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KENNEDY FACULDADE DE ENGENHARIA KENNEDY CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - SANEAMENTO BASICO PROFESSOR JOAO CLARET ORSINI TEIXEIRA ESGOTOS SANITARIOS - REDE COLETORA SUMARIO INTRODUCGAO TIPOS DE ESGOTOS. CLASSIFICACAO .. 2.1 - Tipos de Esgotos . os 2.2 - Classificagao dos Sistemas de Esgotos .... PARTES CONSTITUINTES DE UM SISTEMA ...... VAZOES 4.1 - Vazao Unitéria ... 4.1.1 - Conceitos ... 4.1.2 - Valores Usuais...... 4.1.3 - Exercicios Resolvidos ... 4.1.4 - Outros Exemplos ... 4.2 - Outras Vazées ... PLANO GERAL DE ESCOAMENTO .... DIRETRIZES PARA PROJETOS. PARAMETROS. NORMAS, FORMULAS PARA CALCULO DE CONDUTOS LIVRES. TABELAS PRATICAS........... PLANILHA. EXEMPLO DE CALCULO OBSERVAGOES ADICIONAIS. DETALHES 01 04 04 04 o7 09 09 09 og 10 11 12 13 15 17 20 26 1 -INTRODUGAO A preocupagao com o afastamento das dguas servidas e seu encaminhamento existe desde a antiguidade. Em eras remotas jé se notava certo progresso. Exemplos podem ser citados do Egito antigo, da cidade de Roma e apés 0 ano de 1500, na Alemanha, Franca, Inglaterra. Todavia, foi no século vinte, que tomou maior impulso a implantag&o de sistemas publicos de esgotos. Nos tltimos anos, 0 problema se agravou por varias razdes, principalmente: ~ aumento populacional; - desenvolvimento industrial; - crescimento urbano desordenado; ~ auséncia de um planejamento adequado, tanto em termos urbanos globais, como especificamente planos diretores de esgotos sanitérios; - ampliagées dos sistemas de abastecimento de agua. As cidades que s&o beneficiadas por um sistema puiblico de abastecimento de gua sentem de forma mais evidente a caréncia de sistemas de esgotos sanitérios, com as Aguas servidas passando a escoar pelas valas e sarjetas, contaminando dguas superficiais @ fredticas ¢ constituindo-se em perigosos focos de disseminagao de doengas. Um grande niimero de cidades brasileiras teve 0 seu sistema de abastecimento de agua ampliado e melhorado, nas ultimas décadas, o que torna o problema dos esgotos sanitarios uma prioridade e um desafio para os proximos anos. Entre os principais objetivos de um sistema de esgotos sanitarios, podem ser citados - melhoria das condigées higiénicas locais; consequéncia: prevengao de doengas © promogao da satide; - coleta e afastamento das aguas residudrias em condigés satisfatorias; - estética, conforto, seguranga: eliminacdo dos focos de poluigao e contaminagao; ~ preservacdo dos recursos hidricos, grande preocupagdo, atualmente em todo o mundo; - protegao das comunidades e dos abastecimentos de agua a jusante; - preservaco de éreas de esportes e lazer; - melhoria da produtividade; - valorizagao de terras e propriedades; - melhores condigdes de desenvolvimento comercial e industrial o1 Em 1961, em histérica reuniao em Punta del Este, Uruguai, os paises americanos reconhecendo a necessidade dos servigos de agua e esgotos para o seu desenvolvimento e as deficiéncias existentes no setor, firmaram uma carta-compromisso, estabelecendo objetivos de atendimento com servicos de agua e esgotos da populaco urbana (70%) e rural (50%). A reformulag&o veio na reuniao de Santiago do Chile, em 1972, que fixou novas metas para os anos 70. Em fins de 1978 verificou-se que 71% da populacdo urbana e 34% da rural estavam supridas de 4gua potavel. Quanto a esgotos sanitérios 41% da populacdo urbana e 2% das éreas rurais usufruiram desse beneficio. A populagdo brasileira abastecida, em 1978, estava em torno de 55%, segundo dados do trabalho de Ruth Leger Sivard, Publicado pela "World Priorities”. Posteriormente, em 1980, outra reunido em La Paz, Bolivia (17* Congresso da AIDIS) apresentou uma avaliagdo das metas até entdo cumpridas e fixou novas metas. O resumo da reunido da Bolivia est em um artigo intitulado "Os grandes desafios da década da agua na América Latina’. (*) Levantamentos realizados no inicio da década de 90 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) e pela Associagao Brasileira de Engenharia Sanitaria e Ambi- ental (ABES) apresentam os seguintes dados, referentes a 1991, para o Brasil: - populagao total: 152,3 milhdes de habitantes, sendo 77% em areas urbanas @ 23% em dreas rurais. Abastecimento de Agua Populagao abastecida: Total. . 65,8% Urbana 833% Esgotos Sanitarios Populagdo atendida. Total . 29,5% Urbana . 37,3% Estes dados permitem verificar 0 desafio a ser enfrentado nas préximas décadas. A Constituigao Federal considera a defesa do meio ambiente como um dos principios da ordem econémica e deciara ser necesséria a educacao ambiental (art. 170, VI e art, 225, VI). Também as constituigdes estaduais abordam questdes como investimentos assisténcia técnica ao setor do saneamento, bem como planos diretores urbanos. A Lei N° 6938 instituiu 0 Sistema Nacional de Meio Ambiente e 0 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), cuja atribuicéo é estabelecer a Politica Nacional do Meio Ambiente. (*) Revista Engenharia Sanitaria, RJ, junho / 82 o2 Em fungéio da criag&o do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) em 1971, diversos sistemas foram concedidos as companhias estaduais, conforme contratos que definiam a responsabilidade pela implantagao, operagao e manutengéio dos mesmos por determinado periodo, bem como estabelecer os sistemas tarifarios adequados. Sem entrar em maiores detalhes sobre o funcionamento do sistema, como um todo, na pratica, cita-se aqui apenas, que: ~ foi afetada a autonomia municipal, no que se refere ao acesso