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WEY INSTITUTO EDUCACIONAL PIRACICABANO ~ IEP FRESIDENTEDO CONSELHO DIRETOR Iz AlceuSaparoli DIRBTOR GERAL ‘Almi de Souza Maia VICEDIRETOR Gustavo jacques Dias Alvim UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA - UNIMEP REITOR Gustavo Jacques Dias Alvi \VICERETTOR ACADEMICO Sérgio Marcus Finto Lopes VICEREITOR ADMINISTRATIVO ‘Arsénio Firming de Novaes Neto _DrTORA UMP counioperonca ton Gustavo Jacques Dias Alvim (presidente) Sige haope pet) ine Reciene Antonio Roque Dechen late Cues tne ga Fae ac tt Aon ak Ning let Nees Nec Connie (COMISSAO DELIVROS liz Antonio Rolim (presidente) Cliudio Kirner José Carlos Barbosa luis Antonio Calmon Nabuco Lastéxia Raimundo Donato’do Pad Ribeiro Sebastio Neto R, Guedes EDITOR EXECUTIVO. Heitor Amilcat da Silveira Neto Cee ORL oe wo TE ND So ‘lboteca MA - PUCISP CRITICA DOS FUNDAMENTOS DAPSICOLOGIA A psicologia ¢ a psicandlise pe (GEORGES POLITZER, ORG FUT Teedugio [MARCOS MARCIONILO & ‘YWONE MARIA DE CAMPOS TEUCEIEA DA SILVA Prefacio Osmyn FARA CaasiJR 5 O — pibliotecd ~ Nadir Gouves foun PUCISP CAMHS Titulo otginal Chg des fener del pce Lapse la pychanalye { (© Peses Universities de France, 1968 clog: pclogia 2 pcan ilo Yvone Masia ge Caps To ISIE, 2004, Cis doe fndaments da cou 1599542 Secrets Ibo Seino | Revisio de vexto Alecandre Begin PRIVTIT Soluges Gere tori etnca ‘eet Revo en Gp © Senko, Pal Peon 4932-5 «9 “clo pater PREFACIO CONSIDERACOES SOBRE A ETERNA JUVENTUDE DA PSICOLOGIA: O CASO DA PSICANALISE OSMYR FARIA GABA! Em 1947, cinco anos ap6s Politzer ter sido executado pela Gestapo, Kana- pa publica, sob titulo de “La crise de la psychologie contemporaine’ tigos do notavel pensador htingaro, e ‘ntimeros de Rewwe de Poychologie Concréte? A justifcativa para a nova edicSo claramente indicada: “desde 1929, a situago néo mudou"* Podemos comple- ‘manecem os mesmos. A Critica dos Fundamentos da Psicologia, e obra atuale 6 se tormaré um monumento hist6rico quando seu objetivo final for alcancado, ou seja, quando a psicologia, tal como a conhecemos, deixar de exis Politzer foi demasiadamente otimista quando acreditou que, “Daqui a cingiienta anos, a psicologia autenticamente oficial de hoje apareceré como aparecem agora a alquimia e as fabulacées verbais da fisica peripatética, Brin- cat-se-4 ainda com as férmulas retumbantes pelas quais se iniciaram os psicé- logos ‘cientificos’ e com as penosas teorias a que chegaram; com esquemas ta em 1928, permanece uma 2 POLITZER,G. Op. cit p10. coco FuNEMOsoRPSKOOGAv 1 4 zagio do sentido, Dizendo de outta maneira os atos do agente sio entendidos todas as vezes como significantes e, assim, estao abertos a receberem possiveis Signlicados. A motivagéo para propor perguntas que induzern a ciiagfo do mito da vida interior perdem sua razao de ser. O significado néo esté em ne- ‘hum lugar antes de sua realizacéo concreta, Ele s6 pasa aexistr quando apa- rece no curso da anslise parece estar oferecendo mais uma alternativa & psiologia concreta; (2) Lacan rea lizou a procza de transformar 0 modelo do quimismo mental de Freud em unt erro de Ieitura dos inérpretes da obra freudiana; (3) Lacan superouse quando transfor. ‘mou oretornoa Freud na tarefa herctilea de leras ocorréncias do termo inconscente em Freud com o sentido novo que ele lhe conferiu apés sua leitura de Lévi- Strauss; aliés —o que parece terse tornado um habito dificil de ser abandonado — 1 de novo sem o devido reconhecimento; (4) Lacan néo dew indicagées claras de que a sua preocupacao com a