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ATUALIDADES PEDAGOGICAS Volume 133 Diresio de - J.B. Dascasco Pensa A. relagio dos livros de “ATUALIDADES PEDAGOGICAS" ‘sth no fim deste volume, JEAN CHATEAU Professor de Pricologia ¢ Pedegogls ‘1a Universidade de Bordéus ¢ Diretor do Instituto de Estudos Poiealdgicos ¢ Peicossociait dessa Universidade colaboranlores OS GRANDES PEDAGOGISTAS Traduci> ¢ notes de ‘Lure Dastasco Penna J. B. Dantasco Pensa Nota preliminor do J.B, Dastasco Pena DEDALUS - Acervo - FE COMPANHIA EDITORA NACIONAL 371092) ‘The philosophy of John Dewey (od Paul A. Schilpp), Evanston e Chica 0, Northwestern University, 1939. Tradupbes:froncecas (**#™**) Comment nous pensons, Flammarion. Les écoles de dena, Flammarion. Lideale et Venfant, Delachawx & Niestlé Espérience et éducotion,, Boutrelier, ‘Liberté et extture, Auhier.. CP) (etter) As tradugies:francesas’convérn Aerescentar as publieadas dé- poie da primeira edigao do original desta obra (1956) ¢ que, quanto sai- amos, s60 a8 seguintes: Lopighe, dorie de Denquats, trad, de Gerard Deledelle, Presses Universitaires de France, Paris, 1967; Déwoerotio et Sdueation, wad, de Gerard Deledalle, Collection “U", Patis,.Colin, 1975 'A Gerard Devepatte, professor de filosofia’ na Faculdade Pluridise ciplinar de Cinclas “Humanas de Perpignan, estudioso do pensamenio horte-americano, j& s¢ deviam, allés, valloses conteibuig6es, as quais, sem- [pre quanto saibamos, sho estas: Hisroire de lo philosophie américaine, Pres sce Universitaires do France, Paris, 1954: La pédagogie de John Dewey, Fdivions du Searabée, Paris, 1965; ¢ Lridée d'expérience dans la. philoso lie de John Dewey, Paris, Pressee Uni Paul Fourguié numa obra sobre a fsicologia de nossos dias: A psicologia contemperdueo, trad. e nolas de Haydée Camargo Campos, vol. 74 destas "Atalidades: Pedagégicas", 4* ed, Séo Paulo, 1977; 2 colaboracio de Drussauce & o estudo da *psicologis experimental americana”, pp. 42-5. (Nota dos tras. ) (sete) Freedom and culture fol também posto em, portugués, em traduglo de Anisio Teixcira, © esth ao liveo de Dewey, Liberalismo, fiber dode ¢ exltura, vol. 11 da ‘colegio “Cultura, Sociedade, Educacto”, Si Paulo, Companhia. Eeitora Nacional Editera da Universidade de Sto Paule, 1970, pp. 97-261, (Nota dos trads.) Noto covplementor dos tradutores 2 bibliogratio. sobre Dewer Lembremos, para estudo de Dewey, dois trabathos, com muitos anos de permeio, © primeiro, assaz antigo, mas ainda extremamente valioso, € © ds Fr. Dg Hom, datante, na edigio original, de muitos dectnios, o Ensaio de filesofia pedogbvica, trad. port. notes de Luiz Damasco Penna e J. B. Damasco Penna, vol, 95 estas “Atualidades Pedagégicas”, Sfo Padlo, 1969, pp. 93-108; A pégina 94 dese livro h& nota dos. tradutores com’ abundantes referéncias bibfiogrificas, O. segundo, também extremamente valioso, € 0 ensaio de Maria Isabel Moraes Pironsvo, Conhecimento, valor ¢_gdveaga em John Dewey, ea. *Mannis de estado®, Sfo Paulo, Pox ‘Cate, outrossim, Jembrar os numerosos estudos de Anisio Terxema (qoRi19h), nervenira'o/maiorestecedor de Deva no rst, etude ainda por atrolar 302 ersitaires de France, 1967. Hi tnais tempo (1951), 0 Prof, Detenuie avi tambim colaborado. com |” XIV MARIA MONTESSORI (1870-1952) A obra ea personalidade da Sra, Montessori no constituem apenas capitulo extremamente importante de toda a histéria da edueagdo contempordinea e, até, da educagio moderna; represen