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Estudo Bíblico sobre o Matrimônio

“O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR” Pv.18.22

“A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do SENHOR, a esposa prudente” Pv.19.14

Introdução
A base da sociedade é a família, ou pelo menos assim se considerava até algumas décadas passadas.
Na vida pós-moderna essa base da sociedade tem sido destruída e mudada por outros conceitos.
Assim é que hoje se podem observar crianças com mais de um lar por causa do divórcio de seus
pais, famílias com sérios conflitos entre pais ou entre pais e filhos, matrimônios homossexuais,
entre tantas outras aberrações relacionadas à vida familiar. Todo isto faz lembrar o que Paulo
escreve aos Romanos dizendo: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio
Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes”
(Rm.1.28). O estado da nossa sociedade em geral é um reflexo do estado das nossas famílias, e o
estado das nossas famílias é um reflexo da ausência do Senhor Deus nos lares. O juízo do Senhor
caiu sobre as famílias por estas terem o desprezado, por terem se esquecido das instruções que a
Bíblia dá acerca de como deve ser um matrimônio e uma família segundo a vontade de Deus. O
mundo considera as instruções bíblicas como algo antiquado, algo fora da moda, mas o próprio
mundo nunca forneceu uma alternativa que funcione para o direcionamento de uma família em
harmonia, nem poderá fazê-lo.
Mas pior do que isso, as próprias idéias mundanas sobre famílias também tem permeado os próprios
lares cristãos. Hoje, freqüentemente vemos até dentro das próprias igrejas pais divorciados, igrejas
que admitem um novo casamento após o divórcio, casamentos e namoros mistos entre crentes e
incrédulos, relacionamentos sexuais antes do casamento, etc. Diante disto, só resta nos perguntar se
por acaso temos nos esquecido o que o nosso Senhor nos ensina na sua Palavra sobre o matrimônio
cristão. Ou somos tão néscios que, denominando-nos cristãos não queremos obedecer aos
mandamentos dAquele a quem nós o consideramos o nosso Senhor? Será que temos nos
transformado em “servos” que não obedecem? Se esta última for a resposta, não resta mais do que
sermos demitidos como servos e sermos jogado fora, junto com aqueles que desobedeceram ao
Evangelho, pois pelos frutos é que se diferencia entre uma árvore boa e má (Mt.7.15-20), ou como
também disse o Senhor Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus (Mt.7.21)”. Por outro lado, se o
problema é de termos esquecido ou talvez nunca conhecido o que a Bíblia nos ensina sobre o
matrimônio, é hora de voltar às Escrituras! Neste caso também a Palavra do Senhor é dura contra
nós: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote,
rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim, visto
que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos (Os.4.6)”. O livro de
Oséias fala da condenação do povo de Deus por falta do conhecimento do Altíssimo, o povo peca
por não conhecer a lei do seu Deus. Se estes somos nós, que o Senhor tenha misericórdia de nós,
pois na sua lei deveria estar nossa delícia e o nosso meditar diário, como ensina o Salmo 119.
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Em razão desta problemática, o objetivo deste trabalho é realizar um breve estudo sobre os
principais ensinamentos da Bíblia acerca do matrimônio cristão. A questão de estudo é entender o
que ensina a Bíblia sobre o matrimônio. Esta questão abrange outras perguntas como: Qual é o
propósito do matrimônio cristão? Quais são os ensinamentos que as Escrituras fornecem sobre a
escolha de uma esposa ou marido? E como deve ser a vida no matrimônio?
Para responder essas questões, é realizada uma revisão tanto do Antigo Testamento (AT) quanto do
Novo Testamento (NT), buscando contrastar e comparar os pontos entre a lei e os profetas e os
ensinamentos do Senhor Jesus e os apóstolos. As revisões foram utilizadas em duas traduções da
Bíblia: a versão espanhola Reina-Valera de 1960 (SBU) e a versão portuguesa João Ferreira
Almeida revista e atualizada (versão de estudo da SBB). Além disso, o fundamento doutrinário do
trabalho são as cinco Solas da Reforma: Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus e Soli
Deo Gloria. Como esta última Sola diz, este trabalho tem o propósito de glorificar o Santo nome de
nosso Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo. Através deste breve estudo busca-se aprender mais
sobre a vontade de nosso Deus e assim poder viver na santidade à qual Ele nos chamou, mostrando
desta maneira ao mundo as boas obras realizadas por meio da Sua graça para que eles glorifiquem o
Seu nome (Mt.5.16). Como também disse o apóstolo Paulo: “...para que vos torneis irrepreensíveis
e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual
resplandeceis como luzeiros no mundo...” (Fil.2.15)
Finalmente, antes de começar este estudo precisamos orar ao Senhor como o fez Davi pedindo:
“Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.” (Sal.119.18)

A origem do Matrimônio
Em Gn.2.18-25 relata a origem do matrimônio, instituída por Deus. Nesse relato da criação a Bíblia
diz que não era bom que o homem estivera só. Deus constituiu à mulher como uma “auxiliadora
idônea” para o homem, não uma serva nem uma escrava, mas uma companheira (v.18). Ela é igual
ao homem, não um ser inferior, pois foi formada da sua própria carne (v.21-23). Nisto, Deus mostra
que os dois provêm da mesma carne, simbolizando a união entre o marido e a mulher (v.24;
Mt.19,6).
Já nesta origem, o Senhor constituiu, pelo pecado de ambos, ao homem sustentador do lar e à
mulher mãe, responsável da criação dos filhos (Gn.3.16-20). Além disso, pelo pecado inicial da
mulher, Deus a colocou em submissão a seu marido (Gn.3.16), sendo o machismo na sociedade
uma conseqüência do pecado original da mulher, assim como para o homem o é a dificuldade e o
sofrimento do trabalho. Contudo, como se verá mais adiante, na vida cristã, o Senhor instituiu a
submissão da mulher, mas também o cuidado e o amor do marido para com ela como Cristo com a
Igreja. Com isto, essa submissão deixa ter um sentido de poder do homem sobre ela, mas de
respeito e autoridade do marido no lar cristão, sendo ela amada e honrada por ele (Ef.5.21-33;
1.Pe.3.1-7). Entre os dois, o Senhor os constituiu um complemento, com funções diferentes que
farão que o lar cresça em harmonia. Cabe ressaltar também que o matrimônio é uma instituição do
Senhor dada para a vida nesta terra, para sua criação. Mas o Senhor Jesus explica em Mt.22.31 que
no Reino dos Céus deixará de haver casamento entre as pessoas.
Também é importante destacar sobre este capítulo do Gênese que o pecado original do casal foi a
desobediência ao Senhor e não as relações sexuais como ensinam algumas doutrinas. Deus
estabeleceu as relações sexuais como algo próprio do matrimônio já nesta origem do Gênese, antes
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de entrar o pecado original (Gn.2.27-28) e no livro de Cântico dos cânticos apresenta-se o cortejo
entre o marido e a esposa como algo puro e resultado do amor entre ambos. Mas adiante se verá que
a condição sobre sexo é que seja sem mácula, honrado dentro do matrimônio, como uma parte pura
e santa do matrimônio diante do Senhor.