l6gica era apenas uma forma de evitar a mito logia da vida interior?” A grande ironia reside no fato de que desdé a Crt... Politzer havia dei- xado para os técnicos a construgéo de uma psicahélise que fosse efetivamente ‘uma psicologia concreta.” Aquele que mais ficou préximo de realizé-ta jignorou solenemente os preceitos de Descartes a respeito de clareza e distincgo. O 1e- Sultadoréessa estranha mistura de matemas, vida interior esignficantes. A psi cologia tal como a conhecemos, se chegar a morrer, morreré como sempre viveu: jovem, muito jovem, volée”,pimeio ensio dos Ecis, pode a (4 ndo novasmitelogiasescpa totalmente 30 escopo da presente I ‘ament teria tims adjetives para referee 8 leges do icons vista conceo. A crea nio pode nio deve vientagso" Cra, p 132. ‘is EB Pretmbulo” EB intoducio BBB As cescaberas ps 1a psicandlise e a orientagio para o concreto psicandlise @ os sobrevivéncias da abstragio Th Abipbtese do inconsente 0 psicologia conceto Eh A tuotidade do obstato edo concreto no psicandlise ¢ 0 problema da pscologia conceta Ny FEB Concustes— As vitudes da Psicologia concreta eos problemas que Levanta 33 37 53 83 163, 18) @ rents SSTFTFTFTFTIFIFFIFTFTIFIFITITIIFTITIG INTRODUCAO 1.~Seninguém pensa em protestar conta a airmacio geral de que as te- orias sio mortais e que a'ciéncia s6 pode avancar sobre suas proprias rulnas, ro é posstvel fazer com que seus representantes constatem a morte de uma -teorig ata. A maioria dos cientistas compée-se de pesquisadores que, ndo ten 0.0 sentido da vida nem o da verdade, s6 podem trabalhar & sombra de prin cfpios ofcialmente reconhecidos: nfo se pode pedir que reconhecam uma cvidéncia que no édada,? mas a ser criada. Seu papel histérico ¢ outro: consis- “ten trabalho de aprofundamiento e de exploracio, é por meio deles que os “princ{pios" gastam sua energia vital; instrumentos respeitveis da ciéncia, sid incapazes de renovar-se ede renové-la. Reconhece a mortalidade de todas as teorias, mesmo das préprias, mas s6 no abstrato: parece-lhes sempre inveros- simil que o momento da morte tenha chegado. 2. ~E por isso que os psicblogos ficam escandalizados quarido Ihes fala- ios da morte da psicologia oficial, dessa psicologia que se propée estudar os “processos psicolégicos’,seja querendo capté-los em si mesmos, seja em seus concomitantes ou determinantes psicolégicos, seja por meio de métodos “multicolores”. [Nao € porque a psicologia esteja de posse de resultados fecundos e positi- vos que sé se pode duvidar negando o préprio espltito cientiico: sabe-se que, por um lado, s6 existem, no momento, pesquisas “perdidas" e, por outro, pro- messas,e que tudo estd ainda na expectativa de um misterioso aperfeigoamen- 2 elites asinala er ito, 20 longo do text, pala, recurso enfaiza potas senda de eva esc, dermareando io au cbservou: Rote € nio somente um autiatica lett de Freud, como parigrafos, Tl cen msrvownosoArsco.oGR to que 0 futuro deve trazernos generosamente. No hi tampouco, menos a respeito do que jd se fez, um acordo undnimé entre os psicélogos, acordo que pode desencorajar de saida os “energiimenos’: sabe-se que a hist6. tia da psicologia, nestes dltimos cinqiienta anos, desilusdese que, ainda hi sendo uma epopéia de ives, se podem protestar com certa aparbncia de bos ff é porque conseguiram abuigarse numa posigio cSmoda, Com as sues ncessdadescentfias stisfsitas pelo manejo, mesmo esti, dos aparelhose coma obtengéo dealguns dados estatisticos que nao tém por sua publicecso, poclamam que aciéncia controle e toda xia sob pret adéna. 