Sei sulla pagina 1di 9
ac iam da Brasil maul X8 I Cates ul, ©1995, igbes Cosmos © Cooperativa Penélope Conpegioe Bdigies Crs esi Gasen Meio Ros ogi: Andepal (Yost Ves) Tes Tppata Gena Vise) Ire de 1998 pt egal 4915207 Is N97 TR 130000728081 76.6 Aas fas Anca 2s fin ing Lie 26 90 F ASL Tededone P88EA0 Fee 79697 1 Urs Chena onda Faron, TT = PRL aboa SerignsCometii Ae, jig ins 7 Dt P SDL show Teste 5510 Fae T9697 18 PENELOPE FAZER E DESFAZER A HISTORIA Publicagdo quadtimestial Direcor: Nuwinio Manuel Mespanba Reseed Klvavo Bemeia da Siva (re-usL); Amélia Aguiar Andale (Fst Costa Pinto (crike-1scr}; Anténio Manuel Hespanha (ies Resnardo Vasconcedos ¢ Sousa (Fest-in}; Caos Fabio (F1.); Femando Rosas (sist. Hk. Fonasees , Jusé Manuel Sobral (es) Luis Kaus (restrurst); Life Ramaliusa Guetre Mafalda Suares da Cunha (uF Maria Alexandre Lousada (#11): Nuno Gongala Monteizo (ics); Nuno Severiano Teixeira (uel Roi Ramos (is); Valentin Alexandre ‘e9 Vitor Sento (FLUC). Secretitia: Dulee Y; Ancsinin Prnpriedade do nko: Cooperativa Penélope, Fazer © Desfazer a Uistinia Subidias a Redagao: JNICT Solve as wo de agresentag ds textes, fp. 20 A. APRIGA NO IMAGINARIO POLETICO PORTUGUES (SECULOS XIX-XX¥ Valentin Alexandre sce CiBacae Soine da Unveil de Leo tio colonial nos séculos XIX € XX tem sido marcida, nas duas tkimas décadas, por uma reaego contra a teoria do impetialisimo nio eeonimico, até entio dominante por influ€ncia sobretudo do livto de R. J. Hammond Portyga! in Afrioa 1875-1910, que estabeleceu um padi de interpretagio muita espalhada e niuito duradouro do colonialism portugués: © que 0 filiaya, mio em razdes econdmicas, nesta perspectiva inexistentes ou de pouco peso, mas num comportamento de tipo nostilgico € sertimental, que viveria do passado, sonliando com a restauragio do prestigio perdido, Refutanco esta tese, vitios autores tém vindo a estabelecer pracientemente o mapa dos interesses econdmicos portugueses ligados as coldnias © a medir © sew grau de influéncia na politica dos governos de Lisboa. \ tais tabalhos eabe pelo menos o mérito de demonstrareny que aspecto da realidacle que nfo pode descurar-se — abalando defi- anente a teoria do «colonialismo de prestigioe, nos termos em que Hammond a fornutiva, Mas parece evidente qite a simples constatagio de AM historiografia sobre a q tais interesses no pesmite coneluir de imediato que eles sio «a forga motriz subjacente 3 expansio imperialisia, como pretence Clarence-Smith na sua sintese 0 Terecivo Império Portmguis. «Val ideia, — escrevi na recensio que dediquei so livto,~s6 poderia ser eventualmente accite depois de supesados todos os Factores, de estudladas as condigiies em quie surge ¢ se desenvolve 0 projecto colonial para Attica, nas su relagies, nfo ap jguuesn no sem Klos! ving verses © nas suas diversas Fases mas também com a polities i$ com a econo + Gyexéaca profi no ito do semindrio Ingo do Impia,ese razon de 1822 de Jato nde 19 no mst da Ausbida 0 Pendle: O imaginsio do Impésio. Seguindo a via assim tragada, 0 primeiro ponto que chama a atengao & 0 peso que 4 questo colonial assume na histéria portuguesa dos dlkimos dois séculos ~ mais evidente em épocas de crise como o da partitha de Africa (entre varias outras), mas também muito clara nas fases de acalmia, estando sempre presente, niio apenas num ou outro autor, neste ou naqucle texto, mas no conjunto da argumentagio politica, pela relagio estreita que mantém com 0 problema central da identidade ¢ da propria sobrevivéncia do pais. Por isso mesmo, todas as correntes do nacionalismo portugués se defrontam, cde uma forma ou de outta, com a opeo ultramarina. Nesta perspeetiva, o projecto colonial inredutivel ao simples jogo dos ceresses econdmicos ~ embora também the ndo seja por intcire alhcio, into a tese do «imperialismo econémico» como a do «colonialismo de restigion parecem prejudicadas, como o estard também qualquer outra explicagio de natureza monocasual que se pretenda sobrepor a um fendmeno tio complexo como a expansio imperial em Africa. Por isso