /.
a vou 19ar.'
:
r'"', \." I ••

•. I
AAS:
'E q~ chegou aí? MS: Já, pô, já tomo indo. LBA: Já é, valeu.
qhegando aijá.
,
,
',:
. agosto de ~008, Leonardo Barbosa de Assis neg~cioll, em diálog os
~i'I~\;t~!,~têillil~qi:,ipf,t~~'g,yJ)t~,~os, ,o fomeclI11ento de mais 50 gramas 'de
haxixe para João Rober to
HU~UV, travad? às 18h5911). de )2/0812008, João Roberto reserv
ou o
i\ií:~,rr~~ipe:c~i~t~!r~mp9pl~iJ;oh' preço; no segundo, mantido às 12h44m de 13/08/ 2008, eles
~ri:i:ili:±ri. "if~*Jir
~ Ci.;.t.:!:!2 2 e.fu!7"1
- 'â"fj,,,
!:"" ~ '__ -~.,f •.;-
""' _Joo-'~_'''''_ ''"' .

, ('
.( /-~
i O"~,

: I

, ,i: : ,: i •

,JRj?T:, Se liga, aquel~b1$idho,~ão po.de'sr.set.ee meio, não?[R$7;SO o


i li-
Warna,J? Pra pelo meljos!eu gQll(1Or cl!1cq (cmqucntacentavos ~o" gramal,
, não? .[..BA: Oi? LBA: Agu~le bagftlho não pode ser sete'e meio não? Pra pelo
! "

ii menoty eu ganhar cinco chuavos? [cinqüenta centavos em linguagem cifrada]


LB~., Nem adia!lta ag~rq:,agora tem qne esperar. JRPT: Por ~lIC? LBA: Nem
adianta, o bagulho ta, cpmo", ,JRPT: O que, acabou? LBA: Seriamente,
JRPT:': Pô, o moleque qyeria cinqpenta [50 gramas] LBA: Táfalando de quê?
JRPT;'
, "
Do haxi [haxix~]
'"
LBA: AhI, tOlal, trantjüilo. JRPT: Amanhã de manhã
i,' to aí femfaltapra gent~ir lá na~ireçãodo parceiro, pra levar pra ele. LBA:
Valeu, JRPT: Mas se 'liga, vou ganhar cinco pelo menos, só cinco. LBA:
, Valeu: JRPT: Então já fê;,' amanhã de mallhã vou ai na tua direção, separa
cinqüenta. (..)

,;ii' JRPT: Qual é, Leo, tá por onde? LBA: Tá em casa, tá saindo agora. JRPT:
,'I Tqo aqui na u~ina, car". LBA: Então sobe aí, que eu to aquino Binho. JRPT'

;'"

supindo, cara. LBA: Agora, que tô alrasadão. JRPT: Valeu.
" "

fil';': ,íi,'
iiii03"::Ér::t!-~lú1tiI?los di:Úogos telefônicos interceptados, fica claro que Leonardo Barbosa de
",' Assis pr,atisa c:lttáfi~ode entorpeceJ1les em estreita parceria corri. Clui.stian Martins Porto
iLI1SS~c{.•Vll,lgo,~~gigante'l. 'o diá,logo abaixo transcrito, mantido em 22/08/2008, às 21hS5m,
,l,i ~nire.;hd~~#do!.Barposae adquire~tc não }clentificado, corrobora essa cOllclusflo, pois o
i\:!~~,qUJrTintl\~'W':~lclera, ambos uma ul1ldade:/ ."
",:! ',: :,/,',. "'~b} '~',,~,,::I :~.' : .' /'
, ;i, i;') J ,,,"!I .

:).,:i;1(..') H: Pô,: queria passar aí, só cheguei em casa agora. LBA: Melhor deixar
" ::!L\y:,!::!,;ii':i'p~f:alnanhã, Já tô saindo aqui agora, 1(; descendo. fI: Tel1uicl/I como passar
i ,:~:!~:;,\,' :).z(rGlgante?[buscar o entorpecente na casa de Cbristian Martins] LBA: Nem
.111,,'1.' """',,, ;C"i~j, ,teir" ,veado, tem que ser aqui mesmo. fI: Então tranqüilo, e/1tão amanhã falo
;':'contigo.
::i," ,.;
;,.;; ,

. ..., .....:....
,

kVllJ'>I,,"VJJ'U. Leonardo Barbosa de Assis manteve diálogo telefônicu interceptado


qó~eptlpJ:eeri.de4()r não identificado sobre empreitada de venda de entorpecente. No
~\?Ji,!,Ir,: o):l'llI1)Os:a mostra irritação com a linguagem expÍícita de seu interlocutor:
el"

11 ,
'.'1'"
'!II I: '

" " 'Sf 'liga, não dá pr(l gente ir lá naquele amigo amanhã, não? LBA:
" Tava aqui comele agora, já tô voltando. H: PÔ, se liga, a gente tem
,lá na direção dele que t com os bagulhos lodinho. [entorpecente] LBA:
vai lá. Amanhã tu vem cedo. I1: Pô, a gente vai botar wn dinheiro no
," 'veado! !BA: Vem' ceqo, H: Pô~ a genle vai botar U~l dinheiro.no bolso
, M/,o
, ..... 'e=
~ j~" ~nCC'ol
IM"'~"" [ollJ
''''~
o ••
.'or-,) o,, -,~,
~ ...... I~.IC '·/r"u
.... 'c:. Il"'2tl'/1~O(lO
•• l.,~, U".t;. 'J~
1'.-

I' .' 0~1


empreltaGa. LBA' €J ~,
. J"a .. -' p r'.... rQ.( :..<;;:
,'-:;t..:ao/ " j :: .. , .....
........ ,.;,
;.h •• '.;"O' ....... ,; "
. . . ... . .,. J.·~é
'"" .....,-6.. ,.,<
...,i,
)

e~p:ícita do inte;locutorJ li: Amanhã umas meio dia tó cheganrio, valeu? (, 'j"-----'"
'<\
,"..-.-------,..
!' ._, " ~ , '

'I,
,98
I, ;,','
'I,' ,
I, ',"
.. ' I
,', I 'I
<) '.i ;':,:" " : ,!; I; !' !_~i ' .' . ',T ;', :,; ',.' ; :' ::
itada
,'I" 205, " ,,' I3a,rbosa de Assispr:;rticipou,' 'ainda, em caráter acessório, da empre
, descrita no~ p(lrágrqfos 19 a23 destq d'enúnci~j comandada por Rodrig
o Gomes Quin'télla,
';:ljiiiiH;I:'j'\;::,;" ,que resultoU. li~)lfi~lkl em flagrante, :cn1hdo 3/\2/2008, no Aeroporto Intcl'IHcional de ÇO\lfins,
Pagotto e Deise dos Santos' Coutinho/quando
'ii "~m Belo Horizoiite(MG, de Luis Feina
' i 6rnhal'cavaln para ',Bruxelas,
Bélgiç;d;'com; dois quilos de cocaína de Rodrigo Gomcs
A o de contatos entre
, Quint~lla. pf:!rliciB~ÇãO de Leonardo ,l'?arbosa ,consistiu na intermediaçã
, Rodrig o Quint!'llla (\'Magno Gil Piedad e e na execuç
!
ão, em 24111/2008, de depósito bancário
11" ' ,
,
em favor df alTegi~~lltador dos transportadores.
" :

,I ' .

2,5;5 André de
~ -,
Abreu e Souza
) ,
;11 !-" ,
o da investiga\:ão;
,206. Allc!ré de Apreu e Souza empreendeu e executou, no, períod
al MDMA, LSD e
IpúltiI?las ,t~ansaçõe~ de compra e v~nda de ent0111Ccentes, em especi
havendo, em múltiplas
"hax ixe.E le rilantinh,a relaçÕes freqüentes com vários associados,
sa de Assis e da venda
,'i)i,qc,?l~iõ,'?~,'itrat~do',daa,quisição de entorpecentes com Leonardo Barbo
.L:::A!e;:e~~?l1lIe.~~!l;~~i'com João R~berto P~ixoto Torres, Clu'istian Martins~orto L~ssac, Rodr~go
, ••"',9~i~0L,ya!)8uhf~~J?fll).1?,Bagru;0~10 M,qtta Mor~es, bem como com
LUIS HennqueCeleslll10
", iLt!1~I~fl~a~i' p~!'l!MI~ttos Sampaio en;"paralelo arede,
L, ,,)! ,Hli'j",' i,li;i! ,\ ',' .'.'
~ I"i " ,i'
,i
I,; ',li ;,'I
'!ii,Hi l ; i",':,!:;
I ,!. I'.·: II . •

158 a 160; f74 e 175; 188 e 189 desta denÚl1Cla descrevem


I '!I . ! :, :::'!' ',,: I1
, '1"t9,?: ,<Os :pará~rafos
figurou como vende dor
,I!I ,t1~,g,d.ci.a,çp~~~'1I'rntprpecentes em q~le André de Abreu ea Souza uidor. Por suas
~j:l~fe\i.vo,"<;>~IP'ot,#I]:c.ial;',em atuação depor te compatível com r'unção de distrib em que ele
ecentes
':'!'Vez,t:(par~gti\.fd 2ql desta denúncia desgreye negociação de entorp
, : 'li figurq'u),@Q;,\dquirente, para conspíeuaftilalidà'de de revend a.
,\"",'!"'''.';:1I " "'~1 .',~:, ;""
I
./
das tratativas já descritas, André ele Abreu e Souza negociou, pela
12/07/2008, entre as 17h05111 c as 17h08m c entre as 17h23m c as
de quantidade entre
1h.:39.m",clirri a,dl~uifellte identificada'apenas como "Carolina", a venda
c?,mE!ri,J;nj(!..~!s de MDMA, com pagamento apenas no fim da festa qUI; haveria no
o "Sfai" edo log de
,m,esrn9, (l!ZI."J\:'D.,'::t'lre',de Abreu e Souza utilizou-se do nome de usu~
, ,", ' ia:sfai@hotmail.colu;, CaI'olina utilizou-se do non~ de usuário
"Caro linn
A ficha organizada pcl[l ,
:}og!'de çorreio eletrônico'fonseca.carol@hotmail.com,
'
,al\~orid~l~~, poliqia1, para André ele Abr~u traz as trallscrições dos diálog
os.
J!' :':', " '
' I '
008,
Arreu e Souza negociou, ainda, pela ferramenta MSN, em.2~/07/2
1

!
para pesso a
eás 2(h36m, a vencia de umaca rtela de LSD por R$ 300,00
nico
" ntlme "de uSlfário Tlc e pelo log ele correio ele'trô
r:~~~~~~~~~:eem 24/07; entreMSN, as lSh02m e as 15h07m, foi sondado pcl<
sobre o preço 'de 50 comprimidos de
i) na ferramenta
UljJ.I:z;o'u-~;e "do log ae correio eletrônico a,sfai@hotmail.com
, A ficho'
transcrições dos diálog os,
qrg;illl!iHii~il?eli~!~)llºlrid,lde' policial para'André de Ableu traz as

entre as 21h.27m e as 21h4l m, sondado na,ferramcnta


'I., "
"0'.,-1\

• ". , ",'i;!
' '. :', : ;_:l ,:,
i,i I ' :

~.u8L1C{) FEDE RAL'!: ,!I ' , ji


)çUlrad'~ria dã-Repúblic~ ESla4o~o: Riod'e Janeiro np
I ,I • " I I

, ,I 1\", ri'! ,i :,' ;(, ' ' " , ,


s pelo nol1'\<:) ~el usuário, "Akon ",e pelo ,log de correio eletrônico
i •

/:li:::; ii:l~ssoa i(ie!1tificadll.:~b[bena


I sobre o foine~i0~ntOde 200co mprirn idos de :MDMA, Andrq de
do D,Q!f1eqe llsuário, "Sfan ;e do log de' càrreio bletrôrii~o
,,'

Y'I 1'1' ' ".'


, I r' , ' , , • indispQribilidade momentâqea e indicou, ql.)e o a.dquirente
,r: r:'procu~asse" """ Peixoto :rorre~ia8rescentando quea,'inilingua comprimido~ , dos quais
este-dlspunh a eram , tipo "arma xarp", ou, dec6dificada ','
gem, Annani, de cor roxa,
,' I, ',' ,
A esse respeito, o' eletrônico ~.ecstasydata,rog registra o tipo de compr imido
';Arm ani, indi6al1do 'sua cor varia q~ vermelha a rosa. Afich a organi
zada pela autori dade
'Ipoli cial para André traz as transcrições ~os diálogos; ,
,1','- '

Andr~de Aqt~u e
Souza sabia da procedência cstrangeira do MDM A e ilo tSD que
e Christ ian
',' IComercializava; eon'iÓ revela O dlálogOtelefônico interceptado travado entre ele ,
d,Martin~ Portb Lussa:~em 21/05/2008 à$ 11h38111:" , ' " '
,'! ,', " :';'" ,
" : ':' ! I' , " ~;
,
,I'
rno1eque que rodou ~oje vindo da Holanda. 42,OaO
"
internet p
fCO!mpl:iI'nidos' de);ÍDMAJ. 18.000 doces [lnieropontos de LSD), 400/;"
Tá na intern~f.:Moralá nó Recreio Ainda não mostrou ~ cara dele
'" carQça dele;ma~; pô.' ele veio na conexão Amsterdam-Brasil, ou Rio;
mo/i;"ho .. ,

n_" _..,- Pbixoto Torres


I," j"
j "
',! ' :
I: " ' ' ":
ou "Psy Táxi", empre endeu e execu tou, '
rJ;:lã.():irlô1~~rt(,~·.,'Peixoto Torres" vulgo ')3eto"
:;p~;~tcía~~ft1~i~é~~"\i, ga\;ã,:o, múltiplas tr<lpSÍlçMs' de compra e venda
de entorpecentes, em
He~p'~(~iallV).4lr,ilA:ehAXi.xe: Ele mantinha relações freqüentes
com vários associados, haven do,
tratado da acll.lÍsição de entorpecCflte~ com Leonardo Barbo sa de
\.lUl,p!ªSiPC'flSllO~~,
l~~~lW,i'tde,:~ntorpe(;en.tes com André de Abreu e Souza, Rodrig
o da Silva Cunha e
pmjllelns com Felipe
pr,l~ B;~g1IrQI19::Mfpl1:al'''lUnlc". Ele :rilantinha, adc!fnnis, assoeiaçõe3
Daniel Mattos Sampaio.

"' í' ~,'-


179 a 186; 201; 202 e 210 desta denúncia descrevem negociações de
':"
~al:áglrafc~
''''M,+~'~ ecerltes João Roberto Peixoto' Torres figurou como vendedor efetivo ou
atl;la.clio de porte compativel com a [-unção de revendedor.

m, entre
Sef;UÍIJ.te cli~l1of(C telefônico intf'!rceptado, travado em 19/0612008, às 12h13
Torres e André de Abreu e Souza, é elucid ativo do modo de
'com~llas relações concomitantes de cooperação e conflito. AnltO :
las possibilid,~des de obtê-l o
, suprimento de MDM
, , A e discutiram múltip
associadlJs:

que td todo 'mundo, me ligando. MS: E eu, parceiro? Tê';r......


,~
OO,lGaroo. Fiquei ontem o dia inteiro com dois amigos meus, os caras viera71
. I
,
,
\,:'- .
-......._.....
/"
'
'iQ',,'11::,r l:; : ,:,1;.':"
~'~~\l~:"'''~' '"'~."':~~
li';1. 1:~,'I !.
"' 'i"l i',[:,;\ l.·' ,
, "
,)
I,

',' " ' I,t,·


':·'il':l!i,' :: I.(Z:~
,1', ~.,..
" , : :'. ,:.;

