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SUPERIOR
Genaro Galli
Introdução
A vida adulta é considerada o período mais longo da vida humana, tendo seu início no
final da juventude e se estendendo até o final de nossas vidas. A fase que a antecede – a
transição para a vida adulta - é marcada por transformações físicas, psicológicas e
sociais. No âmbito social, as mudanças estão centradas em dois pólos: a família e a
perspectiva de trabalho. O trabalho e a profissão servem para dar o significado para a
vida das pessoas e são as principais preocupações dos jovens em transição para a vida
adulta. A escolha da profissão é uma das formas de colocar o projeto de vida em
andamento e a formação educacional é um contributivo importante para dar a
sustentação para o encaminhamento a uma profissão. O presente trabalho apresenta as
fases da vida de uma pessoa, dando ênfase à transição da juventude para a vida adulta.
Também, apresenta reflexões sobre aspectos importantes que devem ser considerados
por programas educacionais que pretendem melhor aproveitar as potencialidades dos
jovens para ás necessidades do mundo contemporâneo.
Fonte: Autor
No Brasil, segundo dados do IBGE(2006), 48% dos adultos com idade acima de 50
anos estão economicamente ativos. Uma parcela deste público se mantém ativa por
imposição, ou seja, pela necessidade de renda e, outra parcela, por prazer. Manter uma
atividade por prazer nesta fase da vida é de suma importância, pois os estímulos sociais
e intelectuais são fundamentais para uma adultez tardia sadia. Vale ressaltar, que muitos
destes adultos, estão cursando o ensino superior, o número de estudantes universitários
com idade acima de 50 anos vem crescendo a cada ano (Inep, 2008).
Assim, instituições que oferecem cursos superiores de graduação e de pós-graduação
devem estar atentas para tais tendências da população brasileira. Projetos de cursos para
atender o atual contexto, que engloba uma população formada por pessoas que estão em
transição para a vida adulta e por pessoas adultas, devem partir de reflexões à luz das
tendências sócio-culturais. De acordo com Caballero et al. (2008), a implementação de
novos currículos preparados para a competitividade e para a globalização da atividade
humana, numa sociedade dinâmica e em transformação, representa sérios desafios e
demanda grandes esforços. Aqui está uma das funções importantes das instituições de
ensino superior: contribuir para a formação de uma população capaz de atender as
demandas da sociedade contemporânea. Neste sentido, programas devem ser flexíveis
para a produção de novos conhecimentos, articulando a visão temporal (formação
continuada) e a visão operativa (ligação entre o sistema educacional e o mercado de
trabalho).
De acordo com Gardner (1995), até o momento, os papéis dos adultos dependem de
uma única inteligência. Entretanto, cada função a ser executada depende de uma
combinação de inteligências, e jovens como, também adultos, que estão refletindo sobre
seus rumos, apresentam potencialidades que não podem ser desconsideradas. Suas
múltiplas inteligências são significativas características para a inserção no mundo do
trabalho, tendo por bases ações centradas em deveres e direitos para o bom convívio
social. Segundo Gardner (1995), uma inteligência implica na capacidade de resolver
problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou
comunidade cultural. Então, um jovem preparado para resolver problemas poderá estar
bem situado na rota adequada para seu desenvolvimento profissional. Assim, para uma
instituição preocupada com o melhor aproveitamento das potencialidades dos seus
alunos deve manter uma permanente discussão sobre a busca de ações que permitam
identificar e desenvolver as habilidades individuais de seus estudantes.
A insatisfação com os testes de QI e as visões unitárias de inteligência, levou Gardner a
redefinir inteligência à luz das origens biológicas da capacidade de resolver problemas.
Segundo o autor as visões unitárias de inteligencia que predizem o desempenho escolar
não refletem de maneira satisfatória o desempenho numa profissão.
