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A INVASÃO DO IRAQUE

- Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo -

1ª Parte
Índice

Introdução

1. A Invasão Anglo-Americana

2. A Reação da Comunidade e da Opinião Pública


Internacional

3. Movimentação dos Principais Países contrários à Invasão

4. A Reação dos Principais Países do Oriente Médio


A Invasão do Iraque 2
Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo

Introdução

Dentro da hipótese, cada vez mais inevitável, de um ataque anglo-americano1 ao


Iraque, o Cenário mais provável de curto e médio prazo é de uma guerra de
duração entre 2 a 6 meses, com resistências iraquianas em terra, com embates
violentos em áreas urbanas, praticamente corpo-a-corpo. É provável a extensão
do conflito para outros países. E adesões de diversas organizações islâmicas e de
outras etnias e, numa etapa mais adiante, de outros países em apoio ao Iraque.
Ataques pelo Iraque a países como Israel e Turquia tem uma grande probabilidade
de ocorrer. O uso de armas químicas e biológicas por ambos os lados, parece
pouco provável diante da pressão da opinião pública (a guerra será também de
informação). A Comunidade Internacional deverá passar por um significativo
reordenamento. Os movimentos de protesto contra a invasão serão cada vez
maiores e mais intensos e a opinião pública mundial será um fator cada vez maior
de pressão junto aos governos. A pressão do povo norte-americano sobre o
governo para acabar com a guerra será crescente e poderá influenciar
significativamente o rumo do conflito.

A Invasão Anglo-Americana

Primeira Etapa – Bombardeios em larga Escala e a Conquista do Sul


Além da pirotecnia dos bombardeios
aéreos sobre as principais cidades
iraquianas, principalmente Bagdá, Kirkuk
e Basra, os anglo-americanos deverão
iniciar a ocupação do país com
blindados e tropas terrestres
principalmente pelo Sul, usando a
estrada que liga a capital do Kuwait a
Basra (de carro não leva mais que 2
horas). Acredita-se que em no máximo 2
dias, já terão ocupado o Sul do Iraque e
controlado as principais áreas
estratégicas como unidades petrolíferas,
pontes e estações de comunicação.
Apesar disso, são previstas grandes
baixas de civis e militares iraquianos,
com perdas menores entre os invasores.

1
O termo é utilizado para denominar a coalizão das forças inglesas e norte-americanas.
A Invasão do Iraque 3
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Segunda etapa – O caminho até Bagdá


A grande distância que separa Basra de Bagdá (mais de 7 horas de carro), a
topografia mais ou menos plana e a baixa densidade populacional, irão trazer
vantagens e desvantagens aos invasores2.
As vantagens são a facilidade e rapidez de deslocamento, pouca ou nenhuma
resistência direta e o menor número de baixas civis e militares. Por outro lado, o
domínio territorial ficará mais difícil devido a grande probabilidade de dispersão
das tropas que deverão se deslocar por vias alternativas (presume-se que
Saddam deverá minar toda a extensão da rodovia principal). Outros problemas
que surgirão, serão as atividades de contra-ataque pelos flancos via comandos
noturnos ou mesmo por grupos suicidas (carros e homens-bomba).
Essa fase deverá durar entre 1 a 2 semanas, com poucas baixas civis e militares.
Mas, sem dúvida, os anglo-americanos terão grandes dificuldades e a moral das
tropas ficará prejudicada.

Terceira Etapa – A conquista de Bagdá


Ao chegar na cidade3, severamente castigada pelos maciços bombardeios aéreos,
os invasores encontrarão o caos. Hordas de velhos, mulheres e crianças correndo
sem direção a procura de abrigo, água e comida. Será uma visão dantesca e que
certamente abalará ainda mais o moral das tropas (que já vivenciaram algo
parecido nas cidades do Sul).
Militares e milicianos iraquianos estarão escondidos nos escombros e nos túneis e
bases subterrâneas secretas que os bombardeios não conseguiram destruir. O
trabalho prévio de tropas especiais não será suficiente para eliminar a resistência
dos iraquianos. Mesmo sabendo que Saddam é um ditador frio e cruel, muitos
iraquianos gostam dele, outros tantos se engajarão por patriotismo e muitos
simplesmente por ódio aos EUA. Oportuno lembrar que a ação das milícias e dos
homens-bomba será muito mais intensa em Bagdá. Será uma luta sangrenta rua a
rua, casa a casa.
A menos de mais baixas na população civil (muitos continuarão escondidos), o
comando anglo-americano terá dificuldades em avançar no controle dos pontos
estratégicos da cidade. Ou ordenam mais bombardeios com uso de aviões e
helicópteros de ataque maciço de baixa altitude (do tipo usado no Afeganistão)
e/ou usam a tática israelense de destruição de casas por tanques ou terão que
esperar muito mais tempo para a conquista efetiva de Bagdá.
As conseqüências dessa fase em termos de baixa civis e militares serão as piores
de toda a guerra. As vítimas (as que poderão ser contadas) serão estimadas em
dezenas de milhares. O mais provável é uma duração entre 1 a 3 meses para
essa fase.

