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esta apostila tem como objetivo fornecer ao aluno um resumo dos temas abordados no
curso, de forma que possa auxiliar a apreensão dos conteúdos, além de servir para consulta
permanente.
para tanto ela foi dividida em quatro partes:
a)tÉcnica – aborda as mais recentes técnicas para a
elaboração de um roteiro para audiovisual.
b)formato – indica o formato de roteiro que apresenta maior
aceitação no mercado de trabalho, além de facilitar o
trabalho da produção.
c)dramaturgia – apresenta técnicas e dicas de dramaturgia
para o desenvolvimento do roteiro.
d)anexos
tÉcnica
um dos maiores problemas que um roteirista pode encontrar é a
dificuldade de transpor suas idéias para o papel. neste longo
percurso pode-se perder o sentido e objetivo original da
história, de modo que a obra não atenda as suas expectativas.
para evitar este problema faz-se o uso de técnicas para a
escrita, que permitem o desenvolvimento da história sob
controle do autor.
as técnicas podem variar de acordo com a preferência do
autor, mas de um modo geral são muito similares, dividindo-se
em uma série de etapas, desde a concepção da idéia até o
roteiro final.
a técnica abordada no curso se divide em sete etapas:
idÉia
story line
sinopse
perfil de personagens
argumento
estrutura
roteiro
o uso destas etapas permite que o roteirista, mesmo que seja
iniciante, consiga escrever textos dos mais variados
tamanhos. desde roteiros para curta metragens, que têm cerca
de quinze páginas, até longas metragens, que podem ter entre
60 e 120 páginas. cada página eqüivale a um minuto da obra
filmada (característica do formato de roteiro abordado nesta
apostila).
as novelas e séries produzidas para televisão podem superar
em muito o número de páginas de um longa metragem. vamos
pegar como exemplo uma novela da globo que vai ao ar no
horário nobre. cada capítulo tem cerca de 60 minutos, ou
seja, 60 páginas. como são 6 capítulos por semana, temos 360
páginas a cada semana, 1440 páginas por mês e 8640 em seis
meses (geralmente duram menos).
portanto é vital que o autor possa ter sempre uma visão do
conjunto do texto, evitando que o sentido da história se
disperse no meio de tantas páginas.
a seguir, veremos mais detalhadamente as etapas para a
construção do roteiro.
idÉia
ter uma idéia é o principio de qualquer roteiro, não chega a
ser uma etapa propriamente dita, mas é o início do processo.
a criatividade do autor conta muito neste ponto, mas um
roteirista não pode depender do surgimento espontâneo de uma
idéia. a sua produção seria limitada e ele ficaria, na maior
parte do tempo, esperando uma grande idéia chegar. não se
deve perder tempo esperando a grande idéia aparecer, deve-se
procura-la, criar condições para que ela venha. fica-se,
então, a questão: onde encontrar uma boa idéia.
story line
este termo em inglês significa “linha da história”. a tradução não é exata, mas passa uma
boa idéia do seu significado. um story line é um resumo da história a ser transformada em
roteiro, ele possui no máximo cinco linhas e contém apenas o conflito principal de sua
história.
o story line é o começo das etapas para se desenvolver um
roteiro. após ter a idéia você deve passa-la para o papel de
modo resumido, contendo apenas o conflito principal. nesta
etapa ainda não há preocupação com o nome dos personagens ou
o lugar onde se passa a ação. deve-se evitar os adjetivos e
dar ênfase aos verbos, pois, são estes que representam a ação
em seu estado mais puro. por este mesmo motivo deve-se sempre
colocar a história no tempo presente, mesmo que no roteiro
final ela seja contada no passado. o presente nos deixa ver
com mais clareza o desenvolvimento da ação na história.
o termo ação aqui utilizado não se refere, unicamente, aos
roteiros de aventura ou policial, mas a atividade humana em
geral. o grande motivador da ação é o conflito. o surgimento
do conflito retira a personagem de sua vida cotidiana e a
leva a agir, se movimentar para resolver o conflito gerado.
segundo deleuze, os filmes baseados na ação seguem dois
modelos: o herói vive no seu mundo comum até que uma força
externa ou interna altera a realidade e ele luta para anular
esta força e retornar a situação anterior; ou o herói vive em
mundo onde o conflito está presente.
