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OBRAS PUBLICADAS NESTA COLECCAO: 1—0 Mito do Estado, Ernst Cassirer 2—Teoria da Literatura, René Wellek e Austen Warren 3—A Matemdtica Moderna, Irving Adler 4—Sociologia das Doencas Mentais, Roger Bastide 5—Grupo-Andlise Terapéutica, 8. H. Foulkes 6—Os Grandes Socialistas e a Educagéo, Maurice Dommanget 7—0 Paradigma Perdido: a Natureza Humana, ‘Edgar Morin 8—Teoria Politica e Socialismo, Umberto Cerroni 9—As Leis Naturais do Casamento, Wolfgang Wic- ker 10—O Pensamento Juridico Soviético, Umberto Cer- Toni Se deseja receder, gratuste ¢ pertodieamente, informagdes bibliognd- sropacdmerion ©. sobre UMBERTO CERRONI O PENSAMENTO JUR{DICO SOVIETICO PUBLICACOES EUROPA-AMERICA ‘Titulo original: Tl Pensiero Giuridico Sovietico ‘Tradtugdo de Maria de Lurdes Sé Nogueira Capa: estidios P.-E. A. © Eélitori Riuniti— Roma Direitos em lingua portuguesa reservados por Publieagdes Europa-América, L.** attor: Francisco Laon de Castro. iodo no 60/222 Bxecucto tonic: Tipografia Camoes, Pscea de Verzim (Setembro de 1976) INTRODUCAO © presente trabalho propde-se examinar alguns dos pa- rdmetros fundamentais sobre os quais 0 pensamento sovié- tico estabelece a sua concepgiio do direito. Nao se propriamente tragar uma verdadeira histOria da refle loséfiea sobre 0 direito existente na U. R. S. S..a 1917. Para tal empresa falta ainda tanto uma suficiente dis. ponibilidade das fortes como um volume satisfatdrio de tra- ‘alhos. preparatérios. Deseja-se, antes, isolar alguns. temas centrais dessa reflexio —e também do debate e das ques- tes verificadas ao nivel da «politica do direito»—, pro- rando evidenciar ao mesmo tempo as relagées que a ligam deve pachasal oun ta juridica que € original, néo 56 por certas solucdes que tem vindo a estudar para 0s pro blemas modernos do direito, mas também —e talvez acima de tudo — pelas finalidades que se propée, tendo em vista @ construcio de wma sociedade e pelos juizos que exprimiu sob 0 impulso da nova realidade. A investigacao comeca de questées que wrou essencial & 0 que se refere as vicissitudes da teoria da violacéo do direto sob o aspecto 5 UMBERTO CERRON! da concepeiio do delito e da concepgao da pena. Também neste campo se procurou indagar 0 nexo que se estabelecew entre as solugdes tedricas ¢ as consequéncias priticas. Um terceiro problema de grande importancia diz respeito a teo- ria do processo, € muito em especial d teoria do processo penal. Finalmente, 0 quarto problema refere-se ao papel atribuido ao direito pelos juristas soviéticos no quatro da ‘organizacio e da conducio de uma sociedade possuidora de estruturas socioeconémicas bastante diferentes das nossas, ¢ muito préprias. Queremos simplesmente recordar as mumerosissimas di- ficuldades encontradas na pesquisa, que condensa um jé longo estudo da cultura e do direito na U. R. S. 8. Tais difi- Iha dos textos — especial dos anos 20 ¢ dos «textos do dissidiow — e vio até Idade, jd referida, de dispor de trabalhos preparatérios, de reconstrucées orgdnicas, ¢ de di- ficuldades terminoldgicas. Estes problemas niio foram, sem ‘divida, inteiramente vencidos. Parecewnos, contudo, posst- vel conduzir a investigagio a bom porto, tanto pela ampla lidade dos textos dos inte e cinco anos i pela acessibili- autores, ¢ ainda, culdades comegam logo na ‘mente dos textos que importancia. Hé ainda uma ‘iltima di estudada explicitamente e que diz ré ‘as. transformagdes tedricas e as politicas, Complicada em cada momento € em cada contexto, esta relacio vem a ser fundamental na experiéncia quinquageniiria soviética. Isso testeve constantemente presente, pelo menos no fundo, mas a investigagtio procurou deliberadamente dar relevo as moti- vagdes tedricas que cada uma das solucdes apresentava, ‘mesmo quando a sua coloracao politica era evidente. E isto porque este aspecto especifico era. por si mesmo, motivo para um estudo sobre 0 pensamento juridico soviético. ape- sar de ter permanecido na sombra até agora ¢ ser, podemos dizé-lo, quase desconhecido. autor deveria agradecer aos mumerosissimos estudiosos 6 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO U.R.S, Sclidlia e & Associagiio Milia-U. R. 5. S., ‘esses contactos de modo decisivo desde 1951. dever a cumprir 6 0 de recordar em particular 4 figura e a obra de Eugeny Pachukanis, em quem certa- reine a mais alta capacidade do pensamento jurt- fico e 0 mais alto tributo pago a ciéncia nos anos Roma, Junho de 1969. |. PRESSUPOSTOS GERAIS . Caracteristicas da cultura russa vsky acrescenta também que seria erro, porém, acreditar que 4s quesides filos6ficas tenham permanecido estranhas a0 espf- russa anterior & segunda metade do século cultura da Tdade Média ocidental®, Aquela niio encor teligiéo primeiro laborat6rio intelect segunda metade do também a do século x1x, auténoma de da cultura russa a conduzisse a uma obra de estudo, e tam- agg, Be Zembovsey, Histoire de ta pitoophie ruse, vol 1. Paris, 1 Fa zenskovsky, ibid: 16 0 PENSAMENTO JURIDICO sOvIETICO anual de historia da filosofia j therin®, Traoch ¢ Bechadsky. Os se movimentando rapidamente, Thicia-se, an- Boris Malach Teateheria (11900 enaoou oe Uni versidade ‘de Mosco Imenos depen Metaisias (Propiedad stad) Gv v7 Pas—a UMBERTO CERRONI estudiosos que vitio a telectual russa do século #8. Aproxima-os a insatisfagio pela tradigio. pos sta € também pela interpretacao da condicio hist6ri social da Russia. Em relagio aos grandes de novas correntes suscita na diversificam muito em breve a su: ‘campo até entiio pouco cultivado bbre © qual agora se manifestam as tismo e do sistema de Solovev, auténtica reelaborago da inguiano. Ao mesmo tempo, o debate incide sobre a tica socioeconémica. Os Ultimos anos gistam o choque polémico que envolve os «prit cipios» € ao mesmo tempo a problematica polit diante dos processos