A eleição de uma esposa


A intenção das pessoas de se casarem é um ato natural do ser humano que faz parte da vida cristã
(1.Co.7.28; 1.Tm.4.3,5.14). Já na mocidade o homem sente um desejo de encontrar uma
companheira para sua vida, mas a Bíblia aconselha suportar o jugo da solidão durante essa etapa da
vida (Lm.3.27-28) e não despertar ao amor até que este o queira (Ct.2.7, 3.5, 8.4). Esta etapa da
vida é um momento-chave de preparação e formação do caráter do indivíduo para formar uma
futura família. Porém, o apóstolo Paulo sugere em 1.Co.7.7-9,25-40 que seria melhor não se casar
para se dedicar completamente ao Senhor como ele o fez, mas isto é considerado um dom dado pelo
Senhor (tb.Mt.19.10-12). Às pessoas que não possuem este dom, Paulo incentiva a que se casem,
pois “é melhor casar do que viver abrasado” (1.Co.7.9).
Mas quais as condições para casar e como se deve escolher uma esposa ou um esposo? Em primeiro
lugar, o casamento deve ser unicamente entre pessoas convertidas ao Senhor, entre cristãos
(1.Co.7.39). Este é o único pré-requisito estabelecido nas Escrituras. Como se verá mais adiante, o
Senhor proíbe o casamento misto entre crentes e incrédulos, pelo que a busca de uma esposa ou
esposo deve partir desta condição.
Outro aspecto bíblico é que o casamento é dado pelos pais. Mesmo que hoje se considere algo fora
do contexto cultural atual, na Bíblia se ensina que os pais são quem “entregam” seus filhos para que
estes se casem (por ex.: Gn.24; 1.Co.7.36-38). Por conseguinte, na escolha do futuro conjugue deve
existir uma aprovação por parte dos pais, ou caso que não existam pais ou estes não sejam crentes,
por parte de líderes espirituais que possam direcionar aos pretendentes.
Outro ponto, e o mais importante, é que a escolha deve ser dirigida pelo Senhor, através da oração
pedindo sabedoria ao Senhor para que Ele confirme quem é a pessoa escolhida por Ele. Nisto, deve
ficar claro que o casamento também é um chamado do Senhor para as partes. Assim sendo, o
Senhor deve ser o centro já desde o momento da eleição do futuro conjugue. Um texto bíblico que
exemplifica a eleição e o direcionamento do Senhor é Gênese 24, quando Abraão busca uma esposa
para Isaque. A seguir destacam-se os principais pontos que se observam nesse texto (Gn.24):
a) Abraão se preocupou que a esposa de Isaque seja dos “seus” e não do mundo (v.3)
b) Abraão confiou que Deus guiaria na busca da esposa para seu filho (v.7)
c) O servo de Abraão buscou em oração orientação do Senhor para a escolha (v.12-14)
d) O servo pediu ao Senhor uma confirmação, um sinal de que ela era a mulher escolhida
(v.12-14).
e) O criado tinha fé em que o Senhor havia destinado uma mulher para Isaque (v.14)
f) A mulher escolhida já estava em caminho “antes” de que o criado terminasse de orar. Deus
tinha preparado tudo já antes da oração do servo (v.15)
g) O servo calava e esperava que o Senhor lhe confirmasse o que estava vendo, para ver se
realmente isso via do Senhor (v.21)
h) O Senhor foi glorificado pelo criado, na eleição da esposa também o foco de tudo foi a
glorificação do Senhor (v.26-27)
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i) O servo não festejou antes de tempo, mas ele foi prudente e esperou até que tudo fosse
confirmado definitivamente.
j) Todos confirmaram a escolha, não houve problemas na família e todos aceitaram como
vontade do Senhor (v.50)
k) O Senhor confirmou a eleição no próprio coração de Rebeca (v.58)
l) Isaque amou Rebeca e foi consolado pelo amor dela que o Senhor tinha preparado para ele
(v.67)

Sobre a procura de uma esposa também se podem encontrar várias recomendações no livro de
Provérbios. Nota-se que neste livro as orientações são dirigidas para o homem que busca uma
mulher. Isto se deve ao contexto da época, pois era o homem quem buscava e tomava uma esposa.
Contudo, as considerações gerais servem de orientação para as duas partes. O livro de Provérbios
foi escrito para entender sabedoria (Pr.1.1-4). Um ponto interessante dos provérbios é que associa
adquirir sabedoria com o fato de o homem se afastar da mulher estranha (Pr.5;6.20-35;7;9.13-18).
Outras traduções, ao invés de usar a palavra “mulher estranha” referem-se a “mulher adúltera,
insensata ou louca”. Neste livro podem-se encontrar as seguintes características deste tipo de
mulheres, das quais o homem deve se afastar:
a) Ela tem uma língua doce, suas palavras são sempre agradáveis e sedutoras, aduladoras
(Pv.5.1-5; 7.13-23). Em outros casos sua boca é como uma cova profunda (Pv.22.14).
b) Os seus caminhos são instáveis, sempre estão mudando e não é possível conhecê-los.
Outras traduções dizem que anda errante nos seus caminhos e não sabe (Pv.5.6).
c) É mulher apaixonada (ou gosta alvoroçar) e ignorante, não sabe coisa alguma (ou é
simples) (Pv.9.13).
d) Gosta de ser vista pelas pessoas para chamar a atenção delas (Pv.9.14-18).
e) É como cova profunda e poço estreito, no sentido de que podermos ficar presos nela
(Pv.23.27).
f) É como salteador, pois se põe a espreitar para fazer multiplicar as prevaricações dos
homens (Pv.23.28).
g) É impossível de contê-la (Pv.27.15-16).
h) Comete pecado e o encobre rapidamente negando tê-lo feito (Pv.30.20).