para se escrever um bom story line é preciso que o conflito
matriz seja descrito com clareza e apresente três pontos
chave:
a sinopse é mais extensa que o story line, pode ir de dez a quinze linhas e apresenta
informações sobre as personagens principais e sobre o local onde se passa a história. muitos
dos cuidados em se escrever um story line também se aplicam a sinopse.
o uso de adjetivos deve ser cauteloso. deve-se sempre ter em mente que o roteiro não é uma
obra completa, ele é feito para ser transformado em imagens. portanto, em um roteiro você
não conta uma história, você a mostra. os adjetivos descritivos não apresentam problema,
mas podem ser usados melhor na etapa a seguir. por outro lado, os adjetivos que revelam
algo da personalidade só podem ser visíveis através da ação, assim você não deve coloca-
los. se for uma característica realmente importante a própria ação se encarrega de mostra-
la.
a trama principal ou conflito essencial pode ser desenvolvido
com mais detalhes. a história deve ser situada no tempo e
espaço, mas não é necessário uma descrição dos ambientes. a
sinopse é, assim como o story line, um resumo da história, de
forma que deve conter apenas o que for importante. as
informações sobre as personagens são superficiais e apenas
descritivas.
tendo em mãos o fio principal da história é hora de se buscar
as personagens que possam vivê-la.
perfil de personagens
nesta etapa os adjetivos tem preferência sobre os verbos. É a hora de você conhecer suas
personagens. o perfil é um conjunto de informações físicas e psicológicas da personagem,
podendo estar incluída a história ou antecedentes desta.
quando você conhece bem alguém é fácil prever suas reações.
por isso um perfil bem elaborado torna mais fácil a
construção dos diálogos e do desenvolvimento da história. as
informações podem incluir a história pessoal, características
físicas e psicológicas. a quantidade de informações depende
da importância da personagem.
quanto melhor e mais precisas as informações, mais força
vital terá a personagem e, portanto, terá um forte respaldo
emocional, ao ponto da personagem ter “vida própria”.
a seguir proponho alguns itens que podem constar no perfil.
este modelo foi criado para se elaborar o perfil de um
protagonista de longa metragem. não é realmente necessário
que se tenha todas estas informações, mas como já foi dito
quanto mais informação melhor.
o modelo para construção do perfil consiste em se responder a
seguintes questões:
aparência física
saúde
forma de vestir
postura física
movimento/ ritmo
conteúdo da fala
hábitos visuais
fragmentos de trabalho
hobby
micro ações
detalhes do ambiente
história pessoal
nível educacional
antecedentes familiares e sociais
preferência amorosa
o que gosta e o que não gosta
preconceitos, manias e defeitos
necessidades, desejos, objetivos, arrependimentos e rancores
falhas
característica que pode perde-lo ou salva-lo
problema externo ou interno
muitas destas questões podem ter a mesma resposta. não se
esqueça que estas questões são referentes a uma mesma pessoa,
portanto, as respostas são relacionadas entre si. algumas
vezes elas podem ser contraditórias, principalmente, quando
se quer que uma personagem que viva um conflito interno.
não se deve esquecer que as personagens de uma história têm,
geralmente, uma opinião formada sobre as outras personagens e
não têm consciência de todas características formuladas pelo
autor. em certas histórias o próprio protagonista desconhece
suas características na totalidade.
elaborado os perfis das personagens podemos compreender como
cada personagem pensa e como ela irá reagir as situações nas
quais a colocaremos. munidos disto podemos, então, voltar a
história propriamente dita.
argumento
o argumento consiste na história contada em sua íntegra, tendo como base a sinopse.
existe maior liberdade para o uso dos adjetivos, mas não se esqueça que um roteiro é uma
história para ser contada em imagens (mostrada). não crie problemas para você mesmo,
muitas vezes é difícil passar para a imagem determinadas situações.
por exemplo:
aderbal é tímido.
É complicado representar isto em imagens. tendo feito o perfil de aderbal, o autor sabe que
ele é tímido, mas ao colocar desta forma no argumento tem-se dificuldade em visualizar a
timidez e transforma-la em uma cena. a opção mais sensata é caracterizar a timidez por uma
ação.
solução 1
flávia sorri para aderbal e ele abaixa a cabeça, sem graça.
ou ainda, usando verbo
solução 2
flávia sorri para aderbal e ele se intimida.
a primeira opção me parece mais clara. o adjetivo “sem graça” que aparece na opção pode
ser mostrado facilmente.