novos da tr iso econémica que = Petr Bemngardovitch Struve (18701944) langowse como ex: poente do chamado emarxismo legals, afirmandose como econo- mista, Passou em soguida para re economia Sismo a0 Idealismo>) e, sob a influéncia Yoltgu se para a meditacao religiosa 3h Simon. Franke. (18771050). teve na juventude uma formacio marxista, ‘Terminados 08 estudos Juridicos, foi para Alemanha publicou em 1900 uma obra de critica & teoria do valor de Marx. parte do. grupo dos emarsstas legaiss e publicod em 1001 um Pilato ‘erica’ sobre. o\pensamento paliieo social de Michailovsky. ‘t'fun posterior evolugdo intelectual largamente conhecid. B © PENSAMENTO JURIDICO SOViETICO a0 novo século com uma pri vendaval de 1905 acelera em 10 da Rissia e no plano também assim os prim« do direito de Petrazitsky: o Novgorodtsev, E. ‘Trubetskoi, Cherchenevitch, enquanto se traduzem em russo Esmein, Jellinek, Stamler, Duguit, civil e comereal em Kasan ¢ em Moscow. Abangosou ensino universitario em sinal de protest litico. Foi a fama do Partido Conitucional Demnerdticn Aa sas pals’ sto Kurs torgovogo prava (courso de Dieta 19 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO SOvIETICO reito se combina com um esforgo no sentido da conexio das investigages psicoldgicas € sociais com as mais tradicionais reflexdes éticas. Como verei ciar niio poucos expoentes da nova cultura soviética. 3. A tradigao marxista 2 referéncia a difusio do marxismo na Russia ‘anos do século xIx. Tratou-se de uma difusio ie rapida © extensa, que teve como agentes fun- wnov e Lenine, mas que se valeu também de- jo pequena série de homens de cultura que se marxistas de varias orientagdes, seguindo de- pois os mais diversos rumos. ‘No plano propriamente filos6fico a entra na Réssia deu-se por volta de 1870 com as primei sobretudo a icos, produzidos exactamente sob ap politica ‘menos fraco na elaboragio teors- Mas, em relagio aos estudos.sociais e havia de gozar de uma notivel van- lo 0 estimulo pritico representado pela luta hail eae feb ata ea ehh a al Ca eA ee pie ta Al. a UMBERTO CERRONI sica como da foram penetrando, bastante mais do que antes, nas recognigdes concretas do presente. O pro- social e como eco ‘como os artigos € 08 skye outros. pol jos da acgio © da. polémica marxista europeia, Estado ¢ ‘a primeira obra que penetra numa do pensamento de Marx sobre os strug’ sistema mas do Estado, exceptuando a obra de Engels As Origens da Familia, da Propriedade Privada e do Estado, dedicada principalmente a westigagio historica ®. compreensivel, embor te, que a transfor- magio politica da Rass de 1917 venha a conduzir a uma grave caréncia de elaboragdo no campo dos estudos im quadro interessante da situacio existente os, extudos soviéticos acorn do Estado e do direito no pés-revolucao ¢ for- obra, Stutchka es frobicmas essencisls da vida, tais como’ os problemas. juridicos, {anto homens que deles nada sabem e que até ostentam ‘essa sua todos 03 outros pro: fecénlo, a escola de Vichinsky proclamard, todavia, conhecer uma ‘qperfelta> teoria do. Estado edo direito elaborada pelos cldssicos 2 0 PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO € aptessada tentativa de construgio ira_a vastissima obra de renovacéo ir a generalidade te6- € quase todos os a0 velho ito em geral, € a polémica contra a tende a subverter as proprias preo- izagio técnica. Tudo isto é favorecido ‘um tanto apressada da tese de Marx Lestas) eater ‘cdecomposigaon do direito € que é entendida por no poucos juristas "x "Soore-¢ problema da cdccompticdo» do dreto © do Estado muito se esereveu na URS. e nao s6 nos anos 20. 0 debate fol ag e esaduais, da qual teria nascido uma nova cons- do cidadlo. Dat uma atitude moralista © pedagogica 23 Tocais, em Jun IL Congresso dos . Goichbarg afitma, num relatério tam- que io é necessirio dar ao pais um «Co- de Lenine na Universidade Sverdlov dedi- realizada em 1919 e publicada no mesmo 5 ‘uma certa ordem nesta questo. Trata-se, ids, ‘de uma ordem que tende a estabelecer-se a nivel po- ‘a ainda aberlos e problemati im Tentament pro deste period: ner, Stutchka ¢ Pachukanis. E: sparece a primeira Go da obra de Stutchka, Revoljutsionnaja rol gosudarstva praya (€A Fungi Revolucionétia do Estado ¢ do Dircito»), © publica-se também a outra obra de Stutchka, Ucenie gosudurstve 1 Konstitutsti RSFSR («Teoria do Estado © da tarde. ‘S cf. A. P. Kosytsin (a cargo de), Istorija sovetskogo gost darstoa { prava.(éHistéria do Estado © do Direito Soviético»), Mos: ‘covo, 1968, pp. 209 € 314. fa Lenine, no que respeita a teoria do este € aos outros poucos escritos especia~ ‘Marx ‘e. para. ‘Engels, 24 0 PENSAMENTO JURIDICO sovIETICO Constituigio da R. S. F. S. R.»). Em 1923, a primeira destas ‘obras de Stutchka tem segunda edigéo, enquanto a © imperialismo, publica («A Teoria Geral do Direito reorii prava (aProblemas de I. Razumovsky. guinte, que, por outro formagéo da sociedade 1a propria base que deixava lugar as sdo © comercial, ¢ depois de uma dura {agora Unio Soviética) entra. pelo ‘integral © da. planificacdo centra- UMBERTO CERRONI ara_a transformagao industrial. Neste cima s © problema de uma revalorizagio da norm: ito torna-se agudo: surge na cena do debate neonormativa —a de Vichinsky— que rapidamente iunfar, gracas & conjuntura politica. Contudo, a discus- inwa muito acesa e veemente. Em 1926, a obra prin- cipal de Pachukanis tem segunda edigio ¢, em 1927, terceira. ‘Stutchka publica, em 1927. a primeira parte do seu Kurs sovetskogo grazdanskogo prava («Curso de Direito Civil So- vigtico»), que seré seguida da segunda parte em 1929 ¢ da Prever um grande progresso da cultura Mas 0 ano de 1930 da os primeiros sinais directos de ‘uma nova maneira de conceber a elaboragio tebrica jonar como uma fungio rigorosa da vez mais oficiais e cada vez mais pi porém, duas obras sobre a