;)' (:1:/·(:3_f ,i . ,1.,01) \j~-;,",


l:t~\~
'1,':1','
~~~:~Io'"
i' - :

~~RJ}q:'\.:!i::':,,( / ';''iji' . : ': ' : ",I!. ,i, ' I •

'~:"'~;~::~,;,;",:,,,"
, ;'!

",_·_:,·'~""~noEi:tadodo Rio de Janeiro "J'

',:..
;:\'::ir,i " f..', :",.' ", i" ; i': .

'I al)oit ée não r~solvinada. Fábio falou que ia ,ver


cois~ pro enão viu nadd., JRPT: Quem? MS: OWI. RiJçorri
,I .algU~aqueles tU~q~~r saber.; BN [Bruno E.lagaroll91'e o Cozi,'
'a'té\~ ,mole ,
,[R0Rfigo da Silva' mas os moleques cresce ram'o olho, táliga do?
JRPfr., ,Fizeram a ' ? MS: nove e meio [R$ 9,50 o comprimido de
MD,MA.], mas o só q'uer "garp a" [}:lagar com sílabas invertidas)
nov~;tá ligado? ' é sério [pedido firme], tá ligado? JRPT Tô
ligado. MS: é seis, zero [600 comprimidos elc MDMA]. Aí é foda; ai
idade de
tenh.9. que ver do lacfod e cá, [André de Abreu indica a necess
falta de acordo ] JRPT.
esqu,q~rinhar outro segrrento da rede, tendo em vista,a
tô? Tem
, acorcf?i com os 'outros.me ligando aqui agora. AAS.<E eu, como eu
, no meit escritó rio,
'que v(n; irmão! Sabe ohde eu tô? Tô na lan [lan house]
JRP~' Por quê? AAS!, Lá em casa o bagulho lá ficand
o foio, l11ui(a ger:te
[impossibilidade de mlgoeiar entorpecentes pelo compu tador residencia \ ])0'
disso,
medo: de descoberta]J.ffPT.· PÔ, irmão, vou pra pista, vou correr atrás
me fala, então; Ic dou
lá ligado? A: Té!, vend(/ pô, se souber de algulIIa coisa
até~ma porcentagen'}. JRPT: Os moleques lá tão na condiç
ão? (João RobertD
pOdê
quer' saber se o segmento da rede esquadrinhado por André de Abreu
, aqui,
,suph r)AAS : Qual mol~que? JRPT: BN? AAS: Nada, éo tal do amigo
de
! ,do bqf:te 40 Cantagalo;: aqui [Al1dré indica que o integrante da rede capaz
,,'
AAS,'
,s,!-p,rii:é Henrique Dornelles] JRPT: Ah. é aquele vacilã o do Henri que!
Ele I :
!Vacílcrpra caralho o'Gre g [um dos apelidos de Henrique Dornelles].
(_
,l.dq~lha área, aqld, ag~ra, aliem cima agora, direto. [referência às bocas (ia
b"dé Henrique' Dorne lles no Morl'O do Turnno, nas proxim idades
,'fum' , ,I " ,
"I', resi~êrlCia de André di3Abreu]. Entlío, fõ ligado. Ele quis nove e meio:
i.,I,i·' . I " ,_ " OI
'i'
Fico1l os
r'\~~':;.laléf!tá maluco'. Pra' tu yer onde que eu recorri, tá ligado?
Quem é?
:'~S~l"'mol~qves aqui a tarde t()rlcfêoriiz'go, não tive a quem recorrer. JRPT:
e, não,
"' , ,(Xtio' çhico? (indaga sóbre os adquirentes] MS: Nada, tu não conhec
i l' ' , ,: Co~heci através da Kaká [K,arina], memé. Acredita? A j(aká i'eio na minha
I, A!reçd~.; Eles vieram na direção do amigo, aí não acharam o amigo, e a Kai/i':c
Bagu
, i,'(êrico,:p'ou coin eles aqui. Aí ele tfoco!ltelefonc contigo e veio ontem.
,; ',:10«0 r/p, só faltou mesmo a matéria-prima. JRPT: Então, vou ver, qualqu::r
esse favór
: ,,';parpda te.lige. MS: Eeu também, do mesmo jeito. JRPT: PÔ, faz
de mim nao
;' JAAS: Te juro por Deus, já ia te perguntar tambémr-]j./fo-.úquece
l tava te fortal ecend o
:"pelo amor de Deus. Até nessa respol1sa que o Danie
ndo., ;
!,,[in~c~ ,aceitar outra espécie de entorpecente] JRPT: Tambéfrl tô quere
iA:4.$: :pntão, isso que 1(5 falando, ele falou que hoje ia lá de
novo; acabei. de
liligr,r IJra ele agora, el~não atendeu. Liguei no Fábio també in.Sab eSilva], quem !á
"rv~nd~uma responsapra mim? O amigo, o Cozi [Rodrigo da
Cunha ,j

,i;, lIgado; falou qu.e t~m um parceiro dele. JRPT: Sai fora, aí sai fora. [Jo:lo
velmetlte
, ," RqbelJ o contra-mdlca ,o parceiro Rodrigo da Cunha Silva, prova
. A,11 S:
Bruno Alvim de A.lmeida] MS: Mel/lOl; né? JRPT: Muita complicação
':':I"il M~itq risco pra pouca... JRPT: Pra pouca contribuição
' ,
( .. ).

, ' ,", .,'1,<" í" ,l '


ritos na ínteg':l,
215.,: i()S,':p~ágfa~qs 37 a. 39 da denúncia concomitante, a seguir transc
to
descr~1íF~~',i~d~l1}als, assocwção periférica ente João Roberto e Felipe Augus
,vr~,lta~~;ipara fOlTIçClmento, pelo primeiro ao segundo, de ~1DMA para revend
a:
'!i,1 '.f
I.; 11'
)'1'\)
,'i;, : .,' .
'i I
•,1 I
. I:
38. ~ Em 2/07/2008, à 01\22m, Felipe'Auguslo voltou fi fazer contato telefônico com J020
endo-~e de" entorpecente,
Robert(?" para apressá-lo e,' ao perceber que- este csf~va abastcc
procurou, ao (inaleia
majoro!, o pedido de 40 pampO comprimidos de MDlv)A. J050 Roberto
em, aludindo a dinheiro, mas fi codifica ç!lo ficou evident emente
convcrS,il, codificar a linguag
pobre: '"i .
,
"

'i :1 '~ j I
' .'

do tlla parada aqui.


~ I ,; ' 'I, ,
FAf: Tfl onde parceiro? J1IFT: Cara, tõ chegan do aí, irm,70. Tô agilizan
é, pô. FAP: Pó Os
FA~: J4é, então. Agilizo 15q [comprimidos de MDMA] aí,
~:i. !I veio. JRPT: Já
enrolan do o maluco lá no' Uéiel; lá.
maluco~ tão me eSPFrando la desde 9 horas, cara. Eu tõ
se der pra trás eu e \'oeê
, Eu" tô s'~ndo insistente porque o moleque tcí no lIIeu pé, lá, c, tipo,
lo. Tá chegan do aí pro te
pei:dci [fudicação de encomenda fiimc] J1IPT' N'Ii>, miO, fica tranqüi
da~;ess
.' . ~)
~ dinheiro. FAP: Já é,já é.
, ,
m elucida tiva
, ,'i ,i 39:, "Sm 23/07/2008, às 16h58m, Felipe augusto e João Roberto travara
,'\";;~,c.o!1VerSa telefônica sobre a revcnp á'cteM DM/\, com alusão,
o

inclusive, a comprim idos elos


eletrônico www.ecstnsyda ta.org:
I. ' ,'<:1-; I : tipos Armani e Lave, registrados -fÍo sitio •
.' ~ i" " I '.;

"

.:'1'. ",i,.":
Cash fie
problem a de eu vender todas as IDO [comprimidos dcMDM A] agora?
'!'
, ,
" I· ,\' ....,.,',
,.~, ir"" FAf: r~m
[João Robert o)nclic a que parte do:;
",mão,- JRPT: Já é de oulrq pessoa, cora, entendeu?
!;Ii'~:'! 11
cot~)pr~Jnidos que estilo com fclip,c August o C~itú vendida] FAP: PÔ.' NCío consegu e pegar hC?,jc'
i' ,~ ",,~~:
o aí. O amigo fá aqui
~
- , m<:zis, lJ.'qo?J{?PT: Não sel, Llpa,' pô, sei lá. [1111>: Desenrola com parceir
100 agora. JRPT: 'sso aí já é de outr"
"

! quere,,}!o pegar. Ele queria só 50; faloll que quer


cOln lclt parceiro, não?
i,' " ,I: pessoa' pli, entendeu? E é outro preço. FAP: Nt70 [em como êlese'nt:ii!.ar
até umàs seis horas? FAP: Pô, tá
.,' 1- I':' Te, do~ p dinheiro agora, JRPT: Posso resolver isso contigo
teu parceir o ver se ele vai
',! "i, ';aqui,~mbaixo já; tô tentando te ligar desde cedo; tenta falar com
consemlir mris. JRPT: Olha só:.ent~o, separa pelo menos lO pro mim qi [10 compri midos d
"j
!i,' I:':" '1 M!\]
D F'IlP: Da Armani. JRPT: E. FAP: Tranqüilo, eu 16 COm 30 Laves
FAP:
aqui
Já é,
ainda.
mas
VOI'
tente
'! I,'il ,.(e,"ta r,)mpur rar pro ele 70 Armani e 30 Loves... JRPT: Valeu.
JRPT: Vou vel; ai falo
'1 ",'" li :' d~erl/:ólar'com leu parceira que eu preciso de mais pro hoje mesmo.
.1 i ",I!,:I' ~,!ntig~ FAP: Te dou uma ligada umas 6 horas. .JRPT: Valeu.
, 1.: ~ "
;1, ' ...
. ": 'li li,,'!1 " 'I
.r'
{, ,
I

I.

2.5;7!' Cbristü m Matiins Porto Lussac


, ,:1:'
:','
;', .
: :: lil
'" I.,:' . . ' , " : "
216. ".; C;lyisti~ M~~ins :orto ,L~ssac, vulgo ~'gigante" ou "giga", empre
endeu e execu to" ._
s, õ!'Í1
po pe.llod?'i~;~!wve~tlgaçao, multtplas transaçoes de i,;ompra e venda de entorpecente
'-

rdo Barbosa(d.~
espeffal h!ff~~:!,m~ m,,'linh8 relações freqüentes com os associados Leona \ \
'. 'I' 1r ' \
oi
'-""'-""'"~'''_ .. -
i I

. '.
, -i'ii I:
':" ',. : :
'I,!, ::;::

e'! ::,!
'::'
Souza,. Mostrou grande cautela com a linguagem que empre
i . ,': ! i 'i
"
gava
.~ ,
:' I, I;', , ,', i:, "

5/2008, .às 1,0h22m, Christian Martin s


empreitad Et conjlmta, .que as circllnstâncias
ent:onJec:élite pararêvencla: I " . ,!,
',,11 I !
/1 ': ',-,:.' ii I : I i" li} ':':!,:" :

~r"au,.!tÔmeio
4wo! Tel/1 'u0p vjs(i0'rarie.!rq prp passa;"lJr'anós; de
me
:" ", . '. gênte úniras for'çd s, tcí ligado? Ho'je ma,is tarde. 'Amigo
nm'.w·l1uma visão boa ontem ; mas ácabou que eu passei mal q',o
noite, dormi.
I ' .' ' -'", i I ' , , ' ,

'i.:, ;:,: : " ',' ":;1 ' i j' ' . ." . .: ' •

Christian Mru.'tins e André de Abreu , travado em


. ()llllrn'"g,\V~,V telefôn ico entre ' , ' I.',
elesco mbil1 arrull transação sobre entorpecentes, em prova vel
, ' 1,- " 'I.i'!'

de fogo:
eS1J~(:ie:sd.ife;relllte;s;· com u~o de linguagem mctáfQrica, alusiva a armas
!

.. ,I

Pegou luas parad as? Pegou, né? CMPL: Oi? MS:I Pegou luas
' .. '. né?CM PL: Peguei, peguei, pô! AAS: Vou arrum
ar pente
ilr1'"n~rh<;
A (7,CJrfl. 'Iodo. dia é penle, aí, se prepar
a, hein? Se prepara, que agora é
. .hord .rCM PL:'E nlão, lô com dois aqui; vai vim?'A AS: Vou
" é relo?' ÇMPL : O papo é relo, caô não lem n~o. M$: Rajad a
e,jJànt o 50'que eu tô aqui, o bagulho tá serio. E rajadão mesm o ' 'I
".!. ',' I'

pçmto 30.( )'


'., /, ---,.'
I!' / ' .' "

à~'1,lh34m, em diálogo telefônico interceptado, Chri~t ihni Marti ns


• ~

çle drogas mais abertamente com adquirente não lclcn\ifieado. No


I I, ' !
';

.tr<ÍLfi~ib.!ilí!êibj··
<:;IC;'ll.I Ul.vUU, vende r haxixe por dez reais
o grama e avaliou opções de compr a de
lml~Y({LllL~ein'fa";'êl!l'""'da Zona Norte: .
; ':'" I:I:'::":I"',!,' 1,1 ' ! ' . '~.,
;,I!,!! ,,'::.1'1<'" ': I

'1 ;"Ff.fiT,!.f,me deu um haxa [h~xixe] maneir,? aquele di?NJ : O amJgo. ali/em ,
r,'iqj: lan4p quiser vim aí... H: E 7lJesmo? G: E. H: Então manda pelo Pack aí prc.
. ,. n'iirr.g: {á é,:sófa lar cljm ele, H: E é quanto? G: Sai a lO"tá ligado? H: Oi?
H- Mand a umas
R'I SW: a 10 a grama. H: Ah é? E é o quê, uma bola? G: E.parad a?G: Vou te.
dU,asqí pra ryim, Giga. G: .lá é, H: Vai forlale cer aquela
dllr~~ pre,sente, ,só vi;7' o Pac,," H: Porra, só tu ir lá na casq
dele' [Leon ardo
~<lfb~sa ~e Assi~], sôf~ ir lá no catra [Cat,rambi], só lu manda
r o moto tax':
r,q d'feçao ,de(e.:G: Ja e, maseu veJo ele dIreto, Quando ver; vou daraqui o papo
que
,'I ~~i~,:.f!:E onde fem ofumo bom? G: Tá brabo, H: Os caras falara m sei mio
.'ilr no mqnguinho tá bom [Favela do Manguinhos] G: Ah,não? deve eslQ/; não
,:,:fr: T;unão lá escutando não? Nego falar que tá boa, G: Nego ta falond (
[Favela çla Mangueira),. mas vel;
111.' ;~p"n:ql1gue [Fa~elado Manguinhos], na M
.. " ./
: ' . .,[:;,.':qwi.ébom, não vi. (
:1:.:!1,,:;11I':""ii':":jl' ,"I ,
. '
"!i\[ . '
~\
" :' :íf "i:" :I-,;'! ~ ,:'~ I
\\-.__.._..'-_~"
" !iij") :11.\· . . "-' .-',"
:
,. ."I·"·,···b
'::lI ,1{'I:- ,liliJ,::,'
"I"lr!I!! ,r;il, :;I'i
., .'
.1 0,3

,
<'> " i

em diálogq~telefõnicos travados às llh05m; às llh06m. e às.


~1!:,1';U<f1' 'Ao.-hM discutiucüniLeonaido Barbosh de Assis sobre divergên~ra,de
:entorpecente, ciacollhâo~haxixe. Eles fizeram alusão a pesos e à
D,8il!'\]P.Çil.S digitais:. ,: , ' [ : . ,', ,
':il i:
I:', "I

"

, LJ""Vl;'U. das llh05m: \'


~'
.. ,
,

1 : ,:'!

G: E a,í, danadão. Se liga, 'lu viu legal mesmo? L: Vi, cara. G: Pô, lu me deu o
I bagul10 muito errado, mané! [qu~ntidadc enada]
. "i .

.11'
"i
"-. DI61oio
'. .
das llh06m (depois
' 1
elc provável qucda da

chamada
~
anteriol}

1:-' 1 , • '
L: O!?'G: Eu vi aqui. Tem um sexlo do que lufalou, um sexto. L: Que isso, tá
. . " '. G.: Qual é, Leo, lanlo é que, quando eu peguei, te falei, irmão; pô,
., "~o maluco, não. P(Jr isso que pergunlei 'lu viu mesmo? '. Se quise,r vem
,- I ' _ . , •

te mostro. L: 'Um sexto? Quanlo que tu tafalando? Qualorze? G:


, 'ponto cinco.' L Ih, tá maluco! Dois ponto cinco o quê? G: O quê?
'irmão. Passo ar, vou aí e te mostro, ou' lu vem aqui. Tu vai fazer o
vai descer nãó? Te aguardando aqui! L: Vem aí, vem aí, que vou te
no meu coisa [balança digital] G: Já é; já é. Vai fazer eu voltar
Chega
' .
aí rapidinho! Não; já é,jq. é. Vou ver aqui e te ligo aí. .
, .. ,' ) ..,
~;~~!(i'E\~, ,d~s 11 hO ?,m (c!epoi,~;.dê prõ'\íável queda da chamada anterior1:
I:i;.': ''
'"'' 'I'!I'H,,, ':,Ti,'. ,
,:1 , , ,::,' " ' ; ' , I" ,

Te"f qUff vi,!! aqui, cara, pra mim botar no meu aqui pra lu ver
,.. '. digital de Leonardo Barbosa]. G: Ué, tem a minha 'aqui
. :Tanto jaz; pô! [Chi'istian
!',' ,"". -"
Martins indica que tillnbéni~teni uma
' , ' :
u :;.

I~mão,mas:a minha até assoprando' [L~ona~do Barbos\!. sugere


1,I1':ll!-,:~,pr:e.,!I~,lao,.desua palança] G:E a minha não, '1':Sq? T4 maluco, Leo, .
mlnna é Cl mesma coisa que a lua, Leo! L: Vem aí, vem aí, pô! G: Já
Pr,egj~iç'oso, calma aí, l'PU tomar um banho aqui, me arrumar e vou aí.

• • 1

fle'rnajda !Cardos'o Neto empreendeu e executou, no período da investigação,


compra e venda'de entorpecentes, em especial MDMA e haxixe. Ele
com Guilherme FrancavilIa Lanloure Baneto e Henrique
. ,

I .
,
. ,ulho de 2008, Luiz Bernardo Cardoso Neto adquiriu, para revenda, /~-----.....
I
-
,
" ,
"
'l .
I.
_
\~( ,,~
,.
""T",' _1"1,","'" r;"" I
, 1 ;:.') "T, ..

",'", ,;: . ,'," "lr,'i,Jr,i:i "," I


! "

',' I, ,~I'N!~TÉRIO ,~<0 BWGO FEDE;J~:, '.,' , •


104
1,1, ":IU~UI' riaí1a República no Estado ,do Rip de Janeiro
. ,~ ':""'i-!,:':, i,,; :;..:~:W:,lf::-:; I : ,"; ,

I' ": II i:; ~ 'i:i


':," I,'" ,

I ; I" '; • ' ,; ~ ; i> :1 i' : :I! ,; ,I' '! i ,~ : ! ' ~i ; '.'
comum
"l
com
".
Guilherri:J.eIFrancavilla,
çU,'1J'''ll.,ua
, ! 1" '! I
partida'!. de
:
entorpecente
',.,
que, COnf0l111e I ","

especlgl resultantes d~s ,discussões sobre peso, era haXIxe ou macopha,


• ,conforme revelam 4iálogos telefôniços' transc~itos
I , ' , , I, I
llél ficha organizada peb, autoridade
'-'.' 1.-
""policial sobre o primeiro. "
: ·,·i I ," '. , "';; 'i ! '~:

\,I!k23~' Emi;o~/200~,
100
;, 'para reven<)a,
BerriardoG,~rdoso
Luiz ~eto adquirjh Forni,
gramas de entorpecente que, conforme Il).dlClOS, em espec!31 resultantes
~~Heniique D~rnelles
',: das dlscussõ6s sobw' pcso, era haxixe pu maconlw, conforme revelamos sc'guinles diálogo:,
:telef6nicos: I • . ,

, ,i

Às 13h47m daquele dia, Luiz Bernardo negociou COdl Henrique Dorncllcsf:omi, C111
,
" 'linguagem codificadq; na qual o entorpecente é tratado como moeda,
, ,
a quantidade'a adquirir:'
~ - "

LBCN."- E aí, chupa? HDF - Não entendi; nã(J ilmtendi a tu~ até agora. LBCl'!
.: '
, , - Nãd,', pô, eu vou passar aí! Não passei O/irem porque foi alliversário do
i 'irmão.~'cla minha mina, f/DF - É, boiola? LBCW - Boiola é o caralho. Se liga:
, !"~ i ""'1'
I ,' eu est(lva pensando em tu, veado. Olha só, :'outl'C/ pal'C/da; éééé, .. choroll?
[pergunta se acabou o ~stOqUB de entorpecente] HDF - Não, não. LBCN -
.Não, ' HDF - Não. LBCN - Que horas lu vai vir, aí? HDF - Então, aí, se
llig,b:,~o!i aí pra pegar aquele cinqüenta reais [código parfl droga] e se pá
nã~ c0'1'0 você deixar mais cem comigo não? [código para uma partida
. droga] HDF -; Tá, mas que horas você vai vir? LJ3CN - Vou sair
Ira'balha oito' horas e vou direto para aí. Devo estar "chegando aí 120
I ",

: oito,e vint~. H/~.!f!'


,

(..)
I i i " >" I
: i. ,
.s~gij:int,!" em três diálogos telBfônicos com pessoa não idBlltificada, Luiz
!\~3,~rllaJ'db 9,1:!~~,~(e 'firme. A coqificação da linguagem perdeu vigor à medida que a
I i "

,:

:; 7'\,35,' ~\e recebeu o primeiro pedido:


:'! "'I,;, "
';!' .. :; • ,
7, Deixa duzentos reais comigo hoje, não tem como não? HN! _
'

'sou eu, eu qu~ro isso; tá maluco? LBCN - Ah, lá, então. Estava
~ii!i,p,el!~alf:do ql!e era (inaudível) pô! HN! - Ah. PÔ, tu ainda nem falou, né,
0.' moleque [fomecedol']; você é foda, cara! LBCN - Eu falei, cara;
e(e falou que s6 vai deixar cem, mano. HN! - Então, irmão,' cadê?
Eu' vou sair da~ui. e vou lá buscQl; e/1lendeu? HN! - Então: que
vai salr daí, cáro? Tem que ser urgelile isso. LflCN - Eu sei, po!
;lue eu também não estou maluco? Veado, o bagulho tá toda hora
E'iJ Rio todo querendo. HN! -.:. Então.' vê isso, cara, urgente. (.)

',U,
Ll l"Ll1, ele indicou que o preço cobrado pelo fornecedor estava elevadÔ-;--"

\ (
./
.- \
'- -... ,
I
:-'0'
.,~ . ,1;:
.J i,

': ",:'1;1]<-:::'" :;',' .::.' !!I


Relr!últiiica!hó d;.i".:i~!' ,i_ Riô Ide Janeiro
1\ I 1
I
I 1,1

',111 ,I 'I
. . "1 ,
o !qpe levou o adquirente a nTllClil.! de idéia:
1·"1"

~,
:' I
: :, ,,:' , l I, i

LBCij- Estava lá na ~f1S'f do m:pleque agora, ué! [f~r1iece~orJ Meti o pé,


veadq{ HN! - E aí, p~gqu o negócio? LBCN ~ Isso que eu voulte falar.
F;stavR de ligando parClfa!ar issO" mano: Q Illoleque eStá de caô, lá ligado?
Só qu.~r jogar (inaudív!'I)/mané.!ID!1 - ENtüo, o que está esperO/ido, cara?
LBClif- Ele vai jogar p'árdmim a,!(inaudívell;'c vou jogar para lu a dezenove.
E aí,~u vai querer? HJ!1'
~ Não,' não. LBCN - Então, é isso que eu estou
falancIo, veado! Por is~o que eUl1íio apanhei, lá ligado? Meio lipo que ele
está c~escendo o olho porque tem pouco, manDo Ninguéiiz tem, enlendeu? HNJ
. - Entqo; já é, parceiro:' Q1falquer bagulho a gente se fala depois.' LBCN - Já
é.

À~ 22\1l7m, o adquire)1(e mudou de idéia:


I 'f.

HN! ~ Então, cara, pegq lá então logo, caréLBCN - PÔ, mais agora não vai
ter ,como, cara! Se lufCljasse antes! Agora o moleque meleu o pé, cara. Fica
. :'! ;; ti' tranqüilo que. eu vou tentar desenrolar mais barqto: HN! - Pô, mas os
r.! 1 moleqFes, estão indo viajar hoje, cara, pô! Precisa ser hoje, cara! Você é
',i", 'I" I 'ml~'itO enrolado, cara! LÊCN - Você queria qlle eu metesse a mão /10 bagulho
, lii. ' , i i "i i se'?( sci{;er se você ia querer!
I , ',' 11 • '. ,I'.:

'·,::W!,f,:li
',I! . ; >C#?lfulação penal
.,1' !
,:: : i: I j ,

"i'~26. ,A ~apitulação penal pruie das seguintes premissas: (i) a imputação de trMico depende
:'!tlOiPl'Q.;YU da materialidade,
que dependé, ]lor sua vez, da vinculação do imputado a episódio
.i'JdCfiIlict~ dc~preens~o de. entorpecentes verificada !lO curso da investigação; (ii) li imputH<,'Uo
deilassóciaçã6 para p tráfieo somente atrai a majorantc da transnaeionalidaele se houver
.:inq.ícios de' que o !imputado exercia a atividade delituosa ciente de ·q1ll<.0 objeto associativo
':envolvia, dr6gas ',de 'procedência estrflngeira; (iii) as contagens ele tráfico, em caso de
.. ',',c~I1cursp: de: crimes,'p.ão computam, para os denunciados que foram presos em flagrante
", ,'deSse crime~ a coritag~m correspondente à prisão em flagrante, como forma de evitar o bis in
JI'!i'11'd"; 'i," ,
,','...... 1.'1.1 ,e.m. •
, . ---';i'
"
i • : ,),.'",'-:. '. " :~; ,

"i
':k"i ,i
.,'!: ,i! ,li,
! ';,
I
i 11'1 :;q:~m~s Q';lintella praticou o previsto no art. 35, na forma cio art. 40, [ c V,
, 1'1':.
. ':0 crime previsto no I. I ,
aI .33, na 'Orma.do 40, I, V c VIl, da Lei 11.343/2006.

d.i()!i4j~,]~r~vis'lto
'. 'B'".
110
revisto n. o art. aI't. 35, na forma do arL 40, I e V, e,
t. 33, P . forma do 40, I c V, da Lei 11.343/2006.
, '!.. - " , ! ~ , •

, !" . .,
.-..,

Ale.gre praticou q crime previsto !lO art, 35, IW forma do art. 40, I GY, '. ""
: ' ~t _~..
"'---
. i' .
I: .
", ' .' .

40, ! e V,
Avelino Batist a pratic~e pr,evisto no mt. 35,'na forma do art.
e VII, da Lei 11.343 /2006.
o crime previs to n ' 0 a forma do 40, !, V

ar!. 35, na fOlma do


Chlilllenme Francavilla Lmno ure Ripeiro praticou o crime previs to no
da Leif1. 343/2 006. .' , .
.
I I' "
I '" i ::.,:", i, " j'\ :
Lop'ren~o R[lmos da SilvaJ únior praticou o crime previsto no art. 35, na forma do
da Lei, n.343 /2006 . ' ,-
40, I e,V,
,. , .' I:: ,;
I' , I

" I "I'," ::. ,"'.".,,: ;il ," ,I' .,-


forma do art. 40, I e
I
'.

li:""..1I,'" 'Hél,io I',~reira'.da ~ilva Filho pratic ou o crime previsto no art. 35, na
Código Penal.
. Lei 11.343/2006 e o crime previsto no art. Ar!. 17, c/c ar!. 14, lI, do
i{[i:~ \,; i ; , " .r '-'- ', ',
~é~giô*ilb'ina Torre sprati couo crimrtPrevistono arl. 35, na forma do art. 4Ó, I e IV,
da
11 :343/2006: I'

e IV,
tIt!"g()~l.laJ:qlles· Bezer ra pratic ou o crime previsto no art. 35, na forma-do arl. 40, !

'""t::.~
ií' •
I
na f OID1 a 'tlo art. 40, I
. Cli3.Udio Maohad~ Vasconcelos praticou o crime p r 6o 'art. 35,
do 40, ! e V, da Lei
I e,. duas v~zes, cqmo partícipe, o crime previsto n art. 33, a forma
11.34312006.
" " . I'
': ',1,' I, :: I,
,
, ,i,

,; i,' q) Thi~gorubei~o Oliveira Barreto praticouprevis


o crime pr no art. 35, na fonna do art. 40,
to n ar!. 33, na forma do 40, I c V, da Lei
I", J e V, e; três vezes, cprno partícipe, o crime
lill',i lh·343120~?i '
, ,,::. !'!i ,I :"'!

An,,,g~i,:,as pratic~u o crim.e PreV iste; '


'.35 , na forma do art. 40, ! e V, e,
,ve,zes;[como, plll"llClpe, o cnme previsto no , t. 35 na fçmna do 40, I e V, da Lei
, :. . "

:"1' \'1 I;,

"',:i

'i' I
i .. '" '
: 1-'
"

• I': '

lili ~ ~i~Npl~:I~j;al~li:F~lrl?,a'~~~~~~~!i~!h:~dou Rio~e Janeiro


.' "i!i:1 "
, ' ' i ' li' ., (,

,1\5) J~,ão
" Barbeito prati20u cr\mc Cri~tóvão
no art, 35, na fonna dq art. 40, ~ previs~o !
' ~~ e V) d
i a L'
el i 1.343/2006, " ' l, 'ili , " ;',I, I 'I , ' ','
" • ~,.
."
I I, " I ~ I ," !~ : 1,' ,i ~i
: I I ,I!;, " " 1 , ' : i,
, ii '!.i, 1- i i. " " /1' ,: "i;i,-~,,'.~ I,
, - I,' , ' ' I, ,,: " , , ' !"
, 16) Rafael !(:auling praticou o crime preyr , ,[art. 35, na forma do art. 40, I e V, e, uma
,vez, como pJ.tícipe,o crime previsto qo ,,33, ri f0D118 do 40, I e V, da Lei 11.343/2006,
'I' ", 'I" \\!
. ", 'I' !'

:ri',
1'17) Khrina ptaticou
,I,," 'I
o crime previsto no art. 35, n~ forma cio mt. 40, !, cI~Lei 11.343/2006,
I ' ., -

i~(: l i:! ~ ~i , ", ',


i ~:;: I, ~ 'I; i li' ;. I , , I
, i" 8) Milene Tavares Ribeiro praticou o crime Píevisto no art, 35, na forma do ar\. 40, !, da Lei
! " 1,1343/2006:" .' , .
L
',I' ,
'li', I II ' . . .
; 1,,1 i
I .',
I
'i :
!
';
, I ' .

;Rodrigoda Silva Cunha praticou o crime previsto no art. 35, na forma do art. 40, I, da
'i,,' 1.343/2006, I, , "

,
:. . , : .:1,
,;" .' '
" BmnoI?~g~rol1o lv!01,ta Mores praticou o crime previsto no art. 35,;na fonua do art, 40, I,
,. •. , __ .' 11.343/2006, I
I , :',11 ! ';
1,-:,: I,'
,i I· I,!I i

l:'n~d(~~!I:(';9[ I Cruz
i ;
$equ~ira Muller Xavier praticou
,
o cnme previsto 110 art. 35 da Lei .

I " ,-'
or1,''','", de Assis praticou 0.9ih~eprevisto 110 o,;;;~;.. a forma do ar!. 40, I e
a"'(,ez~orrlo partícipe acessório, o crime previsto 110 rl" 33, n forma do art. 40, r c
',.)'t,)/ ,L.\Jv(l,
, ,
"i
I,.':,
,, I: ~ i',,:" '" .,
'J'l.llUl'"
':
deli Abreu
I ,',:
e Souza praticou o crime previsto 110 ali. 3·5 ela Lei 11.343/2006, na
t' .

".~.",_ art;!I, ~aLei 11.343/2006,


',': hll
.," i',!
;, ' : ..... ,

~k~-"~I'R~ixoto
, Torrespraticou o crime previsto 110 ar!. 35, na forma do art. 40, .l,

POlio Lussac praticou o crime previsto no art, 35 da Lei 11.34312006,


1; da Lei 11.343/2006, '

.
'~1í~~iifi~~~~i~t~6;,'C~dOSO Neto praticou o crime previsto no mi, 35, na forma do art, 40, l,

' , "'-..
r~,

I '~
,---l.-/,---,
"
,; i-,',

:'i;' I
li
'~,"'
. ".
~,
~ ; ;'!,
I:
RIO PM-BLjCO FEDERAL· i, , ,
.' ' I ' , 'I ".' ~,- '." i.', ', , , , '' " ",
'oc,'-!ri!do,ri9, da Répúbll~a'n'7' !:.:stadôdo, Rio qeJaneiro
, ; '(:,' T i ,.':,:1 ;: I, I .

,r ,1
"' I
I,
I'
, , i ~ , ' .:i 'f
': 27-/ iQ Milf~tério
fúblico Federal citação dos requ~~, ante~,Jxposto,"~ denunciad9~,:p~r'a
,que,
, I
respondam,
I "!;
inclusive
,! .. I'
preliminarmente,
; ,', '11
aos
"
termos
I""
da ação penal ora proposta,
'
bem
' .. ,,,.
,'~oI\1o postula<o acolhimento da pretel1são :punitivA ora dedúzida, desde que confirinada sua
'I Rroceciência pbla.instDlção criminal,cóndêl\.ados os denunciados às pcnlls rCCOllll;tldadas por
suaculp1abilidade, cOl}forme aferida tamb,él,TI na inktrução. .
, ' , , . , :', \ :',
! • '

"228, 'Fica requerid!\: a oitiva das testemunhas arroladas no rol anexo, bem como a
,'~preciação do:s requeTIlmentos, inclusive probatórios, apresentados à parte.
t" "~---~~
Rio de Ja:~8 tle janCirO~j09

Marcello Paranl.os-de-·Olivcírll M]Iler


Procljrado da República
. :,
; i

"!!!:,,
,
1,: 'i;l'
I,
i

'i,
I' ]'

,I: I':'
• ! " i:!~
, ..~?'F'!, -; ::
.<c

. ij

'.1

:1:, ..
I '
i' . , i

"I>::i!J., '
7° VARIA FEDERÁL

I, ,
Nesta data, faço estes autos 1l;!,U:>U" ao MM, Juiz Federal
da 7". Vara Federal'Criminal, ERIK NAVARRO
• WOLKAFÚ. : .i; .' I,
I

Rio de

Janeiro,
','
3 de fevereiro
;1
de : 2009.
'

DIRETORA DA SECRETARIA

.• Inquérj~o p,olicial n° 200,8.51.01.814347-4


'.. (IPL n~21/2008- DRE/~fVDPFI RJ)
" \ 1:

" , .":f I

•I
DECISÃO

: i ',' i ~: ': i'; '. i'I""


":"1 '!,'i';
,':,'1,
,', . !

/ iT',{'!! I,:, ";fla~~;s~'\de


duas denúncias ofereci,çlas.pelo Ministério Público Federal, uma er'1
" ,i' ::i~7(setent1i'fset~),lauçlas e outra em 24 (yinte e quatro) laudas, ambas com lastro probatériJ
'" I: ":,;i,lro!lnqp~r\t~8o!i~iaI21f20q8 (DRE/SRlpPF/RJ) e mesmo rol de testemunhas.
,1',:,".(":'l~:"ii:: ~:)i:::!!::I'I~I:', ,,,I I , 1

1';'1 :1(1 11, ' lp,~i,~e!ra den~nci~ descreve a.çonduta de 26 (vinte e seis) pessoas, supostamente
I I, ; ,I; Iffl's~,?çlada's!paré!qJráflco I!fClto de entorpecentes no formato de uma rodo. Rolata quo, ao.
, ", :'lir:~l,1q~,qesdéabril,dEj 2008, mas com indícios de que as condutas pe estendam por período
" ,: " I',:il,inais Hgng9: I'ÇlS denHnci~dos, concef1trados na cidade do Rio de Janeiro, mas com.
, ,[, 'J,'I'ira,mificaçõe.~ll!a cidaqe de Niterói/RJ, 'ros Esta?os do Paraná, t:'1a\.9...~rosso do Sul e de
"LI)"'I' Minas Geral~;be!l)corno na Holanda, na Argentina e no Parpgual, agmdo com vçmtade livre,
.1,1',"1,:'1 e, c,, on~,,'",p,ie,',~"t,',e,',~ "a,s,s"OCifl,' ram-se de forni'a estável e permanente para o tráfico ilícito de
. ,11" ,Ii:mtorpécentes e cOllduíram múltiplas compras, vendas e permutas de MDMA, LSD e
, 'I t haxixe., ,:,;'1 ;i'~ij; "'~~:-"i'
:1, . ',' .

I ',,, ,!: : ::1:, I,. ,: '! '::


, I,,, ' ,\'1 1'-,,1 ::,.',':1.;
I 'I: l i ; A ~E!\Júnqa cjr~i:t~?~a. descreve a conduta de. 10 (dez) pessoas, ,supostamente
': associada. (lIP.ar.a. o trgflco,lllclto de entC)rpecentes sem Integrar a rede deSCrita na primeira
I i,
i '~E!I'!:taq~~!aip denunciados mantiveram interaçãp criminosa, em regra, na forma
, assc:.ciaç~o:estáv~!; entre si e, conforme o caso, com algiJlll ou alguns dos integrantes da
"''''0'"10, nao denotando contudo, integrá-lé\, .
:': "::,' ;!: i'!!; ..t!.". :
r' ., ". Na cClt~,?nex~' requer, em síntese: o Desmefllbralllento da ação pef1al; Avocação
.dos , . em cYfsO perante as JLlstiças Estaduais, Declinação de competência para a
a
, d , o Estf!d? e Rara Justiça da Irfância e da JiJVentLldé) do Estado do RiOí Janeiro
1 conta de ,encpntrg fortuito de provaq; Folha de Antecedentes Penais; EXpeqiçl de ofício
I i 1 1,: I '

Prclce"so n° ~~08·91,01·814347-4 Decis~o . Página /' 1


I ,I" I 1\ , . ,/
tll~; ',":'1 ' . . /
:, Ir~,'",I::~' ../ ...J
,
_._----------_. __ .. _- .
i ' i"~,
.. ,
~ ". '0'.
I,';
1.1.
I' 'i'
,
DE JANEIRO
FEI)EFIAL CRIMINAL!" I.
,,: 1,;,1
Av,'T. ~::::;~:'~;~~~:i~~~~~~'9~ Praça Mauâ/RJ
3218·8972
I "".'
"1"
'\ ! ;
' I'
'il' ",',' 07,1Gr~ii1Jfr.j.gov.b-r ! i

'. ': 'I I,


i; "
, i', :
11
,I I ': , • '", .-'

"I! ' e por conveniência da


:';i i:(!' dos denunciados Rodrigo
li: ' : i:lf'~rnes , . . . : Oliveira Loureiro, Thiago Ribeiro Oliveira
I : 1, !?arretq e ., §oares Brasileiro;J:'nvio de, I ao Diretor do Presídio Ary Franco e
'; i J Çbrhuriicação: às Var~!3 de Execuções penais do Rio de Janeiro; Apreensão de todas as
,,11' quantias' em 'espécie1if3 bens de alto valor, COfllO jóias e assemelhados; Apreensão de
::,:,.! "'veículos 'automotores ',de propriedade dos denunciados, excetuando-se os utilizados como
, " ,.táxis·;.,.1 com expedição' de ofícios ao De'tran e à Capitania dos Portos e a Indisponibilidade
de 'Imóveis. e contas'lbancárias titulados' pelos denunciados, bem como de FLÁVIA DE
~RAÚJO PEREIRA D~ SAMPAio, cônjpge de Henrique'Dornelles Forni.
, \", ;',"'! :';
"

'Na segunda denúncia (24 laudas) foi determinado a autuação como procedimento
, com denúncia;ie distribuição pdr dependência a estes autos.
, , ' I •

,
I' : ;
a autuação e' distribuição, por dependência a estes autos, da
laUioa'S, 'a presente decisão se restringirá 'a primeira denúncia, com 77

, , ::,"'[': :':" i;,,' , ," ,


Miir!istériib'l"úl:llic:o Feder,al n~rra' na primeira denúncia,' com 77 laudas, a' conduta
virlte:ie')sêisl 'i;,essb,ls supostamente associadas para o tráfico ilícito de entorpecentes
f';,;"':','r. fundada na n09ão de/compadrio .
• "~o "'.;/ ''''c.
rii'~W~~A:,n""nf'i., com 24 làudí3s,:ôistribuída por dependência, o Ministério Público
de 10 (dez) 'Ressoas que praticaram crimes de tráfico ilícito de
assoc:ÍlI3ç@iopara'otnífico,masseminserçãona rede mencionada

entre as duas ações penais mostra-se evidente pois originam-


'ntElrcepltação" de comunicações telefônicas e telemáticas cOm denunciados
nte,s'elâ as~c)cif~çã.o criminosa em rede, que resulta a prova ,dà~ondutqs Imputadas
integrá-Ia, associaram-se em paralelo ou em sua periferia, para a
t,,;'·F:~~ de drogas.
::. ",,,.C..,'L. . ,
,'. ,

. (] Mtni<:tArin' Público Federal relata na denúncia a participação de cada' suposto


,
criminoso investigado.
,
. ,

r"'r,tt.,rirrlAn,!n< feitos pelo Ministério Público Federal:


: i,', ,i:·;;' ,';,.: '
"O'.v'~,a
_~'~'.:.."
anexa
, " .,
à denúncia,
I
requer, o Ministério Público
' , '
Federal o desmembramento
,
t~m por objeto a rede (primeira denúncia: 77 laudas), em outras quatro

razão ao Ministério Público Federal, Q caso em teiA envolve


.
' ' ' " •.• ,Ii . . . ··çf)ilt~i:~~:!~~:i s supostamente envolvidos em diversos episódios If$ados
E O desmembramento torn,,-se recomer;cável ç"ra melhor
êO
P;-i~~".::i Dscis=-<J -' . ,
Y"c;I;;~- 2
- .... ,-- ;"
.,
':,'~( ;

,i"

i ',i
i
.'
i:'
",i. proceskamentddo fl?,ito, dividindo-sEl'ps'réus due operaram com mais' coesão, '-o' que
'j", In'c1usive proporciona (nelhor adequaç~o ao rito processual, i ' "I
\~,I '", :;' I
I ' '~. ' " ", ', ' "I " , "

•, OEFI~O o deS!nembramento desta ação penal que tem por;objeto a rede (primeira
denúncia, 77 laudas)): em 4(quatro) ações penais, conforme a função predominante dos
,'[denunciados na asso'çiação, de modo que resulte um feilo pçira os fornecedores, outro para
os distribuidores, o\1\ro para os qpoiadores e outro para os revendedores e os
,'I inte'rmediários, preservada a competêqcia deste Juízo para o processamento e julgamento
! ,; dos feitos. ' , ,
,"":1,
,, ~o que conce[lle ao requerimento de avocação dos processos em cursÇl perante as
, 'I Justiças' Estaduais, tenho que neste rnomento não é possível verificqf possível ocorrência
: , ; de conexão com estep autos. Necessário se faz que seja, inicialmente, requerido, por ofíc'o,
',' cópias ,das
,
denúncias,'
I,,",
das prisões em' flagrante, de apreensão e dos laudos periciais, pm<l
," i e verificação.se de fato seria o caso de conexão. Oficiem-se solicitando-se as
có' , ' requerjdas,pevendo ser ainda, solicitada' informação se já há sentença
laq;ueles ~utos. Após a virli:!a das cópias, voltem conclusos para análise sobre
possivel 'rc""",;;" 90sJeitos.

ulslçao 'de Transcrição integral dos diálogos telefônicos


~(mtn~ em parte nàs denúncias e na cota, assiste razão ao Ministéri::>
se faz taI medida conforme orientação jurisprudencial do
DEFIRO:, Oficie-se, a Autoridade Policial solicitando-se a
CII<1I0qO'S telefônicos interceptados transcritos nas denúncias

de Declínio de competência para a Justiça do Estado,


de provas e da ausência de inqícios de transnacionalidade na
(jQs:!)f;1'~esl:igaljos' THIAGO SII..VA SANTOS, RODRIGO COVIELLÚ DE FARIA,
/:\u\.:>uSTO, RAFAEL PIMENTEL AUGUSTO, ELlONARDO ARAÚJO
OS TENPEIRO, ANDRÉ PASSOS E SILVA BARROS e
que existissem ri13m a competência federal,
Jdic:ios~i ol-nm,nr."n e de

para onde u a Medida


. . da Con18rca, da Capital I RJ, para as
. o material ser entregue a autoridade policial
!

Ilzar o procedimentp. •

menor· ROBERTO BRíClO DANIEL,· as'siste razão ao


hlpIJte~;e . absoluta -da Justiça Federal, cabfvel a
Juventud,e do Estado do Rio de Janeiro .• Pelo que
denúncias apresEmtadas, elas
I
Público
Rio de Janeirr para as

"I',!i,
I i ,~-

PáginC:~
i,Pr,'J,çeSSo n02008.51.0:81434 7-4 Decisão
3
•. ',:::I::i,;II'[';
,"
'..:i' '.
...... '
I
!I
!! I j :
"112
r· PODER JU[)ICI!ARIO ( ! ! ,
~USTIÇA FeL''''''
SEÇÃO JUD,iCIARIA
SÉTIMA VÀRA F"I)EFlA L
,: , Av. Venezuela,!ll> 134, 4° -Praça Mauá/RJ
, !,
Telefones: 3216.8974/8973 -i Fax: 3218·8972 ,
, I" , " E'l[iai/: ~7VICr@jfrjr,br li

DO REQUERIMENTO DE PRISAO PREVENTIVA:


i' ;~ ~ " i '. ' ,
.:1 I' ; ;i ' I: i i
I
"':!,I " I' ',I :, :'1
'I ' " i
I ! , 'I

ti';'a dàs denunci~dbsi para


I ',-
1

• ' , \ Mini\'tério P~lJlico Federal requereu a prisão preven


garánt
. '1
la
'
da ordem pú~lica e conveniência da instrução criminal.
,I, I "'\ , , ! ,

,', " ' ~arra


i que aprov a é çlara no sentido de que o tráfico de entorpecente s exercido
reitera cão e habitualidade,
, pelos denunciados é ~tual e denso pois estão il')correndo,' com
I nas, condutas' delituosas que lhes são imputadas. I
'

'Aduz que o
,'i .:,/',,' de : pelo qual só não, respondem as denunciadas na c;i~e a~sociaçijo,
de tráfico descrita na primeira
1111II,rmr~';"i" função de t\ansporti>: ("mulas"), é perp1anente; a rede
,;1 denúncia e',as associfl.ções a ela periféricas descritas
na segunda denúncia estão, nessa
I' , : ! ibrdem de idéias, em pleno funcionamehio.
'I ~ .' •
,i' ' . :

~ssociativo
I I , ,I ' ,', : ',.

/ I: 1'1,'1;: " ; E ainda, quf o segmento integrado pelos denunciados Henrique


Oiego Marques Bezerra, Luiz
",Dorn elles Forni, Helio Pereira Silva Fiilho, Sergio Paio ma,
amiúde, com armas de fogo, o
'Berna rcio Cardoso N~to e Wellington $oare s Brasileiro lida,
de.
!Iqú'e exacerba'o 'riscoiçjecorrente de slja manutenção em liberda i
"::' ' . ' .
'! ,I '", ;' I '. L .' ,::' i :" .,";
Xavier, Welling!,on ,
Enfatiza que os: denunciados' Frederico Cruz Siqueira Muller
, I'; ~,
so~res Brasileiro,' Ejruno Oliveira Loureirq, Guilherme Francaavilla
, 'I'
Lamoure Ribeiro, Luiz I,:
Barret o, André d!3 Abreu e {p
Oliveir
;: ,I,' Ecluardo Carcl9soj NElto, Rafael Kauling, Thiago Ribeiro
,~eonardoBE\rbosa ~e Assis e
";"iii!~9~7F~)0?9:F-o,b:f'lrtO ,Peixoto Torres F,elipe Augus~o Pacheco,
, ',!!i' ,I}?,fnlef,,Mqttd~ SampCjIO ostentam antecedentes cnmm
als por tipOS penais de leslvldade alta
,i ':1' i riOUmédià~;~~~~tons.t!tui indício adiciohal~Si·diSP()siÇãO para a prática de crir]1es,
a pro,:'a dos autos ~ost:-a
,1:1
1
~ .. ~ ;' ,:,~o to,rante a C?nveniência da instrução crimi~al, Ilarr~a que
persecuçao penal e eVitam a
:i ", ,quet odoli 0'1 denullcl,ados se preocupam em antecipar-se
codificação de linguagem, uso
, '::iel,ucida,çijo ~e s'uas condutas medi9~te expedientes de
"I i"?,?,rrT~y~? d9: te;l<;:f0!1
e e, quando possíyel, preferência por ajustes presenciais, Em mai~; (Ie
:'lluf)l'd~togo ,telefômc() Interceptado, umjá censurou outro
por extroversão lingüistica, O que
: I, signifi carip,s egund Oo' parquet, que os denunciados
já estão atuanq() no sentido de ocullar
s em ê~ús'interrogatórios.
", : a verdade ~~al e comprova propensão para o ajuste de versõe .........
i, ,'i :. . ,

, ,I ' \ ' QUatlt~ ,~'~ condutas dos denunciados,


.i passo a allali~á-Ias:
,li' ," Ri .': ' :'1': :,
',I ::,1~dri$o'Ç>'?meSQUi!1tella
almente e por
'a'den Úncia que Rodrigo Gomes Quintella, agindo pesso
sintéticas, 'em especial
fPolsicão, ~l\port.ava cocaína para0 exterior e lá adquiria drogas
a com apoio
que In:~ortava para o Brasil. Nar~a, ajn,da, que para tanto, contav
,Me!lo Lourenç? Ramos da Silva Junior e com a colaboração
esporádica
Ari," ""rl",,1 de
,de ASSIS, ber]1 como colalJoradores eventuais na função
luullluEr que seuE\dquirente mais freqüente seria Henriq'\e Dorn81
:e~

Processo. n~ ,2008,51.~1. 814347-4 Decisão 4


,:"::,'",'"11,,,, ;i,!:,:;I:,;i'I"
"ij!' ' 'j'
, '1 I' 'i:
:, ,i . ,"

i ii " !
"11
1"31'
~i _t,~:,,:: I

':'1
I
I:
., •. " RODER ." • I'
,, .
" . '.jUSTiÇA . I"
s. EçiiO J.UqICIÁt\IA DO R.lp CJE JANEI~O,
. .' SETIMA YARA'FEDERAL CRIMINAWI ! .
,
nf
,
Av. Venezuela. 134.4' andar - praça Mauá/RJ ,,'i! '
Telefones: 3218-8974/8973'+Fax: 3218-8972 . ,:, I .' "
"

E~mail: 07vfcr@]frJi90v.br ' '1 'I '~i.,


. ,:' i
,
, I',' :: ,i
I' .I'
, i
' ~ I ;',
I'
I ::
,
I i
;1'
,

Público Federal qUe as investigações apuraram ao men9sq,uatro


I narrados na denúncia: . ' .
:,,' !
, I I '

"G nr;'-;'oi",
I li . diz respeito à viafl~m de ,'Rodrigó Gomes Quiritella paro á Europa,

. . ' . (:iom df']stinol vu,,,a;' à Alemanha é à' Holanda, entre 410812008 e 26/08/2008, com
I.:,ih<;gociação, estada, de eXportação de droga dq Brasil e importação de droga
li:: para o nego,ciaçõEJs foram t(.lmultuada's e apena~ parcialmente bem-sucedidas,
,:i ;,' pomo rli~,ln(lnS telefônicos'p'orelemantidos: . .
Ih, '
" >:,
~! ,I (..

O sec!Umjo respeito à prisão el71 flagrante, em 2710912008, no Aeroporto


em Belo HorizontelMG, de' Weskley Fernando Oliveira e
",i''''n/ir d'eSerrlb6l1'C13Vó de i!ôoprocedente de.Bruxelas, Bélgica, Çom esc,a/a em
/JU,,"'" de vinte e sete iTlil comprimidos de MOMA. Os comprimidos
onoo/"le(1a(:!e de ROdrigo: Gomes Quintefla, que comandou, organizou e
viRaFllm de Weskley Fernando à Europa pwa transporte do entorpecente.
FeI'na/ido viajara de Ub~'rIândiaIMG para o Riq de JaneirblRJ em 29108/2008,
h """""rlf1 no Aeroporto Santos Oumont por Rodrigo Gomes Quintella e
1eli'0 1~Q(Jre,nç():Flan70s' dfl silvâ::/únior.Weskley Fernando seguiu, então, do Rio de
,,~ ..~'. ,r:,~'~ Horizo'nte/MÇ3.e de lá,em 30108/2008, para Bruxelas, Bélgica.
, \,-' " ,

respeito diz respeito ~. prisão em flagrante, em 14/0612008, no


Aero{:lo'r;t'd Irl/I'l"n""inn,,1 de SalvàdorlBA, de João Pires Marques Júnior, quando
rl"~i'A"'li,,rriÂ'v~'. .'. 'vôo pro6edent&de Amsterdã, Holanda, de posse de cinqüenta mil,
riilafnnêé,ntl1s e óoventa e novem1cropontos de ,LSO, além de pequena quantidade de .
haxixe. ·Os comprimidos ;de LSi) e, as partidas dos outros doil' entorpecentes
:propriedade de Rodrigo Gpmesc.., Quintella, que comandou, organizou e
fln'3n.(>(àL~,?viagem de João Pires 'i!lEúropa para transporte dos qntorpecentes.
"'. '. ,

(.. :) " "


O' quarto fato I diz respeito à prlsao em flagrante, em 3112/2008, no Aeroporto
lriter[1a'dional de' Confins, em Belo HorizontelMG, de Luis Fernando Pagotto e Oeise
,d9,s ,'Y.antos COl{tinho, quando embarcavam para Bruxelas, Bélgica, com rlois quilos de
'<!.oca/ll~, A droga era de propriedade de Rodrigo Gomes Quintolla, que, com o auxilio
d1f!; A1~g.no Gil pJedade, José MauriciO Santos Machado e, em caráter acessório, de
L~on'T~ffo ~ar~Rsa de As~is, comandou,. ~rganizou e financ.Lrtu. a viagem, que se
d~~t(,nél.va a troça da cocall1a por comprimIdos de MOMA, a sêrem trazicios para o .
II I I I Brasil/': ,:, i' .
I "'!' :',"i" ,I I"

,I I
,•• , . : . Atr~~~sl dO~?iversos
diálogos j!1terceptados. há indícios de que Rodrigo Gomes
" QUln.~el!,a/ latuo~,1 a1ilpa,' .no período' Idas investigações, como fornecedor atacadista e
"".,"::;.,ya~eJlstTIdie,rnt9~peq~ntes na cidade q? Rio de Jane.iro. Alega o Ministério Público Federal
J ,I .i
(;f,ornecl3?orrFtá~el
~nder.
.•. •.qu. . e a.,.lrrrl . d.,•.. . fl•.,., ,v. . M17. MA e.sporaql. c. amente para consumidores individuais, ele
q)l ..
dr)lgas de He~rique Dornelles, que controlaria bocas de fumo ~o
s~ria
j!.M~~~? 4F
}Urflno" na TIJuca, e revenden<J droga,s em atacado e varejo.
,i' ::;,:1 :' .:,{ .I'," , . '.
'9'JI."'''" Edson S
,. . i : i ;:~,i!\'l!f! [ _.. ,:1: . I '

,§aiss é acusado de importar lançEj-perf!Jffie (spray à base e cloreto de

.814347-4 Decis&o
..----..
Página /
.... 5
G,
_.'::
1· '-.' .4'
, '
. 1/.. ,:

, .
. ,

i i

i
I'
I '
I "
1"i
I.,
i
1
••
.
,': •
,
, .I'' :
I : I,
, I ~
' ",
:.' 'I d'
j'
I
': ;

etila) da Argentina' para o Brasil e o fornecer, i . de transportadores ("mulas"), a


I, ~istribuidores 'baseados no Rio de ~C!heiro/RJ, em especial Cl Bruno Oliveira Loureiro e a
,: "Hbdrigo qa siivaCunh~. ::'
'I '\ ., .
. ; ! . . Aduz o Minist$rio Público FedE'lral que: Jorge Edson Saiss trabalha'ia como taxista
,em Dionísio Çerqueira/SC, na fronteir"jé com a Argentina e que costumava utilizar a cidade
'de FranCisco Beltrão/pR, distante cerdo de 60 km de Dionísio Cerqueira e 70 km da divisa
. argentino-brasileira, p'~ra abastecer com lança-perfume as "mulas" que vinham do Rio de
Janeiro/RJ a seu encqhtro. "

As investigações, apuraram ao m~nos quatro fatos nesses moldes, assim narrados na

,; .
"O primeiro raté;! diz respeito à prisão em flagrante, .em 10/05/2008, em Barra do
Piral/~J, qUif1W!p voltavam de ônibus do Paraná, de Yan Nobre Ascarrunz e Marco/a
Macfjado de Llfpa, de pos{>e de,lrezentos e sessenta fracos de lança-perfume, que
reqeiJeram qeJ,prge Edson Sais~:~m Francisco Beltrão/PR e entrégariam a Rodrigo da
Si/ya.Gunha ePlaudio Machado Vasconcelos, seus controladores nesta transação, os
quais agiam
, ",'"
so~asorden~
,
de'Br~no Oliveira Loureiro, atacadista . adquirente no Rio de
,I"
Janeiro/RJ. I": .' ,
(")'1 .••1,' i
9': s~gurd'l /9tp diz ,respeito ~ prisão em flagrante, em 22/05/2008, em Pouso
Redo1)do/SÇ,! qe Jose Leandro' Lobo da Silva e Marcelo Coelho Aleixo Filho, que
.esta,Yam.de pO§isede 124 frasQQs de lança'perfume, os quais receberam de Jorge
, EçJ§or!' Saiss errj Francisco Beltrãp/PR eAJntregariam a ClaudiO Machado Vasconcelos,
if1o'~n9&f<0be,'(Io Felipe Brício pantel'á Thiago Macirpl Angeiras, seus contFOladores
nestal((anSlflçãq; os quais agiam sob as ordens de Brlino Oliveira Loureiro, atacadista
adquirente no Rio de Janeiro/RJ..
(J){ . i

O terceiro çliz respeito à rel7]essa à cidade do Rio de Janeiro, entre 30/05/200B e


:que a autoridade policial lograsse impedir, por quatro trol1sportadoros
id~ntil~cóld6,s, de quantidade 'não apurada de frascos de lança-perfume fornecidos
I-N<,nn Saiss e adquiridos por Bruno Oliveira Loureiro, com atuação de
<-,1<3WJ/O, M,.r.h'"Hn Vasconcelos, Roberto Felipe Orício Oaniel à'q./Jjago Maciel Ange:l'ils
wrii:)gimenl'éjção e na supervisão dos transportadores. A empreitada --apresentou"
desq'JbraIClentqs e complicações, ligados principalmente ao custeio do retorno dos
de Janeiro/RJ, conforme revelam múltiplos' diálogos telefónicos
os assor;;adós acima mencionados .

. , diz 'respeito à' prisão em flagrante, em 21/06/2008, em Francisco


'Jorge Edson Saiss, bem como de lanne Braga Melo e Thiaao
na posse de. 720 frascos de lança-perfume, que foram adquirid;s
Weso .por Bruno Oliveira Loureiro e lhe seriam entregues pelo
"()'tp.r,~p.i,r(') presos. A coordenação logistica da empreitada coube a Thiago
~it)ei!:b(J/Í\ieir'a' Barreto. "

_-t-! _.-.. _~

Decisão Página
~r 6
", f'i ",';

:!'

" "i'i' ,
li
,
;:,",.
..
'.,... i i
"-,
'" i i
~UL)~I"<"UL)lvl"KIU I I' '!
i::
I;'
11,

SEÇÃO J~~~f~f:,~'i:i~~~~E CRIMINA


DE JANEIRO
I ' ,.
i' : I SÉTIMA L.I,
d' '"nrl",''':' Praça Mailá/RJ .
i'. . l

i I
0?1A_OO "'OQ70 'Fax: 3218-8972
07vfcr@ jfrj.gov.b r !, i .'
. i I I:i !I
I, i ,',':; : .. , !~ I I!"!; :. " '! !i' . .! . .
!::~ItorioRa!l1ao Rios A,Iegre
'11' -' I i
,

. •
" I
.' , '
;1 .
)'diretamente e com
, :

I De acordo com a denúncia, Vitorió Ramao Rios Alegre, agindc


do Paraguai e o fornecia,
'colab oraçã o ev.entual' de outras pesspas, importava haxixe
res ("mulas"), a distribuidores
, "mediante pagamento ~ntecipado, valellPo-se de transportado
sson Avelino Balista, vulgo
bas'eados' em Maring~/PR e Sarandi/P'R, em especial a Hermi
o de Picachu, para revenda a
,'E'merson, e'! outro, jpenti ficado apenas pelo apelid
a Bruno Oliveira Loureiro e
distribuidores baseados no Rio de Janeiro/RJ, em especial
Alvaro Luiz Farias Esteves. '.'

Ramos Rios Alegre


, Narra a exorqial, que 'entre 31ip7/2008 e 15108/2008, Vitorio
',Avelino Batista partida de 8 I<g de haxixe, 7 kg dos quais este último
forneceW a res Waltel'
' Loureiro, providenciando, inclusive, os transp ortado
O;vendeua Bruno m a droga
Lial dos Santos, Gabrieli Ramon de Macedo, para levare
iNogueira Palma, a
IRara o Rio de narra, ainda, que eles deveriam entregá-Ia Thiago Ribeiro Oliveir
de
Barreto; quem a encontrar na 'Rua Dias da Cruz, no Méier,.conforme instruçÕes
nlllflU Oliveira Anota o Ministério Público Federal que os transportadores foram,
em ,.17/0812008, em SeropédicalRJ; na posse dos

investigaçõ\ls, entre 18/08/2009 e 19/09/2009, Vitorio Ramao Rios


I Batista teriam empreendido, ernidivers
'
os contat,os telefônicos e
'
, sempre "m linguagem codificada, tratativas e acertos sobre
, .,,' I ':' :'

pntnr'n·",..pnt,,~, em geral - h')xixe, mas com indício


s de haver,! também,
jlego(;iaç:ô~~•• ~it>lJlre Desses contÇltós, destacou-se o de 18/09/2009, ás 18h26m,
revela tempr ~de interceptação, com combinação entre os dois
lii~,r"'ll'. terminais telefônicos alternativos: .

.
Euma ndein aquel e outro número que te falei, que te passei
ln'orlO I,,", -
o nada lá. \!ITOR IÔ - É, mas
Ht:KIWI:;~'(}N - Então, mas você não está faland
~eu a certeza que você. está nele.! -fERM ISSON - Não,
é que está
entendeu? VITORIO - cadê ela? HERM ISSON - Ela me liga
- Ah, tá. Ela não' '.'
. , porque eu não !"stou do lado dela agora. V1700 /0
VITOR IO - Pode
está cpm você, então? HERM ISSON - Ela está em casa.
ara ela. HERM ISSON - Pode, pode, tranqüilo. .
'fa{a(eptão'p
'j-. "
','

Federal assim narrou a pariicipação dQ acusado:


e com o
nni'n"II",~ Forni agiu, no período das investigações, pessoalmente
col'ab,~radol-p.s. em três vertentes:
(i)ia:s~mn1i1 o controle de dois pontos de venda de droga s na Favela do
co"! comercialização de múltiplas espécies de drogas, entre
h:x/xe, lança-~erfume, cocaína e maconha,'
as
,!
_-/_
,814::4,-4 De,{:!Sao Página
.. 7
: I;

I" ',i

em especial MOMfi. e~Sp,


i'
cactil$tade I

',. (ii) atuopi corpo distribuidor ata eiro , 'e ,, " , ,


da cid ade do Rio de, Jf;ln
especial MOMA e LSO,
,
; na Zon a Sul ,f - ,Ii ~

ejIsta de drogas sintéticas, em


' ,1 " ,
,. , ! "!
(iii) atuoU como rfiv end edo r var
na Zon a 'Sul da c1~ ade do Rio de ~~n~ iro. li."
'1'
'i , '. ! "i,'

'I
i ' ; :' ! '
I' da de drogas
te'relativa aos dois pontos de ven
, ,i ,'-
,,r ,li: I
t cfue , na sup ost a vf"r ten
Ad uzo Par que ma nte r o
): 1
{ na Tiju ca, Hen riqu e Dor nelles Forni logrou aSSUmir e
":;p lilF ave la do; Turanq junto ao chefe do tráfico no
trol e ndamento por quantia semanal
rii,d~on sob re eles me dia nte arre
de "Piu":; "Incrível': e "Bal'bicha". Adu
z, ainda, que embora se
con hec ido pel as fllcu nha s tava com dois
"'ii;\ocal, de venda, Henrique Dornell~s con
nte com fr; ~qü ênc ia nos por t?S ntinha contato
,j',! 'i'-i fize sse pres.e erra e Ser gio Paloma Torres, cor nos quais ma
):' 'I ,g,er,en\e5, Dle go Ma rqq
tav ~
es Bez
da ?om ~ c.qiaboração~e Helio
Pereira da, Silva Filho, associado
,i',' I i'V, ',"I ~iut urno ;,eq ue con ain
rac ion al, desempenhando tarefas de
leva-e-
'peu apo Io log lstl9 0 e ope
:, :i' que funCionava como . Os diálogos telefônicos
rec aqo s e dirigindo', em locais perigosos
:'i I". :!tra z, env ian do amento desse suposto
dos des crit qs na den únc ia indicam a mecânica do funcion
,,;" :"li ille rce pta
/ hicho de atuação da ~~s ociação. _
,\
'I
es, o
I
:,
. ,,:
de fog o e mu niçõ
aquisição de armas
! 1

sup ost as trat ativ as par a a


, No âmbito das rceptados entre Henrique
F~d era l des taca diálogos telefônicos inte
tér io Púb lico "; chefe do tráfico no
o/D ieg o Marques Bezerra e "Piu
'Mi ;'is
I-je lio Per elrp da Silv a Filh
,", Dornelles, ao último.
osta aquisição de fuzil destinado
,I, '(v10rro d6 Tu\~no,sobr~ sup '
ta
atacadista e revendedor varejis
'I !!
sUp osta s ver ten tes de atuaç~o como distribuidor Dor nel les
, ,', Nps riqu e
, segundo a denúncia, Hen
; ',i ik::d~ en~<?rpecer:tes
na Zona Sul do Rio de Janeiro que obtinha de
j,es sen cia lme nte , dro gas, sintéticas (LSD e MDMA),
fi il!!:;'Forni com erc iali zol
em caráter ~v5Dt(jal,ç!e outros forn
ecedores,
" '11' ~:RO drig o"l3 ~~e. ?dui ntel la e,
uir, travado em 5/06/2008,
rdiq lqu e no diálogo telefônico transcrito a seg
j{'H ! ', i ,Na rr,a a exo centos comprimidos de
q~; orn elle s teri a negociado a venda de mil e oito
, )riàp10~4 f1E lnriq ue'D
tta Alv es, revendedor varejista. Hen
rique Dornelles teria
, ,":.MDMI'\: a Bru no, Bag aro llo Mo
ociação na revenda:
_
: I i,s~g~,dO \tcn lca s dl.!réls de neg
,t.'
MDMA] mesmo,
centos [1800 comprimidps de
,!:- I '
F: Só tem um e oito
, (.. ) Hb ach o que ele
IlK"'''''''''''!!'' '
Ma nda ele vir log9 , ass im .mesmo. BBMIj.· PÔ, .,?.. :/'n as eu
car a! que Henrique
vÇii ,qu ere r ess as ai não , ma né; [comprimidos da eSpécie de
" não
amigo ali, tá ligado? [alusão
a outro
disp õe) , eu enc ont rei out ro
DornellJ;is a aI me sm o'
ele vir ass im me sm o! Joga ess
forneCEjçlor] HDF: Nada, manda ido de MD MA '
ele levou uma [bala - comprim
BBMA:':'Fle ficou de me ,lig ar... que r lev a;
pro. e(/m ent ar, ent end eu? É que o mo leq ue nijo
, "on~em mo leq ue exp ois. HDF: Tu ,
exp erim ent ar e vai me ligar dep
'" 'co lsa ... pa, nao! O mo/eq(Je vai da out ra! Eu dei da,
'i!; ~~u de~sa? B~MA: Não
, ',eu não dei des sa não ... eu dei F: Fal a sério!
ria levar dessa ai também. HO
" coraç~o ~osa" mas ele que eu vou na tua
ele vai me ligar, mané ... aí
B~M~: Na o... fica tranquilo que BBMA.- Eu tô
?ça~ " cu dele .. , ele nem é daqui, ma no!
qlr( (.. .J. HD. F: Enf ia no
[dois mil do
d [IO F. Da dOIS con tos des sa pra ele e dois contos da outra
119él (). faz er
é isso que eu estava querendo
[,i

,fi 'io~tro fç>rnecedor]. BBMA: Então.. , fala : "mano, é i$${); se não ieva r, não ter
li, I:H nte fl? ~~? HD F: E não faJa nad a ' .
" "wm.?:~lg-,..;:o.:r;-r::: ::.!., r---irr.:.---:-c.':--=-.-'-
,,·1. --"" v~',.' .. .:;:-.--~
. ',. - -"""
-= --_ :_ __
'~d';:l r.: :: -::: ;';"' ,-. ',~O
r ,-
= :~ -::'.·3/--::>:: ,V./;::;; ~.'>, //'
.. , - t3f, ~
':;It :': ~/,l -b'
78 ~ ....rr";.(/; ....
....· /'; :;",; /' . ('' ,/
,..:-; ;"/'''1 '.. <(1 //~'--"/'./ "t:' /...;..
,:? rr
///>"
,-,',:! ,;j ~.w ::fl ;r~:..i? • _.
;::-r.,-;r/y
,; --...."f.~" ,,"'/ " , .... .. / '" '/,/ ---;- ','-".-
I," •

r 'f'-
) Jq.'Í,.q:~V;

"
J ---
'-'-------
··.i; .',
'7"1~F-~
; "; 1
, "

,,
I,'
;.
~ '1'1
.ll-l,

JU~l:="[~)t"'R'~'Ú' I.
r, " I!
JU[}Ir.lIARIA I DE JANEIRO
! :
OCT"" , CRIMINAL I,
AVIT. ~~~~~~':I~:d1~1:;~~4;:~g9~ -
praço
I Fax: Mauá/RJ
3218-8972 ",
"
07vfcriâ!i,fri~Q" )v.br I'
I

(apa~, I?ftl sara e mand~t tu (Ffisos) Eu. vou aí, veado!HOF:


i

'

Ontem
I ' "
aquele
l" '
Thompson,\~,
que ,
" I
com o We/lmgton, me ligou '" eu ! ' ' "
,'Te botei na fita do cara, eu tô vendo só
'I '

(alei ":s~pe o que acontece,


vocês sli agilizar e não ta v'endo ele me fortalecer em nada. Então tê logo te
bvisandb: se tiver algum bagulho teU com ele lá, eu \tou prender e não quero
,'saber d~ porra nenhuma e depoisl'nem vem me pedir nadai Eu tô falando
figora pra tu não fortaleciH q, cara ~ tu continuai" (.. .) Vou qUEibrar ele, tu vDi
ver o qf-le eu vou fazer,' pôl A mesma coisa que ele está fazendo com o
comédia, do Fred... sabe o que eu Vou fazer contigo? Sete (R$ 7,00) (...) Aí
'ele vai fiçar fodido, porque se ele botar menos que isso, eu vou botar a seis e
meio (R$ 6,50) (...) " .

I,I'i l ;
'I -I,", , ' :
, '," i ' - ! ,I

ii!Bruno,Oliveira Loureiro

Há 'indícios nps autos que !3runo, Oliveira Loureiro agiu, no período das
Im/e~;tiqaç,'ÕI,9,S " como pistribuidor ataciõ\pista, baseado no Rio de Janeiro!RJ, de lança-
proyeriente(:la Argentina e haxixe proveniente do Paraguai. De acordo com o
, [ele, dqnsti\4ilj:; na r?decrimin9sa, relevante ponto d~ convergência, mobilizando e
'("'n 0' n ,.,,, ndq a!atw'ls:ão de varios assoGI~dos.
;,'~! ' .';,' I , 1 ; :' • : ~ .' ,

que Bruno Oliveira Loureiro adquiriu reiteradamente entorpecentes


,P'ilraná, de Jqrge Edson Saiss e Hermisson Avelino Batista, bem
prisão dos, d,qis úlljJ1'10s,_de Raphael. Kauling. Narra, ainda, que
coilÚ8xlli:iflor,aC@io'logísticaeopeCaéionalde Cláudio Machado Vaconcelos e, com a
Ribeiro Oliv\3ira Barreto e que eles faziam:. o recebimento, a
'e'
, ,
'I entorpecerites,
"
,I
bem como funcionavam como prepostos nas I
tratativas com os vareJistas.
"," 1" "\
I' I'r . ' •
-

" .' \le acordo com as investigações, Bruno Oliveira Loureiro leria contado, ainda, com
:apoio reiierapo de Thiilgo Ma.ciel Angejras e do menor Roberto Felipe Brício Daniel, bem
·.c0tTl 0 cpm,iq' apoio . esporádico de Rodrigo da Silva Cunha,· n~.arregimentação de
Aranspo~!'ld~Fes rmll!as"), Relata o Ministério Público Federal qúe as vendas de.·
··':ent()rpecent~s 'por, ele comandadas davam-se para outros associados e traficantes de
';favelas, 'em.~sp~cial qf:\ Favela do Jacaré, no bairro do Santíssimo, neste cidade. '
I., I I
, . ..• Bru~i?i Oli,vrirci .Loureiro esteve, preso· do in ício das investigClções pté 3/06/2008,
quandorpi ~ostoern livramento condicional; mas, segundo o Pªrquet, mesmo recolhido, ele
;,<perava·i' GO,117 i!de~,enyoltura, fazendo uso freqüente de. tele'fone celular no interior do
,'9omplelfo.~enitenciário de Gericinó/RJ para COmunicar-se com seus associCldos.
":':i'!·f:(!::I!"·;i!'·:'~li;!~'l:· ,;:1:: 1:. ~,.: ,", . ;
',' .: .. f':Ja~rF; "a '<;IeIlHncia diversos qiálogos telefônicos que descrevem a suposta
partlclpaçaq do acus<jqo na rede criminosa .
.,
'!,: i
, ;!'
I ! 'I ~ 1 . , : !,,!',: r
o.;" • ., •


• o ••

I
I ·i
FEDERAL !i ~ ,
JUIJI<.;IIAKIA DO RIO DE JANEIRO :
,
,
,
!

fEIJE'(AL CRIMINAL ,: l I
'i i 4' andar -' Praça Mauá/RJ

; .~ : . .,
8-8974/89~r3,.., 1"8X: 3218-8972
07vfcr@jfri·gov.br '.
;~:.:j .':; ,'. :;: .: !.!
,
I
,"!', : !,' I' !,I.:!
'. ;1 >~':I~'
I, ',',
:.( :,:
I,
.i "1"'
,.
"Guilherme
.,
Francavilla Lamoure Ribeiro
, ! ' . \
.1;. ' I! ',,;- \\:..

a
Narra denún6ja que Guilherm€l Francavilla Lamoure Ribeiro atuou, nO período das
irh'estiq,'l'(;Õ€,s:! como Clistribuidor atacadista, baseado no ~io de JaneirolRJ, e, em caráter
como revellcledor varejista, d~ lança-perfume proveniente da Argentina e haxixe
"""~''''"iente do Parag8ai. Aduz o Ministério Público Federal que ele adquiriCl ,85 d\ogas no
,do Brasil; junto a 'fornecedores d~: Paraná, ou ,em faye!as do Rio.de Janeirol~J e as
ndia' para usuáriqs finais na ZonCl Sul desta cidade; cpm a colaboração estavel co
Irp"pn,ri, "'ri,'" varejista ~pão Gabriel CristÓvão Barbeito, que lhe '€lra subordinado.
. . '.0 . ,
." j, ~ , ,
Vários diálogo§ interceptados tr9nscritos na denúncia relatam a suposta participaç50
,OOlaC,U~·(.jL·'U na rede criminosa. Dentre'eles, o diálogo telefônico de 30/05/2008, às Oh17m,
, herme Francavilla e Claudio Machado Vasconcelos teriam travado suposta
, a v~nda de lança-r:í'êrfume e, perifel'icarnente, de, haxixe no Rio de
'.';;:, . ,P:; . "0
- E aí, maga;;:ine, está com o telefone desligado? CMV - Tá ligado.
o parceiro [Sruno Oliveira Loureiro] está querendO falar'contigo,
, '- Já falou, já; aqui, irmfjo. GFLR - Ah, já falou, já? CMV - Já tem
Ir:mmn já. GFLR ,- /?q,
fica desligando, o bagulho é para ficar on fine. (...)
I,e' aquele negq'cio lá, [droga], tu 8inda tem? GFLR - Não, acho que
1,'I"mTri,,,,,,, só. ali. [uma caixa de lança-perfume] :CMV - Pô, o bagulho está
in",~"H"',I",, irmão." deu uhi~enrraquecida, parceiro. GFLR - Tã de rrarola, falar
\~~r1i'li~d~;tléi P9réldão, porr~; es~ava ,c.heio ai tu, pô; [abastecido com droga],
"~o aquele dia' se:yqCe queria, e foi até lá aquele te~ parceiro que
" . semana ai vaJ pá [cllegar droga]. Ainda tem uma ali, se tu quiser
só uma. CM\!. - Não, parceiro; eu tenho, mané; estou te falando,
neg06io é os amigos',mesmo [compradores], na semana passada, nem
n.ess,.•,'" '" '" por isso que eu estou falando, o negócio é-com os amigos
riJ.isn10-' na semana passada, nem essa aí, pô, por isso que eu estou falando
semanas, assim, deu uma acalmada, irmão. Os amigos aí nem
ainda. Já ligue/para vários amigos e eu e~ aqui como ... nunca
A.~..,jm uma semana assim parado, parceiro. GFLR:"- Ah,.entendi. PÔ, 0,
·",n",.",< lá na "G" [Favela da Grota], nada? CMV - Nada 'também, não ".
. ,ainda o negócio. Aquela última vez que eu fui lá, que encontrei
cOJr1ti~,o: lá, então.... tipó, , fi gabulho deu uma enfraquecida, parceiro. Porra,
assim, estou aqui uma semana com o negócio aqui. [Iança-
ainda levei maior prejuizão essa semana, parceiro. GFLR - é o
O~veira Loureiro] me falou aqui. Nem lá na tua área [Jac~réJ
1
l1ítlOú ériJ"" quer nao, também? CMV - P(5, até lá, irmão. O amigo ainda falou
. "cocin" [cinc? enpílabas in.verticlas - cinco caixas de lança perfume]
.:, eu estava la e so para sabado. O qagulho paradão, tipo, daqui a
poucc l~ clareia. [chega nova remessa de.• droga], e o bagulho fica assim
. ,,~ ~oda, ne? Tem ~ue botar ,logo (udo para a frente, parceiro. Na pista
: ,,[vendas ~o vareJO], o bagulho é só os amigos mesmo [venda no
;:alac,~.ac):j,: e os 9r~l!gos I1~8. está,nem pá, irmão. GFLR - É, na fraco, o
. ",,' o~ amigos mesl)1"". o. Ja procurou saber lá no Santa lá, man J? [Santa
PiSI,'
' " I
'I li!"I[" .II~',[o(;es,so 1~:".:UUl:l.~'1;\J1 •.81434 7-4 Decisão ",,: "Págil1a~ ~..__./. 1O
, .
, ,,' .-----.-. j
'- :'
,
I I~

"!
,, ,
1· '
,I,"

il'
i
') " :
: i, ',~
, , -j- ' ! ' ,I

á
Tl, mané. Ach o que os .caras est
, "'

Marta] Çá no Santa o~ c~ra? agarratf3mbéf maI S tam bém .


que lá tinha, não sei se [tem
1: i: sem lá.;·CMV - Eu fiquei"sabendo LR - Pó,
não. Tu conhece alguém lá? GF
Não cohheço ninguém ItÜ arn bém
'I
os outros,
i,'
é conheço,' ma s ter qUE! falar com
tambéni: não, conheço n~o\pó,at
, 1

lá me sm o.
fa!t; lr com os out ros ',é fod a, o bagulho I'era conhecer alguém
, par a piando mesmo.
do né? O pior é que est á
, Caialho; e o bagulho ?' doi mo ntã o ai. [estoque
droga], vai ficar um
, [chegaQ(Jo nova remes?,a, de amigo lá [Bruno
isso que eu estou falando, o
:encalh~do]. CMV - É, irinão, juizão e ainela
parceiro. PÔ, já levei m"'lior pre
Oliveir~'Loureiro] não entende, o ·cara ntio
u bol so ainda, ess apa rad a,a í, pó,
vou ter que bot ar do me o, pô, ~;e
e, par ceir o. Não pod e agu ard ar, e o que que eu faço, parceir
entend , tom hora que
irmão, tom horo quo é hora boa
está tucfo aqui parado. É.:foda, a hora ruim né,
mente agora está sen do um
é hor a'ru im também. :::;(mples ritmo, mané,
no Oliveira .Loureiro] é aquele
parceirp. ... GFLR - é, ode ie [Bru al acha, cara
ritmo louco. rVlas se pro cur ar leg
tem q4'e ser rápido, né, aquele parceiro, o
pr~ dor esl cei ro agarrqu' né? Aquele lá, !e
:,[com Aqu ele teu par
- E, ~/e me ligou
ma s .naquele preço, ,!lé? CM V
, ,i ;Gordinh~ [Rodrigo da SitIa], fale r 'ta ,maluco, nao tem eom
o nao , parcelto.
• l;aqui, mae. Aquele preço, eu ça-perfume)
sete (700 rea is a caixa dp,/an
tU
!ii tenMo que vender tLiÇJo aqu i a
bot ar um 'do me u bolso parceiro, do prejulzo,
não tem como ...
~pa ra eLi,' aind a o, que eu não
amigo vai te deixar forte, parceir
i' '1'

, :, vai lá rio out ro am igo, lá;:' que o , não.'


"!"
sa con diçã o' não , não vou poder te adiantar e me atrasar
, estou nes , não ?
lá na "G" [Grota] os car as não querem
' GFLR ~ É, é, nem nos $m igo s
cem. [cem caixas de
Os caras estavam querendo
I
'".1, 1" '1 ,'Nem I~ na' "G'; mané?
11
em sílabas invertidas -
OfJ poi sfta que las "/evin" [vinte
~.',; s, tip~,
t, um e] CM V -
liguei par~ lá ~oje de novo, ma
làn ça- péf
,I 'i~~i~~l4!,\e crfi, \as de I,an ç~-p ey ~rfy flie ] parada la,
~ vou la que eu ma rqu ei com um al)"l1go la para ver outra
, ' ',,\':,!'" amantr eu outro lá, na minha
I:
,I"\! 1:', ma s aw anhã eu já vou t~r certeza se vai ser ou não. E no ulho, quando ele
e, o bag
fr~'co, parceiro. Ele não entend
" " '.li,', áre,a I~; também 'está Bn. jho Oliveira Lou reir o est ava soltoJ e~'a outro ritmo, era
iaq ui [qu and o
,I "i'( tes ti/v <j is o me sm o ritmo quando
o bci!;Julho está caro, não é ma
','
;,<~ ,I., +,'i ;,1 out ro pre ço, ago ra
irmão, ele [Bruno
sta v4i aqu i. Tem que 'rnt end er esse bagulho também,
Ui', l\"L I,;" i!:e ou [vende
a pen llf1 que está com o bagullJo e derram
forma, irm ãol O bagufh~ tran
'i::~'I' ~liv eir. Lou reir o] qüilidade que o
nte] ; pô, não é,d ess a
,)i, ;: raR idcí rne tod o, um a
vai sair , irm ão: Pra tu ver, nunca fiquei ess e tem po'
, ,J:!, bag ulq ó
ios aqu i aind a, e o bagulho nao sai, parceiro.
GFLR
,,1':1,:, semal]f i, des de ... com , vár
Oliveira Loureiro] não entend
e, parceiro?
li); 7' É, :~(3be' por q~e eW [Brunodele , ~/e vende na me sm a hora, ent
endeu? Ai
' 'II'li:" Por qu~ , se ele for Jog ~r p pre ço e [Bruno
,;P~ r,p cor re~ 'f8 ,"e nte nde u? AIO te.u preço .. ; ma s o preço del
1!'i:,d~ faz er?
ma s se liga; na la "nova", lá
[Favela Nov a
ll hor a ...
,I"} I!Oh~elf Lou reir o] sal néj
se tiver os contato lá, os cara
apanha.
na "no va';
':,( : H?I~~pa] os car as aga rrf3, ·.
aqui, com o mano aqui. CM V
i " 1 Fiqu~!sa/Jendo
que o.s caras estavam pegando semana, com o
,-{ OI ' duas [duas caixas de
lan ça, perfume 1 para lá, essa
só duas
ped iram lá, eu adiantei para o amígo lá,
" iiamlg ~ lá da Pen ha! lá. S/e s
igo ali, e ele falou que elas
i: /l1~s ,rrl9 - GF LR - E, ,que' eu bat i para Q meL! am
queriall], ma s e~tá tranqüilo, car
, I: I' " ',' j' a, se eu ficar
' : ert fl~ ?m peg and o ali. ,QLJ ~ ele s
V - Já é, ele
t " ",' " I: I ligo para te adiantar, valeu? CM
",sa p,~~ do ~,e ~pr a eu te
bagulho [d~gaJ está
algu m,a
! I i, : q
(~ru n.9 Oll vwa L~u r:f (oJ te:n qUfi ficar mais tranqüilo .. , o
iI o quê ? Tem que .;li ufiJ.dar...
i, na~ esta sa1l1do, posso fazer ...---r--
" " ,

tud o Rar ado aqU 11


o Página .
1.814347-4 Deci~ão
, " ' .
,
8,51.q
r'
, ' I ~r~ceslsor ~~0
C~
) '
ih: '!:, • I' ',. ',ti I
.",'1 "
i' ~., ':,

,-,,', "


It'

120
:! , I: '::j I i,
PODER I I "
J\jSTIÇA "
SEÇi\O JUDjç:IÁRIA DO RIO DE JANEIIJO
, SETIMA VARA FEDERAL CRIMINAL!, '
Av. Venezucla,'n" 134, 4° 'andar - Praça Maitiá/RJ 'j: 1
Telefones: 32'1S-S974/S973'i'Fax: 3218-8972 " i
E-ma": 07vfcr@jfrJ:gov.br, " i', ,I
i I; I ~. i ' , '," . -, ,: ! I: ' ,; : '!

fGFLR"';: É o que eu te falei, ele [BrunO Oliveira Loureiro] quer rápido porque o
/pr~ç'6 dfJlesai rápido me"mo, aí ele 'quer rápido: (.. .) CMV,- Tem que; tratrás
, I
, i
dos ouiros
; , 'j'-'
os caras nãó ",:
atendem :telefone, Já fui ali Urca atrás: de um,
j' :
na
iagora eu vou ter Jue vir \ aqui... 6 bagulho tem que ,ser toma lá da cá
,I[pagani,~nto à vista]. , o b,:,a,', gúlho veio sinistrão [~axiXe] , p,arece até um flocos.
i GFLR ,: Porra, mas é PQrque demprou muito (empo, cara! Qyando chegou,

',era o ti,i!lnico, parceiro, que tem muito tempo.' ',' quanc!o chegou estava o
'pânico parceiro, tu queg'uardou não sei aondei tu enterrou o bagulho, irmão
:[a quali8ade da droga erê boa quando de sua chegada, mas parece haver-50
Il deteri.o(~do pel~ passag1:tn do tempo] CMV - Nem lá osan:igos lá on~e quo
I eu fUI n'êo quena nada, e, a bomba fiCOU para quem, parceiro? Para cima de

'mim, n~? E agora o cilra fica me tonteando; estou fazenct0 milagre, vou
mostrar/para ele -Iâ e ver:' o que ele, vai falar, o bagulho parec~ até um flocos.
GFLR '-";Já é. (.. .) '" I , _

I I ',I, ,: I " "

Hermisson " Avelino ',I i -,


Batista
~ i .;: !
i ': I::' 1!\: ;'! I: i ::-:
! ;" ,', :. '.

'~",:, '" :', Herri1isson,AvelinQ Batista é'acusado de agir, no período das investiggções, baseado
l!3in,W]p.rinQé{~R ,,~q'pm a dolabo'ração estável de pessoa identificada apenas como
'11 J:'Picachu':,éomol distribuidor atacadist,a' de haxixe para o Rio de Janeiro/RJ, em especial
II ': p'aià . Bruhol'Olivei'ra ~oureiro e Álvarq Luiz Farias Esteves, Relata o Ministério. Público
i I l,~é<!:eral~ue:8r([11i~.9dn Avelino adquiriR haxixe de Vitorio .Ralllao Rio Alegre, que atuava no
li,' "I .. 1~at,~<3Í'cl;>se:90:ê~I,;ra fronteira cOIT]O Par,í1guai, e o enviava ao Rio de Janeiro/RJ por
,:'1"':" :!l'teio de}ràf:l~p~do(~s ("mulas"), oraarregirílentàâos por ele próprio,
" "I' "'I' 'I ' I ' "."".~., . ".

11:'i:I!:'[ ":f ,i:I,: !,~e:r~'i~~olni,~v~lino Batista, seg\lndo indica. a exordial, teria fornecido haxixe nas
i
,! ,! :~imprei,t~da~, ,ge trgn~pprt~ de entorpecente para o RIO de Janeiro, em que res~ltaram presos
i

. ,', " f'em ,fla'l'lti3nte;WaltE!ri"l0gueira Palma, Larissa Lial dos Santos, Gabrieli Ramon de Macedo e
"""'"'''~' !i<Thiagoi}ib~irf? Oliveir$. Barreto, em 17/0812008, em Seropédica/RJ; e Joacir Almeida Vieira
11

, . ,.,JÚnior, I fabio Lopes. de Faria e Paulo Henrique Torqueto, em 18107/2008, no Rio ele
"/RJ""
. 'J'' anelro, ." I I ,I II . : , .;",~
. 'i.'
"~ , '!
I I ""';'
"" ·' .. i

.Ril'mos ~a Silva Júnior

,autos de que Hélio Lourenço Ramos da Silva Júnior, v\llgo Lingüiça,


,1,ogístiGO e leva-e-traz de Rodrigo Gomes Quintella, tanto no contato
:m!3rCadorelS., d~drogas quanto na interface com usw~rios finais.
"

;;"','('r,~I~ Rue em ,mensagem ele correio eletrônico qe 5/08/2008, enviada ós


RCldrinn Quintella determinou a outro intermediário ele drogas; que fosse ao

!O;~!I,;:''''1a!,;i~~~iIBJ~.S!esre:.,~í~!;~~!nt;3~~~g~ed~~c~~r:~oL-~~é;~~;~U r~. ~,?;fr(~~J~();,


,',"

Decisão Paginn
"'M'
, '.-',

i. 'i I',

'_l~'

"~\~)
,
--,.li::::'"'1"
I I ' ,..~'
"

., ;::
, ' , >,Ii " :i
i

JANEI~O
~~~~~~ti~~~:~:(I"IINALi
I"" ,.-.). "",