tam, também, o caso mais significative que essa histéria. nos ofercee, pois sua doutrina ¢ suas realizagdes pertencem, de pleno Gircito, ao movimento da escola ativa, no qual, entretanto, ocupam posicio inteiramente original; nfo se pode dizer, todavia, que seja BIOGRAFIA, — A Sra. Marin Mowressont, nascida em Chiaravalle (Provincia das Marcas) em 31 de agosto de 1870, doutorz em medicina rv 1896, depois encarregada de um curso sobre a edueagio das criangas. fonasténicas para os professores.primérios de Roma e diretora, durante dels anos, de uma Escola Normal Oriofrénica na mesma cidade, pros- feguiu netste mesmos estudos em Londres e-em Paris, freqientoi, depois {de 1902, na Universidade romana os cursos de filosofia, nas Universidades de Turim de Napoles 05 de psicologia experimental, deu cursos livres de fantropologia.pedagésica na Universidade de Roma. Apés a abertura das sas Cove dei Bambini, em Roma, em 1907, e a publiagio de sua. primeira obra, 0 métode da pedagogia que, como as stguintes, foi tadurida para sgrande mimero de linguas, 0 primeiro curso para os mesires sobre seu {nétodo, que manteye em ‘Citt di Castello, protegida por dois benfeitores @ amigos da instrugio do povo, 0 bario Leopoldo Franchetti e sua mulher ‘Alice, sua atividade de ensino, de propaganda, de organizayao de Cow, esenvolveu-se no mundo inteiro durante quarenta anos; enfim ela eriou © Ceniro de estudos pedagésicos na Universidade para estrangeiros de Perisia, onde deu cursos e teve larga parte na atividade da Unesco. Morreu' em 6 de maio de 1952 em Noordwijek, nos PaisesBaixos. Entre fs iniciativas particulares dignas de lembranga, cumpre menconar a Igreja dos: pequenos, fundada em Barcelona depois de 1916, seguno os mesmos 303 -aP. 2 esse titulo, exclusivamente, ou sobretudo, que sua impérténcia seja reconhecida € seu éxito se explique, entre outros represen tantes do mesmo movimento, dos quais alguns néo pouparam criticas & grande educadora italiana. Nao somente a.instituigdo da Sra, Montessori experimentou difusio ¢ éxito extraordindvios, em todas as latitudes ¢ em todos’o8-climas, como as idéias anima doras, tenham embora sofrido algumas critieas, e a inspiragio geral de sua obra sio ainda vives na realidade pedagégica contempo- ranea ¢ exercem sedugio ¢ ago efetiva néo somente na esfera estritamente educacional, como ‘no espitito social e moral de nossa época: © fendmeno & tanto mais interessante quanto a Sra, Montes- sori comegott stia obra sem ter consciéncia do fim aonde devia chegar, ¢;8em propor-se programa de linhas tio claras € tio pre~ cisas, nem concepsio educational de aleance to vasto como 0 comhecido sob sew nome, Sua experiéncia comegou em circuns- tincias ¢ por motives, em grande parte, contingentes; seu pensa~ mento se desenvolveu ¢ amadureceu gradualmente a partir dessa experiéncia ¢ ela prépria vivia a repetir que eram as préprias criangas que the haviam ensinado o que ela havia esclarecido, a si mesma ¢ aos outros, isto 4, as leis essenciais da educagao delas csiangas. Foi gragas & sua observagio e & sua penetragio de educadora de vocagéo que ela péde tirar, da vida da erianga em seu institute, a formagio dos. principios que a regram e dos ‘miétodos pelos quais as forgas da crianga devem ser educadas, A Sra. Montessori comegou a carreira pelos estudos de medi cina ¢ obteve o doutorado nesse ramo. # por isso que sua prime inspiragio decorre do naturalismo, Mas sua vocagio pedag