Quarta Etapa –Prender Saddam e Dominar o Norte

2
O território iraquiano é predominantemente um deserto, com grandes planícies. Mas no sudeste,
próximo à fronteira com o Irã, há grandes áreas alagadas. Já na região norte, ao longo das fronteiras
com o Irã e a Turquia, o terreno é marcado por cadeias de montanhas.
3
Com uma população de quase 4 milhões, Bagdá é a maior cidade iraquiana e continua a crescer
rapidamente. A cidade é também o centro nervoso do regime, onde estão localizados os principais
ministérios e várias instalações militares.
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A captura de Saddam Hussein será tão ou mais difícil que a de Osama Bin Laden.
Ele tem vários esconderijos no Iraque (sem contar as alternativas fora do país) e
em locais de difícil acesso nas montanhas. Eventualmente poderá ter apoio e
cobertura do Irã e outros países (principalmente os do chamado “eixo do mal”),
além de grupos étnicos como os sérvios. Assim, a possibilidade de ser preso pelos
EUA é muito pequena e menor ainda a de ser levado a julgamento em tribunal
internacional (pressupõe-se que os organismos internacionais estejam debilitados
em função da não aprovação da invasão pela ONU e sem condições políticas para
julgar Saddam).
Assim, durante um tempo relativamente prolongado o ditador ainda poderá
influenciar no cenário de guerra e tomar decisões mais “radicais” como, por
exemplo, atacar Israel e Turquia com mísseis.
O avanço das tropas anglo-americanas para dominar a região norte do país será
dificultado tanto pela alta densidade demográfica dessa região como pela
topografia montanhosa. A tomada do centro petrolífero de Kirkuk será bastante
dificultada pela forte resistência iraquiana. Um fator relevante de dificuldade será a
tomada da cidade de Tikrit, reduto da família de Saddam Hussein e cidade natal
da maioria de seus comandantes e homens de confiança. Ali poderão ocorrer os
mais sangrentos combates entre as forças anglo-americanas e os partidários de
Hussein. Apesar dessas dificuldades, a superioridade técnica e numérica dos
invasores prevalecerão e Saddam e seus correligionários serão vencidos.
O que acontecerá a Saddam Hussein, seus filhos e os mais leais colaboradores,
tal como Ali “Químico”? Pelas declarações do ditador iraquiano e considerando a
sua história pessoal e as tradições guerreiras dos “filhos de Tikrit”, eles preferirão
morrer lutando e muito poucos se entregarão.
Assim, é previsto um período de 1 a 2 meses para o fim dessa etapa que
praticamente encerra a guerra.

A Reação da Comunidade e da Opinião Pública Internacional

A ONU
Ao que tudo indica, caberá à ONU a tarefa de, num primeiro momento, coordenar
as ações humanitárias de socorro às vítimas da guerra (montagem de abrigos,
envio de médicos e pessoal de apoio e remessa de remédios e alimentos). Três
conjuntos de forças irão estimular a Organização nessa direção: os EUA, que não
vão querer ficar com mais esse ônus além dos da própria guerra e os da
reconstrução do país; o corpo gerencial-administrativo da ONU, na tentativa de,
mantendo-a ocupada, propiciar que a Organização reencontre um caminho de
sobrevivência; os demais países do denominado Conselho de Segurança, como
barganha junto aos norte-americanos na expectativa de obterem vantagens
econômicas na fase de reconstrução da indústria petrolífera do Iraque.
Com a ONU rachada, o mais provável é que ocorram reuniões entre os principais
países fora daquele foro, liderados pela Rússia, China e França, para avaliar o
desenrolar da invasão e estabelecer estratégias comuns frente aos problemas que
advirão.
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Análise do Cenário Geopolítico Mundial no Curto e Médio Prazo

