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haroldo de campos METALINGUAGEM & OUTRAS METAS ENSAIOS DE TEORIA E CRITICA LITERARIA. QMX, => 4% BG 2 PERSPECTIVA in Pra: Aw ns da 4. ed. de 1992, 2 SUMARIO PREFACIO A 1° EDIGAO. un 04-5426 PREFACIO A 4 EDICAO. . 3 PARTE I: METALINGUAGEM.....0..00..2. 15 1. A Nova Estética de Max Beso. .......006. 017 2. Da Tradugéo como Criagio e como Critica... 31 3. Drummond, Mestre de Coisas... 4“ 4 stig = 2° 4. A Linguagem do Tauaret. . 7 tos revervaos 5. Murilo e o Mundo Substantivo . 65 EDITORA PERSPECTIVAS saat 30 6. O Gedmetra Engajado. .. 7 7. Lirismo e Participagio...... a) winrediorpe 8. Estilistca Miramarina.. ” 2006 “Coup de Dés” em Einbahnstrasse.) LIXO/LUXO de Au- ica de extremida- des, que encena, na arte “procedimento me- ‘nos” (a expressio pode ser aproximada do “procedimento negativo” da poética estrutural de Iuri Lotman, 1964, mas, eu a derivei aqui da idéia augustiana de “poctamenos”, 1953), 0 jogo de suas tensdes © mediagdes, como uma ta- © oximoro paronoméstico “lixo/Iu- x0” se redobra visualmente numa tipografia desejadamente Kitsch, enquanto as paginas desdobriveis vio compondo ¢ escansio parédica, a luxtiria do LUXO- do LIXO. A reducio ao absurdo, na cinescopia transemidtica do verbal ¢ do no-verbal, configu- ra um modelo reduzido do mundo as avessas. Gadamer ob- servou que 0 verkehirte We 50) de Hegel tem, na prét inadora figura de equivaléncia. ( de cabega-para-baixo nao é simplesmente 0 contrério, 0 ‘mero oposto abstrato do mundo existente. Antes, essa re- versio, na qual cada elemento € o oposto de si pr6prio, tor- ‘na vistvel, como no espelho deformante de um pavilhio de diversées, a perversio encoberta de todas as coi ‘como as conhecemos.”) No extremismo dessa per-versio seméntica, que se aguea no intercurso do “troca-troca” f6- nico ¢ do “trompe Pocil” tipogratico, percorrendo, sol damonte, cada parte € 0 todo, a “arte pobre” da poesia com al de menos inscreve 0 set programa de subversao ret tograma épico. Epicb ‘campo de tensio polémica, fecha 0 seu circuito, e se totali- za, monadologicamente. 230 ! | 18. DA RAZAO ANTROPOFAGICA: DIALOGO E DIFERENGA NA CULTURA BRASILEIRA* “Bee Potemik nimont ein Buch sch $0 ebevott van wie ein Kannibae sch einen Stugling zrdst.” (A polimica verdadeia apodera-se de um tro 80 antoracameme quanto um canibal que prepara Wavre Baxwanun ceuropeu) na cultura ral universal e pocularidades locas, ou ainda, mais deter- + Tet dtd de 9, uno aimee Cali Lam 1986; em Ingle, na Latin American Literary Review, Universiy of Ptsburgh,o® 27, 231 minadamente, a da possi ura experi mental, de vanguarda, num pais subdesenvolvido, foi por mim enfocada, num trabalho de 1962, com auxilio de uma reflexdo de Engels sobre o problema da divisio do trabalho em filosofia, 1890): “Enquanto dominio determinado da divisio a filosofia de cada época supée uma documen- terial) determinada, que Ihe € transmitida por seus predecessorcs ¢ da qual cla se serve como ponto de partida. Isto explica porque pode acontecer que paises economicamente retardatarios possam, nio obs- indirctamente, mediada pelo mat al transmitido, (Aqueles que ado cram capazes de considerar a complexidade desse movimento no plano cul- tural, Engels reprovava, afirmando: “O que falta a esses se- nhores a do poderiam ser = aie fo de uma andlise simplista, mecanica, como