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Balzac “Durante seu primeiro passeio vagabundo através dos bulevares e da Rue de la Paix, Luciano, como todos os recém-chegados, ocupou-se mais das coisas do que das pessoas. Em Paris, 0 cqnjunto de construgdes e das atividades urbanas chama logo atengio: 0 luxo das lojas, a altura das casas, a afluéncia das carruagens, os permanentes contrastes que apresentam o extremo luxo e a extrema miséria antes de tudo despertam o interesse. Surpreendido por aquela multidio em meio a qual se sentia estranho, aquele homem de imaginagio sentiu como que uma imensa diminuigio de si mesmo. As pessoas, que, no interior, gozam de cesta consideracio, e que ali a cada passo encontram provas de sua importincia, ndo se acostumam de modo algum a essa perda total e sibita de seu valor. Ser algo em sua terra e nada ser em Paris sio dois estados que requerem transigées; e aqueles que passam muito bruscamente de um para o outro caem numa espécie de aniquilamento. (...) Luciano, aturdido pela rapidez do redemoinho parisiense, nada pode dizer a Luisa, enquanto para li se dirigiam os trés de carro, mas apertavalhe a mio, ¢ ela respondia amigavelmente a todos os pensamentos que ele assim exprimia.” (BALZAC, 2013, p-201) Flaubert “Mulheres, indolentemente reclinadas em caleches, e cujos véus flutuavam ao vento, desfilavam perto dele, a0 passo firme dos cavalos, com uma oscilagio insensivel que fazia ranger 0 couro envernizado, As carruagens tornavam-se mais numerosas, ¢, retardando o passo a partir da Rotunda, ocupavam a largura da avenida, As crinas tocavam as crinas, as lanternas aproximavam-se das lanternas; os estribos de aco, as barbelas de prata, as fivelas de cobre davam reflexos luminosos, aqui e acolé, entre os calgées curtos, as lavas brancas e os agasalhos que pendiam sobre o brasio das portinholas. Sentia-se como que perdido em uma regio longinqua. Os olhos erravam sobre as cabecas femininas, e vagas lembrangas traziam-lhe 4 meméria Mme. ‘Arnoux. Representava-a no meio das outras num desses pequenos cupés, semelhantes ao de Mme. Dambreuse. - Mas 0 sol declinava, e 0 vento frio levantava nuvens de poeira, Os cocheiros metiam os queixos nas gravatas, as rodas punham-se a gitar mais depressa, o macadame rangia; ¢ todas as equipagens desciam a trote largo a vasta avenida, rogando-se, adiantando-se, afastando-se uma das outras, para se dispersarem depois na Praga da Concérdia.” (FLAUBERT, 2006, p.46) BALZAC, Honoré de. A Comédia Humana. Sio Paulo: Globo, 201. FLAUBERT, Gustave, A Educagio sentimental. Sao Paulo: Martin Claret, 2006.

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