as informagdes do sistema dado em concessao, como também no controle e fiscalizagdo; ios que n&o aderiam ao PLANASA, tiveram dificuldades para obter recursos federais e estaduais para o saneamento; - muitos municipios procuram estabelecer termos aditivos aos contratos, visando reduzir as limitagées municipais, fixar diretrizes para as prioridades dos investimentos, planejamento mais direcionado para os interesses do municipio e negociagdo de tarifas sociais mais suportdveis; - alguns municipios procuram rescindir os contratos de concess&o antes do vencimento; - grande numero de contratos de concessao estéo chegando ao seu término, atualmente ou em futuro proximo. Os Executivos Municipais e as CAmaras de Vereadores estao examinando a conveniéncia da renovacao e as alternativas viaveis. No momento o assunto passa por grandes reformulagées, com interesse de empresas particulares, nacionais e estrangeiras pelas concessées. Alguns administradores consideram vidvel a criagéo de um consércio intermunicipal e de uma agéncia estadual administrando essa empresa, com capital misto, que se responsabilizaria pelos municipios das grandes regiées metropolitanas. O Senado aprovou no dia 20 de junho de 2000 a lei que criou a ANA - Agéncia Nacional de Aguas, uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, que sera responsavel pela politica nacional de recursos hidricos. Os investimentos em saneamento nas ultimas décadas conseguiram melhorar 98 dados apresentados na pagina anterior, principalmente em relago ao Abastecimento de Agua. Quanto ao esgotamento sanitario a situag&o permanece precéria. Segundo o IBGE, em 2008, o percentual de domicilios com acesso a rede de esgoto no Brasil era de 45,7% e em Minas Gerais, 68,9%. A “Rio + 20”, retoma os caminhos propostos na “Rio 92”, trouxe ao Rio de Janeiro cerca de 50 000 representantes de governos, empresas e da sociedade do mundo inteiro para mais de 300 encontros, com destaque para problemas relacionados a sistemas de esgotos sanitarios, E cada vez maior o interesse da iniciativa privada para financiar projetos e obras de saneamento basico. Assim, é possivel prever grandes alteragées, no setor, em futuro préximo. 03 2-TIPOS DE ESGOTOS. CLASSIFICAGAO 2.4 - Tipos de Esgotos O sistema de esgotos se constitui de um conjunto de unidades que se destina a efetuar a coleta, afastamento, tratamento (se necessério) e disposicao final dos esgotos, de forma continua e correta, do ponto de vista higiénico e legal Quanto & constituigao dos liquidos esgotados, tem-se: - Esgoto Doméstico: despejo liquido das habitagdes, estabelecimentos comerciais, instituigdes e edificios publicos. E constituido de 99,9% de agua. Observe-se, porém que € a matéria organica, sobretudo das fezes humanas, que confere ao esgoto sanitario as suas principais caracteristicas; - Esgoto Industrial: contém impurezas orgénicas ou inorganicas resultantes das diversas atividades industriais, cuja quantidade e qualidade variam com 0 tipo de industria; ~ Esgoto Pluvial: constituido da parcela de dgua da chuva que escoa superficialmen- te; pode conter substancias minerais e organicas, principalmente apés longo periodo de estio. - Aguas de infiltragao: parcela das aguas do sub solo que penetra nas canalizacées de esgotos. Geralmente apresentam valores pequenos. No Brasil é comum a dogo entre 0,0002 e 0,0008 (V/s m). 2.2 - Classificagao dos Sistemas de Esgotos Os sistemas de esgotos podem ser: - unitario ou combinado (a) Dinamicos ‘absoluto - separador parcial secas - fixos - fossas (b) Estaticos sépticas -mével O sistema unitario de esgotamento é aquele em que as aguas pluviais e 0 esgoto sanitario escoam na mesma canalizagao. : O separador absoluto é constituido de 2 sistemas distintos de canalizagées, um exclusive para esgotos sanitarios e outro para as aguas pluviais. No separador parcial existem também 2 sistemas de canalizagdes, admitindo-se, porém, a contribuigéo de uma parcela de aguas pluviais (geralmente de patios, telhados, terragos) nas canalizagoes de esgotos sanitarios. A fossa seca consiste em uma abertura, no solo, de dimensées variaveis e protecao adequada, destinada a receber os dejetos diretamente sem descarga de 4gua; de uma base onde é assentado o piso ou laje da privada; de um monticulo de proteg&o e de uma casinha. E uma instalagao simples, elementar, utilizada onde ndo existe suprimento de agua. A fossa séptica consiste em um tanque de sedimentagao fechado, onde os esgotos ficam retidos e sofrem um processo de decomposigao (tratamento primario); a seguir, 0 efluente liquido deve ser encaminhado a um destino adequado. O estatico mével é um esgoto elementar (transporte do material em recipientes simples, ao local de langamento), como também de situagées especificas (meios de transporte, énibus, avides, trens, "pipi mével") Os sistemas dinamicos se destinam ao meio urbano, enquanto os estaticos sao proprios para o meio rural e situagées isoladas (sitios, fazendas, escolas rurais, acampamentos de obras, pousadas em regides de matas). A realidade atual mostra, porém que a situaao ¢ outra; muitas cidades e loteamentos urbanos nao contam com os sistemas dinamicos e sao obrigados a procurar solugGes individuais, muitas vezes executadas de maneira incorreta e precaria, de conseqliéncias sérias para a comunidade, quanto a saide e higiene Comparando o esgoto pluvial com 0 esgoto sanitario, existem diferengas significativas, na pratica: (1) Esgotos Sanitarios (a) vazdes - pequenas, continuas, constantes. (b) problemas no lancamento: poluigao e contaminagao dos cursos d’agua. (©) canalizagdes de dimensées menores, favorecendo o emprego de manilhas ceramicas e outros materiais (concreto, PVC, fibra de vidro), com redugao de custos e prazos de execugao. (4) ocomprimento da rede é, praticamente, igual ao comprimento de ruas, nao havendo escoamento a céu aberto (e) sistema, geralmente, de maior prioridade para a comunidade. 