Sei sulla pagina 1di 74
DA CONDUCAO DO PROCESSO ARBITRAL Comentario aos arts. 30.° a 38," da Lei da Arbitragem Voluntaria Pelo Dr. Anténio Sampaio Caramelo sean 1 Principiserepras do proceso arbitral art. 30°). 1. princi ios fundamen do proceso arbi 2. ive detrminay0 das ‘egras processus pels parts 3.4 defies das ogra pocesais pelo tuna! arbitral 4 Os poderes do tibaral arbital quanto & ‘miso e valorasae da prov; 8.0 deer de eonfdensialidade na sbitragem; 6. A publicagio de decisdes arias. TL. Lugar da Arbiteagem (art, 31.7.1. Relevinea da fnago do agar d bit ‘em; 2 Escolha do garda arbitrage; 3. Faculdade de reaiaaio de itor ¢ dligtncine outros locals IIL, Lingua do proceso (rt 32,1 Escola da lingua do proceso; 2 Tadeo da prov ocumcotal IV. Inicio do. process; petiao e comtestagso {(2r1 38°) 1 Inicio do proceso arbitral 2, Ptigao © contestago; '3. Confernca sobre a condugso do pres. Definiga s qus= tes principio iis Alera dos pds; 6 Reconwengo. V.Audidacas e proceso esrito (art. 34... Realzago deaudien- clas ou proceso interment po eer . Noten da partes para audiéei; 3. Modo de produgdo da prova em audinc {© Comonicagio de dcametto & contapas, "VI. Omisabes fal fas de qualquer das partes art 38.) 1. Nio prtieipagao de uma parte na arbitagem: 2. Nioapreseniaio de petit pelo deman fant; 3. Nib spresentgto de contetagio pelo demon: 4. Nao participacio de wma parte na audicia ou aa producto da prova, ‘VIL Intervencto de terediros (art. 36.1. Vintages ¢inconve ents da itervengio de lerceion em airagenspennts: 2. Dit- igo de figuras ain, 3. 0 treo itervenente deve ser part da convengio de arbitrage; 4. Paricipaio na constiuigto ou aeitae ‘0 da composigh do tibunal ait, S. Admissio da ilervengio om ANTONIO SAMPAIO CARAMELO pelo tribunal vital 6. Stuges sitive da interven dete feiros; 7 As formas de inervengio previstas na LAV 80 iterven- es de pares princi 8 Intervenges requis antes da const- {oigto do tribunal arbi, 9. Carter supetvo do regime de ‘ado pelo tbunal abit 3. Caoperago das pats com o pero signa poo tibunal bial 4. Respostas da peo A press fests em audi; 8. Independencia impatcalidade o peito esgnado pol tribunal arial 6 Relag corral com 0 pei ‘omeado pelo burl. Sua respontabiade. TX, Salita a8 ‘wibunas extaduas na obtencho de provas (art. 38°). 1. Assist. cla dos buns extaduns na obteng de proves 2 nerve dos ‘buns estas a produgo de provas 3 Tribal esta em petente regs processus aplicives 4. Assistiaia a arbiagens Sediadas no estangcio. Bibigrafia, ios fundamentais do processo arbitral No art. 30.°, n° I, da Lei da Arbitragem Voluntiria (LAV) cenunciam-se os prinefpios fundamentais que regem 0 processo arbitral e que so igualmente principios basicos do processo civil: (@) comunicagao efetiva do processo a0 demandado (6) igual trata- mento das partes, (c) concessio a cada uma delas de uma oportuni- dade razoavel de fazer valer o seus direitos e (d) observancia, do principio do contraditério, em todas a fases do proceso, salvas a cexcepgdes prevista na lei. A formulacdo deste nimero & tributiria nfo s6 do art. 18.° da Lei Modelo mas também do art. 16.° da LAV da 1986. A dupla ori- gem desta disposigdo, se, por um lado, the introduziu alguma redundancia('), por outro lado, teve a vantagem de combinar enun- cciados consagrados na Lei Modelo da UNCITRAL € que, por essa (0 que tatando-s de garantas da inteyidade do proceso abil (, porn, de equstos de leptimidade da arbitrage), por exesivo rigesmo formal merece repo A CONDUCAO DO PROCESSO ARBITRAL, on razio, se tornaram familiares para a comunidade da arbitragem {nternacional(), com aqueles que sobre esta matéria constavam da LAV de 1986, a que se acostumaram os operadores da arbitragem voluntiria neste pais(). Dos sobreditos principios, o primeiro, no plano légico, 60 que impée 0 chamamento do demandado ao processo para que se defenda(’). Nao prevendo a LAV uma especifica forma de citagZo para o processo arbitral, nfo ha que aplicar aqui 0s procedimentos da citagdo no processo civil, O que é indispensavel & assegurar que ‘a0 demandado seja dado, efetiva ¢ atempadamente, conhecimento {de que contra ele foi instaurado um processo arbitral, da identidade do demandante, do pedido deste e fundamentos de facto ¢ de ()Disia-se na Exposicio de Motivo que acompantousPropsta de Leia *222XUL ‘winds pet Govern Assembla da Republica: "Pretende-se deta forme, epracimara Lei de Arbiragem Voluntria ao regime da Let Modelo da UNCITRAL sobre Arbiragem Comercial Inemaciona, com vista a emibilzar ar empresas es profisionals de diver sas res quefrequetemente recoren arbitrage outros pases sabretudonagucles fom os quns onorso se elaciona ecnomicamente de forma mai inema— para a gens epotencialidades da excolha de Portage como sede de arbitagens internacional omeadamente no caso de ltgios em que intervenkam empresas on otros operadores conimizos de palsesladfonos ou em que a et apicvel sea ade on dss proba lidade deo nosso pas ser escahido como sede dearbragensintrnaciona fe, com eto, mo maior a egslagao age apcdvel for onli conunidade da aria [Bem nloracional, por se serv numa mati nrmativa xs solucbe foram testes elo buna de oubas pase ¢em gue os problemas que mais fequentnente st ‘am foram aprafndadamenteanalsadose resolidos pla doutrina earspradencia strangeias ¢inernacionas” (0). Como observou Amwnioo Ripeko Misots (LAY Anotada cit 9.63) eats ) A validade formal de convensdo de abiagem ¢, em principio, reid pela Fexarur, que ba da lgat da abiager ef POUDRET & BESSON — ob. 255. (0%) "Como avete Ansanoo Rito MENDES (LAY Anotada, cl. 67), pensaio pode se deduzida como msi do defsa (excep) sum Sor pr vi econveeio- tal, quando no se pretendeacondenagio do demandate no excodete, as aera extit- ‘o do eet petcionud, (Par uma alse ds problems susciados pela compensig3o no dmbito dn asbitragem internacional, vide POUDRET & BESSON — 0b. city pp. 274-280, ¢ ALEXIS "Movi — La paradoja dela compensacion en el aritraje internacional, Reiss de Club Epa dl Ari, N° 1, 2008, p. 97-113 DACONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL 05 ‘Tem aqui aplicago 0 que acima se expés sobre a apresenta- ‘do tardia do pedido e contrapedidos(""). Por imposigio do principio do contraditorio (art. 30.°, n° 1,c), A reconvengio deve pode responder o demandante, mediante pega ceserita que acrescerd ds referidas no parigrafo 2, supra, V. Audiéncias e processo escrito (art. 34.°) 1. Realizagao de audiéneias ou processo inteiramente por escrito Embora 0 paradigma do processo equitativo (due process) no seja infringido por © processo arbitral correr apenas por escrito("), com base em documentos ou outros elemento de prova, registados por escrito ou através de outros meios (por exemplo, depoimentos gravados), numerosas leis nacionais ¢ a maioria dos regulamentos aplicaveis as arbitragens internacionais preveem a realizago de audiéncias, pelo menos, quando requeridas por uma parte (art. 342 da LAV teve por fonte o art. 24.° da Lei Modelo (assim como as disposigdes das leis alema e espanhola naquele (8) Wide K. Sas & 7. Loren — ob. cit, pp. 36-317. (2), Sobre ee tpico,esreveram REDrenn & HUSTER (b, it, p13): “Mt har een sid many times tha he oly hig wrong ith “documents ol arbratons i that there are no enough of them. Such arbtration are commonplace Ia certain catagories of ‘domestic arbitrations, notably in relation fo small claims cases involving, for example ‘complaint by holidaymakers agent tour operators and clims wher icrance police Inthe iernetiona contr the ma examples of documents ony'arirations ee thse conducted under the rues o the London Mariime Arbirators Association in connection ‘wth spas oriing ow of harerpares and related documents. However in he mains ‘ream ofiternatinalabiaton, 1s unusual for the arbiral proceedings to be conch. dled without at leat are hearing at which the representatives ofthe partes have an ‘nportuniy ro mate oral satement tthe arbi tal, andthe arbre rib elf [Sable to ak for clariction of matters contained in the writen sbmisions and inthe site eidence of wiesser 106 ANTONIO SAMPAIO CARAMELO baseadas), seguindo-o com pequenas diferengas. Resumidamente, © seu n." | dispde o seguinte: O acordo das partes("*) no sentido de nio se realizarem audineias, vincula as partes, tal como vincula, pelo menos em principio, o tribunal arbitral(!), Se no exist tal acordo, qualquer parte pode requerer a realizagao de uma audién- cia. Caso no exista esse acordo ¢ nenhuma parte tenha requerido uma audigneia, o tribunal arbitral decidiré discricionariamente se ela teré ou nfo Iugar. 