Sei sulla pagina 1di 3
Artigos Epidemiologia da hipertens4o arterial no Brasil e no mundo Rodrigo Diaz Olmos, Paulo Andrade Lotufo Resumo A hipertensio arterial sistémica deve ser considerada um problema de satide piblica. E um importante fator de risco cardiovascular sua prevaléncia gira em tomo de 20%, Grande parte dos hipertensos desconhece sua condigao e, dos que a conhecem, apenas cerca de 30% apresentam um controle adequado. No Brasil, apesar dendo haver estudo de prevalencia ‘com representatividade nacional e com padronizagaoadequada, 60s estudos localizados mostram sempre valores elevados. Palayras-chave: Hipertensdo; Pressio arterial; Fatores de risco; Epidemiologia; Prevaléncia. Recebido: 21/11/01 ~Aceito: 14/01/02 Introdugao A hipertensio arterial sistémica (HAS) é um fator de risco bem esta- belecido para todas as doengas cardio- vasculares, particularmente para 0 acidente vascular cerebral encefalico! ‘A prevaléncia da hipertensio sofre influéncia de uma série de fatores, como ‘dade, peso corpéreo, sexo, etna, ingesto de sal, de alcool e posigiio socioecond- mica?3, Os estudos de prevaléncia de hipertenso apresentam uma grande he- terogeneidade, uma vez que sio usados diferentes niveis tensionais como crité- rio diagnéstico, incluso ou ndo de pa- cientes hipertensos controlados, medidas Correspondéncia. Paulo Andrade Lotufo Rey Bras Hipertens 9: 21-23, 2002 ‘em amostras de voluntirios e padroni- zagdo da técnica ndo-informada, o que toma dificil uma apreciagao global mais precisa das estimativas de prevaléncia. Uma breve comparagao entre paises Dados dos paises participantes do “Countrywide Integrated Noncommu- nicable Disease Intervention Pro- gramme" ~ programa patrocinado pela Organizagio Mundial da Saude ~ mostram prevaléncias de HAS (pressao arterial sistélica, PAS 2 160 mmEIg ou pressdo arterial diastélica, PAD > 95 Divisio de Clinica Médica do Hospital Universitirio da USP Avenida Lineu Prestes, 2.365 CEP 05508.000 ~ Sto Paulo, SP Tel. (11) 3039-9275, Fas: (11) 3812-8004 E-mail: palotufo@henet usp br mmHg ou usando medicagao anti- hipertensiva) de 9% a 34% em homens ede 12% a 30% em mulheres da faixa etaria de 25 a 64 anos! (Tabela 1), Numa revisio de estudos epide- miolégicos de varios paises publicada em 1988, as prevaléncias de hiper- tensio variaram de 1% em regides rurais de alguns paises africanos até aproximadamente 30% entre operarios urbanos de Sao Paulo, Brasil’. Na Cidade do México foi encontrada uma prevaléncia de HAS de 17,2% entre homens e 18,1% entre mulheres de 35 a 64 anos, usando os critérios do V7 INC, num estudo epidemiologico com 2.282 pessoas de baixa renda‘ Olmos RD, Lotufo PA Rev Bras Hipertens vol 9(1): janeiro/marco de 2002 22 Os dados brasileiros No Brasil, quando avaliamos os estudos de prevaléncia de HAS, en- contramos uma heterogeneidade de resultados ainda maior em fungdo deum sem-nimero de problemas meto- dolégicos, muitos dos quais ja apon- tados? anteriormente (diversidade de critérios diagnésticos, diferengas quan- to ao tipo de hipertensio descrito, grandes variagdes nos limites inferio- res superiores das idades, tamanhos de amostras consideravelmente diferentes, nao-representatividade da populagao geral, op¢ao de alguns autores pela medida da prevaléncia em voluntarios ¢ inimeros outros aspectos ndo-mencionados, como padronizagao de técnicas, instru- mentos, examinadores, nimero de examinadorese situagaio do examinado ‘no momento da medida) A