7 ©" 3° Bsa histéia de cnglenta anos, da qual os Psic6logos tanto se orgu- lam, ndo € senfo ahistria de um char. ders. Jncapazes de descobia ver dade, 0s a esperam cotidianamente, de qualquer um ede qualquer ons mils slguma da verdad, ndo em-na em qualquer coisa e se tomam vitimas de toda ‘Wind aparecé primeiro'pata préconizar a psicologia “sem alma’ ee omega a migragao dos aparelhos dos laboratérios de fsiologia para os dos ‘logos. Quanto orgulhol Quanta alegria! Os psicéloges Publicam monogralis...Acabam-se as disputes verbas:caulenas!Puxamnsé 0 logarit cabelo€ Ribot calcula o ntimero de células cerebrais para se- ‘ber'se podem abrigar todas asideias, Nasce@ psicologa centile, sho pores, «que miséra: 0 mais insipid formalismo venice protegd) or uma complacéncia universal e aplaudido por todos aqueles que sco da ciéncia os lugares comuns da metodologia. Aparentemente, € clar 6logos prestaram servigo a psicologia combatendo as velharias elo la “psicologiaracional”, quando, na realidade, s6 the construiram um retgio onde, \|a0 abrigo da critic, ela ainda tinha possibilidades de sobrevivncia, Quando se conseguiu ms -sentira lassidfo, Flizmer as associagées ao milésimo de segundo, fez-se flexos condicionados” chegaram para reani- logos maravilhados, Bechtherev apresenta sesse movimento adormece logo. A seguir ora éaafa- a “psicoreflexologia’. Aig, ofa.a teoria fisiol6gica das emogées, ora as glandulas endocrinas que fazerh ° @ bvedyto ay Tensdo de um desejo impotente, porque € a0 mesmo tempo, apds cada periodo de agitacdo “objetivista’, rea tivo_daf introspeccdo. toda psicologa ‘experim xar renova por esse espititoe de o servis, tratava-se de utilizé-lo para di ; en I avam, 0s pacologos 6 procuraram isso. E também o que explicaaimpoté do método cientifico nas més dos psicélogos.(—— ; 5, — Vistos a partic da com, que concebem 0 método ci os cientistas formam uma verdadeira bierarquia. Por ser o mundo 3, Movem-se nele com pode serhes inacessivel eels si frequentemente blades. Mas tud nada cmparado a0 que acontece no andar debaixo. Os fsidlogos ja me ham tertivelmente na magia dos nimeros, ¢ 0 ent cada etapa, o nivel do ‘matemética chega aos (in : fisico que detém uma visio séria dele; s6 ele ndo brinca com ela, ¢ sé ela € uma técnica racional que no degenera em magial O qientemente em pompa experimental, tudo é pompa, Apesat de todos os seus prot hin ans Owens SF ee ciéncia mediante lugares-comuns a respeito dos quis esta lhe ensinou, Como foi-lhe dito que. cigncia¢ feta de pacitncia, que fol sobre pesquisas de porme- nores que se edificaram as grandes hipéteses, cxé que a paciéncia é um método em sie que basta procurar detalhes cegamente para atrair o Messias sintético. Atrapalha-se, entio, no meio dos aparelhos, ora'se langa na fisiolo quimica, na biologia; acumula médias 6.—Annegacio radical da psicologia cléisica,introspeccionista ou experi- ‘mental, encontrada no behaviorismo de Watson, € uma descoberta importan- te, Significa, precisamente, a condenacao desse estado de esprito que consiste em crer na magia da forma sem compreender que 0 método cientifico exige uma radical “reforma do entendimento”, como se costuma afimiar no inicio dos ranuiais de psicologiaabisiviadetima ~iBanizacéo, mas a de uma dissoluedo. Daqui a cingiienta anos, tenticamente oficial de hoje apareceré como aparec bulagées verbais da fisica per retumbantes pelas quais se ini sas teotias a que chegaram; € teologia do cérebro cons dos temperamentos — logo, incompreensfveis e estranh escoléstica. a petsistEncia, como se faz hoje