critérios que a Coon dei Bambini, isto 6 com mévels, decoraglo, objetos de Titurgia extética, ete, inteframente aproprisdos & eriancinha: experién- cla, allis, destinada a ficar sem prosseguimento © que no teve correspen- déncia sum estudo sobre o sentimento refigioso da erianga ¢ sun génees, ainda que & educagSo roligiosa. da eriancinha tenha dado. algumas contri: bbuigdese alguns guias como 7 Bombint viventi welle Chiesa (1924), La Santa Messa spiegata of bombini (1949), La vita in Cristo (1949), ett. Desde 1913-14 suas viagens ¢ estadas na América do Norte, em muitos pafses europeus (Alemanha, Gri-Bretanba, Esganha, Paises-Baixos, Sui cia) © asiiticos (China, India, onde vivew bem longamente), as tadug&es muito numerosas de seus escritos para quase todas as lingoas, 03 cursos € 05 Circulos de estudo montessorianas, prepagaram, por toda parte, a dou trina © 2 jnstituigio ds edveadors italiana. the espalharam a influéncia ainda nos pafses que, como a, Franca, a Austria ou a Sufga, nfo conheceram verdadeira’floragso’ de. instituigdesespecificamente montessorianas 304 2 orientou muito cedo para as aplicagGes das ciéncias naturais, em particular da antropologia, & edueagio. E é A Antropologia pedegégica que sua primeira obra’ & consagrads, Mas bem se compreende, por igual, que 0 dominio onde se encontram, mais facilmente, mais necessariamente, o interesse médico ¢ 0 pro- blema médico, os da educagio, &'9 dominio dos anormais. Foi portal, mais ou menos como, na mesma époce, Ovide Decroly, que Maria Montessori abordou as observagies ¢ a experiénciag de educadora, As experiéncias memordveis, e as pesquisas psico- légicds ¢ priticas de um grande iniciador como Itard ¢, com algum intervalo de tempo, de outro mestre francés nesse dominio, Seguin, Ihe foram a primeira escola, Ela dir (com exagero evidente ou, antes, cont evidente equivoco, apenas explicével pela histérfa. pessoal da educadora) que é com esses autores que comzga a pedagogia cientifica, Assim como assim, a conviegio que tirava de tais estudos — ¢ Ihe inspirava seja sia ativa participagio no Congresso Pedagégico de Turim de 1898, seja, mais tarde, suas conferéncias em varias cidades, ¢ a criagéo de um curso norrial ortofrénico em Roma — foi néo somente que o problema dos anormais & problema essencialmente educacional, mas, também, que 08 descobrimentos os progressos feitos, owt em vias de rea zagio, no dominio da educagao dos anormais psiquicos, revelavain, por essi busca em profundidade que os tornava poseiveis, recursos « prinelpios pedagdgicos que deviam contribwir para renovar a ‘ edueagio da crlanga normal, Ela reivindicava como sua a idéia, a primeira das que enunciamos acima, e que era propriamente a ideia de seus mestres Itard ¢ Seguin; mas a idéia que era verda- deiramente fruto de suas meditagées e de sun experiéncia pessc eva a da possibilidade e da necessidade de traduzir as conquisias ‘de pet fos anormats ¢ dos delicientes mientaii-ém nieios de aprefundamento, de corregio ¢ de aperfeigonmento sibstancial cos a ranhaiea eoneal Em todo caso, a conviccio que j4 amadurecin na alma da Sca. Montessori, era a de que para a pedagogia seria indispensive!, jantes de tudo, a base segura oferecida pela psicologia, Mas, desde ‘entio, j& visava, com suas criticas, essa psicologia que era unin psicologia fisiolégica, ou experimental, ou uma psicometria, ¢ nto ‘era capaz de perceber ¢ interpretar o dinamismo da vida psiquicn, porque nfo