8 de notar que, enquanto o artigo 24 da Lei Modelo menciona a realizagdo de “oral hearings for the presentation of evidence or Jor oral argument”, on. 1 do art. 34° da LAV prevé apenas a rea- lizagio de ‘audiéncias para produglo de prova’("). Foi deliberada a restrigfo da previsio neste artigo da lei portuguesa relativamente a daquela matriz, Na verdade, atendendo a dificuldade, que sempre existe, de compatibilizagao das agendas dos participantes na audigncia, sobretudo quando os drbitros, os mandatarios das partes, ¢e/ou as testemunhas ou peritos residam em locais entre si muito distanciados('"8), entendeu-se, na elaboragio do projeto que deu ‘origem & LAV, que, sendo bem compreensivel a vantagem de que a produgio de prova tenha lugar em audineia, ndo & tho evidente 0 beneficio de que, nessa ou noutra audincia, se fagam alegagdes orais sobre a prova a produzir (os chamados ‘opening statements? dos advogados) ou produzida (os chamados ‘final pleadings’). (0) nda gue a acordo sj anterior ino da rbiragen. Durante preps 0 da Lei Model, o Secretariado da UNCITRAL sugeis ques solug de indferi, ese caso, foquriment de a parte o sent da rei de una ouiain, pode Fi ser incongruent com odréitoconsigrado bo art. 18 da Lei, que confer aeada pat Plena oporuriade par fazer vale os seus dts, mas ease entendiento no revale- (eu de H. Hotraacas J. Neus ob eit, p67 (0) Pernt o§ 1087 (1) da Lei Alem — que, neste poo, no difee doa. 34%, 1 laa LAV—Kials Sacts & Tors Loncae defend que utd extn ras "auto fries compelling reasons) favor de uma icin rl oa assgurar o ieito ‘as parte serem oui, tebunal abil pode, excecionalmente desire do aterice scordo das pares endear a eliza de ua ancl rl ob cp. 319} 00 mestno Seatd, face a ar. 24% (1) da Lei Modelo, promuncion xe Peter Binder — ob. ftp 312. (03) 0 § 1047 (I) da Lei Aled fal em “andidnca ois" (nice Verkan: tng) coat 30d Lei Espanol, em “audincas para la presenacton de alegacon la price de prcbas ya emsion de conclusions (08) CE Garr Bons ob it, p. 1833, DACONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL 07 Mas, tal como esta redigido, o1n.*1 deste artigo nao fecha a porta a ‘que uma parte requeira que uma audiéncia seja convocada também, para este fim, cabendo entZo ao tribunal apreciar se hé ponderosas razao para deferir esse requerimento. Outra diferenga (menos significativa) entre o texto do n.*1 do art. 342° ¢ 0 do art. 24° (1) da Lei Modelo reside no facto de a lei portuguesa ndo precisar a fase do processo em que se realizard a audineia, ao contririo do art. 24. (1) da Lei Modelo, que deter- rina que o tribunal arbitral, quando uma parte a requeira, ordene a realizado da dita audiéncia “num estidio apropriado do processo”. No entanto, dada a finalidade assinalada a(s) audiéneia(s) no n.° 1 do art 34, deve entender-se que essa “fase apropriada’ sera subse- quente & troca de peas escritas ¢ & indicaga0 dos meios de prova por cada uma das partes("”). Cabe na competéncia do tribunal arbitral enunciada no art. 30, n° 3, fia, apés consultar as partes, a data ou datas em ue terd lugar audiéncia e a sua duragao, a programagao dos traba~ Ihos no decurso da mesma e forma de registar o que nela ocorrer, © tribunal pode ordenar a realizagio de mais de uma audiéneia para produgo de prova, quando considere que isso pode proporcio- har vantagens, na perspetiva do case management, superiores as des- ‘vantagens decorrentes da ineficiéncia e custo acrescido inerentes a esse procedimento(""), Quando o tribunal arbitral deida ‘bifurcar" processo arbitral, isso determinaré, frequentemente, a repartigao da ptodugao da prova por mais em mais do que uma audiéncia(). 2. Notificagdo das partes para a audiéncia disposto no n.° 2 do art. 34.° (com origem no art. 24.°-1 da Lei Modelo) constitui uma norma fundamental no s6 para assegu- (0) Bo quedefende,poresemplo, ARMINDO RRsiRO MENDES — LAP Anta, it pp 688. (0%) Ganv Bons — ob. tp. 184, (0%) Aves Saxo CatANELO ~~ Deises Interlocal e Parcs no Pro eso Arba n Tera, pp 191-193 108 [ANTONIO SAMPAIO CARAMELO rar a igualdade de tratamento das partes e a lealdade processual, cevitando as notificagdes “em cima da hora”, que possam por em risco a comparéncia das partes e dos seus mandatérios("™), mas também para permitir 0 funcionamento da disposicao do n.° 3 do art. 35. adiante examinada, quando for caso disso"). 3. Modo de producio da prova em audiéneia Os poderes conferidos ao tribunal arbitral pelos n.*3 e 4 do art, 30.° permitem-Ihe conduzir a audiéncia da produgao da prova ‘como melhor entender, com subordinagio aos prinefpios e regras imperativas consagradas na LAV assim como ao que as partes por- ‘ventura hajam estipulado na convengao da arbitragem. Dada a nao aplicagio, como regra (art. 30, n.°3), das normas processuais vigentes nos tribunais estaduais e, nas arbitragens intemacionais, 0 facto de os drbitros e as partes ou os seus manda- trios, na maioria do casos, pertencerem a culturas juridicas dife- rentes, convira sobremaneira que o tribunal arbitral dé a conhecer as partes, mediante decisdes ordenatirias do processo("), proferi- ‘das com bastante antecedéncia, © modo como deverd ser apresen- tada tanto a prova documental a apresentar antes da audiéncia(™) como a prova oral a produzir no decurso desta Nessas decisdes ordenatorias do processo devem ser contem- pladas, nomeadamente, a apresentagao de depoimentos escritos de (2) Arnaxoo Riso Mesoes — LAV Anta, cit, p08, (©) Hillotrayn & J, NEUIAGS — 0b. cf, 674 (),_Cf. Aron Saxnwo Caranero — Decides Iterocuriase Paria no Process Ariel, Temas, i, pp 177-88. (2) Nomeadameote,dagela aque a una parte qucra ter sesso (pa considrat relevant parades da casa lg estar em poder parte contin Par et ef tendo em ona ss enoresdfretea existent ete o regime americana da dice, regime ings diclsure eo epimes de drt cuope continental sabe produeio de ova documento burl arbitral dver,apoiando se, provavelmente, em instants {eso aw” muito fund, como as IBA Rules on the Taking of Evidence Internatio nal Arbtavion (tans em 199 e evista em 2010), esltecer,sempada ¢pormens zadameate, aque reas fica spares sets, neste domino. de desewolvdamete tobe a diclasuree a discovery a ubitragem interacional, Gate Boss — ob cit, pp 1875-1959, Reon & Haren ob ci, 9p. 390401 DACONDUCAO DO PROCESO ARBITRAL 108 testemunhas (written witness statements) — hoje invariavelmente usados nas arbitragens intemacionais — bem como a possibilidade de a parte que os oferece, ou a contraparte, requererem a presenca ‘em audiéncia dos seus autores, para completamento ou controlo da, veracidade dos mesmos, © modo como as testemunhas e peritos serio interrogadas e © tempo de que cada parte disporé global- mente para esse fim, a admissibilidade de outros meios de prova nesse contexto, a organizacio ¢ logistica da audiéneia, a programa G40 dos trabalhos nas sessbes desta, os meios de registo da actua- G0 dos intervenientes, as consequéncias do incumprimento de ordens do tribunal em matéria de produglo de prova ¢ o tratamento a dar a alegados impedimentos de revelagio de factos ou de exibi- «#0 de documentos, devido a existéncia de deveres de sigilo ou & protegiio de segredos legalmente estabelecidos a matérias afins destas(). 4, Comunicasio de documentos & contraparte Seguindo, de perto, 0 art. 24° (3) da Lei Modelo, 0 n.°3 do art, 34. impde o fornecimento a contraparte de todos os documen- tos e informagio que uma parte envie ao tribunal arbitral, quer Seja esta a fazé-lo, simultaneamente com este envio('™), quer tal forne- imento seja por intermédio pela instituigdo de arbitragem, quando © respetivo regulamento assim o determine. Quando haja sido esta- belecido um procedimento de notificagao direta entre as partes, 0 tribunal deve assegurar-se de que tais comunicagdes so efetiva- mente feitas por uma parte & outra, exigindo prova adequada do envio através de correo eletrénico, telecSpia, coreio registado ou entrega pessoal(") Por outro lado, a mesma disposigdo impée ao tribunal arbitral que comunique as partes qualquer relatorio pericial (por exemplo, (9) Detahadameat, sb ests mating, vide Gay Bons — 0b, pp. 1926 1858 1875-1917, eReorenn & Huntin —ob ct, pp. 384-428, (2) Come deteminava oat 15° (3) 60 repulameno de arbitrage da UNC ‘TRAL, de 1976 ©) Aeswo0 Reo Menves — LAV Anoada 6. no ANTONIO SAMPAIO CARAMELO por ele solicitado) ou quaisquer elementos de prova documen- tal(!™) que aquele tenha e de que possa servir-se ao proferir a sen- tenga arbitral VI. Omissdes e faltas de qualquer das partes (art. 35. 