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Um aluno, um projecto
2000 / 2001
Filipa Isabel de Albuquerque, n.º 13 – 2º PA
Disciplina : Psicologia Educacional
2
I - Parte Teórica
DIFERENCIADAS
sistema educativo tem levado a uma ampla reflexão sobre a escola e o processo
o eixo central do sistema escolar. Por outro lado, passado que foi o tempo da
processo vem ainda acentuar essa necessidade de olhar para a escola com um
olhar que a considere como uma organização onde convivem indivíduos muito
diferenciação que se faz pela origem social que está presente na escola e na
estas vão mais longe que a noção de "educação especial", quer nos conceitos em
si, quer na noção de escola, currículo e aprendizagem que pressupõe. Por outro
lado, essa contraposição tem também sentido se tivermos em conta que do ponto
sistema regular. "A educação especial era dirigida a um tipo de alunos possuidores
Especiais, Lisboa, Dinalivro, 1997, p. 9 ). Este desvio a um padrão que era objecto
como que um olhar caridoso em relação a esses alunos que eram portadores
dessas especificidades.
uma única origem dentro do aluno, mas a escola também concorre para essas
deve ser assim vista como um fenómeno complexo, com causas várias; a sua
origem não radica numa congénita deficiência biológica do aluno, mas em diversos
educação diferenciada. Esta não implica um currículo especial, mas uma gestão
ordinárias, "que um dado aluno ou grupo de alunos precisam para favorecer o seu
acesso aos objectivos gerais da educação" (op. cit., pp. 54-55). O que está em
alarga: não são apenas contemplados os casos típicos de educação especial, mas
todos os alunos com atraso escolar causado por razões diversas. Aliás, todos os
alunos, neste sentido, são especiais, pelo que "chegamos a um tipo de situação
uma resposta educativa que, em mais de uma ocasião, será rígida e pouco
turma e que não é satisfatoriamente atingida pelo dispositivo geral previsto para a
cada vez mais personalizado, o que implica que o professor também seja casa
menos um mero consumidor do currículo para passar a ser, cada vez mais, um
Deste modo, a escola que tem em vista a educação da criança com necessidades
acção e modelo curricular. Deve, por isso, ser uma escola aberta, plural e
tolerante, do ponto de vista da sua filosofia e dos seus princípios. Mas deve ser
nas suas diferenças e não normalizadas. Aliás, "normalizar não significa pretender
converter em normal uma pessoa deficiente, mas aceitá-lo tal como é, com as
as suas possibilidades e viver uma vida tão normal quanto possível" (op. cit., p.
29).
põem em risco o sucesso escolar, de tal modo que urge implementar medidas
educativas diferenciadas.
muitas vezes desatentos e sem interessa pelo que se passa na sala de aula e na
levar por diante uma tarefa, perturbando a turma ou estando distraídas, não
seguindo as instruções do professor. Um meio familiar hostil pode estar por detrás
traçada.
esclarecer que situações graves há que levam ao recurso a técnicos, que podem
comportamentais que devem ser atingidos pela turma de forma a poder observar
for substituído por outro socialmente aceite, que pode e/ou deve ser negociado
como aluno em questão. Este aspecto relaciona-se com outro fundamental que é o
claras e precisas, que podem ser facilmente interiorizadas pelo aluno, e que fazem
algo que se joga na sala de aula, não se desviando o problema para as suas
que vão desde os elogios e prémios à irritação e castigos por parte do professor.
sequencializar as tarefas para que a criança tenha um êxito contínuo e seja mais
tarefas. Apesar destes pressupostos, não deve ser posta de parte a punição, no
aprende.
1. Dados de Anamnese:
- O menino não frequentou o ensino pré- escolar, tendo ficado em casa com a
família até à idade de 7 anos.
- Iniciou o 1ª ano do 1º ciclo com 7 anos
- Tendo transitado do 1º para o 2º ano, frequentou o 2º ano com 8 anos.
- Ficou retido no 2º ano, onde se encontra actualmente com 9 anos.
Núcleo familiar:
- Núcleo familiar constituído por pais, avós maternos, 2 tios maternos, uma tia
materna, e dois primos.
Avós :
- Avô - Reformado por invalidez
- 68 anos de idade
- Passa a maior parte do tempo fora da sua casa, estando frequentemente num
café ao fundo da rua.