grande maioria dos 51 estudos de prevaléncia de HAS publicados até 1993 concentrava-se no Sudeste (64,7%-33 estudos), particularmente nocixo Rio-SoPaulo, Naohavianenhum estudo de prevaléncia de HAS da regio Norte. Nesses estudos en- contramos prevaléncias que variaram de 5,04%a32,7%no Sudeste; 7,2% a ‘Tabela 1—Prevaléncia de HAS*em areas selecionadas de paises participantes do programa CINDI poridadeesexo Paisiarea 25-64 anos ‘6S anos ou mais Homens Mulheres_ Homens ~—Mulheres Bulgaria (1986. % 12% 2% 34% Canada (1986) Nova Escécia 1% 12% 8% 50% Checoslovquia (1990) % 14% 3% 31% Estonia (1991) 28% 2% - - Finlandia (1992) Karelia doNorte 31% 21% - - Litwania (1987) Areas rurais 34% 30% : - Kaunas? 29% 26% 38% - Portugal (1987) Setubal 16% 18% Federagio Russa Electrostal (1990) 25% 2% Novosibirsk (1989)¢ 31% 31% Chelyabinsk (1992)! % M% Espanha (1990) Catalunha! 13% 12% 25% 45% Tugostivia (1982) Novi Sad 37% 32% 38% 54% ‘T= PAE 10 95 mall vou uo de mv ipateuon b= sie de 5 a 50 mun © = la de dow Gaiow dade {4 40. 59 aoe, ade J 85 a 64 aos, (Hale de 28 8 3¢mon p= ide de? 69 anon. h= PA 2 160" 95 mle 40.3% no Nordeste; 1,28% a 27.1% no Sul ¢ 6,3% a 16,7% no Centro- Oeste, diferengas estas que chegam a 21 vezes no caso da regio Sul. Os seus resultados foram resumidos por Lessa’. Recentemente foram publicados estudos em Passo Fundo (RS) Catanduva (SP)? ¢ Bambui (MG) No estudo de Passo Fundo a preva- Iencia de HAS foi de 21.9% (PA> 160 x 95 mmHg ou uso de anti-hiperten- sivos). Na cidade de Bambui (MG), em estudo populacional com todos os habitantes da cidade com 60 anos ou mais, encontrou-se uma prevaléncia de HAS (PA > 140 x 90 mmHg) de 44,9%nessa faixa etiria, contra 12,8% entre individuos de 18 a 59 anos Um estudo de coorte de Pelotas (RS) sugere uma relagdo inversa entre peso para a idade gestacional ¢ PA na adolescéncia!!. No Rio de Janeiro, Sichieri et al, encontraram correlagdo positivaentre baixaestaturaeprevaléncia de HAS entre mulheres, mas no em homens"?, Estatura é um poderoso indicador de ma nutrigo na infaincia Controle da hipertensao arterial sistémica Em estudo realizado na cidade de Pelotas, RS, com 1.657 individuos de 20 a 69 anos em 1997, encontrou-se uma prevaléncia de HAS de 19,8% (critério de 160.x 95 mmHg), com uma taxa de conhecimento do diagnéstico de 73%. O controle da HAS (PA < 160 x 90 mmHg) foi encontrado em 31% dos hipertensos', Na cidade de Catanduva (SP), num estudo seccional realizado com 688 individuos com mais de 18 anos, utilizando como critério de HAS 0 nivel pressorico de 140 x 90 mmHg, encontrou-se uma prevaléncia de HAS de 31,5%?. Desses, apenas 27,6%eapresentavam HAS controlada. Noestudo de Passo Fundo, 53,3%dos individuos hipertensos estavam fa- Olmos RD, Lotufo PA Rev Bras Hipertens vol 9(1): janeiro/margo de 2002 zendo uso de anti-hipertensivos, en- tretanto apenas 20% apresentava PA controlada, Consideragées epidemiolégicas As doengas cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade no Brasil desde os anos 60, porém nos dois principais centros urbanos, Sao Paulo e Rio de Janeiro, clas ja representavama principal causa desde os anos 40+ Umestudo realizado na cidade de Salvador em 1985!5 pesquisou a relagdo entre hipertensio e doenga cerebrovascular. Dos 1.088 pacientes com doenga cerebrovascular estu- dados, hipertensio estava presente em 80% de todos casos ¢ em 94% das hemorragias parenquimatosas. A letalidade detectada foi de 54% 23 para todos os