1, Nao participagio de uma parte na arbitragem Parecendo contréria & natureza contratual e voluntaria da ari tragem, a auséncia ou falta de participagao de uma parte na arbitra- gem pode ser utilizada para comprometer ow atrasar 0 andamento do processo, razao por que varias leis de arbitragem e regulamen- tos tém regras especificas para lidar com essa situagio(!), Como salientaram Fouchard, Gaillard, Goldman, dois princi- pias regem esta matéria. O primeiro & que a auséncia ou omissio de uma parte no deve implicar 0 reconhecimento dos pedidos ou alegagdes feitos pela outra parte. O segundo principio é o de que a ndo-participagdo ou omissio de uma parte ndo deve paralisar ou atrasar a marcha do processo arbitral; a arbitragem deve prosseguir apesar da auséncia de uma parte (7 Resenang H, Hotzmsoo J. News (ob cp. 6) au, fzendo aes onic d ameproeto deste artigo di Lei Modelo meng “qualquer reltro peri ‘ow otro documenta, a Comissoresponsivel pela caberagio du Let screscentou iquela ‘expresioo qualifentvo ‘evidentiary document’ im de elarces que 0 material do esq prpando ou coligio po tibunl abl no teria de ser comanicad i partes. (=) Pounter & Besson — ob eit pp. 506-507. Sore eta tena (fl proce ings), ezrove Gate BOW: “Athough 8 almas always avery bad idea, some partis ‘decide boyctarbiaton proceedings. Tat course is sometimes parca tempting © ‘alent, ho enjoy the apparent secur that cones with ert immunity andl fed prerogatives. Even the, such manoaers ae wsuall) rere inthe end. ters ‘anil deft aver made and enforcement efforts are commence. sensible alerntve to defaulting in am arbitration, in act cates, i fo proceed under pret while espresly reconding objections othe unas rsdton cluding is ompetence-competenes) andr seeking immediate jicial reco.) © autor nooo, 9 extant, seguir rae crcumstanes, involving eidnt as or corruption ofthe tribunal, or other micon ‘thes, noepartpatin maybe both evitable and praden™ ob cits. 1867) DACONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL m Para satisfazer 0s requisitos do due process, tudo 0 que & necessério é que a parte faltosa seja notificada do comeyo do pro- cesso arbitral e do seu andamento e Ihe seja dada oportunidade de fazer valer 0s seus direitos, em cada fase do processo("). Se 0 demandado deixar de comparecer em cada uma ou todas as fases do processo, uma sentenca podera ser proferida, contra ele, & sua revelia, Numerosas leis © @ grande maioria dos regulamentos con- sagram esta solucao. 2. Nao apresentagdo de peti¢lo pelo demandante A falta de apresentagdo da petigo pelo demandante, no prazo marcado para o efeito suscita a particular questo do destino dos Pedidos que essa parte enunciou no seu anterior requerimento de submissio do litigio a arbitragem, a que acima fizemos referéneia, no comentério ao art 33.°,n2 1(). ‘A cominagio estabelecida pelo n.° 1 deste artigo, de que 0 processo seri extinto por decistio do tribunal arbitral, deve ser con- jugada com a possibilidade de este considerar justificada a omissio e autorizar 0 demandante a apresentar mais tarde @ peca em falta, conforme previsto no n.° 4. Acresce que a norma don.” 1, como todas as demais contidas neste artigo, é supletiva, podendo ser afastada por convengao das partes (v. 01.5). n° I doart. 35.°— tal como do art. 25." da Lei Modelo — dispde que, neste caso, © processo se extingue por o tribunal the por termo, mas dele no resulta que o litigio seja decidido contra 0 (€2)_Enbora no a. 35s ao ea expicitdo, al como no esti no ar. 25 (2) da Let Medco, odsposto em cada um dos nimeros deste tio da LAV exit por {brea dos priselpas afimados non" | do art. 30%, qo o demandane ovo demandato onsoute os eas, eam sido devia etemipadamene notiiados pare pita dos os aque se eee esses mimes: ef H, Hoven J. NEUAALS ob. ip 9 (Parente feo, KLAUS Sachs & ToRsTEN LORIN (0. ct 9.330 dete dem, qe se mo fer imeiramente cao se 0 process coeyou em un pedi de submis ‘so do igi a arbiagom’ ou ants com ura verdad peti, onal rial deve rocurar bier, io codo quanto posivel, oeclreimeta do derndant sabe sea pega or ele apresentads deve ser watada come una ptigho ous eneionsapresentr oi pl 0 separa mm ANTONIO SAMPAIO CARAMELO demandante, fazendo essa decistio caso julgado. Esta disposigao faz, portanto, equivaler a referida omissdo & desisténcia da instan- cia pelo demandante(""), E de notar que, apés a apresentagio da petigao, as omissdes do demandante tém as mesmas consequéncias que as do deman- dado: o tribunal arbitral pode fazer continuar 0 processo e proferir sentenga com base na prova perante ele produzida("). 3. Nal apresentagHo de contestagiio pelo demandado Segundo 0 n.° 2 deste artigo, a falta de apresentago pelo ‘demandado da sua ‘contestagdo’ nao impede a marcha do processo que o tribunal arbitral deve fazer prosseguir, mas essa omissfoniio implica, em si mesma('®), a aceitagio pelo demandado dos factos, alegados pelo demandante, a0 contririo do que acontece perante muitas leis nacionais sobre processo civil (nomeadamente, no direito portugués:v. 0 art. 574°, n.°2, do CPC de 2013 (art. 490.%, n° 2, do CPC de 1961). ‘Sendo supletiva a norma do n.*2 deste artigo, podem as partes acordar diferentemente, quer estipulando-o diretamente na con- vengio da arbitragem quer remetendo para um regulamento de arbitragem, Merece referéncia particular, a este respeito, 0 disposto no art. 17°, n® 1 do regulamento do Instituto de Arbitragem Comercial do Porto("), que dispde: “A falta de contestagio implica a admissao por acordo de todos os factos constantes da petigdo, devendo esta cominago ser levada na citago ao conheci- ‘mento da parte requerida”. Esta norma continua a ser valida face & (©) Povoner & Besson — ob. cit, p50; Amano Ripamo Mins — ob. i, p70. (©) Pouonsr & Besson — ob, tp 509 (©) Est expresso coresponde no emmos “tel constantes doa. 25°, Lei Model, que, d aardo com 0 eabalhosprepartiris deste insrumeto noma, puree dover inept como deinandoo mina rita Te de rar do silencio do ‘demand as concusdes que s afguem eam mais provivels vide, sobre ete pata, Te Howretoo 1, Neguats — abc pp. 700-701 (0) Que rao repolamenta do Centro de Aritragem Comercial que, durste snes, pertence cojuntamente& CCIPACL es CCIPACIP DACONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL na ‘nova LAV, mas importa sublinhar a sua disformidade com as con- ccegies que, ha muito, prevalecem na doutrina e no direito compa- rado da arbitragem internacional. 4. Nao participagao de uma parte na audiéncia ou na producto da prova ‘Se uma das partes nio comparecer na audiéncia ou deixar de produzir prova documental no prazo fixado, o processo deve pros- seguir ¢ 0 tribunal arbitral deverd proferir sentenga, com base na prova apresentada. O n.*3 visa evitar que um parte sabote pro- cesso arbitral, nomeadamente por que se apercebe de que, com toda a probabilidade, iré perder a causa('). (©) Como observou AnmIsD0 RIMERO MDs8 — ob, et, p. 70, Valea pena transrevero que REDFERN & HUNTER exreveram sobre com poceder ham ex part es fing’ "Unite a court an arr tribunal has no authority otowe am award ein 0 ‘fol judgment Ts task st mabe determination of the dps submited 0 Aceon dinghy, even fa part fails to present ts ease the aria ribunal must consider the ‘mort and make a determination ofthe substance of the diate, Where ti lear rom the Degman tha party (aay the respondent) dos not propose fake par, the abt tribunal usally ensures ha alte pordipaing party submissions and evidence are laced befor tin writen form Then i il be tied in holding ony abi bering, oF fn ex part as, o view the claims and rate any questions. reliable guideline 0 how sich a proceeding shoud take places tht the party whol taking par must proves ‘ate othe salsfacton ofthe arbtal tribunal. The arbotal inal has nod fo ata ‘advocate fora party who has elected not vo appear, but it must examine the merits af he fangument flaw and fat put ot by the paritpating party, so as sai sel that ‘ese are wll founded. must thn make a reatoed determination ofthe sss, The practice of arbitra iribunals wares os regards hearings in such situations. Much wil ‘depend onthe frm in which he wren stages of the arbitration have taken place. Ifthe rien stages have buen comprehensive the arbitral bral may el actif in hoding {brief ad prey ormal hearing prior to sing ts aaron the other hand, the wri {enpleadngs have been spt, ormaldocuent in which nly he ser have on def ‘hed. ando documentary or wirecs evidence hasbeen submited in writing the arial ‘minal would probably consider i necessary to hea ral evidence before being sted ‘tha the partepating party has discharged the burden of refi relation 0X claims or defences)” ns ANTONIO SAMPAIO CARAMELO VIL. Intervengao de terceiros (art. 36. 