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- Está em casa normalmente a partir das 9:00 da noite na sala de estar, local que
é o quarto dos avós ( utilizando um sofá cama)
- Avó – Doméstica
- 65 anos de idade
- Passa todo o dia em casa,
- Trata da casa e das refeições na medida em que a sua situação de cegueira lhe
permite.
- Apenas sai de casa para fazer compras numa mercearia perto da sua
residência.
Pais :
- Pai – Desempregado,
- 31 anos de idade
- Actualmente frequenta um programa de ocupação no Centro de Atendimento a
toxico-dependente( C.A.T.) da sua área de residência.
- Mora na residência do aluno estando na maior parte do tempo no seu quarto
de pequenas dimensões.
- Mãe – Desempregada
- 25 anos de idade
- Actualmente frequenta um programa de ocupação no Centro de Atendimento a
toxico-dependente ( C.A.T.) da sua área de residência.
- Mora na residência do aluno estando na maior parte do tempo no seu quarto de
pequenas dimensões.
Tios :
- 2 tios maternos : Desempregados
- 32 anos / 27 anos
- Ambos toxico-dependentes
- Passam a manhã no seu quarto a dormir. De noite voltam a estar em casa
frequentando apenas o quarto e a cozinha.
- O quarto dos Tios é também o quarto do aluno e dos seus primos. As camas dos
primos e do aluno estão separadas da zona dos Tios por uma cortina de pano.
- Tia materna : Estudante Universitária
- 20 anos de idade
Primos :
- 14 anos / 16 anos
- Estudantes
- São filhos do Tio materno mais velho
- Apesar de serem estudantes passam a maior parte do tempo fora da escola e
fora de casa, sendo habitual encontrá-los com um grupo de amigos do bairro.
- À noite partilham a parte do quarto com o aluno.
O familiar com que o aluno mostra uma relação afectiva mais forte é a sua avó
materna. Com quem conversa, sobretudo à hora do jantar. Contudo, esta
relação caracteriza-se por muitos altos e baixos, reflectindo mesmo assim
problemas relacionais graves.
O aluno mostra um total desprezo pela vida dos pais, não se relacionando com
eles. Mostra alguma raiva em relação ao seu pai.
Não se verifica qualquer vontade de aproximação dos pais em relação ao seu
filho.
O aluno demonstra não se apegar a ninguém, sendo-lhe extremamente difícil
expressar os seus sentimentos no seio familiar.
A criança faz a sua vida dentro da casa, mostrando-se um pouco a´ margem da
vida familiar
O aluno reparte o seu quarto com os seus primos, do outro lado do quarto estão
os seus Tios.
Passa a maior parte do tempo em casa a dormir no seu quarto, a pintar as
paredes (com 'sprays grafitis' ) que servem de limite à sua cama ou menos
habitualmente a ver televisão na sala.
Na maior parte do tempo o menino não está em casa, encontrando-se
frequentemente num largo próximo da sua casa na maioria das vezes
frequentado por vizinhos 'marginalizados'.
de ser aceite pelos outros de forma a aceitar os outros, o que lhe transmitem,
seja para aprender, seja para, muito simplesmente, ser um cidadão, detentor
de direitos e deveres.
Comportamentos sociais:
Ser capaz de escutar
Ser capaz de iniciar uma conversa
1.1 Ser capaz de agradecer
1.2 Ser capaz de cumprimentar
1.3 Ser capaz de fazer uma pergunta
1.4 Ser capaz de pedir ajuda
1.5 Ser capaz de participar
1.6 Ser capaz de dar instruções
1.7 Ser capaz de convencer os outros
1.8 Ser capaz de pedir desculpas
1.9 Se capaz de reconhecer o erro
Duração:
Este plano educativo individual está construído para ser levado a cabo
ao longo de um ano lectivo.
No entanto, não poderemos esquecer que a alteração de
comportamentos já intrinsecamente desenvolvidos no aluno, demoram bem
mais que um ano lectivo a modificar. Assim, este projecto deve ser
continuado, ao longo dos anos lectivos do ensino básico até ao 4º ano, pelo
menos.
Todos os agentes devem estar informados da duração deste plano:
pais, familiares, aluno, professores, auxiliares de educação, técnicos
especializados devem estar conscientes que as modificações pretendidas na
atitude do aluno bem como os resultados positivos no desempenho escolar,
só se conseguem com um trabalho contínuo e prolongado. São necessários
pelo menos 3 anos para que se consigam atingir todos os objectivos de um
programa que vise um aluno com dificuldades comportamentais e cognitivas
com origem em perturbações emocionais.