É oportuno lembrar que a visão pluralista da mente, que considera as pessoas com
forças cognitivas diferenciadas e estilos cognitivos contrastantes, permitiu a proposição
de sete inteligências, conhecida como a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard
Gardner:
A teoria sobre as múltiplas inteligências proposta por Gardner deixa clara a pluralidade
do intelecto, o que torna menos simples os propósitos de uma instituição de ensino de se
tornar um ambiente propício para desenvolver inteligências e para ajudar as pessoas a
atingirem objetivos de ocupação e de passatempos, adequados à sua gama de
potencialidades. Esta teoria é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma
capacidade inata, geral e única, que permite às pessoas uma performance, maior ou
menor, em qualquer área de atuação.
Entretanto, na maioria das vezes, as empresas contratam colaboradores tendo por base
uma ou outra inteligência detectada nas entrevistas de seleção. Esta atitude pode estar
associada à formação acadêmica dos gestores que de uma maneira geral, não levaram
em conta a amplitude de suas potencialidades.
Para Schaine e Willis (2003), os jovens, ao ingressarem em cursos superiores, na
maioria dos casos, elegem uma ocupação para o seu futuro enfrentando, assim,
problemas que os psicólogos denominam de socialização profissional antecipada.
Assim, podem apresentar, relativamente cedo, tendências de comportamentos de adultos
tais como: a perspectiva da formação de uma família, a escolha de uma ocupação,
construir um “sonho” e encontrar um mentor.
O “sonho” é uma expectativa geral do jovem, em transição para a vida adulta, sobre o
que gostaria de ser. O “sonho” é mais estruturado que uma mera fantasia e menos
articulado que um plano para o futuro, sendo uma visão do tipo de vida que quer levar
como adulto.
Ao ingressar no mercado de trabalho, ainda em transição para a vida adulta, muitos
jovens não enfrentam a nova realidade sozinhos. Em geral, contam com outras pessoas
adultas e com mais experiências profissionais. Muitos destes jovens têm um ou mais
mentores que são supervisores experientes e de alto nível na hierarquia organizacional.
Para Schaine e Willis (2003), o mentor tem um papel importante na formação
profissional do jovem trabalhador, uma vez que proporcionam instrução, proteção,
informação para interpretar ou antecipar ações.
O fato dos jovens alimentarem “sonhos” em relação às profissões, e valorizarem o papel
do mentor no ingresso da vida profissional, merecem considerações na construção de
currículos das instituições de ensino. Gardner (1995) propõem a figura do agente da
escola-comunidade, um profissional que tem a tarefa de orientar o aluno na carreira
profissional.
Para Cunha e Leite (1996), a importância da busca de novas alternativas para os
currículos universitários exige muito mais do que modificações metodológicas e
introdução de novos conhecimentos. Requer uma alteração da visão de sociedade.
Ainda, considerando nosso sistema de graduação que conta com quatro fatores cruciais,
professores, alunos, conhecimento e problemas, ressaltam Tiffin e Rajasingham (2007),
destacam que o núcleo do processo de comunicação é a interação do professor com os
alunos a fim de ajudá-los a aplicar conhecimentos aos problemas. Assim, o eixo
conhecimento-problema está relacionado com a interação professor-aluno.
Gardner (1995), destaca que as instituições de ensino tem o papel de desenvolver as
diversas inteligências dos alunos, orientar os alunos em relação ao currículo dos cursos
e mostrar as demandas de cada profissão. Vale ressaltar que esta tarefa não deve ser
única e exclusiva do professor, existem profissionais que devem participar ativamente
deste processo, denominados pelo autor de agentes de currículo e agentes da escola-
comunidade.
Com estas considerações pode ser interessante incluir, nas decisões pedagógicas dos
cursos de graduação, o papel de um professor mentor.
Reflexão
MOSQUERA, Juan José Mouriño; STOBÄUS, Claus Dieter. Vida Adulta: Visão
Existencial e Subsídios para Teorização. Educação, Porto Alegre, n. 5, p. 94-112, 1982.