05 (Il) Esgotos Pluviais (@) _vazées - grandes, intermitentes e sazonais, muito variaveis. (b) problemas no langamento: erosdes, desmoronamentos; necessidade de dis- sipadores de energia (0) segdes diversas e de tamanhos varidveis, sendo as mais comuns as circu- lares, retangulares e trapezoidais; geralmente, segdes maiores do que as do esgoto sanitario. (4) ocomprimento da rede é menor do que o comprimento das ruas, uma vez que grande parte pode escoar pelas sarjetas. (@) aprioridade é menor, dependendo de cada caso; ha cidades que devido as. caracteristicas topograficas e urbanisticas, o escoamento da agua da chuva 6 facilitado, exigindo em poucas ruas, a canalizacdo pluvial Ao verificar estas comparagées é facil perceber as vantagens do sistema separador absoluto. Em um planejamento global é possivel a execuco por partes, das obras, definindo em primeiro lugar a rede de maior importancia para a comunidade, com menor investimento inicial. As condigdes para o tratamento dos esgotos so, logicamente, melhoradas e facilita- das. No Brasil, adota-se o sistema separador absoluto. Apartir daqui, 0 texto se refere a redes coletoras de esgotos sanitarios. Os esgotos pluviais sero tratados em outra publicagao. Cabe, aqui, uma referéncia ao sistema condominial. Consiste, basicamente, em aproveitar uma faixa de dominio pblico criada no interior dos quarteirées para lancamento de coletores. O sistema é objeto de polémica e contestacées; permite sem duivida, consideravel reducdo de custos, principalmente em locais de topografia desfavorével; as caixas de inspe- 40 devem ser facilmente visitaveis; é fundamental o trabalho de conscientizagao popular em relag&o a aceitagao do sistema e envolvimento da comunidade para facilitar a manutenc&o e evitar conflitos entre os usuarios. O sistema condominial, pelas suas caracteristicas, constitui uma forma de ver 0 problema dos esgotos de modo diferente e mais de acordo com a realidade brasileira, procu- rando um atendimento mais amplo, sem exclusao de grande parcela da populagéo, como ocorre nos sistemas tradicionais. Na busca da solugao mais economica, o sistema condominial se apoia, basicamente nos seguintes itens: - maior participagao dos usuérios, que desempenham papel fundamental no plane- jamento, execugao e operagao dos servicos; ~alteracdo das normas e padrées vigentes, geralmente de nivel técnico sofisticado e fora da realidade brasileira, nas cidades medias e pequenas; - melhor visualizacao das caracteristicas de cada localidade, definindo onde as normas podem ser alteradas, sem prejuizo do bom nivel e do funcionamento satistatério do sistema; - melhor integracao do sistema de esgotos com os demais servigos publicos, com a efetiva participacao do municipio, nas varias fases do processo (projeto, execucao, opera- (40), com definicao das responsabilidades e atribuigbes de cada um dos agentes, ~ criag&o de condominios, que se constituem na menor unidade de planejamento, execugdo e manutengao dos servicos; = obtencao de um sistema de custo mais baixo e menor participagao do poder ptiblico do que nos sistemas convencionais 06 3 - PARTES CONSTITUINTES DE UM SISTEMA O texto se refere a esgotos sanitarios - sistema separador: (a) Redes Coletoras: - coletores gerais, comuns; recebem os esgotos diretamente das residéncias; - coletores principais (troncos); canalizagdes de maior diametro, recebendo contribuiggo dos coletores comuns; - interceptores; recebem contribuigao dos coletores troncos; geralmente, os interceptores margeiam os cursos d’égua, evitando que ai sejam langados 08 esgotos; - emissérios; cuja finalidade é transportar os esgotos até a estagdo de trata- mento ou ao langamento; nao recebem contribuigao ao longo do percurso. (b) Estagdes Elevatérias (se necessario) (0) Estagdes de Tratamento (se necessério) (4) Pogos de Visita (PV) (©) Langamento Final: © numero de coletores principais e de interceptores varia em fungao das caracteristicas de cada cidade ou loteamento, dependendo principalmente da topografia, da urbanizagao e do plano geral de escoamento. Os pogos de visita (PV) sao dispositivos destinados a permitir a presenga do coperador para trabalhos de inspegdes e manutengdo dos coletores. No caso de coletores de pequeno didmetro e em trechos retos, os PVs podem ser substituidos por dispositivos mais simples, tais como: - tubo de inspegao e limpeza (TIL), dispositive nao visitével que permite a inspegao visual e a introdugao de equipamentos de limpeza. - caixa de passagem (CP) - Camara sem acesso que pode ser construida nas mudangas de direcao, declividade, material e didmetro desde que seja possivel a introdugao de equipamentos de limpeza e desobstrugées. A substituigdo do PV por estes dispositivos mais simples, ditada, principalmente por razdes econémicas dependera em cada caso, dos critérios do érgao competente e da experiéncia de cada Empresa ou da Prefeitura Municipal, se for 0 caso. 07 Quanto ao PV, se compée, basicamente de: -laje de fundo - construida em concreto armado, assentada sobre um colchao de brita; - baldo - cdmara de trabalho; pode ser de concreto ou