Informação:
Para que o plano possa ser posto em acção é necessário tentar uma
aproximação com a família no sentido de a informar sobre o projecto e de a
motivar para a ajuda ao aluno. A família deverá estar a par das actividades
podendo colaborar de diversas formas, nomeadamente autorizando visitas
de estudo, ajudando o aluno na recolha de material pedido para procurar em
casa etc.
É necessário também, informar todos os agentes escolares desde os
auxiliares de educação à direcção da escola, para que se conjuguem
esforços no sentido de transformar a escola num ambiente aprazível para o
aluno estando todas as pessoas alertadas para os problemas específicos da
criança.
Alterações na sala de aula
Grupo 1 Grupo 2
Zona para leitura
- Imagem 1
Lápis e caneta
Folhas de papel
Fotocópias
Caderno para elaboração de um dicionário pessoal
Tintas e pincéis
Canetas e lápis coloridos
Tintas Sprays Graffitis
Painel em madeira para pintar Graffitis ou parede da escola (se possível)
Diversas Folhas A3 para Pintar ( Expressão plástica)
Plasticina
Adereços variados para dramatizações (roupas velhas, trapos, panos)
Cordas, bolas
Material para jogos ( geralmente podem-se encontrar em casa) latas e
Caricas, frascos etc.
Cestos ou sacos de plástico para transportar materiais variados
Bicicletas para um passeio à mata.
Poderão ser necessários mais materiais que possam surgir de modificações
ou ajustes do plano educativo especial durante a sua aplicação.
A divisão deste plano em etapas não significa que elas não se interliguem. Verificamos
que nalgumas delas o factor tempo é essencial, contudo as actividades propostas na
1ª etapa poderão continuar a acontecer nas 2ª e 3ª etapas, bem como as actividades
propostas na 3ª etapa poderão e deverão ser intercaladas nas actividades da sala de
aula durante a segunda etapa.
Dividimos este plano desta forma, uma vez que podemos acompanhar com esta
divisão a forma como deverão ser introduzidas e postas em prática as regras de
conduta combinadas entre aluno e professor.
I - 1ª Etapa
1. Informação e exemplificação, pelo professor, das respostas
adequadas e troca de ideias sobre o programa aplicado
a) Sugerimos nesta primeira etapa a prática de sessões fora do horário
escolar ( poderá ser na hora após a saída dos alunos, no caso concreto às
16:00h)
b) Estas sessões poderão ter a regularidade que se verifique necessária ao
longo do processo.
c) Nas primeiras duas semanas estas sessões terão uma regularidade de
aproximadamente 3 vezes por semana, podendo aumentar o número de
sessões se verificarmos necessário.
d) A duração destas sessões deverá ser aproximadamente 40 minutos nas
primeiras 2 semanas, aumentando o duração nas semanas seguintes se se
verificar necessário e benéfico para o aluno.
e) Estas sessões iniciais serão realizadas apenas entre o professor e o aluno
f) As primeiras sessões deverão ter a forma de conversas informais sobre os
interesses do aluno, quais as suas ideias sobre a escola, quais os seus
problemas e preocupações, quais os seus sonhos etc.
g) O aluno terá assim um espaço onde poderá ser ouvido, e onde terá a
oportunidade de criar laços de confiança e cumplicidade com o professor.
Este, aumentará o seu conhecimento acerca do aluno em causa.
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II – 2ª Etapa
1. Ensaio de condutas – Reprodução e prática das regras estabelecidas e
respostas adequadas
a) Nesta segunda etapa o aluno estará já em condições de ' ensaiar condutas'
ou seja numa fase onde aluno terá a oportunidade de pôr em prática as
condutas reflectidas com o professor na primeira fase, bem como mostrar
saber utilizar as regras combinadas previamente com o professor.
b) Durante as aulas que se seguem pensamos ser importante ter já a divisão da
sala nos dois Grupos dispostos em U na sala de aula.
c) O aluno será inserido num dos grupos tendo já sido estudado quais os alunos
que melhor se adaptam ao perfil do aluno em questão.
d) Nesta fase o professor poderá fazer uma avaliação efectiva das regras
combinadas previamente e saber de uma forma mais concreta se elas são
III – 3ª Etapa
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1. Modelação de condutas
a) Nesta fase o aluno estará apto a trabalhar com actividades mais concretas
dentro de um grupo.