surpreendia, de todo em todo estaticamente, seniio 0 fato, o sinal exterior, 0 produto, crendo, dessa maneita, poder dar ieis & ertuengio, 20 passo que aquilo que importa ver ¢ Goma, € porque, esse estado do individuo foi determinado, que energias 308 profundas ¢ que coeficientes, educacionais e nio-educacionais, TFodificaram ¢'préprio individue, conduzindo-o a esse resitado, A psiclogia neestira. era, para ely uma. pslologin em odo Closkes da revelighes capes de compresnder of prot az da propria agto educativa, eontrolando aa dificaldades ives que'a esta respondem de parte da cranga, surpre- — cenvlendo ao vivo as transformagées que nela se operam e as forcas, {que nela se revelam ea levam a ages ¢ integragées sticessivas Dentro de um pensamento originatiamente orientado 20 sen- (ido_do naturalism, assim gen Je uma. coneep- Giferente e mais profunda, destinada a tomar, aos poucos, tom \éento conipletamente religiosos e misticos. Por circunstincias exterines € fe este, Péndammento, ainda ein acu. primi. dera- Irochar, fo iserido nun atividade pratics, num plano essencial © Istituto dei Beni Stabiti (Instituto dos Bens Tméwis) de oma 6 em primero lugar, seu benemérto Presidente, © enge nheito Eduardo Talamo, esforgavam-se, no comego do séeulo Xx, pur sinear 08 bairtos mais populares da cidade, construindo, para os operirios, grandes casas salubres. A necessidade de reunir em salts especiais dessas constrgées os filhos dos operdrios, ausentes dhvante.o dia todo por forga de seu trabalho, e cuider dessas angas aplicando-se 4 sua educagio, sugeriu a idéia de confiar esse encargo & Sra, Montessori, Abriu-se, pois, em 6 de janeiro tke 1907, no bairro de Seo Lourenge, nae dos Narsi-a.pemeia Ciiéa doi Bambini (Casa das Criangas), nome inventado por inte ligente amiga da Sra. Montessori, Olga Lodi; ¢ logo, segunda cass se segiia, A carreira da grande educadora, no domirio pré- ica, comegava dessa maneira. Situava-se, como dissemos, numa inieiativa Social bem determinada, de que a Sra. Mostessori Toei e Hlastrava logo o seotide, segundo um Heal da casa € ta familia. moderna, doy operaros, soclisados ten gama comuni- dade de vida que devia conciliar 2 me e a trabathadora, apro- (rustle todos 01 srvigos e tedag aa tosnagSes que a sanctus © | a espiritualizassem, fazer da casa dos pequenos, em seu interior, tum de seus elementos essenciais, interessando-a responsabilidade ca boa vontade de todos os pais coabitantes na higiene e no ‘desenvolvimento da escola, habituando-os a interessar-se pela Jeducagio dos filhos. ‘A_instituigio edueativa_separar-se-j,_depois, da instituigio social, com a Gua, e a servigo da qual, havia nascido, Mas é nea, Sinda’ depois, ue ac vealscram (das as experiencias, © amanda’ Fecet 0 miods educativo di Sra. Montesson, 306 Sua primeira obra importante, I! metodo della pedagogia sciontifica e la Casa dei Bambini (0 método da pedagogia cienti- fica ¢ a Case dos Pequenos), de 1907, dé-nos 0 quadro da orga- nizagio edueacional e, 20 mesmo tempo, os prineipios e as linhas mestras do método, Que a pedagogia deva ser, segundo a Sra. Montessori, cicutifica, &, em parte, conseqiiéncia de sua preparagio de naturalista; & em parte, afirmagdo de sentido mais largo, que se poderia até dizer polémico e correlativo, isto é, que a educagéo se deve jnspirar_na_natureza ¢ nas leis do desenvolvimento da ctianga, atentamente observadas, liberta quer de toda pressup. io metafisica, quer de todo