admi 26 0 PENSAMENTO JURIDICO SOViETICO ica das repressdes estalinistas adensa-se sobre eles © sobre seus discipulos. Stutchka morre em 1932 ¢ 6 sepultado ym todas as honras no Kremlin; mas a sua morte & quase ressigio: Krylenko, Pachukanis © muitos dos seus disci- desaparecem no decurso das grandes ri lepois de as criticas tedricas ete, 0 tom de uma acusagio longo periodo de estagna- no qual domina Viehinsky ichinsky € sancionada no ‘ientifica atinge cada ver. mais rigorosamente tons ofi- ciais, os manuais tornam-se obras colectivas, © muitos juris- {as (no os melhores, evidentemente) reduzem-se muitas ve- 10 papel de comentadores das obras de Vichinsky e de Vichinsky completa 0 seu sistema entre 1938 ¢ 1949, em 1938 publica um texto de di que tem uma ampla introducd sobre. adminsagio dau uma colegio de ensaios ea de artigos sobre direito internacional e sobre po- ‘ca internacional *, Seria um erro acreditar que a violenta e trigica repres- lo a cultura juridica is condigies de uma has», os melhores juristas continuam as sem divida o nivel geral da elabo- Existe uma tradueio inglesa da obra com o titulo The Law ‘Soviet State, Nova Jorque, 195, AU Sudostojstoo’ v SSSR (cA Administracio da Justiga na URSS.», Moscovo, 1909. 2 Teoria’ sudebrich dokazatelsty (éTeoria das Provas Judi ciériges), ‘Moseovo, 1045. ‘@ Vaprosy gosudarstea i prava, c! 4 Vaprosy “mezdunarodnogo i mezdunarodno} palit (. Mas nessa obra, que compreende uma seogio dedicada a filosofia, outra a economia, a0 socialismo, Marx escreveu apenas um capitulo (0 x da segunda parte). O- capi paginas dedicadas a0 A ccircunstancia tem a sua importancia, dado que Marx pre via explicitamente passar a um trabalho sistemético do pro- blema do Estado. No preficio & Origem da la Pro- priedade Privada e do Estalo (1884), 0 pro bbra que Marx ereservara para si a tarefa de expor 05 resul- tados das investigagdes de Morgan, relacionando-0s cor resultados da sua (posso dizer nossa, dentro de certos tes) investigagio materialista da historiax e confessa que «0 ‘meu trabalho no pode fazer mais do que oferecer um mo- desto sucedineo daquilo que jf no foi possivel fazer ao meu 38 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO ido amigo». Mas temos ainda outros testemunhos direc- Je Marx, que, consciente e repetidamente, programou ‘0 do esquema de O Capital uma secgao especialmente icada ao Estado, e que nunca chegou a realizar-se. Deste anto informagbes lares de Marx, como ‘nos manuscritos preparatérios de O Ca- ‘odavia, apesar dessa objectiva falta de textos, a tradigio iva delineou com muita facilidade e seguranga uma wrxistan do Estado e do na qual trabalha- m_ tanto os partidarios como os comentadores de Marx, Ainda por associagio dos nomes de Engels ¢ Marx nearou ex professo, mas ainda den Politic, o problema do Estado ¢ do direito apenas no ado e Revolucio, que, além do mais, ficou incompleto. E, poi it a dvida de que @ interpretagao da teo- for do. pr6prio contexto bras péstumas de Marx, qu recem 08 nicleos. mai estranhas a essa interpretacio, cagio, um problema posterior de interpretagio e de col cagio te6rica. Pode-se concluir dai que, através dessa progressiva exten- Jo por contaminagio, © pensamento de Marx caminhou lanto para uma adulteragio como para uma canonizagio que se encontram na origem dos fundamentos ferenga profunda que se manifestou na igio da nova cultura sovietica, principalmente quando utiizada, na época de Estaline, para uma interpre- inismo», que se presumia exacta © i , todavia, necessirio por em relevo dois elementos im- antes para se avaliarem os pressupostos teoricos e ideo- wentos priticos da cultura juridica © primeiro é que o referido processo de simplifi- © canonizagio do pensamento marxista se desenrolow no apenas entre os partidérios, mas também entre os criticos de Marx; de modo que se pode 3 UMBERTO CERRONI dizer que s6 depois da guerra (a Grande Guerra) se dew recuperacio cientifica sobre a qual freq iscussio te6rica, mio portantes progressos ci éncias concretas da nova pode exprimir-se —apesar de todos os obsticulos dogmé- ticos e de todas as prescrigies ideologicas — a uma so dos problemas concretos que essas relagbes leva ‘que, necessariamente, exigem uma solucio juridi |, PRINCIPAIS ORIENTACOES TEORICAS Premissa mo diferencas profundas na valo iculagio dos scus problemas internos ". Uma ‘mesmo que lam apresentar-se como escolas mar- resentar ou em elaborar uma «teoria © Os prineipais textos em que, esas orientacdes foram expres sas havnt sda redastos i ings ar Hala ef Soviet Legal Phitosophy, cit, © Teorle sovletiche del’ dria, cl. Para.a. sia UMBERTO CERRONI definem 0 campo do dircito no Ocidente sio visiveis. Deste ponto de vista, 0 conhecimento. do ite aceitar uma problematica tedrica comum. Mas ide torna-se. mais explicita quando as posigdes iculam relativamente a problemas especificos re- ferentes a determinados aspectos da cultura juridica © a de- habituais. Este facto merece ser posto em relevo € deverfamos té-lo constantemente presente, até porque ad timos que mesmo a visio original que os problemas tedricos gerais do direito recebem numa sociedade como a soviética, fundada de uma maneira tio diferente da nossa, permitiu sntemente que se desenvolvessem argumentagbes e pers iS que na nossa cultura no aleangaram posicio. mar- Serd necessiria mais outra observagio preliminar. Quando se fala de pluralidade de bes tebricas na UR. S. S., faz-se, evidentemente, referéncia a sempre se pide estabelecer com cor dade. Um confronto desse género foi electivamente po: em larga medida no primeiro decénio do novo Estado (191 -1927). Mas deixou de ser possivel, pelo menos até 1956, dada mudanga da situagio politica. No entanto, essa sucessio eronolégica das escolas_marcada pela intervensio politi nio podia significar a univocidade absoluta das posigdes. Se estas perderem em variedade e contraste no plano geral, ‘a manifestar diferengas notiveis no a2 0 PENSAMENTO JURIDICO soviETICO idamente se empenharam no estudo de Marx, ¢ bas- ‘menos para outras correntes, que, como a de Reisner, vam declaradamente sobretudo noutras fontes tedricas. —repitamo-lo— até as mais previsiveis desconfiangas is slo frequentemente forgadas pela problematica espe- ‘que 0 direito apresenta em determinados sectores mais std Tonge de ser supérflua ou possivel separar uma cultura —e mi ela se reflectiu e em que se baseou. 