b) É nesta fase que se aperfeiçoam as condutas do aluno através de diversas
actividades de role playing, jogos de confiança mais elaborados etc.(adiante
mais desenvolvidos)
c) Neste momento o aluno poderá não só aperfeiçoar as respostas adequadas
podendo experimentar-se em situações imaginárias, como poderá também
continuar a praticar e aperfeiçoar as regras combinadas com o professor
d) As regras inicialmente estabelecidas pelo aluno/professor poderão nesta fase
ser substituídas por formas menos discretas podendo já o aluno experimentar
pedir ajuda ao professor de uma forma mais aberta na sala de aula.
e) Esta fase garante já ao aluno uma confiança e cumplicidade trabalhada ao
longo do tempo com o professor, assim o aluno poderá começar atentar
alargar esta confiança aos seus colegas de turma, com quem começa já a
ganhar empatia, afectividade e confiança.
2. Manutenção e Generalização
a) Neste momento serão integradas actividades onde o aluno poderá
demonstrar a prática das ' novas' condutas noutras situações.
b) Poderão continuar a haver sessões fora do horário escolar se se verificar
necessário. Estas sessões funcionarão, neste momento, como um local
especialmente estabelecido onde o aluno terá oportunidade de expor os seus
problemas e de manifestar a um amigo ( professor) os seus desejos,
preocupações etc.
c) A prática das condutas do aluno serão alargadas a situações , como a família,
falar na secretaria com um funcionário, expor os seus pontos de vista num
conflito fora da sala de aula( por exemplo durante o recreio) etc.
Graffitis na Escola
Pensámos como actividade inicial promover uma acção de Graffitis na
escola, uma vez ser esse o maior interesse do aluno. Assim pensamos ser
possível cativar o aluno para as actividades na escola, bem como possibilitar
ao aluno uma melhor integração na sua turma.
Esta actividade/projecto poderá ser iniciada numa 2ª feira para ser
posta em prática na 4ª feira da semana seguinte. Desta forma podemos
realizar diversas actividades sob o tema Graffitis até à realização da sessão
de pintura propriamente dita.
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A Hora do Conto
A nosso ver, a hora do conto é um momento fundamental para o aluno.
Pensamos ser extremamente benéfico o incentivo à leitura e a escutar
contos e histórias para crianças cuja realidade nunca permitiu o contacto
com actividades desta ordem.
Esta deverá ser uma actividade diária, dando todos os dias espaço
para o desenvolvimento dos alunos como futuros leitores.
Este tipo de leituras deverão ser leituras animadas que possibilitem a
participação dos alunos. Assim a professora poderá convidar actores,
animadores culturais ou contadores de história para realizarem com os
meninos esta tarefa. O professor poderá também realiza-la se se sentir com
capacidades para tal. É sempre importante lembrar que uma má leitura
nestas condições pode ter efeitos perversos donde o pedido de ajuda a
profissionais é sempre de salutar.
a) O professor deverá ter previamente convidado alguém que desempenhará
as funções de contador de histórias.
Dicionário Pessoal
A elaboração de um dicionário pessoal é quanto a nós de extrema
utilidade para o aluno. Ao fazer ele próprio o seu dicionário cria-se uma
relação de proximidade muito pessoal com as suas novas palavras.
a) A professora deverá propor ao aluno a elaboração de um dicionário
pessoal. Para isso a professora poderá facultar ao aluno um 'caderninho' ao
aluno.
b) O aluno poderá decorar este caderno da forma como entender, devendo
escrever na capa ' dicionário pessoal'. No caso do nosso aluno poderá ser
recortes de Graffitis!
c) À medida que vão surgindo palavras desconhecidas do aluno este deverá
leantar o seu caderno para chamar a professora e lhe pedir
esclarecimentos sobre a nova palavra.
d) Para cada palavra nova a professora poderá propor ao aluno que encontre
uma imagem que possa ilustrar esta nova palavras.
Role Playing
Os jogos de Role Plaiyng permitem ao aluno ter a oportunidade de
experimentar diferentes perspectivas do mesmo problemas. Permitindo o
desenvolvimento da capacidade de argumentação, bem como desenvolve
processos de auto controlo, possibilitando também o emprego de
vocabulário diverso.
a) O professor poderá pegar em questões que se passem na turma,
nomeadamente conflitos que se possam ter verificado na sala de aula ou
no espaço de recreio.
b) O professor poderá ter preparado algumas situações imaginárias, que
convida a turma a solucionar num sistema de Role Plaiyng.
c) Os alunos terão a oportunidade de representar papeis diferentes e de
tentar solucionar questões problemáticas de uma perspectiva que não é a
sua.
d) Caso se trate de um conflito entre alunos da sala de aula, podemos
convida-los a assumirem um papel diverso do seu papel real. Assim terão
de encontrar argumentos que são os do lado adversário na realidade.