com a 4, ento, o que parece incrivel agora, que o movimento icol6gico contemporineo nio é sendo a disslucd ‘O estabelecimento da psicologia cientifca supse exatamente essa disso- lugio. Todas as articulagoes que uma elaborago nocional introduziu nessa tenga primitiva devern apagar-se ima a uma, dissolucéo deve proceder por ~ctapas: hoje-ela jé deveria estar terminada. Su 0 foi consideravelmente @ betas finitiva de toda essa mito- da e pode-se, agora, ( / toda expectativa, ndo é do exercicio do me la psicologia nova que a critica em questé 6 e no 6 objetiva no verdadeiro sentido da palavra, poi aqiienta anos de pscologia cientifca jd era tempo dea psc aviorismo marca passo ou, melhor, desgraca mult Wvioristas acabaram por descobrir que 0 behaviorisiio conseqliente, o de Wat- 3, no tem sada e, chorando as panelas da psicologia introspect b pretexto de "behaviorismo néo-fisiol6gico”, a nocées francamen ivas ou limitam-se a traduzir em termos de behavior as nogbes da psi fem-se, entdo, o pesar de constatar que, em alguns, pelo menos, 0 ‘Alls, isso nfo é dese estranhar. A verdade do behaviorismo € constituida pelo reconhecimento do cardter mitol6gico da psicologia cldssica e a nogdo de ehaviors6 é valida quando considerada no seu esquema geral, anteriormente AinterpretagSo que os watsonianos ¢ os outros Ihe dao. Cingllenta anos de ps- ‘cologiacientifica s6 conseguiram chegar aficmagéo de que a psicologia cient fica esté apenas comecando, - _—/ 1K paicologia objetiva cléssica néo podia chegar a outio resultado: ‘Nunca passou da impossivel vontade da psicologia introspectiva de vir a ser| ‘uma ciéncia da natureza e s6 representa a homenagem desta tltima ao gosto da época. Houve um momento er que a propia sof, = ame! ca, pretenderam fazerse “experimental 1unca houve psicologia ot icblogos experimentai diferente dessa psicologia que se 1m idéias prOprias, sem- Cada vez que se des- cobriu que certa tendéncia havia sido vitima dessa ilusSo, recomegou-se em outta dteo,crendo que e poia fazer melhor patindo dos mesmos prnc- Be, publeado na colegio ‘0 do behavitsmo em slo francis. Sstematizava cs blemase das tradicdes da psicologa subjtiva, assim como da objetiva, que de-\ : vente” da consciéncia surge, com uma visio clara dose e fecunda, das tendéncias que procuram subt ‘vem ser vistos 0s aspects positivo e ne; “Meesmo admitindo que essa erftica no deve | em bloco: ha fatos que sobreviversio & m _) nove pscologia poder darthes a verdadeira 13, ~O que ha de mais notavel em toda a histéria da psicologia na oscilagdo entre os dois pélos da objetividade e da subjetividade, nema genialidade que caracteriza 0 modo de os psicdlogos utiliza fico, mas oat de'apicologaclisica nem chegar a fe uma ciénca verdad éa pr6ptiaciéncia qu wulam uma forina cientifica/” sencias da natureza que se ocupam do coins rovowetosoxrsconsh 26 292 H AO SOHO eeaaaaaaaaaea bouporsofrer a influéncia da falsa psicologi:os beletristas viram- .de sf tio pouco articuladas que nao impede! prios autores de recar nas lenadas, o que faz.com que racées sejam para uma verdad dos fundamentos da psicologia 0 queasrellexdes geras sobre a fraqueza do Yentendimento humano” so para 2 Critica da Razio Pura. 19. —Para ser eficaz, a critica da psic respeitaro que é verdadeiramente respeitéve 1m dé, e s6 deve , 0 receio de er: CE. Lebesemen, 5 ea; Halle, 1925. 