o tamanho do argumento varia conforme o tamanho da obra e o estilo do autor. alguns
roteiristas acreditam que uma página de argumento eqüivale a dez páginas de roteiro em um
longa metragem ( no curta esta relação se altera). mas este cálculo está longe de ser exato,
pois, as próprias características da obra podem fazer este número variar.
no argumento pode-se descrever melhor os ambientes onde a história se passa e se colocar
as personagens secundárias. além disso, pode se desenvolver o “plot” (conflito essencial,
trama principal) e os “subplots” (conflitos secundários). em obras convencionais deve-se ter
o cuidado de sempre se resolver o conflito principal e os conflitos secundários, até o fim da
história.
o melhor exemplo disto é a telenovela.
na maior parte das vezes o autor nunca tem certeza de
quando a novela irá terminar. o fim é definido pela
emissora tendo em vista o sucesso ou fracasso nos
números do ibope. portanto, o autor fica incumbido de
resolver a trama principal e as secundárias nos
capítulos finais. basta observar como as situações vão
se resolvendo no último capítulo. o mocinho fica com a
mocinha, os personagens secundários encontram
casamento ou destinos alternativos e os vilões,
geralmente, encontram seu castigo.
estrutura
com a sua história pronta é hora de transforma-la em roteiro.
a história contada no argumento deve ser diluída em cenas.
para, tanto, faz-se uso da estrutura ou escaleta.
a estrutura é a divisão do argumento em cenários e cenas.
neste momento o autor pensa somente em imagens e seguindo o
argumento ele vai dividindo as cenas, marcando o ambiente
onde ela se passa e informando o que ocorre de importante
neste ambiente.
a elaboração da estrutura é relativamente simples.
a) traça-se uma pequena linha vertical.
b) no lado esquerdo coloca-se o número da cena
c) no lado direito põe-se o local onde a cena se passa, uma
referência sobre a luz ambiente(interior ou exterior) e
sobre o horário (noite ou dia)
d) abaixo deste cabeçalho coloca-se o que ocorre na cena
(somente o que for importante)
a estrutura também pode ser feita de modo não linear.
escreve-se as cenas em fichas de papel, depois prega-se as
fichas em uma cortiça. visualizando as fichas, o autor as
dispõe de modo a compor o filme. este método permite se
manipular o modo de contar a história, mas para um roteirista
principiante, ele pode trazer algumas dificuldades.
com a elaboração da estrutura já se vê o roteiro tomar forma.
ao terminar de escrever as cenas, o autor deve verificar se a
história está coesa e coerente com os seus objetivos e se as
informações são suficientes para que o espectador entenda a
história.
roteiro
(descrição do ambiente)
(descrição da ação)
(nome do personagem)
(rubrica)
(fala)
(descrição da ação)
(efeito de transição)
na página seguinte um exemplo de cena com os espaços
preenchidos.
cena 13 casa de aderbal – sala int./dia
a sala é pequena e tem poucos móveis. um sofá velho e uma
mesinha de centro.
aderbal está sentado no sofá, lendo uma revista. a porta se
abre e flávia entra. aderbal joga a revista em cima da mesa.
flÁvia
você queria falar comigo?
aderbal
(tímido)
É que eu, eu.
flÁvia
(irritada)
eu o que? aderbal!?
aderbal pega a revista, a abre e abaixa a cabeça.
flÁvia
você é um palerma, aderbal!
flávia sai irritada e bate a porta com força. aderbal joga a
revista no chão.
corta para:
a indicação de local pode ter subdivisões (como no exemplo
acima), o uso da rubrica deve ser reduzido, pois, se a cena
está bem escrita o ator percebe que entonação dar a sua fala.
procure sempre escrever a cena com começo, meio e fim. não se
esqueça que a descrição da ação ou ambiente, deve sempre se
referir a imagens.
no ponto a seguir (formato) explicarei melhor as
características deste modelo de roteiro.
formato:
existem muitos modelos de formato de roteiro. nesta apostila
fez-se a opção de adotar o formato: “master scenes”, uma vez
que este tem sido o mais utilizado, atualmente, tanto em
cinema quanto em televisão. além disto, este formato possui
uma série de vantagens práticas. entre elas podemos destacar:
a) cabeçalho
nesta parte informa-se o número da cena, local onde se passa
e a luz ambiente.
ex: cena 03 casa de aderbal int./dia
caso seja necessário pode-se ser mais específico com relação
ao local.
ex: cena 03 casa de aderbal – sala int./dia
a informação sobre a iluminação também pode ser mais
específica.