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Jogos Educativos:
A - Jogos Físicos e Verbais
Estes jogos destinam-se a criar um ambiente propício à prática da
expressão dramática. Estes jogos visam não só contribuir para o
desenvolvimento das capacidades de expressivas do aluno, mas sobretudo
criar uma atitude e hábito de trabalho específico de uma actividade que lhe
exige uma relação diferente com os outros, com o professor e com o
espaço da sala de aula.
Daremos aqui o exemplo de 3 jogos deste tipo:
C - Jogos de Histórias
Este tipo de jogos propõe actividades que visam a criação e exploração
de acontecimentos e personagens, essencialmente através da linguagem
verbal. O desenvolvimento da oralidade é aqui papel de fundo.
Estas situações poderão também desencadear pequenas
improvisações tanto individuais como de pequenos grupos. O
desenvolvimento das situações permitirá a criação e exploração de
personagens em acção.
Apresentamos aqui 2 exemplos de jogos de histórias :
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Passeio No Campo
Esta é mais uma proposta de trabalho com os alunos, que consiste em sair do
espaço físico da sala de aula para realizar actividades variadas.
l) Os meninos que não quisessem utilizar bicicletas, poderiam ficar com outras
tarefas, como levar os cestinnhos para trazer o material, fazer uma listagem de
plantas encontradas para a futura realização de um herbário etc.
m) Não nos poderemos esquecer das autorizações dos pais, responsabilizando os
meninos por entregarem a autorização uma semana antes do passeio.
n) O passeio teria início no circuito de bicicleta de Monsanto, e terminaria numa
clareira onde é habitual fazerem-se acções de escola, piqueniques etc.
o) Nessa clareira poderíamos então procurar os materiais para a construção das
vassouras, verificar quais as plantas que encontramos na zona, Ouvir histórias e
aproveitar algumas actividades do programa ' Lisboa Jovem' que estão em
curso nesta área.
p) O lanche em forma de piquenique seria servido a meio da tarde, lembrando aos
meninos quais as regras de higiene necessárias para deixar a mata limpa e sem
perigo de incêndios.
q) Poderão ser realizados inúmeros jogos ao ar livre e actividades, podendo os
meninos continuar a andar de bicicleta se assim o desejarem.
r) No dia seguinte na sala de aula quando os meninos chegassem estariam já os
materiais trazidos para a realização das vassouras mágicas.
s) Iniciara-se a construção das vassouras
t) Após as vassouras estarem construídas poderemos realizar actividades de
movimento com as mesmas. Como por exemplo a invenção de palavras
mágicas para funções específicas de cada vassoura, e depois a experimentação
dessas palavras por mímica pelos alunos com a sua vassoura.
u) Para finalizar sugerimos um debate sobre a actividade em que cada aluno
poderá dizer o que sentiu, e manifestar ou não o desejo de repetir actividades
como esta.
Outras Actividades
do plano relacional do aluno. Educando não só a relação que tem com o seu
corpo como também lhe mostra uma forma diferente de se relacionar com os
outros. A Educação corporal, é no nosso entender imprescindível para a
educação das nossas crianças. Funcionando quer para corrigir défices
emocionais/relacionais existentes quer para os prevenir.
É fundamental ensinar o aluno a ter prazer na escola. A Escola é a sua
segunda casa, devemos mostrar-lhes que é divertido aprender , para que eles
se desenvolvam num ambiente escolar saudável.
Após a explicação mais detalhada de algumas propostas de actividades para
este plano Educativo Individual , poderemos deixar aqui mais algumas ideias
embora não tão detalhadas como as anteriores.
1. A Ida ao teatro é também uma actividade que penso ser de lavar a cabo em
todas as escolas. Temos hoje em dia ao nosso dispor boas companhias de
Teatro Infantil dispostas a facilitar a ida ao Teatro, deslocando-se por vezes à
escola. Podem ser realizadas inúmeras actividades que tenham como origem
uma ida ao Teatro.