2. © pensamento de Petrazitsky A primeira vista, a figura e 0 pensamento de Reisner podem parecer Tonginguos quase estranhos a problemitica ter proclamado partdirio do mais importante fissofo do pré-revolucionério —exactamente Petrazitsky — faz desta figura. um ef. importante. na historia do_pensamento ira. Compreende-se sua obra exige Pesrassky ‘deifis wea (cored ateoria_psicolégica; todavia, ele no foi um psicdlogo de profissio nem de formagio. As suas primeiras obras sio a3 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO sovieTico 303 do. direito posi i: inal utilizagéo empirico-psicol6gica da teoria kantiana— comercial. Chegou a psicologi ria dos impulsos de dever, que sio geralmente tio io em toro das m de uma mancira mais ger ha, Pe psicologia ge enlistments Cbigacooal uum fundamento i imantes. Os impulsos ou emogde: sua obra principal — Teoria do Direito e do Estado em relagio com a Teoria da Moral —resume muito bem este reito, da moral, da estética — escreve ele —e as suas respecti> "Petrazitsky, op. cit, vol. T, p. 4: eBstudando, através da ‘autoobservacao memorial (que consiste em orientar a. atengio in pul imos acham-se reunidos por Petrazitsky —com uma L Potraitsky, Teoriia prava i gosudarstoa.. ee Petrazitsky, op. cit, vol. 1, p. 3 Pp ‘retas possa Taltar algum dos seus elemento. “4 45 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO UMBERTO CERRONI de reconhecimento»: existe um direito mesmo entre |— imais, e até para com Deus *. ail mente que estas construgies do pensamento de 'y levam Jonge de mais e vao muito para alm da ica que particularmente nos interessa aqui. Bastard F um pormenor que consideramos essencial para teoria de Petrazitsky com no ja na esfera intel \colbgico» (embora empregado marxista . Da‘ se profunda e radical da nfo porque assim esti escrito larmente a ‘ciéncia leva a sua cons rio sabem sequer ‘ou de qualquer outro 10 a cumprir esses do direito vai muito além do «di- 8 a | reito em sentido mndo tem qualquer ‘0 reconhecimento e a tutela do Estado, nem qualquer outra item “do discurso juridieo, desloeandoo para o tema mais geral ‘lagées atributiveimperativas, tais como se consolidam nas entagbes humanas por forga das motivagses ideolégicas espe ‘Visto que a jurisprudéneia conceptual pretende definir 0 di normative, recorrendo i légiea das. norma po pressuposto ww0°9 dizelto (normative) constitul uma categoria especifica € Mnde—esereve Petrasisky —0 direito eno 0 8 L. Petrazitsky, op. cit. vol. I, p. 8, % TL, Petrazitsky, op. eld, vol Tp. §5. & tipico da mental dade juridica nota ‘Petrazitsky — tomar por fenémenos,juridicos reais fantasmas" emocionais e especialmente normas, comands, proibighes dirigidos aos sujeitos. que esto subordinados 0 direito, E'também as relagées juridicas entre pessoas, singulares> com uma ‘série de_eficebes ¢ outras construgdes arbit hid). Nota-se ‘aqui o eco da eritica dos fins do. século XIX ao. . Mas a questo crux es de Marx ¢ de Engels rela- recisamente acomodar-se ao it i eximimos & anélise dos con- ybtemos apenas uma teoria regulamentagio juridica com sta ou daquela classe social; mas a de contetido historico que wr explicar como forma. jueza de determinagbes 108 obrigados a valer-nos de determina- fe aproximadas que a fronteira que demarca ‘contiguas desapareceri, com tan". Deste ponto pletamente. (0 pode ser considerado até ‘cuma historia das certo ponto i exposta deixando cor para o qual as categorias fut Qn “valor, capital, Iucro, rendimento, etc.— se, dissol , de nfo passar em si conceito vago ¢ indeterminado de economia?» ® Deste ponto se dar atengao aos conteddos. Esta tido, & exemplar 0 indicada, na qual pr 66 o 0 PENSAMENTO JURIDICO sovETICO UMBERTO CERRONI ., Pachukanis faz surgir alguns problemas de wtancia. 0. iro € 0 de uma maneira nova ras coisas, cons wukanis apoia-se em ficam € determinada pela infecundidade de uma so formalista de um objecto que, para Pachuk felacio social. Esse mexo torna-se : moderna sociedade burguesa, em yrocesso de produgo tomam uma forma dil emente a todas as épocas, a todas as jo desenvolvimento da sociedade humana», © exac- por isso no pode aperceber-se do. movimento hise torico que gera a forma mais evoluida do direito, nem, por dos processos causais que a subentendem. A ignorancia desses processos ser necessariamente preenchida or uma reconstrugio a posteriori do movimento historico, de tal modo que as categorias modernas mais complexas. Virio a ser nfo ja a consequéncia causal, mas antes a con- gio entre forma conereta (econdmica) ¢ Fidica), como tinha feito Stutchke, Pachuka ma identificagio de uma relagio econdmica nio menos abstracta, que tem como epicentro o valor ¢ a figura do «trabalho abstracto». i 1e ja foi di vam tamiptm entre os escitores positvatas, Em conformidade como qu: Reet sean rata ton ; seem bien oe eon ee Sena © EB. Pachulkanis, op EB. Pachukanis, op. cit., pp. 162168. o UMBERTO CERRONI K «0 Estado nio é apenas uma forma ideol ) igica, mas tambét erste sonar on, Soneiade ae snk nin a nceito nao anula a reali material cere lidade e a materialida ki Marx, um Estado separado ou. meramen viria a produzit tico. Neste plano a normalizagio EB Pachukanis, op. cit, pp. 1 70 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO yenos do que 0 suf