entrave de tradigéo, ou de habito, 0s quais se no traduzem, praticamente, num caso como noutro, senfio em decisdes arbitrdrias. Os adultos cm geral eduearam sempre segundo opinides arbitrérias, as quais #0, a um tempo, violngio, seja da natureza, seja da liberdade e, pois, de uma let ¢ de um valor igualmente sagrados. Sempre se considerdva 0 que © adulto acredlita que a erianga deva ser ou, antes, o que 0 adulto pretende, de sex ponto de vista, da erianga; nunea, on quase nunca, deu-se atengéo aguilo que o adulto deve & crianga, aquilo que desta reclamam a natureza, a vida, seu futuro, os motores internos invioldveis de seu desenvolvimento. Ao cabo, os termos naturesa ¢ liberdado coincidem segundo a Sra. Montessori, ¢ a io.de-Rousseau é, aqui, evidente, Mas essa natureza nio & doutra parte, mais que impulso originario, interior, para agir para crescer a fim de melhor agin, fisica e espititualmente, energia tendente a tirar do exterior elementos titeis & sua propria expansio © a seu proprio crescimento, poténeia criadora de um| ser chamado a realizar-se e a forjar-se segundo designio infa- livel, se as intervencdes desarrazoadas, as pretensdes ¢ as violén- cias dos adultos nfo The entravarem nem the desviarem o caminho. Ea inspiragio de Froebel, consciente ou nfo, se ajunta aqui, pela 4 num designio seguro e providencial, a de Rousseau © que é pois, necessirio — eis © primeira motivo essencial do ensino da Sra, Montessori — é no ensinar, guiar, dar ordens, forjar, modelar a alma da crianca, mas.criar-Jhe um meio conve- niente 4 sua necessidade de experis de trabalhar, de-assiinilar’” tspontaneamente ¢ de niitri pirito: "Nese pro- ‘posito, cumpre, antes de tudo, que o meio ihe seja proporcionado & ponto de yots,quaniativ, isto & que o mobil lidrio, os uten- silios, 0s objetos de observacio, os melos de trabalho ihe corres” Bodine os dimensoes ileas a orga Seam tho jerfeltamente apropriados 20-fim.que,.eJa possa facilmente atingilos, mover-se entre eles, servir-se deles —e no estar ai o primeiro postulado 307 de uma reforma psicolégica pedagégice do edificio escolar, como fe reconheces, sobretudo na Alemanha e na: Suica, inelizmente Sem muitas conseqiéncies positives, particularmente em outros paisee? ‘Em segundo lugar, @ preocipagio da Sra. Montessori e Rousseau € aqui superado, como aids, toda forma de subje Sismo, de negativismo ou de anarguismo pedagégico — é evitar que a inlativa e a atividede expontinea da crianga se exersam for acaso, por simples impulso subjetivo, sem base, ot apoio, na Fealidade,, A atividade, seja qual the for o primeiro impulso, no fe organiza, nao se tora verdadeira Uerdads, senfo num meio Sbjetivamente organizado, no qual seu exercicio encontre, natu- ralmente, seja estimulos, seja uma ordem e ume disciplina aparen- femente javoluntérias e insensivels, e se quiser, mas nem por is:0 menos reais e eficazes. Eis af por que a Case dei Bambini dispée de material com- plexo, adaplado a formas determinadas de atividade, pelas quais 5 pequeno possa faciimente intressar-se, delas obtendo desenvol- Simento bem regrado de suas capacidades mentais ¢ fisics, © deréstimo continuo de descobrimentos pesson TEm terceiro Iigar, cumpre notar que o interesse dominante dessa dade & dirigido, precsamente, para o mundo exterior, para Ss coisas sensiveis, e para as atividedes que se possam exercer ESore as coisas, ou por mefo das coisas; é pois, interesse que, posto ssmpre espritual