:" ':~
Av,T. ~:~:~~I~:f,~I:~:4i~,~9~~ Fax:
I;'raça Mauã/RJ
3218·8972 ;"
07vllcr@llfrj.!lOV,br "I
,i ' "",',1

ma na minha conta " vai lá ,no rio e~,icontra


, ' ,
; ,i t

"Nã6 yai J.lepositar porra' (ien/lU


,Hélio I.!ourenço] Ç./eixa o dinhei ro e pega de volta
ebrno //(ingu iça [apelido de
os bike [i:iike é apelido do·'LSD entre usuários e traficantes]
falsos e reza pra
dinheiro deixa
ninguem'·[razer nada com' !,ic-.Já, comédia fudido, me da o meu
vai ter q me explic ar muita
de ser safado, quando ageht e, bater de frente,
tem ninguel71
coisa e Prestar conta de muitc) dinheü'o, então sE! liga q aqui
",'i
nao
l, "íl:'
"i,II 'I!
1e
bóbQ~irae nem a toa" ' , . I,

;d!'!':'f': nte com Hénrique


Narra, i ainda, ~ue Hélio Lourenço mantinha contato freqüe
I

i:",
prinCipal fornec edqr. Em' diálogo
, I.Óorn elles Forni, de qu.e Rodrigo Gomes Quintella era o
revelado receio de falar ao
I:: telefôn ico de 1°/10/2,0,08, às 16h21m, Hélio Loure nço teria
ento, ainda que cifrada e
iit~le-ione diante, de inc\~g
• ':
ação de Henriq,,'l!e Dornelles sobre suprim
,I ',,'
, ton tex tua l:' , , :' i

",'i' (,.,): E aí?Ch ega aí; vamos dar uma corridinha, pô! HLRS J: PÔ, eu vou
antes,
ter ,lá na Barra visitar um amigo, cara! HOF: PÔ m,!s passa aqui
Não, eu vou ter que ir lá rápido .e vou ap[o\( eitar que eu vou
HDF: E ai. fala
carona agora~O moleq ue se acidentou, cara. ( .. :)
lV1as bem mais
então deixa pr~: .. HLRS J: À noite? HDF: Não, cara!

cara, PorquEl"pô, eu v?uco rrer sozinho, mais tarde passa aí
ver se
zoar mesmo, 'trocar uma idéia. HLRSJ: Tá, tá ... aí eu vou
a mina também; aí a gente conver sa ... HDF: Não; passa 'só tu,
eu não confio em mulher, não, HLRSJ : Tá, HDF: E aí? Nada?
,'HI_K:::;J:-:I::.
cara! Depois a!gente conversa! ( ... )
!
,

n;',','M";~ que Helio Pereira da Silva Filho, VUlgo Russo


, era taxista e que
sta e
propiciada por seu sua profissão, funcionava co.mo motori
serviç os de
, ' Dornelles Forni. Narra, ainda, que ele'pre stava
s do Turan o e ela
b6r.;',;""';-"'~ ,,'ri m..",m.n ' ue Dornelles e a outros traficantes das favela
Aduz o Ministério
Il1r:inn,,,,' nrl," inclusive, como vigilante contra ações policié\is.
1=0,rl6,',,1 '"o acus~do exerceu significativo comér cio ~e anTi ~e fogo, '(endendo,
é! traficantes dessas favelas, havendo Sido preso em flagrante, i em
rpm de calibre, ,
c;raj~8, nesta cidade, quand o recebera duas pistolas de 45
no mesm o dia em . i
.' '. para pessoa não identificada, com a qual teria acertado, •
. diá \cJO a telefpn ico interceptado, a venda das armas.
I, ~,
ue Dornelles),
Qu~~t?~o.s~p,o~t? primeiro nicho de atuaçã o (apoio IOQístico a H!3nriq
.telefol1lcos entre ambos, ocorridos respectivame nte em' 4/06/2008 às
',.: ',i: ". ?egue mdlcd ogos
!.'i, ,11~7h~~1TI e erTl19/0~/go,08 às 13h05m:
' '0' ',+''::'-:', ,,1, : 11 :! ,I, !'.:,::,::",.:I ,,' I, "i; ": 1; :i:'-:: "I \I( !-' ,; .
\lJ!P"I,';.';'!:·":L ,:
HSPF : Oi! /-IDF: Tá chilga ndo aqui em casa?
'. ',' HP9F : A~ô! HDF: Oi, Russo!
.. ,1'", . : ,HP~F: To dentre: do túnel, Tá um pouquinho engarrafqdo, lá? HOF: Tá, não
I, I i (emIP("oplema nao. Quard o chega r sobe direto para
fi garagem. HPSF: Os
, rpell'r,?q [t~aflca_ntes da Favela do Turano] acabou ilo,df! ligar pré lji , eu já
I?as~fl iiI sltuaçao pra elf(s, eles falou que lá tranqü [não está' orrendo

Decisão . Pa'g' _., -


n. 02008, 51 ,01 ,814347·4 ma ~-- 13
····.'."1' "',1,' f
:,i\{! ~!
I
'11
" I
~~~II ,,'.
, ,
,

O,, 1

!,
122
:!;I
i: I
JANEIRO
INA~' ,
, .'; Praça MauálRJ
O_QCI7MI'Q7" Fax: 3218-8972
, '
I, _ , I' I I '.

I : : ' j ,,' , \ ,': , ,!! ,i : ' .: ' I ! : :

"
"
,
','
, neMhuma operação po'IiQi61 na favela] que p'6de pegar você e ir
, I : "., • ",'.", " ., ':', I ' ,
pr~/á.'HOF:
' '!
Tá,: valeu! H,?SF: Fica tranqüila; Um abraço!' '
• '! "',1.'
: ,", I r~: J, ':', '. I

HPSF: É, o Henrique, po'r favor! HOF: Quem gostaria? HPSF: É o Or. Russo.
! HOF: g aí chupador RU'ss'o? Fala você. HPSF: E aí parceiro? Não sai de
casa, t~? Porque o morro lá tá aloprado [operação polida I na localidade do
Turanoli E a Mangueir~!iJá' entrei em contato com os meninos, tá ligado?
HOF: Hpn IlUn. /-IPSF: I;ntão, não inventa de ir pra lá :.não. Fica em casa.
HOF: EQtendi, entendi. HPSF: Mantém o contato comigo porque eu tô na rua.
Então, já, me comunique! 'lá com os menino, os: menino já passaram pra mim.
Eu passei lá agora, tá cheio de Polícia. E aquela parada, nê? O cara [chefe do
tráfico]tá devendo dez 17)11 pros cara de arrego e enquanto não pagar ... ou
paga otlpega ele, aquele'oara da .. ,(.. .)
,',' ! ,

" Qu,mt~ao' suppsto' segundo nicho de atuação (serviços de segurançé\ à atividade de


,mElrc,l~,lci"a de':entorpeqentes Henrique i)ornelles l1a Favela do Turano), consta da denúncia
, " Pereira' telêfonou para Diegb Marques Bezerra, vulgo Gordinho, preposto de
Ht>nri,,',' , 'DorriEllle~lei:ii' urn dos pontos qe venda por este arrendados no Morro do Turano,
1??O,,~'!r~fhBpm, ,para avisar Ra iminência de ação policial na localidade:
I, ' . ,',-" •

i'HPSp: Escuta. OIEGO:Çalma' aí, calma aí. HPSF: Escuta, rapidinho


I,~scutél. 'çAf{/OCA: Alô! A/p! (tom de ironia) HPSF: PÔ, não ê brincadeira não,
, ' .• 'j, ,!!''c(arar~f?/~aeu falar ?om Goi-d~~ho aí, pra avísar um n~gó?io pra eles a}, o ô!
,'·~:',!:,cARIOqA: Euquerra falar com o Braddock (10m de Ironra) HPSF: Nao e
',' '\~;~J~~f)qÇK não, cara! Avisa 'pr;fs írmão aí que tem três golzíl1ho da Polícia
',' ,'I''':\Civilpar'?,dolá na cabine aliem baixo. Tá cheio de polícia. Pros irmão ficar na
, , ( i atividad~aí, irmão! CARIOCA: Tudo bem, tudo bem! (. .. )

Ç,1;~~f:lio Mê.CI".aclo \Ja~foncelos


': :1' r, I ......

:,'Ma~hado Vasconcelos é acusado de atuar, durante 'parte do períOdo das


in~'estigaç,5ê':5,' r corilo '1:lpoiador e longa manus de Bruno Oliveira Loureiro, 'tanto na
nsr)ortadlnr,"", enviados ao Paraná quanto na concretização de vendas de
e usuários finais no Rio de JaneirofRJ. De acordo com as
meaqc)s de junho a rneados de agosto de 2008, Claudio Machado teria
m~:nn,,' acionado por Bruno Oliveira Loureiro, em razão de omissão nCl
rirnvAr,!"", 'cf~ venda de drogas.' ..
!; '. !

que no plano da supervisão de transportadores,ClaLjdio Machado


com Rodrigo da Silva Cunha, no recrutamento, na seleção e
"
,7/f'l,Q/CII'"'''' de,Roberto Felipe Brido Daniel, Rober1a Bricio Daniel. Yan Nobre

lancelârv1a,eh,3do de Lima \3. uma quinta pessoa, não identificad q', ao Paraná
eiripn:::itéldil de droga~ que 'resultou na prisão flagrante dos doi~ em
Barra do PirélífRJ, de posse de trezentos 'e sessenta fracos de.

,,,:, Doe;", P;9;" (j~: 14

_ ,,7 &.
";' , ;f" ;, ...-"
I !

,
:l
li.1' ! I'

I
, !', r--
, .
pODER i. I .' ,
;~
!
;',
, i
.
. NSTIÇA FEDERAL I 1 'I : 'i'-: ,i'
SEÇ(iO JUDiCIARIA DaRIO DE JANE.IRO I i
, SETIM~,yARA FEDERAL CRIMINA~ I i I:
, Av. Venezuela,n' 134, 4'.andar-Praça M,auá/RJ
:. , Telefones: 3218-897418973- Fax: 3218-8972 ! !,I
i.' E-rai/: p7vf~r@jfrj.gov.br !i! " ,
I:. t .l, i I '; I i 1'1' I

I : I I [I I I
, 1 I 1 , , I I ' ' ,
I \ II I 'i' " . I ,I I 1

,\,1, I i i li' ' N~~~a,i


airicta, que Claudio
I Vasconcelok também atuou 'no envio, em M~chado
" '" '~0/05/2008,
dos transportadores José l..eandro Lobo da .silva, Marcelo ,Coelho Aleixo Filho, .
i' ' ,;Roberta Brfcio Daniel e Dayane Araujo, d~ Silva ao Paraná, na empreitada de transporte de
J:
!I . :'drogas que resultou na prisão em flagrante dos dois primeiros, em 22:/05/2008, em Pouso
01.' lRedcindo/~C,: na poss~ de 124 frascos"cje lança~perfume. ~d,\JZ o Mi~i.stério PúbUco Federal
i!
,ique ClaudiO Machado' Vasconcelos corduzlu as "mulas" a :Rodovlana Novo Rlo"adqUlnu
'i" 'i i:bilhetes para Curitiba/pR em seu favor \3. supervisionou seu embarque.
i I r" 'i:<:' ';' . ! '

•,;I;I::I"'i Segundo o ~arquet,Claudio Machado Vasconcelos' consignava partidas de


.,1 :i.I\ .• :lentorpecente a Mi!en'~ Tavares Ribeiro para venda a varojo, havendo,em meados do ano
'r} ': :"lpe2?9,8\ sof:ido desfalque nesse mooe!o de negócio, como revela diálo~o telefô.nico a
. I . segulrtranscnto, travado em 12/07/200éló as 22h06m, entre ele e Bruno Oliveira Loureiro:
, ') , ',i! ,

BRUNO - Quem é? CLAUDIO - E ai cara? Tá por onde? BRUNO - Fala,


irmão. ÇLAUDIO - Tá POr onde? BRUNO -, Não interessa, não; fala, irmão.
CLAUDIO - Não dá pqra nós se encontrar, não? BRUNO - Não, tá COI71
, 'alguma"coisa?
I '"
[dinheiroj'CLAUDIO
,
- Porra, nós tem que desenrolar, irmão. I ",- '

. " ?RL{rvq :- Não quero. CLI-)UDIO - Tu nem quer me escutar, irmão. BRUNO-
Não'. qUf3ro escutar, eu q(Jero o que eu te falei. [pagamento] CLAUDIO -
'ij
\! ,Parceirq; não tem como;, não, desenrolar melhor pessoalmente, parceiro?
, BRUNO - Quando vim com o dinheiro, tu liga. CLAUDIO - Meu irmão, tu não
'[\!. : :q~ermt~scútar, parceiro'? Nós tem que conversar, parceiro!BRUNO':' Estou
: • ,,"respera!idoo dinheiro do' "dog" [haxixe] atá hoje, só isso que eu tenho para le
;;i',.I:f,alar.! Ci-AUDIO - A MEL h,ãopapa, irmão! BRUNO - Então já é. CLAUDIO -
. j·),<;~.yqc~ quer que el.l faça o quê,/parceiro? A ME~ não pagou, e o outro maluco
'.! "W.·slim/U. BRUNO -Valeu(.. .) ....
'! ' !:- :'\' 'i';; !;:,"

Ih.,,,.,,~ R.ibÉ;iro Olivo.ir", Barreto

,',_.'.::.'c . que Thiago Ribeiro Oliveira Barreto, vulgo "Mola", exerceu'a função
manus de BruJ10 Oliveira Loureiro, tanto;:,.na supervisão dos
nvia"dos ao Paraná quaf"lIO na concretização de vendaS'de lança-perfume e
'Ir~f;"":~;nl,;~ . hlsuários finais no Rio de Janeiro/RJ. "
• , I ~, •

Público Federal que Thiago Ribeiro Oliveira Barreto foi preso em


"'~(;el)imlen.tcli\'?lnniq ao atuar cOmO 'contato da transportadora Larissa Lial dos Santos
" de entorpecente que Bruno Oliveira Loureiro adquirira de

rq\let, 'mesmo pres?,. Thiago Ribeiro Oliveira Barreto seguiu integrando


com uso, InclUSive, de telefune celular no interior do Presídio
o diálogo telefônico interceptado mantido com Bruno Oliveira
18h04m: •
I!.
,

".8q/.ie tu foi arrumar, hein, parceiro? TROB: Eu que fui arruil r?! O que
I~
Pr~)ceSSO n'9:Z0()'S.ij1 .01.814347-4 Decisão Página ,/,.,.. /
I

, • I ~l 15
C6
I , ,.-

"1;1\'
I'"~

" !

: I· '
:' ,
1:i'
1; ,

i',

',' I,
!: 1;;1::
I, :::,:1" I: Av.

:1,1, '
i,;",
, té que li.!, me arrumou, ' .0
"',I ,"
qqee u já qa~s,elde
um meno rl[man dar
:"fa/a rpra,t u, parceiro?
r;' mio t~rn:como
I",
!Jm méio rde idade "Ag"c)
lvoltar rn'àis, já estou feito, irmão! BOL:: ,fy1a,l feito
!como ?E sempre feito , Não é',sempre feitod es/a
Iforma ,irmão ? Eu cara: diretr pra tu, tanto que ninguém me
lligou nenhuma vez, ...!M e você ir num bagulho dessa achando
fque ~st~ tranqüilo "," ca pode aChàri'que está tranqüilo, parceiro! E
o nada, não.
i eu serriRre fui um cara', ' 'falei: ,'Meu irmão, não fica levand
, Manda ,~/guém levar ' , Vocês não acreditam! E você já era pra saber
'i disso há muito '. j§ acon(eceu isso contigo. Foi tipo igual a hegunda
vez .... BOL: Eu te e
UITI dia antes primeiro falei: 'Fica na infra que vão le
i ligara /aman hã', cara''(Hermisson Avelino Batista] falou 'me dá o numero
que me fodeu,
iprosm f!nor ligar e foi iSsQ que eu fiz parceiro!' TROB: Sabe o
] me manda meti nome, meu
'parcfJir9,? O cara [Hernij~son Ave!in o Batista
mundo , cada um com um papel
i.telefonl?J.:e o endereço l.lt;Jotado com todo
o que quises se. BOL:
!'desse;:,8,e tivesse só CdfD,8 mina, 'eu podia falar com
iro, 'mandar o advog ado ir lá. Mas
i:, Tem ,qllf!' tentar falar com.:i']las agora ,parce
iro! TROB:
,i', 'jum dos 'moleques não esté ai? Tem que desenrolar com ele, parce parcei ro?
tou
!,,!fé depf!hrolei comf'/ e já, 'parceiro! BOL: E quem foi que te cague
BOL: Não, mas quem
, T~9!=tJfoi bagulho de: c;achorro [cães farejadores].
TROB: Foi a
fecho ycom essa parada de vir com os canas aqui, parceiro?
aquela?! Tua
'"minéj, " aquela, pretinha 'lá. [Larissa Lial] BOL: Caralho, foi
i'parc eiri ainda, hein, • parce iro!? BOL: Tu tem algum a coisa em mercadoria

'I' I' 11, I " "
I [entorpecente]? Se IIVer, ta
I· •
geral queren do, parcei ro. Tem um cara ali que
disso aí não, parceiro!
'\'r,p aga, '111 hora, parceiro, TR9E3>EuJlão sei da nada
e. Assina aqui
:";;;,' EWiiI' te(afone aqui! Vários j;Hod ou aqui por parada de telefon
uma mensa gem, parceiro.
! 'I, na poftp. mesmo, BOL: Então se tiver manda
,'~" jTROB :Fala com o Dimitri que ele sabe.
, ,
, ,
jl·

!I
-, .~';~
de
que Thiago Maciel Angeiras, vulgo "Street", exerceu a 'função
res enviados
I...IIIVelllra Loureiro 'nil arregimentação de transportado
00

agindo invariilvelmente associado ElO menor Roberto Felipe Brício


'Y~j/~í~)~~JJ~)~~,X;~i~;~n!~ei"as concorrElU para a arregimentação e o envio ao Paraná em
Aleixo Filho
;< u(J'H'm;nr,,'" José !..eandro Lobo da Silva, Marcelo Coelho
u na prisão e~
fl",'r:~;,~;,/i~~~,:;·r."~;,_1 Dayane' Araujo da Silva, na empreitada que resulto posse de 124
em Pouso Redondo/SC, dos dois primeiros na

rquet, Thia~o Maciel Angeiras teria concorrido, ainda, para


a
ao Para~~, em 15/07/2008, dos transportado res Priscila de Souza
m

"uc,o.,O'·f:U'{lh
Quelro,s, ,na en:p,reltada qu: resultou na prisão em flagran

,m P'ffi,:~,,:~,,"dO ,m 00'''0' ""'O,':::;,:: :'' 'tPR.;:


'ei>~eilr'''. t;4artlnl de Castro FelTeira, Tainã de Aquino Oltoni e Jonata
te dos

~\,
.- ..•.

I :1, ": 'I:, !


I
"
i,'

DEJANEÚRO'
OOr,.,"AI CRIMINAL '

Av~.I ~::,~en~~S~!:;2'~8:~~i~}8~~~ Praça


pax: Mauá/RJ
3218·8972
: ,Q7vfcr@jfrj.gov.br
ii', i.:.' 1, '

i ,'il ." , !, , ' • .


P:W~~~ide 720:\raS,~0~ de lança-perfu~~. " ,! , .' I1

'\' Aduz;o Ministério Público Fecleral que, em cada\;lm desses casos, Tiago Maciel
, 'I "encaminhou :as "mulas", uma vez recrutadas, ao associ~do encarregado da s~pervisão
,li. 1"1 Ilogística da ~mpreitacla - Claudio MaChado Vasconcelos na;de 20/05/2008 ~ Thiago Rlbello
;,i ' Oliveira Barreto na de- 15/07/2008.
I, :'
:J ' Os di~1090S interceptados tranpcritos na denúncia indicam a suposta participação do
, ' ,'-ac,usado nasempreiladas criminosas. ,
'11 :i!-l, ' I ..

, I: .
Gabriel Cristóvão Barbeito
',1
"

Gabriel Cristóvão Barbeito, vulgo "Mão", exerceu a


i'ar)oi~lClo,r!!!3 longa manuf de Guilherme Francavilla Lamoure Ribeiro. Ele é
:as tarefas de recebimento, pesagem, divisão, guarda e entrega de
neçjOCifld,:),' em tese,: por Guilherme Frélncav'illa, bem como vender
adquirido po(este, ora em regimed,e prestação de contas, ora em
\I"rPln da Zona Sul dq Rio de Janeiro/RJ.

enl:Jrlc:iii'dl::scirev'e' a supo§ta conduta de João Gabriel Cristóvão Barbeito em


pr(lit~l(;l~l venda cje entorpecente, haxixe ou maconha, em tese, por
1I,lé1; cornaa entre 15/06/2008 e 27/06/2008.
, ' '_ : I _: •••
'. "
?'~

Nàf.ffl::'a,~~ça", exordial que, aléi'mlja função de apoiador, em algUmas transações,


,confClrrrlp. de capit~!; João Gabriel adquiriu partidas de entorpecente de
pra venda por'óonta própria. É o que indica o diálogo telefônico
17/082008, à~17h5gm: ' ',

, O - Já estou' aqui na ároa, aqui;00 liga, tom um galo [r~:I; 50,00] parQ
ca'ia do Ariel, pega lá.G..UILHERME -PÔ, lá malucp, cara, espera
"
pepois você me dó. MAO - AIl, lá,porqua,~ esttj mo devendo o
;pa!qar amanhã. GUILHERME - Então, mas quando tu pegar com e/e
'. ' - Ah, tá, ,é porque eu pensei que tu ia precisar. GU/LHERME
Pn3chsar eu p~eciso, n:a~ ar tu junta tudo e me dá depç;is. MÃO - Tá bom,
vou te para ver uma conta para depositar um dinheiro para tu '
uiLiHE~R~:'~L.n,=nj'vjc -':.1:'6, A,0r que? Tu já está aí, cara? [Búzios] MÃO - Já.
"U,UIU', MAO - ,Já, mas essa sel71a(la eu vou descer dG

maconha .... GUILHERME - la fazer uma parada


aquele mato [maconha1 ali, pó. MÃO - p(~, tunão falou
!-,1l'..HEF/ME, - P6, ia (emr um pror;r; rn;jnoím v,ro tu, Itlí\O :..
DRI"Rn'". [maconha} para 'mim que eu pego amanhã ou
:!:I~1p!)!4 d~·~~~17t!!.: ,:' ,,' "'.?' ~~<i;;t?,: _0.I)J!)-J{;.f~/AJ7 -- r.'-,f0);' :i- )/~?;:'
r'T1 iflçe)l!fiaY' ; ~.,,:' ,.', i'· " , ',;, ',~i;8; .:J::.kJe ;::;'0 .ÚG;_/:l.j/~iíU fí1éu
1Ii"'i:li::~:,a~st(~lei~f,;I" , vf1,aca~(flr; (11e,:' mato é pouquinho, vai acaba;::, e~ vou
;essap~r9d~ cOnlt9p. GUILHERME - Já Ó, eu vou )( esporar

il'!'I!!l:~mr~r~~,~~~ .~.'

,..;~r:;:j. f''-

~\
1.2B

!i I
(,i ,I:

I
i
i ..
,.

""1, : li ,':,
" .
,,' ,I' ;"". ,, , ,

I., 'I
I. ,\ 'i, '. ,

,
" i
i
'. .!i
:. Sergio Palom a Torres', 'I'
:',

"
I
, ,
I ' ,
"

de subordinação, a
Narra ~ denúlldii3. que Sergio Paióma Torres exerceu, Elm regime
que seriam arrendados por
•.. ~~;,~ de a&ninistr~dbr de um dos dois pontos de venda
"nI"lnII A Dornelles Fqrf'li na Favela
do Turan o de "Piu", "Barbicha" ou .. "lncrivel", chefe do
. locai. '!
I

ue Dornelles em mais
i Narra, 'ainda, a denún cia que Sérgio Paloma tratou com Henriq
defesa .da boca de fumo sob sua
uma 'ocasi'ão da aquisição de armCis de fogo para é1
,I ,como . diálogo telefôIlico
,
travad
.
b entre ambos no
em 4/07/2
;
008, às 17h08m:

intere ssa?T em um
. . . ("".)SE~·GINHO: Escuta, ('scuta, tem uma parad a aqui te
tá doido? Tô
:I ;,'prinq\f~~inho [armp de fggoJ aqui: quatro mil! GREG: Não, não,
: E G/ock? [Inarca de pisto/a J SERGINHO:
·",!au ro!,S IfRGI NHO
I:, .1,',1 ': : ' " , I , ",'I " .. :GREG
:':'Totalt ' , , _ !

.' ';" ': 'Quê? iGREG : E Glock? $ERG INHO: , Não,


"
não, PT-40 [pistola Taurus• calibre
• •
! " I " ",",
Total, total!. GREG '
'.!! 4qJ iGF~{;G: Muito caro,' ci3ra( Que é isso?! SERG INHO:
I.

que ele surtou ou ·bateu EI


I, :il!Tau(u$'(em que ser dois.e tal só! Fala pro cara
I j ,jl.i,llp~%~ç~ lor;,;O d~ m~nhãre~se frio! Arrum ei
o bil:e~ [LSDJ Arrum ei a bicicleta
:'11 l, Píai~~?\e passe ar sexta-ffllra! SERGINHO: Ah! Ja e! (".)
i '.'

',1 I'.,.':" . .
~ I ,',

função
,. Bezerra é acusCldo de exercer, em regime de sUbor diraçã o,a
ue Dorne lles Fcrni
ri." 'um
ini,,,t,,,'r\rlr "11 dos dois pontQs de venda arrendado:;;" por Henriq "

Fl'.""!,,n,
"::,
' d e "Piu", "Barbicha"' ou "Incrivel", chefe do tráfico no lõcal.
",I i" "
""1:':' ,
es
'c()r1'l0 Ministério Público Federal, em 6/09/2008, às 2h5m, .oiego Marqu
lles,
deo:..,Henrigue' Dorne
A7.,rr:,,';~Â "'-"""'I qa Pereira Silva Filho, ambos apoiadores \
q ~inte diálogo telefônico sobre relacio
namen tos:
'i ' : ~ , l

I ',"
falando mal de
.HPSF: Fala! DMB: Fala aí! HPSF: Eu lô saben do que tu tava
I IiII no morro , cara! DMB: Não, jamais
, pô! Bota aí quem falou pra me
que pergunto
~';' . frente. Tá maluco? HPSF: Tô sabendo al': .. DMB: Eu,
tu! Ao contrá rio,
, direto! Ninguérr! dá notícia! Pô, eu falando mal de
.,até, sei '" ,HPSF: Eu vou te falar uma coisa: a gente só sabe
é
que os
:~alrrll,IOS quando agenle precisa, entendeu? DMB: PÔ,
mas como ". eu
lles Fornij, um telefone pra
p er"ÇJu·l?r8.'va direto, pelo 13radock [Henrique Dorne
cá:
n~ca f~/ava nada: Ele nynca sabia de tu. Não falava ... HPSF: Vem
t~, mais tra~alha(1do com,ele, n~o? DMB: Não, não, pô. HPSF: PÔ, eu
'" to cha,teado com ele, cara . DMB: PÔ, não tô mais, não
. com Henrjque Dornelles]. Por causa çJe vários acont cimentos.
Eu lô
OI? DMB: Por càt;lsa de vários acontecimentos. HPSF: Tô li do.
Decisão Página 18
,
'~

'
... •
< , 'I
I ·.~

.~ ,

i: '. : I, II ,. . ! . : , .,' '1)',


l ~ . .i , ':. i ;'
rUate Imagmo quemtEi falou.
chateado com e/e, cara. DMB: 'falou;
I • ,
isso pra lá. (..) ,;
I I :Não foil3le que falou? HPpF : Não. : ' , ' •
I';! I I'

11::1 I
\

',1.-.: ' i

,!, ,~?Phae'l<au'lng
! 'J', Aduz ~
Ministério Público Federal que Raphael f<auling passou a irtegra
r a rede
Bruno Oliveira Loureiro, que o
'6riminosa em junho dEj2a08, com o livramento cordic ional de
ção de.. lança-perfume: os
,dri'cliJiu na associaçã() e modificou o rrodus operandi da aquisi
direto com o fornecedor, e sim
;transportadores enviaqos ao Paraná não mais teriam contato
:i;elnl Raphael Kauling, '

!::I', ' , : A depúncia descreve a suposta' conduta ~riminosa de Rapha el Kaulin g ao I narrar a
18/07/ 2008, em piraí/RJ, viajando em
,i ,empreitada que resultou na prisão em flagrante, em Silva, Diego Teixeira Martini
. "ônibu s proveniente de' Curitiba/PR, de Rriscila de Souzu Batista
ndo de Queirós na
,,:~.e pastr o Ferrei'ra, Tflinã de Aquino Ottoni e Jonatam Rodrigo Raimu
.!' ,:po~se de 72q
,frascos qe IlOlnça-perfume.
:,i\d:.;:i'l:i:: -'i', ' ; , I" I I

li '
: i: :' :', : 1I

Tavar es Ribeiro
'I' I "I
:'

I', ,
,: ! i I, ,', . '.
"
de 9 a 10 de julho de
, I"'" Milene Tavar es Ribeiro, vulgo "Mel", é acusadu du internlediar,
,:~098, tca,nsação,de cpmpra e venda de lança-perfum
e entre, Ródrigo da Silva Cunha, como
1,CO, mpraduC .~distribuidor não identificado. MÚltip
los diálogos telefônicos e \,Ima mensagem
,'" SMS transqi\ô~ d~rúncia indicam es}asú posta transação.
diálogos telefônicos
, Adem ais,' alega o Ministério Público Federal que dois
Ribeiro não se limitava ó
:iintercepiacfos:" contêm indícios de que Milene Tavares
,I' li1terl1ll~diaç'ã8: de aqyisiçóes de entorpecente, empre
endendo, por conta própria, tráfico
Karina e pessoa identificada
":;!iIí8ito, ID,entr~ eles, o jravado em 16/09/2008, às 22h26ni, entre
s:
.." como Tiago, que teria comentado a autuação de Milene Tavare
" 1.'_',' ~ ' ,
I
i' I ' I!
,':,,)11 'I'" .,,--~
'I}' " ':'. i !

"!KAR INI1: Acabou de acontecer um bagulho doidão agor~, brothe


rl TIAGO: O·
i
agora, TIAGO:
quê? I<.ARINA: Acabou de acontecer uma parada doidona
tá na delega cia! T/AGO: E aí?
ContigQ? KARINA: Não, com a Mel. A MEL
r como viciada , está ligado?
KflRIN A: E ai que está tranqüilo; ela só vai assina
rodou onde? /(AR/NA: Lá
Tf~GiO: Vai assinar? KARINA: Huhum! TlAGO: Mas
as, [vinte comprimidos de MDMA ] TlAGO : Com o
, i i ~,17j 'Copa com vinte menin
da? Foi lá
'I quê? /<ARINA.' Vinte meninas! TlAGO: Em Copa? Décima segun
E agradece a
, CJLfe 1fi4 assinei também! Eu assinei a/i também duas vazes,
! •

, "I. [)ees , né? Tá ligada? Que foi artigo dezesseis!


(.)
I, I,;
"i',}1 , I!
,!1 I' r,
'11 I1
I ;' I "
I,i ,. , !

.' ' De~ acordoc~rn a denúncia, Karina intermediou, entri3 maio e junho rev~nd
i'
de 02008, ao
edores
"'I'i," I,L" !!",m~nos, tresi,tr,ansaçoes de compra e venda de MDMA e haxixe
, entre
",i::,::!,!i P,Tpes~o n~2908,510p14347-4 Decisão Página 19 JL
( ' .,' -·V
"',' ,I', i '
.•, ,:j <;1
" A
f •.

\!
I:
')
128

, i,:'
, i':
,
, ,I.

I , ' : I,
quem] t~
i: i
,I , ",i , : :
, ' I, falou.
bhateado com ele, cara.p Mf3: Ele [que falou; eu até imagino
:'
Nãofo iele que falou? HF{SF:'Não. Deixa issopr a lá. (...)" ' !
:i i ' , ! .
:1 ,I ',i ' 'i '\
~aphael Kauling
I

Aduz o Ministério Público Federal que R.~phael Kauling passo


u a integran a rede
Oliveira Loureirp, que o
mirlos,a em junho ,de 2008, com o livramento condicional de J3runo e: os
, " e modificou o modus operandi da aquisição de ,lança-perfum
'1::1 1 ",!: ir"n~nnrt",rlnr"s envia9ps ao Paraná nã~ mais ter(am
contato direto com o fornecedor, e sim

el Kauling ao narrar a
". '.,J."." , A' denúncia descre ve a suposta conduta 6riminosa de Rapha
2008, em PiraílRJ, viajando em
",' i3mprl3itaçla que resultou na prisão em flagrante, :em 18/07/
.1 ,,:' !.snibus p[oven irnte de' Curitiba/PR, de Rriscil
a de ,Souza Batist~ Silva: Diego Teixeira .tv:artini
o Raimundo de Queiras na
II 'Içie ,c;astro Ferreira, 1,:\!nã de Aquino o~tOnl e Jonatam Rocjng
I

"poss e de 720 frascos d!3 lança-perfume.:


~ " !:' , . I ,', " I, , .,', .

,I clvalres Rit'ein)", vulgo "Mel", é acusada de intermediar, de


9 a 1O de julhO de
'Luva. tr.8~nsaç~d,d e venda de lança-perfume entre Redrigo da Silva Cunha, como
gem
não identificado. MjlWplQs diálogos telefônicos e uma mensa
indicam esta,súposta transa ção.
, ",,',1
diálogos telefônicos
"" I Ade.'rnkis,ale!;ja o Ministério 'público Federal que dois
Ribeiro n'ão se limitava à
,; : int~rceptaq!?s . cont~rn, indícios de que Milene Tavares
do, por conta própria, tráfico
',I:interrm@diaçãoqe1aqi-!isições de entorpecente, empreenden
entre Karina e pessoa identificada
",,', li, ,1,ilicito.1D,ertre ell3s,'o tpilVado em 16/09/2008, às 22h26ni.Tavare
,1,1,111<]:,:: Tiag.q,qu~ teri~,comentado a autwação de Milene s:
"',,:::i,:,il!,":~ .,~,
);I{;:;,;:'::" _1',,.1,:":'
brotherf'T/AGO: O "
;'1: ii! 'i, 'I, !!:,KARIN-rF Acabou de acontecer um bagulho doidão agora,
doidona agora. TIAGO:
quê? ~ARINA: Acabou: r:ie acontecer uma parada
li ,', cia! TIAGO: E aí?
,,'I!:;'!.ContigQ? KARINA.· Não, com a Mel. A MEL tá na delega
I, !'iiKARINA.- E.al q~e está tranqüilo; ela só vai assinar·como viciadq
, está ligado?
A.' Huhum! TiAGO; Mas rodou onde? KARINA.' Lá
I, : 1'T/ft: GO: VaI assmar? KAR/N
I MOMA ] TIAGO : Com o
':,,:!.:' elJl' Copa com vinte meninas. [vinte comprimidos deDécim
!:'!i)lq~ê?'t<AR/,,!A;. Vinte .meninas! T/AGO: Em Copa? vezes. a segunda? Foi lá
E agradece a
!, ,que, yLl ?ssl~e~ tambeml E::u assinei ali também duas
1''
")i l ""'i De/fs 'ae? Ta lIgada? Qf1e foi artigo dezes séis! (.. .)
:
I 'H ":, "I!! "-
i,:!,i ,.'i I i'
. ';,;1 ;', r •

> ~tiin~,!/lil' ,;,,!' , ,


,i ,De,:~Ci?rp",i?,'" cq!T\ a denúncia, I<:arina intermediou, entre maio e junho re1kld
de,n2 008 ao
ed~res
haxixe , entre
meno s "tres, t"rf,ns, açsiOls' de compra e venda de MDMA e
Processo n° 2~O'~}J'~(',814347-4 Decisão
Página / ' _____ ' 19
,I. ',r ,i ' •• ;i:,!;\t :;< I'!" I,'"
(
, ,
• I
I· I
129
I
,I,': .
, I: ,
,
:, 'I'
::, ': : i
I,,
I, ';~ . ,
'
", ' ,

1- ", I., , ' ;': i " ': :',','


.'
!' :
,
!
.
' , "
. " ," i'I!'
:,;'
'i-"
I , i: ,.
','
"
,',' I
I.

" ',; r I I, H I 1'1" " '" I," , I 'i " , , " I


i'I' ,il li,' ,""" i ii', ' , i , i

primeiro nome Fabrício e identidade física 'ainda


" ! iv~rejista~, um ,do\> quais se.u. amásio, I'

I 'I
'; "

I, ,'i;', n~o elucldada"at~andq'pmJomt

'i;:! 3/06/2008,''iJOr dii~I090S t~\e~ônicos "e' mensagen1 SMS


E~tre ~1/05/2q08 dee que
'i!,iínterceptadop, 'háindíc!os Karin'l, atuandd com o associado Bruno Bagarollo Motta
ue Dornelles Forni, ,referido
'Mora es, intermediou ~;aquisição, por Fabfício, junto a Henriq
I '9Pfl1 0 "Greg", '!lpelido pelo
qual é conhePidb entre ~eus pares,' de mil comprimicjos de MDMA
",,para revenda." ! ' i
das em cinco
Narra a exord,ial, que em mais uma série de tratativas, verifica
Ip.l"fnrlp.nl"''' da noite 'de 18/06/2008 para as primeiras
horas de 19/06/2008, I<arina teria
intermediar a Flquisição, por Radrigo da ,Silva Cunha , vulgo "Zico" (ou "Cozi", com
Oll"ue" , invertidas), de 'um quilo de haxj~e por cin~o
mil reais, a serem vendidos por pessoa
iação não chegou 8
mpoucb ide'ntific?dé!.; Segundo o Mini~tério Público Federal, a negoc
a droga e
'O"""" porque Roçlrigo da Silva Cunha não dispunha do capital para adquirirconciliar as
'precisou', "" "co-adquirente, ITÍss Karina e Rodrigo não conseguiram
ritos na
"OllIU'~j:r e do i co-adqu(rente. Os dois diálogos telefôt;licos transc
, 'esfor çosde intermediação de I<ar'ina.
I ••"

e executou,
dAI,únlci", que Rodrigo da Silva Cunha, vulgo "Zico", empreendeu
Ipc'liPI3,rí()ª~);:dI3jJrlV~;s,ti!tifl(;ão, múltiplas transações de
compra e venda de entorpecentes, em
e haxixe. Narra .."ainda, que ele negociava, em geral. em
sempre procurava
lJal)~icj$cJl~~i:n~~,ià:S,e)re'~el:'lva intençãq dê' atuar em escala maior, pois
I de suprimento.

é aCllsado, ainda, de participar, como coordenador dos


em
errlOr:ait.,d", que rêsultou na prisão em flagrante, em 9/08/2008,
á, de Yan 'Nobre Ascarrunz e
do voltavam cje ônibus do Paran
de posse de trezentos e sessenta fracos de lança-perfume.

que a atividadil varejista de Rodrigo da


"""'rrlllP .t
é evidenciflda Sil~unha
legoç;i'~çãlo entre ele e adquirente não identificado, em 21/05/2008, conduzida
ra
de 400 co.mprilljidos de MDMA. A?uz a denúncia que a primei
de
das trata\ivas, recebida por Rodngo da Silva às 14h22m
adquiriria:
los,tralría o ~dquirente indagando o tipo de comprimido que'
do-se à cor
c!C)~rl da Silva respond~ndo afirmativame nte às 14h23m, referin
stasv~ lata.o rg:
catalogado como elephant no sítio eletrônico www.ec

:",f'IIf.:I'(i-"i:rt . :.",'1,11,il 1 I, ;:'" ,1

"1'1 ',II'!_,:I"!,,I ",,1 ,I"'!


.Federal rei~ta situações em que Rodrigo da Silva Cunha, em
I '
I' :'1'

''''i",;,'''i ,', :> ' ; "OMinist~fio público de suprimentos.


,I., !"'. , te,se, !Tlo~trou-se.bastante ativo na busca
I .
,
. ""i ! i I ,I'
1" ,,!,"
: ':'
:'"

. ',I: :', I" , ,: •

,Br~nOiB'1gar()Il,? Mqtta Moraes

,
L
! • ,~ -
I

..
~ ,

PODER ' , ' 'i


, 'JUSTiÇ A ,," ') , I 'i,
, SEÇ(\O JUDiplÁ RIA DO RIO DE JANEIR 0 : ,
SETIMI) )/~RA FEDERA~ ,CRIMINAL ;i " i
Av. Venezuela~!n'1·:134; 4° andar~ Praça Mauá/RJ
!; I :I ..
Telefones: 3218-8974/8973 - Fax: 3218-89 (2' ,
E,mqili 07vfcr @jfrj.g ov.br' , i ','
" ',.: ' >. : '.', _,", [I 1 ' ,
, .' ~ , "" '
::' Rela'ta bMinistÉlrio Público Fedaral que, Bruno Bagar
ollo Malta Moraes, vulgo,BN,
I,,',:
múltiplas transações de compra e
'ii < ~mpreendeue 'executqu, no período ~51 investigação,
, ainda, que ele
"i:':" venda de entorpecentes, em especial MPMA, LSD e lança-perfume. Relata
'1'::I'i' i,l'nantinha relações freqüentes com v~rià\ associados,
havendo, em múltip las ocasiões,
Forni e André de Abreu e
, ,diligenciado aquisição :913 entorpecente?' de Henrique Dornelles
ico Cruz Sequeira Muller
, ;'Souza e conduzido múltiplas empreitaqas conjuntas com Fr"der
com Bru[)o Alvim de Almeida, a fim de
'Xavier e Karina, bem c'qmo em associaçao periférica
astecer para revei)das a varejo. ., ,
, ':~eab
l ,'"
" I 'i , ,!
. ~

duas empreitadas com


,á assoc iada Karina,
3/06/2008 e 5/0612008."
ª
A denúncia descreve a suposta participação do acusado em
primeira ocorrida em 31/0"/2008 e 310612008 e a outra
entre

,..!,' ,

ollo empreendeu e
Em 13106/2008, de acordo comia peça acusató,ia, Bruno Bagar
vulgo "Beto", bem como com
] !',êxecutou, com o associado João Rob'erto Peixoto Torres,
I ,:;IÚu no Alvim de Almeida, periférico à rede, venda do cinc~
cartelas de LSD e de 120
, ',I "i4omprimidos deMDM~para adquirente identificado apenas como Leonardo. ,,':
. kLi.'
de
, ;' ' !,., : 1 ,
P ! parquet, o primeiro contato do adquirellte foi com Bruno Alvim
defmanda e
t~lefone, $s 11 h02m e às 11 h25m de 13/06/2008; cientificado da
11

'li, I, ','I,' onemas,


tele
ência" Bruno Alvim teria transmitido a Lecnardo, nesses dois
do entorp ecente , bem como 11113 teria passa do o nome
li,"liiClf,orn1a,cêíils gera'i$ isobre preço e ·tipo
','Célula 'r:,Id~.',Bruno Bagar ollo,or ientan do o adquirente a guardar cautela 'ao falEir
o r ": I
' ,

telefone com BagaroJlo:


, ':
:;;~\L~ .:.,1,..:' ~: , : o:::. ' /
.// "'~ .."
Diálog btelefô nico das 11 h02m:
i,.'
, :1: '< .. :~i: :i'
.
BAA:: tá no Rio, não, tá? LEONARDO: Tô no Rio! BAA: Tu lá onde?
rl.1
,ii \!I LEON ARDO : Tô em De/Castilho.
BAA: Tu vai ver o negócio hoje? [confir mar
, "I liclema'1da], LEONARDO: Vou, vou querer hoje s'emf alta! [dema nda
,~),: conf,irrr!"ad a1 BAA: É a "007" [tipo de compr imido de MDMA1, se liga: O amigo
' ~t,' ,I [referêpc:ia a Bruno Bagarollo], ele vai pro Rio daqui a pouco; ele falou que se
':i quise(~l! te ponho na direção dele lá, cara. Em CoPá1
iabana. LEON ARDO :
[Bruno Bagarollo]
,:"Cop acéjib ana? Encontrar ele lá, então? BAA: Isso! E15,
um outro negóc io
:,esta yaqf1 erend o, ir agorinf1a mesmo, que ele vai desenrolar
tarde pra ele lá,
: :: !!10s Mol"ques, lá; aí ele não tava querendo que ficasse
vindo aqui pra encon trar com ele pra
, :,,:! ~ntendeu? Esse outro moleque já está eu só posso
',: !ii:l'f:I~r,oçlinheiro a ele pr~ r:le ir lá ver o negócio. LEONARDO
: Mas
,,!\:::~nc?Wrar com ele mais ou menos umas três e meia!
BAA: Não, mas é isso
trar com ele ali no
J:i(11e,,(7j,!;:[o horário convém] la falar com ele pra você encon
~ltima
!

! '('par.!idps :Parajbas, .. ali,. 0~~arata Ribeiro


, a rua antes do túnel para
do lado da casa do amigo
li:,pegar,,p Pava?, ali, ali Ja fica perlo, porque e ali
"H [~a~a~e He~nque Dornelles Fo rn,i , provável fornecedor]; ali ele já sobe e já
cara, como é
': ,esta ~II. pertm00' LEONARDO: AI.' tu vai me, dar o número do
:' que. e? ~AA: E, ~ode ser também; grava aí! LEONARDO: Eu
tô sem caneta
i :i' ,a~w 99
0ra; d?qw a po~coeu te ligo. BAA: Tá tranquilo. LEONARDO: Deixa
,

'i ", 'i eu "falar ~o .uma cOI"a: Pelo menos desenrola a doze
contos ,lR$ 12,00
faf,! u doze e
",'(P omp nmld o de MDMA] para mim! A doze! BAA: Ele
4347-4 Decisão Págin a___j' _ 2
(, 1
\ '.... I
,
... i 44 to , .......---_ •.•. , _____ _
':"_:,'; "

'li'

:"
, '
, 'i
,
," .' :'.-r.' , I

, .- '. i
,I
I
,"'i-i , . .1'-'.11
~
,
, '.i
" :':
.' I r
II r
JANEIRO I
I '
Av: Venezuela, n?: " 40 andar ~ Praça Mauá/R~
Telefones: 3218-8974/8973 - Fax: 3218-8972
E-maU:' 07vfcr@jfrj.gov.br !

'j i !

causa dessa
cinquentE!, cara! [R$ 12;(50 cada cOlllprimido de, MDM AjÉ por
porca USfl
aO?, car~.l [tipo de comprimido de tv)DMA] Elq lá entrando numa
rimido novo [lO merca do brasile iro] 'Se não
desse negócio, que é novp! [comp
mas aí vaí ser outra, né, cara!
for a 007;; ele pode ver a(~ ls,so pra 'tu, cara,
aí! Aí eu não seí se a bala tá
Vai ser dessas outras qUe já passou; da antiga
ía ser melho r apanh ar
boa ou 'se tá ruim. LEONARDO: Tranqüilo. Pra mim
eu te ligo pra
em NitEirói, mas eu encontro com ele aqui, sim. Daqui a pouco
1
, " :
: :,,'

pegar à ÚJefone, valeu? BAA: Valeu! .


""
I
,.
,r, 't
.

biálogo telefônjco das 11 h25m:


9942-7570
LEONARDO: Fala o numero do cara aí e o nome dele!. BAA:
ARDO : Qual o
[termin~1 Illóvel celular 1Tj0nitorado de Bruno Bagarollo] LEON
demais no
nome Clele? BAA: Bruninho também, Bruno. Aí não fala nada
telefon~ dele, nada; senão ele vai desligar também! LEON
ARDO: Falou.

"I "

O sitio eletrôni9oWww.ecstasydata.org registra o tipo de compr


imido Red 007.

'Frede rico Cruz Seqqe ira Muller Xavier


' ,
, I' 1,

indício s, ,hos autos de que Frederico Cruz


"
Sequeira Muller Xavier, vulgo, Fred,
ções de compra e
' , I , ' '" ,!I " ,

rBAn',1,éli ~'exect,itou, no período da inv(;lstigação, múltiplas transa


,
1, :

\'Ior".,<> de'~lo(Q.ec~ntes, em especial haxi.x


eflanç a-perf ume. Expõe o Ministério Público
ados, havendo, em
,~6,rl6.,,1 :qué:~,~Iê1~1l)artinha relaçõesfreq.üéntes com vários associ
ue Dornelles Forni, de
ocasi ões, diligenciado aquisição de entorpecentes de Henriq
itadas conjuntas de
era, s~P9st9,d(;lyedor; e que cdnduziu, ademais, múltiplas empre
s.
vPTlr,I,", de !entorpe<:;ent~s a varejo com Elruno Bagarollo Motta Morae ,
:', ' ',~,':! ! I,",! , ' ~ I ',~
".' ~:~g o parquet, Frederico Cruz era dos associados mais cautelosos
onl falar ao
ariam a
;telet'on'e; . assim, múltiplos ~iálogos telefôn icos interceptados elucid
'. " ~ssociação estável, de transações com entor p~nte s, dentre eles os
008 às 14h28 m, 'e(n 11/061 2008 às
i"'klnr,,,, t •.~n'i",i,~""II.!la denúncia, travadàs em 4/06/2
o dívida de tráfico
1106/~P08, nos quais Henrique Dornelles Forni teria cobrad
~ , ,

il'8
'.. . . entre '0'ellington Soares Brasileiro e Frederico Cruz Seque
demon strada, de acordo com o
. de mercancia de entorpecentes é
os quais ás transc ritos na
reeuelral. em vários diálogos telefônicos, dentre

o
.qu~,em 29!07/2008, às 19h531ll, Frederico Cruz manteve diálog
último o envio de cinqüe nta
IV'f~IVIIII de AI.melda e':l que ofereceu a este
i(iCi~ilç!~., somo cl~q~enta reaiS - de entorpecente para revenda em empreitada
certo, po;s
13rra,:;ai(lg;.3.i adenuncI~ que_o pagamento teria de ser feito em prazo
u~.:oper~!Y!l em conslgna~o ?e fornecedor de favela, o que criava riJOJ
para

.81:2 , c;soO::iSI:dlmPlemento; e, ainda, qU:á:ineanto:~~~~ffte~~~i;


(y ". "
.
,
:,1' ! _ c- '" ·L
i' .

I, I:
,"d

Av. ve"e.",o,".
,: :~ ,:

, i! I : !' ,~.
," 'i ,1'1 ;i 1

, ~" • I" , ; 'I., "i


sobrE! preço ("se liga:! dez
.. 1 •
'. "

\la:Kixia, pois: Bruno' Alvim fez, ao final


: , , ' , :

r.OIIlS'II T'"
.
p.n'lnn,p.r:p.ntp." remete ao grama do haxixe:' '
! , ,I'

, is"?) que, de acordo:com o mercado


! ' ','

,i ,\ :
" I "
estou com o
(... )FCSMX: Vou te dar o papo retg logo, morou, parceiro? Eu
!

ai pra tu?
amigo aqui, aí, tipo assim,' quer que eu mande cinqüenta reais
aí da tua casa aí. [contra-
BAA: Lógico! FCSMX: Pra pagari;Js bagulhos
se liga só: papo de
informação] BAA: Lógicq, ' parceiro1 FCSMX: Mas, aí,
basea do em
q' sujeito hqmem! O bagul!lo é respons,a lá em cima [fornecedor
I favela], ligado? Lá em',cima dos 'amigos e eu tenho que estar entregando
ta
" I' ,sexta-feira que vem - tá ligado, írmão? - tudo aos
caras lá. Então você não
Podê pq~~ar esse bagulh.b pra sem~na 'que vem não, entendeu?
[prazo para
i'
,mal com
!i, pagamento] BAA: Já é, R?rceíro, lógico! FCSMX: Não vaíme deixar
Que é,' pô, esse
, l o S amigos aqui depois nijq, né, veado? Pelo amor de Deus!
o, pô,
,,~agulhq!:~ minha segurança até, imião! Fui lá ontem desenrolar o bagulh o
te no bagulh o, e o bagulh
'. ,i '~eríãb I~'em cima, tá Iiga·qp? Vários amigo s presen
, entend eu? [temor por
,'sq ff?l ~rsenrolado mes(flÇ! porque é necessidade
I: ",segurança em caso de in~dimplemento] BAA: Se liga:
dez reais? [consulta o

.. X: É,já é, is~paí
l;preç oiFPM
','"
...
mesmo! (. .. )
:'/
, >i':

l"êdnârêloP:brf)h~:" de Assis é, acusadp(j~ empreender


executar, no período da e
',inve~,ti~laç:ãq transações de cOp1'Pra e'ven da de entorpecentes, em,es pecial
es
ôiá,IoÇ10S telefônicos 'interceptados indicam que ele mantinha 'relaçõ
ocasiões, tratado da venda de
vRrin~: associados, havendo, em múltiplas
Anl~r(,\ de Abreu e Souza, João Roberto Peixot
o Torres, Chrislian Martins 1

• "

}A<!ltc.s Sampaio .•

por exemplo, que em 12 G 13 de agosto de 2003, : Leona rdo


ne!~Oc;i'1ldO, Gm c1iálogos telefônicos interceptados,
o fornecimento de
Ih"V'liv" , para João' Roberto PGixoto Tqrres.
NQ"~primGiro, travado às
o preço; "
2/()8t:20(~l?, João Robertp teria reservado o entofpecelitee'combinadO
12h44m de 13/08/2008, eles teriam marca do o encon tro para a
I

. liga, aquele bagulho não pode ser sete e meio, não? [R$ 7,50
o
],
Pra pelo menos. eu ganhar cinco [cinqüenta centavos por grama
pode ser sete e meio não? Pra pelo
. Oi? LBA: Aquele bagulho não
iné:no,s"l11 cinco centavos? [cinqüenta centavos em linguagem cifrada]
adianta agora/.agora tem que esperar. JRPT: Por que? LBA: Nem
Ij'?di$:nta;.o bagulho tá, coil)o ... JRPT: que, acabou? LBA: Seriam
ente. JRPT: o.
queria cinqüenta [50 gréjmas] LBA:T á falando de quê? JRPT:
sem
[halxixe] LBA: Ah,tot al, tranqüilo. JRP,T: Amanhã de manhã to ai
ir lá na direção do parceiro,· pra levar pra ele. LBA: Valeu.
se liga, vou ganhar cinco pelo menos s6 cinco. LBA' Valeu
~á é;, am~nhii de manhã vou ai tua díreção, separa ~i~qÜenta: na
:>T·"(),,~, e, Leo. ta por onde? LBA: Tô em casa, lô saindo ag~a.
JRPT:
,
P2ºina~ 23
.. '

POpER ,nll"lhO'f'>
133
_ ' J\-IpTIÇA FEDERAL
SEÇf.O JUDIQIÁRIA DO RIO DE JANEIRO '
SETlMA VARA FEDERAL CRIMINAL' I
Av. Venezuela, ri'~ 134, 4 andar":'" Praça Mauá/RJ ,
G
1,1
! Telefones: 321~-8974/8973 - Fax: 3218-8972
E-m~iI: 07vfcr@jfrj,gov,br " " " 0,

, , , " ,I
: .,' ' " , : I I

Tôoaquina usina, cara.I,.BA: Então sobe aí, que eU to aqui no Binho,'JRPT:


fô subihçio, cara. LBA: Agpra;que tô atrasadã~. JRPT: Valeu. i,i
i I ' I
I
,
I i\
'.

',', , Ad'0z a 'peça aqusatória que Anoré de Abreu e Souza empreendeu e !,xecutou, no
,'p!,ríodod? investigaçã9' múltiplas trallsações de·compra e venda de, entorpecentes, em
11' "ispecial MDM!;-, LSD\~ haxixe. Aduz, ainda, que ele mantinha relações freqüentes com
, ,I'i: vários associados, havi;Jndo, emmúltiplás ocasiões, tratado da aquisição de entorpecentes
,'.li ',ilil'tom Leonardo Barbos"; de Assis e da 'venda de entorpecentes com João Roberto Peixoto
! ,I i Torres, Christi~n Marti~s Porto Lussac; Rodrigo da Silva Cunha e Bruno Bagarollo Motta
I

",:', I :! ,i Mf:lraes"bem como côrn Luis Henrique Celestino da Silva e Daniel Mattos Sampaio em
" ' I ['lpralelo à rede. .
\1 i· :! '. i i ;'!: )

f,I'!::""!".:'!,, A denúnciade\icreve as supostas negociações de entorpecentes em que André de


,,: I, "jAbreu e Souza teria figurado como vendedor efetivo ou potencial, em atuação de pdrte
',I!, ,: :,,' C,9 mpatível c9m a funç~o de distribuidor e aquelas em quo teria figurado como adquirente,
, , :11: li~: P?ra co,nSpí~LJ~i iin,!lid~de de revenda.
;':.J:' li,' : Ad~maisl,A~díé:de Abreu e SQuza é acusado de negociar, em diversas ocasiões,
, I'" " , ", . n, t,a,'.,,' MSN,,' vendad, e SUbstân,C,ias entorpecentes, conforme as transcrições dos
"il,;' " I
I ~onstantes da ficha organizaoé\ pela autoridade policié11 para o acusado.
';\!I!;:::!,'I: ,(t,:,)fi ':!:,>:~ i',,'
, ";', i ,; A!\'l.w~,!i,,~,,~W~tério PúblicC? Fec;leral .. que André Abreu e ~ouza sabi~ d8 ?e
:' i" nC?'í(l~~,\r~ngEWp. do MDMA e. do l..SD..,quQ,comerclallzava, como Indica o dialogo
I •

. ico 'ir]l'El1:ce~léldo travado entre ele El Christian Maliins Porto Lussac em 21/05/2008 às
8'm: ":::),"':' ',I},':,'", ,1 -I': "~o :! ... ,

ii'
II ~,':

. '""
'l:, AAS:!Vê
I : I ,, ',! '

na internet o moleque que rodou hoje viridoda Holanda. 42.000


balas [comprimidos de MDMA), 18.000 doces [micropontos de LSO}, 400 gr.
'\ de .Skunk. Tá na internet. Mora lá no Recreio Ainda não mostrou D cara dele
': nãei, a caroça dele;- mas, pô: ele veio nD conexão AlT],sterdam-Brasil, ou Rio;
molinhq .. ; "':::<'
. i i·
Roberto peilCo~o Torres

João' f-In~,,,,rln peixoto Torres, vulgo "Beto" ou "Psy Táxi", é acusado de empreender
da investigação, múltiplas transações de compra e venda de
eS!:lecial MDMA e .'!laxixe. Relata o Ministério Público Federal, que ele
reli~çc,es' com vários associados, havendo, em múltiplas ocasiões,
entorpecentes com Leonardo Barbosa de Assis e da venda de
~nrn't,nrlrÁ de ,A.brElu e SOLlza, Rodrigo ela Silva Cunha e Bruno Bagarollo
, que ele mantinha associações paralelas com Felipe Augusto
.Dar]i~1 Maltos Sampaici. .

supqstas! negociações de entorpecentes em ~ue João


I

r..:::::' .. ,
I'"
", :.~
~ '.ti ,:
-~
,i

134
PODER 'I
, :JUSTIÇA FEDERAL ,
SEÇ[>.O JLiDICIÁRIA DO RIO DE JANEI~O
SETIM/\ ,VARA FEDER AL CRIMINAL ,"
Av. Venezu el.:n· 134. 4· andar'- Praça Mauá/RJ
í, i Telefones: 3218-8974/8973 - Fax: 3218·8972
1,,11 , ,,):. . s~rlOil: 07vfcr@jfrj.gov.br "
, " , .,:, '._'
.
ef<qtivo ou potencial, em atuàçao de
, "', " i!' : I 'I' ,
",':';R .ober td Peixoto Torres teria figuradq como vende dor
' '
, 'po\\ e compaÚvelconl,a função de revElrdEldor.

,;:,i,:,:~,J 'I p'e lcord oàom o Mínistéri~\\PÚbIiCO


Federal, o seguinte diálogo telefônico
(interceptado,1 travadq em 19/06/200~,1 ~s 121113m, entre J?ão
Roberto Peixoto Torres e
"i' :;:r; da rede, no qual ambos
i d,i 1'11{- André , qe ,Abreu e Squza. é elucidativo do modo de funcionqmento
: ,'; ,li h·,': estanam a busca de supnmento de MPMA:
ii.! :i:i~"i ' JRPT:" Fala, tu, que tá'.todo mundo me ligando. AAS: E eu,
parceiro? Tá
caras vieram lá
boladão. Fiquei ontem adia inteiro com dois amigos meus, os
que ia VGr
de "nikiti" [Niterói] até a noite e não resolvi nada. Nibio falou
algum~ coisa pro lado de lá e não viu nada. JRPT: Quem
? AAS: Owl. Recorri
ollo] ~ o Cozi
até a~ueles m,0leques:: se tu quer saber: BN [Bruno' Bagar
ta l/gado?
[Rodrigo da Silva Cun(Ja], mas os moleques cresceram o olho,
comprimido ele
JRPT:hFizeram a quanto? AAS: nove G mdio [R$ 9,50 o
das] nove,
MDMA], mas o moleqU(i:só quer "garpa" [pagar com sílabas inverti
,lá ligaço ? Mas o bagul/jo é sério [pedidO 'firme] , tá ligado ? JRPT: Jô ligado.
Aí é fada; aí tenho que
AAS:'~ seis, zero, zero'[600 comprimidos de:MDMA].
ver do' lado de cá. [André de Abreu indica a necessidade , de esqua drinha r
ei com
outro ~egmento da red~,: tendo em vista a falta de acordo] JRPT:
acord
E eu, como eu tô? Tem que ver, irmão!
I : 'os ,oufros me ligando aqui agora. AAS:
escritó rio. JRPT: Por quê?
, ,I, Ili Sabe pnde eu tô? Tô na lan [Ian house], no meu gente. [impossibilidade de
, ,i; d,,' fiAS: ~áem casa o bagulho tii ficando feio,
muita
por medo de descoberta]
i;:i0,,,.:H:;lhegoo)ar entorpecentes pelo c;Pmputador resi,dencial
, . "\;\:";.;" ...'JRPT:.Pô, irmão, vou pra "
p~á,
",'
vOu correr atrás .
dissO, tá ligado? A: Tá, vendo
uma porcentagem .
,:'",' pô, sEl souber de alguma"coisa me fala, então; te dou até
'l'~
'1';\,,-.,-,

ql!er saber se o·
. ,JRPT : Os moleques lii tão na condição? [João Roberto
'segm~nto da rede esquadrinhado por André de Abreu
pode suprir] AAS: Qual
moleque? JRPT: B.IY.? AAS: Nada, é o tal do amigo , aqui, do corte do
,'C,antqga/o, aqui [André indica que o integrante da rede ~capaz de suprir t
AAS: VacilCl pr8
;,'ienrique Dornelles] JRpT: Ah, é aquele vacilão do Henriquel
aqui na área,
'caraltlo o Greg [um dos apelidos de Henrique:; Dornelles]. Ele lá
i ,aqui, .agora, ali em cima agora,
direto. (roferêncià~s bocas de fumo de
residência de
, H.~nrique pornelles no Morro do Turano, nijs proximidades da
e meio; eu falei 'tá maluco'. ,
:, Ai!dr~' de Abreu]. Então, tô ligado. Ele quiS nove
aqui a tarde toda
'F:ía ty'ver onde que eu recorri, tá ligado? Ficou os moleques [indag a sobre'
9pmig(), ~ão tive a quem recorrer. JRPT: QU!31Ti é? O tio chico?
s da l<ak6
os acfqwrentes] MS: Nada, tu não conhece, não. Conheci atravé
vieram nGl
[f<arirja], mané. Acreditá? A Kaká veio na; minha direção. Eles
com elef,
,;i: dire7ão do amigo, aí não acharam o amigo, e a Kaká encontrou só faltou
'}! i !ól8UI.1A[ ele tr?~ou telefóne comigo e veio ontem . Bagu[h o todo rip,
'I'i :'1 [mesm o a n;atena-prllna. J~P.T: Então, vou ver, qualquer paracja te ligo. MS:
MS: Te juro por
, ", " Ef eu\a:n ?em, do me'lm O Jeito; JRPT: PÔ, faz esse favor
ce de mim não pelo amor de
, " I1 ,Deus , Ja ,Ia te perguntar lambem, não esque
peus. Ate. ~essa responsa que o Daniel lava te fortalecendo
[indica aceitar
, ,,'
, .:', 'li, ,i; Q~t1<l ~~lBÇ!,~ dw :.mto.1lewc:~l ,IRPT: TSI11bém queren to do. ,'1.,,\3: Então, isso

i i, '." I, i ";II:},:: : ~\1.~ \~ ;,~I;1M~, OI\) Thll:i}) qUlll)Dl(:: .1:, n~v9; ,;caD"'1 ue iI0.'.t pra ,i)le 2g0fe,
18 di)
i::;',',,}' : ., '[I:nll! /.I"'WO .1],) llln/ltlillJ, I hJ\JrJI !lI) h\l)jl) lilll!l)'1Il1 0111)(, '/1)'1111 Itl \/iillrJO '11)1,
i 'i':';~I!.; Pk_:, ..;)il~~)~I~ ;'Aiit.)l" j t.{ '1 "/.4'/1. ~I/
~/f>~t/i~)
r
.1 I -

1,':;;:,11",11: -/:>Ii! {1f1rml'11::,:r~~~' ,.u .-vI JEf7..4


I:
1

Dlf/;q~/, -
I :,
·135
,
!
i i
"1
'! ji, ,,
1 ":,
.::
""\,,:,v Jl1ÇllCIARllA
t-~'J~r(f\L
DE JANEIRO'
I 'i '

I .
ti· SETIIVIJ'i'," A~lA fIEDEóRA,L CRIMINAL' , ,
Av.'-.~:~o~~~;~.~~
I T'
Praça MauálRJ
R-H" f4'H~,':<-,, Fax: 3216-8972
: 07vfcr@jfrj.gov.br
I "

J " , ,I , ", ,
responsa pra mim? O al11igo, o Cozi [Rodrigodi3 Cunha Silva], tá ligado, falou
'que terP um parceiro dele. ~RPT: Sai fora, ai 9ai fora. tJoÉ)o Roberto contra-
Indica o
parcéiro Rodrigo da Cunha' Silva, provavelmente Bruno Alvim do
IAlmeid;;Í] MS: Melhor, pé? JRPT: Muita com'plicação. MS: Muito risco pra
pouca
I
..." JRPT: Pra pouca contribuição (... ).
< •

yhristian Marl:ins Porto Lussac

"""""'111\",:" Há indícios fl~§ autos que Chri~tian Martins Porto Lussac, vulgo "gigante" ou "giga",
e
!

"'~mpreendeu e'xecü(ou, no período, da investigação, múltiplas transações de compra e


venda de entorpecentes, em especia\'haxixe. acordo ctJm a denúncia, ele mantinha De
relações freqüentes ,!'19m os associadqs Leonardo Barbosa\le Assis e André de Abreu e
", SOUZq e mostrou grad~e cautela com a linguagem que empregava ao telefone.
'I ':' i :' i ,.:}{' : :

',,' -i" " ' çbnst~ i da' ~~ordial que eff") 19/09/2008, às 11 h34m, em diálogo telefônico
.'interceptado"Christian Martins teria discutido o tráfico ilicito de drogas mais abertamente
"'corT) 'adqpirente 'nãoi~~ntificado. No d1'álogo, ele teria indicado vender haxixe por dez reais o
'·grama e teriaavaliad.o'opções de compra de maconha em fayelas da Zona Norte:

',1;:1; T~!, m~ de!1 un: haxa [haxixe] maneiro aquele dia G: O amigo <lli tem, quando
I, '
"I, ,I' q~is~(y!m, ~í...H: E mesmo? Q: E. H: Eptão maneia pelo pack ai pra minI. G: Já é, só
" I' fal&:r':CQfn 'ele. H: E é quanto? G:Sai/a/10,tá ligado? H: Oi? G: Sai a 10 a grama. H:
1

" A~ ~i,E'élcO quê, uma bola? G: É. H: Manda umas duas ai pra mini, Gig3, G: Já é. H:
, ' V?i.fp~alecer' Ciquela parada? G: Vou te dar de presente, só ver o Pack. H: POITa, só
I' tu irl~,I!,acasa dele [Leonardo Barbosa de Assis], só tu ir láno catra [Catrambi], só tu
m'andaro 'm'?to ta xi na' direção dele. G: Já é, mas eu vejo ele direto. Çluando ver, veu
'9ar~ papo ~ele, H: E onde tem o fumo bom? G: Tá brabo. H: Os caras falmalll aqui
, q!:le n,? m,angl1inllo tá bom [Favq/a do Monguin/]osj G: A11, devo estar, nÊ.e sei não. H:
Tu 'n~o tá escl,ltando não? Nego falar que tá boa, não? G: Nego ta falando no
f1lan 9.ue [Favr:la do Manguinhqs], na M [Favela da Mangueira],'mas ver, que é bom,
nao VI. ~ ,
"~.

!, • O~qemais ,diálogos telefônicos interceptados narrados na denúncia evidenciam a


suposta P9t:licipaç\íqpo acusado na rede criminosa.
I':;: "

I
-~
,',
'. -,' ,'"'
r,!

il,
"'PODER "I!
.-' •' ,; 4LiSTIÇA FEDERAL, I .!
" '" "~' SEÇÃO JUDiCIÁRIA DO RIO DE JANEIRO'
, SÉTIMA VARA FEDERAL CRIMINAL !
,': "Av. Vênezuela;'po 134, 40 andai-ipraça M,{",ílRJ
'! ' ' Telefones: 3218-8974/8973 - Fax: 3218-89"(2 "'
, ' ", i E~,~iaif: o7Vfcr@jfrj, g o v , b r " i ' : " _ " ' 1
,i ,
1( ,: I , 1,1 " , ,::,' ~ ':

P~S(),' ~rkha+~~ OU ~aconha, conforn,e revelam diálogos ielefônicos transcritos iAa'ficha


"

,organizada pela autori~ade policial sobre o"primeiro. "


, ':', I ' '; ' " , " '
, Narra,: ainda, q:~e em 4/09/2008, 't:.uiz Bernardo Cardoso Net() .adquiriu de Henrique
"Dornelles F()~ni, para revenda, 100 grJaméls de,entorpecenteq~e, de ácordo com indícios,
[' i Ill,,,!3m especial }esultan\~s .das discuss~!3s sobre peso, era haXixe ou maconha, conforme
i!l!"!I!:,ii!,reVelam,o~ dlil090S t~!:efonlcos transcr!tos na denunCia ",

Vi:
,I,'
:i,~qS fatos objeto deste processo são extremamente graves. -renho que a liberdade
.:,>idos depLlI)ciapos, 'nestas circunstâncias, importaria desprestígio da Justiça com repercuss[lo
r ·1
,\:, ",r:' I~a erderrr pÚbli,c,a, alénl de importar graves e sérios prejuízos para ,a instrução criminal.
;1;,

i
, i '
' Conio oem lançado
prisão pr{3v{3ntiva
,
pelo Ministério Público Federal, mister se faz a decretação da
do~
denunciados com o fito de garantir a ordem pública, impedindo a
.

, 1
prática dE;), novos, crimes e para acaljtelamento do meio social, tendo em vista que os »
: ac(lsai:!9s' possue~ ~Ito potencial lesivo à coletividade, e também para conveniência da
,:1, ': ,', i8,strução ,criminal. CÇ\so permaneçam: em liberdade, podem vir a dificultar o acesso às
',11\[(; ;':lderri3is li',pr<;Jvas que 'os incriminam J ou até mesmo destruí-Ias, como se dE!preende
,:i'<'!':,~specificcirrjellte ~o~iálogo dos' denunciados narrado pelo parquet, o que é típico desses
, '" : 'i I li ~ ,
') , i:' I ; ,:·!i !:'CI:'" ' : t', " "I': " !' :.; , ' • ,
'I,t·" ,"!:I,casos "[lh,\.:, t !,i;"'j,'1 ,.'
. •• ·/!.\il"I!, ",'I!!'!,'!),; , i"'. ,
li!i',1 /,i:l!! iit0'~r(~C9!q4~ ~onstam nos autos relatórios elaborados pela Autoridade Policial que
. ,I' •.•·.lrel.iltam ..~lle,l,ao;llongo da investigação, foram lavrados 15(quinze) autos de prisão em
" . :.'I.·.I·•. '.•. !!,:.',,'.!.f!aW~":t~~.Rn.!.!~90. c.q~ 36 pessoas p. res.a;/sendo apreend.ido armamento .de uso restrito,
'1':.;.1, ,,;!rrynlço\?s,:~;.;~~rso~ t~pos de dr?gap,sendo a quanlidade. mais express!va envolvendo
"!':i~i:I,' ,!,.~5,:OO~.~~I~)e·ec!~comll).compnmldos de MDMA (ecstasy), Oriundos do conlinente europeu,
I! i:;;'.,r.g~,~ IngrEls.saram'no 'pais pelo Aeroporto de Conflns/MG; representando esta a maior
"I':I:[' . ! .,aw:e:nsã~:d~ droga~ sintéticas do Estaqo de Minas Gerais.
, I. jI,,' : ,I I. '~" 'i' ' :. :., -
.' . 'Jenho que o f,üo de os denunciados praticarem as supostas condutas dolituosas que i
Ines são 'imp~tadas ,(tráfico ilícito de entorpecentes) com reiteração e ilabitualidade, li I
d~stacandp que algu[ls deles pal·ticipavam do tráfico de drogas rites.cno encarcerados ou i
logo após,a I:conguistil da liberdade, configura a necessidade da excepcional medida com \ )..
escopo da garantia da ordem pública. ' .
, ,

" Torna-s'e necessária ainda para conveniência da instrução criminal, tendo em vista o
alto poder 'de intimidação, que é uma das características das associações pam o tráfico, que
,poderiam exercer sobre outros envolvidos;
':1 ,i I' " ' ": 'I'
I:', ',' , '
, !:; ... ' ; '. Em ;não;i~eni:!b decr,etada a prisão preventiva coloca-se em risco a aplicação da lei
'.1: p~nal,,-:,ez ~que :?sdenu~clados que se encontram soltos poderiam deixar o Estado de
'I! !o(lgem e ateme?mo Q pais. '.
I, ' ,

ressaltou o Ministério Público Federal, embora alguns dos integrantes já


1tl','!SCI.S\lar força dos flagrantes efetuadas, é imperiosa a ds~re\i;lc;.30 rJ83
.[lestes autos. Q' que serviria como forma qe evitar que rrtórnern à
"A',IAr'\' con~essão de liberdade provisória nas ações pef'a.is que
'1!~Prç)ce,sso ~,:,'!991~~~1!!:9i Decisão Página ç_._.J 27
-. .\
,1',':
I,' I
137
. ,PODER JUIJICIARIIO
. : JiJSTIÇA FECIER!\iJ
SEÇÃO JUDICIARIA DO DE JANEIRO'
SÉTIMA V!lRA FEDERAL CRIMINAL!'
'
Av. Venezuela, n? 134, 4' andar - Praça Mauá/RJ
Telefones: 3218-8974/8973., Fax: 3218·8972
,

E-I11DíI: 0Yvfcr@jfrj:gov.br i'


,,' i
I
! I ;:,':: I '
;' i: '
' I

imputações Iião.d evem


!
I!,
pbssivr:llmente, podem ser atraídas a este juizo federal. e 'cujas
I t

1')0 qual estão inseridos, alt<lmente lesivo à


I . réfletir. Ç:om fid!3lidade o grave contexto pelituoso
ordem pública;
!: i I: I! '
\ \ I

organização ainda
'Ainda como bem anota o pargue!, alguns' dos integrantes dessa
o de impossibilidade da
não fo~am' identificados, o que contribui para. o receio objetiv
~plicação da lei penalI caso venham os 'fjagra dosa serem soltos.
. ,'
~' .

•. .Há fortes indí~ios


da participação dos denun ciados em crimes praticados e-n
e está comprovada pelos
. associação dedicada ;010 tráfico de entorpecentes e a materialidad
consla ntes dos aulos.
próprios fl~grantes, cSlr\forme narrado nos wlat6rios .."~

fundada suspeita de
Os fatos noticiados são reiteraqos e de extrem8 gravidade. A
r ",':
:,1,
pcorrência das infrações penais mencionadas é corroborada
. !I/ti! d~t\'lrcep\açõesefetuadps, como aponta a denúncia, crJlilçl
pelas prisões em flagrante e
erizando-se o fumus boni iuris,
. '1{')',Tj~I!ípótes,eYertente, '., '
,
I' ~i .: :i ,.":1, );'!::,: i"/I!;.I' ',' ,i', ::'! !' .' !,'" ' :- !
",
ça das condições q'Je
',I' . , ri" !i Tudo, 9 qut:') consta destes autos está a demonstrar a presen de previstas nas primeil'a.
1"i'I,1 , "a ::lY)ed.idaprocess~al extrellla ~e privação da liberda
:'Ii: ,'i::, :, , eultl~a f!gurqs do. artigo 312 cjo. Codlgo de Processo Penal.

·11,I:i,:!L t }ju~tifi~~:sJ assim, a necessidade da pnsao prev8[lIiva para garantia da ordem


a aplicação da lei penal.
',lil,:";'1 r", 'ública ,'por conveniência da instrução criminal e pma assegurar
I j': l':I,"i 1" "', " "
postos e
"',1,"", ,i '•..,', ,,' razões, acolho a promoção l}linistt3rial vez que presentes os pressu
do CP~,
i

autorizadoras, com fundámento no art. 311, art. 312 e art. 313


4
','r: II ,', !', cia. /
na denún
J,,!,"'!' I! 'i . PREVENTIVA de todos os denunciados, qualificados
I' t I. ~
os respectivos Mand ados de Prisão .
I, ' I' " , I
: :,"'!, . :'
; ";'1::,"1',', ,',i'
" , !"1 1,"
dos fatos
i ,i,i"'" do~
motiv os expos tos pela Autor idade Polici al e da gravidacle
autori dade polici al
ú'so de algem as, deven do a
. ,I' i":', :mlste s' au·te,'s trataq os, autori zo o
. o cump rimen
:
to da SúmUla Vincu lante n011:', " ~~

i;,'
do rec~ío de fuga
,
" '" ,f'EfÔ ? líci!o.0 uso. de alg~rr:as eo! casos de resist ência e dedofunda
preso ou de tercei ros,
,f!U?~ per/fiO a mtef/.ndade flslca proW ia ou alheia, por parte
ade disciplinar, civ" e
ilu~tl(lcac:1a,·,a 'excepcionalidade por escrita, sob pena de responsabilid
do ato processual a que se
pe(1~1 ~oagE!nt~ ,au da autoridade .e de nulidade da prisão ou .
.I efel e, sem prejul,zo da responsabilidade civil do Estado."
" !

,', I

,
DA BUSC A E APREENSÃO:
1~ ,

dos de bUSC2 e
.' S,Min istério Público Federal requereu a expedição de manda
tram soltos (cOnforllle
,ap,reensa_o nos encjereços de, todos os réus que se encon
de se e~ ontrarem
.q~aliflcaçoes. ~o~stantes na denunCia), tendo em vista a possib ilidade
provas d,,a" atiVidade c,flmlllosa (fumus b?l1i juris) e o perigo de tais prova.s se_det,friorarelll,
de serem apaga das (pDTlC lJI(lm In mora). . ,.'
, ou seja, perigo
, ProcEfss,on~ 2008.51.01.814347-4 08('1'5"
I' , """ ' .. '"
,') P"
.i1 g l n a · ..
/"
28 ·r
, " ! '"
C ____ !'j
i ": il : j'

I!
i"
.' i
, ''I i ' , l') ~
!l" v,,~
~: .'
.'
I

i
PODER ,
I. ! I,
, 'i ,JUSTIÇAÃ~FEiõEIRAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA
" 'SÉTIMAVARA , " ~RlriINAL!,', ' ,
. , Av. Venezuela,; rio 134, 4° i ,~ Praça ~au~IRJ
i Telefones: 3218·8974/8973 - Fax: 3218;,89.72
E:maif:'07vfcr@jfrj.gov.br 'i i
'il
" , " " '',, I'

!."
':"
,i ! . ' '
'[, I
ii"1 :
j'
~: ' ,. .;.
, Ressaltou que é plausível, portanto, e mesmo prov'á'iel, que os denunciados que se
lj. ::',!
11 .•
encontram soltos mantenham, em suas residências, sob. sua guarda, entorpecenteselou
:'il I !

1- !'! I: petrechos e' escritos' instrumentais ao'<tráfico respectivo: tais como balanças digitais,
" . I' agendas, anotações de clientes, documentos bancários e fi~has cohtábeis. E é tendencia:
11 que,' uma vez cientes da, propositurÇ! de ação penal em' seu desfavor, os clenunciados
, 'promovam a ocultaçã;o ou a destruição desses elementos.

I, " " , ' .• Re_quereu a .pu~ca e apreensão, nos endereço~ de todos os. réus soltos (cf.
'''''''1'' ,iquallflcaçao nas denllnclas), de todos os elementos probatonos que, a cnteno da autondade
':,' I:! policial presidente da diligência, provejam lastro probatório 'á imputação vertida nas
"I "~o "','Idenúncias, inclusive de aparelhos de te,lefone celular e de equipamentos de informática.
,.'
,, Em relação á denunciada I<<jrina, requereu também, a busca e 8preensão de
: dOcumentos que permitam
., elucidar sua' identificação civil.

Necessário se. demonstrar, a propósito, que o preceito constitucional insculpido no


"'I art 5°', inciso X ~a PRFB/88, não pode l1em deve ser encarado como sendo um direito
:', ' alJsoluto já ,gue, derá muito, as liberdades públicas,. em', nosso Estado Democrático de
",' Direito, cedem ,diants,do princípio da relativização. Esta"a lição de Ada'Pelegrini GrlrlOver in
11:" , . ,', ", ,I l' :
,'i Liberdades Públicas ~ Processo Penal,:2 a Edição, RT, São Paulo, p. 88, verbis:
",' ,I l i ,:
, ",.'.aafirmação de que o direito a illtimidade está tutelado pela Constituiçã~ brasileira
! " • , ' '

.não significa' tratar-se de um 'direito ilimitado. Aliás, já tivemos oportunidade de


,
, I df~CO(.~er, neste trabalho, a respeito;rla relativização da<) liberdades públicas, que
, I,!, •pei'c\erám o. seu caráter de ~ireitosAfbsolutos, com ci qual h!3viam sido consagrados
nos~oculI)entos do século'.XVIIL O ordenamento não p,ode ser concebido senão
corro', um . sistema de limitações recíprocas dos diversQs' direitos subjetivos nele
!3xistentes .... a fim de que possam coexistir em harlllonia".

'"." \' i
'A
Bysca, e ~preensão justifica-se quando a coisa que se pretende buscar e,
.!'3 vECntu lmente apreender, interessa diretamente á elucidação da Ci;lUS8 '.' tendo em vista ser
!
f
,r;:'ldlda de .natureza, acautelatóna, destln!lda a eVitar o seu pereé'l'rnento, co.plP medida
.extrema de,afastamento da garflntia constitucional de inviolabilidade da casa em seu sentido
'amplo.' " ' ,

,' \'lqc~so em exa~e, pelas razões expostas pelo MPF, acrescido dos elementos que
,:constar1ldo~ ~utos, ve~lflco demonstrada a imprescindibilidade da medida pleiteada para
,,obtenç~o das IIlform<õ\çoes pretendidas, com vistas a coletar material probatório da prática
"delrt!va,ben: como esclarecer a eventual participação ele outras pessoas.

Estão presentes' as razões que autorizam ,1 busca e apreensão, nos termos


" requeridos pelo Parquet Federal.
i I,' '

",' ,,' !C9:n fundamento nO,,9rt. 240 do Código de Processo Penal, DETERMINO q busca e
,ª-lli:eensao,' D,URANTE O DIA, de acordo com o que dispõe o artigo 245 do tdigO de
I ~rocesso Penal, nos endereços dos réus que se encontralll soltos, de elementos \ e prova
C
p'lrCC8S3D ll
,
26p3.51.01,81ilBu'7-4
,-
r]n(T'"1
,~.~ ~'Ô -}r~jr;8 ,.~--~;
. /
?n
",-, :''. .--,-'

"
. " I" ,
1 ,":!
... .
~' •

. \
',i, i,

AV'T'~:7;'~:J~~?gJ;~~:~E!o~:~"~l"-""1
~
I , I:: ' : , -' : ~ .
onlnr,n"""",r,t,,,o' , assim: como outros, elementos que
outras infrações I conexas e outros elementosde convicção, de
~1,;1:pçllp~i,lC\s'i~~I,emlmj:çis ' , os q4e; ,~" critério da autpridade policial presidEplteda
,probatór!~àimputa~ão vertip~ nas denú'lcias, ,inc,lusive de
t"I,,,ft1,"I' celular e de"e9uipamel}to~ de i~formática, bem comq ?e bens
n"",llrf'7'" e desproporção entre p valo\Ei a atividade desenvol~lda pelo
r-se obtidos pqr meio,criminosq, ~onsoante previsto nq art. 125,
"n-,h"," do CPP, especialmente veículos o ()utros objetos de valor, beill
, elementos de convicção, relacionados aos fatos em apuração e qLie
'.
"t"rí"llírl",rl., e autoria o'u ,participação cios crimes investigados, no endereços
"""ln,IIIH policial. ' '
\,
" ' Em relação a apreensão cios veiculos, ficam excluídos no casocle Hélio Pereira da
I! 1,: '?i1va 'Filho, Jorgq' ~dson Saiss e ',João ROberto Pe!xoto Torres, os automóveis
, :: regularmente utilizaqo~ como táxis, qúe não deverão ser apreendidos,
'i' I,' , ", " ,

Determino ~incla, a apreensã~ de todas as qUqntias em espécie acima ele


" : no caso de Hélio Pereira' da Silva Filho, Jorge Edson Saiss e Jo~io
acima de tretentos reais, valor médio da féria diária de um taxista
, como jóias ~.assemelhados, encontradas pe'la autoriclade policial

i'':'ibE:-tE~RIVlli~O à afastamento clesigilo de dados 90S equipamentos eletrônicos


Pen Drives ,e Qutr;:ls mídias) e dos aparelhos de telefonia celular
apl'eelldildos, bem comcique :tPf2geda a reaJização de perícias ou análises
niE~~I'U~lje(;e::;sál-ias nos bens apre,~l'Iôidos. . "

