O conceito de Eu e Tu em Buber diz respeito relao, isso quer dizer que se
est falando, a grosso modo, de uma filosofia do dilogo. A humanidade do ser se d atravs da relao com o outro, com o mundo ou com Deus. Mas Buber usa de fundamento essas diferenas para poder discorrer sobre Eu e Tu, na realidade, sempre que houver um Eu, ele necessariamente estar em relao com um dos trs: Deus (Eterno), outro ou o mundo. A relao pode ser Eu-Tu ou Eu-Isso, independentemente se o Eu se relaciona com o outro ou com o mundo, mas quando se relaciona com o Eterno, a relao ser sempre Eu-Tu e nunca Eu-Isso. As palavras-princpios so a primazia da relao que sempre entre-dois. Ontologicamente falando, no existe um Eu separado do Tu ou do Isso. Outro conceito fundamental em Buber a presena, preciso presentificar para existir uma relao. A relao vem sempre antes do Eu, pois s depois da relao que o Eu passa a existir. Finalmente a diferena entre Eu-Tu e Eu-Isso, exemplificado nas palavras do prprio Buber: Vejamos exemplos da distino entre Tu e Isso. Um construtor civil ou outro industrial que falsifica os materiais de construo da casa ou de outro produto que vende, adulterando a qualidade a fim de obter o mximo lucro, est numa relao Eu-Isso: os seus clientes no constituem um T, algum com personalidade prpria de quem o eu cuida, mas sim um Isso, um ente estranho que se explora como uma coisa material manipulvel. No entanto, se uma casa se desmoronar, depois de vendida a um cliente, e o construtor civil se arrepender da sua lgica de capitalismo implacvel e sentir a perda e o prejuzo do cliente como seus e o procurar indemnizar com justia, substituiu a relao Eu-Isso pela relao Eu-Tu. (Buber, 2002, p. 7-8). preciso ficar atento para a particularidade de que Buber considerava que as palavras so a primazia da matria. Um ltimo ponto a se destacar sua viso de Deus e o homem, em que o homem no deve procurar conhecer Deus, mas sim buscar ter relao com ele.
Referncia: Buber, M. (2002). Yo y t. Nueva Visin: Buenos Aires