se se tratasse da mera resolugio de uma “equagdo de primeiro grau” (carta a Joseph Bloch, 21 set. 1890). Pareceu-me sempre que, de trabalho ocortia essa epublica no Bis no Rolin Biiogd, Bt, jane 1983 10 a Una Criiea da Economia Polite: “Com rlgia baste, see que 232 & | I nagdes, E 0 que quanto produgéo mat € também no tocante as produgdes do twais de uma nagio tornam-se a propriedade comum (era ¢ 0 exclusivismo nacionais tornam-s¢ ‘dade das literatu- satura universal”. A gocthcana da Welliteratur encontra, nesse como “signo ide ‘no sentido em que Volochinov ~ e/ou Bakhtin ~, nos anos 20, “semiética sociolégica”, de deseribir la si ccanas: nue: Tano rompe el ‘sul Creo que con esa son de su gusto ( pertence a Unidas para designa © con una industria . es una excrecencia de la idea de Progresso cconsmico y social. Aparte de que me repugna reducir la pluralidad de s yel destino mismo del hombre a un solo modelo: ta sociedad industrial, dudo que lar (0. No se puede lamar ‘subdesar- lados’ a Kavafis, Borges, Unamuno, Reyes, a pesar de la situacién margin: cia, Espafta y América Latina, La prisa por ‘desarrol 0 demas, me hace pensar en una desenfrenada carrera para is prontos que los otros al infierno”” de Andrade, cosmovisao os um sentido agudo dessa icionamento versal. A “Antropofagia” oswa 70 lugar’ ~ 6 0 pensamento da gico & diana ~ j4 0 form iada do“ tudes curopéias em Goncalves ‘as segundo 0 ponto orador de brancos, antropéfago, ), mas uma ior ainda, uma uma vi da hist6ria como fungio fa (no sentido de Nietzsche), eapaz tanto de apro- priagdo como de expropriagio, desierarquizagio, descons- tudo. Todo pasado que nos é “outro” merece ser negado. werece scr comido, devorado. Com esta especi- ibal cra um “polemista” (do grego combate), mas também um “antologista’”: tirar proteina ¢ tutano para o robustecimento e a renovagao de suas proprias forcas naturais... Exemplo: Oswald de An- drade inspirou-se até certo ponto no cubismo poemético- itinerante de Blaise Cendrars (sobre quem, po nao deixou também de exercer influéncia no co da criagdo da chamada “pocsia pau-bras No entanto, ao invés da “kodak” exeurs lac Leman”, preocupada er co nas suas and: inal dos anos 30 (os © agucados de farpa descomprometi que Ieiro numa pancla de Ihe emprestada (modelo que inspira, sub-repticiamente, toda historiografia literéria empenhada na ional", momento de optimagao de um processo de floragio gradativa, alimentado na “pretensio objet Ieotog do historicismo do século XIX)", pode- e opor (ou, no mfnimo, em beneficio do arejamento do io, contrapor no sentido musical do termo) um na- mo modal, difcrencial. No primeiro caso, busca-se a de parousta de wm Logos nacional presenga, transferido para as nossas latitudes tropic aque ndo se dé bem conta do sentido titimo dessa trans- verizador de certezas. Pretend ectar 0 momento de encarnagio )) para melhor dessa logofa- Gria. O instante do apogeu (co nica da drvore) coincide grande ¢ incl Sterne ¢ Pois bem, Machado ~ nosso Borges no Oito- centos =, cuja obra marca 0 zénit da parousia na suma con cordante dessas leituras logofanicas, & nacional por nio ser . Como 0 -0 de Fernando Pessoa, que “foi por niio ser ex 6 “nos criot, Dai a necessidade de se pensar a difere lismo como movimento dialégico da diferenga (e ndo como ungao platoni € rasoura acomodaticia do mes- mo): 