na génese e n0 fimy &, sempre, sensorial Fiio conteido e pela directo atual; © & providencial e natural he assim sejay pois & de experiéncas coneretas ¢ precins, de Gigens ce coisas © de suas propriedades, que deve, antes de tude; multirese 0 eopirito da erianga, é em contato estrito e direto, Eee Gqulibeie como mundo exterior que ela deve, antes de fade, Gistruir sen pequeno mendo, expetimentar © amadurecer oe forgas ¢ a5 capacidades de acto. & por isso que todo o mate ‘Hal ecneatiyo da. Ceso-dei Bonbint &wm.conjunto_de.rmsion ‘iatés 8 educagio dos sentidos e a0 exercicio de atividades mo Sinan, Poder-de-in reconhecer;aquiy-winflugidia desse a {fisotagi¢a — como ele Ihe chamava — de Seguin, um dos pri neiros miatres da Sra. Montessori, 2 certo, porém, que o funda- qhento explicativo ‘do raétodo desta tem cariter bem mais geral ¢ iMate profundo, Tec, entretanto, nfo impede que alguns elementos Go muterial Montessori, © alguns dos exerccios que 2 educadora flatiana introdusiu em sua instituigio, tenbam sido, primeirament, fugeridos por Seguin, ou por seu discipalo e continuador Bour- neville. 308 B evidente que por seus motivos cohstitutivos, por seus prin- cipios, por sua pritica, a instituigfo da Sra, Montessori vinha participar, trazendo-the contribuigo original e autoridade nova, esse movimento da escola, ou da educacio ativa, que j& prosseguiz sua marcha na Europa desde o fim do sécuto x1X, com 0 primeiro apostolado de Seidel na Alemanha e na Sulga, com as escolas de Reddie em Abbotsholme e de Badley em Bedales, na Inglaterra, cade Demolins (cole des Roches) na Franca, com a cossstituigéo do Bureau International pour VEcole Nowvelle organizado por Adolphe Ferriére, com a obra de reforma de Kerschensteiner em ‘Munique, com a de Ligthart na Holanda, com a de Ovide De- eroly na Bélgica (Decroly, precisamente no ano de 1907, 0 mesmo ano da primeira Casa det Bambini, criava @ tao renomada cole de VErmitege em Bruxelas, depois de haver, em 1901, fundedo a Ecole @enscignement spécial, igualmente bem conhecida). © material da Casa montessoriana é diligente finamente escolhido e predisposto para cada sentido e para as formas mais vatiadas de atividade motora: para a§ cores, para 0 senso, vistal das formas ¢ das dimens®es, para os sons e sua altura, intetisidade ¢ timbre, para as qualidades tatels, para as sensacdes musculares © para 0 movimento, para as percepsdes estereognésticas dat resultantes, para as sensagées ponderais, térmicas, etc, Mas, esse material, que é adaptado a exercicio continuo de expetimentagio, & a0 mesmo tempo, adaptado a continua agdo, comparagio, com binaggo, construcio. A habilidade de movimento vai dé par com a de observar, a habilidade de operagdo com a de distinguir e de compreender. © fim néo & somente fazer constatar ¢ ensinar, mas fazer adguitir 0 impétio do préprio corpo e das coisas c, até, tornar possivel, & crianga, eriar seus préprio corpo — no se tido exato da eélebre passagem do Lmile —, erié-lo como funsio, como elemento vivo € instrumento realizador e individualizador da personalidade humana, como poder positivo que se organiza dando fordem ¢ sentido ao mundo sobre o qual age, e em apropriar-se dele, Ora, nesse exercicio assiduo de seus Srgios sensoriais ¢ motores, o material adotado deve assegurar & criancinha; a possi= bilidade’ de provar e de tornar a provar, de corrigir-se por si mesma, para ter éxito, Observou-se que esse material da Sra. Montessori