1. Vantagens e inconvenientes da intervengio de terceiros em arbitragens pendentes As vantagens ¢ inconvenientes da intervengao de terceiros em arbitragens pendentes foram bem sumariadas por MiGuEL.TEIXEIRA DE SoUSA no seguinte passo dum estudo dedicado ao tema: “A favor dessa intervengio podem ser apresentadas trés justifica- ‘ges. A intervengdo procura evitar a ineficécia da arbitragem pela falta de uma parte necesséria (ou sea em situagdes em que se veri- fique um litisconséreio necessério entre varios demandantes ou varios demandados) e obviar & multiplicagao de processos arbitrais pela auséncia de uma parte ‘conventiente’, com 0 consequent risco de proferimento de decisdes incompativeis. A intervengao também visa assegurar o principio da igualdade entre as partes do proceso arbitral, dado que, admitindo-se a intervengo de um terceiro, as esse processo ndo tém de ficar restringidas aquelas que ialmente escolhidas pelo demandante. Finalmente, a intervengao destina-se obviar a qualquer discrepancia entre a ver- tente substantiva e vertente processual de um litigio. Importa refe- rir que, em contrapartida, a intervengio de terceiros afeta a con dencialidade do processo arbitral ¢ torna-o mais complexo e, ‘eventualmente, menos eficiente”('"). Mas este autor ndo deixou de salientar as dificuldades da incluso desta figura processual no quadro regulador da arbitra- ‘gem, em virtude da base contratual desta(!”), donde resulta que “nem um terceiro pode impor a sua intervengao (espontinea) is partes da arbitragem, nem esta podem forgar a intervengio (pro- ‘vocada) de um terceiro na arbitragem pendente, sem que este for- (5) Ob. cit, pp. 151-152. Alm dos inonvenientes referidos no texto, GARY Boe sefereo de istervengio de ereirs scent dfcldade em asegiar gal ade ds pres consti do tribunal arbitral oot, p. 2071). (C7) Amira de doin francesa te aimed compatbilidade da interven ‘ode tereiros (proveeada ou espontinea) com a natureza contratel da arbitrage: SE Cimisionte Staci & Jexdte Orrctor — of cit. pp. 312314, 0 autres ‘itdes, inno os que defendem 0 cots, DACONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL, as nega 0 seu consentimento a resolugdo do litigio por via arbi- ta(), 2. Distingao de figuras afins Antes de entrar na analise da regulamentagdo da ‘intervengao de terceiros’ na LAV, importa distinguir, como faz.a melhor doutrina("), esta figura processual da problemitica da ‘extensio da convengao da arbitragem a no subscritores dela’, expresso que designa as situa ‘Ges em que, relativamente a uma pessoa que nao subscreveu a con- ‘vengio da arbitragem, se entende que no pode deixar de estar a cla vvinculada. Varia razes podem determinar essa extensio. Em primeiro lugar, por decorréneia dos principios fundamen- tais, uma pessoa que nao subscreveu a convengao da arbitragem toma-se parte do processo arbitral, porque, tendo a mesma quali- ‘dade juridica de uma parte inicial do processo arbitral (subseritora da convengio), fica vinculada ao caso julgado da decisao proferida nesse processo, independentemente de nele haverem participado (como & 0 caso dos sucessores mortis causa ou inter vivos de qual- quer das parte iniciais)(™). Em bom rigor, essa pessoa nio & “ter (Ob ct. 19. Estas difaldaesexpicam qe os redatres 6a Lat Molo ‘ix UNCTTRAL tsar tanto ma peparaio da versio original de 1985 como nas rei 'o em 2006, considera erejetado proposas no sentido de eta materia ser regula este instrument normative: ef GARY Boen — ob. cl. 2077 Durante os wal pe- aratrios da Lei Sueca de 1999, também chegou ase qusconad 4 regelamentngso da Interven de ereios em arbitagens pees (bem coro deur tera afi, as ria ‘21s mulparides), mas a complecdade desta mati levou a quell idea cabusse por Ser abandoada; ef Kas Hout — Arran Reform ir Sweden, Arbitration Interto- ‘al, Volume 17200), sue 4, Kluwer Law International, pp. 31-388. (0). Agenraliade doe autores faz laramete et dating” vide, ene outros, Benak Hasomiat — ob. cit pp. 7 e88, € 163 ess; MouEL GalvAo Tiss —ob. cl, p48; Manana Pranea GoUvEia —~Crsa et, p. 138 e88,¢212 58; CARLA Goma ‘ves Bonats — 4 Beno da Comongdo de Arbiragen a No Signtirio, nervenges “Vi Congreso do Cen de Atitragem da Camara de Comercio e India Pgs, ‘Almediny, Coimbra, 2013, pp. 12-122; MiGuet THERA be SOUSA — ob. ci, pp 15% 1. Income ao ins, na coufsio er as dus figuras MAQUEL Penna BARNOCAS — ede Arbtragem Comentada, Aimed, Coiba, 2013, pp. 137-140. (@) "Em confrmidade com o regime da habilato constant ds ats. 263°, 3512356 de CPC de 2013 (ats. 271,371." @376 do CPC de 196), indbitavelment 16 ANTONIO SAMPAIO CARAMELO ceiro’ relativamente & arbitragem em curso, porque s6 pode ser assim considerado quem, sob ponto de vista da sua qualidade juri- dica, puder ser considerado um sujeito distinto de qualquer das, partes iniciais daquela('), Em segundo lugar, a lei, em certos casos, estende a terceiros relativamente ao contrato de que faz parte a convengio de arbitra- gem os direitos ou as obrigagées que daquele emergem, como sucede no contrato a favor de ferceiro ou na responsabilidade dos sécios de sociedades de responsabilidade ilimitada por dividas desta; nesses casos, 0 terceiro ou aqueles s6cios ficam também vin- culados a convengio de arbitragem firmada entre promitente e pro- tmissério ou a que a sociedade haja celebrado(*). Em terceiro lugar, o sistema juridico veda, por aplicago de principios gerais de direito, em particular, o abuso de direito("®) splice a arbiragem com a nocessrias adeptagbe) por consi um regime isco de ‘ito process qu asseguraacongrutnia cate at verenessjevae substantia ds pretenses deduzidas em quagut ago, judi u arbi (08) "Fide Miauet TeX Dé SOUSA que inva para este eft o eittvio do sn. 4984, n°2, do CPC— ob. ct, p IST (C3). Sobre extenso do lmbitosubjeivo de convengio de arbitrage, nests cass 0a no primes dees, vide MIQUEL THINEIRA DE SOUSA ob it. 16, CARLA (6 Bonars ob. cit, pp. 137-128 e Gary Bows — oh et, pp. 178-IBL (C9) Ajursprednca nrteameriana rca i erat do ‘ler ego" do Per cng the corporate eil— amber wilds, geraimente com grande crenspest0, pot teburaisarbiaisineroacionais — par sancienar suas qualifisdas come de conf "on ou de fraud, em que um individu crou confusto no espiito ds conapares, fazzado envolervriasvociedaes por ele conoladas em conates ees relacionados (Como ocr muito cdo caso Ori, deidido por um tbuna arial sab aside da {CC em 1988) os a tentatvas desis cu adminisendores de uns seiedade ue proce em vats sss obviates contrat lenis avs da lingo asia do bio sib da personalidad urea da scidade, quando nfo eit ene aquces cesta qual (quer separedo; ef BERNARD HASOTIAU— ob cit, pp 4-47, € GARY BORN — ob it pp. 1153-1200, Sobre a apicagio destas gues no eonterto da falénca de sociedades, Soom Eu — Lifting he Vand Finding the Po of Gold: Peeing the Corporate Vel ‘and Substantive Consolidation nthe United States, Dispute Resolution Inteoationl, Vol. §,N2°2, October 2012 IBA, London, p. 131-148, Fazendo aplicago desta tora reli ene um Estado eta entidae por ele contol, vide a nna do US. Cou (of Appeals (5 Cte, proteida no cao Briar SAPIC » Govt of Turkmenistan, 385 34347 (3 Ci 2003) ea dra rica que the fez Hans Start When Is 4 Goveronent ‘Bound By A Contac, Incading dn Abtration Clase, Did Not Sgn?, The Armen ‘Review of nerrational Arbitration, Vo, 16 (2005) N= 2, pp. 323337 DACONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL a 0 institutos a este reconduziveis, como a ‘proibigdo das condutas contraditérias’ ou o ‘levantamento da personalidade coletiva’, que alguém alegue que no subscreveu a convengao de arbitragem, por este ser de considerar como um seu “real signatério”, escondendo- se atrds de quem formalmente a assinou("). ‘Todas as pessoas supramencionadas so “falsos terceiros”. Na verdad, a intervengao de terceiros na arbitragem tem uma dupla referéncia: 56 pode intervir como terceiro o sujeto que for terceiro, simultaneamente em relagdo ao processo pendente e as partes pro- cessuais( No entanto, como observou Miguel Teixeira de Sousa(), «quando considerada na perspetiva do direito portugues, a extensio da convengo de arbitragem a nio subscritores tem um recorte mais amplo do que a intervengdo de terceiros na arbitragem, visto que aquela é conjugivel no s6 com a substituigd0(") de uma pes- 0a inicialmente vinculada pela convengao de arbitragem mas tam- bbém com 0 alargamento do ltigio a outras partes. No que conceme 8 segunda hipétese, se 0 envolvimento de novas partes no litigio ‘ocorrer na pendéncia da arbitragem, pode ter lugar nesta uma inter vengao de terceiros(). Por outro lado, importa fazer mencio a ‘apensagio de proces- 0s” que consiste na juno de dois ou mais processos arbitrais em curso, confiando a sua decisio a um tinico tribunal arbitral, figura esta que suscita problemas especificos() que a LAV no contem- (0%) Sobre ees esos, vide, entre outros, Mi TEDERAD& SOUSA — ob ct, pp. 159-162; Brenan HaNoniay ob, et, pp. Te 86; NAMUALIE Vossen — ob. el PP. 369 e553 Gaky Bowx— ob, elt, pp. 2 ess. (Sho Tabs terete’ perante a convengSo de arbitrage, mas podem sr “verdadero erciros pean o proceso abil, como se explic egut no texto, Sobre significado deses conto, vide Miours. Teoma te Sousa ob itp. 158-164, (09) Obs eit pp 58160; vde, 0 mesmo sentido, MARIANA Frasca GOUVEIA — Gua et 9.213 (2), Seen substi fr atrior a ino do proceso abil no ek qual ‘quer inci neste; for poster, implicrd uma habitasaoefetuda no bite dese (09) Cl oeferid na nota 267 spre (02). Sobre estes problemas, vide BERNARD Hatoriad — oh. et, pp. 17919 Gav Bors —ab ct pp, 2076 est Maniana FRANCA GOUVEAA— ob. i pp-225-226, ‘© Mus Teena Be SSA — ob ep. 169-170, ns ANTONIO SAMPAIO CARAMELO pla, a0 contriio do que acontece com virios regulamentos de arbi- tragem institucionalizada, que preveem ¢ regulam a possivel apensa- ode processos arbitrais (consolidation of arbitration proceedings), ‘nomeadamente 0 regulamento da CCI (art. 10:), o das CAmaras de Comércio Suigas (art. 4-1), 0 do CEPANI belga (art. 12°) € 0 do Centro de Arbitragem da CCIP/ACL (art. 24°). Como bem se compreende, a apensagao de provessos arbitrais deve, em principio, ser decidida por um entidade exterior ao tribu- nal arbitral(), que € o tribunal estadual quando a lei de abitragem aplicdvel Ihe atribua tal competéncia('), ou 0 éngio diretivo da ins- tituigdo administrante quando o respetivo regulamento a preveja. 