4 Freud, por exemple, encarege-ce ele rSpio de conduc a pscanlse& picologia esi, como sais ante verenos. aca ostunnwuersonFSKDCER » » » » » » y ’ , rar externando todo o pensamento ou tudo o que o pensamento implica, 6 encompridam o caminho sem outra vantagem além da confusio, _ saat Exp ICE SE acllmente plo Ea de Ger realmente LCL aFTES) ais| sinceros esforgos que fazemos para nos livrar dles, £ entéo possivel ver uma evidéncia insuperdvel nessa tenacidade'com’ que nos perseguem, Assim, pot exemplo, a afirmagio de que a vida interior ndo tem mals existencia que os Pega por peca, para pr a nui os procedimentos que as constituem e os postulados implictos que elas enco- brem, Eis por que ndo deve, sob pena de fcarineficaz restringir-se a afirmagce: Berals que condenam sem executar. a critica deve chegar Sexecucso’? Isso tampouco esté isento de dficuldades. A cada passo surgité dvida quanto 20 diteito de livar-se de tal evidéncia ou de determinado problema. ‘Mas em momento algum se deve esquecer que nossa ‘sensibilidade”éfalseada, & que s6 prosseguindo poderemos adquirr uma vio justa que nos permit ‘econhecer 0 que deve ser salvo, e veremos, ento, como as evidéncias que, de ‘nfo 0 so quando olhadas & di fendéncias de que acabamo: dela para sempre. *u alcance e em todo o wx pour la Acciftica em si, em que o problema que um volume sobre a ions e dis sss ue sur les fordememts da la psycho- 80 cardter preparatério ¢, conseqiiente- is deve ser esquecido; eles ainda néo contéma representam apenas os primeiros instrumentos, ainda toscos, com os » » d , > U U , ) , balho concreto; criam-se e descrevem: lidades € processos, conforme o além de elaborar mitos, a afi- empre tranqiilza. E como tudo precisa icologia e a fisica encontram-se no mesmo objeto. ssica esforga-se para poder considerar a mesma coisa duas vezes or, de onde procura depois, mas vio, fazt-la sat, Desdobra o mundo para fazer dele, uma ilusdoe, em sepui- ~fa, procura fazer dessa iluséo uma realidade. Finalmente, cansada dessa “alqu- que é, no pode abordar uma tinica questo sem que dali jorre imediatamente um problema metatis De todo modo, ‘ninguém se banha duas vezes no MeSmno AO”, eéimpos- Aivelaplicar as mesmas coisas, duas vezes, o método da tercera pessoa, querei- do obtes, cada vez, uma ordem de realidade diferente. Ou se renuncia 3 Psicologia ou se abandona o método da terceira pessoa quaado se estudam fa- tos psicolégicos. Bles nao podem suportar @ aplicacéo dos [(Memas que fazem fampouco podem entrar em algum proceso 7S ram que suprimir 0 eu dos fatos psicolégicos é aniq smpouco percebe- ram que, em conseq®éncia, tods teora fundamentada nesse procedimento sé pode ser fabulacéo pura e simples Talvez levantem contra n6s a obj le que arrombamos portas abertas, visto que a psicologia considera os fatos psicolégicos exatamente come ‘manifestagées de uma consciéncia individual. Ha verossimilhanca nessa obje- Eo, pois os mesmos que criticam a psicologia clissica de maneir i If da consciéncia individual. “limitam a psicologia rigorosamente 20 ‘sto, aos estados e aos processos pertinentes a um eu individual’, ele c " Lebersfemen, p. 5,5 ea, Halle, Nimeye, 1905 @ coptiotn a psicologia cléssica por manter o sujeito nesse isolamento artificial, em vez de vinculé-o "as formas do plano histéricoe socal do esp Entenda-se: Spranger tem perfeita razio em fazer essa censura a psicolo- gia. Mas € porque se situa num ponto de vista muito diferente do nosso, Ele preconiza uma psicologia que estudaria as diversas maneiras de o homem en- tranhar-se nas redes miltiplas dos valores" ou, caso se qui que delesresultam para o homem. O que chamamos de se a Spranger sob um aspecto especial, Como a abstragéo con: rarosfatos; icos como estados em