0 d do carter; a ruptura, do tragado linear; fragmentacéo eversiva, antes do que como homologagio tautolégica do homoge: s tanci Uma nova idéia de tradigio (antitradigio), a oper: contravolucdo, como contracorr tigiado e glorioso. Aquela tese de Adorno, recapi Jauss: "AF nos deparamos com 0 verdadciro tema do senti- rho, desprezado, subjuga nome de antiqualhas; igGo, ndo no co tamente desafiam 0 tempo.. Macunaima, 1s que supos- Mario de Andrade, investidura dogmatica do caré- te seria encontrado (donde 0 2. W, Adore, Teena Toto Ada. op 237 gieo, desconcertante, “carnavalizado”, jamais pontualmente Jo, do mesmo e da alteridade, do aborigene © do do rom 1ga0 da Literatura Brasileira, 133) ¢ 0d Afra Coutinho (Introducdo a ra Brasile 1968), © primeiro, economizando operacionalmente Barroco por um argumento de ordem socioldgia (auséncia de pro- ducio impressa ¢ de piblico) e individuando no Arcadismo pré-romantico 0 “momento format com a elegincia ¢ a coeréncia inte: disférico). O segundo, ca- iro, sem maiores constran- ibigBes_metodologicas, pelos -periodolégica em que se mol- da tto ses (neste resgate importantissimo consiste o seu ipal); voltando-se para a reconstrugdo de uma tradigdo pressupostamentc “afortunada’’: uma escala evolu- tivo-ascensional (no sem resqutcios “‘ufanistas”), na qual 9 Barroco se integra naturalmente, como despontar auror rigorosa de seu modelo semiol6gico de leitura que parece depender antes da pré- pria fortuna, axiomaticamente declarada como tal, des- 8a wadigdo (por esta razo, chamei-o euforico). Ambos, 238 i porém, empenhados no mesmo esforgo paroustaco (ainda que com diverso, ¢ até mesmo antagdnico, timbre ideolé torescamente, pelo mesmo de espectograma em que a mesma cor tonalidades esmaccidas para as mais densamente carrega- das, até 0 nacionalismo triunfal dos indianistas roméinticos”. 3. O Barroco: A Nao-Infancia ‘Toda questo logocéntrica da origem (€ isso podera ser Deus | feasted ico, ¢ resolv alieng, inves om ly guen Adiga temj contista & eviden ‘We principion a poesia comesou, entre nés, coma uma ay os competentesc aprecnas ha 24 0 este diltimo, aligs, |. Articular, de minha “O barroquismo do is, 0 primeiro grande dente, no sentido de le cresce a partir das de que se faz, poesia menorizad; i um outro mundo, "LJ A verdadeira poesia do bern emente, antes de m E, considerando em icroseépica ¢ quismo seis. E surpreendent, fis mo ais, © alto nivet Aéesico com fade pa no siculo tlebre Et Ane de nos experientes;e a sea, Le todo espantoso (consi. reser. Nio ¢ portanto 36 que Ou vinhay dao ‘eratura do Brasil Coldnia, Wt da morfose do mesmo, ico do Ba sobre 0 Trawerspict ovo Basilico era do na Coldnia ultrama ituagio de dependénci boca-de-inferno: © mesmo mecanismo engenhoso do elogio ¢ da louvacio cortés € 0 mesmo que propicia o jogo-de-espiri- snte da raduziu, com revelado no proprio ma- Gongora (“Miontras por competir con tu e: mosisima Maria’ num tereviro (“Disereta e formosis- ava 0s segredos da ais, sendo dus ve~ ilaso de la Vega, de ente de Ausdnio (pois em todos 0 cordovés seus so- ‘0, € outro exemplo. Do ompanhando Oc- 0 surrealista que im s6 lance, a partir do confinamento Ihe ser ivre para 0s voos da imaginagio criadora no espago c repressivo enquan- {0 desterro dos centras de maior cultura e enquanto marco mento para uma poeta mulher e douta, Falando a