mesmo, tentando cevitar interpretagies reducoras, recorremos na nossa andlise no ao conccito de idcologia (que remete para um conjunto estruturado de noes com um certo grat de coeréncia interna), mas a0 de mito, entendido como modo de apreender a realidade no seu todo, de a pensar e de a sentir, integrando Factores econdmicos € no econémicos e, em qualquer deles, tanto os aspec- tos racionais como os iracionais Dois desses mitos terfo tido um papel central coma sustenticulos do projecto colonial. O primeiro deles ~ a que chamaremos 0 «inito do Eldo- rado» ~ tem como pano de fundo a erenga inabativel na riqueza das colénias de Africa, na sua extrema fertilidade, nos tesoutos das suas minas por cexplorar. Dominante logo nos primeiros anos do liberalismo, ap6s 1834, 0 tema aparece-nos entdo em dezenas de artigos, nos periddicos de todas as facgies politicas, servindo de base & defesa do projecto colonial como via privilegiada para a regeneragio da nagdo, compensando a perda do Brasil Sob formas menos primérias, mais elaboradas ~ voltadas para um Eldorado longinquo, no qual se cumpriria 0 destino da nagdo, que recuperaria final- mente o estatuto de grande poténcia -, 0 mito persiste ao longo de todo 0 império, ganhando um carécter estrutural. {Um segundo tema ideolégico ~ que designaremos pelo «mito da heran- sa sagrada» ~ v8 na conservagio de toda e qualquer parcela do ter ultramarino um imperativo histrio, tomando os dominios sobretudo como testemunhos da grandeza dos feitos da nagto, que nil os poderia perder sem se perder. Geralmente latente, 0 tema vem & superficie sempre que se configuram casos de perigo e de iminéncia de perda, real ou suposta, de Alexandre: Africa, séalos ni 4 ‘qualquer das possesses ou de zonas sobre que se reivindicava a soberania portuguesa, contribuindo para afastar a tentagio de abandono, no sé da via colonial em si, mas também de cada um dos territérios em particular, por mais dificil que se afigurasse a sua exploragio ¢ conservacio, ‘Também 0 «mito da heranga sagrada» tem um caréeter permanente, estrutural, que the resulta da sua estreita relaglo com dois elementos de fundo do nacionalismo portugues: a conscincia, sempre presente nas elites politicas, da vulnerabilidade de Portugal (que as torna especialmente sensi- veis as ameagas externas); e sobretudo a ideia, muitas vezes expressa, de que a propria sobrevivencia da nagio dependia da existéncia do império, como contraponto necessirio 2 forga de atracgio da Espanha no conjunto da Peninsula tbérica. Ligado, como vemos, a uma determinada imagem do pais, 0 projecto colonial implica igualmente uma cerca visto dos povos a ele submetidas (no nosso caso, sobretudo da Africa e dos Africanos), visio de sujeito a objecto, ‘marcada do mesmo modo pelo nacionalismo, que toma modalidades e aspec- tos diversos consoante as conjunturas, fluruando entre 0 etnocentti formas mais ou menos explictas de racismo, Durante uma longa primeira fase, que dura até aos anos 70 do século XIX, imagem das sociedades afticanas € profundamente influenciada pela idcologia esclavagista de Antigo Regime ~ uma ideofogia que repousava, em primeiro luger, na negagdo de qualquer vida cultural (ou mesmo, nas formulas tmais radicais, de qualquer trago de humanidade) as sociedades do interior da Africa - esse sertio «sepultado na barbie», onde «nem a luz da religido nem a da civilizagio» penetrava, onde era studo escravo dos chefes e das paixces selvagens»; essa epopulacio selvagems, em «estado de grande embruteci- mento», que nfo conhecia «nenhum dever socials, nem o «sentimento do amor & familias ou o «amor do préximos. Libertando alguns negros deste «mundo primitivos, a compra de eseravos no interior ~0 «tesgate», na velha terminologia colonial, que continuava a aplicar-se ~ teria de ver-se, ao fim e ao cabo, como um acto humanititio, permitindo salvar a vida aos prisioneitos de guerra, os criminosos, sujeitos 3 tortura eA morte nas suas sociedades de origem, e submetendo-os 2 influéncia benéfica da civilizacio, outro dos grandes temas de