si e como Sprange itais', ele perceberé essencialmente € veré nesse isolamento uma conseqiiéncia d ito, uma vez que a constitu(do pelos acontecimentos do eu (mor), nao sabe mais o que fazer desse eu, na verdade, ada faz. Tendo-se tornado fenomenista depois da rulna da psicoog studa a multiplcidade dos “fenémenos". Hume, pelo disse claramente que ou (mi logos modemos na capaz de encontrar Uma ello que psa ,entdo, na qualidade e s6 conserva a individua- aca romavetos nso lidade no plano qualitativo: a pertenca dos fatos psicol6gicos ao individuo s6 se ‘manifesta na irredutibilidade qualitativa do ato no qual sio vividos{ Excluindo | ease ela qualidade, os Fatos psicoldgicos s0 tratadas como se fossem fatosemterceirapessoa |Naooseriam se sua pertenca ao sujet estivesse na base da forma em que poderia ser se no fossem considerados em simesmos, ‘como elementos de um todo que no pode ser concebido —Talvez se objete contra nés que apsiclogiaconhece nossa ra) afirna claramente que néo se trata de imagens, emogio, meta, em ger, fungées, a nfo ser cdas partes de um todo etc. eaeaizagio dat) Mea spensqueor ps mas nao que a anilise de um fato psicol6gico lismo funcional ndo seja uma anélise psicol6gica ¢ disso, precisamente. A totalidade que os psicé- al", um emaranhado de ngbes de’ classe. O: qualquer que sejao grau dé sia pois nao se pode, com elementos im- 10.0 ato, €a psicologia permanece, com Em esumo as nogées da psicologia no podem sercons pectos de um ato @ ota ‘essas consideragdes nao nos poem ainda na posse da "Tor ‘mula’ da psicol((]As exigencias que acabamos de desenvolver slo, de fato| \comuns & psicologia e & teoria do conhecimento e, em geral, a toda andlise da ‘mente. Pois o conhecimento tampouco pode ser explicado por esquemas em or iss que Kant nf podia accitar a-associacéo de Hume, ‘da atracdo universal de Newton, Hla € algo de ego, que implica ur sujeito:Kant, ao comt loria da sintese satisfaz retainers a exigéncia da primeira. ‘mogeneidade. A sintese, como ee aentende, é um ato em primeira pessoa eas categorias sio, em dltima anélise, apenas especifica Sjeito de ur ato transcendental, como a percepséo, pois € preciso uma nocio, que esteja no mesmo plano que o individuo concreto e que seja simplesmente! ‘ato doen da psicologia. Ora, 0 ato do individuo concreto é a vida, mas a vida contetido: sua singularidad la homogeneidade e da primel logia permanecerem no plano 0s segmentos da vi eprieos da vida do individuo particular, para dizer que oqUEeetaacima lbaixo do drama no é mais um fato psicoldgico “no sentido pleno da pala ". A ampola é claro, algo da lampada, mas néo € a propria limpade, e por ‘Naninha, “abaixo" da lampada, e, se € a lampada que me interessa, ndo me é coos Fone ok sccLOGA permitido romper a unidade do objeto.‘lémpada' pelo contrério, € preciso re- lacionar tudo a essa unidade, sem deixar o seu plano, O mesmo vale para a psi, cologia. O que o sujeito vive sio acontecimentes, € termo “acontecimento’ exprime que se trata do sujeito todo, Meu filho chora porque o mandam deitar! Eis o acontecimento. sentido da abstracio: a psicologia cléssica procua substituir o drama pessoal por um drama impessoal, o drama cujo ator 60 individuo concreto, que é una realidade, por um drama cujos figurantes so criaturas mitolégicas: em dltima andlise, a abstracio consiste em admit a equivaléncia desses dots dramas, afirmar que o'drama impessoa, o “verdadeiso", expla o drama pessoal que 6 “aparente'.O ideal da psicologia cléssica consiste na busca de dramas pura ~~Felo contrfio, a