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OS ESPERTOS DE ONTEM E DE HOJE

O mundo vem mudando a cada dia que vivemos. Parece o óbvio, mas algumas
pessoas ainda não perceberam as últimas mudanças, em especial numa faceta
da humanidade: a esperteza. Antigamente ou até poucas décadas atrás, o
esperto ou malandro era um cara bem sucedido de uma forma geral.

Quando pequeno, morava lá no bairro do Andaraí, Rio de janeiro, e tive a


oportunidade de conhecer um desses malandros.
Podia ser um marginal, mas só roubava o mínimo do próximo, não por pena, mas
por sabedoria, para mantê-lo próximo para as próximas investidas e como amigo
nos dias de infortúnio.
Aos velhos, reservava tempo, ora para um bom dia, um olá, ou mesmo uma
piada.
Com relação às crianças, aí é que a coisa ficava legal! Era o herói da rua, da
praça e da praia. Jogava uma pelada ou soltava pipa entre uma aventura e outra.
E com as mulheres? O cara virava um panaca quando via a Dona Graça cheia de
graça indo à feira. Casada e muito bem casada com Seu Orlando, o gerente do
Banco Boa Vista (estava com uns papagaios pendurados lá), esse um cara de
sorte, gente muito fina!
Pelos homens do bairro e adjacências era temido, mas respeitado e admirado.
Qualidades? Sim, tinha algumas: sutil, comunicativo, quase sempre alegre e
disposto, bom de cama, rápido no carteado e no gatilho.

É. E os espertos de hoje, como é que são e como é que vão? Fica muito difícil
senão impossível achar algum com as qualidades de outrora. Então, como
qualificá-los? Poderemos começar pelos personagens de algumas cenas
brasileiras. Os dos precatórios por exemplo. Mas não dá nem para a saída. Nem
suas mães (será que têm) gostam deles!. Então vamos aos políticos. Aqui, no Rio
de janeiro, sede do samba e da malandragem, um que fale meio arrastado (tipo
governador). Qualidades? Só talvez um certo gosto por açúcar destilado o
colocaria no páreo mas não passaria pelo teste de caminhar sozinho pela área
da Lapa.

Mas alguém poderia dizer, eles estão aí, nas ruas, nos bancos, nos jornais, nas
televisões, nos palácios, roubando e enganando o povo para continuar se
divertindo em Miami, em Angra, com seus BMW, iates, jatinhos, chafarizes,
flamingos cor-de- rosa, mulheres, etc.

Mesmo os seguidores da lei de Gérson do passado superavam em muito os


“espertos” da atualidade. O tirar vantagem em tudo era para os outros, não para
os próximos. Agora não, os caras estão loucos; mentem até para a própria mãe
(se bobear roubam ela também), não tem amigos (sócio e comparsa não pode ter
sentimentos); os filhos, netos e demais parentes são acidentes de percurso. Se
entrarem para a patota deixam de ser parentes pois esses atrapalham os planos.

Não que queira a volta dos espertos, mas a comparação acima é uma maneira,
talvez a única por enquanto, que tenho de reagir.

Diógenes, o grego
17/6/97

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