istica da_socied {que apontam nesta direcgao. Assim, por exemplo, ctitice a formula engelsiana do Estado como instrumento de utoconservagio das classes € toma 0 «problema de fundo» fevantado pela existéncia moderna de um Estado politico- intando eporque é que o dominio de classe nao nua a ser 0 que é (nas sociedades pré-modernas), ou soja. jeigio de facto de uma parte da populagio em pr ho pblico imp Pachukanis chega a ‘de bens, e dentro do Ambito do acto de troca, a funglo da coergio no pode exercer-se como fungio social sem ser bstracta © impessoals, mas deve exercer-se como coervio que emana de qualquer pessoa abstracta e geral, como coer. lo exercida, mo no interesse d Estado (e da norma) co ‘cinventado» pela classe d mente impotente em face do Es i iberania no |. Blas per- que Stutchka ide de facto (aexplo- fe que ele procurava resolver, definindo a garantia da propriedade privada como um edireito da desi- E. B, Pachuikanis, op. cit., pp. 186 © sees a UMBERTO CERRONI ‘gualdades. Pachukanis considera a dica de todos (capi onto em que uma relagio de para obter um que a igualdade j assalariados) € exact liza paritariamente e voluntaric «meray garantia dos institutos proprietirios e, portanto, fun damentalmente, como um «instrumentoy construido volunta- riamente pela classe dominante, e a entender que a norma 6 apenas um comando que realiza essa garantia™. © Posto. de parte da_problemétien cient do diet piblea ea nora, ‘Pachakanis tere fdaetlinee fens» de modo aue agora, nho-@ sujet, mas a, rlagh E°T calla ‘prineia do tecido jrilcn e 36'nela'o dircts comedy © seu movimento reals. © direto com ‘conjunto de normas eps Brie fron ao ‘ngifien ain tere fe 7 jer realmente tingid 0 Proprletrio'ceeodmico do prprietario wocracia, Realizar-se-4 pao de todos | sbalhadores na gestio do Estado». O problema que con ua em aberto, porém, £ estranho que a polémica de Esta- teoria da decomposigao do Estado das ameagas exteriores. Dois argumentos, imeiro caso, o elemento discriminante tor a subordinagio de todo meci os representativos e aos corpos el © a consequente nogio que ico, do ponto de vista estrita- 1 V. M, Cehikvadze, op. cit se extraiam coerentemente tod da representacio politica. Decompo: politico € potenciamento do autogoverno politico con: Cit. por V. M. Cebikvadze, op. cit., p. 13%. 8 U9 ) cds ona UMBERTO CERRONI normativos emanados mente juridico, parece ser 0 dos act conjuntamente do Constho central do P. C. U. bee supremo da U. R. minante e, no periodo da construgio nismo, da vontade de todo 0 povo, o di sempenho daquelas fungdes que o desenvolvimento da econo- que 0 Partido Comunista toma conheci- 6 a expressio concentrada da economia, normas so a expressiio concentrada da ra ei juridi izagbes adequada ao izada por uma ‘nica gene! ‘socialista. A lei garante a estabilidade das relagies € niio pode ser modificada todos os dias. $6 a alteracio das con- 120 0 PENSAMENTO JURIDICO sovieTICO digdessociais cria os pressupostos para uma nova lesisle- as tarefas de construgio do. soci no significa que a organizagio conserva a sua importincia em todo o periodo da construcio do comunismo.» Neste quadro, mesmo 0 problema da edecomposigio do , Bralus <1. Samostchenko (a cargo de), Obsania etskony prove (Teoria Geral do Direlto Sovetic) Mos Dp. tis 'V. ML Cehikvadze (a cargo de), Politceskaja organizatsia ets abcenea A Orgaizato Pole, da Sociedade So Ct. ainda A. G. Mozochina, Soo. Cid nos Peis Socata da iron) Mosc oviteh, Osnoonye ‘vorrosy sovetsko} sotsa Konnosti, cit., cap. I. a 1 IV. © SUJEITO E A NORMA 4. A teoria da relagao juridica ‘Uma das mais graves I reito foi sempre a da teori se disse, Stutchka e Pachuk © grande mérito de ica, relacionando-a com a propria estrutura da relagZo econémica da producto mediante ectiva, eles conseguiram por em entre uma relagio social de produgio de estrutura privatista e 0 acto voluntério da troca, relagio que Marx tinha varias vezes acentuado no decurso ise econdmica. Desembaracados todos. 05 ‘cos de grupo. suprimida a subordina- lica do produtor directo io. politico-j da gleba), precipitada a sociedade da condicao da divisio fem classes fechadas na condigio de classes abertas, ou seja, naguilo que Marx tinha denominado 0 atomismo da_socie- recomposigio da sociedade so- podia verificar-se senao através de uma sé- de actos voluntérios consensuais contra 10s), para dispor (irocar) as coisas produzidas © agenciar a permuta orginico-social», Tanto Stutchka como Pachukanis esclareceram plenamente este processo, sublinhando, pelo me- nos, trés consequéncias importantes: 1) a quebra do nexo mmunitirio da sociedade humana 10s. dis- a relagio do homem com a coisa (do sujeito com o jecto}, como relagio eminentemente naturalista confinada no dominio das ciéncias tecnologicas que estudam a «eterna» relagio entre 0 homem e a natureza, ¢ a relacio do homem com outro homem, como relagio privada de qualquer de- i reduzida je escolha, portant a, quer da ciéncia da vontades: 2) 0 esforgo ‘que se impoe na sociedade moderna para reconstituir a unidade dos dois seg- jentos referidos, rasgados e separados, a iden- 0 PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO jeito» e dos seus actos de vontade, com que se con- solida a ligagio historico-produtiva da sociedade; 3) o simul- tiineo «separar-se» dos lagos gerais ow politicos numa esfera iplementar afastada dos actos operativos da produgio dda troca, num «Estado > de estrutura representativa, ia. modernissi : ; sugesties tedricas, tinha, no ene tanto, ficado. bloqueada por um_problema-chave, que se er- ful om tts formulagbel pelo menos, 4 qe & teria sove- tica nfo tinha chegado definitivamente: a) o Estado, que, por parece e é a vontade coordenadora do complicado ismo social moderno como fonte da normatizagio ica, ¢ ele proprio, por outro e di aspecto, um. insti- tuto