é de-natureza diferente da que marca — a0 menos ent grande parte — 0 material inventado ¢ adotado por O. Decroly ou pelas duas irmas italianas Senhoritas Agazzi, também clas criadoras beneméritas, a0 mesmo tempo que a Sra. Montessori, € até um pouco antes, de novo tipo de asilo que thes traz 0 noni; estes tltimos educadores, com efeito, preferem, em geral, 309 exercitar o espirito de observagio das criangas sobre objetos con- retos do mundo real, ou sobre suas imagens, a0 paso que a Sra. Montessori enipréga material dirigido a cada sentido em particular, e fendente a isolar cada uma das qualidades sensoriais, # por isso que se disse ser esse material analitico ¢ abstrato, no sentido (naturalmente réativo) de que simplifica a realidade e isola, na medida do possivel, as propriedades das coisas, a fim de que se possam impor & atengdo e ser reconhecidas, distinguidas, avaliadas por si mesmas com @ maior exatidio , 'O que, ali explica 0 método escothico pela Sra, Montessori, é: 1.2, 0 fato de que, justamente, ela quer fazer executar uma gindstica de precisio das capacidades sensério-perceptivas e motoras; 2.°, 0 parecer-lhe, essa forma de exercicio, a mais propria para fazer nascer pro- blemas bem definidos e precisos, nos quais se empenha a fundo a atividade do pequeno; 3°, 0 fato de a crianga dever, antes de tudo, fixar as linhas exatas dos esquemas, das semelhangas, ¢ das diferencas muito simples, claras, intuitivas, distintas © ‘faceis de discriminar, como o sio, entre ios sentidos, que The servem para dar ordem & realidade infinitamente complexa e variada com a qual ela erianga vem a pér-se em contato e, por assim dizer, a catalogar-lhe os diversos elementos. Doutra parte, toda essa rica (e, por vezes, do ponto de vista pritico e econémico, superabundante) aparelhagem pareceu, a alguns criticos, demuneiar uma concepsio sensualista e analitica, ‘ou atomistica e associacionista da vida do espirito e, bem 20 mesmo tempo, um artificio preconstituido que acaba por dar num meca- nismo’ pedagégico, mais que por constituir um processo de ai ‘magio ¢ de desenvolvimento da liberdade de parte da erianca. Mas a Sra. Montessori esté convencida de que a agio, 0 descobrimento, a conquista pessoal da crianca devem ser, de algum modo, sugeridas © ajudadas por um meio’ (como dissemos) que Ihe oferesa possibilidades ¢ atrativos, por um conjunto de esti- rulos convenientes, preordenado a suns necessidades efetivas ¢ capaz de propor-Ihe problemas interessantes. A professora pri- initia, que a Sra, Montessori desejaria chamar, antes, direfora — ¢ pois que vela e prové apenas, nfo ensine, no impée seja o que for — ajuda as criangas a ‘compreender o material e seu uso possivel. © pequenino escolhe espontaneamente a tarefa que o interessa mais € a ela ce aplica, A diretora vigila e intervé somente se Ihe pedem auxilio, para evitar, se for 0 caso (muito (*)V., 10 Hiveo.elissico de Lounexgo Fito, Iutrodusio ao estado dla escola evn, 4 citado numa destas nossas notas;“a ertica 20 mate rmontessoriano (pp: 134-138 da 1+ ed. (1930)]- (Nota dos trade.) 