A Mídia e a Opinião Pública Mundial


Dentro dos EUA, o mais provável é que a mídia dê total apoio a invasão,
procurando fazer da guerra uma oportunidade para elevar seus lucros, explorando
ao máximo imagens, vídeos e textos sensacionalistas vindos do front.
Evidentemente, cenas de massacres e mortes de civis não serão exibidas para
não “deprimir” a população norte-americana. Essa não terá outra alternativa a não
ser aplaudir efusivamente seu grande líder e estimular seus soldados a cumprirem
com seu dever. No entanto, a exemplo do que ocorreu no Vietnã, o alto índice de
aprovação dos norte-americanos à guerra deverá declinar à medida que cresça o
número de baixas entre seus soldados. Mais adiante, as pressões para o término
da invasão serão intensificadas com grandes movimentos que contarão com a
adesão da grande maioria silenciosa norte-americana.
Na Europa, apesar do amplo clima de liberdade e da maioria da população estar
contrária à guerra, o show pirotécnico também deverá predominar na mídia. Com
isso, num primeiro momento, a comunidade européia será acometida de um certo
torpor, o que reduzirá as movimentações contrárias à invasão norte-americana.
Mas, no decorrer de alguns dias, as manifestações serão intensificadas bem como
as pressões contra os governantes que apóiam os EUA (Espanha, Itália e
Inglaterra). Não é difícil que ocorram substituições de alguns desses líderes no
médio prazo.
No Oriente Médio, as manifestações pró-Iraque e, conseqüentemente, contra os
EUA, terão uma intensidade ainda não vista. Apesar dos diversos críticos e
inimigos que Saddam angariou ao longo de sua jornada como governante do
Iraque, algumas adesões inesperadas de países e organizações regionais
ocorrerão. Isso porque, tanto para árabes como para muçulmanos, a realidade da
invasão de um território autônomo na região, nos termos em que será
implementada, é ultrajante e inaceitável. O ódio aos EUA e também aos seus
aliados aumentará significativamente.
No resto do mundo, o show pirotécnico também deverá predominar na mídia e
influenciar apenas os mais incautos. Mas, a exemplo da Europa, as manifestações
contrárias à guerra e aos EUA serão intensificadas. Na África, na América Latina,
na Ásia, Austrália, China, em todos os lugares, as embaixadas norte-americanas
serão alvo de manifestações e mesmo agressões.

1. Movimentação dos Principais Países contrários à Invasão

França
Inicialmente com bastante receio das retaliações dos EUA, tentará abrandar os
norte-americanos com declarações de certa forma ambíguas com relação ao seu
posicionamento inicial. È o país que mais pode perder caso mantenha sua postura
contrária aos EUA.

Alemanha
Menos exposta que a França, deverá manter sua linha contrária à guerra mas num
tom moderado de ataque aos EUA
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Rússia
Bastante incomodada com a iniciativa dos EUA e bastante preocupada já que não
sabe quais serão os próximas ações de Bush no cenário mundial. Caso o conflito
se agrave, com fortes reações do mundo islâmico, a Rússia poderá elevar o tom e
partir para uma postura de confrontação mais direta com os EUA.

China
Apesar da postura pragmática que tem tido até o momento, a China, pelos
mesmos motivos da Rússia, também não está gostando nada do desenrolar dos
acontecimentos mundiais. Mas, mesmo com o agravamento do conflito, deve
manter a atual política ou, quando muito, engrossar o coro dos contra (os EUA).
Apesar das preocupações com a Coréia do Norte, a China sabe muito bem que,
dificilmente os EUA se encorajarão a ponto de, em seguida ao Iraque, ameaçar
seu aliado coreano.

De uma forma geral, todos esses países, inclusive os “não-alinhados”, estão com
as barbas literalmente de molho com os próximos passos dos EUA, na sua política
de combate ao chamado “Eixo do Mal”.

2. A Reação dos Principais Países do Oriente Médio

Irã
Apesar do silêncio quase que absoluto antes e durante os primeiros dias de
conflito, é evidente que o Irã está bastante incomodado com o que está ocorrendo
a seu lado. Sendo o país com maior fronteira com o Iraque, as maiores
preocupações são com relação a ataques ao seu território por erros de cálculo,
tanto dos EUA como do Iraque, além da provável tentativa de entrada no país de
fugitivos iraquianos.
Mas a maior preocupação será após o encerramento do conflito, de ter de
conviver com a efetiva ocupação norte-americana no país vizinho (o Irã já tem
esse problema do lado do Afeganistão).
Sendo o Irã um dos países da lista negra de Bush, não é difícil entender que, para
os Iranianos, a ameaça de uso de bases militares do território iraquiano e
provavelmente a construção de outras, é uma grande e real possibilidade.

Arábia Saudita
A preocupação do Rei Faissal é de manter a monarquia e o poder. Teme que os
EUA retaliem o país por sua decisão de não permitir o uso das bases e de seu
solo para a invasão. Por isso, à medida que a situação do Iraque ficar mais sob
controle norte-americano, é provável uma mudança de atitude na direção de
Washington. Mas o futuro do Iraque está intrinsecamente ligado ao da OPEP,
organização que é liderada pelos sauditas, e essa é uma questão que terá que
ser tratada com bastante cuidado. Assim, ocorrerão gestões intensas dos sauditas
para influenciar nas decisões sobre a administração do Iraque e na reconstrução
de sua indústria petrolífera.

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