ideologia esclavagista estava na natureza que atribuia ao negro em si ~ pintando-o como ser «essencialmente indo- lente», «intciramente bogal», dado.a embriaguer.e a0 roubo, dotado de uma e de as chamar a civilizagio". Mas jf In diferencas conceptuais importantes quando se passa ¥ natu- reza do atraso afficano, Para Atriindo Monteiro, essa situacto & estrutural estamos perante ragas inferiores, parte delas destinadas a desaparecer, por cinsusceptivels de aperfeigoamento», outras ~ as «capares de compreende- vein a beleza de uma disciptina e de a ela se sujeitarem> ~ que Ficariar, para povoar a selva, dando a Pitria trabathadores agricolas ¢ soldados que ‘em Africa Ihe so precivsose". Por seu lado, Norton recusa a situacio de inferioridade permanente a que assim se votariam os negios, remetidos aos trahalhios manuais sob a direcgao dos brancos: na sua perspectiva, as duas ragas deveriam desenvolver-se separadamente, em paralelo € sem se ertza- ‘ei, até a0 dia longfnquuo ~ dai a séculos ~ em que seria possfvel operar-se a sua Fuso!" F clara a filiagio das concepgdes de Norton de Matos na corrente do pensamento liberal ¢ humanitéro oitocentista, marcadamente etnocéntrico, tenquanto Anminds Monteira estt mais préximo da idealogia de carizracista tune se impusera em finais do século XIX (sem, contude, a desposar por Alexandre: Ajriza, ees 0x ” completo). Mas as diferéngas entre os dois pontos de vista esbatem-se de novo, quando passam das teotizagées gerais sobre a finalidade altima da colonizagio ~ ou seja, do plano mitico ~ para a consideragio das politicas ‘concretas a seguir de imediato: neste caso, o que ressalta é sobretudo a idea ‘comum danecessidade de um dominio férteo por parte da Estado portugues, secundado por uma politica indigena de teor patemnalista. Quer isto dizer {que os lagos entre o plano mitico e o da reatidade so dos mais ténues; € que (0 «mito do Eldorado», que serve de mito motor da acgio na metrépole (contibuindo para eviar a «mistica» imperial), nfo passa, quanto 2 situaglo colonial, de um simples mito de justticagio ideolégica Tanto estas fungies como a pr6pria formutacae dos mitos se alteram no perfodo posterior & Segunda Guerra Mundial ~ uma época em que 0 império conhece transformagdes importantes, que vao do atranque econdmico de Angola © Mogambique (relativo, mas real) ao aumento da emigragio para Africa © A guerra colonial, Apesar de tudo, numa primeira fase o principal impniso & mutagio ideolégica vem do exterior, pela via das pressdes inter- nacionais no sentido da descolonizagio: para se Thes contrapor, o regime do Estado Novo vai enseredar pelo eaminho da assimilagto, sanclo s eoldnias 0 estatuto de provincias ultramarinas, solidérias entre si e com a metrépole como «parte integrante do Pstado portugues» (nas palavras da re tucional de 1951). No plano juridico-instiucional, esta viragem em pouco mais se traduzia do que em modificagées terminolégicas. Mantém-se, nomeadamente, 0 Extatuo do Indigena, que retisava a cidadania 2 esmagadora maioria da po- prulagio negra, $6 em 1961 ele ser abolid, jf no contexto da guerta colonials mas mesmo entio nio desaparecem os efeitos de uma perspectiva dife- renciadora: como Silva Cunha reconhecess mais tarde, ainda nas eleigGes le 1973 se adoptou no Utramar um «crtério selectivor no tecenseamente, no se inscrevendo seno os que haviam assimilado inteirameme as nossas ces politicas™ ido alii, que a consagragio constitucion ut fortes resisténcias no interior do_pr6p io consti- regime, bem expresses desde logo no parecer da Cmara Corporativa sobre o projecto de revisio" [Nos anos seguintes, sio miltiplos os indicios da persisténcia dla eorrente de teor racista dominante na primeira metade do século. B, assim possivel, em plena década de 50, vermos reaparecer nas palavras de Marcello Caetano 0s velhos esterestipos dos negros como dissipadores, imprevidentes ¢ bébados"”, ue habitos milenarmente estagnadose", naturalmente votados a servi como elementos produtores enquadrados ou a enguadrar numa economia 8 Pendope: 