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ROLAND BARTHES O RUMOR DA LINGUA SOBRE A LEITURA 3 32 ponte de vista, € que Saussure deixou de marcar pasto, de se desnor- tear, ¢ foi eapaz de fundar uma linguistice nova; foi ao decidirem nao jerar os sons senio sob a Gniea pertinéncia do sentido que Trou tram 0 desenvolvimento da fonologia; foi a0 € Jakobson acvitat, desprezando muitas outras considerag ccentenas de contos populares senio situagBes & papéis estéve rentes, em suma, formas, que Propp fundow a analise estrutural da nar- Se pudéssemos pois decidir de uma pertinéncia a partir da qual interrogissemos a leitura, poderiamos esperar desenvolver pouco pouco ume linguistics ov uma semiologia, ou simplesmente (para nfo nos embaragarmas com ra, da anagnosia, da anagi Infelizmente, a leitura ainda no encontrou o seu Propp ou o sew Saussure; essa pertinéncia desejada, imagem de um alivio do cientista, ‘no @ eneontramos —ou pelo menos ainda nao: as antigas pertinéncias ro convém & leitura, ou pelo menos esta excede-as. 1. No campo éa leiturs nao existe pertinéncia de objectos: 0 verbo" Jer, aparentemente muito mais transitive do que o verbo falar, pode set saturado, catalisado por mil complementos directos: em-se textos, imagens, cidades, rostos, gestos, cenas, etc. Estes objectos so to variados que niio é possivel unificé-los sob nenhuma categoria substan- I, apenas é possivel encontrar-Ihes uma unidade © objecto que penas pela minha intengso de ler: € simplesmente: a ler iomenologia, ndo a uma semiologia. 2. No campo da leitura —o que ¢ mais grave— também de iio é possivel descrever niveis de leitura, porque 10 é possivel fechar a lista desses niveis. E certo que existe uma orige dda leiture gréfica: € a aprendizagem das letras, das palavras cscritas: mas, por um lado, existem leituras sem aprendizagem (as imagens) — pelo menos sem aprendizagem técnica, sendo cultural —, e, por outro, uma vez adguirida essa sechn®, nio sabemos onde deter a profundidade © a dispersio da leitura: na captura de um sentido? Que sentido? Deno- tado? Conotado? Trata-se de artefactos que diria dticos, visto que o ido denotado tende a passar pelo sentido simples, verdadciro, © a fundar uma lei (quantos homens ndo morceram por wm sentido, 80 asso que a conotacio permite (é a sua vantagem moral) estabelec: n di ido miiltiplo e libertar a leitura: mas ate onde? Até nito: no existe obrigngso estrutural de fechar a leitura: tanto osso fazer recuar até ao infinito os limites do legivel, decidir que tudo Eno fim de contas legivel (por mi invés, decidir que no fundo de todo o texto, sida concebido, existe, permanece u pode ser delimitado, verificado no seu estadio inaugur se torna sem fundo, sem regras, sem graus e sem termo, Esta difieuldade para encontrar uma pertinéncia a partir da qual se fundasse uma Anilise coerente da leitura, poderiamos pensar que somos responsiveis por ela, por falta de génio. Mas podemos igualmente supor a leitura: algo, estatu- viria perturbar a anilise dos objectos ¢ dos niveis de leitura, pondo assim em xeque nao sé toda a demanda de uma pertinéncia na LO. saber-ler Analise da icitura, mas talvez também 0 préprio coneeite de pertinéncia parece estar em vias de acontecer a mesma aventura a lin a narra Esse algo, ereio poder nomes-lo (de resto, de 0 Descjo. E porque todo Desejo (ou pela Repulsa) que a Anagnosol vel —ou, em qualquer caso, que tem possi izar onde 4 nfo esperamos, ou pelo menos no exactamente onde a esperamos: por tradiclo —recente— esperamo-la do lado da estrutura, e sem davida que temos razio, em parte: toda a leitura se passa no interior de uma estrutura (nem que seja miltipla, aberta), e nfo na espago pre tensamente livre de uma pretensa espontancidade: nfo hé leitura «natu- selvagemm: a leitura no excede a esteutura; submete-se-Ihe: preci , Tespeliana; mas perver-te-a. A leitura seria o gesto do corpo (pois € claro que lemos com o corpo) que, com um mesmo movimento, funda € perverte a sua ordem: um suplemento interior de perversio. gulstica um modo ban 2. Recaleamento Nao é propriamente