3. O terceiro interveniente deve ser parte da convengio de arbitragem primeiro requisito para que a intervengdo (espontinea ou provocada) de um terceiro possa ter lugar numa arbitrage pen- dente €, como preceitua 0 n.° I do art. 36.° da LAY, que ele seja parte da convengao de arbitragem em que aquela se baseia. Este requisito, cuja indispensabilidade resulta da base contratual da arbitragem('®), pode ser preenchido subsequentemente (isto é, no (0) Visto que a sponsagSo determina a rerada de um rocesio de competncin de tbunal arbitral eonsitudo ov constr, pra o junta a eato(s) process) on findo(s) a tibual arial eferente Sto rras fs qu abu tal comptnia 2 buna arbitral tazndo-, pom, depenor do sco de oda pares enol GARY Bon ob. cep. 2077, (©) "Bocas das eis da Austad anda, de Singapura, ds msi das pro inci do Canad, que preveem a apensacSo quando toas ss pats nist tena acon. {ado eo CPC holands bem come da is de Hong Kang eds Nove Zin, i pte ‘eer aapensapie mesmo na astaca de acordo ds parte, mas no quando exis seardo estas em setio coms: ct Gany BORN — ob cit pp 2077-2078 2088-2085, (©) Como salientou Gant Bors “parte ape arbre with pardclar other ports, acording to specified procedures no to ahiate with anybody, x any set of proceedings” (0b ct, p. 2072), Sobre ete ros, esrevew MiGUn. GaLvA0 TELS orth admissibility of the ation of one part) 1 am arbitration Wi surely necessary ‘hat thee beajursctional ink of an arbre nature bets the aditonal andthe or ‘ina partes trond to concern certaincicumstancen non signatories at ound by farbivaionagreoments is wll known. The possibly of the adiion ofa par axeunes _DACONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL 19 ‘momento em que se pretenda fazer intervir o terceiro) e apenas para os efeitos da arbitragem em causa, mas a adesio do terceino & convened de arbitragem exige, pela razo ja mencionada, tanto 0 assentimento de quem adere quanto 0 de quem nela é parte. Se 0 terceiro em causa for (ou se tomar) parte da convengdo de arbitragem, a sua intervengao nio requer 0 consentimento das partes iniciais nem do terceiro, embora dependa sempre, como veremos, da admisséo do tribunal arbitral Nilo era esta a solugio acolhida no Projeto de Nova LAV apre- sentada pela Diregdo da A.P.A em 2009, no qual, para que a inter- vengao de terceiro pudesse ter lugar, se exigia (além da subscri¢ao por este da convengao de arbitragem e do assentimento do tribunal arbitral) 0 acordo de todas as partes no processo bem como do ter- ceiro. Um leque to apertado de requisites explicava-se pela preo- cupago de reduzir, ao maximo, a perturbagao causada pela inter- vengio no desenrolar da arbitragem ¢ a vulnerabilidade da sentenga @ uma eventual impugnagao('™) ‘No Projeto de Nova LAV revisto que a Diregio da A.P.A. apresentou em 2010, a intervengao de terceiros foi admitida jé com maior amplitude, em termos que substancialmente coincidem com © disposto no art. 36.° da LAV(!), either thats Bound, together ith he ial parties, by an agreement ‘0 arbiter that 1 Becomes a Tet im what regards the case bite to arbration). These of the subjective scope of arbraton agreement i diferent fom and prelininary 10 the one of the paries‘aditon"— oh lp 1-8, (09) Sobre a justificagio dss solugo, vide ANTOWO Sannto CaRansto — A Reforma da Let da Arbirogem Voluntria, er Temas de Dieito da AbIagem ct, pp. 224226. En fice do at. 8 16guinquer do Cédigo do Proceso Civil Haan (pbs & ‘elorma de 2006), uma parte da doin alana contigs entender qu, mesmo quando ‘terse que se pretende fire nteri i parte na conveno d abitage, & neces © consentimentodaguele eo de odas a pares no proceso arbitral (lem do consent ‘mento do dbitos); para ua erica desse entendimenta vide M. BENEDETTEL,C. Cow 010, L, Rabican ox Bnozzoco — Comentario Breve eit pp. 219 es. G4) NaNota 14 (espeitante 2 art, 36° do Preto da A P.Acom nots, 18-s¢0 segunte:“o project apresetado pela APA, em 2009, eptou po inser no n° dste artg uma diposiao que toma a ervenso de terceiosdependente do consenimento {de tods os intervenientes e do prio tnbural arbi, lem de exis observa da ‘condo basilar, de qe toda ati e furs partes do procaso eves on fi Sem viaculadss pela convengo de arbitrage, Pareces, contido, agora, que tra it m0 ANTONIO SAMPAIO CARAMELO 4. Participacao na constituigdo ou aceitagiio da composi ‘cdo do tribunal arbitral E principio basilar do regime da abitragem voluntria 0 da igualdade de armas (ou igualdade de tratamento) que, aplicado 4 problemtica da constituigdo do tribunal arbitral implica que todas as partes sejam colocadas em igual posigaorelaivamente a nomea- 0 dos érbitros, Ore, uma das principas razSes da dificuldade em regulamentar a intervengio de terceitos em arbtragens pendentes tem que ver com a necessidade de nela acomodararigorosa obser- vincia daquele prinipio(). Aligagio entre exsasduas quests resulta do facto de a inter vengio de terceizos conferi, necessariamente, & arbtragem um caricter multipatdo (caso ainda nao o tivesse) ou reforgar esse cariter, mas com uma complicagio adicional() que, como se ‘mostraréadiane, tem importantes consequéncias na regulamenta- gao da intervengdo de terceiros constante da LAV: a circunstincia de a natureza multipartda da arbitragem ou o reforgo desse seu carcter seem subsequentes ao inicio do processo. uit na presets verso do Projecto, com maior amplitude do qu a euliate dt Fir verse intervengoespontneaouprovocada de erin em abitagen em ce, ‘esd que Se enquadaasem adoquadamenteo emo cm qi pode tr ga interven. ‘a. Na verdad a previo de una bem disiptinad intervegao de terete em abe {ets om curso pemifeaumestraefickia da abitragem como metodo de reslogbo de gos que eavolvam mais pares do qu aguels qu nciaram proceso abl cen, or vers, congo sine qua man dessa fii, como acoatecett nas stubs dei ensrco ncessino). Hi, por, requis que, este domi, deve imperatvamente Ser observados. Um pineizorequsito a preencer par ee efUita&o de que 0 tee ‘que quia intervie ons pete chara no procsaoabital, sj cus tome parte da ‘Sonengo em qu assent aabizage, po so ser cong indspensive para qe oi ‘buna rival nt jardisoem relays Aqueeepam vendo sb eer em caus hs também a partes ini na atbitragem quem obrigadae «seta 8s eerveng ‘in Revs Interacional de Aire Conelingo,ano 3 2010), p. 198, (0), Ast reset, esreveu MidUEL Galv Ko THES: “he discomfort withthe adtion of partes narration andthe aie of the subject, arise from a tension Bt. ‘eon he convenience In many case, of intervention or joiner ond the ale and prin pleof equality regarding the sppointment of ebro The iss of such equa well, leon 9a the answer that consti the main Bais ofthe Cour de Casation decom i the Duo case” —ob cp. 50 (9) lem asinalad por Mc GaLvAo TeLEs — ob et . 2. DA CONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL nm A uz do que fica dito, compreende-se facilmente o disposto no n.°2 do art. 36.°("). Se a intervenedo for requerida depois de 0 tribunal arbitral estar constituido, ela s6 podera ser admitida ou provocada se o terceiro declarar aceitar a composigao atual do tri- bunal, aceitagdo esta que, naturalmente, se presume no caso de intervengao espontinea. Se assim nao fosse, @ sentenga que viesse a ser proferida a final seria impugndvel, por infrago do supramen- cionado principio da igualdade de armas das partes. A alternativa teoricamente concebivel ao preenchimento deste requisito, que consistiria na revogagio do encargo conferido a0 arbitros e na constituigao de um novo tribunal, com participa- ‘Go do terceiro interveniente, néo é seriamente contemplada por ninguém, por ser contriria & eficiéncia processual e ser conside- ada como demasiado lesiva para a parte que se oponha a inter- ‘vengio("). elo que antecede ¢ acompanhando Miguel Teixeira de Sousa, pode concluir-se que, “tendo sido provocada a intervengao de um terceiro ¢ tendo este recusado a sua intervengao por no aceitar a composigao do tribunal arbitral (art. 36. .°2, 1.