alvenaria, altura variavel; 0 didmetro minimo depende da experiéncia de cada Empresa; geralmente, 1,00 m; - chaminé - camara de acesso, para a entrada do operador, didmetro, também varidvel, geralmente 0,60 m. - laje de redugao ou de transigao - suporte da chaminé; - tampao em ferro fundido ou conereto. Os PVs devem ser previstos: - nas extremidades dos coletores; -nas mudangas de diregao, declividade, material ou diametro; ~ nos pontos de jungao; ~ em trechos longos, de modo que a distancia entre 2 pogos de visita consecuti- vos nao exceda ao comprimento maximo estabelecido pelas normas. © langamento final dos esgotos nos corpos receptores deve ser feito com o emissério submerso, para propiciar melhores condigées de diluicao ¢ dispersdo. Deve ser estudada a variagdo do NA do corpo receptor, para garantir condiedes adequadas em qualquer situagao. 08 4-VAZOES 4.1 - Vazio Unitaria 4.4.4 -Conceitos Os coeficientes para o calculo das redes de esgotos sanitarios so usualmente referidos a unidade de comprimento dos condutos (metros) ou a unidade de area esgotada (hectare) Quando a urbanizacéo esta definida e ha elementos para determinar o comprimento das ruas da area habitada, a vazéo pode ser calculada em Ils . m de coletor. Acontece, porém, as vezes, a existéncia de uma area de ocupacao futura, que de acordo com o plano de escoamento definido para a localidade, ira contribuir para a 4rea atual; neste caso o célculo das vazées da area futura serd feito em l/s . ha. Adeterminagao dos coeficientes (vaz&o unitaria) simplificar bastante os célculos posteriores. Q,=¢.0, Q, - vazao por metro de rede coletora de esgotos sanitarios; ¢ - relago entre a quantidade de esgotos a contribuir para a rede coletora e a quantidade de agua recebida (coeficiente de retorno); Q, - vaz4o por metro de rede de distribuigao de agua. if 1 i 1 1 | | 296. 4/000 4.1.2 - Valores Usuais Admitindo-se a frente média do lote igual a 12,0 m e 5 pessoas por lote, os valores do exemplo da figura, seriam: 2x5x150x1,2x1,5 Q, = 0,0022 (l/s . m) (*) = 86.400 x 14 De um modo geral, seria: Q BR Ba sei clic 4 86.400 .t . a (*) Supde-se que o aluno jé tenha cursado a disciplina "Abastecimento de Agua” e tenha conhecimento dos parametros e coeficientes aqui empregados. Esclarecimentos em aula 0g n - n? de pessoas por lote; q - quota "per capita" (V/hab dia); K, - coeficiente relativo ao dia de maior consumo (1,2); K, - Coeficiente relativo 4 hora de maior demanda (1,5); * - testada média, frente média do lote (m) O coeficiente C pelas normas deve ser C >.0,8, ou seja, arede coletora de esgotos deve ser dimensionada para uma vazo que seja, no minimo, 80% do valor usado para a rede de distribuigéo de agua. Este valor, em alguns casos é elevado. Admitindo-se 0 valor minimo: C = 0,8, resulta 1.8.n.4.K,.K, 86.400.t Para os valores do exemplo’ 1,6x5x150x1,2x1,5 86.400 x 14 Q, /s.m Q.= = 0,0018 Vs .m Nos loteamentos comuns, o comprimento de ruas por hectare, geralmente esta entre 150 e 250. Admitindo, para o exemplo acima, 190 m/ha, resultara: Q, = 0,0018 l/s . m x 190 m/ha = 0,34 Vs ha Normaimente, o érgao contratante fornece a vazo unitéria, para cada caso. Para cidades do interior, geralmente, 0,002 ou 0,003 V/s . m. Para a regido metropolitana de BH, © valor poderé ser 0,005 V/s . m ou mais. Este valor pode ser estimado para o caso de cidades que nao fornegam os elementos, desde que se determine os valores de n, q . t. Basta conhecer: populagao total e comprimento de ruas ou n? de iméveis e frente média 4.1.3 - Exercicios Resolvides (@) Caloular as vaz6es unitarias em uma rede coletora de esgotos sanitarios de um loteamento, a partir de: populagao: 5.400 habitantes; n® de lotes: 1.125; comprimento de Tuas: 7,54 Km; quota "per capita": 150 I/h . dia; coeficiente do dia de maior consumo: 1,2; coeficiente da hora de maior demanda: 1,5; metros de rua por hectare: 205. n=4,8 hab /lote t= 3.4m 6x 8x 150x1 86.400 x 13,4 = 0,0018 V/s . mx 205 m/ha = 0,37 ls. ha 0,0018 l/s .m © mesmo tipo de exercicio pode ser resolvido, também, tomando valores totais de populagao, vazao em I/s, comprimento de ruas e densidade populacional (hab/ha). 10 (b) Calcular a vazao unitaria em Us . m, para o projeto da rede coletora de esgotos. sanitarios de uma cidade, a partir dos seguintes dados: - populagao de projeto: 18.000 habitantes - comprimento de ruas: 22,7 Km - quota "per capita": 180 l/h. d - Coeficiente do dia de maior consumo: 4,2 - coeficiente da hora de maior demanda: 1,5 - considerar uma vazo de infiltragdo de 0,0004 Vs . m - relago agua / esgoto: 0,85 0,85 x 18.000 x 180 x 1,2 x 1,5 86.400 x 22.700 Q, = 0,00293 l/s. m. Adotar Q, = 0,003 I's. m Q,= + 0,0004 4.1.4 - Outros Exemplos (“*) (I) Interceptor de esgotos sanitarios da Lagoa Paulino, Sete Lagoas, MG: 5 pessoas por lote, q = 250 l/h . dia e t= 12 m - dados fornecidos pelo SAAE (Servigo Auténomo de Aguas e Esgotos). Para estes valores, tem-se: gy, = 28 X5X250x1,25 1.5 . 86.400 x 12 Foi adotado, no projeto, o valor Q, = 0,004 I/s . m. = 0,00362 Vs .m (Il) Rede coletora - Cruzeiro da Fortaleza, MG Q, = 0,002 (V/s . m) (Ill) Conjunto Habitacional Brasil Novo, Coromandel, MG: 1.000 lotes; comprimento total de ruas 15,0 Km; n= 5, q = 150 / hab . dia; K, = 1,2; K, = 1,5. valor calculado: Q, = 0,0017 I/s . m. Adotado: Q, = 0,002 l/s. m (IV) Rede Coletora - Coromandel, MG Q, = 0,003 (V/s . m) (V) Bairro Minaslandia - BH adotado Q, = 0,005 V/s . m, por instrugao do Orgao contratante; os valores calculados foram menores. (VI) Rede coletora - Patrocinio, MG - valor calculado: 0,00293 I's . m; adotado Q, = 0,003 Vs . m (Vil) Contagem, MG - Projeto Cura - Eldorado - érea abrangida pelo projeto: 530 ha - comprimento de ruas: 106 Km; -q = 200 Ihab . dia; -K,= 1,2; K,= 1,5; - c= 1,0 (com justificativa); - densidade populacional 280 hab / ha; (**) Todos os exemplos do item 4.1.4 foram tirados de projetos da SANETEC - Saneamento @ Servigos Técnicos de Engenharia Ltda "1 280 x 530 x 200 x 1,2x 1,5 86.400 x 108.000 adotado Q, = 0,006 (Vs . m) -Q.