2. Podemos sugerir Temas aos alunos através de imagens/ recortes de revistas
etc. É uma forma diferente de iniciar uma aula.
3. O uso de materiais lúdicos na área da matemática torna-se, nos dias que
correm de uma importância extrema. O professor deverá ser capaz de
trabalhar com os diferentes materiais de uma forma lúdica, de maneira a que a
matemática não seja para os alunos um conjunto de teorias e regras confusas,
mas sim o constatar , porque experienciado com os materiais, de regras
lógicas e divertidas
4. A apresentação de cassetes de vídeo com temáticas educativas e de lazer ´+e
também um proposta que não devemos menosprezar, uma vez que cativa os
alunos predispondo-os para uma melhor aprendizagem
5. O uso do computador, sempre que possível, deve ser fomentado nas escolas,
uma vez que as crianças de hoje viverão numa realidade onde os
computadores imperam. Existem hoje em dia inúmeros Jogos didácticos ao
dispor de professores e alunos para as mais variadas áreas educativas. A
Internet é hoje também uma realidade que deve ser facultada aos alunos e que
III – Conclusão
Chegados ao fim deste percurso, entendemos que qualquer conclusão que
aqui se esboce deve ser entendido, também, como um simples ponto de situação
para trabalhos futuros. É que este trabalho, pela diversidade de instrumentos que
mobiliza deve ser entendido como uma primeira experiência no sentido de
desenvolver um plano de intervenção individualizado para a planificação do
processo de ensino-aprendizagem diferenciado. É que qualquer aluno é detentor
de especificidades que fazem dele um mundo único, com uma história própria,
valores e princípios próprios, ritmos e formas de aprendizagem específicos. Um
ensino virado para o sucesso e uma escola de qualidade têm que partir deste
pressuposto: a igualdade de oportunidades de aprendizagem não é um dado, mas
um processo que se constrói no respeito pela diferença, seja ela de natureza sócio-
económica, ontogenética, cultural, étnica ou psíquica. Mas este respeito pela
diferença de forma a proporcionar uma intervenção personalizada ou diferenciada
evidencia muitos aspectos a ter em conta. Este trabalho disso dá conta e daí o seu
principal valor. É que as propostas de intervenção que aqui são determinadas
manifestam também as carências das instituições, em termos técnicos e
pedagógicos. Porque o que aqui está também em causa são problemas variados
como sejam o currículo da formação dos professores, a dotação orçamental das
escolas, a autonomia pedagógica das escolas, a concepção do professor enquanto
gestor do currículo e/ou animador de grupos, com competências também muito
diversas, que não advém apenas do domínio cognitivo, mas dizem também
respeito ao domínio das relações interpessoais e capacidade de resolução de
conflitos em grupos de trabalho e facilitação da aprendizagem. Este trabalho, na
parte que nos toca, mais do que revelar o que sabemos, constitui um aviso em
relação ao que, enquanto professor, há ainda para aprender.
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Bibliografia
Portugal
Comillas de Madrid
Índice
págs.
Parte Teórica
As necessidades Educativas Diferenciadas e os problemas comportamentais na
sala de aula
Da Educação Especial às Necessidades Educativas
Diferenciadas ................................................. 01
Os problemas comportamentais na sala de
aula ...............................................................................02
Parte Prática
1. Dados de anamnese
1.1 Situação actual do
aluno ..............................................................................................................
.. 10
1.2 Motivos da planificação
personalizada ........................................................................................... 10
1.3 História educativa /
escolar ...........................................................................................................
.. 11
1.4 Saúde / Antecedentes
familiares ....................................................................................................
12
1.5 Ambiente relacional na
família ........................................................................................................13
1.6 Percepção das dificuldades da
criança .......................................................................................... 15
2. Análise dos
dados ...............................................................................................................
.............. 17
3. Identificação das Necessidades Educativas Especiais do
aluno ...................................................... 17
4. Objectivos gerais a atingir através de um currículo individual para o aluno
em questão ..................19
5. Quatro objectivos escolhidos para o
trabalho ....................................................................................21
6. Plano Educativo Individual – Algumas considerações
introdutórias ..................................................22
7. Plano Educativo Individual - Planificação do
programa .................................................................... 24
8. Plano Educativo Individual –
Etapas ................................................................................................. 27
9. Plano Educativo Individual – Propostas de
actividades .................................................................... 32
Conclusão ...........................................................................................................
................................... 46
Bibliografia .........................................................................................................
................................... 47