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Cidade de Setúbal
O topónimo “Setúbal”, desconhecendo-se a sua origem, já existe em “Cetóbriga” (Cetoba ou
Cetobra mais designação celta briga para povoação). A exemplo de outras cidades ibéricas e do sul
da Europa, o topónimo “Setúbal” pode estar relacionado com o topónimo do rio que banha a
povoação, referido pelo geógrafo árabe Edrisi (Muhammad Al-Idrisi), como denominar-se “Xetubre”
segundo a tese do Prof. José Hermano Saraiva. Assim o topónimo “Setúbal” e a cidade perdem-se no
rasto dos tempos.
O Paleolítico Inferior foi a presença mais antiga e foi encontrada em Belverde, entre o
estuário do Tejo e a cordilheira da Arrábida, foram recolhidos em Santa Marta de Corroios, Quinta
do Peru, Quinta dos Arcos e Basteza da Mó, calhaus achatados que teriam recebido a acção humana.
Comunidades de Homo Erectus terão produzido instrumentos simples, polivalentes, construídos por
seixos rolados e achatados, com gumes afiados. Existem outros achados de uma época posterior que
não deixam dúvidas quanto à presença humana nos terraços do Tejo (concelhos de Alcochete e
Montijo) e nas praias da costa sul da Península (concelho de Sesimbra).
O Paleolítico Médio também se encontra bem representado nos terraços do Tejo e nas praias
do litoral, onde foram recolhidas ferramentas cuja autoria terá pertencido a comunidades de Homo
Sapiens Neanderhalensis, das quais se destacam as jazidas da gruta da Figueira Brava no concelho
de Setúbal.
O Mesolítico é um
período que se encontra bem
representado no vale do Sado,
tendo as suas margens e afluentes
servido de suporte a algumas
comunidades recolectoras,
caçadoras e pescadoras, inseridas
num meio de grande
produtividade biológica. Os seus
povoados (concheiros), dividiam-
se entre o habitat e a necrópole.
No Mesolítico final, os grupos
humanos do vale do Sado
adoptaram a cerâmica, uma
inovação útil à sua economia, que
consistia em recipientes
geométricos, decorados por
vários motivos. Os estudos
revelam uma ausência de fauna
doméstica, havendo
predominância de animais selvagens. Estes achados, aliados ao aspecto das clareiras encontradas,
sugerem que a ocupação acontecia no Outono e Inverno. No concelho de Alcácer do Sal foram
encontrados espécies de peixes que entrariam no estuário do Sado para a desova, durante os meses de
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O Neolítico. Os registos de
ocupação humana no território do concelho
remontam à pré-história, tendo sido
recolhidos, em vários locais, numerosos
vestígios desde o Neolítico. Foi visitada por
fenícios, gregos e cartagineses, que vinham
à Ibéria em procura do sal e do estanho,
nomeadamente a Alcácer de Sal, sendo
então o rio navegável até esta povoação. «A
evolução ocorrida no seio das comunidades
mesolíticas tinha-as conduzido a um estágio
de desenvolvimento económico e cultural
em que se tornava difícil a assimilação de
formas de economia de produção de
alimentos. E tal iria concretizar-se logo que, por alterações ecológicas e (ou) demográficas, rupturas
no equilíbrio demográfico-ecológico dos grupos mesolíticos os levassem à produção de alimentos.
Deste modo, os grupos do Neolítico antigos do sul de Portugal e, por conseguinte, do que é hoje o
distrito de Setúbal, teriam sido herdeiros dos grupos mesolíticos regionais. Com efeito, o registo
arqueológico não revela rupturas significativas na passagem do Mesolítico para o Neolítico. As
comunidades do Neolítico antigas, tais como as suas antecessoras mesolíticas, desenvolveram
estratégias de subsistência baseadas na exploração complementar e sazonal dos níveis tróficos mais
ricos e de mais fácil acesso de cada um dos diversos ecossistemas que integravam o seu território.
Este sistema económico, baseado ainda em grande parte na caça, na pesca e na recolecção, era agora
enriquecido pela prática de formas elementares de produção de alimentos.» No que se refere à
estratégia de povoamento nota-se igualmente uma continuidade entre os dois períodos e os
instrumentos em pedra lascada são também testemunhos da ligação existente entre o Mesolítico e o
Neolítico, apresentando-se em formatos geométricos. Os utensílios em pedra polida aparecem pela
primeira vez, provavelmente relacionados com a actividade agrícola. O mesmo acontece com os
elementos de mós manuais e a cerâmica apresenta-se como um elemento completamente novo.
Na fase mais evoluída do Neolítico surgem a agricultura e a criação de gado, responsável pela
emergência da organização tribo-patriarcal. Inaugura-se assim o chamado Neolítico Médio, que tem
a sua materialização no fenómeno megalítico. A partir das sepulturas e com a prática do
enterramento colectivo, as estruturas megalíticas adquirem mais complexidade e diversificam-se.
Existem exemplos em Palmela (grutas artificiais em Casal do Pardo, quinta do Anjo) e Sesimbra
(Lapa do Fumo e Lapa do Bugio) e correspondem já ao Neolítico Final. Nesta altura dá-se uma
revolução tecnológica, com a introdução da
tracção animal, inovação que irá aumentar a
produção.
No Calcolítico, os povoados
conhecidos na Península revelam
preocupações, quase sem excepção, com a
defesa, através da implantação em locais
elevados e da construção de fortificações.
Exemplos destes povoados são o Pedrão e da
Rotura, na serra de S. Luís. No que se refere à
cerâmica, para além de numerosas formas
decorrentes do Neolítico Final, encontram- se algumas inovações, como os copos e taças com
decoração canelada e peças de carácter mágico-religioso.
No povoado da Rotura aparece um elemento novo: vestígios
da metalurgia em cobre.
D. Sancho I em 1186. Em 1190, este rei outorgou o primeiro foral aos moradores de Almada. No
entanto, em 1191, ocorreu uma nova invasão árabe e a praça foi abandonada pelos cavaleiros da
Ordem Militar de Almada, tendo ficado grandemente destruída pela acção das forças árabes.
As Muralhas de Setúbal, A
génese medieval de Setúbal
remonta ao fim da reconquista
cristã. A tomada de Palmela aos
almóadas e a doação deste
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Do séc. XVII à actualidade. No séc. XVII, Setúbal atinge o seu auge de prosperidade
quando o sal assume um papel preponderante como moeda de troca e retribuição da ajuda militar ao
apoio fornecido pelos estados europeus a Portugal durante e após as guerras da Restauração da
Independência. Em resposta a este incremento, são construídas após 1640 as novas muralhas de
Setúbal, que incluíram novas áreas como a do Troino e Palhais. Esta prosperidade foi interrompida
com o terramoto de 1755, a que se associaram a fúria do mar e do fogo. Foram
Grandemente afectadas as freguesias de São Julião e Anunciada. Apenas no Século XIX, Setúbal
conheceu o incremento que havia perdido. Em 1860 chegou o caminho-de- ferro, iniciaram-se
também as obras de aterro sobre o rio e a
construção da Avenida Luísa Todi.É neste
século que tem início a laboração das
primeiras fábricas de conservas de sardinha
em azeite e, em paralelo, foi elevada a
cidade por D. Pedro V. Durante séc. XX, o
florescimento de Setúbal reflecte-se na
criação de novos espaços urbanísticos:
crescimento da Avenida Luísa Todi, parte da
Avenida dos Combatentes e criação dos
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