diferenca nos intersticios de um cédigo uni- versal, 0s escritores latino-americanos do Barroco também travavam entre si um didlogo que s6 hoje comeca a ser re. tomado. Um didlogo que po cutia as construgées teol Prosador do Barroco brasi ea denominada Crisis sob tulo Carta Atenagérica em 1690, ainda em vida de Vieira, portanto). E as discutia para devoré-las e a scu autor. Para impor 0 seu wit feminino ao engenho pare Para desforrar-se da grandiloqua arrogin via ardilosa da cavilagio castradora, na mentada de psican Hoje, nos causa uma referéncia tante recordagéo a geografia espi lo que Sor Juana ¢ Vicira, que ope. ravam difcrencialmente um cédigo comum, E havia ainda, Por outro lado, o didlogo im; mexicana Sor Juana, o peruano Caviedes, t Pavam de um discurso que se revezava tropologicam ainda quando nao houvesse contemporancidade exata nem reforéncia alusiva ‘curso se prolongava também como um simpésio retrospective no tempo: a cle compareciam Gongora, Quevedo, Lope, Garci Sé de Miranda, Petrarca...A st edo Sobre Cara te eta Cuz 0 Lat rapes dela fe cil ox excess de nerneigho “ps lag, por exemple, a0 contri do que pea at © nio cass, do “Leaperamenta melenclco” de Sor . a, nos methores casos, tinha a chance di lar-se como dupla difereni mais recente editor -gorianos), Caviedes levando a dente as composturas do estilo culto, nas sétiras desabusadas, ra belaisianas, de seu Diente det Pamaso. 4 Baroco e Razéo Antropofagica 44 no Barroco se nutre uma possivel “razio antropoté gica”, desconstrutora do logocentrismo que herdamos Odidente. Diferencial no universal, comegou por af a torgiio € a contorsao de um discurso que nos pudesse desensimes- mar do mesmo. E uma antitradicao que passa pelos vos da historiografia tradicional, que filtra por suas brechas, que enviesa por suas fissuras, Nao si por derivagao direta, que isto se de por out percursos marginais, ao lo historiografia normative. Em prosa, a proceso de me: produziria Por Antoni (1970), ensaio que, a meu ver, num ta a “dosti ia passa a scr 0 produto trugio, de uma apropriago re-c mance “mal nnhece nele icae um fermento vivo de realismo popularesco, Remoto ¢ mo- demnissimo, 0 género se faz representar no Bi i ramente, pela obra Memérias de wn Sargento de Mil cias (1852-1853), de Manuel Antonio de Almeida, desloca- da, quase uma antiqualha, na série romanesca prefercncial de nosso Romantismo candnico (a que vai de Joaquim Ma- aucl de Macedo a José de Alencar). Nao a toa essa nova momento da revalorizagio dos romances-invengdes de Os- wald de Andrade, sobretudo do Serafim Ponte Gra (experimento de’ transgre: Hogica da ordem, de contestagio da legalidade c da pela me para “carnav: Barroco visto por iano por excelénci sguagem convulsionada®, Nao esquecamos que Oucvedo, 0 Quevedo dos sonetos conccitistas, € 0 mesmo autor da Historia de ta vida del Buscén, Namado Don Pablos, exem- lo de vagabundos y espejo de tacarios (1626). Nosso primei- iagio”, eli retroage a0 Barroco, a0 proprio Anton ‘magao, onde Gregorio, barrado pela clausura do argum légico, no tem vez nem via de acesso). A “musa © primeiro Al grafema preserv: ipografos. De 108-409, Putsbareh 1977, 248 dor: descentrado, excéntrico, 5. A Poesia Concreta: Uma Outra Constelagao pode uma outra e pecu radores disponiveis. Ha de ser constituida igualme: lances, por relances. De Gregério a Sousindrade: do da Bal , cantor de O Gregério a Sousindrade © nobtea de “sangue tatu” a0 ofic s do Amazonas), a0 reeontador pau-bi da erdnica da descoberta'*, De Oswal Ou: Somos cones A poesia conereta representa o momento de sincronia absoluta da literatura brasileira. Ela ndo apenas pode falar a diferenga num cédigo ‘como Gregério de Matos € 0 Pe, Vieira no Barroco; como Sousindrade recombinan- do a heranca greco-latina, Dante, Camées, Milton, Goethe icamente, repensou 0 proprio eédigo, a prépria fungdo postica (ou a operagio desse cédigo). A di- ferenga (0 nacional) passow a ser com ela o lugar operatorio da nova sintese do c6digo universal uma distingdo entre um conce progressivo ( acordo com Bense, responder uma obra como a de Cur- tius sobre a Literauera Européia e a Idade Média Lat sentido”; a0 segundo, 0 Plano piloto para poesia cou (1958) do grupo Noigandres, dando por encerrado 0 Na verdade, 0 que ocorria, aq registro dialogico. Ao invés da ve- A espera de um novo sujeito historieo, pae ar-Ihe o funcionamento em termos de uma posti- ca generalizada ¢ radical, de que 0 caso brasilciro passava a ser a Optica diferenciadora ¢ a condigio de p fade A diferenca podia agora pensar-se como fundadora. Por sob a lincaridade da €sse_gesto, sua concepedo dialética da “pocsia universal progressi desembocou em Mallarmé e produziu no Oc espiritual do Coup de Dés (onde o Oriente jé come- sa a romper, com seu modelo sintético-analdgico de eseri- -ogramica a perturbar © monologismo I6gico-aris- ico do verso ivo ocidental). Tratava-se de reca- © momento (a década de 50) era, ademais, intersemistico: na Europa, produzia-se a no- va miisica pés-weberniana (Boulez, Stockhause BUA, Cage, 05. comegos piano preparado; no Brasi vam as condigées prepar: ssa nova” de Joao Gilberto (nosso Webern pontilhista do “samba de uma no- ta 56”); na arquitetura Niemeyer ¢ no urbanism Costa respondiam, para nosso uso, a Le Corbusier ¢ a0 Bauhaus; na pintura: as Bienais de S30 Pa “Mondrian trecentesco” (D. Pignatari), com suas bandci nhas, seus mastros listados € suas fachadas seriadas, com estrutural, que nos parceia mais pis que 0 sufgo Max iramente, pensou Um planetario de “ entos chamavam-se (qu i Oswald de Andrade, Jodo Cabral de Melo Neto para trés, retrospectivamente, Sousindrade - 0 Sousindrade redescoberto ¢ reavaliado do vertiginoso In- femo ideogramico da Bolsa de Nova Torque... (Um Pound la-letre, com seu Hades finaneeiro presidido pelo si- nistro Mamonas), Significativamente, essa nova postica veio, desde logo, acompanhada de uma reflexio sobre o Barroco. Meu de 1955 (varios anos antes do livro de Umberto Eco) 247 lava-se “A Obra de Arte Aberta”, e propugnava um neo- barroco ao invés da obra conclusa, de tipo Em 1955, novembro, em Ulm, Alemai tari encontra-se, por acaso, com Eugen Gomringer, secretério de Max Bill na Hochschule fiir Ge: ral proposto pelos brasileiros: poesia concreta, ¢ que, desde entio, passou a ter transito universal. Em 1956, também, no Museu de Arte Moderna de Sio Paul apesar de seu despojamento © de meios (buseava-se 0 poe- ma como resultado colctivo, andnimo; o “desapareeimento clocut6rio do eu”, a Mallarmé; as estruturas elem s € observadores (para os adversit remediavi ser comparada imensio semantic , presente desde 0 comego (coca-cola de Pignatari, por exemplo, que data de 1957); a erotica, na