ex: cena 03 casa de aderbal – sala int./ fim de tarde.
geralmente se coloca o cabeçalho a 3,5 cm da margem esquerda
e a 3,5 ou 4 cm da margem direita.
cada vez que ocorrer uma passagem de tempo ou se mudar o
lugar deve-se fazer um novo cabeçalho, pois, é uma cena nova.
no caso da personagem sair para outro ambiente e voltar
imediatamente ao ambiente anterior, pode-se apenas marcar
esta passagem sem construir outro cabeçalho. use sempre o
mesmo nome para se referir a um mesmo lugar.
b) descrição de cena.
logo abaixo do cabeçalho se tem a descrição de cena.
geralmente se usa a mesma distância da margem apresentada no
cabeçalho.
a descrição da cena se divide em descrição do ambiente e da
ação. para maior clareza em seu roteiro, pode-se colocar um
parágrafo para descrever o ambiente e outro para descrever a
ação e as personagens.
ex:
cena 03 casa de aderbal – sala int./dia
a sala é pequena, possui um sofá velho e uma mesinha
de centro. a parede tem partes
descascadas e sobre a mesinha há uma revista.
aderbal está sentado no sofá. ele tem cerca de vinte anos. a
porta se abre e flávia entra, afobada. ela tem a mesma idade
de aderbal.
caso seja necessário as descrições de aderbal e flávia podem
ser mais detalhadas, mas só o suficiente para compreensão da
história.
ao descrever o ambiente se atenha a informação necessária ao
espectador. muitas vezes algumas características do ambiente
são muito boas para mostrar dados sobre a personagem (classe
social ou característica psicológica), mas não exagere em
descrever estes objetos. não se deve esquecer de citar os
objetos que serão utilizados na cena. alguns autores escrevem
estes objetos em letras maiúsculas, quando aparecem pela
primeira vez na cena.
o cabeçalho já informa o local onde se passa a cena, por isso
não é necessário que se repita isto quando entrar alguma
personagem. por exemplo: “flávia entra”. não é necessário
dizer: “flávia entra na sala”. alguns autores gostam de
marcar bem a saída e entrada de personagens em uma cena. por
exemplo: “flávia entra.”
outro dado que pode aparecer em letras maiúsculas é o som.
por exemplo: “ouve-se um tiro”. obviamente isto não se refere
ao som ambiente normal (o qual não precisa ser citado no
roteiro), mas a um som inesperado e importante na história.
como o som não pode ser visto deve-se informar que ele está
sendo ouvido (ouve-se). por outro lado não é necessário
colocar um verbo informando quando se pode ver. É muito comum
se colocar “vemos um casal chegando”. na verdade basta
colocar “um casal chega”. outro erro freqüente é se anunciar
a fala. por exemplo: “flávia entra e comenta”. neste caso
deve-se apenas colocar “flávia entra” e na seqüência seu nome
e sua fala. como veremos a seguir.
aderbal
alô?
alfredo(v.o.)
alô! aderbal? aderbal, sou eu. alfredo.
ouve-se a campainha tocar.
alfredo(cont./v.o.)
aderbal? fala alguma coisa.
abaixo do nome e antes da fala pode aparecer outro parêntesis, este está destinado a rubrica
ou indicação para o ator.
ex:
aderbal
(triste)
eu já tinha percebido, mas não pude
fazer nada.
as indicações para o ator devem ser usadas somente quando estritamente necessário. de um
modo geral quando a cena está bem escrita e possui clareza, o ator percebe qual entonação
deve ser dada. em alguns casos, principalmente, quando a reação da personagem é
contraditória com a sua fala a rubrica é realmente necessária.
c)transição
esta é a última informação que contém na cena. ela é
referente a ligação entre uma cena e a cena seguinte. deve
sempre ser colocada no final da cena e à direita.
ex:
corta para:
as transições podem ser:
• montagem
neste caso o autor quer uma sucessão de imagens, que são
necessárias para se entender ou ambientar uma história.
coloca-se, então, desta forma:
montagem
a)vacas comendo no cocho
b)galinhas ciscando no terreiro
c)homem pescando na beira de um rio.
este recurso é muito utilizado na televisão para mostrar um
ambiente ou representar uma passagem de tempo.
• sÉrie de planos
quando se coloca mini-cenas para formar uma seqüência.
sÉrie de planos
a) aderbal pula da bicicleta.
b) ele cai no chão.
c) a bicicleta cai no precipício.
d) aderbal se levanta.
e) a bicicleta bate em uma pedra e se quebra.
f) aderbal bate a poeira e segue pela estrada.