= = 0,00583 /s . m (VIll) Rede coletora - Guimarania, MG Q, = 0,003 (Vs . m) (IX) Rede coletora - dreas do Mamoré, Vila Garcia, Lagoa, em Patos, MG: Q, = 0,003 (V/s . m) (X) Rede coletora - Vila Residencial "Obras da Ferrovia do Ago" Andrade Gutierrez S/A - Itabirito, MG. Q, = 0,003 Vs. m Construtora 4.2 - Outras Vazées Para o dimensionamento da rede coletora de esgotos sanitarios vazées diversas devem ser definidas o que facilita bastante os cdlculos, conforme se vera posteriormente. & oportuno, j& aqui, conceituar varias delas. Definida a vazao unitaria, a vazao de cada trecho serd o produto da mesma, pelo comprimento dos trechos, sendo: Q, - vazo unitaria (V/s . m) Q, - vazao do trecho (V/s) L'- comprimento do trecho (m) Q,, - vazéio de montante: soma das vazées que chegam ao PV de montante (l/s) i - vazéo de jusante (V/s) \Vaz6es acumuladas: soma das vaz6es ao longo da rede, conforme o plano de escoamento, Tem-se: Q=Q,.L Q=Q,+Q, A figura a seguir, esclarece: a 720(10) 300 (th) E80. 12000 Ge! Q003 (l/2.m) Vaz6es (I/ 8) Trechos ae Q, Q, Q 1-2 80 2,10 0,24 2,34 2-3 70 4,74 0,21 4,95 3-4 60 7,95 0,18 8,13 12 5 - PLANO GERAL DE ESCOAMENTO. S40 2 0s elementos basicos para que se obtenha uma solugao satisfatéria para o escoamento de esgotos sanitarios: a topografia e a urbanizagdo No caso de Minas Gerais, a topografia das cidades é muito varidvel, algumas planas, outras com declividades naturais do terreno bastante acentuadas. Também as condigées urbanisticas nem sempre favorecem a uma boa solugao. O langamento da rede em planta e a definicao do sentido de escoamento deverao procurar usar da melhor maneira estes 2 elementos (topografia e urbanizagao) de modo a, sempre que possivel, evitar profundidades elevadas e condigdes de escoamento inadequadas. A solugao deve ser a mais econémica possivel (menor comprimento de rede, menor n? de PV) obedecendo, porém, as exigéncias das normas. Situagdes especiais {avenidas muito largas, parques, estadios, areas de edificios de grande porte) deverao ser estudadas em cada caso. E um trabalho, que normalmente, poe a prova a experiéncia do profissional. Definido 0 plano geral, os comprimentos dos trechos podem ser medidos diretamente em planta (ver L,,. item 6-)) e podem ser calculadas as vaz6es (como no exemplo em 4.2) desde que se tenha a vazao unitaria. Aseguir, na fase de projeto, sero calculadas as cotas dos coletores, declividades dos coletores, diametros, profundidades, velocidades de escoamento, alturas da lamina Nao se trata de calculos tedricos, mas os elementos sero verificados em relagao as normas existentes. 13 owyssing - 3 yoX3NDS] N3D¥¥N — HOLd3OYBINI ~ 31 VUBUIO WID8YN ~ HOLTON - OI st QONOLL YOLFIOD NO WeIONd YOLTIOD ~ dO nog YoLTI0D - 99 *WON3931 6 - DIRETRIZES PARA PROJETOS. PARAMETROS. NORMAS A experiéncia de quem trabalha com projetos de sistemas de esgotos ha varias décadas permite avaliar as mudangas das normas. A introdugao de novos conceitos e parametros, alterou pouco, o funcionamento das redes, na pratica, exceto no que se refere & economia (diametros e altura da lamina, por exemplo). Apresentam-se, a seguir, os itens mais importantes que podem servir de base para a elaboragao dos projetos. Maiores detalhes, comentarios e criticas serao discutidos durante as aulas. (a) O projeto da rede coletora de esgotos sanitarios devera ser desenhado em plantas atualizadas, formatos padronizados, em escala minima 1:2000. (b) © projet deverd ser elaborado estabelecendo-se o sistema separador. (c) As canalizagées da rede coletora de esgotos sanitarios seréo de segao circular, com diametro minimo 100 mm. (d) Arede de esgotos deve ser calculada para uma contribuig&o que seja, no minimo 80% da vazo usada no calculo da rede de distribuigao de agua. ver (item 4.1.2) Q.=¢.Q, 6208 (@) Para efeito de célculo a norma recomenda adotar, para a vazao, o valor minimo de 1,5 (V/s). () A velocidade de escoamento devera ser, sempre que possivel limitada ao valor maximo de 5,0 (m/s). Quanto a velocidade minima tem-se: Os valores para a tensao trativa e declividades minimas para projetos de redes coletoras de esgoto sanitério (NBR - 9649, antiga NB-567) sao: €>1,0P,, |,=0,0055.Q247 Q,: vazao minima de dimensionamento (Vs) js: declividade minima para atender & condig&o de tensa trativa Para Q,= 1,5 (Us) - | = 0,0046 (m/m) (g) Os coletores, interceptores e emissarios deverao ser projetados para funcionar como condutos livres. (h) A lamina d'égua maxima sera 50% do diametro para 0 D = 100 mme 75% para os demais: h D = 100 mm —-> 50% max D 2150 mm —> 75% 15 (i) Deverd ser previsto um tubo de queda sempre que 0 coletor atinja o pogo de visita a mais de 0,50 m do fundo. () O comprimento maximo de cada trecho (disténcia entre PV ou tubos de inspecao consecutivos) deve ser limitada pelo alcance dos equipamentos de desobstrugao. Assim, cada empresa pode estabelecer o seu procedimento. Um critério razoavel a ser seguido é: Lue = 80m pe Le = 100m pe Ln = 150m p D> 600mm (k) Aprofundidade minima pode ser fixada