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1ª Parte
Índice
Introdução
1. A Invasão Anglo-Americana
Introdução
A Invasão Anglo-Americana
1
O termo é utilizado para denominar a coalizão das forças inglesas e norte-americanas.
A Invasão do Iraque 3
Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo
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O território iraquiano é predominantemente um deserto, com grandes planícies. Mas no sudeste,
próximo à fronteira com o Irã, há grandes áreas alagadas. Já na região norte, ao longo das fronteiras
com o Irã e a Turquia, o terreno é marcado por cadeias de montanhas.
3
Com uma população de quase 4 milhões, Bagdá é a maior cidade iraquiana e continua a crescer
rapidamente. A cidade é também o centro nervoso do regime, onde estão localizados os principais
ministérios e várias instalações militares.
A Invasão do Iraque 4
Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo
A captura de Saddam Hussein será tão ou mais difícil que a de Osama Bin Laden.
Ele tem vários esconderijos no Iraque (sem contar as alternativas fora do país) e
em locais de difícil acesso nas montanhas. Eventualmente poderá ter apoio e
cobertura do Irã e outros países (principalmente os do chamado “eixo do mal”),
além de grupos étnicos como os sérvios. Assim, a possibilidade de ser preso pelos
EUA é muito pequena e menor ainda a de ser levado a julgamento em tribunal
internacional (pressupõe-se que os organismos internacionais estejam debilitados
em função da não aprovação da invasão pela ONU e sem condições políticas para
julgar Saddam).
Assim, durante um tempo relativamente prolongado o ditador ainda poderá
influenciar no cenário de guerra e tomar decisões mais “radicais” como, por
exemplo, atacar Israel e Turquia com mísseis.
O avanço das tropas anglo-americanas para dominar a região norte do país será
dificultado tanto pela alta densidade demográfica dessa região como pela
topografia montanhosa. A tomada do centro petrolífero de Kirkuk será bastante
dificultada pela forte resistência iraquiana. Um fator relevante de dificuldade será a
tomada da cidade de Tikrit, reduto da família de Saddam Hussein e cidade natal
da maioria de seus comandantes e homens de confiança. Ali poderão ocorrer os
mais sangrentos combates entre as forças anglo-americanas e os partidários de
Hussein. Apesar dessas dificuldades, a superioridade técnica e numérica dos
invasores prevalecerão e Saddam e seus correligionários serão vencidos.
O que acontecerá a Saddam Hussein, seus filhos e os mais leais colaboradores,
tal como Ali “Químico”? Pelas declarações do ditador iraquiano e considerando a
sua história pessoal e as tradições guerreiras dos “filhos de Tikrit”, eles preferirão
morrer lutando e muito poucos se entregarão.
Assim, é previsto um período de 1 a 2 meses para o fim dessa etapa que
praticamente encerra a guerra.
A ONU
Ao que tudo indica, caberá à ONU a tarefa de, num primeiro momento, coordenar
as ações humanitárias de socorro às vítimas da guerra (montagem de abrigos,
envio de médicos e pessoal de apoio e remessa de remédios e alimentos). Três
conjuntos de forças irão estimular a Organização nessa direção: os EUA, que não
vão querer ficar com mais esse ônus além dos da própria guerra e os da
reconstrução do país; o corpo gerencial-administrativo da ONU, na tentativa de,
mantendo-a ocupada, propiciar que a Organização reencontre um caminho de
sobrevivência; os demais países do denominado Conselho de Segurança, como
barganha junto aos norte-americanos na expectativa de obterem vantagens
econômicas na fase de reconstrução da indústria petrolífera do Iraque.
Com a ONU rachada, o mais provável é que ocorram reuniões entre os principais
países fora daquele foro, liderados pela Rússia, China e França, para avaliar o
desenrolar da invasão e estabelecer estratégias comuns frente aos problemas que
advirão.
A Invasão do Iraque 5
Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo
França
Inicialmente com bastante receio das retaliações dos EUA, tentará abrandar os
norte-americanos com declarações de certa forma ambíguas com relação ao seu
posicionamento inicial. È o país que mais pode perder caso mantenha sua postura
contrária aos EUA.
Alemanha
Menos exposta que a França, deverá manter sua linha contrária à guerra mas num
tom moderado de ataque aos EUA
A Invasão do Iraque 6
Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo
Rússia
Bastante incomodada com a iniciativa dos EUA e bastante preocupada já que não
sabe quais serão os próximas ações de Bush no cenário mundial. Caso o conflito
se agrave, com fortes reações do mundo islâmico, a Rússia poderá elevar o tom e
partir para uma postura de confrontação mais direta com os EUA.
China
Apesar da postura pragmática que tem tido até o momento, a China, pelos
mesmos motivos da Rússia, também não está gostando nada do desenrolar dos
acontecimentos mundiais. Mas, mesmo com o agravamento do conflito, deve
manter a atual política ou, quando muito, engrossar o coro dos contra (os EUA).
Apesar das preocupações com a Coréia do Norte, a China sabe muito bem que,
dificilmente os EUA se encorajarão a ponto de, em seguida ao Iraque, ameaçar
seu aliado coreano.
De uma forma geral, todos esses países, inclusive os “não-alinhados”, estão com
as barbas literalmente de molho com os próximos passos dos EUA, na sua política
de combate ao chamado “Eixo do Mal”.
Irã
Apesar do silêncio quase que absoluto antes e durante os primeiros dias de
conflito, é evidente que o Irã está bastante incomodado com o que está ocorrendo
a seu lado. Sendo o país com maior fronteira com o Iraque, as maiores
preocupações são com relação a ataques ao seu território por erros de cálculo,
tanto dos EUA como do Iraque, além da provável tentativa de entrada no país de
fugitivos iraquianos.
Mas a maior preocupação será após o encerramento do conflito, de ter de
conviver com a efetiva ocupação norte-americana no país vizinho (o Irã já tem
esse problema do lado do Afeganistão).
Sendo o Irã um dos países da lista negra de Bush, não é difícil entender que, para
os Iranianos, a ameaça de uso de bases militares do território iraquiano e
provavelmente a construção de outras, é uma grande e real possibilidade.
Arábia Saudita
A preocupação do Rei Faissal é de manter a monarquia e o poder. Teme que os
EUA retaliem o país por sua decisão de não permitir o uso das bases e de seu
solo para a invasão. Por isso, à medida que a situação do Iraque ficar mais sob
controle norte-americano, é provável uma mudança de atitude na direção de
Washington. Mas o futuro do Iraque está intrinsecamente ligado ao da OPEP,
organização que é liderada pelos sauditas, e essa é uma questão que terá que
ser tratada com bastante cuidado. Assim, ocorrerão gestões intensas dos sauditas
para influenciar nas decisões sobre a administração do Iraque e na reconstrução
de sua indústria petrolífera.