0 imaginssio do Impésio sltigida pelos brancos»", por razGes que tinham a ver com a sua inferiri- dale racial, historieamente comprovada: «Os pretos em Africa tém de ser disigidos ¢ enquadrados por europeus mas sto indi estes (..), Pode num caso ou noutto uma familia europeia prescindir do tabalho dos indigenas: em conjunto, a economia africana no pode passar sem ele. Por outro lado os Africanos néo souberam valorizar suzinhos os teritérios que habitam hé milénios, no se thes deve nenhurna invenglo tl, nenhuma deseoberta técnica aproveitavel, nenhuna conquista ‘que conte na evolugio da Humanidade, nada que se parega ao esforco desenvalvido nos dominios da Cultura € da ‘Técnica pelos curupeus ou mesmo pelos asiticos»”, A mesma ideia do vazio cultural africano surge em vérios outros textos de altas personagens do regime: a comegar pelos do prsprio Oliveira Salazay, pra quem o colonialismo tudo ders 2 Africa: a paz, 0 convivio das popula- ‘es, 0 crescimento demogrifico, a descoberta das riquueras do continente © 1p contacto com a civilizagio cujos segredos thes desvendou ¢ colocou ao ser tlispors™ “Fambém para Amétieo ‘Tomas - que, nfo sendo um tesrico, nos revel dle forma mais eua o pensamento corrente neste dominio = a Affica aio ppassava de tima regiio sem histéra, povoads por «tribos selvagens, que Portugal a muito custo procurara civilizare cristianizae>, Nesta perspectiva, 1 independéncia concedida aos «nativos, quase totalmente imaturos, incul- tos e, em grande parte ainda selvagens», nfo passaria de um retrocesso™ Mas 0 regime abriu também espaco politico a uma teoria mais elaborada, cem defesa da integragio consagrada constitucionalmente ~ 0 luso-tropi tismo. Formulada ji nos anos 30 por Gilberto Freyre ~ ¢ mal recebida entio pelos ideslogos do Estado Novo -,a doutrina trazia como principal novidade 1 dupla valorizagio do contributo dos natives amerindies € da populagio negra para a formagio da civlizagio tropical brasileira, ¢ da capacidade dos Portugueses para se «unirem aos tr6picos» por uma tnido de amor € no de inceresse, baseada sobre a compreensio € a adesio aos valores das culturas ‘que encontravam nas regides do ultramar ~ uma capacidade que se revelaria ‘na Facil assimilagio dos «costumes, estilos de vida ¢ valores nativos», tra- duvindo-se nuina verdadcira «arte em combinar valores civilizados com indigenas». Dat teria resultado a criagio de sociedades harmoniosas do pono de vista racial, marcadas no apenas pela «reciprocidade» nas relagies entre Europeu € no Europeus, mas também pela «interpenetragio amplamente cultural ¢ ivremente bioligiea ~ imune ao terror anglo-saxsnico a respeito do que € apelidado de 'mongrolizagio’, ou seja, a mestigagem™ Nexande: rica, aos x13 ” ‘Acexplicagao para esta enatureza tropicalistar dos Portugueses encontra- © pelo «movimento propulsor de uma doutina religiosa que conscientemente pyretende unir coda a humanidade sob um mesmo simbolo da paz, da justiga edo amore. (© mito da heranga sageada tomava assim um duplo sentido: 0 império cra intocivel nfo somente por representar um legido histérico, mas sobretudo porque eorporizava o espisito de missdo que dava 8 magho a sua razio de sex. or esta forma justficads, a aegao colonial ficava a salvo das eriticas que se Ihe pnlessem fazer a partir de simples critérios terrenos, Mas parece tam- bhém evidente que, colocando-se para além do tempo historico, esta linha idcalogica perdia todo o contacto com a realidade da sitwagio colonial, Longe de sersir de base @ um novo arranque do projecto imperial, o providencialismo cra apenas o sinal a ago Sempre presentes, a0 longo de século e meio, no pensamento politico das elites do Pais, vs mitos do Eldorado ¢ da heranga sagrada constituem ‘elementos estruturais do nacionalismo portugues, comtribuinde de modo ecisiva para a importineia que a questio colonial assumiu na histéria contemporinea de Porcuge! Fi aetuantes, como vimos, na primeira metade de Oitocentos, os mitos provocam de imediato o interesse por Africa, singuarizando Portugal