eventos e de 84% para 0s casos hemorragicos. Conclusao Amortalidade por doengas cardio- vasculares é um problema de satide publica ¢ assim deve ser considerado em todas as esferas de atuagdo tanto do Sistema Unico de Satide como do Sistema Complementar de Satide. Abstract Epidemiology of arterial hypertension and in the world Arterial hypertension must be considered as a public health problem, because of its high prevalence (approximately 20%) and its association cardiovascular disease, A great number of hypertensive individuals is Brazil not aware of its condition, and control rate is only about 30%. Although, in Brasil, there is no representative national survey with suitable standardization, local studies show high values. Keywords: Hypertension blood pressure; Risk factors; Epidemiology; Prevalence. Referéncias 1. Kannel WB, Schwartz MJ, MeNamara PM, Blood pressure and risk of coronary heart disease: the Framingham study. Dis Chest 1969, 56: 43-52. 2. INTERSALTCOOPERATIVERESEARCH GROUP INTERSALT: an international study of electrolyte exeretion and blood pressure, Results for 24 hour urinary sodium and potassium exeretion, Br Med J1988; 297: 319-28 3. Rose G, Hamilton PS, Keen H, Reid DD et al, Myocardial ischaemia, risk factors, and death from coronary heart-disease. Lancet 1977: 15; 1(8003): 105. 4, WHO ~ Study on Hypertension Control Monitoring at Community Level, EUR/ ICPINCD 226, 1994. Nissinen A, Bothig S et al. Hypertension in Developing Countries. 1Vid Hlth Statist Quart 1988; 41: 141-54. 6, Gonziles-Villalpando C, Stern MP et al Prevalence of Hypertension in a Mexican Population According to the Sixth Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure, J Cardiovase Risk 1999, 6: 177-81 7. Lessa I, Estudos Brasileiros Sobre a Epidemiologia da Hipertensio Arterial: Anilise Critica dos Estudos de Preva [encia, CENEPI. Informe Epidemiolégico do SUS, 1993, 8, Trindade IS, Heineck G, Machado JR, Ayzemberg H etal. Prevalence of systemic arterial hypertension in the population of Passo Fundo (Brazil) metropolitan area, Arg Bras Cardiol 1998; 71: 127- 30. 9. Freitas OC, Resende de Carvalho F, Marques Neves J, Veludo PK et al Prevalence of hypertension in the urban population of Catanduva, inthe State of S10 Paulo, Brazil. Arg Bras Cardiol 2001; 77:9-21 10, Lima-Costa MF, Barreto SM, Uchos E, Firmo JO et al, The Bambui Health and Aging Study (BHAS): prevalence of risk Rev Bras Hipertens 9: 21-23, 2002 factors and use of preventive health care services, Rev Panam Salud Publica 2001; 9: 219-27. 1 Barros FC, Vietora CG. Increased blood pressure in adolescents who were small for gestational age at birth: a cohort study in Brazil. IntJ Epidemiol 1999, 28: 676- 81 12. Sichieri R, Siqueira KS, Pereira RA, Ascherio A. Short stature and hypertension in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Public Health Nutr 2000, 3:77-82 13, Pieeini RX, Victora CG. How well is hypertension managed in the community? A population-based survey in a Brazilian city. Cad Saiide Pibl Rio de Janeiro 1997, 13(4): 595-600. 14, Lotufo PA, Non-communicable discases in Brazil: mortality patterns, morbidity studies and risk factors. Archivos Latinoamericanos Nutricién 1997; 4(Suppl 1): 25-9. 15, Lessa I. Hipertensio Arterial ¢ Acidente ‘Vascular Encelilico em Salvador, Bahia, Rev Ass Med Brasil 1985; 31(11, 12). 232-5. (Olmos RD, Lotufo PA Rev Bras Hipertens vol 9(1): janeira/marco de 200?

Potrebbero piacerti anche