* parte), nfo pode ser retirado qualquer efeito dessa recusa. Nomeadamente, niio pode ser oposto a esse terceiro nenhum efeito de caso julgado da decisio que venha a ser proferida no processo arbitral (0 que afasta a apli- cago das situagdes reguladas no art. 328.%, n° 2, do CPC"), nem (0) Para alm do que ser dito diane reepito de dsposigo do 7 dest ign da conugayto don? com ese nimeroreula qu, ev interven ocore anes ‘do tibunl abil estar continido, a designgio do ris deve fazer com a= ‘ieipago do terceito, cbservandoiteirameneopreeituade no a 11 (C™). Sobre ete pic, cbeervou Nathilie Voser:"Alhough iis of practical importance the ic of the joinder ofa third party afer the arial tribune has been ‘consinted is rarely discussed n deal. 1s generally assumed hat there sno possibilty {fora third part to join once the arbiralribunal hasbeen appointed, ince the require ‘ment of equa raiment ofthe parties cannot be complied with and this an award cold beset aside Unies the olin party agrees 0 accep the already appotned arbitrator, theres only one alematve, and hati t0 replace the arbitrators by withdrawing the cr rent arbitrators mandate and constituting ones panel withthe partpaion of the third ‘arg Tis even 7s mentioned asa possbty nol ural serioualy contemplated because it i contrary to the goal of procedural eficiney andi considered too Burden same or the party opposing the joiner (0) Do CPC de 1961, corespondente a ar. 320° do CPC de 2013, m ANTONIO SAMPAIO CARAMELO Ihe pode ser imposto nenhum efeito cominat6rio decorrente da sua ccitagdo para intervir (0 que impede a aplicagao do disposto no art. 349°, n° 1, do CPC)", 5. Admissio da intervengao pelo tribunal arbitral Dispde 0 n.°3 do art. 36.° o que a admisslo da intervengio depende sempre de devisio do tribunal arbitral, apés ouvir as par- tes iniiais na arbitragem e o teeeiro em causa Para se compreender melhor o disposto neste nlimero, trans- creve-se mais um excerto do importante estudo (datado de 4 de Junho de 2010) que Miaust. GALvAo Tetes dedicou a esta temé- tica, até pelo facto de ter inspirado quase todas as soluges consa- aradas no art. 36.” da LAV: “Precisamente por causa da ligagio entre composig&o do tribunal, a intervengio de terceiros é muito ‘mais suscetivel de trazer inconvenientes e é muito mais delicada nas arbitragens do que na jurisdigio estadual. Justfica-se, por isso, ue se limite a intervengao de terceiros em arbitragens a casos em que as razies a seu favor sejam particularmente fortes. Mas a apre- ciagdo tem de ser deixada a0 drgio administrante da arbitragem institucional ou a0 tribunal arbitral"(), Seguindo ainda Miu. GaLvAo Tete, pode afirmar-se que a intervengdo de terceiros envolve normalmente novos pedidos deduzidos ou pelo teresiro ou contra ele(!). No caso de interven- 05) Ob ctt,p. 173. (08) (Traduo nase). Na continua do excero do sou est transerito no texto, ete aur enumeroa a5 situabes ue, em que, existing agama espe de Hias30 {Csome kindof reftednss”) entre © novo pedi dvgdo pelo teresiro itervenere ob ‘coma el, jsicavafonamente amis da ntrvengo deren stages ese ‘ue coineidem quae talent com was enunciadas nas aliness 2), ) c) ed) don. 3.0 | 36". A nin dierngaencon-se na suas previa a linet), que Miguel Galvio Teles no coneordsva que constassem do eleneo contigo no n= 3-60 at. 36° do Projeto da APA. que veio ada gem 4 LAV e caja ineluio fi da responsabilidad do utr deste coment. (C8) Mas, come observou MiGUEL GaLvi0 Tess ob. cit . $8), aintervenao de teresa pode justifearse, mean Sem haver un nove pedi, apenas com s Fraidade larga 9 dit subjtive do eso jlgndo; mas anda nese caso pode encanta un DA CONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL a «lo espontinea, o novo pedido & deduzido pelo terceiro, Na inter- Yengdo provocada, o pedido é deduzido por uma parte inicial con- tra aquele. F da natureza da intervengao de terceiros que uma pes- 0a que jd seja parte na arbitragem seja envolvida no novo pedico. Pelo menos, para iniciar uma intervengao de terceiros, no & admissivel um novo pedido que envolva apenas as novas partes. ‘Alem da verificago de razes de relevo que justifiquem a intervengao de terceiro — para o que a lei forneceu um elenco no taxativo de situagdes que adiante se examinam — ao tribunal arbi- tral foi atribufdo o poder de recusar a sua admissao “se (em seu entender) ela perturbar indevidamente o andamento normal do pro- ccesso arbitral” (art. 36, n.°3, 2.* parte). A azio de ser deste poder atribuido ao tribunal arbitral foi assim justificada por MiGUEL. GaLvAo: “o esquema de intervengo de terceiros em arbitragens pendentes é, por si, suscetivel de nunca ‘mais acabar. A autoridade administrante da arbitragem institueio- nalizada ou 0 tribunal arbitral t8m de ter o poder de, a certa altura, cexcluirem a adigo de novas partes e apresentagdo de novos pedi- dos"(!#), Na mesma linha de raciocinio, observou MiGuEL TeI- XEIRA DE SOUSA: “A condigao da no perturbago do normal anda- mento do processo implica que, na auséncia na lei reguladora do processo arbitral de qualquer limite temporal imposto a interven- a0 de terceiro, deva ser em fungdo da perturbagdo causada nesse pprocesso que se afere a eventual extemporaneidade da intervenga0. a auséncia de qualquer termo a quo('#) para a interven do ter- ceiro que justfica a diferenga, quanto a este ponto, entre o estabe- Tecido na Lei da Arbitragem Voluntiria e o disposto na generali- dade da legislago processual (que dispensa qualquer controlo da ‘oportunidade da intervengao do terceiro, mas que, em contrapar- ‘ida, impde um termo para essa intervengiio)”. podid teen a uma enngadecaratva (condom: hipstes revista n neve) don*3 doar 36% (C5) 0b. cit, p. 38 (radugio nos). (04) 0b citup. 174; supomes que, em vez deerme a quo, o autor quis dizer “terme ad quen m [ANTONIO SAMPAIO CARAMELO 6. Situagdes justificativas da intervengio de terceiros ‘Vejamos agora cada um dos casos em que, segundo o art. 36. 1n.°3, da LAV, existe suficiente ligagio (a relatedness requerida por ‘MuGviet. GaLvAo Tees) entre 0 pedido deduzido pelo ou contra 0 terceiro e as partes iniciais ou 0 objeto da arbitragem tal como foi por esta definido, que justifique a admiss4o pelo tribunal arbitral dda requerida intervencdo("*), que sio situagdes em que se enten- dew haver razdes ponderosas para se afastar a possibilidade de sobre elas se proferirem decisdes incongruentes, Transcrevendo 0 que MIGUEL. TEIXEIRA DE SOUSA escreveu sobre 0 assunto(), foi esta a enumeragao (no taxativa) das situa- es justificativas da intervengao de terceiros feita pelo legislador: “'Em concreto, a intervengao de terceiros e admissivel, nomeada- ‘mente, nos seguintes casos: — Quando o terceiro tenha em relagao 20 objeto da causa um interesse igual ao do demandante ou do demandado, que tivesse inicialmente permitido um litiscons6reio volunté- tio ou imposto um litisconsdrcio necessério entre uma das partes € 0 terceiro (art. 36.°, n° 3, 2% parte, al. a); trata-se de uma hipdtese de intervengao principal, correspondente 4 prevista no art. 320.%, n° 1, CPC; — Quando o terceito queira formular, contra o demandado, um pedido com o mesmo objeto que o do demandante, ‘mas incompativel com o pedido deste (art. 36°, n° 3, 2.* parte, al. 5); trata-se da chamada oposigao, também prevista nos arts. 342. n 1 e 347° CPC; — Quando o demandado, contra quem seja invocado um eré- ito solidario, pretenda que os demais possiveis credores solidirios fiquem vinculados pela decisio final proferida na arbitragem (art. 36. n° 3, 2 parte, a. c)); trata-se de (No tendo ato tribunal margem de pondeaso para este feito (como nea Miguel Tetxcrade Sousa — ob. eit, p 178), salvo se entender que interveng requis perturbar onal animent do proceso (3) Ob ct p 175 08 argo rferidos neste excero so todos do CPC de 1961 DA CONDUGAO DO PROCESO ARBITRAT. ns ‘uma modalidade de intervengao provocada, também regu- lada no art. 329. n.°2, CPC; a justficagio para a inter- vvengio decorre da circunstincia de, sem ela, o credor soli- dirio nfo ficar vinculado a uma eventual decisio de improcedéncia (cf. at. 531.° CC); — Quando o demandado pretenda que sejam chamados ter- ceiros, contra os quais essa parte tenha direito de regresso ‘em consequéncia da procedéncia, total ow parcial, do pedido do demandante (art. 36.°, n.°3, 2." parte, al. ); trata-se de uma modalidade de intervengao inspirada no art. 330.%, n° 1, CPC, que & ai qualificada como interven- 4 acesséria provocada, mas que a LAV parece qualificar om intervengao de parte principal”(!*) Havendo reconvengao, 0 demandante reconvinte passa a ser demandante ou autor relativamente a tal pedido, pelo que on.°4 do art 36.