acerea dos avatares do desejo de ler que me lerrogo; nomeadamente, nfo sou capaz de responder a esta questio invitante: porque € que os franceses de hoje nio desejam ler? Parque & 'e, 40 que parece, cinquenta por cento deles no Ieem? O que pode eter-nos por um momento é a marca de desejo —ou de nio-desejo — que existe no interior de uma leitura, supondo que o quercr-ler jd tenha sido assumido. E, em primeiro lugar, os recaleamentos de leitura, Vém- ~me & ideia dois © primeiro resulta de todas as obrigagdes, sociais ou interiorizadas or mil correias de transmissfo, que fazem da leitura um dever, em que € 0 préprio acto de ler que é determinado por uma lei: 0 acto de ler ‘ou, melhor ainda, se assim podemos dizer, o acto de ser lido, a marca guase ritual de uma iniciagdo. Nao falo pois das leituras winst taiso, que so necessérias & aguisigao de um saber, de uma segundo as quais 0 acto de ler desaparece sob 0 acto de aprender: das Ieituras clivreso, que no entanto precisam de ter sido feitas: & preciso ter lido (A Princesa de Cleves, O Anti-Edipo). De onde vem a ei? De diversas ins cada uma des quais fundada em valores, em ideolor sia: para o militante de vanguarda, € preciso rer lida Batail Durante muito tempo, quando a leitura era estritamente elitista, havi deveres de leitura universal; suponho que o desmoronamento dos valo- res humanistas pés termo a esses deveres de leitura: foram substituidos or deveres particulares, ligados ao «papel» que o sujeito se reconhece ha sociedade de hoje: a lei de leitura ja nfo vem de uma eternidade de cultura, mas de uma instincia estranha, ou pelo menos ainda enigmi- ‘ica, situada na fronteira da Histéria e da Moda. O que quero dizer @ gue ha leis de grupo, micro-leis, de que € preciso ter o ireito de nos bertarmos. Ou ainda: a liberdade de leitura, seja qual for 0 prego que tenhamos de pagar por ela, € também a liberdade de nko let. Quem sabe se certas coisas nfo se transformariam, quem sabe se certas coisas importantes nio aconteceriam (no trabalho, na histéria do su t6rico) nfo apenas por e 33 34 Ou ainda: na tura, o Deseja ndo pode ser destigado, por mui isso custe as instituigdes, da sua prépria negatividade Um segundo recaleamento, talvez seja 0 da Biblioteca, Nao se trata, € claro, de contestar a instituigao bibliotecdria nem de nos desinteres: sarmos do sew desenvolvimento necessivio; trate-se, mera e simples- » de reconhecer a marca de recalcamento que existe nesse trago fundamental e inevitivel da Biblioteca pitblica (ou simplesmente coleo. a): @ sua artficlalidade. A artifitiaiidade ndo é em si uma via de reealeamento (a Netureza néo tem nada de particularmente libertador), 8 antficiaidade da Biblioteca pde em xeque o Desejo de ler, ¢ por 1as razdes, 1. Por estatuto, seja qual for a sua dimensio, a Biblioteca é in nita, na medida em que ela estd sempre (por muito bem concebida que além da procura: tendencialmente, 0 livro desejado fst, a0 passo que nos € proposto um outro livro: a Biblioteca € 0 espago dos substitutos de desejo; perante a aventura do ler, cla € 0 real, por chamar 0 Desejo i ordem; sempre demasiado grande edema. siado pequena, ela & fundamentalmente inadequada ao Desejo: para Uirar prazor, satisfaglo, fruigdo de uma Biblioteca, o sujeito tem de renunciar & efusio do seu Imaginario; deve ter feito 0 seu Edipo esse Edipo que tem de ser feito, nfo apenas aos quatro anos, mas em cada dia da nossa vida em que desejamos. Aqui, a lei, a castragdo & 2 propria profusto dos livros, A Biblioteca € um espago que se visita, mas que se nfo habita, Deverfamos ter na nossa lingua, todavia, diz-se, bem feita, duas palavras diferentes: uma para o livro de Biblioteca, outra para 6 livro-em-casa (utilizemos os hifens, é um sintagma auténomo que tem por referente im objecto especifico); uma para o livro erequisitador — o mais das vezes através de uma mediagio burocritica ou magistral —, outra para © livro capturado, arrebetado, atrafdo, retirado, como se fosse jd um feitigo; uma pare o livro-objecto de uma divida (ha que devolvé-lo), 2 ‘outta para o livro-objecto de um desejo ou de uma necessidade imediata (sem mediacio). 