~~~~~~~~que devem ser cumpridos no prazo máximo de '


n' pela Polícia Judiciária. O mandado deve ser
"â:~;~~~~~~~~' à Autoridade Policial, em envelope lacrado, ficando
ri, responsávejpelo sigilo da diligência (art.,20 do CPP).
" :;,1 ' ............
t:Facul. a?~ genunciados, na for[1la do § 1°. do art, 60 da LeU1.343/2006,no prazo'
:;>( CIr]ÇO) dl,a~'I,apresentem ou requeiram a produção de provas aêerca da origem lícita
',>:los wodutos; bens OH valores objetos qesta decisão. , .
, ;, i:: -, ,' !':' :' '. ~. .'
i .. ~ n:eism~autorjdade policial deve.rá apresentar rylatório circunstanciado da diligência

. no. prazo d,e.72 (~ete~la e duas) horas ;:IPÓS o cumprinlento; atentando para o disposto no
artlgo?,48 1,<!0 Codlgq de Processo Penal, devendo observar com a máxima atenção' o
.. , resguardo mencionadb. ' ; , ,
, :~!:i';:: '! ':" :' ::r:,,:)"i C,"~i I' ... \, -

I. t"'11.'.
, • ·.·1' Jn\r.;eg~e~. -~e os ma,nd~dos a autoridade pO.licial representante. Trasladem-se
1 : "'.'

, ;'::'hICOP.ICjs qes\~ declsao, da denunCia e da cota do MPF, élutuem-se em apartado na SEDCP


I,,' :,90,mo Busca e Apreensão.
I

Decisão Página 30
,
,

I ! ;'

DE JANEIRO
CRIMINAL i

, :i /.T.~':~O~~~:!~;i;J~~9~~~~~~~~' Fax:~ Proçn 'Mauá/RJ


32Úl-8972 " I.

07vfcr«jljfrj..gov.br I'
,
, " ' ,I, I

I, ,1. ' DO~EQUES;RO E ARREST;°FOSBENS: i ; I . ! •..', lil '


.' ']1, .• i ' '.0 Ministério Público Federal Pwgnou pela decretação de indisponibilidade dos bens
.J '1:1".'.' dos denu,ncib.dos, néj'forma do art.60da~ei 1i}43/2006, ri? forma dos artigos 125 a 144 do
", ii i '. ..Cpdigo, de processo,penal. .
'I" ... i., , I " : "

. Relata que à: maior parte dos.denunciados não po'ssui fonte de rend.a idônea que
:·Ihes proporCionem grandes lucros, portanto, todos os bens móveis e imóveis, além de
valores que venham a ser encontr~i:los na posse dos. investigados são, possivelmente,
,Péodutos do !trafico de drogas; confornle exposto na denúncia.
,:' , "'J I" . ,)

. :'os únicos d~nunciados que, "segundo a autoridade policial, exerceram ocupação


laboral lícita no peri~do das investigÇlções foram Hélio Pereira da Silva Filho, J~rge Edson
,ISaissi.João Robertci! Peixoto Torres, Hélio Lourenço Hal1los da Silva Júnior o Alvaro Luis
I Fêrias, Esteyes, tax.i1tas os três primeiros e auxiliares em pequenas empresas os dois

: últimos. Todos os 'Jpemais estiveram, conforme a autoridade policial, desempregados


. durante apuração.'
'!. I'"
a ','
, . : , . • '

... !I, ... ", ....", ,I.'


istério' Público. Federal que com relação aos denunciados
elementos constituem indícios veen:16ntes de procecjência ilícita de
!,:~.~,"'.J-:1 \)U,Vtjl<';~lü" automotóre'l que porventura estejiolm em seu nome' e/ou de somas
'ili'iliil;;!ii:i\,IIll'I!'h~r~~1~inhIAir'n ;s.Uperi'orEis de algu'ni vulto que porventura estejam em sua posse doméstica ou
'1Ii ,ri~t:Ôri. ".ij",. dodesenlprego; (ii) a prova robusta, colhida nestes' autos, de
merca~ci~ ilíci.t<'j de enj9rpecentes. ". i :' .

•pi?r>1r.Otl,tl.'P·IC\90, com relação aq{'de~~ciados


que exerceram atividàdE) lícita,
, ro~' três primeiros dos dois últimos. A atividade de taxista pode propiciar,
jurídico de seu €,!xercício, renda razo.ável; já a atividade de auxiliar,
"grande empresa, propicia rendimentos modestos. Mas, mesmo para os
,
, .. ,'que lidam com dinheiro em espécie em sua atividade profissional, não :"
, . como proveniente: de ocupação licita a posse de quantias vultosas em
bens q~ elevado valor. .
I I
C

: I' -'\.._,'

! I" ':!- ~'. ' . ~~,~"'I'

,! 69. da Lei
11.343/200_6 prevê a possi.bilidade do juiz;-ouvido Q Ministério
IJUIII(;~~Ó,::i~',"",''''.. ,:decretar. a apreensa~ e outras medidas assecuratórias relacionadas aos
,elrT),óVe!. ou valores cons!stentes em produtos ç!os crimes previstos na referida
, proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma cios
""'llLJII.IIHS do CPP.
, ' .
. Ii I

,criminosa"
IA mArlirll",i au(e.lar. de seqüestro..assegurará que os bens auferidos conl' a
p.

I d d
atua~•...a-o
. ser,lqUl a os e/ouulilizados no COmbate ao tráfico de drogas.' .
:i! ': 1" '.' •

· d~" f C::di~o ql!e para adec~etação do seqüestro dos bens, direitos ou valores pelo autor
.~ ,Inra~aoren.a!, bapta a eXistência de "indícios veementes" da proveniência ilícita dos
,e~s,Nao s~;e~lg,e, portanto, prova plena do fato e da autoria.
I " 'r' '. ,

I,,I
... ,' '. ,"?'áil)'dícidi vee':le~tes da. proveniência ilícita dos bens, direitos e valores
que
· ,represe7temvultoso acresclmopatnmonial para os denL!nciados no período. .,.,, I'
· Processo nO 20085.1.01.814347-4 Decisão
.;.I ...

'I"

PODER JU[)ICIAR~IO
,JUSTICA FEDERAL
SEÇÃO' JI'JD\GltlFÜi~ DO' RIO'OE "~."IElI~G '
SÉTIMA VARA FEDERAL CRIMINAL
Av. Venezu ela/n' ,134, 4' andar - Praça Mauá/RJ
Telefones: 3218-8974/8973 - Fax: 3218-8972
l=-n1all: 07vfcr@lfrj.gov,br
i
"suposição vizinha da
Valendo-me da expressão de ,Tornaghi, está presente a
Ii ia pretelldida.
, ,d3rteza" suficiente para a decretação da medida assecuratór
,I' ',' , \, , .,' .
acolho a manifestação
• .: Por issp, prese~tes' os requisitos e pressupostos necessários,
Valendo-me do poder geral de
'do Ministério J;'úblico f.'ederal e defiro 'o pedido formulado.
~autela, com funda merto no art. 125 e seguintes do
Código) de Processo Penal:

is e o bloqu eio d[ls


Decre to o SEQU ESTR O e ARRESTO dos bens móve is, imóve
'I
coman do BACEN-JUD, ou,
, i, ,'bont as ,banc árias dos denun ciado s, por meio - do
, a fim de que o numerário
81ternativameille, oficii,mdo-se o Banco Çentra l para providências
,nel~s indicado também possa, eventufllmente, servir para
o comba te ao tráfico de drogas,
como titular FLÁV IA DE
inCIUi~do-se entre as çontas bancáriag dos denunciados a que tem
54, esposa de HENR IQUE
ARAU JO PERE IRAp E SAMP AIO, CPF N° 096.086.827-
s apontaram que este realiza
'PORN ELLES FORN I(Greg ), uma vez,' que as investigaçõe
te. Tal congelamento deveró
•íl'oyim entaçõ es finanCf'liras utilizando-se da citada conta corren
s. '
determi ' a partir de 0.00 h do diá em que forem efetivadas as .prisõe
" " J~ :: I , '
,

-se
DETRAN-RJ ,:e DETRAJI,i-PR (autom óvéis) requisitando
nome dos acusa dos e
(je veículos que estejam cadnstrados em
cabíveis para tornar indlsp onível
I decisão, para as providências

, pelos dellunciados . Ressa lve-se contudo, que os automóveis


Hélio Pereir a da Silva Filho, Jorge
i:::ii~',!!I;I~~tMlla'rrii\'erll~':,u(iIíZ:3c!ÓS como táxis, de propriedade de
Boberto Peixoto Torres, ficam excluídos desta medida.
/"
ANIA DOS PO)H OS"R J (emba rcaçõ es) e Corre gedor ia dos
is)
do Estad o goRi o de Janei ro E! do Paran á (bens imóve
decisã o para as provid ência s 'cabív eis, de forma a tornar
eventu al bem imóvel, títularizado pelos denunciados.
iI . .~ '
.11

Rodrigo Gome s
,;nfnll·O_;MíríS:~río Público Feder~1 requereu a inclusão dos denunciados
,,:ii"','I,I:,,,,,,,,W'oIl;~;,;""H"nef)nque pornell~s. Form, Bn.jno Oliveira Loureiro, Thiago Ribeiro Oliveira Barreto
"j ?Çlares Brasileiro, um~ vez presos, em regim e discíp linar
difere nciad o,
deu Lei
9?l?nn::i' jarl' 52, caput e paragrafos, da LEP, com a redação que lhe
i
1'
",; ,I!I: ' .,'!: , .1, •
Narra' que W~lIingt?n Soare~ Brasileiro e Thiago Ribeiro Oliveir
a Loureiro, embora
;:' ' I~'
, " ;': ,atua~m~nte. presos, tem utilizado, no Interior do Presídio
Ary Franco, telefones celul'1.res para
"I:,! , " c~n UZI~ diálogos reveladore~ de persistência na prática
do crime de associaçãl:l para o
rições de diálogos te Ielfp" nicos e
I1 'i' " trafl , co~o revelam as denunCias respectivas e as transc P agi.na j
•• ,_--- n2
1I, 'I" , ,n,I 2008.5 Decisa"o
I '1.01.814347-4 .)
j

,
I 'I 1 I1 , .-- I
.,"';',"

:', , "

, 1.ti,
.• '''2. "'
AV~,:~:~~~,~1~3';218.B974IB9'73 , ,

; 1.,,,,:' :: " ,i;:, ' :


'""';'cj6"fo,, da s fichás" . ".' sobre cada um d<ales pela autoridade
uzindo, de' dílrtro d~ p~esídio, mercancia ilícita de entorpecen,te~,
0'C:3sion:õir\ejo ",,,h,,,ord,,'. da ordem. Interna
-:1
do estabelecinientoe demonstrando :alto, riSCO I '

:! " a soqiedade,' ' ,,'


) !::I
, E ainda, que I?runo Oliveira Loureiro manteve, por sua vez, diálogo por telefone e
'I', mensagens SMq' com ihíagú Rí!:iEiiro Oliveira Loureiro quando este já estava preso,
,) , procúrando ~tivá-Io para o tráfico de entorpecentes no interior do presídio, .Os autos
"1 mostram, ademais, que sua conduta é, tipicamente denotativa de liderança negativa,
' / i l ' ir)Variavelmente atraindo pessoas parq:a prática de crimes em seu redor (art, 52, 52, § 1°,
,,,'li(:"1 'parte final, da LEP), ;.
I,,,'
, I':':!
Em relação a Henrique b~rnelles Forni, aduz o parquêl que ocupa lugar de destaque
'na rede criminosq, na medida em que constitui elo entre o tráfico do asfalto e o das favelas,
f que manteve 'diálqgos com Jl-lliane Sangiovanni Gonzales que' denotam intento de
aproximação de lraficó3ntes já presos e de retaliar contra pess08 determinada, porque teria
:tolaborado com a Polícia, Mantém, de resto, densa atividade de comércio de armas, Todos
~sses fatores revf,l'ani, somados à característica da liderança negativa, seu alto risco para a
.'.. ,$egurança da socled~de (art, 52, § 1°, parte final, da LEP),
i~t_ . I ,:,J:; i, .:'" ,: ,: .:' , . .

'li,:il,i',:'::'
:,':',::I:' "quaq\6a'Roqrigo Gomes Qujntella argumenta que, hoje, seria um dos grandes
'Vilficantes .transllaciqnais de sintéticas em atuação no Brasil. Mostra grande dro~as'
!.,!i
",',:capacidade,de arregimentação e 'mobilização de pessoas em torno de suas empreitadas
l!.il.,,::,:J:J'Rrim,ino~as; () qU~'çci(1stitui condut~ tipicamente denotativa de liderança negativa, criadora
1'1'1;. ,:.:(jealto,.r:i,sc?'para~ s~ciedade (art. ~2, (52, §1'o, parte fina!, da LEP). ,

:i,l!i<i,:"".I: ",. 'por fim, requer além. da desses denunciados no regime' disciplinar inolus~o
'1"jl!I'i' ,diferen'ciado" a remoç?o para estabelecjment9,penal federal (art, 4° do Decreto 6,049/2007),
i I" - ,-
i":,'
.•>
; li.:, ,: ,:para
i
1;'-'
. . DETERMI,!IlAR
,\, '\,1
,\,;'
''''4t,~
..,"~'
1

Te,n..hb. qUEJ ass. iste razã~ ao Ministério Público Federal. Acolho seus fundamentos
, 1
a INSERÇAO dos'denunciados Rodrigo Gomes Quintella, Henriquo
.'./
,/

Do~nell,es' Forni, !3ruro Oliveira Loureiro, Thiago Ribeiro Oliveira Barl'eto e Wellington
,I Soal\es: Brasileiro,' em REGIMEPISCIPLlNAR DIFERENCtAPO, - Oficiem-se 80S
----,

I
'.>'1'_"""'." " estabel~c)m'intos, prl:,ionais onde' ~stE!S denunciados se encontró3ni presos, devendo o
mesmo ocorrer em relação aos que forem presos,
,:,! !. I I :'

Quanto, à,' transferência dos p.resos .para os Presldios F-;;d"erais ele Begurança ).
que o procedln;ento vem regulado na Resolução 557/07 do CJF,
i:";~)~i~i~'~~li~~mi:~~~~,
{li ".
. . Federal- DEPEN, solicitando disponibilizar vagas para as '
dev,endO o procedimento ser autuado e distribuído por

cib Presídio Ary Franco,


IHFr',*""",~,, dó que foi relatado
flchas ~ WGllingtol1'lares
t%lt\t1l1cias, iMic<irl, o-'se
,
-;r,
"I' ..--

~~ 'C
~,,~l ~

, ,.
- '" ,
, ,, I
. ;~ ,
'1 .' ! ~
,I !'
" i!

!
I '
(; , i'i: :

" I
I _I ,i i !' : I; :' , , !" " i ' : ;

: , " , ' EITlrelkção,ao pedido de co~unicação às Varas de Execuções Penais do Rio de


I:, J~neir6 qLi~nto aos: denunciados Weilington Soares Brasileiro, Bruno Oliveira Loureiro,
",,:Felipe AugustO Pacheco e à VEP do Paranà quanto a Rafael Kauling, acolho os motivos
:', : i, elencaâds pelb Ministério Público Federal e DEFIRO a comunicação às Varas de Execuções
I'" I:
Penais do Rio de Jqn~iro quanto aos três 'primeiros e do Paraná quanto ao último, para os
, ,I, incidentes de execução cabiveis. Oficiem-se.
!II', :'
,i'r I;
I

,Por \i:n, ~m obpervância ao disposto no inciso X, do art, 5° da CRFB/88, decreto o


\

I
" ,Jil i:,segredo, de Justiça absoluto no presente procedimento. , '

'1'1,,'11\ (;1 1
' " ,.ç;~mp~ida~ aSflledidas acima, ratifiquem-se oS ?e.nunciados,. nos termos do art.
li,', I':j?,'capwt, da Lei 11.343106 para oferecerem defesa preVia, por escrito; no prazo de 10
:1 ,'I (pez) dias, devendq'constar dos mandqdos o disposto no art. 5°, inciso LXXIV, da CRFB.
'11,,: ,,' ':,Expeçam-se cartas precatórias para ngtificação dos denunciados JORGE EDSON SAISS
,I':.{re~olhido em Cas~?v~I/PR), yJT(?RIO'~MAO R~OS ALEGRE, HERMISSON AVELlNO
Ilf::~ATISTA (recolhldq a cadela publica de SarandI/PR), HELIO LOURENÇO RAMOS DA
,li, '" !",:,SILyA JLJNIPR e RAFAEL KAULlNG. O oficial de justiça deverá indagar aos acusados, e
" ',":'1',' 'certificpri'nos, mandi3dos, se eles podel11 custear sua defesa ou se desejam ser assistidos
P, o,r,d,
',' ',i,',"I",I,., PÚ?IiC, d, efe~sor,
os honorár'ios pela União .. Neste caso, dê-se S,en~?
à cu~teados vist~
, I,': ,'I" :~eff3nsona P4bllca ~aUnlao para aPresentaçao da defesa preliminar no prazo legal. Apos,
:' " I voltem 'conclusos. . , ,
: - ,: :' - :' : _ ".'; , : I " J ~ . ,i !', j! ; , , '
'I ," , I ,I",
, ' I, ReqJi~itell1~se as FAC's.
,
:; , I ,

"" ,:P?ra' melhor mEjnuseio dos autos, proceda a Secretaria a organização das peças:
" ""0',: denúncia,'c;pJa,;!? e;>ta decisão, de maneira /qdeconstituclnl volume aparte onde prosseguirá
I", ,'L!')iiristruçãocrimih'àl , mantendo-se os demais volumes dos autos como apenso.
< I fi !:I!:: ":'1: ~ "i '" ' :. :; .

para proceder à mudança de classe de Inquérito

!'<rC)CElda. a Seçretaria às providências necessanas para o desmembramento do


ações penais, corfol'me requerido pejo Ministério Público Federal,
::manten,do-se nA'otA,<: éjwtos os denunciados que supostamente aU.mm'''Somo fornecedores
9pintella. Jorge Edson Saiss e Vitório Ramão Rios Alegre. AI10te-se.

13 utqs os súposlos' distribuidores Henrique Dornelles Forni. Bruno


. I-jermisson Avelino Batista e Guil/lerme Francavilla Lamour&

': i.,! ii:


Emo~t~osqs .supostos ~poiadores Hélio Lourenço Ramos da Silva Junior, Helio
.1
relra da .'9I1va Filho, SergIO Paloma Torres, Diego Marques Bezerra Cláudio
, ,!asc~ncelos. :hiago Ribeiro Oliveira Barreto, Thiago Maciel Angcir~s e João
G",hriAI Cnstovao Barbelto. '
I
I P f '1'
~ or. 111")., nos u tll~oS autos, os supostos intermediários Raphael Kauling, Milene
,~ I I avares Ribeiro e Ka~tna e revendedores Rodrigo da Silva Cunha, Bruno B arol:o
,
.~~!a, ~oraes. Fredeflco Cr_uz Seque ira Muller Xavier, Leonardo Barbosa d~]gASSiS
e e Abreu e Souza, Joao Robflrto Peixoto Torres, Christian Martins Porto' Lussa~
Processo nO 2008.51.01.814347-4 DeCisão p' . '
.
.
aglna
,", __ ~--- 34
'''----,
;,! i;!l\,: i;" '" I, I .! !