° manda que se aplique entio o disposto nos mimeros ante riores, invertidas como ficam aquelas posigdes. A propésito do disposto neste mimero, MIGUEL. TEIXEIRA DE. Sousa interroga-se sobre se na arbitragem também é admissivel a figura da ‘reconvencao interveniente” (prevista no art. 274°, n° 4, do CPC), ou seja, da reconvengao que & acompanthada do chama- mento de um terceiro para se associar ao réu reconvinte ou ao autor reconvindo, concluindo o autor que nada parece afastar tal possibi- lidade, opinido com que concordamost*), 7. As formas de intervencio previstas na LAV sio inter- vvengdes de partes principais A remissio feita no n.° 5 do art, 36.” para o art. 33°, preceito que regula a apresentacio de articulados das partes, tem o aleance (0) Dado que oat. 36°, n° 5, também englobs esta ntervensSo na eis para ‘oar. 33°, com oalcanoe retro no pargraoseguinte do pest ext (8) Ob ets p16 76 ANTONIO SAMPAIO CARAMELO de qualificar todas as modalidades de intervengao previstas no n.°3 como ‘intervengdes de partes principais’, dado que apenas estas, podem apresentararticulados(). essa remissio decorre que o interveniente tem direito a um articulado para expor a sua pretensio ¢ os factos que a justificam, abrindo-se seguidamente 0 contraditério por parte de quem tem legitimidade para se opor a tal pretensio("). 8. Intervengdes requeridi Dunal arbitral antes da constituigo do tri- ‘A matéria regulada na 1 parte deste niimero foi uma das que foi objeto de mais cuidada ponderagdo por MIGUEL. GALVAO TELES, conjuntamente com o primeiro autor do presente Comentério, a0 ser delineado o regime de intervengio de terceiros incluido na LAV. Referiu-se acima (nos pardgrafos 5. ¢ 6. supra) que, devido ‘40s inconvenientes que a intervengio de terceiros pode acarretar para 0 normal andamento do processo arbitral, é necessério limitar essa intervengdo a casos em que as razBes a seu favor sejam part cularmente ponderosas, nomeadamente exigindo-se uma suficiente ligagdo (relatedness) entre as partes iniciais ou o objeto da arbitra- gem tal como estas 0 definiram, e o pedido deduzido pelo, ou con- tra, terceiro Se o tribunal arbitral estiver constituido, caber-Ihe-é apreciar ‘© peso das razies invocadas a favor da intervengao do terceiro, isto 6 arelevancia da ligacdo entre 0 pedido deduzido pelo, ou contra, © terceiro eas partes inicias ou o objeto da arbitragem tal como foi por estas definido. Se nio estiver constituido, essa triagem de que depende a admissdo da requerida intervengio s6 pode ser feita pelo <6rgio administrante da arbitragem institucionalizada. Nos casos, em que nilo exista esse érgo, ou seja, nas arbitragens ad hoc, per- Imitit-se a intervengo de terceiros em arbitragens em curso equiva- (02). Nese sede, Muss Teresa oe Sousa — ob ct 175 (0) Asuna Rinna Mies — LAT Anotada, p78 DA CONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL m7 leria @ abrir a porta ao caos no subsequente desenvolvimento das ‘mesmas. Foi esta a razao justficativa da restri¢ao estabelecida na 1+ parte do n.°6 deste artigo. Relativamente ao disposto na 2.* parte deste niimero, para além do que ficou acima dito em comentério ao n° 2, hi apenas ue salientar que, tendo consagragao em lei imperativa (e funda- ‘mento constitucional) o principio da igualdade de oportunidades das partes na constituigdo do tribunal arbitral, devem ser desconsi- deradas as normas de qualquer regulamento de arbitragem que eventualmente regulem tal constituigdo com desrespeito por esse rincipio(""), 8. Cardicter supletivo do regime de intervengio de tercei- ros previsto na LAV AAs disposigoes da LAV que regulam a intervengio de tercei- ros em arbitragens pendentes contém apenas o regime supletiva- ‘mente aplicével nesta matéria, uma vez que o n.° 7 do art. 36.° per- ‘mite que as partes regulem esta matéria, de forma diferente, nas respetivas convengdes de arbitragem, quer mediante a incluso nestas de estipulagdes muito minuciosas e compreensivas dest das a esse fim, quer mediante a remisstio, em tais convengées, para regulamentos de arbitragem institucionalizada que prevejam regi- mes diferentes do estabelecido no art. 36°, para a intervengio de terceiros em arbitragens pendentes. Inscrevem-se na primeira hipétese algumas cléusulas com- promissérias bastante complexas que a pritica contratual tem vyindo a padronizar, relativamente a transagdes econémicas de grande dimenstio envolvendo partes diferentes, de contratos dife- rentes, mas relacionados entre si cliusulas essas que contemplam, a possivel realizacto de arbitragens entre partes signatirias de diversos contratos, sendo tais partes e contratos identificados como ‘related parties’ ¢ ‘related agreements” , num acordo de ligagao, (Sole este pico, ide Mz, GalvAo TeLES — 0b pp 8-62, ns ANTONIO SAMPAIO CARAMELO hhabitualmente denominado ‘stand-alone dispute resolution proto- col ou ‘stand-alone consolidation protocol’), Atendendo a minicia da regulamentago constante de tais cléusulas e ao facto de o universo das pessoas singulares e coleti- vvas e dos acordos abrangidos por aquelas ser ai procisamente deter- minado, omitem-se nelas alguns dos requisitos que o art. 36.° da LAV exige pata permitir a intervengao de terceiros em arbitragens ppendentes, em particular, o da vinculago a uma mesma conven¢a0 de arbitragem de todas as partes envolvidas na intervengo; no entanto, se bem se atentar, essa vinculaco € assegurada, nesse modelos contratuais, de modo indireto, através da assinatura do mencionado stand-alone dispute resolution protocol que constitui, por assim dizer, uma “metaconvengio de arbitragem"(™) a que se vineulam todas as pessoas singulares ou coletivas que podem vir a participar nas arbitragens nele previstas Na segunda das hipéteses acima referidas, enquadram-se alguns regulamentos de arbitragem institucionalizada, em que se admite a intervengao de terceiros mesmo contra a vontade de uma {das partes na arbitragem em curso, como & 0 caso dos regulamen- tos da CCI, do LCIA, das Camaras de Comércio Suigas (Swiss Rules) da Camara de Comércio e Industria de Madrid e do Regula- ‘mento do Centro de Arbitragem da CCIP/ACL, a que ha que acres- centar o regulamento da UNCITRAL, na sua versdo de 2010, (°°) Encontramse diversos models dein lls em obs de especial do rans sociedades do sivogados ingles e americana, com, or exenpl, ade Patt 1D Fauocaxo — Ariration lace for International Contac, 2! lure Publishing In, New Yat, 2007, Po oat lado, om abet de sia afvogados mardi de lls ais (88 a que apresentam et orplexida, as ann cts on ‘edo mais simples) desinadas a conttasntemacioais International Bor Asocation ‘sprovou, em 7 de Outubro de 2010 a suas Guidelines for Drain nemstionolArtraton ‘Ges, icindo clas om anatezn e naliaderefrdas o fext (sx patil, 3 GuideineV2), documento qu est aces 0 so sa oan na Internet (0°)_ Usama al or nos parecer patularment fel,» designag proposta por PERHE Mave Eounso Sua Rose pra ua Tigra pia da eed 0 eto (in Ze Nouveau Réglementd'Arhirage dela Chambre de Commerce Inematona, Rew eVAsbivage, 2011, m2 4p. 905), DA CONDUCAO DO PROCESSO ARBITRAL m9 VIII. Perito nomeado pelo tribunal arbitral (art 3; 1. Aprova pericial Na generalidade das leis nacionais prevé-se a produgo de prova pericial em arbitragem e naquelas que nao tém disposigdes especificas sobre esta matéria (como, por exemplo, a lei francesa), nio se duvida, em regra, da sua admissibilidade. Tendo em conta que 0s tribunais arbitrais sdo geralmente composts por juristas, a necessidade de recurso a este tipo de prova faz-se sentir particular- ‘mente em assuntos tecnicamente complexos com que aqueles nio estio familiarizados, como, por exemplo, 0s atinentes a engenharia, civil e industrial ou a matérias contabilistco-financeiras ‘A maioria das leis ¢ regulamentos de arbitragem permite espe- cificamente a nomeagao de peritos pelo tribunal arbitral, admi- tindo, ao mesmo tempo, que as partes fagam prova através de peri- tos por si designados. Reputados comentadores("™) tém salientado ser este um dos, dominios em que sto mais marcadas as diferengas entre os paises de common law e de civil law, Enquanto nos primeiros se favorece a produgio de opinides periciais, preparadas por testemunhas-peritos escolhidas por cada Parte, que sio submetidas depois a instincias da contraparte ou a acareagio, em audiéncia, nos paises de civil law, as opinides per Ciais sto geralmente emitidas por um perito independente desig- nado pelo juiz, que atua de acordo com as instrugdes dadas por este. Na base disto estdo diferentes concegdes e sobre o papel do juiz ou drbitro no julgamento da causa, assim como a desconfianga dos drbitros relativamente a utilidade (para o esclarecimento da ‘matérias controvertidas) dos peritos designados pelas partes ¢ 0 receio destas quanto ao excessivo peso que pode ter a opinifio do perito designado pelo tribunal no desfecho da causa() ‘Seja como for, a pritica da arbitragem internacional é no sen- tido de permitir uma e outra espécie de peritos, encontrando-se, por (©) Pouone & BESSON — ob. i, . $60, € GaRy BoRN — ob ct, p. 186 70 ANTONIO SAMPAIO CARAMELO, ‘eves, uma combinagdo dessas solugdes, apesar do elevado custo inerente, O art, 37.