0 expago caseiro (e no piblico) retira ao livro qual- quer fungdo de parecer social, cultural, institucional (excepto no caso dos cosy-corners carregados de livros-dejectos). E certo que o ~easa nfo é um pedago de desejo totalmente puro: passou (em geral) por uma mediacdo que nada tem de particularmente limpo: o dinheiro, foi preciso compri-lo, portanto, ne comprar os outros; mas, sendo as coisas como so, o.dinheiro é ele préprio uma libertayao 0 que a wstituigio no €: comprar pode ser libertador, pedir emprestado nao @ € certamente: na vtopia fourierista, os livros nfo valem quase nada, mas assam ainda assim pela mediagdo de alguns tostdes: so cobertos por uma Despesa © a partir dal o Desejo funciona: algo é desbloqueado, que 3. Desejo Que ha de desejo na leitura? O Desejo no pode ser nomeado, nem sequer (a0 contrério do Pedido) dito, No entanto, ndo hi duvida de que existe um erotismo da leitura (na leitura, o desejo esta ali com 0 seu objecto, o que é a definigio do erotismo). Deste erotismo da leitura, talver no exista apélogo mais puro do que aquele episédio de A Prot cura do Tempo Perdido em gue Proust nos most fechando-se na casa de banho de Combray para ler (pars nio ver solver 42.26 a quem dizem, por brincadeira, que o marido vai beber cognac.) «Subia ao topo da casa para solugar, a uma divisiozinha ao lado Ga sala de estudo, sob o telhado, que cheirava a iris, e que também era Perfumada por um céssis selvagem que brotara, li fora, entre 2s pedras da muralha, passando um ramo florido pela janet nada a um uso mais especial e mais vulgar, aquel via durante 0 dia até ao torreko de Roussainville durante muito tempo de refgio, sem duivida por ser a tinica que me ¢ra permitido fechar & chave, para todas aquelas minhas ocupagdes que Feclamavam uma invioldvel solidi: a Ietura, o devaneio, as légrimas ¢ A leitura desejante aparece assim marcada por dois tragos funda- dores. Ao fechar-se para ler, ao fazer da leitura um estado absolutes mente separado, clandestino, no qual 0 mundo inteiro é abolido, 0 letter © lente — identifiea-se com dois outros sujeitos humans —— para dizer 8 verdade bem préximos um do outro— cujo estado requer igualmente separagio violenta: o sujeito amoroso e 0 sujeito mistica: Teresa de Avila fazia nomeadamente da leitura o substituto da oragio mental € 9 sujeito amoroso, como se sabe, ¢ marcado por uma retracgao da realidade, desinveste-se do mundo exterior. isto confirma bem que o ‘© inteiramente deportada sob o registo do foda a sua economia de prazer consiste em cuidar da sua livro (isto €, com a Imagem), fechando-se a sés com colado a ele, de nariz emt cima dele, se ouso dizer, como a erianga colada & Mic € 0 Amoroso suspenso do rosto amado. A cusa de banko Perlumada de iris € o proprio fechamento do Espelho, onde se produ @ coalescéncia paradislaca do sujeito e da Imagem — do ndo trago pelo qual se const 1ogdes do corpo esto presentes, mescladas, enrola- das: 0 fascinio, a vacdncia, a dor, a voldpin; a letura produz um corpo perturbado, mas ndo fragmentado (sem 0 que a leitura nio se ligaria ‘40 Imaginério). Todavia, algo de mais enigmético se di a ler. a ‘gten Pretar, no episédio proustiano; a leitura —a volipia de ler —- elago com a analidade; uma mesma metonimia encadearia a excremento © como vimos— o dinheiro, E agora —sem abandonarmos a casa de banho de k Guestiio: existem diferentes prazeres de leitura? Existird uma tipolo, ossivel desses prazeres? Parece-me existirem, em todo 0 caso ¢ pelo tenos, trés tipos do prazer de ler ou, para ser mais preciso, trés ving Pelas quais a Imagem de leitura pode capturar o sujeito lente, Segundo ® primeiro modo, o leitor tem, com 0 texto lido, uma relagao feitcista, Sente prazer com as palavras, com certas palavras, com cerlos de palavras; desenham-se no texto praits, sujeito se abisma, se perde: tratar-se-ia 0 de 08 pottica; para disfrutar deste prazer, serd neces uma longa cul- * Pacis, Gallimard, ot de fa Plsingen, 35 36 tura de linguagem? Nao é certo: mesmo a ti to jover, 10 momento