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O Velho do Restelo
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vitrias. [] Direi [] que a fala do Velho de Restelo pe em causa a expanso e a conquista que so o tema do
canto um canto pico, de exaltao. []
Tem-se visto na fala do Velho do Restelo uma contradio. A palavra no me parece feliz, at porque o Velho,
personagem (embora mtica) do drama histrico, no tem de identificar-se com o sujeito do discurso narrativo e
primeiro narrador. Se contradio existe, no se trata literariamente dum defeito: o episdio vem enriquecer a obra e
dar-lhe grandeza, inculcando-nos o perspetivismo, transmitindo-nos uma superior conscincia da complexidade do
real.
COELHO, Jacinto do Prado, 1983. Cames e Pessoa, Poetas da Utopia.
Mem Martins: Publ. Europa-Amrica
Em boa verdade, tal como surge no poema, a figura do Velho do Restelo e as estncias que lhe esto
associadas em termos de descrio e discurso direto, tanto podem ser lidas como o resultado dialtico de uma das
contradies dOs Lusadas, que consistiria essencialmente na crtica humanista virtude heroica concebida
segundo os cnones renascentistas [], como pode ser vista como o puro encarecimento do esforo de superao
do peito ilustre lusitano que, afinal, triunfar onde soobraram os heris humanos e mticos. []
Significativa [] a projeo do episdio na cultura portuguesa, para alm do seu tempo imediato de receo
e mesmo para alm do poema de que faz parte. Esta projeo tem sido muito mais cvica do que esttica, passando
o Velho a representar, em abstrato, no a prudncia esclarecida mas o temor que tolhe a aventura e o prprio
impulso de mudana.
BERNARDES, Jos Augusto Cardoso, 2005. Velho do Restelo
in Biblos Enciclopdia Verbo das Literaturas de Lngua Portuguesa, vol. 5. Lisboa: Verbo
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