° s6 se refete aos peritos designados pelo tribunal arbitral, ao contrario do art. 26.° da Lei Modelo (que menciona também os peritos designados pelas partes) porque as disposigdes contidas s6 aqueles dizem respeito, mas nao pode haver diivida de que permite tamibém a apresentado pelas partes de opinides emiti- das por peritos por elas designados("), Além de outras diferengas ‘entre esta duas espécies de peritos, adiante desenvolvidas, ha que hotar que, enquanto os honorérios do perito designado pelo tribu- nal fazem parte dos encargos do processo, os do perito designado plas partes so suportados por quem os contratou. 2. Perito designado pelo tribunal arbitral ‘Como resulta da letra do n.° 1 deste artigo e foi amplamente debatido nos trabalhos preparatérios da Lei Modelo, as partes so livres de convencionar que o tribunal arbitral nfo poderd designar nenhum perito. Razes para assim estipularem podem ser nfo s6 0 facto de as partes no confiarem num perito assim designado mas também a vontade de evitarem o custo ¢ 0 atraso do processo dai resultante(*”).. ‘Nao existindo tal convengdo, 0 pontos especificos a que overs responder, mediante relatério escrito ou oral, o perito que © (0) Na concesdo anoxia (partifads por vrs pies exandnaos), ‘arta do ji 6, acina deta, cmpreender os argamentos pare e determina quer present methor prove, enquanto as juisdigbes contenu raioalments esperar (que juizdescabeas "verde mesmo que ej apenas verde ul xa ciferenga ‘de concen também se encontr aritagem. Sobre cada um dss sistemas ess més edesvantagens, ide POuDREr & BESSON —ob. cl, p. 560, ¢ he Scorch of "rh Arbitration I Finding he Tath Wht Dispute Resolution i About? od Maks Wirth, Cristina Rovinez& Joachim Knol), ASA. JursNet LLC, New York, 20 (0) Nestseatida, Arnon Riseamo Menbes ob cit, p76, Na verdad a LAV io estabelece nonhuma limita quanto aos eis de prova aise em arian ("Hi Hotrewaow 8 J. Nevins ob, et. 119, Peer Binder — ob cit, pp. 322-305, A CONDUGAO DO PROCESO ARBITRAL a tribunal porventura nomeie, sio os que este tiver determinado(), na forma que por este for estabelecida. 3. Cooperacio das partes com 0 perito designado pelo tribunal arbitral ‘Também foi debatido durante a preparagdo da Lei Modelo se 0 perito designado pelo tribunal arbitral poderia solicitar as partes a apresentagao da informacao, documentos ou objetos nevessirios 20 ‘desempenho da sua fungio, tendo ficado consignado no art. 26." (1) (8) daquela Lei que caberd ao tribunal ordenar és partes que facul- tem ao perito 0 acesso a informago documentos ou objetos rele- vvantes, sancionando o eventual incumprimento de tal ordem(™). Esta solugdo foi acolhida no n.° 2 do art. 37.°. 4, Respostas do perito as perguntas feitas em au nein A niio ser que as partes tenham convencionado o contrario("), on? 3 deste artigo prevé que o tribunal determine, oficiosamente ou. requerimento de uma das partes, a comparéncia do perito supra referido em audiéncia, para responder is perguntas que as partes ou. © tribunal queiram fazer-Ihe sobre 0 relatério por ele apresentado. (°K seus &7 Lone (ob ct 37) reeumendam gue tribal enol tes nesta tel, POUDRET & BESSON ob cp. 362) emenem que fiz pate do “eto {as pes erem ovis (um asgetodoprineipio de conrad), sre consol Sebre a escola do pote #nomear pelo tibual able sobre o eu err of rene () HL Hovtawane & 1 NEUAUS — 0. cit, pp. 719-720, Pevex BOER (ob, cit, p. 324) eK. Sats dT. Lancia enendem que, ca nfo sje cupid eos ‘tem dotibuna, seek piv odspasa no at. 25°) a Lei Modelo corespondente 509 1088 G)ds Le Alem a at 35°, n° 3, da LAV), reativamente dno produ de Prova documeatl” por uma pate. Concordani com et piso, (C2) Pevex BIDE (ob. i, p 325) refere que uma rio par tl estpulago das tes poder er a sm proocuagio em asa o process, No eit, coo rests Sac € . Lone (bit p. 338) o aor das pres contro comparncia do eitoem aici, io pode nega spares a portunidade de comentarem lati So Petite dete colocarem quests acinus que psa te 7m ANTONIO SAMPAIO CARAMELO 5. Independéncia e imparcialidade do perito designado pelo tribunal arbitral Os peritos designados pelo tribunal arbitral devem ser inde- pendentes e imparciais. Como realeam KLAUS SACHS e TORSTEN Loxcutr, “isto & de fundamental importancia para a integridade do processo arbitral, visto que o perito nomeado pelo tribunal assume ‘© papel de assistente do tribunal arbitral enquanto decisor, propor cionando-the conhecimentos que os seus membros nao tém("). De acordo com o n.°4 do art. 38° 0 perito designado pelo tri- ‘bunal arbitral €, em virtude da remisséo ai feita para o art. 13.°, obrigado a revelar, quando for convidado a exercer essa fungio, “todas as circunstincias que possam suscitar fundadas davidas sobre a sua imparciatidade ¢ independéncia”, devendo ainda, durante todo o processo arbitral, revelar, sem demora, és partes € aos demais arbitros as circunstancias aquelas que sejam superve- niientes ou de que s6 tenha tomado conhecimento depois de aceitar o-encargo, ‘Também por forga daquela remissdo para o art. 13.%, 0 perito nomeado pelo tribunal pode ser recusado por uma parte, se existi- rem as supratreferidas circunstincias ou se ndo possuir as necessa- ris qualificagSes. Mas essa recusa s6 pode fundamentar-se em cir- ccunstincias de que a parte respetiva nao tivesse conhecimento na altura em que tomou conhecimento (ou foi envolvida) na sua rnomeagio. ‘Ao processo de recusa do perito ser aplicdvel, com as requeri- das adaptagdes, 0 disposto nos n.* 2 e 3 do art. 14° sobre a de recusa de érbitro. Compete ao tribunal arbitral decidir sobre recusa do perto, A remiss feita para 0 n.°3 do art. 14° nao exclu a pos- sibitidade de recurso para o tribunal estadual, da decisio do tribunal arbitral que indefira a recusa apresentada por uma parte("®), pelo () 0b: ftp. 398, Como sbservm os mesmo autores, 0 conti do pert ou petits nomeacos pel buna, ds pers nomen plas pares expense qe ajem ¢ Suporem a pate que ot nomen, o que deve ser tid em conta ele tribunal aba, 20 ‘alia velo prbetirio dos rela deste pests abet. 340. (C=) Ao contro do ue acontce com a remiss fia no § 1089 (3) da Lei ‘Alem, para o seu § 1037, «qual do abrange osubparégato (3) deste srtgo. Por essa DACONDUGAO DO PROCESSO ARBITRAL 18 {que tal recurso é teoricamente admissivel, embora nos parega que Faramente acontecerd vir a colocar-se a questio da sua concreta necessidade, com 0 perito nomeado pelo tribu- nal. Sua responsabilidade Ao nomear 0 perito, 0 tribunal arbitral celebra com ele um, contrato de prestagao de servigos, mas fi-lo, habitualmente, em. nome das partes("™), Por forga deste contrato, o perito nomeado pelo tribunal obriga-se a ser ¢ permanecer independente e impar- Cial ¢ @ apresentar um relatdrio pericial sobre os pontos especifiea- dos na missio definida pelo tribunal arbitral. O perito obriga-se também a participar na audiéncia, na data marcada, para explicar 0 seu relatério e ser interrogado pelas partes, constituindo violagio ddesse contrato a sua eventual recusa em fazé-1o(, Este contrato constitu o fundamento do erédito que o perito tera sobre as partes, no que conceme & remunerago que tena sido ajustada entre ele ¢ o tribunal arbitral e que este deve ter previa~ mente discutido com as partes. Parece razodvel que o tribunal soli cite as partes ou a parte que tem o énus da prova relativamente 0 onto a determinar pelo perito, que pague ao perito um adianta- ‘mento por conta da sua remuneragio("), ‘05 comentadores alemdes entendem que o perito designado pelo tribunal responde perante as partes por erros cometidos na ela- boragio do seu relatério, de acordo com o regime da responsabili- dade emergente do contrato de prestago de servigos, mas, segundo a doutrina e jurisprudéncia alemis, se outra coisa ndo tiver sido rao, 0s comentadores alemesentendem que a decisio do tibunl arbitral sbre © ssunto€defntivg, embora a pare interessada poss ultecicrmentempgar a Setenga Final com Fandamest no § 1089 (2) I, d) dessa Lei —corespondeste a ar 462, 2°30, nda LAV. (08) _Consuindo um sbcontatoreltvamente a0 conta anterinmentecele- trad eros bine eas putes. () K. Such &T. LORCHER — ob ct 39, (05) Sion 8: Lonenen — ob ct pp, 339-0. nm ANTONIO SAMPAIO CARAMELO estipulada, a responsabilidade do perito € usualmente limitada aos ceasos de negligéncia grosseira(), IX, Solicitacdo aos tribunais estaduais na obtensao de provas (art. 38.°) 1. Assisténcia dos tribunais estaduais na obtengio de provas Nos projetos apresentados pela Diregio da Associagdo Portu- ‘guesa de Arbitragem, em 2009 ¢ 2010, que estiveram na origem da LAY, o art. 38. tinha como epigrafe “assisténcia dor tribunais esta-

Potrebbero piacerti anche