do balbucio, conhece 0 erotismo da palavra, pritica oral © sonora oferecida & pulsio. De acordo com 0 segundo modo, oposto 80 primeiro, o leitor é de alguma maneira puxado para a frente 20 longo do livro, por uma forga que esta sempre mais ou menos disfargada, da ‘ordem do suspense: o livro & abolido pouco 2 pouco, ¢ é nessa us impaciente, arrebatn palmente do prazer metor © proprio saber, ou a idci movimento de suspense; &, eo de toda a nafrativa, sem esquecer que podem ser contados, submetidos a um 1 que este prazer esté visivelmente ligado podemos supor que tenhe algo a ver com a escuta da cena origindria; quero surpreender, nfo posso esperar mais: pura imagem da fruigio, lima vez que nao é da ordem da satisfagdo; seria de resto preciso inter~ rogar, inversamente, os, bloqueios, as repulsas de leitura: porque & que no continuamos um livro? Porque # que Bouvard, ao decidir interes- sarse pela Filosofia da Histéria, nfo pode sacabar o célebre Discurso de Bossuetw?” Seri culpa de Bouvard ou de Bossuet? Existirfo meca- hiismos universais de atraegio? Existiré uma lagica erética da Narrativa? ‘A Andlise estrutural da narrativa deveria abordar aqui 0 problema do Prazer: parece-me que a partir de agora tem meios para isso, Enfim, existe uma lerceira aventura da leitura (chamo aventura a0 modo como 0 prazer vem a0 leitor): &, se se pode dizer, a da Escrita; a leitura € ‘condutora do Desejo de eserever (Lemos agora a certeza que existe uma fruigao da escrita, embora seja ainda muito enigmética); nio &, de mode algum, desejarmos forcasamente escrever come o autor cuja leitura nos ngrada: o que desejamos & simplesmente 0 desejo que o scripior teve de bserever, ou ainda: desejamos © desejo que © autor teve do leitor quando eserevia, desejamos 0 ama-me presente em toda a escrita. Foi o que disse muito claramente o escritor Roger Laporte: «Uma pura leitura {gue ndo apele a uma outra escrita & para mim algo de incompreensivel. A leitura de Proust, de Blanchot, de Kafka, de Artaud nfo me dew vontade de escrever sobre estes autores (nem sequer, acreseent les), mas sim de eserever.» Nesta perspectiva, a | mente uma produgio: nio ji de imagens interiores, de projecgées, de fantasmas, mas, ido) € trans- cengendra, ie prazer de produgto ‘ado apenas aos escritores virtuais? Tudo, na nossa sociedade, sociedade de consumo, ¢ nie de producdo, sociedade do ler, do ver ¢ do ouvir, © ino sociedade do escrever, do olhar e do escutar, tudo esta feito para bbloquear a resposta: os amadores de escrita esto dispersos, cl nos, esmagados por mil obrigagBes, mesmo intetiores Trata-se de um problema de civilizagio: mas, para mim, @ mit wieglo profunda ¢ constante € que nunca serd possivel libertar a li tura se, num mesmo movimento, ndo 5. Gallimard, «Bibl de la 4. Sujeito Discutiram-se muito, ¢ muito antes do advento da Analise estrutu= ral, os diferentes pontos de vista em que um autor se pode colocar para contar uma histéria —ou simplesmente enunciar um texto, maneira de ligar o leitor a uma teoria da Narrativa, on mais simples lo como ocupando ele proprio ui dito de outro modo, tratar ie prvilegiads) da ieeto e/ou do Texto” A demonstragto Toi Feita'em relasdo 4 tagétia greg: o leitor ¢ ease personagem gu est! em cena (nem que sia siandestinament) que ti cada um dos pateciron do jo oWve, a sun sca pls), Dito de outro modo, o lugar espe fio do letor &o paragrama, tl como obeeeou Saussure (nfo te set ti, o ientista, enlouquceer por ser enlo somenteeplenamente Teter) wentar sentides imprové nfo por «delirar, mas por perceber a mull simultinea dos sentidos, dos pontos de vista, das es espago desdobrado fora das leis que proserevem a contradigio (0 \exto» & a propria postulagio desse espaco), Esta imaginaedo de um leitor total — quer d plo, paragramatico—, talver a sua utilidade seja a de permitir entrever aquilo a que poderiamos chamar 0 Paradoxo do leitor: admite-se geralmente que ler € descodificar: letras, palavras, sentidos, estruturas, © que € incontestiv. jeagdes, Visto que & leitura & por dire jrar © mecanismo de seguranga do