'fi, "
'"
i: ~:
~"" ),!' :
i' ,.",," •
.1

J.1'i I,
"I
:
I"!i 111',,:
'.1.,',":",1"
,l

)\ I:ir'!'1
I',·

'I
,'
,',I I,,:
,
\.:. , . :1

1,:1:
,[ :
I , li,
I
li, I"
I,
, ,I '
, '

,
I

Luiz:Setnatdo Cardoso Neto.:


, fi", ' SEDCP .
L
I ', par", ii '
_[' autuação. anotação e distribuição das ações penais, ,sendo
"

85

i úli.im".' as,. plx deperiÔência a esta, CO\DCSl1!acima',exPosl0/t. . ' '


. I ' . '"
",', 'i ,
"I, , , , ,Ciênqia ao MpF.
JII
~e
fe~er~:t1~09.
., ,I '. '

, Rio de Janeirp, 3,d

, /'liJ
,
Juiz Federa(!ul~:~;&~~'
. J
~~~~fcf::: .'
Var Criminal .
titularidade
'H' , I". I
" . /
, L.
,
;1
, i
"

!i, "

.!i
I;; :

,
,
I

. (-

i,'~ i

, li , l: : ,'I

1'><,:,
,'o
, !,

li:
! ;
I,

:;"'11
11 11,:
1

i I
'" '

! !
. ,.;

Decisão 35
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS

EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL


REGIONAL FEDERAL - RJ.

urgente
AUTORIDADE COATORA: JUIZ DE DIREITO DA 7 a VARA CRIMINAL
FEDERAL DA SEçAo JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO. (Proc. n°.
2008.5101814347-4)

WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, brasileiro,


solteiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o n°. 78.694, com escritório na
Av. Rio Branco,· 185, grupo 618/621, Centro - RJ, na qualidade de
IMPETRANTE vem com fulcro no art. 5°, LXVIII, da Constituição Federal, e
art. 647 do Código de Processo Penal interpor perante este E. Tribunal a
presente ordem de:
HABEAS CORPUS
com pedido de LIMINAR

em favor RODRIGO GOMES QUINTELLA, brasileiro, solteiro, portador da


identidade n°. 010805129-3 - IFP e inscrito no CPF sob o n°. 084.748.667-
2, residente na Rua Santa Clara, 139, apto 205, Copacabana, Rio de
\Janeiro - RJ, doravante denominado PACIENTE, conforme razões a seguir
expostas:
PREÂMBULO

O PAqIENTE foi preso no dia 10 de fevereiro do corrente ano


pela Polícia Federal em cumprimento a ordem de prisão preventiva da
AUTORIDADE COATORA.

1 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de JaneirolRJ
TeUFax: (21) 2544-8546
ml)
1'1'
~
g
~
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
I Juntamente do PACIENTE foram presos outros 25 jovens, em
lJl)
I
lJl) cuja diligência chamada de OPERAÇÃO NOCAUTE contou com ampla
ID cobertura de imprensa escrita e falada.
ID
I A medida constritiva foi levada a efeito após o Ministério
ID
I Público ter oferecido denúncia (DOC) imputando ao PACIENTE o delito do
lJl)
I

IIJ) art. 33 c/c 35 da lei 11.343/2006.


I
lJj} Sem embargo da 'gràvidade da imputação' e do juízo de
I

IID
I
legitimidade (ou não) dos elementos de convicção colhidos no inquérito, o
ID
I fato é que, a partir da cota ministerial, a AUTORIDADE COATORA, de uma
lJl)
I
só vez, DEFERIU em face do PACIENTE seis medidas coercitivas, a saber:
!ID a) sua prisão cautelar; b) busca e apreensão de seus bens; c) seqüestro e
lJl)
I
arresto de bens com bloqueio de suas contas bancárias; d) inclusão no
!IDa

!
regime disciplinar diferenciado; e) adoção de segredo de justiça absoluto e;
f) uso de algemas.

!ID
ID
I
DO OBJETO DO WRlT CONSTITUCIONAL
ID
I

ID
I A presente impetração pretende demonstrar que embora não
ID
I

ID se desconheça poder a AUTORIDADE JUDICIÃRIA determinar quaisquer

t
das medidas constritivas acima mencionadas, baseado, fundamentalmente
no seu 'poder geral de cautela', salvo melhor juízo, algumas destas
medidas não atenderam ao binômio: necessidade/utilidade, o que acabou
ID
~ft)
por fulminar de morte o 'princípio da proporcionalidade' e assumir
ml contornos de um 'Direito penal do Inimigo', incompativel com o regime de
I
ID Democrático de Direito em que vivemos.
ID
I

ID DA PRISÃO PREVENTIVA
~
ID
I
ID
I
Segundo a própria AUTORIDADE JUDICIÃRIA:
ID
I
I!lll
I Av. Rio Braneo, nO 1851 Grupo 618/621 - Centro
2
ID
I
CEPo 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ID
I
ID
~
I
ID
!o
I
lIll!J
147
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
"O Ministério Público Federal requereu a prisão preventiva dos
denunciados para garantia da ordem pública e conveniência
da instrução criminal.
Narra que a prova é clara no sentido de que o tráfico de
entorpecentes exercido pelos denunciados é atual e_denso,
pois estão incorrendo, com habitualidade, nas condutas
delituosas que lhes são imputadas.
Aduz que o crime de associação pelo qual só não respondem
as denunciadas na função de transporte ("mulas"), é
permanente: a rede de tráfico descrita na primeira denúncia e
as associações a ela periféricas descritas na segunda denúncia
estão, nessa ordem de idéias, em pleno funcionamento.
E ainda, que o segmento associativo integrado pelos
denunciados Henrique Dornelles Forni; Helio Pereira Silva
Filho, Sérgio Paloma, Diego Marques Bezerra, Luiz Bernardo
Cardoso Neto e Wellington Soares Brasileiro lida, amiúde, com
armas de fogo, o que exacerba o risco decorrente de sua
manutenção em liberdade.
Enfatiza que os denunciados Frederico Cruz Siqueira Muller
Xavier, Wellington Soares Brasileiro, Bruno Oliveira Loureiro,
Guilherme Francavilla Lamoure Ribeiro, Luiz Eduardo
Cardoso Neto, Rafael Kauling, Thiago Ribeiro Oliveira Barreto,
André de Abreu e Souza, João Roberto Peixoto Torres Felipe
Augusto Pacheco, Leonardo Barbosa de Assis e Daniel Mattos
Sampaio ostentam antecedentes criminais por tipos penais de
lesividade alta ou média, o que constitui indício adicional de
disposição para a prática de crimes.
No tocante a conveniência da instrução criminal, narra que a
prova dos autos mostra que todos os denunciados se
preocupam em antecipar-se á persecução penal e evitam a
3 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Te~Fax: (21) 2544-8546
ARlIIAlJD & AClJIAR
ADVOGADOS
elucidação de suas condutas mediante expedientes de
codificação de linguagem, uso comedido do telefone e, quan<;io
possível, preferência por ajustes presenciais: Em mais de um
diálogo telefônico interceptado, um já censurou o outro por
extroversão lingüística. O que significaria, segundo o parquet,
que os denunciados já estão atuando no sentido de· ocultar a
verdade real e comprova propensão para o ajuste de versôes
em seus interrogatórios.
Quanto a conduta dos denunciados, passo a analisá-las:
Rodrigo Gomes Quintella
Narra a denúncia que Rodrigo Gomes Quintella, agindo
pessoalmente e por interposição, exportava cocaina para o
exterior e lá adguiria drogas sintéticas, em especial MDMA e
LSD, qut'; importava para o Brasil. Narra, ainda, que para
tanto, contava com apoio logistico direto de Hélio Lourenço
Ramos da Silva Junior e com colaboração esporádica de
Leonardo Barbosa de Assis, bem como colaboradores
eventuais na função de transportadores ("mulas"). E que seu
adquirente mais freqüente seria Henrique Dornelles Forni, ele
próprio distribuidor.
Aduz o Ministério Público Federal que as investigaçôes
apuraram ao menos quatro fatos nesses moldes, assim
narrados na denúncia:
"O primeiro fato diz respeito à viagem de Rodrigo Gomes
Quintella para a Europa, com destino á Suíça, à Alemanha e
à Holanda, entre 4/08/2008 e 26/08/2008, com negociação,
durante sua estada de exportação de droga do Brasil e
importação de droga para o Brasil. As negociaçôes foram
tumultuadas e apenas parcialmente bem-sucedidas, como
revelam três diálogos telefônicos por ele mantidos:
Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 • Centro
4 CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
TellFax: (21) 2544-8546
ARNAUD & AGUIAR
149
ADVOGADOS
(... )
o segundo fato diz respeito à prisão em flagrante, em
27/09/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo
Horizonte/MG, de Wesldey Fernando Oliveira e Silva, quando
desembarcava de vôo procedente de Bruxelas, Bélgica, com
escala em Lisboa, Portugal, de posse de vinte e seis mil
comprimidos de MDMA. Os comprimidos eram de propriedade
de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou, organizou !ê
financiou a viagem de Weskley Fernando á Europa para
transporte do entorpecente. Weskley Fernando viajara de
Ubedândia/MG para o Rio de Janeiro/RJ em 29/08/2008,
havendo sido recebido no Aeroporto Santos Dumont por
Rodrigo Gomes Quintella e Helio Lourenço Ramos da Silva
júnior. Weskley Fernando seguiu, então, do Rio de Janeiro/RJ
para Belo Horizonte/MG e de lá, em 30/08/2008, para
Bruxelas, Bélgica.
(... )
O terceiro fato diz respeito à prisão em flagrante, em
14/06/2008, no Aeroporto Internacional de Salvador/BA, de
João Pires Marques Júnior, quando desembarcava de vôo
procedente de Amsterdã, Holanda, de posse de cinqüenta mil
quatrocentos e noventa e nove micropontos de LSD e as
partidas dos outros dois entorpecentes eram de propriedade
de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou, organizou e
financiou a viagem de João Pires á Europa para transporte dos
entorpecentes.
O quarto fato diz respeito á prisão em flagrante, em
3/12/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em belo
Horizonte/MG, de Luis Fernando Pagotto e Deise dos santos
Coutinho, quando embarcavam para Bruxelas, Bélgica; com
5 Av. RIo Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - RIo de JaneIro/RJ
TeVFax: (21) 2544·8546
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
150
dois quilos de cocaína. A droga era de propriedade de Rodrigo
Gomes Quintella, que, com o auxílio de Magno Gil Piedade,
José Maurício Santos Machado e, em caráter acessório, de
Leonardo Barbosa de Assis, comandou, organizou e financiou
a viagem trazidos para o Brasil.
Através dos diversos diálogos interceptados, há indícios de que
Rodrigo Gomes Quintella, atuou, ainda, no período das
investigações, como fornecedor atacadista e varejista de
entorpecentes na cidade do Rio de janeiro. Alega o Ministério
Público Federal que além de vender MDMA esporadicamente
para consumidores individuais, ele sería o fornecedor estável
de drogas de Henrique Dornelles, que controlaria bocas de
fumo no Morro do Turano, na Tijuca, e revenderia droga em
atacado e varejo.
(... )
Os fatos objeto deste processo são extremamente graves.
Tenho que a liberdade dos denunciados, nestas
circunstãncias, importaria desprestígio da Justiça com
repercussão na ordem pública, além de importar graves e
sérios prejuízos para a instrução criminal.
Como bem lançado pelo Ministério Público Federal, mister se
faz a decretação da prisão preventiva dos denunciados com o
fito de garantir a ordem pública, impedindo a prática de novos
crimes e para acautelamento do meio social, tendo em vista
que os acusados possuem alto potencial lesivo á coletividade, e
também para conveniência da instrução criminal. Caso
permaneçam em liberdade, podem vir a dificultar o acesso ás
demais provas que os incriminam ou até mesmo destruí-las,
como se depreende especificamente do . diálogo dos

6 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
151
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
denunciados narrados pelo parquet, o que é típico desses
casos.
Verifico que constam nos autos relatórios elaborados pela
Autoridade Policial que relatam que, ao longo da investigação,
foram lavrados 15 (quinze) autos de prisão em flagrante,
contando com 36 pessoas presas, sendo apreendido
armamento de uso restrito, munições e diversos tipos de
drogas, sendo a quantidade mais expressiva envolvendo
25.000 (vinte e cinco mil) comprimidos de MDMA (ecstasy),
oriundos do continente europeu, que ingressaram no pais pelo
Aeroporto de ConfmsjMG, representando esta a maior
apreensão de drogas no pais pelo Aeroporto de ConfinsjMG, a
maior de drogas sintéticas do Estado de Minas Gerais.
Tenho que o fato de os denunciados praticarem as supostas
condutas delituosas que lhes são imputadas (tráfico ilícito de
entorpecente) com reiteração e habitualidade, destacando que
alguns deles participam do tráfico de drogas mesmo
encarcerados ou logo após a conquista da liberdade, configura
a necessidade da excepcional medida com escopo da garantia
da ordem púbica.
Torna-se necessária ainda para conveniência da instrução
criminal, tendo em vista o alto poder de intimidação, que é
uma das características das associações para o tráfico, que
poderiam exercer sobre outros envolvidos.
Em não sendo decretada a prisão preventiva coloca-se em
risco a aplicação da lei penal, vez que os denunciados que se
encontram soltos poderiam deixar o estado de origem e até
mesmo o país.
Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, embora
alguns dos integrantes já se encontrem presos por força dos
7 Av. Rio Branco, n° 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
JI~ 152
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
flagrantes efetuados, é imperiosa a decretação das custódias
cautelares nestes autos. O que serviria como forma de evitar
que retornem à sociedade por eventual concessão de liberdade
provisória nas ações penais que possivelmente, podem ser
atraidas a este juizo federal, e cujas imputações não devem
refletir com fidelidade o grave contexto delituoso, no qual estão
inseridos, altamente lesivos á ordem pública.
Ainda, como bem anota o parquet, alguns dos integrantes
dessa organização ainda não foram identificados, o que
contribui para o receio objetivo de impossibilidade da
aplicação da lei penal caso venham os flagrados a serem
soltos.
Há fortes indícios da participação dos denunciados em crimes
praticados em associação dedicada ao tráfico de entorpecentes
e a materialidade está comprovada pelos próprios flagrantes,
conforme narrado nos relatórios constantes dos autos.
Os fatos noticiados são reiterados e de extrema gravidade. A
fundada suspeita de ocorrência das infrações penais
mencionadas é corroborada pelas prisões em flagrante é
interceptações efetuadas, como aponta a denúncia,
caracterizando-se o fumus bani iuris, na hipótese vertente.
Tudo o que consta destes autos está a demonstrar a presença
das condições que autorizam a medida processual extrema de
privação de liberdade previstas nas primeira, terceira e última
figuras do artigo 312 do código de Processo Pena.
Justifica-se assim, a necessidade da prisão preventiva para
garantia da ordem pública, por conveniência da instrução
criminal e para assegurar a aplicação da lei penal.
Por tais razões, acolho a promoção ministerial vez que
presentes os pressupostos e as circunstâncias autorizadoras,
8 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUD & ACUlAR
153
ADVOGADOS
com fundamento no art. 311, art. 312 e art. 313 do CPC,
DECRETO a PRISÃO PREVENTIVA de todos os denunciados,
qualificados na denúncia.
Diante dos motivos expostos pela' Autoridade Policial e da
gravidade dos fatos nestes autos tratados, autorizo o uso de
algemas, devendo a autoridade policial atentar para o
cumprimento da Súmula vinculante n°. 11:
"Só é lícito o uso de algemas em caos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo á integridade fisica
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado".

DA IMPRESTABILIDADE DO DECRETO PRISIONAL

A fim de não incorrer no equívoco corriqueiro de se opor uma


impugnação genérica que peca pela falta de taxatividade em apontar onde
concretamente repousa a suposta insuficiência dos argumentos eleitos
pela AUTORIDADE COATORA, este IMPETRANTE requer ao percuciente
Relator a quem couber avaliar o presente writ, se digne, acompanhar o
seguinte raciocínio:
Nos primeiros seis parágrafos o juiz parece apenas elencar, de
forma geral os argumentos expendidos pelo MP para acolhimento da prisão
preventiva dos acusados. Desse modo, aduz que a preventiva deveria ser
decretada para garantir a ordem publica e a conveniência da instrução
criminal (1 O§).
Ocorre que ao dízer que o tráfico de entorpecentes é "atual ~

denso, pois estão incorrendo com habitualidade" e ª associação ~

9 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
!I!IP
Ol

JI~'~4
OI
I~ ARNAUD & ACUlAl ;)
iOl .. _
permanente, so nao respondendo as 'mulas' (2°§ e 3°§), ele apenas salienta
ADVOGADOS

l~
OI alguns qualificativos da suposta organização criminosa, procedimento,

10i aliás, que repete no parágrafo seguinte (4°§) ao dizer que alguns dos réus
lO! faziam uso de 'arma de fogo' e ostentavam antecedentes criminais (5°§),
OI circunstãncias estas que, porém, nada têm a ver com o PACIENTE, seja
IflI
~ porque com ele não foi encontrada arma alguma, seja porque é
~ primário e não possui maus antecedentes.

~ Por fim, no sexto parágrafo, sob a mira da conveniência da


~ instrução criminal é feita alusão ao argumento mais inusitado de todos,
O
\ii qual seja: o de que os denunciados "se preocupam em antecipar-se ª
fID
i
persecução penal !< evitam ª elucidação de suas condutas" (...) "com uso
comedido do telefone !ê." quando possível, preferência por ajustes
100tnJmr
OI \II;II~I
}2resenciais" (... ), pois estariam assim: "atuando no sentido de ocultar ª
m verdade real" (... ).

~UII Ora, pennissa vênia, esse argumento chega a ser até hilário,
pois considerá-lo válido é o mesmo que subverter o 'principio da inocência',
Q\l tornando inócuo o brocardo jurídico: 'nemo tenetur se degenere' (proibição
tl]I de produzir provas contra si) e fazendo letra morta do art. 5°, LXIII da
~ Constituição Federal.
I.
m Afinal, o réu não tem compromisso com a verdade real, mas
aD sim com a 'verdade formal ou processual'l (dues proces of law). Aliás, o
I@' STF desde há muito tem assentado que não cabe ao réu dever algum de
1011 colaborar com a Justiça, quiçá quando se trata de um decreto de prisão
It~.
1(Jil]) tido por ilegítimo:
I(JIft1
I~
I~ '''Cumpre frisar que o moderno processo penal está orientado pela instnnnentalidade garantista. Esse aspecto
IGIl realça a importância da adoção do princípio da verdade formal e não da verdade substancial ( ...) O valor
probatório dos atos produzidos no processo está justificado pelo rigor formal que os caracteriza, uma
I
tD exigência de marcado caráter garantista. O inquérito, como procedimento a cargo da polícia e sem natureza
processual, possui um alto grau de liberdade da forma e por isso o valor probatório deve ser línlitadíssimo. A
ItD conclusão lógica é que, quanto maior é a liberdade da forma, menor é a garantia do sujeito passivo e menor
I~ deve ser o valor probatório de tal ato." LOPES Jr. Aury. Sistemas de Investigação Preliminar no Processo
Penal. Lúmen Júris. 2001, p. 185-186.

I:liIl 10 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
TeUFax: (21) 2544-8546

liIl
e
tJ!
I:
155
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
"Não há nenhum dever de se colaborar com a Justiça quando
se está diante de um decreto prisional que é repudiado e
reputado como ilegítimo. Não se pode definir como
"obstrucionista" o comportamento de quem só está tentando
manter intacto seu estado de liberdade, que é pressuposto
lógico e inafastável para o regular exercício do constitucional
direito de defesa (STF, la Turma, rel. mino Marco Aurélio, HC
83.943/MG, DJ 27/04/04)."

Noutra ocasião, o ministro Sepúlveda Pertence, passou uma


pá de cal sobre o tema ao afirmar:

"Dispenso-me da custosa demonstração do óbvio, de que ao


indiciado não cabe ônus de colaborar de qualquer modo com a
apuração dos fatos que o possam incriminar, e que, ao
contrário, o que a Constituição assegura é o direito ao silêncio,
quando não à própria mentira" (HC 79.7812-4).

Pois bem, vencidos os argumentos supra, a AUTORIDADE


COATORA passou a analisar a situação específica de cada réu e, em
relação ao PACIENTE destacou 4 (quatro) fatos apontados na denúncia
como relevantes para enquadrá-lo no tipo do art. 33 da lei 11.343/2006.
Para tanto, transcreveu trechos episódicos de sua participação na
empreitada, onde teria agido como comandante, organizador .!<. financiador
dos delitos imputados.
Entretanto, nenhum desses fatos pode ser considerado
válido para o efeito de justificar sua prisão cautelar, haja vista que esta
modalidade de constrição de liberdade (cautelar) não se confunde com a
prisão decorrente de uma sentença condenatória. Pois, como bem
salientara o nosso lúcido presidente do Supremo Tribunal Federal:
11 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
156
ARNA\1D & Àt:UIAl\
ADVOGADOS

"Quem está usando a prisão preventiva como julgamento está


com a premissa errada". (Gilmar Mandes, Revista Veja, edição
2070, n° 29, de 23-07-08, p. 47, Seção "Veja Essa).

Nada obstante, após avaliar separadamente a situação juridica


de cada réu, às fls. 27 de sua decisão, a AUTORIDADE COATORA
retomou ao exame global das condutas, dizendo serem: "os fatos objeto
deste processo extremamente graves", razão pela qual, "ª liberdade dos
denunciados, nestas circunstâncias, importaria desprestigio da Justica
com repercussão na ordem pública, além de importar graves l'. sérios
prejuizos para ª instrução criminal" (2 §).
Q

Ocorre que, de tal forma, novamente incorre em outro erro


elementar, o de supor que a gravidade do delito por si mesmo constitui
argumento idôneo para embasar a prisão cautelar, o que se torna ainda
mais desprezível quando ínsito da própria tipificação penal. Sendo, a tal
respeito, pedagógica a seguinte decisão:

"1. (... ).
2. O juízo valorativo sobre a gravidade genérica do delito
imputado ao paciente, a existência de indícios da autoria e
materialidade do crime, bem como a intranqüilidade social não
constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão para
garantia da ordem pública, se desvinculados de qualquer fator
concreto, que não a própria conduta, em tese, delituosa.
3. (... ),
4. As afirmaçôes a respeito da gravidade do delito trazem
aspectos já sub sumidos no próprio tipo penal, além do que
qualquer prática criminosa, por si só, intranqüiliza a
sociedade.
12 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
JI~
ARNAUD & ACUIAR
157
ADVOGADOS
5. (... ).
6. Recurso Ordinário em Habeas Corpus provido para
determinar que o Recorrente aguarde em liberdade o
julgamento da ação penal (... )."
(RHC 20.872jSC, ReI. ministro Caros Fernando Mathias (Juiz
convocado do TRF la Região), Sexta Turma, julgado em
22.11.2007, DJ 10.12.2007 p. 441).

Valendo destacar ainda que, no mesmo trecho da decisão


focada, a alegação de haver relação de causalidade entre o eventual
alcance da liberdade pelos réus e o conseqüente desprestígio da Justiça
com repercussão na ordem pública, constitui mais um argumento pueril
por não passar de uma simples suposição desconectada de qualquer base
concreta.

Não bastasse tanta inconsistência, a AUTORIDADE COATORA


continuou fazendo afirmações 'de efeito', mas de pouca (ou nenhuma)
utilidade prática, valendo lembrar a seguinte: "Como bem lançado pelo
Ministério Público Federal, mister se faz ª decretação da prisão preventiva
dos denunciados com Q fito de garantir ª ordem pública. impedindo ª
prática de novos crimes ~ para acautelamento do meio social, tendo em
vista que os acusados possuem alto potencial lesivo ª coletividade, ~

também para conveniência da instrução criminal. Caso permaneçam em


liberdade, podem vir ª dificultar Q acesso ás demais provas que os
incriminam ou até mesmo destruí-las". Neste ponto, faz-se imperiosa a
citação ao artigo de Carlos Alexandre Macoggi S2 quando alude a um

2 ASBAHR, Carlos Alexandre Macoggi S. A pena de prisão preventiva. In Âmbito Juridico, Rio Grande, 35,
01/12/2006 (Internet). Disponivel em http://www.ambito-
juridico.com.br/index.php?n.limk=revista artigos&artigo id~1474. Acesso em 16/09/2009.

13 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
158
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
julgamento de grande repercussão na imprensa envolvendo um grupo de
vereadores, onde os ministros do STF sustentaram que:

"O clamor público por si só não justifica a prisão preventiva:


que 'clamor público' não pode ser confundido com a
repercussão que o fato tenha na imprensa (... ) que a afirmação
de que o acusado pode interferir nas provas e influir nas
testemunhas não deve ser meramente empírica, carecendo de
prova em cada caso; e, finalmente, que a simples possibilidade
de fuga posterior ao decreto de prisão não serve para justificar
o encarceramento antecipado."

E que, de acordo com o ministro Sepúlveda Pertence e também


conforme Francisco Rezek:

"As suspeitas dos procuradores e promotores resultam de


simples inferência, sem a indicação de um só indício que lhes
sirva de base empírica - é tão só a suposição gratuita de que,
solto, o acusado pode perturbar a instrução, o que, a rigor,
pode ser invocado contra qualquer réu solto".

Tendo ficado evidenciada a tentativa de se utilizar da prisão


preventiva como antecipação da pena, freqüente, sobretudo, em crimes
com grande repercussão pública, pois:

"Trata-se de manifesto exemplo de desvio da finalidade


contrário às mais elementares garantias do processo penal no
Estado de Direito e, por isso, inaceitável por este Tribunal".

14 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centre.


CEP: 20.040·007 - Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
[IW
lO!
OI 159
!@ ARNAUD & AGUIAR
I@ ADVOGADOS
Os trechos acima se amoldam perfeitamente à hipótese sub
~ examen, mas tampouco são suficientes, pois quando o juiz faz referência à
lO!
~ grandeza da operação policial dizendo ter culminado com a prisão de 36
lO! pessoas, 15 autos de flagrante ~ ª apreensão de 25.000 comprimidos de
~ MDMA (4°§), ele insiste em aludir a fatos que só guardam importância
lO!
para o exame do mérito (5°§). Até porque, quando menciona que: "alguns
~
~ dos denunciados" merecem a medida excepcional da prisão porque

~ "participaram do tráfico de drogas mesmo encarcerados ou logo após ª


~
OI
conquista de liberdade" (u.), na verdade, não acrescenta nada em relação

~01
ao PACIENTE, pois este nunca foi preso ou processado criminalmente
(DOC).
1
~~
0l~·1I~111
Por fim, quando a AUTORIDADE COATORA mvoca
argumentos baseados "no alto poder de intimidacão dos acusados" (6°§),
~
~~'
na "potencialidade lesiva" da empreitada criminosa e na "necessidade de
ij)
!@ acautelar Q meio social" (fls. 28), mas deixa de apontar um fato real ou
I@ concreto, tudo, não pode passar de meras especulações insuficientes para
@
I fundamentar um decreto de prisão cautelar. Sendo oportuno ainda um
I@ último pronunciamento:
,OI
1(Iill

Im "A pnsao preventiva para a garantia da ordem pública,


Im fundada na gravidade do delito e na necessidade de acautelar
lall o meio social, não encontra respaldo na jurisprudência deste
Im
::-
I(]lj)
I
Tribunal", disse o ministro GILMAR MENDES. (HC 89238)

Ora, com a colação jurisprudencial acima, o que se pretende


Im demonstrar é que, embora não se negue a extrema gravidade dos fatos
Im narrados na denúncia, ao menos em relação ao PACIENTE, nenhum dos
(]j[I)
(]lj) argumentos utilizados pelo MP e adotados pela AUTORIDADE COATORA
m parecem suficientes para fundamentar sua custódia cautelar, a teor do
l1®.
artigo 312 do CPP.
ID Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
15
lJi CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ID
ID
til
iJl1D
~
j])
160
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
Ademais, diferentemente da grande maioria dos co-réus, o
PACIENTE "nunca foi preso ou processado criminalmente" (DOC); "possui
residência fixa no distrito da culpa" (DOC) , assim como, também "possui
atividade laborativa lícita" (DOC) e tem, inclusive, "diploma de terceiro
grau completo" (DOC).
Todavia, embora se admita, com base nas informações
contidas em seu passaporte que o PACIENTE chegou a viajar para a
Europa, conforme alegado pelo MP, nem por isso, se deixa de, neste ato,
oferecer ao JuÍZo o aludido documento (DOC). Sendo certo que o
passaporte não foi encontrado na diligência de 'Busca e Apreensão de
Bens' realizada em sua residência. Ou seja, ainda que a entrega do
passaporte possa lhe acarretar conseqüência desfavorável no deslinde do
mérito da lide, o IMPETRANTE sustenta que isso, não deve ser 'confundido'
como elemento capaz de justificar sua custódia cautelar ª pretexto de
dificultar ª aplicação da lei penal. Até porque, em reforço à garantia de
aplicação da lei, o próprio PACIENTE requer que o seu nome seja inscrito
no rol de impedidos de deixar o país.

DO TRATAMENTO ANÁLOGO AO SISTEMA


DO DIREITO PENAL DO INIMIGO

Paira no ar a seguinte indagação: será o Juiz um adepto do


Direito penal do inimigo3 ou terá ele apenas padecido de um momentâneo
senso exacerbado de Justiça? Espera este IMPETRANTE que a resposta
esteja na segunda opção. É que, poucas vezes se viu a adoção de medidas

3 Em suma, sustenta o jurista alemão Jakobs que, paralelamente aos cidadãos, existem aqueles que deveriam
ser chamados de inimigos, ou seja, ft-inãivíàuos cuja atituàe na viàa econômica, meàíame sua incorporaçuü u
uma organização, reflete seu distanciamento, presumivelmente duradouro em relação ao Direito", razão por
que, em face do perigo e ameaça que proporcionariam à existência da sociedade, deveria ser instaurada uma
guerra na qual o legislador pudesse se valer de instrumentos como a "otimização de bens jurídicos em
detrimento da tutela à esfera da liberdade" e a formulação de tipos que se dirigem à "conservação com
respeito a fatos futuros e não à sanção de fatos já perpetrados", o que, permissa venia, implicaria em "uma
renúncia às garantias materiais e processuais do Direito Penal da normalidade.
16 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040.Q07 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
161
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
tão drásticas reunidas numa única ocasião frente a um cidadão que
sequer possui antecedentes criminais, pois com uma só canetada foi
determinada: a) a busca e apreensão de bens na residência do réu; b) foi
ordenado o seqüestro e o arresto de seus bens, tornando-os desde então,
indisponíveis; c) foi afastado o sigilo de dados dos equipamentos
eletrônicos, inclusive o de aparelhos de telefonia celular; d) foi decretada
a sua prisão cautelar com autorização prévia de poder ser algemado; e)
foi ordenada sua inclusão no regime disciplinar diferenciado e f) teve
seu processo obrigado a tramitar sob segredo de justiça absoluto. E tudo
isso porque todos requerimentos da Polícia e do MP foram atendidos sem
qualquer ressalva ou ponderação. Senão vejamos:

Do uso de algemas - Estabelece a Súmula vinculante de n°.l


1 o seguinte:

"Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de


fundado receio de fuga ou de perigo à integridade fisica
própria ou alheia por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado".

A idéia da Súmula nasceu por ocasião do HC n°. 91.952-9


(ReI. mino Marco Aurélio) quando foi anulado um processo julgado pelo
Júri popular porque o réu, um pedreiro acusado de homicídio ficou
algemado durante a sessão de julgamento. O principal fundamento para a
decisão parece ter sido a potencial influência da visualização sobre o réu
algemado, a partir dos jurados que, leigos que são, poderiam fazer um pré-
julgamento entendendo ser ele culpado. Afirmou-se naquela oportunidade,
17 Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 • Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
162
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
não existirem dados concretos que pudessem indicar que, pelo perfil do
acusado houvesse risco aos presentes caso permanecesse em plenário sem
algemas, razão pela qual se considerou aviltada a sua dignidade humana.
Da paradigmática decisão consta a pergunta que responde
melhor que qualquer resposta, disse o eminente relator:

"( ... ) se quanto àquele que deve cumprir pena ante a culpa
formada, o uso de algemas surge no campo da exceção, o que
se dirá em relação a quem goza do beneficio de não ter a culpa
presumida, ao simplesmente conduzido, indiciado ou mesmo
acusado que responde a processo-crime ?"

De nossa parte perguntamos: se pelo abuso do uso das


algemas em plenário anulou-se todo um processo-crime, qual deve ser o
tratamento jurídico para um procedimento que sofre do mesmo vicio, mas
que mal começou, pois a denúncia sequer foi recebida ainda? Se não
estivermos laborando em erro, só a insubsistência da própria prisão
preventiva, da qual emanou a autorização das algemas remediaria o dano
já sofrido e irreversível ao RECLAMANTE. Até porque, parafraseando
Hector Hugh Munro:

"a dignidade perdida não é um bem que pode ser


recuperado imediatamente (... ) é tão doloroso quanto a
lenta recuperação de afogar-se".

Também sustentando a possibilidade da insubsistência


do próprio ato prisional, o Promotor de Justiça carioca Paulo Rangel diz:

18 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Cem",


CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
JI~163
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
"Com a súmula vinculante a Polícia só poderá algemar o
detido quando este oferecer resistência ameaçar fugir no
momento da prisão ou tentar agredir os agentes de polícia ou
a si próprio. Dessa forma, ausentes os requisitos acima o
suspeito deve ser preso sem algemas, sob pena de o Estado
ser processado civilmente e os agentes responderem
administrativa, civil e penalmente. Além disso, Q APF ou ato
processual da prisão pode ser anulado" 4 (grifos meus)

Pois bem, no caso vertente a autoridade judiciária ao decretar


a prisão preventiva do PACIENTE, já autorizou o uso de algemas, haja
vista ter feito constar de sua decisão o seguinte:

"Diante dos motivos expostos pela Autoridade Policial e da


gravidade dos fatos nestes autos tratados, autorizo o uso de
algemas, devendo a autoridade policial atentar para o
cumprimento da Súmula vinculante n°. lI."

Ou seja, o magistrado se antecipou às hipóteses de


"resistência", "fundado receio de fuga" e de "perigo ª integridade física
própria ou alheia por parte do preso ou de terceiros". Um absurdo! Difícil
até de se imaginar que tenha provindo de um magistrado.
Menos pior teria sido se, em vez de partir de uma afirmação
positiva tivesse partido de uma afirmação negativa, já que ª regra ~ Q não
uso ~ ª exceção ~ que ~Q uso das algemas.
Assim, preferível teria sido se tivesse dito:

"(, .. ) proíbo o uso de algemas, devendo a autoridade policial


atentar para o cumprimento da Súmula vinculante n°. 11."

4 RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal, Lúmen Júris Editora, 15' ed. 2008, p. 628
19 Av. Rio Branco, n'185/ Grupo 618/621 • Centro
CEP: 20.040·007 . Rio de Janeiro/RJ
TeVFax: (21) 2544·8546
164
AllNADD " ACDJAR
ADVOGADOS
Talvez dessa maneira, o ato se revestiria de contornos
garantistas deixando para o momento da execução da prisão, a hipótese de
excepcional justificativa pelo uso das algemas, visto não precisar de
fundamentação alguma a prisão que não apresenta sinistro de 'receio de
fuga', 'resistência' ou 'perigo a integridade física' de alguém.
Não sendo assim, só mesmo a consideração do individuo preso
como um inimigo da sociedade e não como um cidadão sujeito de direitos
justifica ideológica e juridicamente o rigor do magistrado.
E nem se diga que a ressalva feita ao fmal da decisão atacada
oferecia algum tipo de segurança para a correta aplicação da medida,
porque a prévia autorização judicial por si só deu a quem se poderia
fiscalizar (o executor da prisão), o livre arbítrio para agir sem poder ser
supervisionado por ninguém.
Em outras palavras, a idéia de 'precaução contra abusos',
subjacente na Súmula foi totalmente desvirtuada, equivalendo a um
verdadeiro 'chegue em branco ao portador'.
A hipótese cria um precedente perigoso porque permite ao juiz,
de seu gabinete e, longe, portanto dos fatos outorgar uma espécie de
'procuração com poderes especiais' para o executor da prisão exercer como
melhor lhe aprouver, tornando a Súmula que deveria ser vinculante
totalmente desvinculante.
Ademais, no caso presente, sequer "a gravidade dos fatos
tratados nos autos" çomo disse o juiz constitui causa suficiente para se
permitir o uso das algemas, ou seja, o juiz além de tudo ainda
fundamentou maio resto de sua decisão.
Conseqüência lógica foi que, quando o advogado signatário da
presente conseguiu localizar o PACIENTE na sede da Polícia Federal no Rio
de Janeiro, fato ocorrido somente vinte e uma horas (21hs) após sua
prisão, o PACIENTE ainda se encontrava algemado e profundamente
'abalado psicologicamente' por ter, segundo disse, sofrido intenso assédio
20 Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
QIP
~
~
I.,.
1~·1I/1
JI~ 165
ARNAUD & AGUIAR
01
1
ADVOGADOS
policial para aceitar a proposta de 'delação premiada'. E, embora este
~ advogado tenha pedido oralmente pela retirada de suas algemas, o Policial
~
~ Federal que o custodiava naquele instante, disse: nada poder fazer porque,
~ naquele caso, "-ª autorizacão provinha de cima", razão pela qual,. não
~ tendo, naquele instante como checar tal informação, Q PACIENTE teve que
~ permanecer algemado ininterruptamente mesmo sem opor qualquer tipo
~
O resistência ou espécie de perigo.
O A mera autorização precipitada e escrita da autoridade
@
judiciária presumiu já o desrespeito à Súmula e a violência ao preso,
~)
G mesmo porque não há nos autos outra referência sobre o uso das algemas,
O
=.
o que corrobora para o fato de que não houve por parte do PACIENTE
I

qualquer insubordinação ou criação de perigo, pois se tivesse dado azo a


alguma conduta desse gênero, necessariamente isto teria que ter sido
~)
registrado de alguma forma.
®

~
O
Em reforço aos fatos ora narrados, embora sequer nos pareça
depender de demonstração, por cautela se junta aos autos o 'registro de


!@
I

@
ocorrência' dando conta do então suposto desaparecimento do PACIENTE
até ser apresentado na Polícia Federal no Rio de Janeiro e, também, uma
'declaração feita de próprio punho' pelo PACIENTE onde atesta que -ª tudo
~. passou sem ficar livre um só instante das malfadadas 'algemas'.
@
~
e. Da busca, apreensão, seqüestro e arresto de bens - Embora
distintas as medidas entre si, como visam em última análise, a destituição
'OI .i1J!lIl\
~ ~1I;l11;
da posse por seu titular e/ou a dissuasão de seu poder de disposição,
I@ trataremos delas conjuntamente.
~ A decisão que contem tais medidas foi assim fundamentada:
IO
~
/lNl "( ... ) No caso em exame, pelas razões expostas pelo MPF,
@ acrescido dos elementos que constam dos autos, verifico
:6) demonstrada a imprescindibilidade da medida pleiteada para
IE)
21 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
IE) CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
101 Tel/Fax: (21) 2544-8546

101
1

10il
01
11
1

Im
1
JI~166
ARNAUD & AGUIAR
ADVOCADOS
obtenção das informações pretendidas, com vistas a coletar
material probatório da prática delitiva, bem como esclarecer a
eventual participação de outras pessoas.
Estão presentes as razões que autorizam a busca e apreensão,
nos termos requeridos pelo Parquet Federal.
Com fundamento no art. 240 do Código de Processo Penal
DETERMINO a busca e apreensão~ DURANTE O DIA. de
acordo com Q que dispõe Q artigo 245 do Código de processo
Penal, nos endereços dos réus que se encontrem soltos, de
elementos de prova relacionados com o tráfico ilícito de
entorpecentes, assim como outros elementos que conduzam à
prova de outras infrações conexas e outros elementos de
convicção, de todos os elementos probatórios que, a critério da
autoridade policial presidente da diligência, provejam lastro
probatório à imputação vertida nas denúncias~ inclusive de
aparelhos de telefone celular !ê. de equipamentos de
informática, bem como de bens móveis que por sua natureza !ê.
desproporção entre Q valor !ê. ª atividade desenvolvida pelo
investigado, devem, presumir-se obtidos por meio criminoso,
consoante previsto no art. 125, n.f. do art. 132, ambos do
CPP, especialmente veículos !ê. outros de valor, bem çomo
quaisquer outros elementos de convicção, relacionados aos
fatos em apuração e que conduzam à materialidade e autoria
ou participação dos crimes investigados, nos endereços
fornecidos pela autoridade policial.
Em relação ª apreensão dos veículos, ficam excluídos no caso
de Hélio Pereira da Silva Filho, Jorge Edson Saiss ~ João
Roberto Peixoto Torres, os automóveis regularmente utilizados
como táxis, que não deverão ser apreendidos.

22 Av. Rio Branco, nO 1851 Grupo 618/621 - Centro


ÇEP: 20.040-007 - Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUD & ACUIAR 167
Determino ainda, ª apreensão de todas as quantias em espécie ADVOGADOS

acima de cinqüenta reais - ou, no caso de Hélio Pereira da


Silva Filho, Jorge Edson Saiss e João Roberto Peixoto Torres,
acima de trezentos reais, valor médio da féria diária de um
taxista - !< bens de alto valor, como jóias !< assemelhados,
encontradas pela autoridade policial nos endereços dos
denunciados, desde que evidenciado pelas circunstâncias que
a posse, singular ou coletiva, é titulada pelo denunciado em
questão, e não em caráter exclusivo por pessoas que com ele
residam.
DETRMINO o afastamento de sigilo de dados dos
equipamentos eletrônicos (computadores, HD's, Pen Dnves!<
outras mídias) e dos aparelhos de telefonia celular
eventualmente apreendidos, bem como que se proceda a
realização de perícias ou análises que se fIzerem necessárias
nos bens apreendidos.
(... )
o Ministério Público Federal pugnou pela decretação de
indiSponibilidade dos bens dos denunciados, na forma do art.
60 da lei 11.343/2006, na forma dos artigos 125 a 144 do
Código de Processo Penal.
Relata que a maior parte dos denunciados não possui fonte de
renda idônea que lhes proporcionem grandes lucros, portanto,
todos os bens móveis e imóveis, além de valores que venham
ser encontrados na posse dos investigados são, possivelmente
produtos do tráfIco de drogas, conforme exposto na denúncia.
(... )
o art. 60 da lei 11.343/2006 prevê a possibilidade do juiz,
ouvido o Ministério Público Federal, decretar a apreensão e
outras medidas assecuratórias relacionada aos bens móveis e
23 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040·007 • Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544·8546
/I~ 168
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes
previstos na referida lei, ou que constituam proveito auferido
com sua prática, procedendo-se na forma dos artigos 125 e
seguintes do CPP.
(... )
Por isso, presentes os requisitos ~ pressupostos necessários,
acolho ª manifestacão do Ministério Público Federal ~ defiro Q

pedido formulado. Valendo-me do poder geral de cautela, com


fundamento no art. 125 e seguintes do Código de Processo
Penal.
Decreto o SEQUESTRO e ARRESTO dos bens móveis,
imóveis ~ Q bloqueio das contas bancárias dos denunciados,
por meio do comando BACEN-JUD, ou, alternativamente,
oficiando-se o banco Central para providências, a fim de que o
numerário nelas indicado também possa, eventualmente,
servir para o combate ao tráfico de drogas (... ).
Oficiem-se ao DETRAN-RJ e DETRAN-PR (automóveis),
requisitando-se informações acerca de veículos que estejam
cadastrados em nome dos acusados e comunicando-se esta
decisão, para as providências cabíveis para tornar indisponível
eventual veículo, titularizado pelos denunciados (... ).
Oficiem-se à CAPITANIA DOS PORTOS-RJ (embarcações) e
Corregedoria dos Tribunais de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro e do Paraná (bens imóveis) comunicando-se esta
decisão para as providências cabíveis, de forma a tornar
indisponível eventual bem imóvel, titularizado pelos
denunciados.
(... ).

24 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
'W
I~
I@ 169
I~ ARNAUD & ACUIAR

I~ Enfim, em tempos de mundo globalizado e extremamente


ADVOGADOS

,OI
lO) capitalista, muito se duvida que alguém consiga sobreviver dignamente, a
101 partir do instante em que perde a administração de seu dinheiro, tem seus
101 recursos financeiros bloqueados e seus bens imóveis usurpados. Ainda
101
1<Iljh que tudo isso se dê de forma legal, é praticamente impossível supor que
I~uv
OI um indivíduo assim considerado possua condições para 'abalar a ordem
~ publica ou econõmica', bem como 'dificultar a aplicação da lei penal'.
® E tanto isso é verdade que, há bem pouco tempo, Q Supremo
O Tribunal Federal ao apreciar um habeas corpus (HC 95009) do empresário
O
Daniel Dantas entendeu que ante essas mesmas medidas cautelares
O
1(Jill {deferidas aqui tambéml.. Q decreto de prisão preventiva que mantinha
I

~$
O\~IIIW
preso Q empresário seria desnecessário ~ por isso, concedeu-se ª ordem.
Nesse julgamento, novamente, conforme dito pelo ministro Eros Grau, a
~
prisão se caracterizava como 'antecipação de pena'.
~
4lt
I
,(JIll Do Regime disciplinar diferenciado Destacou a
Ol AUTORIDADE COATORA o seguinte:
~
O
I
"O Ministério Público Federal requereu a inclusão dos
~
~ denunciados Rodrigo Gomes Quintela, Henrique Dornelles
Ol Forni, Bruno Oliveira Loureiro, Thiago Ribeiro Oliveira Barreto
'(JIll
I e Wellington Soares Brasileiro, uma vez presos, em regime
D
disciplinar diferenciado, instituído no art. 52, caput e
:Gl(j
parágrafos, da LEP, com a redação que lhe deu a Lei
~
lO! 10.792/2003.
~ Narra que Wellington Soares Brasileiro e Thiago Ribeiro
~
Ol
Oliveira Loureiro, embora atualmente presos, Têm utilizado,
1(JIll no interior do Presídio Ary Franco, telefones celulares para
~ conduzir diálogos reveladores de persistência na prática do
1(JIll
crime de associação para o tráfico, como revelam as denúncias
101
25 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
I
lO! CEP: 20.040·007 • Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
101
!O!
lO!
161
I~
Im
170
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
respectivas e as transcrições de diálogos telefônicos e
mensagens SMS constantes das fichas organizadas sobre cada
um deles pela autoridade policial. Ambos vêm conduzindo, de
dentro do presídio, mercancia ilícita de entorpecentes,
ocasionando subversão da ordem interna do estabelecimento e
demonstrando alto risco para este e para a sociedade.
E ainda, que Bruno Oliveira Loureiro manteve, por sua vez,
diálogo por telefone e mensagens SMS com Thiago Ribeiro
Oliveira loureiro quando este já estava preso, procurando
ativá-lo para o tráfico de entorpecentes no interior do presídio.
Os autos mostram, ademais, que sua conduta é tipicamente
denotativa de liderança negativa, invariavelmente atraindo
pessoas para a prática de crimes em seu redor (art. 52, 52, §
1°., parte final, da LEP).
Em relação a Henrique Dornelles Forni, aduz o parquet que
ocupa lugar de destaque na rede criminosa, na medida em que
constitui elo entre o tráfico do asfalto e o das favelas e que,
manteve diálogos com Juliane Sangiovanni Gonzáles que
denotam intento de aproximação de traficantes já presos e de
retaliar contra pessoa determinada, porque teria colaborado
com a Polícia. Mantém, de resto, densa atividade de comércio
de armas. Todos esses fatores revelam, somados à
característica da liderança negativa, seu alto risco para a
segurança da sociedade (art. 52, 52, § 1°., parte final, da LEP).
Quanto a Rodrigo Gomes Quintella argumenta que, hoje,
seria um dos grandes traficantes transnacionais de drogas
sintéticas em atuação no Brasil. Mostra grande capacidade de
arregimentacão ~ mobilizacão de pessoas em torno de suas
empreitadas criminosas, Q que constitui conduta tipicamente

26 Av. Rio Branco, n'185/ Grupo 618/621 • Centro


CEP: 20.040·007 • Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544·8546
ARMADO" AcmAR 1'71
denotativa de liderança negativa, criadora de alto risco para
ADVOGADOS
ª
sociedade (art. 52, 52, § 1°. Parte final, da LEP).
Por fim, requer além da inclusão desses denunciados no
regIme disciplinar diferenciado, a remoção para
estabelecimento penal federal (art. 4°., do Decreto
6.049/2007).
Tenho que assiste razão ao Ministério Público Federal. Acolho
seus fundamentos para DETERMINAR a INSERÇÃO dos
denunciados Rodrigo Gomes Quintella, Henrique Dornelles
Forni, Bruno Oliveira loureiro, Thiago Ribeiro oliveira Barreto
e Wellington Soares brasileiro, em REGIME DISCIPLINAR
DIFERENCIADO. Oficiem-se aos estabelecimentos prisionais
onde estes denunciados se encontram presos, devendo Q

mesmo ocorrer em relação aos que forem presos.


Quanto à transferência dos presos para Presídios federais de
Segurança Máxima, considerando que o procedimento vem
regulado na Resolução 557/07 do CJF, oficie-se ao Sistema
Penitenciário Federal = DEPEN, solicitando disponibilizar
vagas para as transferências dos acusados, devendo o
procedimento ser autuado e distribuído por dependência a
estes autos.
(... ).
(... )."

Do exposto, salta aos olhos que a fundamentação referente


ao PACIENTE é a mais frágil de todas, pois quanto a ele não existe, como
de regra acontece em relação aos outros, qualquer suspeita de que tenha
feito contato com 'comparsas pres6s' em presídios visando favorecer o
tráfico de drogas ou interferir na Política criminal desenvolvida nestes
estabelecimentos prisionais.
27 Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
172
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
O PACIENTE também se diferencia dos demais por nunca ter
respondido a uma investigação policial ou a uma ação penal. Além do
mais, é o único que possui terceiro grau completo e, diferentemente do que
foi 'levianamente' propalado pela Polícia e pela Imprensa possui, SIM,
atividade laborativa lícita.
Daí porque urge a questão: será ele portador de tamanha
periculosidade ª justificar tão intenso tratamento de choque?
Considerando que sua vida pregressa não contém nada que o desabone e
que é esta a sua primeira experiência em uma prisão, sinceramente,
muito se acredita estar diante de uma violência incomensurável e por
certo, de uma Política-criminal totalmente equivocada.
Não se trata ainda de argumentar nada pela visão estatal, o
que se fará somente após vencer a perspectiva do individuo.
Por enquanto, tudo o que se pretende enfrentar diz respeito às
condições pessoais do PACIENTE. É dizer: - ele nunca empunhou uma
arma de fogo; - nunca subiu um morro ou freqüentou uma boca de fumo; -
nunca teve qualquer tipo de vício. Muito pelo contrário, fosse ele detentor
de algumas destas características, será que teria conseguido chegar ao
terceiro grau de instrução? Fato que somente 5% (cinco por cento) da
população brasileira ostenta!
E, diga-se de passagem, o que se argumenta acima não faz
parte só de um discurso de retórica, tudo está (ou poder ser) comprovado
e, tampouco contrasta com a imputação descrita na denúncia.
Afinal, é por ser o PACIENTE 'supostamente' um 'empresário
do tráfico' que o Ministério Público lhe dirige toda a sua fúria.
Realmente, não se pode negar tratar-se de algo grave, mas
também não se pode desprezar que, por mais grave que seja, isso ainda
não passa de uma inferência, objeto de uma imputação que preçisa ser
cabalmente provada, pois se não for assim, estar-se-á praticando uma
abominável antecipação de pena, incoerente com o dues proces of law.
28 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
Pois bem, mas quanto à perspectiva estatal que havíamos
deixado para analisar depois, justifica-se a inclusão do PACIENTE no
RDD?
De início, descartamos logo maiores delongas quanto a
'inconstitucionalidade'5 do RDD, porque, embora não dissintamos dessa
corrente, este E. Tribunal, certamente já possui um entendimento formado
a seu respeito e todos argumentos em prol ou contra a sua
constitucionalidade são de todos bem conhecidos.
Entretanto, não abrimos mão de enfrentar mais detidamente a
questão que envolve a violência subjacente do RDD, mediante um juízo de
valoração honesto. Neste ponto, sublinhamos a necessidade de se tratar
dessa problemática com 'honestidade', pois nem tudo que se díz por ai,
provem de uma fonte idônea.
Prova-o Vlamir Costa Magalhães, Juiz Federal deste Estado
que, na ânsia de reunir argumentos para sua tese de que o tratamento
eleito pelo RDD não é desumano e ineficaz, afirma:

"em sentido contrário à suposição de que as regras do RDD


constituem sofrimento desnecessário e inócuo, é interessante
relembrar o teor das declaraçôes de um traficante já há algum

; Dentre tantos argumentos oponíveis contra a constitucionalidade do RDD encontram-se: a) No Brasil não
poderão ser instituídas penas cruéis (art. 5°., XLVII, "e", CF/88), assegurando-se aos presos, o respeito à
integridade física e moral (art. 5°., XLIX) e garantindo-se, ainda, que ninguém será submetido a tratamento
desumano ou degradante (art. 5°., lI!); b) O RDD também afronta a Constituição em seu art. 5°., XLVI,
quando trata da individualização da pena. A individualização da pena engloba, não somente a aplicação da
pena, mas a sua posterior execução também, com a garantia da progressão de regime. Como ensina Luiz
Luisi: "o processo de individualização da pena se desenvolve em três momentos complementares: o
legislativo, o judicial, e o executório ou administrativo. Observamos que o art. 59 do Código Penal que
estabelece as balizas para a aplicação da pena prevê expressamente que o Juiz sentenciante deve prescrever "o
regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade", o que indica que o regime de cumprimento da
pena é parte integrante do conceito "individualização da pena". Assim, não se pode admitir que alguém seja
condenado a cumprir a sua pena em regime integralmente fechado, vedando-lhe qualquer possibilidade de
progressão e ferindo, inclusive, as apontadas finalidades da pena: a prevenção e a repressão; c) Também a
questão das "fundadas suspeitas" que ensejam a aplicação da regra do RDD para condutas praticadas por
presos condenados ou provisórios esbarra na legalidade como principio constitucional, visto que o conceito
indeterminado não encontra defmição na legislação pátria e, portanto, não pode ser aplicado; d) Por fun,
afronta a CF quando é imposto ao preso provisório iguorando o princípio da não culpabilidade e o da
presunção de inocência.
29 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEPo 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
JI~ 174
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
tempo submetido ao RDD, conforme referência de Luiz Flávio
Gomes, em artigo conjunto, no seguinte sentido: Em um
depoimento obtido pelo 'Fantástico', da TV Globo, levado ao ar
no dia 09/11/2003, Beira-Mar revela como é a vida sob o
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e não deixa dúvidas de
que o modelo é eficaz: "O serviço que f feito aqui, nunca vi em
outra cadeia, Assistente psicológica, social, tratamento dos
funcionários f perfeito. Ouanto ª isso não tem Q que reclamar
(.,,)"6

Mas, a rigor, o trecho trazido à colação malogra o sentimento


do preso e leva o leitor a erro, ainda mais quando cita Luiz Flávio Gomes,
um de nossos maiores penalistas dando a impressão de que compartilha
com sua tese, pois a frase de Beira-Mar não foi completada, no lugar dos
parênteses "(".)" continha o seguinte:

"mas ª situação humana que ª gente fica aqui f uma coisa


absurda, completamente absurda."

Culminando por dizer e, isto 'sim' é o que resume bem o seu sentimento:

"Isso aqui f horrível. Nada se compara com isso aqui. É uma


fábrica de fazer maluco, sinceramente".

Valendo lembrar que Beira-Mar foi considerado um dos


homens mais procurados do Brasil na década de 90 e mereceu o regime
disciplinar diferenciado após ter sido condenado a mais de 30 (trinta) anos
de prisão e o PACIENTE, repita-se pela enésíma vez, nunca fOl preso ou

6 MAGALHÃES, Vlamir Costa. Breves notas sobre o regime disciplinar diferenciado. Jus Navigandi. , n.
1.400, 2 maio 2007 Disponível em: http://jus2.uol.com.brldoutrina/texto.asp?id=9828>. Acesso em: 07 dez.
2008.
30 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
TellFax: (21) 2544-8546
~.~
~
~
~
JI~ 175
ARNAUD & AGUIAR
~ processado, mas já está merecendo tratamento análogo ao dele. Ou seja,
ADVOGADOS

o
~ uma monstruosidade!
o Não foi a toa que o filósofo Nietzche há mais de um século
o advertiu:
~
flll!I
,

m/) "Quem combate monstruosidade deve cuidar para que não se


11 torne também um monstro. Se você olha longamente para um

,
ID
iD
iD
I
abismo, o abismo também olha para dentro de você". Friedrich
Nietzche. Em: 'Para Além do Bem' (1886).

lJ/liI O combate ao crime e ao criminoso é legitimo, mas quando é

lQ exercido sem comedimento vira monstruosidade e outra não é a


qualificação que se pode dar ao Direito penal do inimigo bem afeito a
~ violência que se encontra no RDD.
I)
,

~ A AUTORIDADE COATORA fundamentou a necessidade do


D
I
PACIENTE submeter-se ao RDD com fulcro no artigo 52 caput e seu
mb parágrafo 1 0 da LEP, assim redigido:
lo
G!Jl
~
I
"§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar
~ os presos provisórios ou condenados, nacionais ou
UI) estrangeiros, que apresentem altos riscos para a ordem e a
o
o
I
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade".

~~
I) '~lI!1li
Mas, como já destacado alhures, o PACIENTE não fez nada
® que atentasse contra a ordem e a segurança de algum estabelecimento
~ penal e seu enquadramento nesse parágrafo só pode ser justificado pelo
~
lO grotesco pretexto de representar 'alto risco para ª ordem ª segurança da
~

e sociedade', o que, aliás, pode ser atribuído a qualquer um, já que todo
jJj) delito afronta a sociedade. O problema é que a expressão 'alto risco' não
~) possui contornos definidos, advindo dai o perigo do juiz trocar o poder de
o
•e
D
31 Av. Rio Branco, nO 185 J Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Ter/Fax: (21) 2544·8546

o
I
~
~
iIllID
ARNAUD &. ACUlAR
ADVOGADOS
discricionariedade por arbitrariedade, o que na hipótese vertente
demandava do magistrado um cuidado ainda maior, visto ser a lei de
péssima qualidade, afinal:

"Mais vale um juiz bom e prudente que uma lei boa. Com um
juiz mau e injusto, uma lei boa de nada serve, porque ele a
verga e a torna injusta a seu modo" (Código Geral da Suécia,
1734)

Não se pode deixar de observar que a disciplina do RDD,


notadamente os §§1° e 2 0 do art. 52 da LEP, novamente se enquadra numa
punição antecipada de atos que, em si, não constitui fato tipico algum,
atribuindo, como visto, aos indivíduos que "a qualquer título" participem
de organizações criminosas, uma presunção de culpa.
E também não há como divergir de Paulo César Busato
quando assevera:

"A imposição de uma fórmula de execução da pena


diferenciada segundo características do autor relacionadas
com "suspeitas" de sua participação na criminalidade de
massa não é mais que um "Direito Penal do Inimigo, quer
dizer, (... ) a adoção do Regime Disciplinar Diferenciado
representa o tratamento desumano de determinado tipo de
autor de delito, distinguindo evidentemente entre cidadãos e
inimigos."7

Moral de tudo o quanto se disse do autoritário Regime


Disciplinar Diferenciado é que o brocardo latim Dura lex Sed Lex (a lei é

7BUSATO, Paulo César. Regime Disciplinar Diferenciado com Produto de um Direito Penal do Inimigo. IN:
CARVALHO. Saio. Crítica à Execução Penal. 2ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. p. 297.
32 Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEPo 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544·8546
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
dura, mas é lei) não condiz mais com o homem contemporãneo, sob pena
de se robotizar o próprio comportamento humano, antes pelo contrário,
devemos lembrar que "a muralha da lei deve ser a lógica" (González
Pecotche), pois a lei que padece da falta de lógica equivale a teimosia, uma
burrice por definição, até porque como bem dizia Montesquieu:

"Quando se quer mudar os costumes e as maneiras, não se


deve mudá-los pelas leis".

DA CONCLUSÃO E DO PEDIDO FINAL

Face ao exposto, supõe este IMPETRANTE que mesmo as idas


e vindas do PACIENTE pela Europa e as 'suspeitas' de que lá tenha
praticado tráfico ilícito de entorpecentes precisam ser provados e, sequer a
interceptação telefônica, onde 'em tese' contem indício de sua participação
nesses negócios, constitui só uma medida cautelar que necessita ser
submetida ao crivo do contraditório, não pode servir como instrumento
válido para presumir sua culpa, aferir sua periculosidade e, muito
menos ainda, fundamentar eventual denegação de ordem, já que no
âmbito estreito de habeas corpus, não se admite incursão ao meritum
causae.
Portanto, não há espaço para dúvidas: se este E. Tribunal
observar a paridade de tratamento e não incorrer, PERMISSA VENIA, na
confusão entre aspectos de relevãncia meritória e aspectos de relevãncia
processual, este HC tem tudo para merecer uma decisão justa e exemplar.
Sendo assim, o que respeitosamente se suplica é que o
eminente relator a quem couber apreciar o presente WRlT, defira a
LIMINAR para:

33 Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUD 80 ACUlAR
ADVOGADOS
178
a) Revogar ou relaxar a prisão cautelar do
PACIENTE, conforme acolha algum (ou alguns)
dos fundamentos desta impetração lavrando-se
imediato alvará de soltura e, no MÉRITO;
b) CONCEDA A ORDEM para, confirmando a
decisão do relator permita o PACIENTE
responder aos demais atos do processo em
liberdade, sob os compromissos da lei.

Termos em qu , pede deferimento.


Rio de Janeir , 02 de março de 2.G~j.,....

WALTER

Acompanham a presente peca:


- Denúncia:
- Decisão;
- Comprovante de residência;
- Comprovante de trabalho;
- Comprovante de conclusão de curso superior;
- Cópia dos passaportes;
- Registro de ocorrência de suposto desaparecimento;
- Declaração de próprio punho sobre o uso de algemas.

34 Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEPo 20.040·007 • Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
I~IIV

"i@ " ~
":,',<
'@I
'~]]ll li -'1 ...... i .:.'
'i@
---<
!@l :[ \
.','" ,

.@li ,, .' TRIBUNAL,F(E(;IONAL;',F:


.\
'@l . ,~. I' "
,,'I
....:-.\j~~;
.r·:
I ":,"
@I
"1';'
\J]j) ;
,.
't, ,~";
'@li RELATORA
,
~ J IMPETRANTE.
IMPETRADO'
4m'
~.
~ .,
'I

~.

dife~'êhêiíld,Ó é frágil,
,11,' , I"
. ' --'.
. .O impetrant,e
',',' . '. E'o relatório .

"',0

\1.
>, '.
Im
:@1i
{<®t.,~ :\:"1> j" o,' " ' , , .:2~'~:;;'ii;::;·~i,;;:,
"

'@ ~_ ::~::,I-' 'I,

.~,': :;,r"v":
". i

I'. . ,1,

l, Jilli
:~mr
iIíitI o • • •

l
ilID
1$' :~i
,(,
I· , ,'.
®
®
(lIIÍ.
!ílID
I (ij]}
'::,.~. ,"
I(ij]} ,
"0

fID
IID
'1IlIV . '. ~;'
I

1([JJl' -"i' .~
.~
..
".
!
,

,(]]ti
,.
:® ,.:-
. ." "
.. ,',
.... "


1 '
"
..
_ : -" '.'''.
"
'® I, '
!
!® 1 : "

I (flJI'
,,iJlIll
l@l' . "
,;~\


R E C E RI M. E N T O
Nesta di)t<) foram recebidos estes.autos doCa) E n'.'('~): Srcit), Relator(a) com' .
oCa) Ldespacho/decisão retro, Do. qlle, eu, ': '·, ...,..:,(l'alrícia Teixeira
Jorge -matrícula 11.043), para constar, laVI'O ést tén,lo;::·..'
,".,-. :.
;

:. ~~',~ ',;:\" .
Cy~.
'

Rip de J<lneit'o,g2L,ICJ1:,::'1.
....! ,".
-'I· .. ~
a
SUBSECRETARIA DA 2 TURMA
,:', -'I'

1 ' ,:-:, '\;;r~~;rr~j. , .: :; :.' :·:f.;::~~...


.:,: ~<
_..',).-y;.;'"
.'i'~ " :', ::-j"'>
"'. ,:' .;"':';-.:""

"U't:H' 'I' li) A U


. j",:.
,Certifico e dou fé que,.e~cumprimento à(o) r.
" ___ " l:>t(/ S' ,q'Ó fls,/I'íSB- ~.,.Jf'ói(;am)eXP~didb(a)(S)
de
o(a)(s) OFíCIO(S) NºT2-0FI-2009/ 260'1 ; cuja(s)
cópia(s) se segue(m), Rio de Janeiro, 2..i? /2009,

Subsecretaria ~~urrna ESP~G.i~lizada ., :\ .~"' ..."


":. ,"'
. :'::' ':.:
,~);:~.;,;;~_;~:, ","
o ~• • • ,

;;,-.. ".
", ':.:
C

.I "

i"

- ... _-_ ..._._. .. ".


. ~._---
,', " '...l.
"":

SubSE3cretfi\[ÍéLdtl i4ada.·
"~'.:~ . ,i " .5t;.;'··

~. ,
: "',-,\ '~""'.~.: .
.... ,"

, :,'i~~,~.~;\~"',· .' ,-.,"':; FliqR: :'Ié[í:~"i l':: ··~r.-l "."


'~lr;lIiF •• ··I'I~:·,;j'~:~~~~~~:~IAG .. i~~!,} -,~,~ ~:~J(JJ8~:;~;~~~ll: ~j;l~.,,~;~~~'>.:.:,' ~~,,,,.!.;,,
.
:-".i.J.J i .
:~'l:::;:.:~:'::;·:'~\,..L .",. ..• ,.,,.• ,.JAr.
"": ,',.

, , '.~'

';; [/3 1'lriR, 200~.

'C
1..' •

'-.

:,';

:,'
Data da publicação: 20/03/2009
Jornal: Tribunais Superiores
Tribunal: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2 a REGIÃO 183
Vara: DIVISÃO DE COORDENAÇÃO DE JULGAMENTOS
Seção: DJ Seção Única
Página: 00096
ACORDAOS EXPEDIENTE N o 95 DO DIA 18 DE MARCO DE 2009

X - HABEAS CORPUS 2009.02.01.002830-3 RELATOR:


DESEMBARGADORA FEDERAL LILIANE RORIZ IMPETRANTE: WALTER
ARNAUD MASCARENHAS JU- NIOR IMPETRADO: JUIZO DA 7A.
VARA FEDERAL CRIMI- NAL DO RIO DE JANEIRO PACIENTE: R. G. Q.
ADVOGADO: WALTER ARNAUD MASCARENHAS JU- NIOR ORIGEM
: SETIMA VARA FEDERAL CRIMINAL DO RIO DE JANEIRO
(200851018143474) E M E N T A CRIMINAL. PRISAO PREVENTIVA.
FUNDAMENTACAO. MATERIALIDADE E INDICIOS DE AUTORIA.
GARANTIA DA ORDEM PUBLICA. CONVENIENCIA DA INSTRUCAO
CRIMINAL. NECESSIDADE. ALGEMAS. SUMULA VINCULANTE NO 11.
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO. 1. A materialidade delitiva e os
indicios suficientes de autoria - fumus comissi delicti encontram se
delineados na presente hipotese atraves das interceptacoes telefonicas
autorizadas pelo Juizo a quo indicando que o paciente manteve
relacoes frequentes com outros individuos para supostamente
associarem se para o trafico de entorpecentes 2. A necessidade da
prisao preventiva - periculum libertatis -, se justifica para a garantia da
ordem publica e da aplicacao da lei penal, visando coibir a reproducao
de fatos criminosos e preservar a instrucao criminal bem como
acautelar o meio social e a credibilidade da justica pois o delito ora
investigado causa grande inquietacao a sociedade. 3. Houve o
atendimento do requisito previsto na Sumula Vinculante nO 11, vez que
a autoridade impetrada acatou as justificativas a respeito da
excepcionalidade do caso feita pela autoridade policial gravidade dos
fatos e possibilidade de resistencia utilizando os para metros corretos
para auferir a possibilidade de resistencia do paciente 4. Nao ha
duvidas quanto a necessidade e conveniencia da aplicacao do RDD vez
que a decisao ora atacada foi fundamentada em indicios de que o
paciente e um dos grandes traficantes transnacionais de drogas
sinteticas em atuacao no Rio de Janeiro, alem de mostrar grande
capacidade de lideranca negativa frente outras pessoas o que
caracteriza fundado temor de risco a sociedade 5. Eventuais condicoes
pessoais favoraveis ao reu, tais como primariedade, bons
antecedentes, residencia fixa e ocupacao licita, nao lhe sao
garantidoras ao direito a revogacao da prisao preventiva se existem
outras que lhe recomendam a custodia cautelar 6. Ordem denegada. A
C O R D A O Vistos e relatados os autos em que sao partes as acima
indicadas: Decidem os Membros da 2 a Turma Especializada do Tribunal
Regional Federal da 2 a Regiao, por unanimidade, denegar a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Rio de Janeiro, 17 de
marco de 2009. LILIANE RORIZ Relatora
ARN:\UI> &; ACUI,\H

------~------184
------------------------

SUPE RIOR
EXMO. SR. DESE MBA RGA PoR PRF.~mF.NTE DO EGR ÉqIO
TRIBUNAL DE JUST IÇA. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1111111" 1111111111111111111
200900642843 . H C 133204 ',"',l"i.
'-~." ~, i.
13/04/2Q09 17:46
SEÇÃO DE AUTUAÇÃO DE PRO GESSOS ORIGINARIOS
ERAL DA 2a
AUTO RIDA DE COATORA:'--TRlBUNA.0-RJ;;CiIOI'l1\1J ·1'=D
REGIÃO - 2 a TURMA (HC. n°. 2009 .02.0 1.002 830-3 )

WALTER ARNAUD MAS CARE NHA S JR, brasi leiro,


escrit ório na
soltei ro, advog ado, inscr ito na OAB /RJ sob o n°. 78.69 4, com
quali dade de
Av. Rio Bran co, 185, grupo 618/ 621, Centr o - RJ, na
ão Feder al, e
IMPETRANTE vem com fulcro no art. 5°, LXVIII, da Cons tituiç
E. Tribu nal a
art. 647 do Códig o de Proce sso Pena l inter por peran te este
prese nte ordem de:
, HAB EAS COR PUS
com ped ido de LIM INA R

ro, porta dor da


em favor ROD RIGO GOM ES QUINTELLA, brasi leiro, soltei
084.7 48.66 7-
ident idade n°. 0108 0512 9-3 - IFP e inscr ito no CPF sob o n°.
caban a, Rio de
2, resid ente na Rua Sant a Clara , 139, apto 205, Copa
razõe s a segui r
Janei ro - RJ, dorav ante deno mina do PACI ENTE , confo rme
expo stas:
BREV E RELATÓRIO

ano
O PACI ENTE foi preso no dia 10 de fever eiro do corre nte
ntiva do Juiz
pela Políc ia Fede ral em cump rimen to a ordem de prisã o preve
ro.
da 7 a Vara Fede ral Crim inal da Seção Judic iária do Rio de Janei
'\I)\'{)(~,\I)()::;

Juntamente do PACIENTE foram presos outros 25 jovens; em 185


cUJa diligência chamada de OPERAÇÃO NOCAUTE contou com ampla
cobertura de imprensa escrita e falada.
A medida constritiva foi levada a efeito após o Ministério
Público ter oferecido denúncia (DOe) imputando ao PACIENTE o delito do
art. 33 c/c 35 da lei 11.343/2006.
Sem embargo da 'gravidade da imputação' e do juízo de
legitimidade (ou não) dos elementos de convicção colhidos no inquérito, a
AUTORIDADE COATORA, de uma só vez, DEFERIU em face do PACIENTE
seis medidas coercitivas, a saber: a) sua prisão cautelar; b) busca e
apreensão de seus bens; c) seqüestro e arresto de bens com bloqueio de
suas contas bancárias; d) inclusão no regime disciplinar diferenciado; e)
adoção de segredo de justiça absoluto e; f) uso de algemas.
Ato contínuo, o PACIENTE foi notificado para apresentar
'defesa preliminar' e já o fez estando os autos principais nesta face
processual.

DO OBJETO DO WRIT CONSTITUCIONAL

A presente impetração pretende demonstrar que o Tribunal


Regional 'a quo' não enfrentou os fundamentos alegados pelo impetrante,
limitando-se a ratificar a decisão originária, incorrendo nos mesmo vícios
daquela, quais sejam: invocação de argumentos genéricos sem
correspondência concreta, sendo tais argumentos, inclusive, bem
conhecidos por esta corte ou pelo STF que, vez por outra, os consideraram
desprovidos de eficácia para justificarem a manutenção de uma prisão
cautelar.
Diante de tal quadro, o impetrante se concentrará em atacar
os fundamentos eleitos p~lo TRF /RJ, já que os argumentos opostos contra
a decisão de la grau encontram-se no HC interposto para o aludido
Av. Rio Branco, n° 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
AJ\~c
AHNAIlD & Acuri\lI

regional carioca, juntado aqui por cópia e, para onde se reporta, \I~"f;: d1 8 6
não ser repetitivo.

DA DECISÃO QUE DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA


E AUTORIZA O USO DE ALGEMAS

Segundo a própria autoridade judiciária de ~ grau:


"O Minist~rio Público Federal requereu a prisão preventiva dos
denunciados para garantia da ordem pública e conveniência
da instrução criminal.
Narra que a prova é clara no sentido de que o tráfico de
entorpecentes exercido pelos denunciados é atual e_denso,
pois estão incorrendo, com habitualidade, nas condutas
delituosas que lhes são imputadas.
Aduz que o crime de associação pelo qual só não respondem
as denunciadas na função de transporte ("mulas"), é
permanente: a rede de tráfico descrita na primeira denúncia e
as associações a ela periféricas descritas na segunda denúncia
estão, nessa ordem de idéias, em pleno funcionamento.
E ainda, que o segmento associativo integrado pelos
denunciados Henrique Dornelles Forni; Helio Pereira Silva
Filho, Sérgio Paloma, Diego Marques Bezerra, Luiz Bernardo
Cardoso Neto e Wellington Soares Brasileiro lida, amiúde, com
armas de fogo, o que exacerba o risco decorrente de sua
manutenção em liberdade.
Enfatiza que os denunciados Frederico Cruz Siqueira Muller
Xavier, Wellington Soares Brasileiro, Bruno Oliveira Loureiro,
Guilherme Francavilla Lamoure Ribeiro, Luiz Eduardo
Cardoso Neto, Rafael Kauling, Thiago Ribeiro Oliveira Barreto,
André de Abreu e Souza, João Roberto Peixoto Torres Felipe
Av. Rio Branco. n' 185/Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 544-8546
ARNAUD & ACUIAH
,\I)VOt;,\I) ()$

Augu sto Pache co, Leon ardo Barb osa de Assis e Danie l Matto
s 187
de
Samp aio osten tam antec eden tes crimi nais por tipos pena is
de
lesivi dade alta ou médi a, o que const itui indíc io adici onal
dispo sição para a práti ca de crime s.
a
No tocan te a conv eniên cia da instru ção crimi nal, narra que
se
prova dos autos most ra que todos os denu nciad os
a
preoc upam em antec ipar- se á perse cução pena l e evita m
de
eluci dação . de suas cond utas medi ante exped iente s
do
codif icaçã o de lingu agem , uso come dido do telefo ne e, quan
um
possí vel, prefe rênci a por ajust es prese nciai s. Em mais de
por
diálog o telefô nico interc eptad o, um já censu rou o outro
et,
extro versã o lingü ística . O que signif icaria , segun do o parqu
a
que os denu nciad os já estão atuan do no senti do de ocult ar
es
verda de real e comp rova prope nsão para o ajust e de versô
em seus interr ogató rios.
Quan to a cond uta dos denu nciad os, passo a anali sá-la s:
Rodr igo Gom es Quin tella
o
Narra a denú ncia que Rodri go Gom es Quin tella, agind
o
pesso alme nte e por interp osiçã o, expo rtava cocaí na para
A e
exter ior e lá adqu iria droga s sinté ticas, em espec ial MDM
LSD, que ,impo rtava para o Brasi l. Narra , ainda , que para
tanto , conta va com apoio logíst ico direto de Hélio Loure nço
de
Ramo s de Silva Junio r e com colab oraçã o espor ádica
res
Leon ardo 'Barb osa de Assis , bem como colab orado
seu
even tuais na funçã o de trans porta dores ("mul as"). E que
ele
adqu irent e mais freqü ente seria Henr ique Dorn elles Forni ,
própr io distri buido r.
ões
Aduz o Minis tério Públi co Fede ral que as inves tigaç