psicologia, que acita a definggo que enunciamos, néo admite a substituiggo do drama pessoal pelo drama impessoal, ac mento, otf 6 ato,” se-quisertnos, representa para ela - pessoal que procura explicar o pessoal. O psicélogo ter, entlo, algo do crftco de teatro: um ato sempre se the apesentard como segmento do drama gues tem existéncia no e pelo drama. Seu «de observagdo puta e simples, mas um mé i ~ Nao édificladivinhar que a psicandlse caminha exatamente nessa dire- Zo. Feud procura o sentido do sonho{Ele nao se contenta com o estudo abs traio ¢ Formal de seus elementos. NEo busca um cenério abstrato eimpessoal cujos figurantessioexctagéesfsiolgcasecujo encedo 6 consttutdo por suas andangas pelas c brais] O que ele quer atingie pela interpretacao na |€o eu (moi) abstrato da psicologia, mas o sujeito da vida individual, isto, os rte de um conjunto de acontecimentos Gnicos, caso se quera: 0 ator da vi ,|dramética, nfo o sujeito da introspeccao; enfim, o eu (moi) da vida cotidian | sseceu (moi) ndo intervém como "proprietario dos seus estados”, ou como cau- _{sa de uma fungéo geral, mas como o agente de um ato considerado em sua CE mais adianee,sobretud,p. 178 @ Grious SPFSISSTFTSFSESCSSSSSSSESHPVSFSSETVEsEVEVesTe determinagao singular. Sobretudo, ndo ha referéncia a uma causa desprovida “de sentido e de contetido, mas a um sujeito qualificado precisamente pelos acontecimentos e que estd por inteiro em cada un deles{O sonho 6 um seg- | ented vida do individu particular: 56 pode ser explicado em relagso 20 cu “mas, referido aoeu, 0 sonho significa, entdo, a determinagao do seu sentido en- quanto momento no desenrolar de um conjunto de acontecimentos cujatota- lidade é chamada vida, a vida do individuo particular. v ‘Apsicandlise encerra, pois, uma definigéo nova do fato psicolégico. Intro- , Se substituirmos a introspeccao pelo rel ic coseomves orscaocK eS psicdlogoe seu sujeito ndo terem mais, como acontece na introspeccéo, a mes- na funcéo. O sujeito psicanalisado ignora a interpretacio e fala sem suspeitar do sentido que o psicanalista atibuird aos materiais que ele fornece. O psic6- Jogo introspectivo, pelo contréri, espera do seu sujeito um estudo jé psicol6- ico, eele € sempre obrigado a supor um psicélogo no seu sujeito. Esté af uma diferenga enorme com o que acontece nas outras ciéncias: 0 matemiatico nao pede a uma funcéo que ela seja “matemética’, mas que sejasimplesmente fun- fo, € 0 fisico nfo procura na bobina de Ruhmkorff outro fisico, mas apenas ‘uma bobina'de indugSo: - pricanalista néo pede a seu sujeito que mude, por assim dizer, sua ma- neira de ser: pede apenas para “relaxar” e falar. O sujeito nio tem outra com que se ocupar: 0 trabalho psicol6gico é reservado ao psicélogo ¢ 0 sujeito nko pode executéclo. Enfim, o método do relato é objetivo —e esse aspecto 6 mais importante Gue’o anterior — porque o psicélogo é liberado desse *mimetismo” que as re- ‘gris da introspecgio lhe impéem. O “verdadeizo psicélogo” deve “eviver sim paticamente os estados de alma do seu sujeito", sem isso, a introspeccéo no tem sentido, pois epousa em fatos que s6 podem ser captados do interior. No sobra nenhuma marca dessa exigéncia a ndo ser no método psicana- litico, que quer interpretar determinar o sentido do senho, por exemplo, com a ajuda dos materiais fornecidos pelo sujeito. Assim como o fisico néo precisa transformar-se em bobina para estudar a induclo, tampouco o psicanalista precisa ter “complexos” para reconhecer os complexos dos outros, e é-lhe mes- ‘mo rigorosamente proibido té-los, pois