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De fato, um dos dilemas de Luciano de Oliveira que uma nova dicotomia surge: os includos

em oposio aos excludos. Essa construo, entretanto, nega o ponto de vista praticamente
hegemnico nas Cincias Sociais que justamente a perspectiva antidualista de inspirao
marxista: um disparate nos referirmos a excludos quando esses mesmos indivduos no se
encontram fora, mas, antes, inseridos, embora precariamente, no sistema econmico. Qual o
sentido de falar em duas ordens de realidade, dos includos e dos excludos, se ambas so
produzidas por um mesmo processo econmico que, de um lado, produz riqueza e, de outro,
misria? (1997, p. 53). Inclusive, nas condies brasileiras, esse lumpenproletariado gerado
pelo capitalismo, alm de funcional ao sistema enquanto exrcito de reserva, utilizado pelos
segmentos integrados ao mercado de consumo como mo-de-obra barata, realocando cada
vez mais recursos para o setor dinmico (1997, p. 53). No nos esqueamos das classes
mdias que, no geral, no titubeiam em contratar empregados domsticos por salrios
baixssimos para cuidar de suas casas, de sua comida e de sua sujeira, ao mesmo tempo em
que no suportam que estes mesmos empregados utilizem os seus banheiros e o seu
elevador.
A sociedade capitalista tem como lgica prpria tudo desenraizar e a todos excluir porque tudo
deve ser lanado no mercado. Ela desenraiza e exclui para depois incluir segundo as suas
prprias regras. justamente aqui que reside o problema: nessa incluso precria, marginal e
instvel (MARTINS, 1997, pp. 30-32). O perodo de passagem do momento da excluso para
o momento da incluso implica certa degradao e, segundo Martins, a sociedade moderna
vem criando uma grande massa de populao sobrante que tem poucas chances de ser
novamente includa nos padres atuais de desenvolvimento, ou seja, o perodo de passagem
entre excluso e incluso, que deveria ser transitrio, vem se transformando num modo de
vida permanente e criando uma sociedade paralela que includente do ponto de vista
econmico e excludente do ponto de vista social, moral e at poltico (1997, pp. 33 e 34).

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