“(tÍtulo)”
um roteiro
de
(seu nome)
mundo comum
o mundo comum é o espaço cotidiano do herói, onde ele vive. como já foi colocado, o herói
está satisfeito com este mundo ou tem desejo de modifica-lo(ou sair dele).
chamado À aventura
quando acontece algo que modifica o mundo comum e o herói é convidado a partir para
restaura-lo. no caso oposto, é quando é colocada, ao herói, a possibilidade de mudar ou
abandonar o mundo comum.
recusa ao chamado
ao receber o chamado o herói hesita devido ao temor natural de se partir para o
desconhecido.
encontro com o mentor
o mentor estimula o herói a partir para a aventura e dá a ele informações ou presentes que
serão úteis no mundo especial. com algum conhecimento sobre este mundo o herói se sente
mais seguro e começa a sua jornada.
travessia do primeiro limiar
a partir deste momento não há mais volta. o herói assume seu compromisso com a aventura
e entra no mundo especial, mesmo que queira já não pode mais retornar. É a passagem pelo
guardião do limiar.
testes, aliados e inimigos
nesta etapa o herói tem suas forças testadas no mundo especial. ele encontra seus aliados na
aventura e seus inimigos (aliados da sombra).
aproximaÇÃo da caverna oculta
o herói se aproxima do lugar mais sombrio do mundo especial. pode ser a fortaleza da
sombra ou outro lugar sinistro, onde ele deve ir para encontrar um meio de enfrentar a
sombra. em muitos casos o herói pode ainda ignorar a necessidade de se entrar na caverna
oculta, mas os rumos da história o levam até lá, onde ele enfrentará seus maiores medos e
pesadelos.
provaÇÃo suprema
o herói entra na caverna oculta e enfrenta a morte (simbólica ou física). aparentemente sem
saída, o herói enfrenta o grande perigo e após parecer morrer, ele triunfa.
recompensa
após triunfar sobre a morte( ou grande perigo) o herói adaptado ao comum desaparece para
o surgimento do herói adaptado ao mundo especial. de certa forma ocorre uma morte
simbólica. este herói renovado é capaz de enfrentar a sombra. na caverna ele obteve a
recompensa da luta, que pode ser conhecimento, armas. com esta nova força ele passa pelo
limiar do mundo especial para retornar para o seu mundo.
o caminho de volta
no caminho de saída do mundo especial o herói encontra as conseqüências de ter
manipulado ou enfrentado as forças obscuras do mundo especial. ele é perseguido por estas
forças. geralmente nesta etapa um sacrifício deve ser feito, o herói pode perder um aliado
ou o seu mentor.
ressurreiÇÃo
nesta etapa a sombra faz sua última tentativa para destruir o herói, mas é derrotada
definitivamente. o herói vitorioso deve perecer para poder retornar ao seu mundo comum,
em seu lugar tem-se o herói adaptado ao mundo comum, mas muito mais sábio e forte que
o herói inicial. ocorre, então, uma segunda morte simbólica. o guerreiro deixa suas armas e
se limpa do sangue dos inimigos para retornar a sua vida.
volta com o elixir
terminada a transformação o herói entra triunfante no mundo comum. ele traz consigo a
recompensa de sua jornada. esta recompensa varia conforme a história e possui um valor
superior da recompensa obtida anteriormente. ela será partilhada com os seus companheiros
do mundo comum ou possibilitará ao herói uma vida nova no seu mundo.
a seguir algumas dicas mais gerais que facilitam o trabalho de escrever tanto para cinema,
quanto para televisão. assim como o sistema de vogler, não chegam a ser uma obrigação,
mas ajudam ao autor a cumprir sua tarefa.
dicas de dramaturgia para construir um roteiro.
• diapasão – É uma cena de referência, que carrega me si toda essência do filme. atiça
a compreensão do espectador.
• quando uma personagem importante aparece pela primeira vez, deve-se apresentar
ao espectador a característica principal desta personagem (preferencialmente através
de imagens).
• deus ex machina – termo originado nas peças da antigüidade, era quando os deuses
interferiam no desenrolar ou no final da história, dando outra direção. hoje é um
termo pejorativo para designar uma história que apresenta uma solução externa ao
universo por ela abordado.
• ao se chegar nos últimos capítulos o autor pode escrever de trás para frente, de modo
que feche todos os plots e subplots.