ninguém se torna psicanalista sendo apés ter passado por uma andlise completa. O que ha de notavel € que, por s6 procurar a interpretacéo, o psicanalista atinge a objetividade sem ser obrigado a recorrer a “esquemas espa ‘Maso método do relato nio se opée apenas ao caréter abstrato e subjeti- vo da introspeceio; ele representa também a antitese do realismo desta, Nao podendo a introspecedo fornecer mais que a forma e o contetido de um ato psi- colégico, s6 tem sentido na hipotese realista e, de fato, a psicologia cléssica con- sidera a introspecgio essencialmente como forma de percepeéo. Portanto, faz corresponder a seus dados uma realidade sui generis, a wealidade espiritual ou a vida intetior,e a introspecgéo deve fazer-nos penetrar nessa “segunda" nature- za einformar-nos sobre seus estados. Os dados da introspeccdo, que sio os de uma realidade, sugerem depois hipéteses sobre aestrutura dessa realidade, ees- @ cons sas hipéteses sio naturalmente realistas. Pela introspeccio aprendemos o que €e 0 que acontece no mundo espititual, (Ora, é Sbvio quea vida psicolégica de outro individuo s6 é dada sob forma de“relato" ou de “visio". Relato, quando se trata de expresso por meio da lin _guagem (em todos os sentidos do termo); visio", quando se tata de gestos ou, em geral, de aco, Estou escrevendo: hé af relato e, ao mesmo tempo, viséo. Ex- primo, por meio da escrita, meus “estados de alma” entre os quais alguns po- dem ser adivinhados pelo visdo do que faco: pela atitude que tomo escrevendo, ‘as epressbes de minha fisionomia et. (O relato e a visdo tém fungéo pratica e social, sua “estrutura” é, por iss0, “finalist a linguagem corresponde em mim a uma “intenglo significativa" e as agbes, a uma “intengio ativa’, £ primeiramente com essa forma “intencional” que o relato € a visio se insezem na vida cotidiana. O relato propriamente dito é tomado pelo que 6 & intengéo significativa em mim’ corresponde nos outros uma “intengéo com- preensiva", e quanto & Visio, o dia-a-dia respeita igualmente seu plano. Falo, a vida didtia 86 vé aintengio signficativa. Estendo a mo para pegar a garrala de égua, alguém a apresenta, No primeiro caso, sou compreendido; no segun- do, uma “reagao social” responde & minha “acéo" eé s6 isso. Enfim, nas relagbes cotidianas ngo se sai da "teleologia da linguagem’ e fica-de no plano das significagdes, compreensbes e agbes reciprocas.* ‘A psicologia classica cmega por abandonar esse plano “teleol6gi er abstragdo da intensSo significativa, O que lhe interessa néo €0 que o su} relata, mas 0 que se passou em sua mente enquanto falava; hé necessidade, portanto, de certa correspondéncia entre orelato e processus sui generis, Para en- contrar esses processos, ela s6 dispée, evidentemente, do relato, mas vence a dificuldade desdobrando-o. Ento, teremos, por um lado, a expresso e, por ou- tuo, oexpressado, e também duas ordens de existéncia, pois o expressado tem. uma maneira de ser sui generis: € espiritual, € 0 pensamento.” E vistvel que esse “pensamento” nao traz, do ponto de vista da significagdo, algo novo: a significacéo da idéia e a significacdo da palavra sdo exatamente a 5 6 flcemos a seguir da marcia como 2 pstolog ‘sca mente que tudo que casos 3 respi apce-e tam 3 Vis ase, outora, muito is longee admiti-e um paralelsmo completo entre a linguagem © © pe soment, Mas qusisquer qu ej os apereigoamantos das tearias mas recents, sempre encontore ‘mos a esquema do procedimento que dsrevemas ica os ummwwermos oaPsioi0GH

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