apura ram ao meno s quatr o fatos nesse s mold es, assim
narra dos na denú ncia:
Av. Rio Branco, n' 1851 Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
·\Jl\"()t;·\IH)~

"O pnmelro fato diz respeito à vIagem de Rodrigo Gomes


Quintella para a Europa, com destino á Suíça, à Alemanha e
à Holanda, entre 4/08/2008 e 26/08/2008, com negociação,
durante súa estada de exportação de droga do Brasil e
importação de droga para o Brasil. As negociações foram
tumultuadas e apenas parcialmente bem-sucedidas, como
revelam três diálogos. telefõnicos por ele mantidos:
(... )
O segundo fato diz respeito à prisão em flagrante, em
27/09/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo
Horizonte/MG, de Weskley Fernando Oliveira e Silva, quando
desembarcava de vôo procedente de Bruxelas, Bélgica, com
escala em Lisboa, Portugal, de posse de vinte e seis mil
comprimidos de MDMA. Os comprimidos eram de propriedade
de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou, organizou !<
financiou a viagem de Weskley Fernando á Europa para
transporte do entorpecente. Weskley Fernando viajara de
Uberlãndia/MG para o Rio de Janeiro/RJ em 29/08/2008,
havendo sido recebido no Aeroporto Santos Dumont por
Rodrigo Gomes Quintella e Helio Lourenço Ramos da Silva
júnior. Weskley Fernando seguiu, então, do Rio de Janeiro/RJ
para Belo Horizonte/MG e de lá, em 30/08/2008, para
Bruxelas, Bélgica.
(... )
O terceiro fato diz respeito à prisão em flagrante, em
14/06/2008, no Aeroporto Internacional de Salvador/BA, de
João Pires. Marques Júnior, quando desembarcava de vôo
procedente de Amsterdã, Holanda, de posse de cinqüenta mil
quatrocentos e noventa e nove micropontos de LSD e as
partidas dos outros dois entorpecentes eram de propriedade
Av. Rio Branco, nQ 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21. 2544-8546
de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou,
financiou a: viagem de João Pires á Europa para transporte dos
entorpecentes.
O quarto fato diz respeito á prisão em flagrante, em
3j 12j2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em belo
HorizontejMG, de Luis Fernando Pagotto e Deise dos santos
Coutinho, quando embarcavam para Bruxelas, Bélgica, com
dois quilos de cocaína. A droga era de propriedade de Rodrigo
Gomes Quintella, que, com o auxílio de Magno Gil Piedade,
José Maurício Santos Machado e, em caráter acessório, de
Leonardo Barbosa de Assis, comandou, organizou e financiou
a viagem trazidos para o Brasil.
Através dos diversos diálogos interceptados, há indícios de que
;

Rodrigo Gomes Quintella, atuou, ainda, no período das


investigações, como fornecedor atacadista e varejista de
entorpecerües na cidade do Rio de janeiro. Alega o Ministério
Público Federal que além de vender MDMA esporadicamente
para consumidores individuais, ele seria o fornecedor estável
de drogas de Henrique Dornelles, que controlaria bocas de
fumo no Morro do Turano, na Tijuca, e revenderia droga em
atacado e varejo.
(... )
Os fatos objeto deste processo são extremamente graves.
Tenho que a liberdade dos denunciados, nestas
circunstâncias, importaria desprestígio da Justiça com
repercussão na ordem pública, além de importar graves e
sérios prejuízos para a instrução criminal.
Como bem lançado pelo Ministério Público Federal, mister se
faz a decretação da prisão preventiva dos denunciados com o
fito de garantir a ordem pública, impedindo a prática de novos
Av. Rio Branco. n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21' 2544-8546
AHNAUD & ACUTAIt
'\DVOC,-\IH )S 190
cnme s e pira acaut elam ento do melO socia l, tendo em vista
e, e
que os acusa dos possu em alto poten cial lesivo á coleti vidad
tamb ém para conv eniên cia da instru ção crimi nal. Caso
ás
perm aneça m em liberd ade, pode m vir a dificu ltar o acess o
,
dema is prova s que os incri mina m ou até mesm o destr uí-las
se depre ende espec ificam ente do diálog o dos
como
s
denu nciad os narra dos pelo parqu et, o que é típico desse
casos .
Verif ico que cons tam nos autos relató rios elabo rados pela
ão,
Auto ridad e Polic ial que relata m que, ao longo da inves tigaç
foram lavra dos 15 (quin ze) autos de prisã o em flagra nte,
conta ndo 'com 36 pesso as presa s, sendo apree ndido
de
arma ment o de uso restri to, muni ções e diver sos tipos
droga s, sendo a quan tidad e mais expre ssiva envol vendo
sy),
25.00 0 (vinte e cinco mil) comp rimid os de MDMA (ecsta
oriun dos do conti nente europ eu, que ingre ssara m no país pelo
r
Aero porto de Conf insjM G, repre senta ndo esta a malO
a
apree nsão de droga s no país pelo Aero porto de Conf insjM G,
maio r de droga s sinté ticas do Estad o de Mina s Gerai s.
Tenh o que o fato de os denu nciad os prati carem as supo stas
de
cond utas delitu osas que lhes são impu tadas (tráfic o ilícito
que
entor pecen te) com reiter ação e habit ualid ade, desta cand o
algun s deles parti cipam do tráfic o de droga s mesm o

encar cerad os ou logo após a conq uista da liberd ade, confi gura
tia
a neces sidad e da excep ciona l medi da com escop o da garan
da ordem púbic a.
ção
Torn a-se neces sária ainda para conv eniên cia da instru
é
crimi nal, tendo em vista o alto pode r de intim idaçã o, que
que
uma das carac teríst icas das assoc iaçõe s para o tráfic o,
pode riam exerc er sobre outro s envol vidos .
Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 • Centro
CEP: 20.040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUIl & ACllTAIl
,\[lVOt:ADÓ::Õ 191
Em não sendo decretada a prisão preventiva coloca-se em
risco a aplicação da lei penal, vez que os denunciados que se
encontram soltos poderiam deixar o estado de origem e até
mesmo o país.
Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, embora
alguns dos integrantes já se encontrem presos por força dos
flagrantes efetuados, é imperiosa a de·cretação das custódias
cautelares nestes autos. O que serviria como forma de evitar
que retornem à sociedade por eventual concessão de liberdade
provisória· nas ações penais que possivelmente, podem ser
atraídas a· este juízo federal, e cujas imputações não devem
refletir com fidelidade o grave contexto delituoso, no qual estão
inseridos, altamente lesivos á ordem pública.
Ainda, como bem anota o parquet, alguns dos integrantes
dessa organização ainda não foram identificados, o que
contribui para o recelO objetivo de impossibilidade da
aplicação da lei penal caso venham os flagrados a serem
soltos.
Há fortes indícios da participação dos denunciados em crimes
praticados em associação dedicada ao tráfico de entorpecentes
e a materialidade está comprovada pelos próprios flagrantes,
conforme narrado nos relatórios constantes dos autos.
Os fatos noticiados são reiterados e de extrema gravidade. A
fundada 'suspeita de ocorrência das infrações penais
mencionadas é corroborada pelas prisões em flagrante é
interceptações efetuadas, como aponta a denúncia,
caracterizando-se o fumus bani iuris, na hipótese vertente.
Tudo o que consta destes autos está a demonstrar a presença
das condições que autorizam a medida processual extrema d~

Av. Rio Branco. n' 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040'007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
-\ I ~\'( )(,;.\ I)()~
192
privação de liberdade previstas nas primeira, terceira e última
figuras do artigo 312 do código de Processo Pena.
Justifica-se assim, a necessidade da prisão preventiva para
garantia da' ordem pública, por conveniência da instrução
criminal e para assegurar a aplicação da lei penal.
Por tais razões, acolho a promoção ministerial vez que
presentes o>; pressupostos e as circunstãncias autorizadoras,
com fundamento no art. 311, art. 312 e art. 313 do CPC,
DECRETO a PRISÃO PREVENTIVA de todos os denunciados,
qualificados na denúncia.
Diante dos motivos expostos pela Autoridade Policial e da
gravidade dos fatos nestes autos tratados, autorizo o uso de
algemas, devendo a autoridade policial atentar para o
cumprimento da Súmula vinculante n°. 11:
"Só é lícito o uso de algemas em caos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo á integridade física
própria ou alheia, por parte elo preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabilida.de civil do Estado".

DA DECISÃO DO TRF/RJ

Segundo sua Ementa consta o seguinte:


"PRISÃO PREVENTIVA. FUNADAMENTAÇÃO.
MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA. GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL. NECESSIDADE. ALGEMAS. SÚMULA
VINCULANTE W. 11. REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO.
Av. Rio Branco, n° 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20,040·007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544·8546
ml!P
tJl) JU.'--
jI)) ARN.'\!JD &~ Acurl'f\ 3···
-\1J.\'O(;.\!)()Sl ~ .

m~, 1. A materialidade delitiva e os indícios suficientes de autoria


O' - fumus comissi delicti encontram-se delineados na presente
I/)
hipótese através das interceptações telefõnicas autorizadas
~ I
pelo juízo a quo indicando que o paciente manteve relações
~
o I
freqüentes com outros indivíduos para supostamente
j
~ associarem-se para o tráfico de entorpecentes; 2. A
!D
necessidade da prisão preventiva - penculum libertartis -, se
~ justifica para a garantia da ordem pública eda aplicação
~
I
penal, visando coibir a reprodução de fatos criminosos e
li)
preservar a instrução criminal bem como acautelar o meio
~ social e a credibilidade da justiça, pois o delito ora investigado
lJlll
!D causa grande inquietação a sociedade; 3. Houve o
~ atendimento do requisito previsto na Súmula Vinculante n°.
jP~ 11, vez que a autoridade impetrada acatou as justificativas a
respeito da excepcionalidade do caso feita pela autoridade
IIJ])
,

ID policial 'gravidade dos fatos e possibilidade de resistência


lo
I
utilizando os parâmetros corretos para auferir a possibilidade
lIl])
de resistência do paciente. 4. Não há duvidas quanto a
IJ,
IJ, necessidade e conveniência da aplicação do RDD vez que a
I
decisão ora atacada foi fundamentada em indícios de que o

~ paciente é um dos grandes traficantes transnacionais de
(J) drogas sintéticas em atuação no Rio de janeiro, além de
11])
mostrar grande capacidade de liderança negativa frente outras
iJl)
pessoas o que caracteriza fundado temor de risco a sociedade;
~
:
5. Eventuais condições pessoais favoráveis ao réu, -tais como
primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação
lícita, não lhe são garantidoras ao direito a revogação da

~
lIl])

prisão preventiva se existem outra que lhe recomendam a
custódia cautelar; 6. Ordem denegada. ACORDA0 Vistos e
(J) relatados os autos em que são partes as acima indicadas:
lJll)
o Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
i1l)
Gnl
ID
o~
o
I

o
AIlN:\UD .~ ACUrAB
ADVOt;,\DO :-; 19 4
nal
Decid em os Mem bros da 2 Tur.m a Espe cializ ada do Tribu
a

a
regio nal Fede ral da 2 Regiã o, por unan imida de, dene gar
a

Rio
ordem de habe as corpus, nos termo s do voto da relato ra,
de janei ro, 17 de març o de 2009 . LILIANE RORI Z, Relat ora.

DA INCO NSIS TÊNC IA DOS FUND AME NTOS

Data maxi ma venia, o impe trant e não prete nde ser o dono da
proce sso penal '
verda de, tamp ouco supõ e conh ecer 'direi to pena l e/ou
I
nenh um dos
ID I
mais do que ningu ém, mas a decis ão supra não enfre ntou
lJl I susci tados pelo impe trant e quan do trato u da
I argum entos
00 que naqu ela
I
"imp resta bilida de do decre to prisio nal". Vale lemb rar
ID

~
no equív oco
oport unida de ainda se salien tou para o perig o de incor rer
se pela falta
corri queir o de se opor uma impu gnaç ão gené rica que pecas
~
I de taxat ivida de em apon tar onde 'conc retam ente' repou
sava a supo sta
ml)
nal que dever ia
insuf iciên cia dos argum entos . Mas, estra nham ente o Tribu
dll do impe trant e
se esme rar pelo zelo dê- tal provi dênci a quan do julgo u o HC
I

ID
I
.
lJll)
I
não se preoc upou em anali sar nenh um dos ponto s salien tados
lJll) do
,
Aliás , o impe trant e não se surpr eend e disto , pois está cansa
00 as gran des
I
llJ) de saber que o Tribu nal cario ca não costu ma enfre ntar
, .
se limita a
W discu ssões proc essua is. Uma lástim a! Em geral , apen as
~ apeg ar as 'frase s de efeito ' das autor idade s const ituíd
as (Dele gados ,

rD Prom otore s e Juíze s) e, difici lment e julga seus casos atrav


ês de uma visão
~A1Jmt:, como , de regra
~EJI,'" crític a contu nden te, ampa rada em elem entos dos autos
,
país.
o acont ece, por exem plo, com as decis ões oriun das do Sul do
ID Pois bem, anali semo s a decis ão ataca da.
iJlj) de
No item "I" foi desta cado a mate rialid ade e os indíc ios
GlJl
sitos seque r a
autor ia, o que não olvid amos , até porqu e sem estes requi
~ denú ncia pode ria ter sido receb ida;
~
!li)
I
~ Av. Rio Branco. n' 185/ Grupo 618/621 - Centro
CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
®I T el/Fax: (2)) 2544-8546
O
@

~
®}
IIi]!)
Im.
AlINAUD ,,; Acp!:\!!
-\i)\'(H.\O lIS 195
-
lar
No item "2" come çam os probl emas , pOIS a prisã o caute
ação da lei
não pode ser justif icada para garan tia da ordem públi ca, aplic
hipót ese de
pena l e prese rvaçã o da instru ção crimi nal só porqu e, na
do acusa do pode r-se-i a ensej ar a repro ducão dos fatos
liberd ade
pode 'em tese'
crimi nosos , pois todo mund o que prati ca um crime uma vez,
justif ica para
'fazê- lo outra vez. Do mesm o modo que, a prisã o não se
acaut elar Q meio socia l ou dar credi bilida de ªjustiç a porqu e todo crime

gera, de per si, inqui etaçã o na socie dade.


de
Essa s justif icativ as incid em numa tauto logia desti tuída
invoc ados sem lastro concr eto. Não passa m de
respa ldo quan do
exerc ício de
'argu ment os .de autor idade ' que mais se prest am a um
'adiv inhaç ão' que a qualq uer outra coisa .
Send o oport uno lemb rar as sãbia s palav ras dos minis tros
um caso de
Sepú lveda Perte nce e Fran cisco Reze k quan do julga ram
grand e reper cussã o na impr ensa envol vendo verea dores :
de
"As suspe itas dos procu rador es e prom otore s resul tam
simp les inferê ncia, sem a indic ação de um só indíc io que lhes
sirva de base empí rica - é tão só a supos ição gratu ita de que,
solto, o acusa do pode pertu rbar a instru ção, o que, a rigor,
pode ser invoc ado contr a qualq uer réu solto" . (grifo s meus )
ar
Tend o ficado evide nciad a uma flagra nte tenta tiva de se utiliz
a de:
a prisã o prev entiv a como antec ipaçã o da pena , pois se tratav
"man ifesto exem plo de desvi o da finali dade contr ário ás mais
to
elem entar es garan tias do proce sso pena l no Estad o de Direi
e, por isso, inace itáve l por este Tribu nal". (grifo s meus )
da
Valen do ainda desta car com relaç ão ao mesm o 'item 2'
ese:
decis ão sub exam en, outro julga do que bem se adap ta a hipót
ca,
"A prisã o preve ntiva para a garan tia da ordem públi
funda da na gravi dade do delito e na neces sidad e de acaut elar

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21' 2544-8546
ARNMID &. ACUJAH
,\ ll"tl(;·\ IH lS

Q meio socia l, não enco ntra respa ldo na juris prud ência deste
196
Tribu nal", disse o minis tro GILMAR MEN DES (HC 8923 8);
Com referê ncia ao item "3", outro ledo engan o, este
crime grave "
consi stent e na supos ição de que "indí cios de partic ipaçã o em
baste m para
ou a consi deraç ão de ser a pesso a um "líder negat ivo"
o a Súmu la
funda ment ar o uso de algem as. Eis aqui, um grave desre speit
a qualq uer
nO. 11 do STF que, difer entem ente do argum entad o, não guard
o "fund ado
relaç ão com a gravi dade do delito , mas tão some nte como
". A decis ão é
receio de fuga ou perig o à integ ridad e fisica própr ia ou alheia
argum ento da
defic iente, sobre tudo porqu e não enfre nta o princ ipal
se ao mom ento
impe traçã o que aludi a a preci pitac ão do juiz em antec ipar-
o sinist ro de
da execu ção da prisã o, único insta nte possí vel de averi guar
fuga ou perig o 1 .
de
Adem ais, insta salie ntar em relaç ão ao uso indev ido
é, no insta nte
algem as que, só PACIENTE Q invoc ou, oport unam ente, isto
da, posto que
da prisã o - fase pré-p roces sual - prati came nte ultra passa
s;
todos os co-in dicia dos já apres entar am suas defes as prelim inare
No item "4", embo ra a emin ente Relat ora conti nue labor ando
medi ante HC
em erro, deixa mos aqui de refut á-la, por já o termo s feito,
própr io;
Por fim, no item "5", a balel a de semp re, isto é, o enun ciado
tais como
de que: "even tuais condi ções pesso ais favor áveis ao réu,
lícita , não lhe
prima rieda de, bons antec eden tes, resid ência fixa e ocup ação
ntiva se existe
são garan tidor as ao direit o a revog ação da prisã o preve
dade! Cabe ndo
outra s que lhe recom enda m a custó dia caute lar". Uma obvie
são sufic iente s,
apen as salie ntar que tais circu nstán cias, sabid amen te não
julga dor, razão
mas quan do prese ntes preci sam ser demo nstra das para o

V. Exa., para o tópico próprio que


I Para mais detalhes sobre essa questão pedimos a gentileza de remeter
fizemos. uando da im etra ão do HC ao TRF/RJ có ia anexa
LIJ~
ARNAUD & AcurAI~
• 1\[)VOl,:ADOS 1 97
pela qual, o foram por este impetrante e por isso, necessItavam serem-'"
consideradas.

DO PEDIDO FINAL

Face ao exposto, respeitosamente se suplica pelo deferimento


da LIMINAR para:

a) Revogar ou relaxar a prisão cautelar do


PACIENTE, conforme acolha um (ou mais)
fundamento (s) desta impetração lavrando-se
imediato alvará de soltura e, no MÉRITO;
b) CONCEDA A ORDEM para, confirmando a
decisão do relator permita o PACIENTE
responder aos demais atos do processo em
liberdade, sob os compromissos da lei.

Termos em que, pede deferimento.

Rio de Jarieiro, 06, de abril de 2009.

ARENHASJR
.694

Acompanham a presente:
1 - Denúncia (doc. I);
2 - Decisão de 10 grau (doc. 2);
3 - HC interposto pl TRF/RJ (doc. 3);
4 - Decisão do TRF/RJ (doc. 4).

Av. Rio Branco, n' 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tet/Fax: (21) 2544-8546
,<1llJI ', •

(]j(JJi

ARNAUD & AGUIAR


198
~ ADVOGADOS

{JID)
ID
ID EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR
!D TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
(lIJ)
il®
{l!Ill urgente
a
Min. Relator: CELSO LIMONGI - 6 Turma
~ HC. nO. 133.204 - RJ (2009/0064284-3)
ai
(JII)
(fi
(lIJ)
WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, impetrante da
()
ação mandamental em favor de RODRIGO GOMES QUINTELLA, vem
:11)
Q)
perante esta excelsa Turma expor para ao final SUPLICAR:
Inicialmente insta manifestar a desistência do pleito
OI deduzido pelo fundamento relativo ao desrespeito da súmula vinculante
OI
(lIJ) nO. 11 do STF, pois tal discussão já foi submetida diretamente à suprema
00 corte, mediante instrumento próprio.
00 Por outro lado, ratifica o requerimento de revogação da
101
I~ custódia cautelar do paciente pela deficiência da decisão que a decretou

Im (ou manteve), suplicando para que, independentemente do juízo final, não


16) se perca de vista o seguinte:
I
IGlJ a) O impetrante não pretende minimizar a gravidade da
111]10 imputação, mas data venia, entende que o mêrito
10l11flllil', desta, deve ficar circunscrito a competência do juizo
~@ 11Iill:'"
101 de 1° grau, responsável pela avaliação das questões
101 de fatos e provas. Afinal, se tivesse este causídico
1'Ili"
I'~ revolvido essas questões, certamente, lhe seria
OI
I@ advertido não caber ~ tipo de análise no estreito
101 ãmbito de um HC. Sendo assim, pondera para que a /"

llliIl recíproca seja observada.


OI
m
OI
OI>
OI>
@1)
@
@])
'1JIjI

<I~
,

~ JI~
ARNAUD &. AGUIAR
199
(i® ADVOGADOS
b) O impetrante pugna para que esta E. Turma atente
OI
iD sobretudo para se: 1 - O decreto de prisão cautelar
OI realmente atende aos seus pressupostos e requisitos;
I~ 2 - Há necessidade e utilidade na manutenção da
161
I{) constrição de sua liberdade.
Ante ao exposto, espera que seja o presente writ julgado
01
01
1

conforme peculiar justiça, concedendo-se a ordem ..


Ol
1

OI
Rio de Jane·ro, 8 de maio de 2009.
OI
OI
!íllJ
~ ~I.S{;~:E.NHAS JR
~Jlj~)
OI
I@)
OI
(]i)
61
61
101
01
1
li
i61
1(]IDl

Im~
Imllll,l'
101.
I~
101
:61
I@)

I: {llil
(JID)
Av. Rio Branco, nO 1851 Grupo 618/621 - Centro
(]li) CEP: 20.040·007 • Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
<I
(]li)
(]li)
{i®
til
(JI]l1
iJllIll
(]i])
(1l)
r:IIIl'
200
(f.IDi
I(]lj) HABEAS CORPUS N° 133.204 - RJ (2009/0064284-3)

I(]i]) RELATOR MINISTRO CELSO LlMONGI (DESEMBARGADOR


I(]ID) CONVOCADO DO TJ/SP)
(]i]) IMPETRANTE WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
IMPETRADO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO
(]li) PACIENTE RODRIGO GOMES QUINTELLA (PRESO)
(]i])
(j(J)
GD DESPACHO
Q]I
{]i\l) /
,/j \ --"._"',.--'_.. _."._ •... ~~""-" .. ,---_.-
__ ,,_,_.,. ~', ,.,_ .. ,'._..".c •. __ .... _ "i
(]li) / _ '....~:-:~.~' .- ""~.:,~d~~,,~ . [~~;: ",:_ ,,:-.,~. '",
r"'_., '"i .." "\ !
Qj) TraftHie de::habeas~i co~pus 'impetrado
em benefício de Rodrigo
/>/ ti
/),,/ \_.,j i-I "'"<~\

at.
(]ID) Gomes ,auintella, acusado da p'ráticaido delito previsto no artigo 33, combinado
t\ \\'\ (,,~ l- i ~J iJ
00 com o aí::tigo 35, ambos da Lei riql 11 :343/2006, só~ alegaçãoide constrangimento
ilegal pO~'~~arte do Ê~:Tr,ibunal\ReMonal Feder~1
da Seguh6a Região, o qual
;I i"l Ii
6\l \\_ \."'
denegou a otd,em em "wrif láiímpetrado, corAl vista à r~\!ogação de prisão
i_;

m preventiva. Aleªã\o
',' .>' \, '" ! 'i ).
impetra~ieJjue)6 E. Tribunalinão enfrentbu os fundamentos
l,,! r:,;

g)l \~\ \,·,\t_l 1i i, i [·,·1

(J® alegadol~.ll'la.JIl1P~!r:é!çãO, limit~.I'l~O-,sj~lé:I.:érªtif~c.ªt!~ decisão<~riginária. Não está


(]IDJ presenten~.~~Pécie nen~YI'I)á"d~~ ~ipÓt~~.~~ autorizadgf:~l(da prisão preventiva,
-,,-C' •..
-', " i ' __,,_.. >-'___ _/
,:,-,'-:c, J>'- O'-.'o,~;" o I, ""', '";"0., --.....:., ''''_~;''',_'~:'::

m pelo que a segregaçãoé:autE!lªri~, ilEl9all Pleiteiáa'càncessão liminar da ordem,


~ para que seja revogada ou relaxaW,~ prisão (fls. 2 a 15).
(j(J) É o relatório. • ...... ,
~ Para a concessão da cautelar, é necessário que o alegado
10))
constrangimento ilegal seja manifesto e comprovado de plano, à primeira vista
It1iI1I
dos autos, pela leitura da inicial e dos documentos que a instruem.
I" Em análise perfunctória possível nesta fase processual, não parece ser
I.,..
I(]i]) .. 11/1' este o caso concreto.
1"U1II
I(]i]) De feito, o paciente foi preso no dia 10 de fevereiro p.passado, após ter
g)l sido denunciado, juntamente com outras vinte e cinco pessoas, acusadas de
IGD tráfico de drogas. Os integrantes da quadrilha agiriam como atacadistas,
'Q]ID
distribuidores e fornecedores de substância entorpecente. Agiriam, em especial,
(]IDJ
no Rio de Janeiro, mas haveria ramificações da quadrilha também no Paraná,
Qi)
(]i]) Documento: 5102095 - Despacho I Decisão - 8ite certificado - DJ: 05/05/2009 Página 1 de 2

(j)
(j)
(]®
(]ID)
(1iIJ)
(J®
(]3U\
diIW
I(~

I:
1(jJII 201
fllIll
~ Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além de países como a Holanda, Argentina e
(D Paraguai.

I~(j) Assim, ausentes os pressupostos da cautelar, o periculum in mora e o


fumus boni juris, deve-se aguardar o exame do mérito da presente ação.
(J!Ib
Indefiro, portanto, a liminar.
(Jlj)
Solicitem-se informações e, após, ao Ministério Público Federal.
~
(!IJi Em seguida, conclusos.
101 Oficie-se.
(!IJi Publique-se.
(J!()
OI
<JilIl
OI
~m
OI
10)
l@l
(J!()
(!IJi
'.. .. ._.......... :./
" ", -'''0'0'--'
l.~ ..
1(!IJi
~
ti]l)
(!IJi
l
I@
1(!IJi
1(!IJi
II(J!() <11j1Jp
® \Im~
I<1/'
I'UJII
01
1
01
1
01

1

,"""-V
j\jJtl

fjJl) Documento: 51 02095 ~ Despacho I Decisão - Site certificado - DJ: 05/05/2009 Página 2 de 2

(!IJi
(!IJi
1(!IJi
I~.,
I'UJII
It®
1(!IJi
I<l®
Im
202
HABEAS CORPUS N° 133.204 - RJ (2009/0064284-3)

RELATOR MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
IMPETRANTE WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
IMPETRADO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO
PACIENTE RODRIGO GOMES QUINTELLA (PRESO)
EMENTA

Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.
Brasflia, 1° de setembro de 2009(Data do Julgamento)

MINISTRO CELSO LlMONGI


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)
Relator

Documento: 5756728 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJ: 19/10/2009 Página 1 de 1


203
HABEAS CORPUS N° 133.204 - RJ (2009/0064284-3)

RELATOR : MINISTRO CELSO LlMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
IMPETRANTE WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
IMPETRADO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO
PACIENTE RODRIGO GOMES QUINTELLA (PRESO)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP) (Relatof,J~,
,fi4 V9.
Trata-se de habeas corpus impetrado em
benefício de ROdri~2,,~~~~qJihtJll~Lqy,~&2~,ªi"{!!:iJ!&l:l4~P. delito previsto no
artigo 33., 'igom'f)I~:d~"pôrTf~~'rti9~f"35;'\@âq)PO. . s
da Lei n~ll: 11.343/2006, sob
é~r 4J"YP- pl Rl '<:~'" t-Z
alega~9:i'ae constr~Ílgimento ilE!~al ~,or parte dO"'\~' Tribunal ~egional Federal da
segunds~~Região, o"!\~al deneg~U ~~brdem em '!frit" lá im~trado, com vista à
reVOgaçãõ~g~ prisão '{~I~ventil/~. 1tega o imp~trante que ~p E, Tribunal não
enfrentou os:;~fundamentas~,aleg~do~·,,,A na impetr~ção,
"1''.0. i~:p. t~ Ir.
limita~~o-se
r','
a ratificar a
decisão Ori9i~Q~' Não e~~~, ~re~fnte na eSfcie nenhira das hipóteses
autoriza~oJ,I!~,,;;~!~JlSãO prevéJl"~~fr~iTICqM~I1i~~Segregaç;p cautelar é ilegal.
Pleiteia 'i~~g!1cessão limi~:jf.dã'~~rg~m.\i!,~~~ra que sej~2tô'gada ou relaxada a
prisão (fls. 2'â"if5);ri70,3J0;§;1i ' 17;~?t~ fi~~f1ni"'t:;Zi{:,;",:;::::;;;;;r;>v
A liminar foi indeferid~-;~~J168/169). . ,
O Ministério Público FJdê~al opinou pela denegação da ordem (fls, 211
a 213),
É o relatório,

Documento: 5755338· RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Pagina 1 de 5


204
HABEAS CORPUS N° 133.204 - RJ (2009/0064284-3)

RELATOR MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
IMPETRANTE WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
IMPETRADO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2A REGIÃO
PACIENTE RODRIGO GOMES QUINTELLA (PRESO)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO CELSO LlMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP) prisão cautelar do paciente e dos corréus foi

/érrcJ2.:i'1;\~:~ ~;;~~~f,lçallg~~::~~~;~~~::7~~';;~~~iii"".1 mister se faz a


d~;~~Lta~~~sr
I
com o fito de
de novos crimes e
em vista que os
cBI,eti~'idade. e também
permaneçam em
élenlais provas que os
se depreende
narrados pelo

elaborados pela
da investigação,
flagrante, contando
armamento de uso
drogas, sendo a quantidade
eXI)relSsi\(ií :~inv'Jlv,~nclo 25.000 (vinte e cinco mil) comprimidos
oriundos do continente europeu, que
ingressaram pelo Aeroporto de Confins/MG, representando
esta a maior apreensão de drogas sintéticas do Estado de Minas
Gerais.
Tenho que o fato de os denunciados praticarem as supostas
condutas delituosas que lhes são imputadas (tráfico ilfcito de
entorpecentes) com reiteração e habitualidade, destacando que
alguns deles participavam do tráfico de drogas mesmo
encarcerados ou logo após a conquista da liberdade, configura a
necessidade da excepcional medida com escopo da garantia da
ordem pública.
Torna-se necessária ainda para a conveniência da instrução
criminal, tendo em vista o alto poder de intimidação, que é uma das
características das associações para o tráfico, que poderiam
exercer sobre outros envolvidos.
Em não sendo decretada a prisão preventiva coloca-se em risco a
aplicação da lei penal, vez que os denunciados que se encontram
soltos podem deixar o Estado de origem e até mesmo o país.
Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, embora alguns
dos integrantes já se encontrem presos por força dos flagrantes
Documento: 5755338 - REIJITÓRIO E VOTO - Site certificado Página 2 de 5
I11
IJI~

I~ 205
IIJiI1>
l'lllJI
I- efetuados, é imperiosa a decretação das custódias cautelares
10il nestes autos. O que serviria como forma de evitar que retornem à
~ sociedade por eventual concessão de liberdade provisória mas
m ações penais que possivelmente, podem ser atraídas a este juízo
federal, e cujas imputações não devem refletir com fidelidade o
6ll grave contexto delituoso no qual estão inseridos, altamente lesivo á
1* ordem pública.
Ainda, como bem anota o parquet, alguns dos integrantes dessa
1(1 organização ainda não foram identificados, o que contribui para o
0Il receio objetivo de impossibilidade da aplicação da lei penal caso
I~ venham os f1agrados a serem soltos.
Há fortes indícios da participação dos denunciados em crimes
10 praticados em C!§sociação dedicada ao tráfico de entorpecentes e a
materialidade .Il~ comprovada pelos próprios flagrantes, conforme
e
Il

3\ <c;~0,~~~~~!;;~~~.:!ti~i~I~:i~:~a~~~~i~~~~lctrem~ gravi~ade.
...
",.,!-;;.,;."... f~'l.$íªda"sUs~lta g~ ocor~Q.'2~a das mfraçõe~Jpenals mencionadas
A
~O) <~>. .é)':?'corroborai!la Relas prisllel;, em flagrante ·e interceptações
I~ l/ &t~fetuadas, C~fI10 ~ponta a deil~ncia, caracl~rizando-se o fumus
1(\ '%,I1.oni iuris, n~, hip~!ese vertentel;j til
~-- '(\ r'í:ldo o que dônstaldestes auto~;;está a demónstrar a presença das
OIld~ \\
\.\
. cdti'dições qu~ aulbrizam a medi~a processuái'l' extrema de privação
da Ir~rdade!,fpre*lstas nas priffl'eira, terceir~ e última figuras do
OJ)
\;.;::. artig.o·'~~.2 dorç~91~o de proce~~ Penal. JJ .
ai! 'V. Justifica~e IiísSlml a neceSSidade da priSão preventiva para
~>""",,!,~
garantia CI'1I,o.l'flen!í1pública,
'~-'J..1$r;I r'~
por d~nveniência
\.~
aJa
":'~
instrução criminal e
IOD V\para assegu~r a@plicação da lejJpenal. H
$I c" n;:;;;;z;.c;;:c:JaPor tais ra -' aç'C>illõ!lITpl'Orl1oÇAo ministeria}pvez que presentes os
\:~.", (c, ~ftll;g~nstãncias autori~íi6ras, com fundamento
m """,,_
pressup
no .alt.. '" .art.~.i312 ·é~.art. 313 do,,0PP DECRETO a PRISÃO
(JIDl ""'",'2:'ii'~;;GrpRÊ\ÍENiWA~ae Xáâ~ os d~fiüncrtlã5s~ qu~lificados na denúncia".
~'-'--'W:à p;r-~"
1611
IQ\) O v. acórdão hostilizad~ilssaltou, em relação à prisão preventiva, após
transcrever trechos do decreto da cautelar, que:

I "Os trechos acima deixam claro e evidente que a segregação busca
,(]I\) garantir apenas a cessação das eventuais condutas, a instrução
l()i adequada da ação penal para que se busque a verdade real, o que
não se confunde com a antecipação da pena.
11]f~ Ainda que se possa acusar de abstrato o fundamento do risco na
I(JIllI 111íI~ aplicação da lei penal, resta o outro fundamento - garantia da
1<1\1 "tll}:I) ordem pública - esta irrefutáveL
Ademais não é a gravidade do crime por si s6 que fundamenta o
IID decreto prisional, como quer fazer crer a defesa, mas o ato
I potencial lesivo que o suposto tráfico de entorpecentes tem e o
Im, dano que pode continuar causando a toda a coletividade".
I(ID)
(IlD· Como se vê, não se pode alegar que o decreto da cautelar e o v. acórdão
(]J), hostilizado carecem de fundamentação. O MM. Juiz monocrático ressaltou a
1
necessidade da prisão do paciente que, em liberdade, poderá dar continuidade às
i~
1(1 Documento: 5755338 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 3 de 5

I.
I~)
I~
liJIIDi
ItlID
i~
I~
liIIID
atividades da organização criminosa, além de dificultar a coleta de provas. Deixou clara
a existência de veementes indlcios de autoria, a reiteração e a habitualidade da prática
do delito de tráfico.
Esta E. Corte já decidiu que:
HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. NARCOTRÁFICO E
ASSOCIAÇÃO PARA O COMÉRCIO ILlclTO DE DROGAS.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. PRESENÇA DE INDlclOS
SUFICIENTES DE AUTORIA E PROVAS DA MATERIALIDADE.
INOCÉNCIA. EXAME VEDADO NA VIA RESTRITA DO WRIT.
GRANDE QUANTIDADE DE ENTORPECENTE NEGOCIADO.
GRAVIDADE DECRETO E NEGATIVA DE
FICIENITEII.1EI~TE FUNDAMENTADOS. GARANTIA
CAUTELAR
FAVORÁVEIS.

if!1~:~~:::a~ in,dlc:ios suficientes da


l 1 o~presSUlpOi!tos para a
da última, reservada

o que
é qU~,~~~
é v~
dernar,da aprofundado
vià(jes,treita do remédio
(;, j

indlcios de
r nAr';""t" fazia parte de bem
,
or~laniiza(;~p "riMn;nt'~A 'i,pltada para a prática
mO!ltrai' desfundamentado o
nefJati1~,~ ,: de sua revogação,
sobretudo diante da
negociado pelo grupo
de -, pois há sérios riscos das
atividades iliciii~tsel'em retomadas com a soltura.
4. Condições favoráveis, em princIpio, não tem o condão
de, por si sós, garantirem à paciente a revogação da prisão
processual, se há nos elementos suficientes a demonstrar a sua
necessidade.
5. Ordem denegada.
(HabeaS corpus nO l282581MT, relator Ministro Jorge Mussi, j. em
29/04/2009.

E:

HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA.


GRAVIDADE CONCRETA DO FATO CRIMINOSO.
PERICULOSIDADE DOS AGENTES. RISCO A ORDEM PÚBLICA.
MOTIVAÇÃO IDONEA. ORDEM DENEGADA.
1. Como é sabido, a custódia cautelar, da qual a preventiva é uma
das espécies, é medida de exceção em razão do princípio
constitucional da presunção de inocência, só podendo ser
decretada ou mantida em situações excepcionais, quando houver
imperiosa necessidade, se atendidos, é claro, os requisitos legais
Documento: 5755338 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 4 de 5
207

estabelecidos no art. 312 do Código de Processo Penal.


2. No caso, a periculosidade dos agentes, revelada pelas
circunstâncias em que o crime de roubo à mão armada foi
cometido,
contra três vítimas, autoriza a prisâo cautelar, de modo a se
resguardar a ordem pública
3. Portanto, mostra-se correta a decisão que indeferiu o pedido de
revogação da prisão preventiva, cujo decreto se encontra
devidamente fundamentado em fatos concretos que demonstram a
presença dos requisitos legais.
4. Habeas corpus denegado.
(Habeas corpus nO 118085/DF, relator Ministro Og Fernandes, j.
em 17/02/2009)",
4~r~~
Assim, demonstrada fi ~ecessidade
.(0~':- ~~fSi~'~Mtf
da segregação cautelar,
~~Vii~E7~~ff,?,wÇi,:rY('i
nenhuma
ilegalidade háe<'~í!rJ)risAô"ã~'f;~Cie'lIt~ pel~flílell!:~~em deve ser depJegada.
~ÊIll face ~;~~osto, d{~egO~ ordem,P'Í@l~dicadO a an~lise do pedido de fls.
m, ,,, !,'J ',' t'." rJ
216/217·í( \>l~, f,:) f,) ,1 ;'1
".' v, 1','1 !"J 1'1 ':J
"'Como voto'\ \" \," (I i;1
'~\;" . 'i'i\\%~:, v~ 1:1 ~] t~
'\{j~ --'li'' ' r:~ l::~ 1:'1 li)

~".
i"\
""
"~f'
~"''{,.. '.I.I";I:;)
'{':'~~
'iA\
k~ ('il
".!
I,'
fJ
~
F{!
. '. '
Ui
I',)
,;"
t.';'.'1
L->
\\ ,." r~ ·1 "1 '
(\ C"j,"Z"iLW~&.
'. -
'\;~~i.,._~, ~
("",:.'.~.rI~; ,
1.~;';;CBi;d;z;;n\Jl
f ' ,'';('~~
fi! "iZ"
/.:!) ,'o "
/'y

""2;;ê:::::""'~ffJZl!"t;Cj8:>ii~~~1 il~'iii],1(~b'i1?''''d''5,~,c;;t:';:v
(:\I\J
,L:,'),: 2:,.

Documento: 5755338 - RELATÓRtO E VOTO - Site certificado Página 5 de 5


CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA

Número Registro: 2009/0064284-3 HC 133204 1 RJ


MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 200851018143474 200902010028303


EM MESA JULGADO: 01109/2009
~i"à.
Relator 6fj~'}~
Exmo. Sr. Ministro CELSO LlMONG.lÍbÉSEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)
Presidente da se~<~~q\(~[e2::::::~~~l ~~=~Is:E~'iE8::i11'EZJ:2iléI~11
Exmo. Sr. Mim~tro'NILSO})[(!lIríi:VES n: f,i~<":;;""
6(1},~,iff:"
Subprocura,'i/or-Geral da:iRepública
)"
lf!,
i'l
1"1
'<,\
't:\
li':'I:'1
N ,-'"'.. 'oj ~"1 -"·1

Exmo. srj~~r. EDUARlJ\3~;~NTONIO IfuF~~S NOBRE ld [1


Secretário \i~'h "~~';~\ 1~11 ri) U1 F:l
Bel. ELISEU",!UGUSTO
.~:t-\
NUNES
~"\'\
DE SA~T"'''',!T
'0,.]~ fJ~
A '1i!I 'i,',:1:1,
'~~\ '{\~:~\ 1·J AUtUAÇÃO 1; L\i
\",~
\>\ \,"-~!}\ I)"1 )O, !~
\ 1
t'J
'--1
IMPETRANTE ',.:" WALTER ARli!AlID W\SCARENHAS m. 1;1
IMPETRADO "'~:rRIBUNAL REGIGNAliFEDERAL DA i'À REGIÃO f<1
PAC~, EE.";;"::;;;:2'",'il.ÔDRIGO GoMil'llfQm.N;rm:Lll\C.<PRESOJ li,
\(~,'- ~;lfj~If,\ fll~>~~ /<>1
ASSUNTO: PeQ!,l&-;:!:eis Extrava~~~e~~";'~Crnws~p Trãij,~Q,~~,Yso de Ent~w,~p'entes - Associação
"'~'~~':i;2~\};~~~b,!;b";Y' k1~~l Jji[t,i~%:~J2S1jj::02;:';~f:p:;;;e,"Y
~;\ t}'
Certifico que a egrégia SEXTA ~, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte deC'isllo:

"A Turma, por unanimidade, denegou a ordem de habeas corpus e julgou prejudicada a
análise do pedido de fls. 216/217, nos tennos do voto do .sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE), Nilson
Naves e Maria Thereza !Ie Assis Moura votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

Brasília, 01 de setembro de 2009

ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA


Secretário

Documento: 6172228 - CERTIDÃO DE JULGAMENTO - Site certificado Página 1 de 1


TERMO DE RECEBIMENTO, REVISÃO,
AUTUAÇÃO E REGISTRO DE PROCESSO

ESTES AUTOS FORAM RECEBIDOS, REVISTOS, AUTUADOS E


REGISTRADOS EM MEIO MAGNÉTICO NAS DATAS E COM AS
OBSERVAÇÕES ABAIXO:

HABEAS CORPUS 102164


PROCEDo : RIO DE JANEIRO
QTD. FOLHAS: 208 QTD. VOLUMES: 1 QTD. APENSOS: O JUNTADAS: O
RELATOR(A) : DT ENTRADA: 23-12-2009

--------_._._._- _._---.-

COORDENADORIA DE PROCESSAMENTO INICIAL,

AN:.u.ISTA JUDICIÁRIO

;4.méúa dás (j)ores VIas


M81rk:u1t1456
"~-o

HABEAS-CORPUS N!! -1. 0 J . .{( L1.

Excelentíssimo Senhor Ministro Relator,

a nos
Peço vema para informar a Vossa Excelência que não const
al em nome
registros desta Corte, até a presente data, nenhum processo crimin
nção.
do paciente, na origem dos presentes autos, que justifique a preve

É o que me cumpre informar.

--7' Seção de Prevenção e Distribuição, _=---.L _

(4)°1'

eção

(
TERMO DE CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos à Presidência (RIS1F, art. 13,


VIII).

Brasília, l i de dezembro de 2009.

~r José Luiz M. ~.ithrior


matrícula

Chp.Íe Substituto
S:·::::: :""··",çào e Oistrilluição

Seção de Processos
". Criminais/STF
Recebido em

31DEZ Z009

S T F 102.002
g9'~ cff~Qfoekca1

,j\l (OZ.(ce~

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes
segue. J. autos oCa) despacho/deCisão que
Brasília, \t"\ de d'<lM::lKo de 2010.
CP
RODR/GO DE ASSIS FERREIRA _ matrícula 1517
-- ------------

------------------ --------

S T F 102.002
MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 102.164 RIO DE JANEIRO

PACTE. (S) RODRIGO GOMES QUINTELLA


IMPTE. (S) WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
COATOR (AIS) (ES) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Solicitem-se informações ao Juízo da 7"


Vara Federal Criminal, Seção Judiciária do Estado do Rio de
Janeiro, sobre o atual estágio do Inquérito Policial n. o

2008.51.01.814347-4.

Com a resposta, abra-se vista à Procuradoria


Geral da República.

ApÓS, o pedido de liminar será apreciado.

Brasília, 30 de dezembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDES


Presidente (art. 13, VIII, RI-STF)
Documento assinado digitalmente.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-212001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/sob o número 462347
~---­
S eçliJO
y.
de Processos
Cnmmais/STF
Rect.:?f.:--ido em

TERMO DE JUNTADA

Em A4 de janeiro de 2010, junto a


estes autosWo(S)O~-CiO(S) que segue .
. . ' ~I
RODR L R~ITAS SILVA
Analista Judiciário - Mat. 2685

S T F 102.002
"~o -..,...--
1.;" , _____ ......----------.........

Of. non·S'fJ /P

Brasília,31 de dezembro de 2009.

MEDIDA CAUTELAR EM HABEAS CORPUS N° 102164


PACIENTE: Rodrigo Gomes Quintella
IMPETRANTE: Walter Arnaud Mascarenhas Jr
COATOR: Superior Tribunal de Justiça

Senhor Juiz,

A fim de instruir o processo referido, solicito


informações a Vossa Excelência sobre o atual estágio do
Inquérito policial n. 2008.5~.01.814347-4.

Atenciosamente,

Ministro GILMAR MENDES


Presidente
(RISTF, art. 13, VIII)

A Sua Excelência o Senhor


Juiz Federal da 7 a Vara Federal Criminal - Seção Judiciária do
Rio de Janeiro

/hfna
TERMO DE JUNTADA
"Iunto a estes autos o protocolado de nO
C')7- /20E. que segue.
Brasília, ~'? de ,rfl:'li2-I1o de 2010.

RODRIG~~IS FERREIRA-matrícula 151;

S T F 102.002
5 01 10 18:21 Arnaud ~ Aguiar Advogados 21 25 Supremo Tribunal Fodera
'. SoeI ataria Judiciária
05/01/20HI18:19

I I IIII"III~

EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE (DR. CEZAR PELUSOI Dv


COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

HC. nO. 102.164

AUTORIDADE COATORA: SEXTA TURMA DO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA (HABEAS CORPUS n° 133.204 - RJ
(2009-0064284-3)

WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, impetrante


do BC em epígrafe vem ,expor para ao final requerer o que se segue:
O signatário ingressou com o presente WRIT no dia
23 de dezembro de 2009 e soube que, já no dia 30 do mesmo mês e
ano sobreveio o r. despacho "solicitando as informacões".
Sem embargo da notável prudência da solicitação,
pois mesmo em sede de. 'tutela de eficácia imediata' (liminar), o bom
,

senso recomenda que se aguarde as informações para só depois dar


a prestação jurisdicional, insta ponderar:
a) Na hipótese a impetração não foi levada a efeito
na véspera do recesso forense
: '
'por acaso', senão porque se acreditava
estar diante de um caso de extrema relevãncia e urgência, o qual foi
robustecido pelo advento do precedente contido no Info:nnativo n°.
571 (BC 100959-MCjTO) publicado somente em dezembroj09;
b) A espera das informações, aqui, labora contra o
Paciente. Afinal, se não fosse pela urgência em cessar o suposto
., 01 10 18: 21 Arnaud & Aguiar Advogados 21 25325951 p.3
I

I'

ARNAVD &. ACUIAR lL-/


ADVOCADOS
Sendo assim, o que respeitosamente se requer é que
Vossa Excelência abra uma 'exceção' para prescindir das
informações e decida sobre Q pedido de medida liminar nos termos
propostos na exordial.

Termos em que, pede deferimento,

Rio de J1eiro, 05 de janeiro de 2010.

<r,
Walter Árnaud """''1'>'
OAB/RJ
I[)
J':.,it"
I j
,/

Av. Rio Branco, nO 1851 Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de JaneirolRJ
Tel/Fax: (21) 2544-6546
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DE FAX

HORA : 01/05/2010 18:12


NOME : PROTOCOLO PETICOES
FAX: 51-33215194
TEL: 51-32173523
NúMERO:D000A7J815950

" DATA HORA NÚMERO DE FAX / NOI~E DURAÇÃO PÁGINAS RESULT. COMENTÁRIO

01/05 11: 28 02732227541 02:10 03 OK RX


01/05 13: 41 18 32521020 01:32 04 OK RX ECM
01/05 15:27 11 3812 0099 58 02 OK RX ECM
01/05 15: 00 15 3503 4400 08:25 12 OK RX
01/05 15:13 11 3812 0099 53 02 OK RX ECM
01/05 15: 34 5132111080 01:00 01 OK RX
01/05 18:04 21 25325951 02:10 03 OK RX ECM

OCUP.: OCUPADO/SEM RESPOSTA


~IÁ LINHA EM MÁS CONDIÇõES / MEMÓRIA CHEIA
CV FOLHA DE ROSTO
POL POLLING
REC RECUPERAÇÃO
PC PC-FAX
TERMO DE JUNTADA
Junto a fl;tfstes autos o protocolado de nO
=---=-_lOD /20 l r;; que ~egue.
15.
Brasília, _ de. trilkllt) de 2010.

RODRIGO i~s FERREIRA- matrícula 1517

J[il\jll.'
ll,IU/

S T F 102.002
", .-,
." • I '
Supramo Tribunal F.deral

\ . Secretaria JudlclArla
12/011201017:42 0000880

11111111111111111111111111111111111111111111111111111

EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE (DR. CEZAR PELUSO) DU


COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

HC. nO. 102.164 URGENTE

AUTORIDADE COATORA: SEXTA TURMA DO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA (HABEAS CORPUS nO 133.204 - RJ
(2009t0064284-3)

WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, impetrante


do HC em epígrafe vem expor para ao fmal requerer o que se segue:
O signatário ingressou com o presente WRIT no dia
23 de dezembro de 2009 e soube que, já no dia 30 do mesmo mês e
ano sobreveio o r. despacho "solicitando as informações".
Sem embargo da notável prudência da solicitação,
pois mesmo em sede de 'tutela de eficácia imediata' (liminar), o bom
senso recomenda que se aguarde as informações para só depois dar
a prestação jurisdicional, insta ponderar:
a) Na hipótese a impetração não foi levada a efeito
na véspera do recesso forense 'por acaso', senão porque se acreditava
estar diante de um caso de extrema relevância e urgência, o qual foi
robustecido pelo advento do precedente contido no Informativo n°.
571 (HC 100959-MCjTO) publicado somente em dezembroj09;
b) A espera das informações, aqui, labora contra o
Paciente. Afinal, se não fosse pela urgência em cessar o suposto
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS

constrangimento ilegal, nenhuma razão haveria para se aventurar no


Plantão Judiciário, em vez de aguardar o ministro Relator,
costumeiramente, a autoridade judiciária mais abalizada para
decidir a seu respeito;
c) Ademais, quem crê estar preso ilegalmente tem
pressa em ser solto rapidamente!
Em razão desses singelos motivos e com a devida
venia impõe-se dar um passo adiante e chamar a atenção para o que
foi salientado no primeiro HC proposto contra ª decisão do TRF /RJ.
Ali foi destacado 'não se pretender ser o dono da verdade', mas vale
lembrar as palavras de Michel Foucalt:
"No fundo da prática científica existe um discurso
que diz: "nem tudo é verdadeiro; mas em todo lugar e
a todo momento existe uma verdade a ser dita e a
ser vista, uma verdade talvez adormecida, mas que
no entanto está somente à espera de nosso olhar
para aparecer, à espera de nossa mão para ser
desvelada. A nós cabe achar a boa perspectiva, o
ângulo correto, os instrumentos necessários, pois de
qualquer maneira ela está presente aqui e em todo
lugar" .1
Ora, o impetrante nada mais busca, senão desvelar
a 'verdade' que subjaz na decisão que decretou a prisão preventiva
do Paciente, qual seja: a impropriedade de seus fundamentos 2 .

I Em 1979, Michel Foucault publicou Microfisica do Poder, obra que questionou vários
postulados filosóficos entre os quais o próprio 'poâe~.
'Impropriedade' esta baseada, principalmente, na falta de fato concreto ligado ao paciente, pois eventual
insegurança jurídica perceptível para um co-rén não pode lhe ser estendida em virtude da incomnnicabilidade
das circunstâncias ersonalíssimas.
---AI'- d,2~
ARNAUD & ACUIAR
ADVOGADOS
C9>
Sendo assim, o que respeitosamente se requer é que
Vossa Exceiência abra uma 'exceção' para prescindir das
informações e d~êida. sobre Q pedido de medida liminar nos termos
propostos na exordial.

Termos em que, pede deferirfiento.

I
'eiro, 05 de janeiro de 2010.

l'tJ'cíi!1b:arenhas J r
.694

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
SUBSTABELECIMENTO

Eu, WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, brasileiro, solteiro, advogado,


inscrito na OAB/RJ sob o n° 78.694 com escritório na Av. Rio Branco n°
185, Grupo 618/621, Centro, Rio de janeiro CEP 20.040.007 - RJ,
SUBSTABELEÇO "com reservas" os poderes a mim conferidos por
Iili[[! RODRIGO GOMES QUINTELLA, nos autos do HABEAS CORPUS n°
102164 em curso no Supremo Tribunal Federal a Dra. FERNANDA
LEBRÃO PAVANELLO, brasileira, advogada, inscrita na OAB/SP n°
236.564 e/ou OAB/DF n° 25.216, estabelecida no endereço, sito: SQN 316
Bloco K Apto. 328 - Asa Norte - Brasília - DF - CEP: 70.775-110.

Rio de janeiro, 07 de Janeiro e 2010.

Walter Aí'naud M
OAB/RJ

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEPo 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
TeVFax: (21) 2544-8546
Tli:KMU Uli: L:Uj'~L:LU~AU

Faço estes autos conclusos à Presidência. (Art. 13,


VIII do ~TF).
Brasília, ~de~~~CYlIt- de 201-".

SFERREIRA
. Matrícul 7190 _ __ __

......Seção
-----~-~
de Processos ~
Criminais/STF
Re:;'::'~l!-::!::-: ::->n1

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes autos o protocolado de n' _--'('-L1t~1<-Lf(__1201f2


que segue.

Brasília, -.2.L de _~ª,,1::1.i~~_ _ de 2010.


~1ptJiiÃ1l>E MEDEIROS

5 T F 102.002
14:39 01/18/'10 7 VARA CRIMINAL 2132188972 22't PAG. :01
., Supremo Tribunal Federai
Secretaria Judiciária
18101l20'1U 14:43 n001434
.'. PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL 111/111 11111 1/1/111111111
•, SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO
.~

7" VARA FEDERAL CRIMINAL


Av. Venezuela nO 134 - 4°andar - Saúdo - Rio de Janciro/RJ
CEP 20081-310 - FAX 3218-8972

RÉU PRESO/URGENTE
OFiCIO N° OFL0044.000015-8/2010

: ,
PROCESSO: 2009.5fo1.809291-4
PAHTE AUTORA: MINISTEHIO PUBLICO FEDERAL
PARTE RÉ: RODRIGO GOMES QUINTELLA

Rio de Janeiro, 15 de janeiro do 2010.

Exmo Senhor Ministro,

renho a honra do dirigir·me a V. Ex", para em <:ltenção ao oficio nO


1758, cuja cópia segue em ârexo, informar que a AÇão Penal nO 2009.51.01.809291-'1
(desmembrada do processo nO 2008.51.01.8143474), otn que figura como à'cusado
Rodrigo Gomos Quintella, :encontra-so agu;ardando atendimento do diligências
requeridas pela defesa.

'Iml)
tfIfii!I\.I["..
Aproveito;:! oportunidade par apresentar a Vossa ExcQlência mous
protestos de consideração.

EHlK NA,ARRO WOLKJ\RI'


/ J

Juiz Federal
" "

Exmo, .5r. Ministro Gilmar Mundos


Presidente do Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes, Brasília/DF
CEP: 70175·900

.. - .....__.
I ('/;'wiirdm:ullll.!ll(:11
..- ."._--~
I
I
I
.' .

,. /
Rí(l, .: .. , .. .1 .... :.. "./, . ....... ,.... ,.
o., "
..'
I ~',,(r
ERIK N,' VJ \lq {O ..V\)
.hLlJ' Ft!tkr"I:

O f. n° /1 '
20 09 .
ele de l.c rn b, -o de

:t,...".....
"-'T
1·-' .~~..,'...
".,::' "....
;t.", ..
+:;,~~
10 2 L61
!3F:AS CO RP US N°
Mf~DiDA r.A tJT EL l\R EM H!J
,., -4 ,
o-_~.

\C I EN TE ; R od ri go Gümes Q ul nt el la < ,Ir W ,


l'l n" nh a,
tü r. J\r .rt <l ud i"l ds ca .j!.-. ".
IMPE'l'RAN'fI'; : W al l ele ,T us l·. iç a
Su pe rl or 'fr i.b un i.l
<"I'"""
III lU
COATOR: '.,

c::;
C:"

Se nh or . Ju Iz ,
rcfc~ldo, 80 1. il: 1t o
in sL ru ir o pr oc es so do
fi m de o. ~t .Ó 9io
1\ so br e o ati.li.\ 1.
a \70 8:- 3;1 8x ce 1. 6n ci A.
infoJ."nlaç s
ôe ·1 -4 .
~ollcial n. ?0 00 .5 1. 01 .8 14 34
In qu ér it o
A tc nc iü sa m "H \te , ./
/

I / .' ?/"
li I
I
I

Mf;NlJP,S
M in is tr o Gl I,M l\R
eí.(~~ii.dt~nt(~
iH : t; • 13 , V.L r ()
([U S 'I' F ,

1\ Su a Ex ce lê nc i.a
Se nh or ,Ju dÜ ;ii d: i.a cio
C ri m Jn al . ,:-. :'le,;,oio
l)

.l" V ar a F,~der',ll
,]u.i.z Fc de r,l 1 da
.J,,,- T" ,.,( ,i ro
RELATóRIO DAS ATIVIDADES DE FAX

HORA : 01/18/2010 14:32


NOME : PROTOCOLO PETICOES
FAX: 51-33215194
TEl: 51-32173523
NúMERO:D000A7J815950
,

NR. DATA HORA NúMERO DE FAX/NOME DURAÇÃO PÁGINAS RESUlT. COMENTÁRIO

01/18 09:38 17 35244909 43 01 OK RX


01/18 11: 16 1833213468 01:07 02 "
OK RX ECM
01/18 11: 18 1833213458 01:39 03 OK RX ECM
01/18 12:04 55 11 31040812 01:43 03 OK RX
01/18 13:00 11: 19 15 OK RX ECM
01/18 13:49 34103579 41 02 OK RX ECM
01/18 13:57 33223580 43 02 OK RX ECM
01/18 14:31 2132188972 01:00 01 OK RX
, ..

OCUP.: OCUPADO/SEM RESPOSTA


MÁ : lINHA EM MÁS CONDIÇõES 1 MEMóRIA CHEIA
CV FOLHA DE ROSTO
POl POlLING
REC ,RECUPERAÇÃO
PC PC-FAX

, , .,~< .' ....


TERMO DE CONCLUSAO
Faço estes autos conclusos à Presidência. (Art. 13,
VIII do "\3J:§TF.
Brasília.:LLde ~WA ti % de 201 o.
DENIS
___
(MA
~~2190_
A
S FERREIRA
__

~
I. '
, '
.,1,./

TERMO DE JUNTADA
Junto a estes autos o protocolado de nO
fiM!:3 /20lQgue segue.
Brasília, ~"'1 de Q' de 2010.

S T F 102.002
,
R~M~Tmn DnJ;/ FAX
Supremo Tribunal f-edar...
PODER JUDICIÁRIO Secretaria Judiclãria
JUSTiÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO
1l l l l l l rljril ir~ilrli~1jlil l l ~lrl li1jl l l l l l l l
7aVARA FEDERAL CRIMINAL
Av. Venezuela nO 134 - 4°andar - Saúde - Rio de Janeiro/RJ
CEP 20081-310 - FAX 3218-8972

RÉU PRESO/URGENTE
OFíCIO N° OFI.0044.000015-8/2010

OFíCIO
l~m~lmlmOOmmmmm~~~~I~lm~
oo2 4 4 oo4 4 oooo1 5 8 2 o1 o

PROCESSO: 2009.51.01.809291-4
I!W PARTE AUTORA:
PARTE RÉ:
MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
RODRIGO GOMES OUINTELLA

Rio de Janeiro, 15 de janeiro de 2010.

Exmo Senhor Ministro,

Tenho a honra de dirigir-me a V. Ex a , para em atenção ao ofício nO


1758, cuja cópia segue em anexo, informar que a Ação Penal nO 2009.51.01.809291-4
(desmembrada do processo nO 2008.51.01.814347-4), em que figura como acusado
Rodrigo Gomes Ouintella, encontra-se tgUardando atendimento de diligências
requeridas pela defesa. I
Aproveito a oporlunidade!ipara apresentar a Vossa Excelência meus
,.
protestos de consideração. í!
/1
,i J
/ I --_.. -
/--.- ...-.------,.; ~~-RRDwOLKART

/ iUlZj - Federa I

Exmo. Sr. Ministro Gilmar Mendes


Presidente do Supremo Tribunal Fed
Praça dos Três Poderes, BrasílialDF
CEP: 70175-900

I Classif. documental I 62.200.06


.,• •

PODER JUDICIÁRIO
JUSTiÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

7a VARA FEDERAL CRIMINAL


Av. Venezuela nO 134 - 4°andar - Saúde - Rio de Janeiro/RJ
CEP 20081-310 - FAX 3218-8972

RÉU PRESO/URGENTE
OFíCIO N° OFI.0044.000015-8/201 O

OFíCIO
l~m~~rurummrurummm~m~I~~~rn~
o 024 4 o o 4 4 o o o o 1 5 B 2 o 1 o

PROCESSO: 2009.51.01.809291-4
~l'·
'1~1Jj.'
PARTE AUTORA:
PARTE RÉ:
MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
RODRIGO GOMES QUINTELLA

Rio de Janeiro, 15 de janeiro de 2010.

Exmo Senhor Ministro,

Tenho a honra de dirigir-me a V. Ex·, para em atenção ao ofício n°


1758, cuja cópia segue em anexo, informar que a Ação Penal nO 2009.51.01.809291-4
(desmembrada do processo nO 2008.51.01.814347-4), em que figura como acusado
Rodrigo Gomes Quintelia, encontra-se agu;ardando atendimento de diligências
requeridas pela defesa. .1
Aproveito a oportunidade par , apresentar a Vossa Excelência meus
protestos de consideração.

Exmo. Sr. Ministro Gilmar Mendes


Presidente do Supremo Tribunal Federar
Praça dos Três Poderes, BrasílialDF
CEP: 70175-900

Classif. documental 62.200.06


,
-----"~--

inclusive vla-I;.'!.\.
-se informando, com urgência,
Oticíe

./ ............ ..... .
Rio.. : ..... ../. ... :.....

O W OL K! ,R T
ERIK NA VA RR
JU1"/"Fedcrdl

o i"J... I" t';:


J '/ J _~)
IP de 2009.
Of . n d e d ez em b ro
B ra sí li a, '" ': ,, !

64
EM HAB EA S CORPUS N° 10 21
LAR
MEDIDA CAUTE d ri g o Gomes Q u in te
ll a
: R o h as J r
PACIENTE te r A rn au d M as ca re n
W al a
laffiIi IMPETRANTE:
p e ri o r T ri b u n a l d e Ju st iç
Su
l- COATOR:

I ...'.
C. :) ,

('"::l
I {:: ()
i ..'
I S en h o r Ju i z, s o li c it o
e ss o re fe ri d o ,
i d e in s tr u ir o p ro c a tu a l e st á g io do
A fi m so b re o
V o ss a E x c e lê n c ia
a 7 -4 .
ín fo rm aç õ es ia l n . 2 0 0 8 .5 1 .0 1 .8 1 4 3 4
li c
In q u é ri to P o
I
te ,
I A te n ci o sa m en
I
I

I@
I
AR MENDES
I M in is tr o GILM
I P re si d e n te
1 3 , V II I)
(R IS T F , a rt .

I
i
iá ri a do
I n c ia o S en h o
r
in a l - S eç ão J u d ic
A S ua E x c e lê 7" V ar a F e d e ra l C ri m
d a
Ju iz F e d e ra l
o
R io d e Ja n e ir
I
i Ih fn a
i
TERMO DE CONCLUSÃO
Faço estes autos conclusos à Presidência. (Ar!. 13,
VIIIdO~.
Brasília, e -tl-..'-'d6''''--''IT- de 201 O

DENIS MAR S FERREIRA


Malrícul 2190

,- ,

DESPACHO: Ante o término


encaminhem-se os autzs
dO~OdO r",:es~o
. Secretana
de e férias,
Judlclana, para as
providências cabíveis.

Brasília, 29 de janeiro! 2010.

M~s1ro GILM MENDES


Preside e

- (

S T F 102.002
TERMO DE REMESSA
Faço remessa destes autos à Seção de Prevenção e
Distribuiçr·
Brasília, " de de 201{).

- -------
\- -- ------ ---
----- -

S T F 102.002
TERMO DE RECEBIMENTO, REVISÃO,
AUTUAÇÃO E REGISTRO DE PROCESSO

ESTES AUTOS FORAM RECEBIDOS, REVISTOS, AUTUADOS E


REGISTRADOS EM MEIO MAGNÉTICO NAS DATAS E COM AS
OBSERVAÇÕES ABAIXO:

HABEAS CORPUS 102164


PROCEDo : RIO DE JANEIRO
QTO. FOLHAS: 235 QTO. VOLUMES: 1 QTO. APENSOS: O JUNTADAS: O
RELATOR(AI: MIN. CÁRMEN LÚCIA DT ENTRADA: 23-12-2009
DISTRIBUiÇÃO EM 01/0212010

COORDENADORIA DE PROCESSAMENTO INICIAL,

F TERMO DE CONCLUSÃO
~===
t
aço estes / /- --ANALISTA JUDICIÁRIO
Exce/entíssimo autos Conclusos
Relator(a) (a) Senhor(a) M" aO(a)
BraSí,/ia ,1 ~ de fever ' Inlstro(a)_
o de 2010,
_____A._Ju/iano de S
-- a:nJatrícula2121
o

Seção de Processos
Criminais/STF
Ror"''''i''''''' ':lo",

1OFEV 2010
d1'~ cfT~Q#edend

4-~ ~J-lb~

TERMO DE JUNTADA
Junto a estes aut s a decisão que segue.
Brasília, JQ..de , de 201-.9

SFERRElRA
a 2190

" - --

S T F 102.002
MED. CAUTo EM HABEAS CORPUS 102.164 RIO DE JANEIRO

RELATORA MIN. CÁRMEN LÚCIA


PACTE. (S) RODRIGO GOMES QUINTELLA
IMPTE. (S) WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR
COATOR(A/S) (ES) SUPERIOR TRIBUNAl DE JUSTIÇA

DECISÃO

HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. PRISÃO


PREVENTIVA PELA SUPOSTA PRÁTICA DE
TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ALEGAÇÃO DE
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
NECESSIDADE DE EXAME MAIS DETIDO, QUANDO
DO JULGAMENTO DE MÉRITO DA IMPETRAÇÃO.
LIMINAR INDEFERIDA. VISTA À PROCURADORIA-
GERAL DA REPÚBLICA.

Relatório

1. Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado


WAlTER ARNAUD MASCARENHAS JR. em favor de RODRIGO GOMES QUINTELLA, preso
preventivamente em 10.2.2009, contra acórdão da Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que, em l0 de setembro de 2009, denegou o Habeas
Corpus n. 133.204, relator o Ministro Celso Limongi, nos termos seguintes:

" ( ... ) HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. DECRETO FUNDAMENTADO


NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DA SEGREGAÇÃO
CAUTELAR DEMONSTRADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO.
ORDEM DENEGADA.
1. Não caracteriza constrangimento ilegal a decretação da
prisão preventiva, se demonstrado o alto risco de reiteração
criminosa e de continuidade das atividades ilicitas
desenvolvidas por quadrilha especializada em tráfico de
entorpecentes .J-

STF 102.002
HC 102.164-MC I RJ

2. Ordem denegada ( ... )" (fl. 202).

O caso

2. Tem-se, nos autos, que a) em 28.1.2009, o Paciente foi denunciado


- juntamente com outros 25 corréus - pelo "crime previsto no art. 35, na
forma do art. 40, I e V, e, por três vezes, o crime previsto no art. 33,
na forma do 40, I, V e VII, da Lei 11.343/2006" (fl. 105); b) o Juízo da
7a Vara Federal Criminal da Sede da Seção Judiciária do Rio de Janeiro
decretou a prisão preventiva do Paciente; e c) em 10.2.2009, o Paciente
foi preso preventivamente.

3. Este o teor da decisão proferida pelo Juízo da 7 a Vara Federal


Criminal da Sede da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, verbis:

" ( ... ) O Ministério Público Federal requereu a prisão


preventiva dos denunciados para garantia da ordem pública e
conveniência da instrução criminal.
Narra que a prova é clara no sentido de que o tráfico de
entorpecentes exercido pelos denunciados é denso, pois estão
incorrendo, com reiteração e habitualidade, nas condutas
delituosas que lhe são imputadas.
Aduz que o crime de associação, pelo qual só não respondem as
denunciadas na função de transporte ("mulas"), é permanente; a
rede de tráfico descrita na primeira denúncia e as associações
a ela periféricas descritas na segunda denúncia estão, nessa
ordem de idéias, em pleno funcionamento.
( ... )

No tocante a conveniência da instrução criminal, narra que a


prova dos autos mostra que todos os denunciados se preocupam em
antecipar-se à persecução penal e evitam a elucidação de suas
condutas mediante expedientes de codificação de linguagem, uso
comedido do telefone e, quando possível, preferência por
ajustes presenciais. Em mais de um díálogo telefônic0ft..,

2
STF 102.002
HC 102.164-MC / RJ

interceptado, um já censurou outro por extroversão lingüística.


O que significaria, segundo o parquet, que os denunciados estão
atuando no sentido de ocultar a verdade real e comprova
propensão par ao ajuste de versões em seus interrogatórios.
Quanto às condutas dos denunciados, passo a analisá-las:
Rodrigo Gomes Quintella
Narra a denúncia que Rodrigo Gomes Quintella, agindo
pessoalmente e por interposição, exportava cocaina para o
exterior e lá adquiria drogas sintéticas, em especial MDMA e
LSD, que importava para o Brasil. Narra, ainda, que para tanto,
contava com o apoio logistico direto de Hélio Lourenço Ramos da
Silva Júnior e com a colaboração esporádica de Leonardo Barbosa
de Assis, bem como de colaboradores eventuais na função de
transportadores ('mulas'). E que seu adquirente mais freqüente
seria Henrique Dornelles Forni, ele próprio distribuidor.
Aduz o Ministério Público Federal que as investigações apuraram
ao menos quatro fatos nesses moldes, assim narrados na
denúncia:
'O primeiro fato diz respeito à viagem de Rodrigo Gomes
Quintella para a Europa, com destino à Suiça, à Alemanha e à
Holanda, entre 4/08/2008 e 26/08/2008, com negociação,
durante sua estada, de exportação de droga do Brasil e
importação de droga para o Brasil. As negociações foram
tumul tuadas e apenas parcialmente bem-sucedidas, como
revelam três diálogos telefônicos por ele mantidos:
( ... )
O segundo fato diz respeito à prisão em flagrante, em
27/09/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo
Horizonte/MG, de Weskey Fernando Oliveira e Silva, quando
desembarcava de vôo procedente de Bruxelas, Bélgica, com
escala em Lisboa, Portugal, de posse de vinte e sete mil
comprimidos de MDMA. Os comprimidos eram de propriedade de
Rodrigo Gomes Quintella, que comandou, organizou e financiou
a viagem de Weskey Fernando à Europa para transporte dCJ:fL

3
STF 102.002
HC l02.164-MC / RJ

entorpecente. Weskey Fernando viajara de Uberlândia/MG para


o Rio de Janeiro/RJ em 29/08/2008, havendo sido recebido no
Aeroporto Santos Dumont por Rodrigo Gomes Quintella e Helio
Lourenço Ramos da Silva Júnior. Weskey Fernando seguiu,
então, do Rio de Janeiro/RJ para Belo Horizonte/MG e de lá,
em 30/08/2008, para Bruxelas, Bélgica.
( ... )

o terceiro fato diz respeito à prisão em flagrante, em


14/06/2008, no Aeroporto Internacional de Salvador/BA, de
João Pires Marques júnior, quando desembarcava de vôo
procedente de Amsterdã, Holanda, de posse de cinqüenta mil,
quatrocentos e noventa e nove micropontos de LSD, além de
.(![;. pequena quantidade de skunk e haxixe. Os comprimidos de LSD
e as partidas dos outros dois entorpecentes eram de
propriedade de Rodrigo Gomes Quintella, que comandou,
organizou e financiou a viagem de João Pires à Europa para
transporte dos entorpecentes.
( ... )
O quarto fato diz respeito à prisão em flagrante, em
3/12/2008, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo
Horizonte/MG, de Luis Fernando Pagotto e Deise dos Santos
Coutinho, quando embarcavam para Bruxelas, Bélgica, com dois
quilos de cocaina. A droga era de propriedade de Rodrigo
Gomes Quintella, que, com o auxílio de Magno Gil Piedade,
José Maurício Santos Machado e, em caráter acessório, de
Leonardo Barbosa de Assis, comandou, organizou e financiou a
viagem, que se destinava à troca de cocaína por comprimidos
de MDMA, a serem trazidos para o Brasil.'
Através dos diversos diálogos interceptados, há indícios de que
Rodrigo Gomes Quintella, atuou, ainda, no período das
investigações, como fornecedor atacadista e varejista de
entorpecentes na cidade do Rio de Janeiro. Alega o Ministério
Público Federal que além de vender MDMA esporadicamente para
consumidores individuais, ele seria fornecedor estável d~

4
S T F 102.002
HC l02.164-MC / RJ

drogas de Henrique Dornelles, que controlaria bocas de fumo no


Morro do Turano, na Tijuca, e revenderia drogas em atacado e
varejo.
( ... )

Como bem lançado pelo Ministério Público Federal, mister se faz


a decretação da prisão preventiva dos denunciados com o fito de
garantir a ordem pública, impedindo a prática de novos crimes e
para acautelamento do meio social, tendo em vista que os
acusados possuem alto potencial lesivo à coletividade, e também
para a conveniência da instrução criminal. Caso permaneçam em
liberdade, podem vir a dificultar o acesso às demais provas que
os incriminam ou até mesmo destrui-las, como se depreende
Q[\ especificamente do diálogo dos denunciados narrados pelo
parquet, o que é típico desses casos.
Verifico que constam nos autos relatórios elaborados pela
Autoridade Policial que relatam que, ao longo da investigação,
foram lavrados 15 (quinze) autos de prisão em flagrante,
contando com 36 pessoas presas, sendo apreendido armamento de
uso restrito, munições e diversos tipos de drogas, sendo a
quantidade mais expressiva envolvendo 25.000 (vinte e cinco
mil) comprimidos de MDMA (ecstasy), oriundos do continente
europeu, que ingressaram no pais pelo Aeroporto de Confins/MG,
representando esta a maior apreensão de drogas sintéticas do
Estado de Minas Gerais.
Tenho que o fato de os denunciados praticarem as supostas
condutas delituosas que lhes são imputadas (tráfico ilícito de
entorpecentes) com reiteração e habitualidade, destacando que
alguns deles participavam do tráfico de drogas mesmo

encarcerados ou logo após a conquista da liberdade, configura a


·necessidade da excepcional medida com escopo da garantia da
ordem pública.
Torna-se necessária ainda para a conveniência da instrução
criminal, tendo em vista o alto poder de intimidação, que é um~

5
STF 102.002
HC l02.164-MC / RJ

das característícas das assocíações para o tráfico, que


poderiam exercer sobre outros envolvidos.
Em não sendo decretada a prisão preventiva coloca-se em risco a
aplicação da lei penal, vez que os denunciados que se encontram
soltos podem deixar o Estado de origem e até mesmo o país.
Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, embora alguns
dos integrantes já se encontrem presos por força dos flagrantes
efetuados, é imperiosa a decretação das custódias cautelares
nestes autos. O que serviria como forma de evitar que retornem
à sociedade por eventual concessão de liberdade provisória mas
ações penais que possivelmente, podem ser atraídas a este juízo
federal, e cujas imputações não devem refletir com fidelidade o
grave contexto delituoso no qual estão inseridos, altamente
lesivo á ordem pública.
Ainda, como bem anota o parquet, alguns dos integrantes dessa
organização ainda não foram identificados, o que contribui para
o receio objetivo de impossibilidade da aplicação da lei penal
caso venham os flagrados a serem soltos.
Há fortes indícios da participação dos denunciados em crimes
praticados em associação dedicada ao tráfico de entorpecentes e
a materialidade está comprovada pelos próprios flagrantes,
conforme narrado nos relatórios constantes dos autos.
Os fatos noticiados são reiterados e de extrema gravidade. A
fundada suspeita de ocorrência das infrações penais mencionadas
é corroborada pelas prisões em flagrante e interceptações
efetuadas, como aponta a denúncia, caracterizando-se o fumus
boni iuris, na hipótese vertente.
Tudo o que consta destes autos está a demonstrar a presença das
condições que autorizam a medida processual extrema de privação
da liberdade previstas nas primeira, terceira e última figuras
do artigo 312 do Código de Processo Penal.
Justifica-se assim, a necessidade da prisão preventiva para
garantia da ordem pública, por conveniência da instrução
criminal e para assegurar a aplicação da lei penal.aL

6
STF 102.002
HC 102.164-MC / RJ

Por tais razões, acolho a promoção ministerial vez que


presentes os pressupostos e as circunstãncias autorizadoras,
com fundamento no art. 311, art. 312 e art. 313 do CPP, DECRETO
a PRISÃO PREVENTIVA de todos os denunciados, qualificados na
denúncia ( ... )" (fls. 112-137).

4. Contra esta decisão foi impetrado habeas corpus no Tribunal


Regional Federal da 2a Região (proc. 2009.02.01.002830-3), que, em
17.3.2009, denegou a ordem pretendida, verbis:

" ( ... ) EMENTA CRIMINAL. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO.


MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. NECESSIDADE. ALGEMAS.
SÚMULA VINCULANTE N. 11. REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO. 1. A
materialidade delitiva e os indicios suficientes de autoria -
fumus comissi delicti encontram-se delineados na presente
hipótese através das interceptações telefônicas autorizadas
pelo Juízo a quo indicando que o paciente manteve relações
freqüentes com outros indivíduos para supostamente associarem-
se para o tráfico de entorpecentes. 2. A necessidade da prisão
preventiva periculum liberta tis , se justifica para a
garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal, visando
coibir a reprodução de fatos criminosos e preservar a instrução
criminal, bem como acautelar o meio social e a credibilidade da
justiça, pois o delito ora investigado causa grande inquietação
à sociedade. 3. Houve o a tendimento do requisi to previsto na
Súmula Vinculante n° 11, vez que a autoridade impetrada acatou
as justificativas a respeito da excepcionalidade do caso feita
pela autoridade policial - gravidade dos fatos e possibilidade
de resistência - utilizando os parãmetros corretos para auferir
a possibilidade de resistência do paciente. 4. Não há dúvidas
quanto a necessidade e conveniência da aplicação do RDD, vez
que a decisão ora atacada foi fundamentada em indicios de que o
paciente é um dos grandes traficantes transnacionais de drogasQé

7
STF 102.002
HC l02.164-MC / RJ

sintéticas em atuação no Rio de Janeiro, além de mostrar grande


capacidade de liderança negativa frente outras pessoas, o que
caracteriza fundado temor de risco à sociedade. 5. Eventuais
condições pessoais favoráveis ao réu, tais como primariedade,
bons antecedentes, residência fixa e ocupação licita, não lhe
são garantidoras ao direito à revogação da prisão preventiva se
existem outras que lhe recomendam a custódia cautelar. 6. Ordem
denegada ( ... )" (fl. 183).

5. Contra esse acórdão foi impetrado habeas no Superior Tribunal de


Justiça, cujo julgamento pela sua Quinta Turma é objeto da presente
impetração.

6. No presente habeas corpus, o Impetrante afirma que "o Superior


Tribunal de Justiça não enfrentou, adequadamente os fundamentos alegados
pelo impetrante, limitando-se a ratificar a decisão originária, incorrendo
nos mesmos vícios daquela, notadamente ao invocar argumentos genéricos sem
correspondência concreta a situação pessoal do Paciente" (fls. 3-4,
transcrição conforme o original).

Sustenta que as impetrações antecedentes "foram motivadas pela pura


perniciosidade que o crime, em tese, representa, o que foge ao alcance
do PACIENTE porque tal 'perniciosidade' é uma qualidade inerente ao
próprio tipo penal e, de resto, foi centrada na 'garantia da ordem
pública', invocada somente pela possibilidade da prática criminosa ser
retomada" (fI. 16, transcrição conforme o original).

Alega, ainda, "que toda fundamentação é meramente 'potencia', gira


sobre uma possível reiteração de atos, desprovida de base empírica" (fI.
16, transcrição conforme o original).

Invoca, nesse sentido, precedente deste Supremo Tribunal Federal


(Habeas Corpus n. 100.959, ReI. Min. Celso de Mello) ti-

8
S T F 102.002
HC 102. 164-MC / RJ

7. Assim, requer liminar para "[r] evogar a prisão cautelar do


PACIENTE, lavrando-se imediato alvará de soltura" e, no mérito, pede a
concessão da "ORDEM, para, confirmando a decisão do relator permita o
PACIENTE responder aos demais atos do processo em liberdade até o trânsito
em julgado" (fls. 33-34).

8. Em 30 de dezembro de 2009, o Presidente do Supremo Tribunal


Federal, Ministro Gilmar Mendes, solicitou informações ao "Juizo da 7a
Vara Federal Criminal, sobre o atual estágio do Inquérito Policial n. o

2008.51.01.814347-4" (fl. 213), diferindo o momento de apreciar-se o


pedido de liminar (art. 13, inc. VIII, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal).
6lT'
~lll/
9. Em 18 de janeiro de 2010, o Juízo da 7 a Vara Federal Criminal da
Sede da Seção Judiciária do Rio de Janeiro informou que "a Ação Penal n°
2009.51. 01. 809291-4 (desmembrada do processo nO 2008.51. O1. 814347-4), em
que figura corno acusado Rodrigo Gomes Quintella, encontra-se aguardando
atendimento de diligências requeridas pela defesa" (fi. 227).

10. Em 4 de fevereiro de 2010, o Impetrante requereu a juntada "do


entendimento do ilustre Sub-Procurador da República Juarez Tavares onde,
em caso análogo, presentes as mesmas condições objetivas opinou pela
concessão da ordem (BC l45382/RJ)" (Petição Avulsa STF n. 4179/2010).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.

11. Neste exame preambular, tenho por certo que os fundamentos do


acórdão ora questionado são bem expostos e suficientes para evidenciar não
ser o caso de deferimento da liminar.

12. As razões do Impetrante em favor da tese que conduz a se põr


livre o Paciente não podem ser comprovadas de plano, nem se tem patenteado
ilegalidade ou abuso de poder ensejador da liminar na decisão questionada.~

9
S T F 102.002
HC 102.164-MC / RJ

Ademais, o objeto da liminar requerida confunde-se com o pedido principal,


O qual impões apreciação do mérito da impetração.

13. Registre-se que a circunstância de haver situações similares ou


mesmo muito próximas envolvendo duas pessoas, mesmo que não codenunciadas,
não é bastante para permitir que se afirme comportarem elas,
necessariamente, situação sujeita a idêntico cuidado jurídico. Mesmo que
discutíveis as decisões e pareceres anteriores, quer no juízo local, quer
no Tribunal Regional Federal da 2 a Região, quer no Superior Tribunal de
Justiça, em todos os casos se constata ter havido fundamentação no
decidir.

14. Portanto, não há elementos que demonstrem o bom direito


legalmente estatuído como fundamento para o deferimento da medida
pleiteada, razão jurídica pela qual indefiro a liminar

15. Suficientes as informações, dê-se vista dos autos ao Procurador-


Geral da República.

16. Junte-se a Petição Avulsa STF n. 4179/2010.

Publique-se.

Brasília, 5 de fevereiro de 2010.