objectivo ou. real desse mecanismo como resultado da i i alista da soci decisive aspecto, é ela propria um porque € voniade do Estado, ou porque nao é sO a matriz da dialéctica da vontade juridica, mas também o resultado relagio social produtiva que se exerce atra~ gavés.de.actos de_vontade; c) todo 0 ico se revela, pois, exactamente no um membrum disjectum da moderna relagdo de produgio individualista ligada voluntariamente a0 nivel da troca. Estas formulagdes no podiam — como tais— set encon- tradas na obra de Marx, que so marginalmente e na juventude se tinha ocupado da problematica ridiea. Mas era possivel reunir alusGes metodolégicas significativas a este tipo de investigagio no quadro das pesqui \$ por cle na quer a0 nivel especi valor de uso ¢ valor de troca) © da conexio entre esfera da roca e esfera da produgio. ‘Como também ji foi referido, (os obsticulos que tinham bloqueado a invest i Pachukanis inham sido ess. lagdes engl das classes dominantes, e a consequente recondugio de toda 123 Htiieeenicaenodh (0 PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO © fruto de uma deliberagio politica do que o resul- ‘uma teorizagio, como pretendia ser. E exaciamente la resultou —com Vichinsky— uma operagio i passar as velhas atit ie lismo e do arbitrio politico. A dizia, 0 estado de geral abandono da cigneia juridica em ge- (reduzida a simples esfera da na qual Estado (das ‘agora como uma fundamento, em que faziam da norma, e, portant de cada relagio. yerdadeiramente escola de Vichinsky deixaram cair completamente a referida luzido simples ‘seja, a relagio Estado-sociedade-individuos. A teoria ita da_unidade de interesses aleangada com a trans- js com 5 interesses rpretagio, que, ao nivel que aqui individuais se contrapunham iéncia social, do mesmo mncia, Em vez de ser a ra esta que orientava a \ssim como a NON jsmo soviético», da cemulagao socialistan, ‘bmissio — na subordinagio ao Estado. individuo-Estado conduzia ao modelo de promovida pelo espirito de sacrificio ou imposta pela coacxio. social dos produtores ligava-s zagio da estabilidade e a exaltagio do Partido, de 2. © direito subjective que ela pouco podia da, todavia revalorizagio it. juridica, que _ Podentos: se, que a tevaloriza- cette ed ‘como, de uma ma- nal do novo Estado, fo da normal neira geral, da organizagdo fe relagio econdmica, e seguida- 125 16 UMBERTO CERRONI mente a relagio decorrente entre relagio juridica ¢ norma, 6 depois de 1956, saindo d: igagdes de cardcter ge- ral, a pesquisa voltou a cent ‘bre 0 problema do di- reito subjectivo © da direito, interesse © obri- pelo problema dos ¢ pela sua garantia e tutela a qual se batem tanto os érgios do Estado como os proprios cidadioss, reexame do dircito subjectivo iniciava, finalmente, “5, G Beseoraaia, Qotana trap graan sovetsnj Pro sarang Ch Bile Se Biches das Cade tr pare da Pre Cia ana BP. A in Sovetskoe gosudarstvo 4 pravo, 1 skevitch, Subekty sovetskogo.prava tico>), Moscovo, 1962 126 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO entre 0 colectivo dos 18 Componentes. Na base x0 esti a comunidade de aoe a soviedade ladios corresponde a obrigacio do Estado © dos funcionarios de respeitar rigorosamente os por parte dos cidadios». irogovitch afirmava que, cidadio realiza imediata- L. D. Voevodin, Soderzanie pravovogo polozent » nauke “sovetskogo prava (cContetido da, Condgas Juridica Soana. Ginein do Direito Sovigiens), in Sovetakoe gosuda © | problema da tutelardos direitos. UMBERTO CERRONI | des, a relagio entre capacidade juridica ¢ status ‘A primeira questio tinha softido uma grave deformagio pesadas penas para a dani- partindo da tese do endu- ‘As consequéncias que teve continuava tragando os caructeres alienantes que essa distinglo estabelece no ho- ‘mem moderno ¢ apresentava deste modo a situagio na so- mentos, isto 6, resi @ que chamamos ‘residuos do pasado’ na consciéncia dos ogee teh, Omounye voprosy ete. ct pp. 19-16 pp. 20 e segs. 0 PENSAMENTO JURIDICO sovIETICO homens, relativamente & esfera do Estado e do direito, é de endmenos deste tipo, em regular de modo tal que o cidadio possa actuar € activo membro da vida politica» mo estas, na medida em que reconhecem negada de contradigdes entre vida pablica rizonte «po vista» se oculta 0 no menos’ grave perigo de uma concep: do «vertical» da relagio entre Estado ¢ cidadio, na base ‘da qual eno cimo esti 0 Estado, que define os direitos e / Seu status juridico, ¢ em baixo 0 E. Farber, Prava celoveka, grazdanina i titsa v sotsialis- skom obscestve (), ‘Moscovo, 1951, ‘A. Jampolskaia, op. cit, pp. 156 © segs BI UMBERTO CERRONI ., se 0 facto juridico nao se verifica, fi jente, io hi ‘eas € nelas entram apenas no processo de actuagao Stos, 0. papel e a importincia dos direitos ‘subj ‘am.se € as tarefas de tutela desses dirt iada por Vichinsky, de im ponto essencial, cuja remogio era condigao da eficiencia 3. A tutela dos direitos ‘a Stutchka ¢ a Pack roblema ™: goso do que 0 a Els como Strogovitch situa criticamente © p eM, 8. Strogoviteh, op. cit. pp. 17879 134 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO importancia das garantias ‘a sua realidade, porque ica.» E nfo se verifica uma adeslocagio» no campo das garantias dos ‘da pessoa: o centro de gravidade da tutela dos di- ‘das garantias juridicas para as garantias ma- fancia aumenta, ao passo que a das ga- Esta imagem errOnea, nitidam pte ‘como consequéncia o enfraque- sda pessoa ¢ a difusio das suas interesses. legit do Estado socialista curadoria, que ds hadzcr) sobre a legalidade da actividade tiva, Faltavam, pois, ao sistema instrumentos ju spacidade efectiva de pressio sobre 0 Ogio isto que a Procuradoria se limita a pedit BS UMBERTO CERRONI rientagdes em matéria de interesses legitimos las por Mallsey, Tehetchot e Strogovitch, © & (0s interesses que encontram expres- subjectivos © nas obrigagbes, mas também dos interesses vitais concretos do_individuo que nao esto munidos de especificos subjectivose, exactamente porque a sociedade ‘asear-se na anti- tese entre interesse privado e deres» nem pode haver nela uma somdiso| entre a figura politica e a administrativa do Estado. Com esta posigio con- corda igualmente Tehetchot, para quem «agora ninguém tem diividas sobre a admissibilidade de um controlo judicial so- 2G. V. Mallse, op. cit, pp. 19. segs: D. M. Tehelchat Swdebnaja zasitasubektionych’ prao i interesoo (cA ‘Tutela. Judi: cial dos Direitos Subjectivos dos Interesses»), in Sovetskoe go- sudaratoo | pravo, 167, n.