inka corporal do barroco avoengo. Nada m: jade © da asscpsia da Escola de Zi também com os jovens composi la, Duprat, Medaglia; depois Gilberto Mendes). Lembro-me, em meados de 1959, em Col6nia, a surpresa co interesse de Stockhausen diante dos es da revista Noigandres. Ele, aquela altura, apesar de incentivar os experimentos de Hans G. Helms, preferia de que necessitava ‘grupo de poctas trabalhava em textos que incorporavam, & sintaxe do poema, intersemioticamente, parimetros hauri- ena teoria da nova masica que despontav falando sobre “Musik und Grap! Musik”, Darmstadt, Stockh: ‘ugusto de Campos scria o principal eritico e propug- nador da nova masica popular de Caetano Veloso e Gilberto ismo adorniano... Imagine-se, s6 como termo de compa- ¢ demonstragao, esta convergéncia ideal: 0s “Beat compondo em contacto presencial com John Cage sobre tex- tos de e.c.cummings... (E verdade que houve Yoko ~ Oht 209 Yoko! ~ 0 Oriente...) Mais uma vez, porém, nasuniversalia, a diferenca, Ouga-se Aracd Azul, de Cactano... 6. Os Bérbaros Alexandrinos: Redevoracao Planetaria Desenvaizada cosmopotta, a teratura hispa- novamericana & regesso procura de uma madigae. Ao procurésta, a invent.” Octavio Paz (1961, Pueres al Campo) “Bs ist ein Versuch, sich gleichsam a posteriori eine Vergangenheit 2u geben, aus der man stammen cm Gegensot2u der aus der mar E ume tematva de, por assim dizer, nos outorg- ‘mos um passado a posterior, do qua! poderiamos ur, em lugar daguele ouro, do qual efetivan 108 provenents, Nuereseur Creio que 0 “Coup de Dents” de Oswald de Andrade, sua dialética “mat (marx + maailar)!, na mancira de enfrentar 0 legado ial europeu (a primeira data de sua revolugdo antropofégi ano da devoragéo do Bispo portugues, em 1556), tura, tém de aprender a conviver com os novos birbaros que hé muito, num contexto outro ¢ alternative, os estio devoranda ¢ fazendo deles carne de sua carne ¢ osso de seu 0880, que hé muito os estao ressi Ses e japoneses, 16 esses neo-alquimistas: em Tablada e Octavio Paz “senderos bifurcados” de Borges e nos ritos Elizondo de Farabeuf; em Lezama ¢ Severo Sarduy; em Oswald e na poesia conereta brasileira, por exemplo.) 16, Sob prewddnim t ‘Onvald de Andrade sie now ages em soa Revita de 250 Sio barbaros alexand cas cadticas € de fichérios labirintcs bel pode chamar-se Bi tar provisoriamente instalada num modesto quarteiréo de Buenos Aires (“uma localidade pardacenta sudoeste da cidade”), onde Borges scrviu c funcionério, ¢ em cujo pordo costu inhez cotidiana, entregando-se furtivament as... Ou, ento, acomodar-se, plensria, n naviforme de Alfonso Reyes, na cidade do México, uma bliocasa onde se enclausurou, por cerca de vinte anos, com suas estantes copiosas, um Icitor viajadissim u, ainda, em Sao Paulo, na rua Lopes Cha da Barra-Funda, onde Mario de Andrade preenchia suas jotas as margens das ras de Schoenberg ¢ ese futurista € tratados folcl6ricos... Ou, numa casa de La Habana Vieja, a, depois de um mergulho girar sua fabulosa, como um orbe hicroglifico incubado pelo Roca. ‘A mandibula devoradora desses novos bérbaros vem manducand tural cada vez com tudo. Sao mec digéo como dentes de 2a Proust ¢ intercomunica Mallarmé com Géngora: stas ci- tages sio truncadas ¢ aproxim digestao diluvial a la Oscura Ciudad de Cacodelphia”), io Cortazar, dialogam, em turnos e panos diversos, com 