frequentar disciplinas avulsas de cursos de ensino superior poderá no futuro vir a fazê-lo. Se for aprovado, verá essa formação certificada e creditada, se e quando entrar na licenciatura que as integre. A medida faz parte de um diploma aprovado ontem em Conselho de Ministros e que prevê uma série de iniciativas que garantem "uma maior flexibilidade no acesso à formação superior", de acordo com um comunicado do gabinete do ministro Mariano Gago. O mesmo diploma prevê a criação do estatuto de "estudante a tempo parcial", no sentido de permitir uma maior capacidade de gestão do seu percurso escolar, em função da sua vida pessoal e profissional. E a possibilidade de os alunos que frequentam o ensino superior poderem inscrever--se em disciplinas que não integrem o plano de estudos do seu curso. O Governo aprovou igualmente novas regras destinadas a apoiar os licenciados e mestres que, após a obtenção do seu grau, estejam a realizar um estágio profissional, dando-lhes a possibilidade de continuar a gozar uma série de benefícios, como se ainda estivessem a frequentar o curso. Durante dois anos terão acesso ao cartão de identificação da instituição do ensino superior onde estudaram, à acção social escolar e às bibliotecas e recursos informáticos. Outra das medidas simplifica o regime de certificação dos graus académicos, tornando facultativa a solicitação e pagamento de determinados documentos, como as cartas de curso e cartas doutorais. Quanto ao Processo de Bolonha - que tem como objectivo harmonizar os sistemas de ensino superior entre os países europeus signatários e que implica uma alteração na filosofia da formação, com a valorização do trabalho dentro e fora da sala de aula e a atribuição de créditos -, as instituições vão passar a ter de elaborar relatórios anuais sobre a sua concretização. Esses documentos públicos terão de incluir "indicadores objectivos sobre a evolução dos processos de ensino e aprendizagem", lê-se ainda na nota do Ministério da Ciência e Ensino Superior. O ministério recorda que, após dois anos da concretização de Bolonha, o modelo é já seguido em 90 por cento dos cursos superiores.