* 8, pp. SL: M. S. Slrogoviteh op. ett, pp. 1846 segs. 136 0 PENSAMENTO JURIDICO SOvIETICO 4. A teoria das fontes por muito tempo a teo- colocagio Stutchka, A Funda Revolucionéria.. Petraitsky, Teoria prava i gosudarstea .. ot ‘Uma valoragio critica "posicho. de” Pet mn AF. Chebanov.. 0 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDIC SovIeTICO facto de a actividade de formulagio de cessado, durante > 80, que 0 proprio sentido formal) foi sempre limitado interpretagio_pritica, que © 6rgio correspondente (0 Praesidium ‘go tem nem poderes lerpretagio que a Constituigio de 1936 confiava a0 Pracsidium do Soviete. Supremo da U. R. S. S., ? os frequente, mesmo para modificar as, leis. vigentes, tanto mais que durante muitos anos (principalmente no periodo do Es- do Soviete Supremo foi bas- tante reduzida ¢ ‘gando que s6 sio viete Supremo da © seu caricter de reza e alcance mai corrente (postanovle ios de poder esta- ram consideradas_Ieis, Congresso dos Sovie- U.R.S. S., do Comité Executivo Central da U. R. S. S. nija) do Consetho dos Co U. RS. S. © do Conselh Mas é verdade que a Con estes varios actos lesi /. Lazarev, 0 sootnosenit zakona, i ukaza fo entre Lei ¢ Ucasse>), in Sovetskoe gosudarsivo i prav he’ 8, pp. 6269, Contra S. N. Bratus —1.'S. Samostchenko, {eoriia gosudarstoa t prava (CTeoria Gerai do Estado e do Direito»), 1985, pp. 21-28. F. Chebanoy, op. cit. p. 32 Do tema em questo o mesmo ‘autor j4se tinha ocupado’ num ‘artigo publicado em Pravovedenie, 1064, ne 2. E compreensivel que a acentuagio do principio de le- galidade € que a reanimacio da problematica dos direitos ae A. Ja. Vichinsky, The Law of the Soviet State, cit., pp. 338-500, B.S. Romachkin e outros (a cargo de), Teorija gosudarstva i prava, cit, p. Ail 138 139. UMBERTO CERRONI tituigio do termo «fonte» pelo correcto filologicamente: «A © problema das formas do como as que se referem a entre forma e conteiido do ‘forma, por ser mais iidica soviética, pondo ‘tem em vista questdes do dircito, a relagio to, a estrutura ea forma tre cada um dos tipos de ia dependéncia do sistema econémico da. socic- ura de classe da sociedade, da forma do Es- acto normative emanado Estado da U. R.S. S, da IF que ano direito so 9 acto do Srgio legislativor. © concluir que, «se 0 termo lei ¢ as vezes empregado para significar qualquer ou- ‘ro acto normativo, por exemplo, uma circ trata-se_unicamente de uma expressio embl uma afirmagio imprecisa e_inexaciay. Por govitch chegava a chamar nitidamente a dof gietleaat are wes degen? ea fazer notar que, se ¢ certo que «a © execulado», Deste modo era afastada com muita agudeza a objecgdo (proposta especialmente por Kerimov ¢ por Ned- MM. S. Strogoviteh, Osnovmye voprosy, cit, p. 15, nota. 140 0 PENSAMENTO JURIDICO SoviETICO ‘ociar © principio de legalidade tugdio_ das Tels poderiar imiplicar € no também todos os actos eres ea afirmagao, do. pric o» dos Oreos extatais a0 Orgio.admi Gao da diyisio do: rs mesmo no plano © da representagdo sovictica: 08. Srgios vos obtinham uma primazia real, para a qual Bastava ficagio esporidica dos 6rgH0s_tepresentativos._ Estas consequéncias, gra plano geral, eram real- mente muito graves. no tocante a relago entre actos norma- tivos.do Governo Federal e actos legislativos dos sovietes de 1 D. A. Kerimov, Obespecemie zakonnosti v SSSR ( como «uma forma particular « Tho Legislativo na URSS2), in Chozjajstvo ne 49, e mals recentemente por D. A. Kerim % f zakonnost” (eLiberdade, Direlto_e Legalidades), Moscévo, 196. Vela-se ainda N. B. Andrianov, 0 zakonodatelno} initsiative (eDa Inidalva Tesislativan, in. Smetstoe gneudarstoo ¥” prove, 164 ne 8, p, iP Ja, Sokolov, Formy pratotvorcestoa v uslovijach obsce- narodnogo goewlarstea (ePormas de Criagdo do, Direito nas Con: ‘igdes “do Estado ‘de ‘Todo 0 Povos), in Sovtskoe gosudarstvo i pravo, 1965, n° 7, pp. 126-190 us P3.8.— 10 UMBERTO CERRONI gio do direiton, que representaria «uma das associagées orgt- rnicas que o Estado socialista tem com a sociedade, uma Imanifestagio de democ > E naturalmenie concliia voliando a propor 0 tema do referendo, em que «0 povo actua como soberano supremo, que decide directamente por si os problemas do Estado» ™, 5. Relacio juridica e relacdo econémica Para chegar a uma conclusio sobre todo 0 complicado roblema. di -juridica e para por em evidéncia to- fas as suas im} € conveniente voltar a considerar a discussio que se propésito se travou entre Stutchka e Pachukanis. Numa pal, Pachukanis capaz de conferir sisteméticay. Na ex de Stutchka —obs ava Pachu- i da regu ju: lagbes de producio e de troca. Se 0 considerado de certo modo como forma das relagdes sociais, necessirio ter-se a certeza de que os seus caracteres especi- niio ficardo fora do campo de observagio. Entio 0 di- como forma das relagdes de producio e de troca, re- facilmente, a uma andlise mais ou. menos minuciosa, em principio, lea da ideologia burguesa, ela nfo foi contudo utiizada ‘Sobre o referendo ef. B. F. Kotok, Referendum » sisteme sotsialisticesto) democratii (O "Reterendo’ no. Sistema, da “Demo: ‘eracia, Socialista»), Moscovo, 1964, ‘st EB. Pachukanis, La feoria generale del dirtto e it mar. xxismo, in