0 Ulysses de Joyce, sem perder com isto a ‘area da circunstancia argentina (ainda quando, no caso de Cortézar, transmigrada, com nostalgias portenhas, para a Paris da Rive Gauche). O Bustréfedon dos Tres Tristes Ti- ares de Cabrera Infante atravessa 0 espelho de Lewis Car- roll para confraternizar-se com o “seman Dumpty ¢ com Shem, The Penman, Dyonélio Machado, em Os Ratos, refaz 0 dia de Leopold Bloom na magra jornada endividada de um jodo-ni anos 30 (um nazareno azarado, Naziazeno, lutando pel te-nosso-de-cada-dia...). Guimaraes Rosa criva o sertao iro de veredas metafisicas: seu jagungo € um Fausto me- légico, abismado nas tramas da linguagem qual um ‘ager caboc! tudo 0 que implica, nos tempera- ntes, de participagio ¢ de e sido um barroco ¢ obsessivo pesadelo de eseritura lade desalicnada e comunal do montando as primei 252 | {i tavam-se para 0 mesmo simbolista margi viam diversamente ~ independentem: concluso poema universal... No Br Pois bem: todo esse borborigmo de digesto, toda essia ruminagio farragosa ¢ a i do tempo, nao podia perm: vel dos mass-media, serviu de slerta exclamat espana ¢ tro para es euros (¢tambm para os norte-americanos, de cujo pragm: em termos, sera 0 exemplo mais cai foi no passado 0 ecumeni assombrado e aviso aos navegat gica que se vinka desenvolve mocteada pela suficiéneia monol ‘com Borges pelo menos, o curopeu descobriu que no po- dia mais escrever a sua prosa do mundo sem 0 contributo cada vez mais avassalador da diferenga aportada pelos vo 2es barbaros alexandrinos, Os livros que lia jé no podiam ser os mesmos, depois de manducados e digeridos pelo cego homerfada de Buenos Aires, que ousara até mesmo rees- erever © Quijote, sob 0 pseudénimo de Pierre Menard, Que haveria de novo, sem Borges, no nouveau romar Robbe-Grillet? Quem poderé Lezama Lima? Ler Mallarmé, joe Blanco de Octavi Paz? Ou contribuir para o “poema u sem redeglutir a poesia conereta br: 10 Ungareti, carregado a Sao Paulo, partici- pava da mesma reunido), observou-me, em conversa, que a indole da escrita francesa nao comportava um experimento a Joyce. Perguntei-Ihc, de troco (vivos em minha meméria, igual e tanto quanto ncolatina, os exemplos do Macunaima de Mario de Andrade ¢ do Grande Sertao de Guimaraes Rosa), se no considerava Rabelais um eseritor francés, Desde 1963, eu havia principiado a eserever e a publicar as minhas Galdxias, uma “barrouca mortopoptia ibericaita” entoada, a contracanto, no . Walther, tra- lem Flusser). Também escritor-misico, legado rabelaisiano em sua lingua. Fragmentos das Gald- -xias, traduzidos para o francés, em Change (“La poétique la mémoire”), nimero de setembro, 1970. Observagéo de Oc- tavio Paz: “Me gustaria cscoger como divisa el final del primer fragmento: ef vocablo es mi fibula” ma fable”). Considere-se, agora, o joyceano ¢ gal de Philippe Sollers, subsequente (t Brazil and Hispanic America”, TiQuarteely, n® 38 wake of the Wake”), 1977 Escrever, hoje, na América Latina como na Europa, significar, cada vez mais, reescrever, remastigar. Hoi bér baroi. Os vandalos, hé muito, j4 cruzaram as frontciras ¢ tumultuam 0 senado c a agora, como pi ma de Kavétis, Que 05 escritores logocéntri ‘ginavam usufrutudrios privilegiados de uma orgul de mao Gnica, preparem-se para a gente de reconhecer ¢ redevorar 0 255

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