dlifiea, super-codifica: nao decifra, produz, amontoa linguagens, deixa-se infinita ¢ incansavelmente atravessar por elas: & essa travessie. Ora esta é a prépria situacdo do sujcio humano, pelo menos tal mnaliticn se esforea por o compreender: um desapossado de toda a unidade, perdido no duplo descor neonsciente © da sua ideologia, apoiando-se apenas num earrocel de linguagens. Quero dizer com isto que o Ieitor & o sujeito por intciro, que 0 campo da leitura é 0 da subj (no seni que esta velha palavea ideslista pode ter a partir de agora) ura procede de um sujeito, ¢ nfo se separa dele sendo por uns protocolos cos, para além dos quais depressa 0 sujeito se descobre ndividual: ow dese} estrutura prépri sa, ou pa ou sua estrutura his Lrica: alienado pela ideologia, por rotinas de eédigos. Isto destina-se a indiear que no se pode razoavelmente esperar uma Cigncia da leitura, uma Semiologia da leitura, sem conceber que um dia seja possivel —contradigio nos term: iia do Ines- gotamento, do Deslocamenmto infinito: @ Ie energia, essa acco que vai captar neste texto, a7 38 aqullo aque nose deixaesgotar plas categorias da Potions 2 letra seria em summa a hemorragia permanente. pela qual & stra ‘Stpacente eutlmente descr pela Anise eatrutwral-— se desmoro- tara, se abi, se perderia,conforine assim com todo o sistem Togico Que em iliima andlie nada pode Techar —deixando intacto aqh due dovemos jastamente chacrar © movimento do suelo da hitérit 2 eitura estan onde esrutura erde 0 Nore Escrito para a Writing Conference de Luchon, 1975, * Oswald Ducrot © Tzvetan Todorov, Dictionnaire encyclop sciences du lange, Pass, Ed. du Seu, cl. Points, 1972, p. 107, EM ANEXO REFLEXOES SOBRE UM MANUAL Gostaria de apresentar algumas observagses improvisadas, simples mesmo simplistas, que me foram sugeridas pela letura ov a releitura recente de um manual de historia da literatura francesa, Ao reler ou 20 Jer esse manual, que se parecia muito com os que conheci quando eu préprio era estudante licen, fiz esta pergunta: seré que literatura pode fer para nés alguma coisa para além de uma recordagio de inféncia? Quero dizer: o que é que continua, o que é que persiste, o que € que fala da literatura aps lceu? Se nos ativéssemos a um inventério objectivo, responderiamos que © que continua da literatura na vida adulta & um pouco de palavras cruzadas, jogos televisivos, cartazes de centendrios de nascimento ou de morte de escritores, alguns titlos de livros de bolso, algumas alusdes cxiticas no jornal, que lemos por razées totalmente diferentes, para nele encontrarmos tudo menos essas alusdes & literatura, Isto tem muito a nds, franceses, sempre termos sido habituados st6ria da literatura. A histria da Hiteratura & colar, que $6 existe precisamente pelo sew a que o titulo destas jornadas, 0 Ensino da literatura, para mim quase tnutol6gico. A literatura é aquilo que se ensina, ponto final. E um objecto de ensino. Concordario comigo se disser que, pelo menos em Franga, no produzimos nenhuma grande de tipo hegeliano, sobre a historia da nossa literatura, Se essa literatura francesa € uma recordagio de infincia —é como tal que a tomo— gos tarin de ver —e isso serd objesto de um inventério muito reduzido muito banal— de que componentes & feita esta, reeordagdo. Esta recordagdo € feita, em primeizo lugar, de alguns abjectos que se repetem, que retornam constantemente, a que quase podcriamos hamar monemas da lingua metalinguistica ou da lingua da historia da leratura; esses abjectos sfo, € elaro, os autores, as escolns, 0s movi- ‘mentos, os géneros © os séculos, E em seguida, sobre estes objectos, hi um certo numero, als de facto muito reduzido, de tragos ou de predi- cados que vém fixarse e, evidentemente, combinar-se, Se kssemos 0s ‘manuais de historia da literatura, nfo teriamos qualquer difeuldade em desenhar desses tragos a paradigmatica, a lista oposicional, a estrutura elementar, pois estes tragos sio pouco numerosos e parecem-me obede- cer perfeitamente a uma espécie de esteutura por pares oposicions 39

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