em 1,20 m, verificando-se as caracteristicas de cada caso. A profundidade maxima devera ser, se possivel, 4,0 m. © recobrimento nao deve ser inferior a 0,90 m. Para coletores assentados no passeio, a profundidade e o recobrimento poderao ser 0,60 m e 0,65, respectivamente 16 7 - FORMULAS PARA CALCULO DE CONDUTOS LIVRES. TABELAS PRATICAS Qualquer manual de hidraulica contém, com detalhes a parte tedrica e varias tabelas para 0 calculo de condutos livres. Apresenta-se aqui, apenas a parte essencial para 0 calculo de redes de esgotos e algumas tabelas praticas que, como se verd nos exercicios, facilitam bastante o trabalho. a meia ou varia com segao sao se,¢,D, 1. os valores Basicamente, as equagdes sao: Q=A.V v=cVRI Q- vazao (m*/s); A- area da segao de escoamento (m*); V - velocidade média (m/s); © - coeficiente que depende do material; R - raio hidraulico (m) 1- declividade do canal (m/m). O raio hidraulico R é a relagéo (3) R=A_ (area molhada) P — (perimetro molhado) Para os canais de seco circular, 0 raio hidraulico o mesmo, com funcionamento 4 plena segdo (R = D/4), Definido o material (c) e a declividade (|) a velocidade 0 raio hidréulico. Assim: Nos canais de segao circular as velocidades com escoamento a meia e a plena iguais e a vazdo a plena é o dobro da vazao a meia secao. Vn= Va G,=2.G, Sendo duas equagées e 5 variaveis, o calculo é feito com a fixagao de 3 delas: c- escolha do material; D- diametro; as normas estabelecem D minimo 1- declividade dos coletores; procura-se uma declividade favoravel (que nao conduza a profundidades inadequadas, estagdes elevatdrias desnecessérias). c D I Q Vv Os livros tradicionais apresentam as tabelas que fornecem Q e V, conhecendo- Nas tabelas a seguir apresentadas, houve a simplificago que permitiu colocar de Qe Vem uma tinica pagina vecVRI =cVR.VT=(cVR .V1/1000) Vx , sendo 7 X a declividade em (m/Km). Foram tabelados os valores de V e Q, para a declividade de 1/1000. Assim, QF Qiao) «VX V,=V, Vx 9000) As tabelas 1 e 2 apresentam os valores das vazées e velocidades para os coeficientes de Manning e Bazin, respectivamente, calculados para | = 0,001 (m/m). Os valores do coeficiente da formula de BAZIN (y = 0,16) e da formula de Manning (1 = 0,013) sao para manilhas cerdmicas e tubos de concreto. Na tabela 3 esto os valores de (h/D) e da porcentagem da velocidade, em fun¢éo da porcentagem da vazdo. Seré de muita utilidade para o cdlculo de h e V, como se vera no exercicio completo (item 8). EXERCICIO: Calcular as vaz6es e velocidades de um coletor de esgotos de manilhas ceramicas, com escoamento a meia e a plena segdo, sendo o diémetro 150 mm e a declividade 0,009 (mim), Pela tabela 1 - MANNING Vp, = Vy = 0,27 x VO = 0,81 (mis) Q, 4x V9=7,2 (is) Q,=2%7,2= 14,4 (Us) ou Q, =4,8x V9= 14,4 (is) 18 TABELA 1 - FORMULA DE MANNING a=s.v “5 c= FE n=0013 v=cVRI D [MBIA SEGAO [SEQA0 0,750 [PLENA SECAO (every fotaET ar fy Fry IT 00a TOT (ene) os) Lime Psy | wey. (Ws) yoo [021 | oa| oz] 15[ o21[ 16 TABELA 3 760 | 027 | 24] 031 | 44] 027 | 48| TUBOS PARCIALMENTE CHEIOS 200 | 033 | 52[ 07 | 95| oa3| 104 porcenr | poRcent [porcent D0 [baveLoc. Da vAZAD 250 | 038 | 94] 043 | 171] oa | 188 DuaMeTRo | ASECAO | ASECAO ni | PLENA. | PLENA 300 | 043 | 153] 040 | 279| 043 | 206 15% | 63% | 5% 37s | 050 | 27.7 | 057 | sos| 060 | 554 =i ra a a0 | 052 | 329] 059 | soo] ose | ose 26 73 15 600 | os | 59.7| 069 | 108,9| 061 | 1194 28 76 17 600 | 060 | 97.1| oe | 177.0] 069 | 194.2 30 79 20 32 80 22 200 | 08s | 2090] 0.94 | s81.2| 0.63 | 418.0 7 7 7 | 7878 = 58 28 1000 | as7 | 378.8 | 7.09 | 913] 09 z 5 male 1200 | 7,09 | 6160 1.23 [1124.1] 1.09 [12320 38 29 a1 7500 | 426 [rite0| 143 [2oses| 126 [2233.8 40 90 34 42 93 37 Q,, = (111000) VF V,=V (1/1000) VF a alate TABELA 2 - FORMULA DE BAZIN Ee a8 a 48 ee | a7 et ce 2 an poe v=cVRI 14 VR 54 103 ST. D | MEIASECAO [SEQAO 0.75.0 [PLENA SECAO 96 | 105 60 (nm) a TTOOHTEATI TION acrTToON)TIO0N ETeooD) se 106 64 eu uss ean Mtv aly anlar i joo | o22| os[ ozs] 15[o2|[ 18 me = 150 | o29| 26| oa3 | 47| oz | 52 pa | ea 7a 200 | 036] 56] o#1 | 101 086 | 112 66 | 110 77 250 | 042 | 103| 047 | 186] 042 | 206 88 414 80 300 [048 | 168] 053 | 304[ o48 | 336 zo} 12 = 7_|_ 112 86 375 | 055 | 304] 062 | s50| 055 | 608 Ge = 400 | 058 | 364| 065 | 057] 058 | 728 7 [13 | eos 500 | 067 | 658| 075 | 1185] O67 | 1316 ao | 113 97 600 | 0,75 | 106.3] 085 | 1922] 0,75 | 212.6 85 113, 102 300 | 09% | 2207 | 402 | 4122] O01 | 4574 on Cz os 25 [110 | 107 7000 | 1.04 | 4084 | 1.17 | 799.3] 1.04 | 8168 all coe ar 1200 | 117 | e6t.1 | 1.31 [11920] 1.17 [19222 ‘95 [ ana | tos 1600_| 1.34 [r1e4.0 [7.50 [z136.2[ 1.34 [2368.0 700% | 100% | 100% | ESCOLA DE ENGENHARIA KENNEDY DISCIPLINA - SANEAMENTO AMBIENTAL PROF JOAO CLARET ORSINI TEIXEIRA _ FORMULAS PARA CONDUTOS LIVRES - TABELAS USUAIS 19 8 - PLANILHA. EXEMPLO DE CALCULO Apresenta-se, a seguir um modelo de planilha de apresentacao dos resultados, com um exemplo da marcha de célculo. Definido o plano de escoamento é feita a medicao dos comprimentos dos trechos (L) e 0 calcul das vazées. Os simbolos adotados sao os mesmos vistos anteriormente, ou seja (ver item 4.2): Q, : vazo unitaria (Us . m) vazo do trecho (Vs) Q,,; Vazdo de montante (Vis) Q: vazao de jusante (Vs) De posse dos perfis topograficos, sao colocadas as cotas do terreno, montante e jusante (Me J). O plano de escoamento é feito de modo a se obter uma solugao pratica e economica, o que permitiu adotar diametros minimos nos trechos 1-2, 1-4e2-6. TRECHO 1 - 2 - Primeira tentativa (a) partir da profundidade minima do PV-1 (b) experimentar para o coletor uma declividade que permita obter profundidade minima também no PV-2; para isto, a declividade do coletor (I) devera ser igual & do terreno, ou seja, | = 0,010 m/m. (0 terreno cai 0,70 m em um comprimento de 70 m). (c)caloular as vazées e velocidades a meia segao Q,,¢ V,,. para D = 100 mm e | = 0,010, tem-se: Q,,= 0,8. V10 = 2,53 (Vs) V,= 0,21 . V10 = 0,66 (m/s) (d) comparar o valor da vazéo a meia segdo, 2,53 (Wis) com a vazao efetiva, tomada igual 4 vazo de jusante (Q). Verifica-se, aqui, que esta atendida a condigao (h/D) max, pois 2,53> 1,50 (*);o valor de ha ser calculado adiante, é satisfatério. Caso esta condig&o nao tivesse sido atendida, seria necessario alterar D ou |, como se vera na tentativa idéntica a ser feita no trecho 2 - 3. Assim, para 0 trecho 1 - 2, 0 diametro e a declividade adotados na primeira tentativa satisfazem. (©) calculo do desnivel do coletor e das profundidades: desnivel: 0,010 (m/m) x 70 m= 0,70 m cota do coletor a jusante: 79,70 - 0,70 = 79,00 m profundidades dos PVs: (ct - cc) montante: 80,90 - 79,70 = 1,20 jusante: 80,20 - 79,00 = 1,20 (f cdlculo da velocidade efetiva V,,. - 5 Qn) 15 relagao de vazées: ¢ ce) = = 29,64 % a (*) Q= 1,5 (Vs) - ver item 6.e, ou NBR - 09649, item 6.1.1.1 20 Tabela 3 (tubos parcialmente cheios) Quando Q.,,,= 29,64% da vazao a plena sego, a velocidade 6 88% da velocidade a plene sepao.¢ (h/D) = 37%. Assim, 88 x 0,66 = 0,58 (mm/s) .37 x 10 = 3,7 em Para os trechos seguintes, a marcha de cdlculo 6 a mesma, com alterago de D ou |, se for o caso e com verificagéo do atendimento das exigéncias citadas no item 6, principalmente c, e, f, g, h, i, k uma vez que os outros itens jé esto praticamente atendidos. TRECHO 2-3 (a) Vazées Q,, = 3,60 + 1,41 = 5,01 (V's) 0,003 Is . mx 80 m = 0,24 (V/s) Q)=5,01 + 0,24 = 5,25 (V/s), considerada a vazao efetiva; (b) declividade e diémetro: uma vez que 0 PV-2 esta com profundidade minima, nao se poderé admitir, para 0 coletor, declividade inferior a do terreno: 1? tentativa: 1= 0,010 (m/m) Q,, = 2,53 < 5,25; nao atende. D=100 mm Adeclividade necessaria para atender a condi¢ao (h/D) max, vem de: Q, = Qiircon - WX Ou 5,25 = 0,8 Vx 5,25 Urey para | = 0,043 (m/m) a profundidade do PV-3 seria 3,84 m Assim, sera preferivel aumentar o diametro: = 43,07 ou seja 0,043 (mim); x = 150 mm 1= 0,010 Qos) = 4:4. VIO = 13,91 (V's) O trecho trabalharé com folga, quanto a vazao (©) diferenga de nivel do coletor (desnivel): 0,0 10 mim x 80 m = 0,80 m (d) cota do coletor a jusante: 79,00 - 0,80 = 78,20 m (e) profundidade ajusante: 79,40 - 78,20 = 20m () velocidade efetiva e altura da lamina.(h) Q V=90% at = te = 34 (%) oe a (hID) = 40% 9 x 0,27 x V10 = 0,77 (mms) .4.D=04x1 6,0 cm 21 OOOTHT tsa (u's/i)g00'0= 70 g 7% acs zi ae = we ee vn g ig is a § Aw . boon z | OL zz wne 5 ef) , - ee se 2 2 5 s if SF & Os demais trechos foram calculados de maneira idéntica. TRECHO 1-4 1 = 0,012 (mim) n= 0,8. VIZ = 2,77 (lis) D = 100 (m/m) V,, = 0,21. VT ).73 (mis) 2,7 > 1,5; atendida a condigao (h/D) max desnivel: 0,012 (m/m) x 60 m = 0,72 (m) cota do coletor a jusante: 79,70 - 0,72 = 78,98 profundidade a jusante: 80,20 - 78,98 = 1,22 m Que 15 ane oamee) eo p Vue = 0,85 x 0,73 = 0,62 (m/s) (h/D) = 0,354 x 10 = 3,54 (cm) TRECHO 2-5 1= 0,009 (mim) Q,, = 2.4 (Vs) D = 100 (mm) V,, = 0,63 (m/s) 2,4 > 1,5 ; atendida a condigdo (h/D) max. desnivel: 0,009 (m/m) x 60 m = 0,54 m cota do coletor a jusante: 79,00 - 0,54 = 78,46 m profundidade a jusante: 79,70 -78,46 = 1,24m =31% ,89 x 0,63 = 0,56 (m/s) ,38 x 10 = 3,8.cm TRECHO 4-5 Q, = 3,80 + 0,18 = 3,78 (Vs) Q"= 3,78 + 0,21 = 3,99 (V/s) para D = 100 (mm), a declividade X, seria: x= GLY - 249 —» 0.025 (mim) 08 a profundidade no PV a jusante seria de 2,47 m. Entéo sera adotado: D = 150 D= 150mm Qigy, = 12,45 (Ws) e l= ),008 (m/m) 12,45 > 3,99 -- atendida a condigdo de (h/D) max. desnivel: 0,008 (m/m) x 70 m = 0,56 m cota do coletor a jusante: 78,98 - 0,56 = 78,42m fundidade a jusante: 79,70 - 78,42 = 1,28m 0,87 x 0,27 x V8 = 0,66 (m/s) ,367 x 15 = 5,5 cm 23 TRECHO 5-6 Q, = 0,18 + 3,99 = 4,17 (Vs) Q)= 4,17 + 0,24 = 4,41 (Us) 1= 0,031 (m/m) para D = 100 (mm). Se adotado este valor, a profundidade & jusante seria 3,06 m D=150mm 1 = 0,009 (m/m) Qos) = 13,2 (Wis) Obs: poderia ser | = 0,008 (m/m) 13,2 > 4,41; atendida a condigao de (h/D) max. desnivel: 0,009 (m/m) x 80 m = 0,72 m cota do coletor a jusante: 78,42 - 0,72 = 77,70 Profundidade a jusante: 79,00 - 77,70 = 1,30m 4,41 =) = 319 & i V = 0,89 x 0,27 x 3 = 0,72 (mis) h=0,38 x 15 = 5,7 cm TRECHO 3-6 Q,, = 4.20 + 5,25 = 9,45 (V/s) 45 + 0,18 = 9,63 (V/s) 150 mm 1=0,007 (mim) Qasg = 11,64 (Us) 11,64 > 9,63 ; atendida a condigao de (h / D) max. 2,6457 desnivel: 0,007 (m/m) x 60 m = 0,42 m cota do coletor a jusante: 78,20 - 0,42 = 77,78m profundidade a jusante: 79,00 - 77,78 = 1,22m 9,63 283 N76 % Es) o V = 1,097 x 0,27 x V7 = 0,78 (mis) h= 0,653 x 15 = 9,8 cm 24 25 coon, oe eno op spetious: | @'6 | och | oct | az'0 | ro'lL 0st | 200'0 | zp'o | ez'ze | oz'es | oo'ez | ov'ez | 0's BO | Sys 08 ore ‘ov eng £5 | oeb | ez'b | 220 | oven Ost | 600'0 | zz'0 | oz’ | Zp'ez | o0'es | ov'es | ty | wz'0 | Ltr 08 o-s ee eny ie g's | ez'b | zt | o'o | spay a OSL | 00° | 9c'0 | zr'ez | a6'ez | ov'es | ozo | se'e wo | ee OL s-+ ec ony oe Zo rallies les , pedo | g'e | az’ | oct | 9g'0 €9'0 | Ov | 00+ | 6000 | ¥S'O | o¥'es | O0'6Z | O2'6L | Oz'oR | Bt'0 BO oO 08 oz syeny ws'e | eb | ozs | ze'o F ez'0 | 22% | OOF | zt0'°0| Zz'o | g6'R2 | O2'62 | Oz'De | OB'oa | BL'O eno oO og vb yy eny bo'9 | oz't | ozs | 2z’0 | Lees = ost | o10'o | oe'o | oz'ez | 00's | ov'as | oz'os } sz’s veo | 10's 08 ee zweny oz's | o's | oz 990 | es'z | ooF | ob0'0| O4’0 | o0'6 | O2'6L | Oz'oe | os'0e | brs io | ot OL ah wz eny r w (srw) a} (8A) © iE B E a ob vo | “o (uo) jay fw pu)! gy wy) |(osy so |“ of 5 (ac Jail 2269 ‘ouesie1 MCPS) a nope Ad epeppUnjon optes BW Tu) 68909) (en sepzen, (s/09't <® omNDTy9 a0 OWAda Vad (usa) co0'0- a0 ‘YuoLTT09 aaau- soRUymvs SoL0983 9 - OBSERVAGOES ADICIONAIS. DETALHES (@) Declividades minimas: ha algumas décadas, as normas para projetos de esgotos sanitérios apresentavam os valores da declividade minima (I,,,,), capazes de garantir a velocidade minima (0,60 m/s); assim, durante muitos anos os projetistas puderam trabalhar com tabelas como a apresentada a seguir: Diametro (mm) Declividade minima (m/m) 150 0,005 (*) 200 0,004 250 0,003 300 0,002 350 0,0016 400 0,0013 500 0,000 Tabelas como a citada acima constavam das normas de varias entidades (**), eram de grande utilidade na prética e ainda hoje podem ser consideradas como referéncia ou ponto de partida para os projetistas menos experientes. Estas indicagdes das declividades minimas, na realidade controlavam a velocidade de modo indireto. Estudos mais recentes, porém, permitiram concluir ser mais correto estabelecer 0 limite minimo com base no conceito da tensdo trativa. © esgoto em movimento em uma canalizagao esta sujeito a duas forgas: (a) a gravidade, que atua sobre 0 fluido (componente de sedimentagao das particulas); (b) a da dinamica do fluido (componente de arraste). A tensdo trativa é a forca resultante, dada pela expresso: Hay! a ; tenséo trativa em P, (***) ~ peso especifico da agua R -raio hidraulico (m) | - declividade (m/m) (*)_ As normas prescreviam, entéo, 0 diémetro minimo 150 mm. (“) Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), Fundagao Servico Especial de Saiide Piblica (F. SESP), hoje Fundagao Nacional de Saide (FUNASA), Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) e outras. (7) 10 P, = 1 Kg/om? 26 Conforme anteriormente (item 6-f) a exigéncia da NBR 09649/86 é atendida com 1 = 0,0046 (m/m). Apratica nos revela, porém, que a aplicagao da antiga tabela, apresentada acima, conduz, ainda, a resultados satisfatorios. (0) As alternativas que aparecem, na pratica, para a fixag&o dos diémetros e declividades devem ser estudadas em cada caso. A decisao dependera de comparacéo econémica (aumento do diémetro ou da profundidade). Poder ocorrer em alguns trechos, no muito longos, a adogao de profundidades elevadas, que viriam a onerar o item escavagao, para evitar problemas maiores. Esta observacdo é particularmente importante em Minas Gerais, onde as caracteristicas topograficas apresentam grandes variacées. (0) Nas ruas onde houver, também, galerias pluviais, deveréo ser examinadas as interferéncias. A solugdo mais adequada dependeré do estudo de cada caso. (d) O levantamento das condigées urbanisticas de cada localidade inclui informagoes que, geralmente, constam da "Lei de uso e ocupagao do solo”. Caso a municipalidade nao disponha desta regulamentagao, o projetista deverd investigar as principais tendéncias do crescimento e ocupagao das éreas futuras. ()A orientagéo seguida no curso e, obviamente, nestas notas se baseia fundamentalmente, em experiéncia pessoal. Outras orientagdes e modo diferente de apresentar as questées sao também de valor e certamente, focalizam itens considerados importantes segundo a visdo de cada autor, ou autores, (f) Materiais - as manilhas ceramicas constituem o material mais usado em redes de esgoto sanitario. Outros materiais empregados: tubos de concreto, de cimento amianto, de PVC, de fibra de vidro e de ferro fundido, sendo estes ultimos apenas em situagdes especiais (travessias, trechos de velocidade excessiva, etc). Os tubos de concreto séio mais afetados do que as manilhas cerémicas por matéria organica, o que exige cuidados. (g) A seguir algumas figuras que servem para exemplos e ilustragéo de varios itens tratados no texto (h) Bibliografia recomendada: AZEVEDO NETTO, J. M. de - Manual de Hidraulica, 8 ed. - Editora Edgard Blucher, 1998. CETESB - Compantia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, convénio BNH/ ABES / CETESB, SP - 1977. NBR - 09649 - Projeto de Redes Coletoras de Esgotos Sanitario - ABNT - 1986. BARROS, Raphael T. de V. et “alli - Manual de Saneamento e Protegao Ambiental para os municipios vol. 2 - Saneamento, DESA, UFMG, 1995. DACACH, N. D. -Sistemas Urbanos de Esgoto - Edit. Guanabara Dois, Ru - 1984. CRESPO, P. G. - Sistema de Esgotos - Ed. UFMG, DESA, BH - 1997. 27 ESGOTOS SANITARIOS ~ ESCOAMENTO LIVRE COLETOR DE ESCOTOS: N RRR IIIS ON RRNA RRR RRR » IS SSIS SIS LIIS RRR RARER RAR SISSIES CRRA ZB RNR SIS DECLIMIDADE DAS TUBULAGOES POGO DE VISITA COM POCO DE VISITA SEM TUBO DE QUEDA ‘TUBO DE QUEDA TUBO DE INSPEGAO E LIMPEZA (TIL) SEM TUBO DE QUEDA TTAMPAO_DE_FERRO_FUNDIDO ‘OU CONCRETO 3 3 30 CAMARA DE TRABALHO V4) ! Pro, 301, 30) 30, 30, 30) VARIAVEL LAJE_DE_FUNDO 10 10 COLCHAO DE BRITA Wl Ll PASSAGEM RETA COM UMA CONTRIBUICAO 30 VER DESENKO POGOS DE VISITA DETALHES DAS CANALETAS DE FUNDO POGO N’ 1 i i i Hl t W POGOS N' 3 e 6 POgOS N'4e 5 VER DESENHO PAC, 22, 32 AVENIDA. SANITARIA AVENIDA SANITARIA, INTERCEPTOR DE ESGOTOS INTERCEPTOR DE_ESGOTOS SANITARIOS ‘SANITARIOS: LOCALIZAGAO DE INTERCEPTORES RAW, PRED LOCALIZAGAO DA REDE COLETORA 33

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