310 raro, alids), que um pequeno manifeste pretensbes sobre 0 mate- rial jé escolhido por outro, A Casa montessoriana é lugar em que todos os pequenos se aplicam a trabalho preciso e interessante, a problema que thes € prdprio. A ordem e a calma, com a atividade espontinea, ai reinam soberanamente. A intervengio direta néo tem cabida senfo quando alguém pretende trapacear, ou impedir e entravar o trabalho de outrem. Ainda nesse caso, @ pena mais candente — como sinal de sua inferiotidade, de sua inadaptabili- dade — é isolar 0 culpado e deixi-lo inativo e initil, sem’ tra- balho por fazer, excegio estranha e desconcertante em toda 2 classe, ‘Que © material escolhido seja baseado numa teotia sensua- lista € naturalista, e em processos puramente analiticos, contrarios 4 natureza propriamente sintética da atividade do espirito, nio ‘todos of pontos de vista, exata e decisiva, embora © método pritico © a organizagéo técnica da Casa montessoriana Ihe déem alguma razko, Basta refletir que, nos iiltimos anos, a Sra, Montessori — a qual, alids, munca mostrou seguir de bem perto, metodicamente, com posigio declarada, os desenvolvimentos extraordinérios das pesquisas e de literatura relativas a psicologia da infincia, (que certamente ndo ignorava) — reconheceu verda~ deira a teoria de Decroly e de Claparéde sobre o globalisno do conhecimento primitivo da criang2, e no deixou de abrir crédito 4 Gestalttheoric. Pode dar-se que haja, nisso, indicio de coeréncia insuficiente, e pouco amadurecida; mas hi também a prova de que no pode tratar-se, no caso di Sra. Montessori, de inspiragio propriamente analitica’e associacionista. Ao cabo, sun £6 mais viva esti, precisamente, nos poderes sintéticos ¢ criativos do espi- ito, € 08 mecanismes, que muita vez podem parecer demasiado artificiais e denunciar antes agic previdente © reguladora, pelo exterior, que exercicio’verdadeizo de liberdade por parte da ctianga,'sf0, somente, substrato ¢ instrumento e, nao, fatores decisivos. A aquisigéo ¢ a organizagio de aptid6es motoras sio essenciais, ¢ 0 movimento é em geral, concebido como érgio pri- meiro da formagao do sujeito, mas, precisamente, porque este fem poder espiritual que gradualmente se torna senhor desses meca nismos motores ¢ deles se serve para suas conquistas. Assim, quando no exame da evolugio sucessiva dos interesses na alma da crianga, ela encontra a determinagio que Gesell faz das leis dessa evolgio, o que the objeta <, precisamente, que considera 0 processo, ¢ suas leis, como de natureza fisioldgica, A Sra.. Mon- tessori tampouco da, & imitaglo, a importincia que Ihe dio tantos outros psicélogos da infancia.e educadores; com efeito, 0 pro- 311 -cesso pelo qual o péquenino e.a:erianga crescem e se formam no € imitativo, é, antes, como tho.chama, de encemnagéo. O espirito dia ctianga, diz, € absorvente, isto é ter o poder (ativo, propriamente criativo, pois) de chamar para si os elementos que Ihe slo indispensiveis, ou tels, de apropriar-se deles, de fazer deles sua carne, sua stibstincia vital, 8 maneira do organismo que {* ‘fo imita nem copia os materiais ‘que lhe sfo oferecidos pelo exterior, mas os assimila transformando-os em sua prépria sul tancia, em tecidos que vivem atimentando de forca e de extens A Sra. Montessori nos diz, explicitamente, que o impulso para 0 movimento é espiritual “que, no comeco, a atividade da crianga & psiquica, nfo motora’”; psiquica, ajuntemos, e sintética. Aquilo que sempre se observa & um petiodo mais ou menos longo de reparagio ¢ de absoreao, no qual experiéncias se acurmulam (muita ‘vez com ésse caréter, notado no pequeno, de repetigio insistente do mesmo exercicio, como para dar, a si mesmo, 2 prova de que 2 coisa é verdadeiromente assisn, que é senbor dela, que a possui

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