Para prevenir aos homens deste tipo de mulheres, os Provérbios destacam que se devem ter os
seguintes cuidados:

a) Afastar nossos caminhos desse tipo de mulheres, não se aproximar delas para não cair nos
seus laços (Pv.5.8).
b) Beber da água da nossa mesma cisterna e de nosso próprio poço (Pv.5.15). Isto quer dizer,
que a escolhida deve ser dos nossos, assim como Abraão enviou buscar uma mulher para
Isaque dentre os seus. Devemos beber água da nossa fonte, quer dizer uma mulher ou
homem crente como nós.
c) Se alegrar com a mulher da nossa mocidade e não buscar em outras mulheres. As suas
caricias devem nos satisfazer sempre (Pv.5.17-19).
d) Amarrar a lei do Senhor e os ensinamentos de nossos pais a nosso pescoço (é dizer tê-los
sempre presentes) e amar a sabedoria e a inteligência (Pv.6.20-24; 7.1-5).
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e) Não cobiçar a sua formosura, nem alimentar nossos olhos com ela, pois não tem valor
nenhum se ela é apartada de razão (Pv.6.25; 11.22)
f) Preferir morar nos cantos e no deserto, só, do que com uma mulher rixosa e iracunda na
mesma casa (Pv.21.9 e 19; 25.24). É melhor não casar do que casar com este tipo de
mulheres.
g) Estar em paz com o Senhor para que Ele nos guarde de cair na boca destas mulheres
(Pv.22.14).
h) Não dar às mulheres as nossas forças (Pv.31.3). Um claro exemplo de não obedecer isto foi
o rei Salomão em 1.Rs.11.1-4.

Como contrapartida à mulher insensata ou estranha, os Provérbios também ensinam sobre a mulher
virtuosa, destacando as seguintes características dela (Pv.31.10-31):

a) É difícil de encontrá-la, portanto ela é mais estimada do que as pedras preciosas (v.10; ver
também Ec.7.27-29).
b) O marido pode confiar nela (v.11).
c) Sempre lhe faz bem ao seu marido e nunca mal (v.12).
d) Trabalha com boa vontade e é esforçada, organiza a sua casa e se preocupa pelo andamento
da mesma não sendo preguiçosa (v.13-17, 27).
e) Sempre está vigiando (v.18).
f) Tem compaixão pelos necessitados (v.20).
g) Não tem temor nem preocupações, é confiante sobre o futuro sem ter medo do que virá
(v.21,25).
h) Veste-se decorosamente (v.22; ver também: 1.Tm.2.9-10; 1.Pe.3.1-6)
i) Seu marido será reconhecido com honores por causa dela (v.23).
j) É reconhecida pela sua força e sua honra (v.25).
k) Quando fala, fala sabiamente e na sua língua sempre se encontram instruções de bondade
(v.26).
l) É louvada pelos seus filhos e por seu marido por causa da sua conduta (v.28).
m) Ela é louvada e faz tudo isso, tem todas essas características não porque seja formosa nem
graciosa, mas porque é temente ao Senhor (v.29-31).

Finalmente, ainda sobre os direcionamentos para a escolha do marido ou da mulher, autores cristãos
como Palau1 destacam a importância de considerar algumas características da pessoa. Embora que
neste artigo tenha-se o objetivo de estudar apenas o que fala a Bíblia a respeito do matrimônio, a
seguir serão apresentadas apenas brevemente algumas sugestões de Palau sobre essas características
necessárias, mesmo que elas, com exceção da primeira, não sejam exclusivas. Conforme Palau, o
futuro casal deveria avaliar se eles possuem condições de ter uma união nos seguintes aspectos:

a) União espiritual: este ponto já foi destacado anteriormente, sobre a exclusividade de


casamentos apenas entre crentes. Mas é um ponto importante que será tratado mais adiante
de forma específica. Contudo, este aspecto também abarca a visão doutrinária que as duas
partes têm para evitar pontos de conflito.

1
Luis Palau. Sexo y Juventud. Editorial UNILIT, Miami, 1987.
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b) União intelectual: é recomendável que as pessoas possuam níveis culturais e educacionais


similares.
c) União social: este ponto tem a ver com costumes e níveis sociais. Sempre que possível,
também se recomenda que exista um equilíbrio deste tipo entre as partes.
d) União emocional: trata-se da maturidade das partes, a idade e experiências de vida, que se
recomenda que não sejam muito dispares para que não se criem tensões no relacionamento.
e) União vocacional: a visão vocacional dentro da vida cristã é de muita importância, pois há
pessoas que tem vocação para ministérios como os de missões, que poderiam dificultar o
relacionamento com outra pessoa que não possua este tipo de chamado.
f) União física: segundo Palau, este é o último ponto e o menor de todos eles. A última parte
de uma escolha é a própria atração física. Nisto entenda-se o fato das pessoas se gostarem
como para querer formar um matrimônio. A união física no sentido mais estrito só virá após
o casamento.