~~~~
Minlstra CARMEN LUCIA
Relatora

10
S T F 102.002
o

PARA PUBLICAÇÃO
! 1 FfV. 2D1O
SEÇÃO DE PUBLICAÇÕ
ES
HC N° 102164

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes autos o protocolado de nO 4179/2010 que segue.


Brasília, 10 de fevereiro de 2010.

Denis Mattl s Ferreira


Matrícula ° 2190
Supremo Tribunal Fadarai

.
~ ,
Secretaria Judlel.rl •
04/02/201012:58

111111111111111111111111111

/11'-- (J J a
ARNAUD & AGUIAR I
~:J
ADVOGADOS

EXMO. SRA. MINISTRA RELATORA CARMEM LÚCIA DO


COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

HC. nO. 102.164 URGENTE

AUTORIDADE COATORA: SEXTA TURMA DO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA (HABEAS CORPUS nO 133.204 - RJ
(2009-0064284-3)

WALTER ARNAUD MASCARENHAS JR, impetrante


do HC em epígrafe vem em atenção a V. Exa., destacar o que se
segue:
- Considerando o término do recesso forense e a
Distribuição por Prevenção a esta percuciente ministra insta
observar que, agora, os autos já contêm os esclarecimentos, objeto
das informações prestadas pelo o Juízo de 10 grau;
- Considerando a relevância do tema e a urgência
~
em se analisar o pedido de liminar o mais breve possível requer, em
fID auxilio ª posição que vier ª ser tomada, ª colação do entendimento
do ilustre Sub-Procurador da República Juarez Tavares onde, em
caso análogo, presentes as mesmas condições objetivas opinou pela
concessão da ordem (HC 145382/RJ).
Cumpre salientar que para se chamar à atenção da
identidade entre as situações (postas em comparação) o ora
requerente colocou em 'vermelho' as passagens do texto original.