entre fs paises europeus, nesta época sé episodicamente voltades para 0 conti- nent africano, Para a maioria das elites portuguesas, a identidade da nagio, tem como a sti sobrevivéncia, apareciam figadas & conservagio do império ~ perspectiva obviamente sem paralelo no resto da Europa. No tiltimo quareel do século, essa expecificidade esbate-se, nao apenas prolo despertar da vontade de expansio das poténcias em Africa, mas tam- |hém porque a ideologia cotonial se apoia entzo, nos vatios paises envolvidos com mitos idnticos aos que tinham na altura curso em Porttgal: por coda a pate a colonizagio far-se em nome, quer da necessidade de explorar as Tiyucras wcultas do continente afrieano, quer do dever ~ que era também tim diteito ~ de welevary as ragas atrasadas ou inferiores, espalhando os bene- Alexandee: Africa, seulas x 3% si ficios da civilizagio ocidental; por toda a parte, argumentos de teor uni- versalista ~ com base na religio ou na filosofia das luzes ~ exam invocados como coberrara para os projectos nacionais de expansin, Mas subsistem algumas diferengas de grau entre 0 caso portugues © 0s restantes. Em primeiro lugar, @relagio que continuava a estabelecer-se entre a questio colonial € a identidade do Pais ~ 0 que facilitou « provesso de sacralizacio do império, retirando espaco as correntes anticolonialistas, que ‘ém em Portugal uma expresso sempre muito reduzida (salvo nos detradei- ros anos do Estado Novo). Enquanto nos restantes paises coloniais 0 nacio- nalismo se divide em correntes favordveis e desfavoriveis ao projecto de expansio no Ultramar, 0 nacionalismo portugues & com rarissimas excep- Ges, imperialista, ‘A segunda diferenga estaré no peso menor, em Portugal, das correntes coloniais que se prevaleciam do humanismo ¢ do universalismo das luzes ~ suplantadas, no século XIX, pela ideologia esclavagista tradicional ¢, no século XX pelo nacionalismo autoritério e anti-igualicarisa 0 Estado Novo reforga obviamente esta tendéncia. Vai também reforgar outros factores de diferenciagio: a estieita relagio entre Estado, lwreja e aegio colonial (que existe igualmente nouttos paises, mas em muito menor zgrau); e sobretuclo, na sua fase final, o caricter particular ou mesmo tinico que pretendeu dar & colonizagio portuguesa, fundando-a numa aptidio especial o¥ até numa missio conferia pea providencia, ratavarse, como sabemos, de explicar justificar a perenidade do império em época da descolonizagio geral. O propésito politico Frustrou-se Mas 0 tema ideolégico conheceu melhor fortuna: ainda hoje o mito da evoeagio ecuménicar ou da telagio especial com os povos da Ultramar marca fortemente a conseiéncia que a nagdo tem de si propria. I dis Sail 118 (1992, 19, p27 Asexpreses cata lo odas da imprensa da ors . (Broil a Colin Potash, 19H" 1880), p. 262 id. 265 Fuvatdo da Cosa, Rado sobre a Adminisragte Cicit das Noss Paes sriconas, Lisbon, 108, 6 * Bid. 173. id 9. [Non de Mats Proc de Amo, Prt, 1926, 2, Arvind Monte, Ae ron Dctrine de Gnernage Uromaring mo Pviads ue done aot ua Gra Mis, ison 1982 p25, 2 Pendope: O imaginirio do Impétio ti. yp 28.26. Id. sAactoganzago adninsratvn rm ir el colonize praguest, a oli do gaa (ern das Calne oar tad cma BAGC), 1100, Only de 183, pp. 89. © Cit porexempla Noro de Maen, iid yp. 29e 292-35; Armd Monte, ar, p 1. Cf finda Montety, act, pp. 1-17; sina Diteties dara police lamas», in RAGE, 97 fll de 1985, 0.2. Nora de Mats i pp 231-33, Siva Cons 0 Ulemar Nag e628 de Abr, Cit, 1977, 286, hy, Date Svs, “Salsa ea Polities Coons do Esta Novo 0 Acto Colonial, in Salazar eo Soloarisns, Lisboa, 18, pp, 14652 Moret Caetano, Oc Nata na Feo Aficana, Cribs, 195, pp. SL-S2e 138.3, Bid p63 Wid. > Wi Discurso de 13 de bei de 1966 in Olivet Stara, Dia e Nota Plc, va, VI Caimi, 1967p 412 in Tas, thinas Daas de Pon el Lisa, sp. 86-87 € 207 (itera ewe, Le Porters Topps, iba, 196, nomen. 30 (ayo ms Bid p18 © "Transrta po Adriano Mover in atl da Biperog,Lishoa. (2°). 9 1d. pp. 39627 Gin Mio Mtnho, nrc Renal iba, 1980, pp. 70-7

Potrebbero piacerti anche