A proibição de Deus do matrimônio entre crentes e incrédulos

O casamento misto
O matrimônio em jugo desigual é condenado nas Escrituras. A Bíblia ensina que esta era uma causa
típica do desvio e afastamento do povo em relação a Deus e por isso isto é proibido (ver Ex.34.11-
17; Dt.7.1-5). As filhas dos povos estrangeiros fizeram pecar várias vezes ao povo de Deus levando-
o à idolatria (por ex.: Nm.25.1-2; Nm.31.13-18). Já no inicio da criação, depois de ocorrido o
pecado original, a Bíblia relata que os filhos de Deus tomaram para si mulheres dos filhos da terra
(Gn.6.1-2), o que levou a que a ira do Senhor se acendesse colocando um limite à vida humana
(Gn.6.3). Os patriarcas também, antes da própria lei mosaica, já tinham claro que seus filhos não
tinham que se misturar com os povos pagãos vizinhos (Gn.24.3-8; 26.34-35).
Um dos livros que mais ensina sobre a purificação do povo santo de Deus em relação ao jugo
desigual é o livro de Esdras. Quando o povo de Israel voltou do cativeiro para reconstruir Jerusalém
teve que ser purificado e limpado do pecado. Na confissão dos pecados do povo (Esd.9), Esdras
destaca que os sacerdotes não se mantiveram puros e santos, pois misturaram-se com as mulheres
dos povos pagãos (v.1-2). Assim, Esdras começa com uma purificação do povo, proibindo a mistura
com os estrangeiros (v.12) e expulsando às mulheres estrangeiras que os filhos de Israel tinham
tomado (Esd.10). Neste último capítulo Esdras destaca claramente que a mistura com essas
mulheres é um pecado (Esd.10.10-11): “Vós transgredistes casando-vos com mulheres estrangeiras,
aumentando a culpa de Israel. Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR, Deus de vossos pais, e
fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos de outras terras e das mulheres estrangeiras”.
Pode-se ver que aquele que não se apartava das mulheres estrangeiras era expulso da congregação
dos santos (Esd.10.6-8). Um relato similar do mesmo acontecimento se encontra no livro de
Neemias (Ne.13.23-31), no qual Neemias lembra ao povo que por esse pecado foi que Salomão caiu
na idolatria, por causa das mulheres estrangeiras que ele tinha (v.26).
Embora que em todos os textos anteriormente citados proíba-se ao homem tomar uma mulher que
não fosse do povo de Deus, isto se aplica também no sentido contrário, é dizer quando uma mulher
é crente não se deve casar com um incrédulo, como diz Paulo em 1.Co.7.39. O fato de a Bíblia
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enfatizar tanto no sentido do homem escolher uma esposa (especialmente no AT) deve-se ao
contexto da época, pois era o homem quem buscava e tomava uma esposa. Portanto, todo o foco de
atenção das proibições era para os homens do povo de Deus. Mas textos como o citado de 1.Co.7.39
esclarecem que a aplicação inversa também é igualmente aplicável.
Nos parágrafos anteriores temos visto que a maioria das proibições sobre jugo desigual provém do
AT. Mas visto que agora vivemos sob a graça e não mais sob a lei, são aplicáveis os princípios de
jugo desigual para a Igreja do Senhor ou era algo apenas para os judeus antes de Cristo? Em relação
a isto, existem vários textos no NT que reivindicam essa lei do AT. O que se deve entender aqui é
que não é uma lei de lembrança, como a dos sacrifícios pelos pecados, que simbolizava a futura
morte de Cristo, mas é um princípio de preservação da santidade do crente. O Senhor explica
reiteradas vezes que essa proibição é para evitar que o povo se desvie dEle (Ex.34.11-17; Dt.7.1-5).
Paulo reitera isto em 2.Co.6.14-18, ressaltando que os crentes não devem se unir em jugo desigual
com os incrédulos. Claro que isto não se refere apenas ao matrimônio, mas a todos os tipos de atos
realizados junto a um incrédulo que podem nos levar a provocar o zelo do Senhor e nos desviar dos
Seus caminhos. Isto fica mais claro ainda no já citado texto de 1.Co.7.39, quando Paulo fala das
mulheres viúvas que podem se casar novamente, “enquanto seja no Senhor” ou outra tradução diz:
“fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor”. Isto significa que o casamento
deve ser entre crentes, pessoas que estejam no Senhor. Também Paulo destaca o mesmo em
1.Co.9.5, dizendo que os apóstolos de Cristo também podem contrair matrimônio com “uma irmã”,
isto é com uma mulher cristã.

O namoro misto
Até aqui se tratou sobre a proibição de Deus para o casamento entre pessoas convertidas ao Senhor
e pessoas do mundo, não cristãs. Mas é possível ter um namoro entre um cristão e um não cristão,
considerando que as Escrituras proíbem apenas o casamento entre estas partes? Este tipo de
pergunta possui uma armadilha, pois começa buscando um ponto em que as Escrituras não
mencionem explicitamente, mas com um pouco de bom senso já poderia ser respondida facilmente.
Contudo, podemos tentar aprofundar a questão, pois existem casos nos quais um crente começa um
relacionamento justificando a possibilidade da outra parte se converter algum dia ao Senhor.
Em primeiro lugar, precisa-se de sinceridade e se reconhecer que a etapa de namoro no casal não é
bíblica, mesmo quando tenha sido uma prática habitual nas igrejas. Na antiguidade, eram os pais
quem davam seus filhos para o casamento (ver por ex. Gn.24 e 1.Co.7.36-38). O máximo nível de
relacionamento prévio que existia entre as duas partes que contrairiam o casamento é um acordo
prévio que estabelecia que esse casamento seria realizado dentro de um determinado período de
tempo. Um caso como este é, por exemplo, o de Maria e José (Mt.1.18; Lc.1.27; ver outro ex. em
Dt.20.7). Neste caso, quando as Escrituras dizem que Maria estava desposada com José significa
que “estavam sob um compromisso formal e legal, mas sem que o matrimônio propriamente dito
tivesse sido consumado.” “O compromisso do matrimônio constituía uma obrigação legal e não
podia romper-se sem um divórcio formal” (Notas da Bíblia de Estudo Almeida, SBB, p.NT-15 e
91). Assim sendo, visto que as Escrituras consideram apenas um relacionamento sério focalizado à
consumação do matrimônio, as instruções bíblicas estão dirigidas todas ao matrimônio, pois se
pressupõe que as pessoas que começam esse relacionamento têm o alvo claro de contrair o
matrimônio.
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Com isto em mente, a questão apresentada é simples de responder. Se uma pessoa crente
pretendesse namorar com um incrédulo, o que esperaria dele? Já o fato de iniciar um namoro não
seria possível, pois o inicio de um relacionamento na vida cristã deve estar enfocado no casamento
e não no relacionamento prévio em si. Toda a fase prévia é uma preparação para o casamento e a
vida matrimonial do casal. Mesmo que o crente esperasse que o incrédulo algum dia se convertesse,
o inicio do namoro não teria um alvo certo, pois se basearia em uma esperança que não tem certeza
de que possa acontecer. Além disso, deve-se ter em vista que o jugo desigual do que Paulo fala em
2.Co.6.14.18 é aplicável a todas as áreas da vida de um crente, incluindo o namoro. O jugo desigual
já no namoro pode levar a um crente a se desviar dos caminhos do Senhor, e, portanto, também
todas as recomendações bíblicas sobre o matrimônio são aplicáveis para este contexto.

Matrimônio misto a partir da conversão de uma das partes após o casamento


Os pontos anteriores trataram sobre a questão do inicio de um relacionamento misto entre um
cristão e um incrédulo. Mas outro problema surge quando em um casal de incrédulos um deles se
converte ao Senhor. Naturalmente no caso das duas pessoas se converterem não existiria problemas
no relacionamento. Mas como vê o Senhor o matrimônio misto em situações em que uma das partes
se converte? Os ensinamentos sobre esta situação podem ser encontrados em 1.Co.7.12-24. Neste
caso, a proibição do divórcio para o cristão segue sendo aplicável, de acordo ao que ensinou o
Senhor Jesus (Mt.19.1-12; Mc.10.10-12; Lc.16.18) e que será aprofundado em seções posteriores.
Contudo, no texto citado de 1.Coríntios 7, Paulo explica que a parte do casal que se converter deve
procurar manter o matrimônio (v.12-13), buscando ser um bom testemunho para seu conjugue, para
que também possa talvez se converter (v.16). Contudo, Paulo explica que a separação do
matrimônio é aceita única e exclusivamente se o incrédulo assim o desejar, mas o cristão sempre
deve buscar manter seu matrimônio (v.15). Além do mais, no caso da separação entre dois crentes,
Paulo explica que é uma ordem do Senhor que as partes fiquem sem se casar novamente ou venham
a se reconciliar. A única possibilidade é ficarem sós ou voltarem a unir o seu matrimônio (v.10-11),
pois em outro caso estariam cometendo adultério (Lc.16.18).