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de Janeiro/RJ
Tel/Fax: (21) 2544-8546
ARNAUD & AGUIAR
ADVOGADOS
Termos em que, pede deferimento.

Rio de Janeiro, O fevereiro de 2010.

(} @-
Walter A\nau ascarenhas Jr
OAB/ 8.694

@
8

Av. Rio Branco, nO 185/ Grupo 618/621 - Centro


CEP: 20.040-007 - Rio de JaneirofRJ
TeVFax: (21) 2544-8546
Ministério Público Federal

Habeas Corpus n.o 145382/RJ


Processo n.o 2009/0163826-9
Impetrante: Fábio Dias e outro
Impetrado: Tribunal Regional Federal da 2a Região
Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho- Quinta
Turma

Habeas corpus. Tráfico de drogas. Prisão


preventiva. Garantia da ordem pública e aplicação
da lei penal. Ausência dos requisitos do art. 312 do
CPP. Fundamentação inidônea a respaldar o
decreto cautelar. Constrangimento ilegal
configurado. Parecer pela concessão da ordem,
para que seja revogada a prisão preventiva
decretada em desfavor do paciente.

Colenda Turma:

Trata-se de ordem de habeas corpus, com pedido


de liminar, pela qual Fábio Dias e outro, em favor do paciente,
insurgem-se contra acórdão proferido pela Primeira Turma
Especializada do Tribunal Regional Federal da 2a Região.

Consta dos autos que o paciente foi denunciado


pela suposta prática dos crimes previstos no art. 33, caput, c/c art.
40, I, e art. 35, caput, todos da Lei 11.343/06.
Ministério Público Federal
HC 145.38Z/R]

Requerida a prisão preventiva do paciente pelo


Ministério Público, foi o pedido acolhido, nos termos da decisão de
fls. 171/330, em que consignada a necessidade da custódia cautelar
para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal.

Inconformada com a decisão, dirigiu a defesa


ordem de habeas corpus perante o TRF/28 Região, pugnando a
revogação da prisão preventiva ante a falta de fundamentação do
decreto constritivo e da desnecessidade da custódia.

A ordem, contudo, restou denegada. Em síntese, o


órgão colegiado reputou presentes os requisitos da custódia
cautelar e considerou a prisão preventiva necessária para a garantia
da ordem pública, em razão da probabilidade de que o paciente
retome o curso das atividades ilícitas pelas quais foi denunciado.

Contra o decisum, impetrou-se a presente ordem,


em que repisadas as teses dirigidas à instância a qua.

A liminar foi indeferida à fi. 355.

Encartadas as informações de praxe (fls. 360/367),


vieram os autos ao Ministério Público Federal para manifestação.

É o que havia para relatar.

A ordem deve ser concedida.

Assiste razão aos impetrantes no que concerne ao


manifesto constrangimento ilegal a que se encontra submetido o
paciente, caracterizado pela ausência de fundamentação do decreto
prisional, bem como pela desnecessidade da medida.

n
Ministério Público Federal
HC 145.38Z/R]

Extrai-se dos autos que a prisão preventiva do


paciente foi decretada com base na existência de risco à ordem
pública e para garantir a aplicação da lei penal.

Como é cediço, em face do princípio da presunção


de inocência, a decretação da prisão preventiva somente se mostra
possível em hipóteses excepcionalíssimas, sob pena de, ao final,
ante a sua generalização, convertê-Ia em instrumento de justiça
sumária, em verdadeiro cumprimento antecipado da pena, o que
não é permitido desde a perspectiva do princípio do devido processo
legal, albergado em nossa Constituição.

Verdade é que a decretação da prisão preventiva


tem como pressuposto o indício suficiente de autoria, a par da
existência de prova da materialidade do crime. Todavia, a esses
pressupostos, deve-se somar, para a legalidade da medida, senão
mais, uma das condições estabelecidas no art. 312 do CPP, o que
não ocorre no caso vertente.

Cumpre transcrever, para melhor compreensão do


quanto se discute na presente ordem, trechos da decisão proferida
([]D pelo Juízo Federal da 8a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro
ft@: que determinou a custódia preventiva do paciente, em 05 de
fevereiro de 2009, nos autos da ação penal nO 2008.51.01.816805-7:

Os denunciados na presente ação penal apresentam


irrefutáveis tendências para práticas criminosas,
designadamente para o tráfico ilícito de substâncias
entorpecentes. A maioria deles, muito provavelmente
não exercem atividades laborativas lícitas e sequer
estudam, dedicando a vida a traficar entorpecentes e a
se divertirem às expensas dos fáceis lucros obtidos com
essa espécie de mercãncia. - fI. 310.
Além da firme e resoluta inclinação criminosa por parte
dos denunciados, os elementos constantes dos autos,

o
Ministério Público Federal
HC 145.38Z/R]

já explicitados no corpo dessa decisão, evidenciam que


os acusados estão voltados para o tráfico internacional,
movimentando quantidades substanciais de drogas
entre o continente europeu e o sul-americano e
difundindo, dessa maneira, o seu uso, principalmente
entre os jovens, que constituem indubitavelmente a sua
maior clientela. Só no curso dessa investigação foram
apreendidos, até o oferecimento da denúncia, 86.700
comprimidos de ecstasy, 61.900 micro-pontos de LSD,
1.802 gramas de skunk, 5.215 gramas de cocaína, 730
gramas de haxixe e 60 gramas de maconha.
Trata-se de grupo de jovens que faz dessa atividade
ilícita uma verdadeira "profissão", dedicando-se ela (sic)
exclusivamente, considerando-se que, salvo talvez
alguns poucos exemplos (FELIPE FONTELA,
ALEXANDRE FROSSARD e JOÃO PAULO PEREIRA),
não exercem qualquer outra atividade lícita socialmente
relevante.
Conquanto tenha havido no curso das investigações as
prisões em flagrante de diversas "mulas" a serviço do
grupo criminoso, portando quantidades consideráveis
de entorpecentes, os denunciados, em especial os vinte
acusados diante dos quais o parquet requer a prisão
preventiva [... ], em momento nenhum aparentaram estar
inclinados a arrefecer seus propósitos de traficância.
Ao contrário, a cada malogro sofrido com as
apreensões, recuperavam o fôlego e partiam para
novas investidas a fim de obterem cocaína em países
da América do Sul (principalmente Paraguai e Bolívia)
com vistas a enviá-Ia para a Europa. Fls. 311/312.
Os acusados são pessoas que, apesar da juventude,
ostentam alto grau de experiência nessa atividade e,
que, em razão disso, respondem ou já foram
condenados por crimes relacionados ao tráfico de
entorpecentes. [... ]
A saúde pública é sem dúvida, um dos aspectos mais
importantes da ordem pública e deve ser resguardada.
Para isso, admite a restrição de direitos, inclusive o
direito de liberdade pessoal. Nessa perspectiva, é
inegável que a disseminação das drogas oferece
inexoravelmente risco à ordem pública, sendo a prisão
preventiva instrumento importante para resguardá-Ia,
coibindo a ação dos propagadores. [... ]
Ora, se o direito fundamental de propriedade de alguém
deve ceder diante da necessidade a saúde pública,
mesmo diante da ausência de sua participação no ato
ilícito, reputo razoável concluir que o direito de liberdade
daqueles que diuturna mente se dedicam a vulnerar a
saúde pública por meio da propagação de
entorpecentes também deve ceder e ser restringida,
Ministério Público Federal
HC 145.382/R)

enquanto respondem criminalmente e desde que


presentes os pressupostos. [... )
Com efeito, tendo em vista o potencial lesivo que
ostentam e a real probabilidade de reiterarem na prática
de tráfico de entorpecentes, entendo serem necessárias
as prisões preventivas dos dezoito denunciados acima
com o fito de resguardar a ordem pública - fI. 314.
Somada à garantia da ordem pública, entendo que a
necessidade da prisão dos denunciados se justifica,
igualmente, para assegurar a aplicação da lei penal.
Muitos dos acusados já respondem por crimes relativos
a tráfico de entorpecentes. Alguns deles são até
tecnicamente reincidentes. Por outro lado, demonstram
bastante ousadia e total menosprezo por outros valores
que não os seus próprios interesses. Em instante
nenhum, aparentaram se preocupar com a prisão de
seus colaboradores e tudo indica apenas temerem
serem eles próprios presos.
Os elementos de convicção colacionados evidenciam,
ainda, que os acusados fazem parte de uma extensa
rede de relacionamentos, possuindo contatos nos mais
diversos estados da federação e mesmo na EUROPA.
Alguns possuem residência em mais de um estado da
federação. Revelaram-se muito desenvoltos em trocar
de endereços (o que implicou em alguns aditamentos,
após a Representação Policial), de veículos e de linhas
telefônicas. Em alguns incidentes registrados, chegaram
a sugerir o uso de violência ante a possibilidade de se
verem delatados pelas "mulas" capturadas.
[... ) Os acusados, em sua maioria, como visto, não
trabalham e não possuem, por opção, outras fontes de
recursos a não ser o tráfico de entorpecentes e adotam
métodos diversos para permanecerem anônimos como
a utilização de apelidos, nomes falsos, de linhas
telefônicas em nome de terceiros, dentre outros
artifícios.
Perante essas circunstâncias, pode-se extrair, com
grande probabilidade de acerto, que a liberdade dos
denunciados, implicará a sua ocultação de modo a
dificultar a efetiva aplicação da Justiça Penal - fls.
325/327.

o Tribunal Regional Federal da 2a Região, por sua


vez, considerou indispensável a preservação da custódia do
paciente pelos seguintes motivos:
Na decisão impetrada, S. Exa., reportando-se aos
citados elementos de prova, considerou que STEVIE
Ministério Público Federal
HC 145.3821RJ

desempenharia a função de "operador" do grupo


investigado, com as seguintes atribuições, as quais se
infere de fls. 198/224:1 acompanhamento pessoal de
negociações com traficantes no estrangeiro;
recebimento de embalagens com entorpecentes;
providências para a sua ocultação nas bagagens a
serem transportadas pelos "mulas"; responsabilidade
pelo embarque dos "mulas" no Brasil e por seu
acompanhamento no exterior.
No que tange ao periculum in Iibertatis, consistente na
hipótese de ocorrência de alguma das circunstâncias
previstas no artigo 312 do CPP, a medida impugnada
mostra-se adequada e imprescindível como garantia da
ordem pública, ante a necessidade de se evitar a
reiteração delitiva por parte dos investigados.
Quanto ao ponto, noto que na decisão que decretou a
custódia cautelar, S. Exa. destacou que mesmo tendo
havido a prisão em flagrante de várias "mulas", com
consideráveis quantidades de drogas apreendidas, os
investigados não demonstraram arrefecer as atividades
delituosas de traficância (fI. 311). Conforme asseverei
no primeiro voto proferido em habeas corpus impetrado
em favor de co-investigado, é de se ressaltar que os
acusados "continuaram a praticá-Ias, demonstrando que
jamais se intimidaram ou se intimidariam com a ação
das autoridades que já começava a prender outros
integrantes da mesma organização".
Assim sendo, reputo que a segregação do paciente
STEVIE para cessação da atividade criminosa é
imperiosa medida de prevenção cautelar, bem como
para a desestabilização do grupo criminoso investigado,
considerando a suposta habitualidade da prática de
atividades delituosas. [ ... ]
No tocante a essa circunstância, verifico que na decisão
que decretou a custódia cautelar o Juiz de Primeira
(jJ]]l Instância ponderou que os investigados, apesar de
jovens, são experientes no envolvimento com a prática
~ de condutas delituosas. Alguns acusados já
responderam processo por crimes relacionados a tráfico
de entorpecentes; outros, são tecnicamente
reincidentes. Outrossim, os acusados, alguns com
residência em mais de um Estado, possuem contatos
em diversos Estados da Federação e até na Europa.
Quanto ao ponto, observo que na decisão impetrada
constou que STEVIE, possui residência não só no Rio
de Janeiro, mas também em Florianópolis, cidade
apontada como uma das bases de atuação do grupo
investigado.
Cumpre destacar, ainda, que ao longo da apuração,
restou constatado que eles adotam expedientes
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

diversos com vistas à manutenção do anonimato, a


exemplo do uso de apelidos e nomes falsos, bem como
trocam de endereços, veículos e linhas de telefone,
além de usarem linhas em nome de terceiros.
Por todo o analisado, não há ilegalidade ou coação a
serem sanadas nesta via. A decisão impetrada está
suficientemente fundamentada com base em elementos
concretos, mostrando-se a medida adequada e
proporcional à cautela que o caso requer, sendo
necessária a manutenção da custódia do paciente (fls.
171/172).

Possível dessumir dos excertos acima transcritos


que, de acordo com os fundamentos expostos, inexistentes os
requisitos ensejadores da prisão cautelar do paciente. Pode-se ver
que as instâncias de origem, vislumbrando risco à aplicação da lei
penal e à garantia da ordem pública, entenderam pela necessidade
da medida. No entanto, nenhuma das decisões, de fato, apontam
circunstâncias concretas e pessoais do paciente que possam levar ª
conclusão pela necessidade da custódia preventiva. Ao contrário,
apenas mencionam, de maneira genérica, considerando a gravidade
abstrata do delito, os motivos pelos quais entendem pela
indispensabilidade da prisão.

De plano, pode-se dizer que a gravidade da


imputação, a evidenciar Q alto potencial lesivo da conduta
perpetrada pelo paciente, bem como a grande quantidade de drogas
apreendidas, não se afiguram como motivacão idônea ª pnsao
preventiva para garantia da ordem pública.

Ademais, a gravidade da imputação contida na


denúncia, ainda que haja provas da materialidade e indícios de
autoria, não autoriza a prisão processual. Grave ou não, uma
conduta só pode ensejar a restrição antecipada da liberdade se
Ministério Público Federal
HC 145.3821R]

presentes circunstâncias que apontem, com base em elementos


concretos, no sentido de sua real necessidade.

Nesse passo, cabe consignar que, de há muito, a


jurisprudência da Corte consolidou-se no sentido de que a
gravidade abstrata do delito não se afigura como justificativa idônea
à prisão preventiva. À mão de ilustrar:
HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE ENTORPECENTES
- ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - PRISÃO EM
FLAGRANTE - AUSÊNCIA DE REQUISITOS DO
ARTIGO 302 - INOCORRÊNCIA - LIBERDADE
PROVISÓRIA - VEDAÇÃO LEGAL - GRAVIDADE
ABSTRATA DO DELITO FUNDAMENTAÇÃO
INIDÔNEA - ORDEM CONCEDIDA.
1- Não há irregularidade na prisão em flagrante de
agente penitenciário, que acaba de cometer delito, por
facilitar a entrada no presídio de entorpecentes, que
foram logo em seguida encontrados com um interno.
2- A Lei 11.464/2007, ao suprimir do artigo 2°, 11 da Lei
8.072/1990 a vedação à liberdade provisória nos crimes
hediondos, adequou a lei infraconstitucional ao texto da
Carta Política de 1988, sendo inadmissível a
manutenção do acusado no cárcere quando não
demonstrados os requisitos autorizadores de sua prisão
preventiva.
Precedentes desta 6" Turma.
3- A decisão que indefere o pedido de liberdade
provlsona do paciente deve ser devidamente
fundamentada com dados objetivos do processo, sob
pena de lhe causar ilegal constrangimento.
® 4- A existência de indícios de autoria e prova da
materialidade, meras conjeturas de continuação da
~rmi atividade delituosa e sentimento social de
impunidade, não constituem fundamentação idônea
a autorizar a prisão cautelar, se desvinculada de
qualquer fator concreto.
5- Se não estão presentes os elementos fáticos, deve
ser cassado o acórdão recorrido, bem como a decisão
monocrática por ele confirmada, para conceder ao
paciente o benefício da liberdade provisória, se por
outro motivo não estiver preso, mediante as condições a
serem estabelecidas pelo Magistrado singular.
6- Ordem concedida.
(HC 112.776/MS, Rei. Ministra JANE SILVA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO T J/MG),

o
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

SEXTA TURMA, julgado em 25/09/2008, DJe


13/10/2008) O original aparece sem os destaques.

+++

CRIMINAL. HC. DUPLO HOMiCíDIO QUALIFICADO.


CONSUMADO E TENTADO.
EXCESSO DE PRAZO. SUPRESSÃO DE INSTÃNCIA.
PRISÃO PREVENTIVA. PROVA DA MATERIALIDADE
E INDíCIOS DE AUTORIA. GRAVIDADE DOS
DELITOS. CIRCUNSTÃNCIA SUBSUMIDA NO TIPO.
PERICULOSIDADE DO RÉU. AUSÊNCIA DE
CONCRETA FUNDAMENTAÇÃO. MOTIVAÇÃO
INIDÔNEA A RESPALDAR A CUSTÔDIA. SUPOSTA
FUGA. IMPOSSIBILIDADE DE EMBASAR O
DECRETO. NECESSIDADE DA CUSTÔDIA NÃO
DEMONSTRADA. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA, E NESSA EXTENSÃO, CONCEDIDA.
O juízo valorativo sobre a gravidade genérica dos
delitos imputados ao paciente, a sua periculosidade,
o sentimento de impunidade e a existência de prova
da autoria e materialidade do crime não constituem
fundamentação idônea a autorizar a prisão para
garantia da ordem pública, se desvinculados de
qualquer fator concreto, que não a própria conduta,
em tese, delituosa.
Aspectos que devem permanecer alheios à avaliação
dos pressupostos da prisão preventiva.
As afirmações a respeito da gravidade dos delitos
trazem aspectos já subsumidos nos próprios tipos
penais contidos na denúncia oferecida contra o
paciente.
Precedentes do STF e do STJ.
A fundamentação relativa à necessidade da prisão
preventiva por conveniência da instrução criminal não
OOP se aplica ao paciente, porquanto quem supostamente
estaria causando temor às testemunhas de acusação
(IJII seria exclusivamente o co-réu.
O decreto prisional carente de adequada e legal
fundamentação não pode legitimar-se com a posterior
fuga do paciente, o qual não deve suportar, por esse
motivo, o ônus de se recolher à prisão para impugnar a
medida constritiva.
Ainda que verdadeira a referida condição do paciente,
não pode o Tribunal a quo, no julgamento da
impetração originária, e tampouco o Juízo monocrático,
na posterior sentença de pronúncia proferida contra o
paciente, suprirem a deficiência de fundamentação da
decisão monocrática, se a verificação concreta de
Ministério Público Federal
l-IC 145.382/R]

evasão do réu não constituiu motivação do decreto


prisional no momento em que foi prolatado.
Deve ser cassado o acórdão recorrido, bem como o
decreto prisional, para revogar a prisão preventiva do
paciente, determinando-se a imediata expedição de
alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo não
estiver preso, sem prejuízo de que venha a ser
decretada novamente a custódia, com base em
fundamentação concreta.
Ordem parcialmente conhecida, e nessa extensão,
concedida, nos termos do voto do Relator.
(HC 56.442/SP, ReI. Ministro GILSON DIPP, QUINTA
TURMA, julgado em 15/08/2006, DJ 11/09/2006 p. 326)

De outro giro, não obstante se verifique, hoje, na


jurisprudência de nossas Cortes superiores, uma maior precisão na
definição dos contornos da prisão preventiva para garantia da ordem
pública, não se pia citando, como já mencionado, argumentos como
a gravidade abstrata do crime, ainda se tem como possível sua
determinação sempre que se verifique, em relação ao acusado, uma
possibilidade de reiteração delituosa. In casu, tal prognóstico
estabeleceu-se diante do fato de Q paciente supostamente fazer
parte de uma estrutura organizada para ª prática de tráfico
internacional de drogas, concluindo-se por sua contumácia na
senda dos crimes, vale dizer, por sua periculosidade social.

Ocorre que a evidência de que o paciente seria


integrante do grupo investigado, não autoriza, do ponto de vista do
princípio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, da CF), a prisão
processual.

Note-se que ª decisão vergastada vem estruturada


de forma ª detalhar ª participacão de cada acusado na empreitada
criminosa. partindo. então. para uma análise do periculum /ibertatis.
Entretanto. nesse aspecto. ela se resume apenas ª considerações
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

genéricas. partindo do princípio de 9JJª'- estando demonstrado que Q


paciente faz parte da organização. necessariamente deve
permanecer preso como forma de garantir ª higidez da ordem
pública e ª eficácia da prestacão jurisdicional.
Ressalte-se, porém, que embora a decisão
contenha uma descrição da dinâmica do delito, está longe de
atender à exigência quanto à demonstração específica do motivo
pelo qual a prisão do paciente é necessária. Em outras palavras, a
generalidade com que foi proferida a decisão de primeira instância
impede que o paciente saiba, com precisão, o porquê da
necessidade de sua custódia cautelar e logo, pois, que se insurja
contra os seus termos.

A garantia de idoneidade da decisão constritiva


depende, indispensavelmente, de que sejam feitas referências às
condutas daquele que, por praticá-Ias, deva ser antecipadamente
privado de sua liberdade. Embora óbvio, não parece demasia
consignar que Q que se prende cautelarmente são indivíduos ª não
organizações. sendo certo que Q fato de ser ele integrante da

~~
mencionada organizacão não autoriza. por si só. ª conclusão que
sustenta o decreto prisional.
~
.•

Alerta também o juízo que "os denunciados na


presente ação penal apresentam irrefutáveis tendências para a
prática criminosa, designadamente para o tráfico ilícito de
substâncias entorpecentes", afirmando, ainda, "que a maioria deles,
muito provavelmente não exercem (síc) atividades laborativas lícitas
e sequer estudam, dedicando a vida a traficar entorpecentes e a se
divertirem às expensas dos fáceis lucros obtidos com essa espécie

,,
Ministério Público Federal
HC 145.3821R]

de mercância" (fi. 310). Parece-nos óbvio que tais assertivas


padecem, igualmente, do vício da generalidade, não podendo,
portanto, serem aceitas como base para o decreto prisional.
Sobretudo porque foram trazidos aos autos documentos atestando
que o paciente exercia, até a data da prisão, atividade laborativa
lícita (fi. 339).

Ainda, fez-se referência, para fundamentar a


probabilidade de reiterarem na prática do tráfico de entorpecentes,
ao fato de que "a cada malogro sofrido com as apreensões,
recuperavam o fôlego e partiam para novas investidas a fim de
obterem cocaína em países da América do Sul (principalmente
PARAGUAI e BoLíVIA) com vistas a enviá-Ia a EUROPA" (fi. 312).

No entanto, esse juízo acerca do perigo de


reiteração criminosa levado a cabo pelo magistrado de piso mostra-
se extremamente superficial. Isso porque não se pode supor. sem
que se ponha em xeque as garantias constitucionalmente atribuídas
ª todos os acusados. que tais atividades. perpetradas enquanto a
organizacão ainda se mantinha estruturada. continuariam ª ocorrer.
principalmente depois de ter sido desbaratada com ª prisão de
todos os seus integrantes. Em outras palavras, é impossível
presumir que se tais práticas aconteciam de maneira reiterada e
com um elevado grau de organização, elas continuariam sendo
praticadas, sobretudo porque, na atual moldura, a situação se
afigura totalmente diversa. Ademais, deve-se ter em mente, e isso
nos parece fundamental, que a própria denúncia, bem como todo o
desenrolar da ação penal, tem um efeito preventivo sobre o
Ministério Público Federal
HC 145.3821R]

acusado, a afastar, portanto, a legitimidade de um juízo acerca da


reiteração das condutas que anteriormente eram praticadas.

Nessa situação, parece-nos claro que não se está


a atribuir à prisão processual a função que lhe é afeta pela tradição
jurídica, qual seja a de instrumento garantidor do provimento
jurisdicional final, mas, sim, outra, garantidora da ordem na
sociedade, como aliás, o próprio nome indica, por meio da
neutralização do condenado, que, aprisionado, não poderá mais
cometer crimes.
®
lfin'l
'11~UI A instrumentalidade que deve nortear a prisão
cautelar, como medida processual que é, cuidará, ao final, de 7

precisar os marcos em que a intervenção estatal antecipada se fará


ou não de maneira idoneamente fundamentada, à medida que
atentatória ou não ao princípio da presunção de inocência. Será
consentânea com referido princípio se e enquanto repousar sobre
necessidades cautelares. Isso porque a finalidade das medidas
cautelares se identifica com a salvaguarda do processo, daí se dizer
seu instrumento. Nessa esteira, pode-se afirmar serem
completamente estranhas ª prisão preventiva funções outras. que
não ª de garantia do processo. assim. por exemplo. ª funcão de
polícia do Estado que lhe tentam impingir ao taxar-lhe também Q
desiderato da garantia da ordem pública. como se a prisão açodada
de acusados. .!!1-ªª não condenados. constituísse mecanismo
concebível de seguranca num Estado Democrático.

Se a situação de ameaça existe, essa não pode


ser a solução alvitrada. Sobretudo quando disponíveis a favor do
Ministério Público Federal
HC 145.38Z1R]
~41
Estado outras medidas menos onerosas de assegurar a
neutralização do acusado, proporcionais e adequadas à situação.

É manifesto que, ao se permitir uma prisão


preventiva dessa natureza, dissociada de suas funcões cautelares,
está-se ª invadir seara própria ª pena, prevenindo cometa o
acusado novos crimes por meio de sua incapacitação. Mas a pena,
como consabido, requer, constitucionalmente, um processo anterior
(princípio da necessidade), o que não se verifica nos casos de
prisão preventiva para garantia da ordem pública que, ao cabo,
identificam-se com o cumprimento antecipado da pena, em clara
violação ao princípio do devido processo legal e da presunção de
inocência, encartando, ao revés, hipótese de justiça sumária. Outro
não é o ensinamento de Aury Lopes Jr., para quem

Grave problema encerra ainda a prisão para garantia da


ordem pública, pois trata-se de um conceito vago,
impreciso, indeterminado e despido de qualquer
referencial semântico. Sua origem remonta a Alemanha
na década de 30, período em que o nazi-fascismo
buscava exatamente isso: uma autorização geral e
aberta para prender. Até hoje, ainda que de forma mais
dissimulada, tem servido a diferentes senhores, adeptos
dos discursos autoritários e utilitaristas, que tão "bem"
sabem utilizar dessas cláusulas genencas e
indeterminadas do Direito para fazer valer seus atos
prepotentes. Assume contornos de verdadeira pena
antecipada, violando o devido processo legal e a
presunção de inocência. SANGUINE explica que a
prisão preventiva para garantia da ordem pública (ou
ainda. Q clamor público) acaba sendo utilizada com uma

legislador pretende contribuir ª


função de "prevencão geral, na medida em que Q
seguranca da
sociedade. porém deste modo se está desvirtuando por
completo Q verdadeiro sentido ~ natureza da prisão
provisória ao atribuir-lhe funcões de prevenção que de
nenhuma maneira está chamada ª
cumprir'" (LOPES

1 o autor faz referência ao artigo "A Inconstitucionalidade do Clamor Público como


Fundamento da Prisão Preventiva", de Odone Sangniné, Revista de Estudos Criminais, nO 10,
p.1I4.
Ministério Público Federal
HC 145.38Z/R]

JR., Aury Lopes. Introdução Crítica ao Processo Penal


(Fundamentos da Instrumentalidade Garantista). Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2004, 205).

Não nos parece demasiado lembrar, também, que


uma conjectura que se faça acerca da recalcitrância do indivíduo em
acatar as normas penais está desprovida de qualquer certeza e,
quanto ao ponto, não há discordâncias, na medida em que não é
mesmo o magistrado um vidente. Mas Q fato ª 9.Y.ê... ao admitir-se ª
prisão preventiva para garantia da ordem pública na hipótese de
dúvida (porque ª certeza não se tem) se Q acusado cometerá ou
não outros crimes, se solto for, admite-se, concomitantemente, haja,
em nosso ordenamento, uma presuncão de periculosidade, termo
que mais propriamente se identifica com o caso, a não favorecer o
acusado subsistente a dúvida acerca de sua conduta futura. Sucede
que, em nosso ordenamento, vige princípio outro, diametralmente
oposto, qual seja o princípio da presunção de inocência, segundo o
qual "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória", decorrendo, daí, precisamente, a
necessidade de que o acusado não seja antecipadamente
considerado culpado, mas que o encarceramento se dê apenas nos
,ID casos em que sua conduta venha a comprometer o pronunciamento

mID jurisdicional final, devendo assim ser mantida enquanto subsistir


este estado de coisas - marca da provisoriedade da prisão
preventiva.

Em outras palavras, pode-se dizer que, entre se


permitir ª real liberdade de um inocente : porque esta constitui ª
presunção que em favor dele milita : ~ se concluir pela propensão
criminosa do acusado, deve se optar sempre pela primeira
Ministério Público Federal
HC 145.3821RJ

providência, em consonância com os postulados democráticos,


pelos quais o indivíduo afirma-se perante o Estado como tal, sendo
a esse vedadas interferências que lhe tolham a liberdade, por mais
que pareçam justificar-se em prol do interesse público. Nesse
contexto, não se pode olvidar que a proteção dos direitos e
garantias do acusado diante do poder punitivo interessa a todos,
constituindo, ao lado da segurança pública, também um interesse
público primário. Não há dúvida de que o Estado deva promover o
acautelamento do meio social e a proteção de bens jurídicos de
suma importância, como a saúde pública, mas não poderá fazê-lo
por quaisquer meios. O público não pode se sobrepor ao privado,
sendo descabido, máxime nessa seara, em que em jogo se
encontra, a todo tempo, a liberdade do indivíduo, afirmar-se um tal
princípio que denote a supremacia do interesse público sobre o
privado. Nesse sentido, mais uma vez trazemos à colação o
precioso magistério de Aury Lopes Jr.:

Entendemos que a sociedade deve ser compreendida


dentro da fenomenologia da coexistência, e não mais
como um ente superior, de que dependem os homens
que o integram. Inadmissível uma concepção
antropomórfica, na qual a sociedade é concebida como
um ente gigantesco, no qual os homens são meras
ID células, que lhe devem cega obediência. Nossa atual
Constituição e, antes dela, a Declaração Universal dos
([ll Direitos Humanos, consagram certas limitações
necessárias para a coexistência e não toleram tal
submissão do homem ao ente superior, essa visão
antropomórfica que corresponde a um sistema penal
autoritário. Em suma, no processo penal, há que se
compreender o conteúdo de sua instrumentalidade,
recusar tais construções (LOPES JR., Aury. Direito
Processual e sua Conformidade Constitucional. Vol. I.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 566/597).

Daí não se entreverem justificativas para que se


possa afirmar, com vistas à defesa da coletividade, a prevalência de
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

um prognóstico, com todas as incertezas que lhe são intrínsecas, de


que, por ser parte integrante de um grupo criminoso estruturado
para a prática de tráfico de entorpecentes, muito provável é que o
acusado venha a delinqüir novamente, sobre o diagnóstico de seu
direito à liberdade, porque dúvida não há que o direito à liberdade é
por todos, sem distinção, titularizado.

Merece ainda ser levado em consideração que não


ª restringindo, ou, pior. suprimindo ª liberdade individual de
acusados. mas não condenados. gue se promove ª protecão do
bem jurídico. no caso ª saúde pública, num Estado Democrático de
Direito no qual se consigna ª dignidade da pessoa humana.
princípio etiológico ª pautar sua relação com cidadão, sem
Q
menosprezo da individualidade que lhe ª própria e que não pode ser
suplantada por vagas razões coletivas.

Com isso, quer-se afirmar que resulta inadequada


a possibilidade de se decretar a prisão preventiva para a garantia da
ordem pública com base na possibilidade de reiteração da conduta
criminosa, sobretudo quando está a se tratar de agente primário, e
que, ainda, não ostenta maus antecedentes.

Enfoca, ainda, o juízo a necessidade da custódia


preventiva para a garantia da aplicação da lei penal. Tal
consideração, todavia, afigura-se-nos insustentável no caso em
análise, porque, mais uma vez, dissociada de qualquer razão
concreta.

Note-se que, ao longo da exposição dos motivos


pelos quais entende ser necessária a prisão do paciente para
Ministério Público Federal
HC 145.3821R]

assegurar a aplicação da lei penal, o magistrado, assim seguido


pela Corte a qua, faz uso de referências meramente hipotéticas,
dissociadas de elementos concretos e específicos em relação à
conduta do paciente.

Considerar ameaçada a aplicação da lei de


maneira injustificada constitui inversão intolerável à regra
constitucional da liberdade. Com efeito, deve o magistrado explicitar
o porquê da incursão antecipada no estado de liberdade do
indivíduo, não cabendo a ele trazer argumentos para convencer o
juízo de que perfaz as condições para aguardar o julgamento em
liberdade.

o acusado não pode ser tratado como se


constituísse um objeto de investigação, não podendo ser-lhe
determinada a prisão apenas diante da possibilidade de que venha
a fugir, se, ainda, existe todo um caminho a ser percorrido até o
provimento definitivo. Se, no processo penal, é assegurada a
paridade de armas - ao menos em hipótese o é - não há por que
prestigiar-se o poder de punir em detrimento do direito de manter-se
livre. Permitir-se que o Estado, ainda pendente a ação penal, iniba o
primeiro significa reconhecer que mais vale seu poder de punir, que
deve ser resguardado "em si" pela prisão preventiva, do que o
direito do acusado à liberdade. Enfim, proteger-se uma possível
sentença condenatória através da prisão preventiva do acusado é
medida indiscutivelmente desproporcional, cega à estrutura
agigantada do Estado, que bem lhe possibilita, por meio de seus
mecanismos de segurança diretos e indiretos, dar cumprimento aos
seus pronunciamentos jurisdicionais, sem que, antes, seja
necessária qualquer ação coercitiva sobre o acusado.
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

Não se está, por óbvio, a aduzir jamais possa o


Estado valer-se do instituto da prisão preventiva; o que não se pode,
porque desnecessário ao efetivo exercício do poder punitivo do
estado, é determinar a prisão preventiva para a aplicação da lei
penal diante da possibilidade futurologista de fuga, baseada,
especificamente em relação ao acusado, "no fato de possuir
residência não só no Rio de Janeiro, mas também em Florianópolis,
cidade apontada como uma das bases de atuação do grupo
investigado" (fi. 361). Parece-nos desprovido de sentido construir
um raciocínio no sentido de que o fato de possuir residência em
outro estado da federação representaria uma ameaça a futura
aplicação da lei.

No que diz respeito à prisão para a garantia da


aplicação da lei penal, deve-se atentar, também, para os limites
impostos pelo principio da presunção de inocência.

Como garantia processual, estatui a referida


norma geral que o imputado não pode ser tratado, até a formação
definitiva do juízo de culpabilidade, como se já condenado fosse. A
idéia reitora dessa garantia é a proteção assegurada a qualquer
I fID·
indivíduo no sentido de que, enquanto inocente, não venha a sofrer
as conseqüências inerentes à condenação.

Nesse sentido, a atividade jurisdicional deve ser


conduzida de forma que o magistrado sempre parta da premissa de
que o acusado é inocente até o juízo definitivo de culpabilidade,
reduzindo ao máximo as medidas que restrinjam seus direitos no
decorrer do processo. A esse respeito, precisa é a observação feita
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

por Antônio Magalhães Gomes Filho2 , ao afirmar que "a presunção


de inocência traduz uma norma de comportamento diante do
acusado, segunda a qual são ilegítimos quaisquer efeitos negativos
que possam decorrer exclusivamente da imputação; antes da
sentença final, toda antecipação de medida punitiva, ou que importe
o reconhecimento da culpabilidade, viola esse princípio
fundamentar.

Noutro vértice, manter o acusado preso tão-


somente para garantir a aplicação da lei constitui-se em fundamento
que fere a referida máxima, visto que dá por certa sua culpa, e, a
partir daí, justifica a segregação, que passa, nesses contornos, a
configurar-se em cumprimento antecipado de pena.

De outro giro, não nos parece razoável que se


mantenha encarcerada uma pessoa para viabilizar o cumprimento
da sanção penal que eventualmente será imposta, se o próprio
ordenamento jurídico disponibiliza múltiplas maneiras através das
quais se pode obter o mesmo fim. Nas palavras de Daniel Pastor,

la eventual ejecución de tal penalidad puede


resguardarse com cualquiera de las tantas medidas
.~ cautelares de los fines dei proceso - que deben ser
necesariamente distintas, em sustancia, de la propria

~~
pena cuyo probable cumplimiento se pretende asegurar
-. Sea cual fuese la pena prevista en la legislación penal
para el delito atribuido en un proceso, siempre existirán
medidas tendientes a procurar que, en caso de
condena, dicha penalidad pueda ser cumplida. Uma
exigencia lógica indica que, para asegurar el probable
cumplimiento de una pena de inhabilitación, no puede
inhabiliarse ai imputado dirante el proceso. Del mismo
modo, para garantizar la eventual ejecución de una
pena carcelaria no puede hacérse cumplir ai imputado
un encierro cacelario mientras se lIeva adelante el juicio

2 GOMES FILHO, Antônio Magalhães. Presunção da inocência e prisão cautelar. São Paulo. Ed.
Saraiva, 1990.
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

previo en su contra. Ello no es posible porque,


sencillamente, en los dos casos recén brindados la
supuesta "medida autelar" es ya parte de la pena con la
que la ley penal conmina la realización dei hecho
imputad03 .

Não se pode admitir, pois, que o Estado exerça


seu poder de coerção pessoal antes de um juízo definitivo sobre a
procedência da pretensão punitiva, como forma de assegurar que
aquele que eventualmente possa ser condenado a uma pena
privativa de liberdade, venha efetivamente a cumpri-Ia.

Ofl\ Os argumentos ora perfilhados encontram amparo


[J', no entendimento externado pelo Supremo Tribunal Federal, sendo
pertinente a transcrição da seguinte ementa, que sintetiza o que, até
aqui, se consignou:

"HABEAS CORPUS" PRISÃO PREVENTIVA


DECRETADA COM FUNDAMENTO NA GRAVIDADE
OBJETIVA DO DELITO, NO CLAMOR PÚBLICO, NA
SUPOSTA OFENSA À CREDIBILIDADE DAS
INSTITUiÇÕES E NA CONJECTURA DE QUE A
PRISÃO CAUTELAR SE JUSTIFICA PARA
CONVENI~NCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL -
CARÀTER EXTRAORDINÀRIO DA PRIVAÇÃO
CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL
UTILIZAÇÃO, PELO MAGISTRADO, NA
4Jj]l DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, DE
CRITÉRIOS INCOMPATíVEIS COM A
~. JURISPRUD~NCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL SITUAÇÃO DE INJUSTO
CONSTRANGIMENTO CONFIGURADA
AFASTAMENTO, EM CARÀTER EXCEPCIONAL, NO
CASO CONCRETO, DA INCIDÊNCIA DA SÚMULA
691/STF - "HABEAS CORPUS" CONCEDIDO DE
OFíCIO. A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA
CAUTELAR DE NATUREZA EXCEPCIONAL. - A
privação cautelar da liberdade individual reveste-se de
caráter excepcional, somente devendo ser decretada
em situações de absoluta necessidade. A prisão

3 PASTOR, Daniel R Las funciones de la prisión preventiva, em "Revista de Direito Processual


Penal", 2006, p. 113.
Ministério Público Federal
HC 145.382/RJ

preventiva, para legitimar-se em face de nosso sistema


jurídico, impõe - além da satisfação dos pressupostos a
que se refere o art. 312 do CPP (prova da existência
material do crime e presença de indícios suficientes de
autoria) - que se evidenciem, com fundamento em base
empírica idônea, razões justificadoras da
imprescindibilidade dessa extraordinária medida
cautelar de privação da liberdade do indiciado ou do
réu. - A questão da decretabilidade da prisão cautelar.
Possibilidade excepcional, desde que satisfeitos os
requisitos mencionados no art. 312 do CPP.
Necessidade da verificação concreta, em cada caso, da
imprescindibilidade da adoção dessa medida
extraordinária. Precedentes. A PRISÃO PREVENTIVA-
ENQUANTO MEDIDA DE NATUREZA CAUTELAR -
NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO
DE PUNiÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO
RÉU. - A prisão preventiva não pode - e não deve - ser
utilizada, pelo Poder Público, como instrumento de
punição antecipada daquele a quem se imputou a
prática do delito, pois, no sistema jurídico brasileiro,
fundado em bases democráticas, prevalece o principio
da liberdade, incompatível com punições sem processo
e inconciliável com condenações sem defesa prévia. A
prisão preventiva - que não deve ser confundida com a
prisão penal - não objetiva infligir punição àquele que
sofre a sua decretação, mas destina-se, considerada a
função cautelar que lhe é inerente, a atuar em benefício
da atividade estatal desenvolvida no processo penal. A
GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO
CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO
CAUTELAR DA LIBERDADE. - A natureza da infração
penal não constitui, só por si, fundamento justificador da
decretação da prisão cautelar daquele que sofre a
persecução criminal instaurada pelo Estado.
G Precedentes. O CLAMOR PÚBLICO NÃO BASTA
,t[Y PARA JUSTIFICAR A DECRETAÇÃO DA PRISÃO
CAUTELAR. - O estado de comoção social e de
eventual indignação popular, motivado pela repercussão
da prática da infração penal, não pode justificar, só por
si, a decretação· da prisão cautelar do suposto autor do
comportamento delituoso, sob pena de completa e
grave aniquilação do postulado fundamental da
liberdade. - O clamor público - precisamente por não
constituir causa legal de justificação da prisão
processual (CPP, art. 312) - não se qualifica como fator
de legitimação da privação cautelar da liberdade do
indiciado ou do réu. Precedentes. A PRESERVAÇÃO
DA CREDIBILIDADE DAS INSTITUiÇÕES NÃO SE
QUALIFICA, SÓ POR SI, COMO FUNDAMENTO

00
Ministério Público Federal
HC 145.382/R]

AUTORIZADOR DA PRISÃO CAUTELAR. - Não se


reveste de idoneidade jurídica, para efeito de
justificação do ato excepcional da prisão cautelar, a
alegação de que a prisão é necessária para resguardar
a "credibilidade da Justiça". AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA NECESSIDADE
CONCRETA DE DECRETAR-SE A PRISÃO
PREVENTIVA DO PACIENTE. - Sem que se caracterize
situação de real necessidade, não se legitima a
privação cautelar da liberdade individual do indiciado ou
do réu. Ausentes razões de necessidade, revela-se
incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou
a subsistência da prisão preventiva. O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO
SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRíVEL. - A
prerrogativa jurídica da liberdade - que possui extração
constitucional (CF, art. 5°, LXI e LXV) - não pode ser
ofendida por interpretações doutrinárias ou
jurisprudenciais, que, fundadas em preocupante
discurso de conteúdo autoritário, culminam por
consagrar, paradoxalmente, em detrimento de direitos e
garantias fundamentais proclamados pela Constituição
da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que
se trate de pessoa acusada da suposta prática de crime
hediondo, e até que sobrevenha sentença penal
condenatória irrecorrível, não se revela possível - por
efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5°,
LVII) - presumir-lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser
tratado como culpado, qualquer que seja a natureza do
ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial
condenatória transitada em julgado. O princípio

m constitucional da presunção de inocência, em nosso

.'
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes
conseqüências, uma regra de tratamento que impede o
Poder Público de agir e de se comportar, em relação ao
suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como
se estes já houvessem sido condenados,
definitivamente, por sentença do Poder Judiciário.
Precedentes.
(HC 96095, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO,
Segunda Turma, julgado em 03/02/2009)

Ante tal moldura, não há como chancelar-se a


higidez da decisão que decretou a custódia cautelar do paciente,
dissociada de referências concretas a condutas suas, daí a

00
Ministério Público Federal
HC 145.3821RJ

necessidade de que seja revogada, conferindo-lhe o direito de


aguardar o desfecho do processo em liberdade.
. .
.
, --
Ante o exposto, o Ministério
---------- ~
.---
~

Público Federal opina


pela concessão da ordem, para que seja revogada a prisão
preventiva do paciente decretada no bojo da ação penal nO
2009.02.01.005797-2, afeta ao Juízo de Direito da 8a Vara Federal
Criminal do Rio de Janeiro.

Brasília, 16 de outubro de 2009.

Juarez Tavares
Subprocurador-Geral da República

~~

'~
BC N° 102164

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes autos o aviso de recebimento que segue.


Brasília, 10 de fevereiro de 2010.

Denis ~0Ferreira
Mat;:c:~~n~ 2190

',
11
\ í "',"1
'!'
\~C

! PREENCH ER COM LETRA DE FORMA

DESTl NATAR IO DO OBJETO / DESTl NATAI RE


AR
O~cio n° 1758/P (HC n° 102164)

A SUA EXCELÊNCIA O SENHOR


JUIZ FEDERAL DA 7a VARA FEDERAL CRIMI NAL· SEÇÃO

l
JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO
AVENIDA VENEZUELA, N° 134
SAÚDE
'JnnQ1. 'J1'J "011'1 n<= , .. ,~,n,", . o I
DECLARAÇÃO DE CONTEÚD O (SUJEITO A VERIFICAÇÃO)
I DISCRlMINACION I~,REZA DO ENVIO I NA TURE DE L'ENVOI
~PRIORITÁRIA I PRIORITAIRE

DEMS
]SEGURAD O I VALEUR DÉCLARÉ
AS~N TURA DO RECEBEDOR I SIGNATURE DU RECEPTEUR
DATA DE RECEirBfR1IMENT~,- ··... AARJMI30 DE ENT,REGA
~ ,-W J(J\A A. _ ..J . . O - {"\ - DAlrpELI V5ATI N " r.l~r>úGAOEJ;J~OESTINO
IfUt"'-' --"v ~_VQ.....-~ ~/~I ~~R~DI:SrtNATION
N~ ~LDORE.C~Hk::DOR/~o:.:.'S;L~DUt=PTEUR ,{ /k ;~c:?~ .
-..JOIV SOv b\- VI VVN' ltT • / II L' ~.::ç,
N" OOCUMENTO DE 'OENTIfICAÇAO DO RUBRICA E ~E'i;~0 EMPREGADO /.
l ",,', / " <;>"'-<1
RMkr~50ó90100R ~/GNí"'Rt iS~~-~';~j -'); ,""") I
ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO NO VERSO I ADftESSE DE RETOUR DANS
LÊl\ÍE.RS ~ /' J

S T F 102.002
CIÊNCIA

. Ao(,) .lO, d'a(,) do m" de \ ~\\\ll\llÀJ'} da


o s:2OJO tomei ciência da decisão prol~~da em 4? jó.ejt2 010
à(s) folha(s) &38 -2/.1'4. dispensando minha intimação pela
publicação no Diário da Justiça Eletrônico.

Dr.(a) ç~<1hM~
OABI nO. {23060~ -~

CERTIDÃO DE PlIBLICAÇÃO
Certifico que oCa) r. despacho/decisão de fls._.B'8- J"1~ foi
publicado(a) no Diário da Justiça Eletrônico do dia ~ de
~'G"t~ de 20~) considerando como data de divulgação o
dia útil anterior à mencionada data (ar1. 3 da Resolução n. o 341/200
0
7).
Brasília,~dc ~fe:.-de20~.

Paula vasconC~-STI~~rícUla 1532

TERMO DE VISTA
Faço estes autos com vista ao Exmo. Sr. Procurador-
Geral da República.
Brasília, ~ de ~l~ de 20E '

Paula vasconc&~-matrícula n.o 1532


L
É R IO P Ú B L IC O F E D E R A
MINIST IC A
IA -G E R A L D A REPÚBL
R
PROCURADO TO
REGE6lMEN
T E R M O DE ntes autos, n
a
s prese
cebimento do
Certifico o re da República, nesta dat
a.
G eral
Procuradoria-

matr. 7301
WR
Recebido por:
/02/2010.
Brasília-DF, 18

AL
É R IO P Ú B LICO F E D E R
MINIS T LICA
R IA -G E R A L D A REPÚB
PROCURADO O
R M O D E D ISTRIBUiÇÃ
T E ao
C 102164
uição do H
distrib EDSON
Certifico a ública
p rocurador-G eral da Rep a.
Sub
A D E A L MEIDA, nesta dat
OLIVEIR
matr.26137
DAVIDG
/02;2010. Distribuído por:
Brasilía-DF, 18

S T F 102.002
9~ QT~cffekd
I-Ie - w~j64

TERMO DE JUNT ADA


Junto a estes autos o parecer ministerial que segue.
Brasíliá, 0,2 de J'mQ1kÇ-<9 de 2010.
!f,AA'e ,Q e ."?/
PAULA'"VASCONCELOS DA SILVA
<[f Matrícula 1532

I.J

S T F 102.002
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

N° ~ Ç17,?1
HABEAS CORPUS N° 102.164
ORIGEM RIo DE JANEIRO
PACIENTE RODRIGO GOMES QUINTELLA
IMPETRANTE WALTER ÁRNAUD MAsCARENHAS IR
COATOR SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA

Senhora Ministra-Relatora:

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra acórdão da Sexta Turma


do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nO 133.204-RJ,
conforme sintetizado na seguinte ementa (fls. 202):

HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. DECRETO FUNDAMENTADO NA


GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DA SEGREGAÇÃO
CAUTELAR DEMONSTRADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CARACTERIZADO. ORDEM DENEGADA.
1. Não caracteriza constrangimento ilegal a decretação da prisão preventiva, se
demonstrado o alto risco de reiteração criminosa e de continuidade das atividades
ilícitas desenvolvidas por quadrilha especializada em tráfico de entorpecentes.
2. Ordem denegada.
Ministério Público Federal
HC n° l02.164/RJ 2

2. o paciente, preso preventivamente em 10.02.2009, foi denunciado


juntamente com outros 25 (vinte e cinco) corréus, perante o Juízo da 7" Vara Federal
Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, pela prática do crime previsto no art.
35, na forma do art. 40, l e V, e, por três vezes, no art. 33, na forma do art. 40, l, V e
VII, ambos da Lei nO 11.343/2006.

3. Buscando a revogação da segregação cautelar, foi impetrado habeas


corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 2" Região e a Segunda Turma
Especializada, por unanimidade, denegou a ordem (fls. 189/183). Subsequentemente,
o mesmo ocorreu junto ao Superior Tribunal de Justiça, cujo acórdão ora se impugna.

4. Diz o impetrante, em suma, que o decreto de segregação cautelar


carece dos requisitos do art. 312 do CPP, pois não existem razões concretas, apenas
argumentos genéricos e suposições da possibilidade de reiteração criminosa
Persegue, então, a revogação da prisão preventiva para que o paciente aguarde em
liberdade o trânsito em julgado.

5. o pedido de liminar foi indeferido às fls. 238/247.

6. Entendo que não assiste razão ao impetrante.

v 7. De acordo com o entendimento dessa Suprema Corte, "a privação


cautelar da liberdade individual reveste-se de caráter excepcional, somente devendo
ser decretada em situações de absoluta necessidade. A prisão processual, para
legitimar-se em face de nosso sistema jurídico, impõe - além da satisfação dos
pressupostos a que se refere o art. 312 do cpp (prova da existência material do
crime e indício suficiente de autoria) - que se evidenciem, com fondamento em base
empírica idônea, razões justificadoras da imprescindibilidade dessa extraordinária
medida cautelar de privação da liberdade do indiciado ou do réu." (HC nO
99.891/SP, reI. Min. Celso de Mello, DJe de 18.12.2009).
Ministério Público Federal
HC n' l02.164/RJ 3

8. É o que ocorre no presente caso, tendo em vista que a segregação


cautelar encontra-se fundamentada nos termos do art. 312 do Código de Processo
Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e para
assegurar a aplicação da lei penal. O magistrado, de forma individualizada,
evidenciou a gravidade concreta do crime, bem como a periculosidade do paciente -
exportava cocaína para o exterior (Suíça, Alemanha e Holanda) e importava para o
Brasil drogas sintéticas - MDMA (ecstasy) e LSD -, tendo atuado, ainda no período
das investigações, como fornecedor atacadista e varejista de entorpecentes na Cidade
do Rio de Janeiro. Destacou-se, também, a reiteração e habitualidade dos
denunciados na prática do crime de tráfico de entorpecentes, alguns deles, inclusive,
\./ mesmo encarcerados ou logo após a conquista da liberdade, continuaram com o
tráfico de entorpecentes.

9. Não se pode olvidar que foi apreendido com a quadrilha armamento


de uso restrito, munições e diversos tipos de drogas, das quais, 25.000(vinte e cinco
mil) comprimidos de ecstasy, oriundos do continente europeu.

lO. Assim, conforme asseverou o Superior Tribunal de Justiça, "não se


pode alegar que o decreto e o v. acórdão hostilizado carecem de fundamentação. O
MM Juiz monocrático ressaltou a necessidade da prisão do paciente que, em
liberdade, poderá dar continuidade às atividades da organização criminosa, além
'vI de dificultar a colete de provas. Deixou clara a existência de veementes indícios de
autoria, a reiteração e a habilidade da prática do delito de tráfico".

I!. Portanto, presentes os requisitos da segregação cautelar, não há


ilegalidade a reparar: "Presentes os requisitos autorizadores da prisão cautelar
previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial o da garantia da
ordem pública, existindo sólidas evidências da periculosidade do paciente,
supostamente envolvido em gravíssimo delito de tráfico internacional de drogas, ao
qual se irroga, ainda, a reiteração das condutas criminosas." (HC nO 95.l69/SP, reI.
Ministério Público Federal
HC n' l02.164/RJ

Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 19.6.2009); "É legal, a título de garantia da


ordem pública, o decreto de prisão preventiva de membros de quadrilha que, com
organização requintada e complexa, se dedica a tráfico de entorpecentes. "(HC nO
98.304/ES, reI. Min. Cezar Peluso, DJe de 16.1 0.2009); "A atividade delituosa
desenvolvida aparentemente de maneira habitual e reiterada, envolvendo grande
quantidade de substância entorpecente, a demonstrar a real possibilidade de
reiteração delitiva. " (HC n° 94.999/SP, reI. Min. Ellen Gracie, DJe de 07.11.2008).

12. Isso posto, opino pela denegação da presente ordem.

Brasília, 1 de março de 2010.

EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA


SUBPROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Tarclsio Burigo

Potrebbero piacerti anche