A origem da poligamia no matrimônio


O Senhor Deus estabeleceu que o homem e a mulher fossem uma única carne (Mt.19.6). Eles foram
constituídos como companheiros, para que se ajudassem o um ao outro (Gn.2.20-24; Ec.4.9-12).
Mas se a origem do matrimônio foi monogâmica, é dizer entre duas pessoas, porque já desde as
origens da Bíblia existia poligamia (um marido com várias mulheres)? Há algum propósito do
Senhor em isto?
Realizando uma análise do Gênese, observa-se que antes de Abraão não há registros Bíblicos de
poligamia. Sobre Adão a Bíblia fala de uma única mulher, Eva (Gn.4.1,25). Noe e seus 3 filhos,
tinham cada um uma única mulher (Gn.7.7,13). Também Tare, Ló e Abrão tinham cada um uma
única mulher antes que Deus fizesse as promessas a Abraão (Gn.11.29-32). No caso de Ló, em
Gn.14.16, poder-se-ia entender que as mulheres citadas eram as mulheres de Ló ou, de outra forma,
as mulheres que estavam na casa de Ló. Seguindo o relato desse texto, nos próximos capítulos,
quando Deus condena Sodoma e Gomorra, a Bíblia só descreve uma única mulher de Ló
(Gn.19.15). Neste último texto, observa-se que Ló tinha uma mulher e duas filhas, assim sendo o
texto de Gn.14.16 é provável que se refira às mulheres da casa de Ló, isto é sua esposa e suas filhas.
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O primeiro relato de poligamia que a Bíblia registra é a de Abraão em Gn.16, quando além de ter a
sua esposa Sarai (depois chamada Sara), toma por mulher à serva de Sara, Agar, para gerar filhos,
pois sua esposa Sara era estéril. Neste caso, pode-se observar que este ato foi um exemplo de falta
de fé nas promessas do Senhor. No capítulo prévio (Gn.15), o Senhor promete a Abraão uma
descendência, sendo que este ainda não tinha filhos. Mas depois disto, a sua mulher Sara não gerava
filhos (Gn.16.1) e, portanto, Sara dá sua serva por mulher a Abraão. Neste ato observa-se que eles
estavam “dando seu próprio jeito” para que as promessas do Senhor se cumprissem. Mas o Senhor
tinha suas promessas guardadas na mulher original de Abraão, em Sara, mesmo que Abraão não
conseguisse acreditar nesse milagre, pois Sara já era “de idade avançada” (Gn.17.15-21). O fato de
Abraão e Sara não terem aguardado e começado uma poligamia levou a um problema entre famílias
(Gn.16; 21.8-20), que teve como resultado de Ismael surgir um grande povo que tem atormentado
aos Judeus até nossos dias: os muçulmanos. Também é importante destacar que nesse contexto
Agar não passou a ser esposa de Abraão, mas foi uma espécie de empréstimo de sua dona Sara. Sara
seguia mantendo seu direito de esposa, enquanto Agar foi apenas emprestada a Abraão por sua
própria esposa.
Depois desta primeira história, vemos que Isaque, filho de Abraão, manteve uma única esposa, que
era claramente a escolhida do Senhor para sua vida, como relata Gn.24. O segundo caso de
poligamia registrado é o de Esaú, filho de Isaque, que primeiro tomou uma filha dos povos pagãos,
desagradando a seus pais (Gn. 26.34-35) e depois, para tentar compensar essa atitude, foi a buscar
outras esposas entre seus parentes (Gn.28.8-9). Mas Esaú já tinha sido desaprovado pelo Senhor por
sua necedade respeito ao valor de sua primogenitura (Ro.9.13; He.12.16-17) e, portanto, poderia se
esperar uma atitude assim de alguém que não caminhava com o Senhor. Paralelamente a Esaú, Jacó
seu irmão, também teve um caso de poligamia casando-se com duas irmãs, o que foi fruto de um
engano de seu sogro (Gn.29.1-30). Isto acarretou em dificuldades e brigas entre as duas irmãs
(Gn.29.31-35; 30.1-24). Nesta história observa-se que Jacó sempre teve a sua amada, e Lia foi
apenas fruto do engano, tanto dela quanto do seu pai.
As histórias que seguem, antes da lei mosaica são as de José, que teve uma única esposa e dois
filhos (Gn.41.45) e Moisés. No caso de Moisés, a Bíblia relata que este casou com Zípora (Ex.2.21-
22) e depois, em Nm.12.1-16, relata-se que Arão e Miriã murmuram contra Moisés por causa da
mulher cuxita que este tinha tomado. É interessante destacar os comentários ao respeito disto na
Bíblia de Estudo Almeida da SBU, na qual diz o seguinte sobre esse texto: “Cuxita: Etíope. Este
nome geralmente designa os etíopes, mas talvez se aplicasse também aos midianitas (cf.Hc.3.7).
Aqui, o termo poderia estar se referindo a Zípora ou, talvez, a outra esposa de Moisés, da qual, não
se tem conservado notícias.” É interessante que Zípora era originaria da terra de Midián (Éx.2.15-
21) e em Habacuque se denomina cuxitas aos habitantes de Midián (Hc.3.7). Se assim for,
tampouco Moisés teria praticado a poligamia.
Com Moisés, o Senhor Deus trouxe a lei para o povo de Israel, na qual também contemplava
aspectos sobre o matrimônio e a questão da poligamia. Uma restrição à poligamia é dada na lei
mosaica aos reis (em Dt.17.17), onde o Senhor destaca que o rei não deveria tomar para si muitas
mulheres, para que o seu coração não se desviasse do Senhor. Leis similares de castidade no
matrimônio são estabelecidas para os sacerdotes de Israel (Lv.21.13-15). Contudo, para o povo em
geral, nada ao respeito foi estabelecido. A lei de Moisés não proibia explicitamente o casamento
com mais de uma mulher ao povo. As proibições eram relacionadas apenas ao casamento com mais
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de uma mulher da mesma família (parentes próximas) (Lv.18.18) e inclusive em Dt.21.1-17, o


Senhor estabelece leis relacionadas a matrimônios com mais de uma mulher e os direitos de cada
uma destas. Nesta parte da lei, no capítulo 24 de Deuteronômio também se contempla a
possibilidade de divorcio e novo casamento.
Desta maneira surge a seguinte questão: porque o Senhor Deus permitiu a possibilidade de
poligamia no povo e inclusive a possibilidade do divorcio no matrimônio, se também as Escrituras
ensinam, como foi explicado no inicio, que o marido e a mulher passam a ser dois em um, uma só
carne? A resposta é dada pelo Senhor Jesus em Mateus 19.1-12, onde ele ensina que foi Deus quem
uniu ao homem e a mulher num matrimônio e que se na lei de Moisés é contemplado isto foi
simplesmente por causa da dureza do coração do povo, mas no princípio não foi assim. Neste texto
o Senhor Jesus ensina claramente sobre a união monogâmica no matrimônio e a importância desta
ser mantida. Essas leis foram dadas para manter a ordem dentro do povo judaico, considerando que
as leis abrangiam tanto aspectos espirituais quanto legais do trato do povo, visto que Israel deveria
ser governado sob um regime “deocrático”. Assim sendo, as leis sobre mantimento das mulheres,
divórcios, etc. foram constituídas para a ordem no povo, pela dureza do coração deles, mas isto não
significa que era o propósito do Senhor para a vida matrimonial. Tanto assim que no novo
testamento, o Senhor Jesus e os apóstolos dão instruções específicas sobre como deve ser o
matrimônio, entre esses aspectos sobre o relacionamento monogâmico. Alguns desses textos serão
abordados em seções posteriores. Mas cabe ressaltar o texto de 1.Co.7.3, que trata sobre o
matrimônio monogâmico, no qual Paulo destaca que cada um deve ter sua própria esposa e seu
próprio marido, cumprindo as obrigações entre eles para evitar casos de fornicação entre os cristãos,
como os que tinham acontecido na igreja de Corinto (1.Co.5). Neste texto o apóstolo destaca a
relação pessoal, única, no matrimônio. Isto era de tanta importância para Paulo que em 1.Tm.3.2,12
instrui que os bispos e diáconos devem ser maridos de uma só mulher. Neste caso também os
comentaristas explicam que isto se refere ao fato do bispo não ter se casado uma segunda vez
depois de ter enviuvado. Aparentemente, neste texto, para Paulo o matrimônio era tão sério que os
bispos e diáconos só poderiam se casar apenas uma única vez, embora tenham enviuvado.

A vida do matrimônio cristão


A Bíblia instrui sobre vários aspectos de como deve ser o relacionamento no matrimônio cristão.
Entre eles destacam-se os seguintes:

a) A submissão no matrimônio
A Bíblia ensina que as casadas devem ser submissas aos seus maridos da mesma maneira que ao
Senhor, considerando que seu marido é a cabeça do lar (1.Co.11.3; Ef.5.22-23; Cl.3.18;
1.Tm.3.4,12; 1.Pe.3.1-6; Tit.2.3-5). O relacionamento e hierarquia entre ambos devem ser como
entre Cristo e a Igreja (1.Co.11.3; Ef.5.24). O apóstolo Pedro (1.Pe.3.1-7) destaca que esta
submissão serve como um bom testemunho diante dos incrédulos para poder ganhar a alguns deles
por meio do comportamento casto e respeitoso das mesmas. Mas aqui também o mandamento para
o marido é de grande responsabilidade, pois, como contrapartida, o marido deve amar sua mulher
como Cristo à Igreja, inclusive até a morte (Ef.5.25-28), sendo amorosos, não tratando-as com
amargura (Cl.3.19) e dando-lhes honra como se elas fossem um vaso frágil, além de serem co-
herdeiras e participantes da graça do Senhor (1.Pe.3.7).
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É importante destacar também sobre o papel do marido para com a mulher que ressalta o texto de
Efésios 5.21-33, quando Paulo faz a analogia entre Cristo-Igreja e marido-mulher, no qual diz o
seguinte: “assim como Cristo fez com ela para santificar-lha, purificar-lha pela palavra, para que
seja apresentada como uma igreja gloriosa e santa, sem defeito”. Nesta analogia vemos que o
marido tem também uma grande responsabilidade para com sua mulher perante o Senhor. É a
função de o marido liderar o seu lar (v.23-24) por meio do amor para com a sua mulher (v.25, 28),
de maneira que ela possa crescer em santidade (v.26a). Observa-se que este crescimento em
santidade vem por meio do aprendizado e conhecimento da Palavra (v.26b, ver também Jo.17.17).
Para isto, o próprio marido deve ser o discipulador do lar (ver.1.Co.14.34-35; 1.Tim.2.11-12), como
será explicado melhor na seguinte seção. Isto acarreta numa grande responsabilidade do homem
diante do Senhor, pois, para liderar o lar, o homem primeiro deve ser um servo fiel ao seu Senhor,
Santo e conhecedor das Escrituras. Assim sendo, observa-se que a autoridade espiritual do homem
sobre a mulher é baseada no pressuposto de que o marido deve ter essas qualidades como crente e
que será capaz de levar a sua mulher a uma vida santa perante o Senhor Deus.

b) O marido como discipulador do lar


Existe um grande debate sobre os textos de Paulo em relação à autoridade doutrinaria do marido
sobre a mulher, citados em 1.Co.14.34-35 e 1.Tim.2.11-12. Nestes textos, lendo à primeira vista,
entende-se que Paulo proíbe às mulheres participarem de estudos nas igrejas, além de não terem a
permissão de ensinar a Palavra. Contudo, Paul Washer2 explica que no contexto histórico no qual
foram escritas essas cartas de Paulo, as mulheres judias não tinham a permissão de estudar as
Escrituras, mas apenas os homens eram quem tinham esse privilégio. Se for assim entendido, nesses
textos Paulo estaria abrindo uma grande oportunidade para as mulheres cristãs, pois ele está
aprovando a possibilidade de que estas aprendam as Escrituras e as questões doutrinárias. Só que
Paulo também estaria limitando essa liberdade de aprendizado para que não se convertesse em
libertinagem doutrinária dentro das igrejas, além de que começasse a ser desrespeitada a autoridade
dos maridos nas igrejas.
De qualquer forma, nesses textos, como também no texto de Efésios 5.21-33 que foi analisado no
ponto (a), fica clara a questão da obrigação do marido como discipulador do seu lar. Mesmo que
hoje as mulheres possuam liberdade para trabalhar dentro das igrejas, a Bíblia instrui aos maridos
para ensinarem em seus lares a Palavra do Senhor (ver também Dt.6.6-7, 6.20-25, 11.18-20).
Portanto, é um grande dever do homem conhecer as Escrituras, para que, utilizando da autoridade
que o Senhor lhe concedeu em seu lar, possa transmitir a Palavra e as questões doutrinárias a sua
esposa e seus filhos.

c) O relacionamento sexual em pureza


A Bíblia ensina que a união carnal entre o homem e a mulher foi algo puro instituído pelo Senhor
(Gn.2.24; Mt.19.6; Ef.5.31; ver também todo o livro de Cânticos). Quando a Palavra fala de que os
dois serão uma só carne, refere-se tanto no sentido espiritual como no sentido físico (1.Co.6.16-20).
O relacionamento sexual faz parte do matrimônio e a Bíblia condena severamente estes atos fora do
mesmo (Gál.519-21; Ef.5.3; He.12.4; Ap.21.8,22.15), que são denominados como fornicação ou
imoralidade. É considerada fornicação o relacionamento sexual fora do matrimônio, seja antes de

2
Paul Washer: El verdadero Evangelio. Seminário para pastores no Perú. Heart Cry Mission. Em:
http://preparadelcamino.wordpress.com/2008/11/25/paul-washer-el-verdadero-evangelio/
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casar ou com outra pessoa que não é o conjugue. Neste último caso, além de fornicação comete-se
outro pecado que é o adultério. Por causa do risco de fornicação, Paulo escreve aos Tessalonicenses
que cada um tenha sua própria esposa em santidade e honor e não em paixões de concupiscência
como aqueles que não conhecem ao Senhor (1.Ts.4.1-5, traduzido da versão Reina-Valera 1960). O
mesmo Paulo escreve também aos Corintos em 1.Co.7.1-6. Neste último texto Paulo instrui que o
casal não deve se negar mutuamente, salvo que seja por mútuo consentimento e por uma causa de
oração, para evitar assim problemas relacionados à incontinência e à fornicação.
Finalmente, as Escrituras ensinam em He.13.4 que: “Digno de honra seja o matrimônio, bem como
o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros”. Nos comentários da Biblia
Plenitud3, explica-se que quando fala de sem mácula, entende-se que abarca a responsabilidade do
casal de preservar a sua intimidade das práticas perversas e vis de uma sociedade lasciva. Assim, o
matrimônio cristão deve preservar tanto a sua pureza espiritual quanto sexual.

c) Os problemas no matrimônio e o divórcio


Anteriormente foi discutido como deve ser o trato entre o marido e a esposa. Como se observou nos
pontos anteriores, entre ambos deve existir um trato baseado no amor, o respeito e a submissão.
Cada um deles já não é dono de si mesmo. Além de pertencer ao Senhor, o casal se pertence o um
ao outro (1.Co.6.15-18) e, portanto, estes devem se cuidar como a si mesmo (Ef.5.27-28). Mas o
que acontece quando existem problemas no matrimônio? O que fazer quando se fizeram as escolhas
erradas e se foi contra os ensinamentos bíblicos, tendo como resultado um matrimônio infeliz?
Como deve agir uma pessoa que foi desobediente ao Senhor e tem se arrependido disso, voltando-se
para Ele?
Em primeiro lugar, como cristãos temos que entender que todas as coisas cooperam para o nosso
bem, para sermos moldados conforme à imagem de Cristo (Rm.8.28-29). Portanto, mesmo um
matrimônio problemático deve ser visto para um crente fiel como um meio que o Senhor usa para
nos disciplinar e nos moldar, para trabalhar nosso caráter e assim sermos cada vez mais semelhantes
a Cristo (ver He.12.4-11). Sobre a imagem ou o caráter de Cristo, Paul Washer4 explica que estes
podem ser resumidos em 3 características que também deve-se encontrar em cada um de nós e que
devem se refletir no matrimônio: 1) A graça. Isto significa dar a alguém aquilo que não se merece;
2) A misericórdia. Isto significa não dar a alguém aquilo que se merece, e 3) O amor incondicional.
Isto significa amar a alguém mesmo quando não apresente todas as características ou requisitos
necessários para ser amado. No matrimônio, essas características devem aparecer, e as mesmas
serão exercitadas por sobre todas as coisas quando existirem diferenças ou problemas no casal.
Sobre a possibilidade de um casal se divorciar quando estes não se entenderem, o Senhor Jesus foi
claro sobre este assunto em Mt.19.1-12. O Senhor Jesus explicou que o que Deus juntou não deve
separar o homem (Mt.19.9). Isto também Paulo enfatiza em 1.Co.7.10-11, destacando que não é
uma instrução, mas um mandamento do Senhor. Em Mt. 19.1-12, o Senhor explica que a única
causa admitida para o divórcio é se uma das partes comete relações sexuais ilícitas (Mt.19.9). Se as
partes se separarem por outra razão que não seja o caso de adultério, não podem contrair novamente
matrimônio, pois isso é considerado diante do Senhor como adultério (Mt.19.9; Mr.10.10-12;

3
Biblia Plenitud, 1994, Editorial Caribe.
4
Paul Washer. Pregação legendada em espanhol: El propósito del matrimonio. Em:
http://www.youtube.com/user/5SolasyelunicoDios
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Lc.16.18). Além disso, nestes textos o Senhor ensina que além de cometer adultério quem se
divorciou e casou novamente por algum motivo fora do adultério de uma das partes, também o
comete aquele que se casou com a pessoa divorciada. Na seção sobre o matrimônio misto a partir da
conversão de uma das partes após o casamento, também se apresentou outros aspectos sobre a
separação das partes. Nesse caso, explicou-se o texto de 1.Co.cap.7, no qual também trata sobre o
que fazer quando o incrédulo quer se separar do crente. Recomenda-se ao leitor aprofundar sobre
isto nessa respectiva seção deste trabalho.
Finalmente, a Bíblia ensina que a via para contrair um segundo matrimônio é quando a pessoa
enviúva, sendo esta livre para casar novamente não sendo isto considerado como adultério (Rm.7.2-
3; 1.Co.7.39-40), ou quando é divorciada por um caso de adultério, pois nesse caso o próprio
Senhor legitimou o divórcio, o qual implicava na liberdade da vítima dentro do matrimônio para
recomeçar sua vida (Mt.19.1-12). Claro que determinar se a pessoa foi realmente vítima e não é
também uma parte culpada por ter exposto seu cônjuge ao adultério é um caso pastoral que deve se
estudado em detalhe para cada problema particular. Aqui, o princípio é que, no antigo testamento
não existiam divórcios por adultério, mas uma viuvez, pois o adúltero era apedrejado, ficando livre
a vítima para casar novamente. O Senhor ensinou em Mt.19.1-12 que o divórcio era possível, mas
não como o estavam usando os fariseus, que usavam qualquer motivo como justificação da
separação. O divorcio como ensino de Jesus é a consideração de uma morte espiritual do adúltero
(como o era no AT literalmente, com o apedrejamento). Mas, mesmo assim sempre prima o perdão
e a reconciliação, pois o amor cobre multidão de pecados, como diz em 1.Pedro 4.8. Por outro lado,
no caso das mulheres viúvas, Paulo considera que melhor fosse que estas ficassem nessa condição,
se dedicando ao serviço do Senhor (1.Co.7.40; 1.Tm.5.1-10). Mas que no caso de que forem viúvas
jovens, é melhor se casarem novamente para evitar o pecado da fornicação (Tm.5.11-15).

d) O matrimônio e os filhos – a instrução nos caminhos do Senhor


Até aqui foram tratados aspectos do matrimônio relativos ao relacionamento entre o casal. No
entanto, além das obrigações e responsabilidades entre estes, o casal possui uma missão de grande
importância e responsabilidade perante o Senhor: a criação dos filhos. O Senhor carrega sobre os
pais a responsabilidade de ensinar as leis dEle, como é enfatizado em Dt.4.9; 6.6-7;11.19.
Além do ensino das Escrituras por parte dos pais aos filhos, a Bíblia exorta os pais a corrigir e
disciplinar aos seus filhos. O apóstolo Paulo escreve aos Efésios e Colossenses que não provoquem
seus filhos à ira e à irritação, mas que os criem na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef.6.4,
Col.3.21). Por outro lado, nesses dois textos é enfatizada a obediência que os filhos devem para com
seus pais. Com isto observa-se a importância da seriedade no lar, de maneira que a disciplina seja
aplicada, sem fazer com que os filhos guardem algum tipo de rancor contra seus pais, mas que
aprendam a respeitá-los, entendendo que o que eles fazem é por amor.
Em He.12.5.5-11 também ensina que o Senhor nos disciplina, como os pais aos filhos, porque Ele
nos ama. Neste texto destaca-se a disciplina como um ato de amor dos pais com seus filhos.
Também os Provérbios contém várias instruções para os pais em relação a disciplina, que se
destacam nos seguintes pontos:
a) “Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão.
Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”.
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Aqui compara-se a disciplina do Senhor com a disciplina de um pai. O pai que ama seu
filho o disciplina.
b) “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Pv.13.24).
Observa-se que a disciplina é um ato de amor, como destaca este provérbio. Esta disciplina
tem que ser aplicada já desde pequenos.
c) “Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”
(Pv.19.18). Observa-se que a disciplina tem um limite, é para corrigir, mas não para abusar
fisicamente ferindo ao filho, como muitos pais fazem.
d) “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a
fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno” (Pv.23.23-24). Observa-se que a
disciplina dos filhos os levará aos caminhos do Senhor, evitando que sigam o caminho da
perversidade perdendo-se eternamente no inferno.
e) “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar
a sua mãe” (Pv.29.15). Observa-se que a disciplina leva às pessoas agirem com sabedoria,
evitando ser uma vergonha para os pais.
f) “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma” (Pv.29.17). Observa-se
que a disciplina traz alegria para os pais, como conseqüência da sabedoria dos filhos,
destacada no ponto (d).
Observa-se que em todos os provérbios relacionados à criação dos filhos é sempre enfatizada a
disciplina e a correção, inclusive utilizando a vara. Hoje na sociedade rejeita-se esta idéia,
considerando-se que os filhos devem ser educados através do diálogo, mesmo quando estes sejam
rebeldes. Deve-se entender que muitas vezes isto está baseado num pressuposto humanista, no qual
se considera que a criança é boa e que essa bondade tem que “florescer” nela, o que dependerá do
seu contexto. Contudo, a Palavra do Senhor ensina o ponto totalmente oposto, enfatizando que o
homem nasce já sendo um pecador, uma pessoa que busca o mal e não o bem. Como diz Daví, no
Salmo 51.5: “Eu nasci na iniqüidade e em pecado me concebeu minha mãe”. Nos provérbios se
exorta precisamente a aplicar a correção às crianças para que estas já tenham desde pequenas um
discernimento sobre sua própria natureza pecaminosa e desobediente, e para que, a través disto, elas
cheguem ao arrependimento e à conversão para Cristo.

Conclusões
Este trabalho teve por objetivo realizar uma breve análise dos principais pontos que a Bíblia ensina
sobre o matrimônio. Assim sendo, foram abordadas questões como a origem do matrimônio, a
maneira de escolher a pessoa com quem casar, os aspectos que Deus proíbe do matrimônio, como
serem o divórcio e o casamento misto, a origem da poligamia e, finalmente, diferentes aspectos de
como deve ser a vida do matrimônio cristão.
Cabe ressaltar que este estudo não pretende ser exaustivo. Cada tema abordado poderia ser
aprofundado em um estudo específico, trazendo diferentes pontos de vistas de comentaristas e
teólogos. O trabalho apresentado teve apenas o propósito de apresentar uma visão geral do tema,
além do autor ser um leigo que não possui formação teológica como para discutir sobre diferentes
interpretações dos textos apresentados.
Finalizando este breve estudo, é importante ainda destacar o gozo e a felicidade que a Bíblia
promete para aqueles casais que seguem nos caminhos do Senhor. Em Eclesiastes 9.9 a Bíblia nos
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diz: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu
debaixo do sol; porque esta é a porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do
sol”. Também em Pv.5.18-19 o Senhor nos instrui: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a
mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o
tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias”. Outros textos que destacam a alegria do
matrimônio são os que se descrevem no livro de Cânticos dos Cânticos. Neste livro se descreve o
amor entre o esposo e a esposa. Esse amor é o que provém de Deus, e como diz no cap.8, v.7 desse
livro: “As muitas águas não poderão apagar o amor, nem os rios, afogá-lo”. O amor no matrimônio
cristão não pode ser apagado, porque ele provém de Deus quem chamou o casal para constituir uma
família, esse amor nunca deixa de ser (1.Co.13.8). Este tipo de amor é o amor que descreve Paulo
em 1.Co.13, o amor ágape, incondicional, puro e santo, como o que Deus tem para nós. Esse amor
provém dEle, o ser humano é incapaz de amar desta forma por si só. Por conseguinte, um amor que
provém de Deus tem segurança, tem certeza, pois não é baseado em sentimentos humanos, mas é
baseado e provém dAquele que ”efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade”(Fil.2.13). Por isso, um lar cristão, um matrimônio totalmente centrado no Senhor, tem a
paz e a certeza que ficará firme, pois está construído na rocha, em Cristo, e não na areia.
Tempestades virão sobre esse edifício, mas ele tem um fundamento sólido que não será abalado
(Mt.7.24-27).
“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de
Deus permanece eternamente” 1.Jo.2.17

Sola Scriptura – Sola Gratia – Sola Fide – Solus Christus – Soli Deo Gloria!

Base Bíblica para a vida cristã

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