Teorie sovietiche del diritto, cit, -p. 85, nota 146 0 PENSAMENTO JURIDICO soVvLeTICcO tura_juridica como_fenémeno Imente a circunstincia de que cial e caracteristico dos fendr regulamentagio_ social que 86 este ponte de vista "garant ica, relativament 20 prol ieaista,meramene espeulativos, de que estabeleciam como fundamento a concepgio com a sua capacidade de auiodeterminagio. Foi por isso natural pensar que a marxista do -jutidico, derivada directamente qualquer relagio coi respeito apenas, 1 eafera, dat rlagies parecer esiranha e exterior ém relagio 2 | dupla conseqiéncia’ de que” ser” segunda uma insergio orginica na explicagio_ histori am ee rg pny ee sp sia da burgu ria para a eli esponder completamente a es- sepeliam —~-com outros ins- a. objecgao_ capital. qie_Ihe..fora > concepita q or. Reisner. acerca, do_salfo. da. economia, para o Mas, retomando na sua Introdugdo a Teoria do I =e numa situagio mais conforme & sua formagi “EB, Pachukanls, op. cit, pp. 8082, “7 UMBERTO CERRONI lista — a discussio com Pachukanis, Stutchka contra-atacou, escrevendo que a teoria de Pachukanis, qué cle entendia principalmente na sociedade burguesay, tinha «as aS € as suas unilateralidades, uma vez que reduz it meio das relagdes ent lores de bens, 0 que significa Nesse mesino ano de 1927, num artigo de revista, Stutchka voltava a explicar i tes termos™: «Eu acho qu mento do referido di Descoberto, porém, 0 funda- mento do feiticismo do diteito burgués, no podemos parar.» Citando Marx, Stutchka prosseguia deste modo: «Antes de Wio se deve esquecer que ‘os bens sko, em primeira jecto externo, uma coisa que através sfaz necessidades humanas de qualquer valor de uso sem ser valor [...] pode ser produto de trabalho humano mas ‘nenhuma coisa pode ser valor sem , portanto, ‘no valor de uso de cada mereadoria ha uma determinada actividade produtiva e con- forme a um fim, ou seja, trabalho util. Uma vez que 0 pro- ‘cess0 de troca transfere as mercadorias das mios nas quais, no Sio valores de uso para as mios em que funcionam como valores de uso, esse processo ¢ uma ‘troca orgdnica coisas, quéncia 6 a de que € negado, igno- ado, ou pelo menos dini © caricter de classe de cada B. I. Stutchka, A Funedo Revoluciondria... ete., elt. p. 220. P. I, Stutehka, op. elt, pp. 432 ¢ segs. 148 0 PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO ‘como suporte no simples. (M-D-M), au ‘completamente dife D-M-D-d_ (Ginheiro-mercadoria-dinhelt nheiro: comprar para vender com I ‘consumir produtivamente cras, € esta a fo tuado: @Nio_ pai en li Tinks’ cSre‘o. problema da correlagio entre 0 Estado © 0 direito. Ha algo de no claro, uma espécie de atitude des- prezadora para com o Estado, que ameaca tornar-se uma Espécie de economismo, defito do qual em tempos ful acu Sado, sem refed © por um malentendido, pelo professor Reisner, Nio se deve, efectivamente, esquecer que nenbuma {roca mereantil de equivalentes, como fendmeno mais ou mé nos geral, pode existir sem o diteito de propriedade privada, sem 0 Estado.» Este ponto tinha,jé sido parti i ido por Stutchka na, Inraduco d Teo fo Direi fem que se 16%; «Onde se verifica a a 2 Die Sat ce ee ace ae Se Eimento? Apenas da produgio: no € a (roca, mas a Pro- 49 UMBERTO CERRONI a mais-valia como objecto de enriquecimento. lo ho- 1? Pela citagio de Marx concluimos, pelo contririo, que imazia —e dat a desigualdade — se refere, sem divida, imperceptivel na cabega de cada cidadao». Resumamos agora o sentido desta polémica, fazendo-o —~—J convergir para_os_ problemas referentes reconstruct da tcoria_da relagao juridica. Podemos estabelecer os seguintes puta a Stutchka nio abranger a ello. objectiva dos caracteres especificos do direito, ou esta vontade normativa como dirigida enganosamente para 150 0 PENSAMENTO JURIDICO soWtéTICO mente runtir com propriedade privada 0 processo de reprodugio yomica numa sociedade baseada na exploragio. Mas, se rocessos so diferentes, 0 resultado é singularmente con~ i i je «a relagio \, de normas nio é, porianto, n vi fecha-se a possibilidade nao s6 de dar essa explicagio_ socio- econémica'da-norma que ele proprio procura, mas também € isso— de conseguir distinguir_a_rela- =e fo juridica da rca Telagio. cconémica seu lad6, éslabelece a diferenga entre forma juridica con- as B, B, Pachukanis, op. it, p. 128 Isl UMBERTO CERRONI creta € forma abstracta, mas tem necessariamente de di- zer que a primeira «coincide com a relagio econdmican, € no é, portanto, propriamente uma forma juridica, e que a segunda —sem a qual, como ele observa, ¢a relagio econ6- rma juridica (norma) para distingui dda relagio evondmica, atribui a relagi ina o enriq © segundo coloca a troca CCE Rape ERE REE then acetrainracets pos ino ambos tém de explicar 0 fendmeno da apropriagio ¢ da reprodugio econémica, recorrendo ao Estado como matriz © garantia da exploragéo, que é agora entendida como um Nao é por acaso que randamentalmente uma 152 © PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO [1] @ sociedade classista no € s6 um mercado em tem toda a razio Gumplowicz, norma da convivéncia é ditada (Pachukanis)**, lo_proprio dominio econdmico, € nao sio 0 portanto, um fen6meno hist6rico see) da. propria da Felagio econdmica moderia, Essa & a razio por da norma, como vontade geal abstracia, 2 ogica interna da relagio econémica modema e t8m de re- (embora em contradigio com algumas das suas esporidicas) como um mero vinculo coercitivo, 10 0 fenémeno ptiblico moderno da mesma ma- }OF que interpretam o fenémeno piblico feudal ou fa: para eles a relagio de troca é apenas uma rela- ilidade, muito embora abstracta, e por isso jul- surar algures a relagéo da desigualdade: na_ {que manobraasturamente (em ver de_ set. anabradat) a relaglo de” toca (Pachukans)/ou chile na e8fera eu prociucae, eMendda” coms Separada aa 2 EB. Pachukanis, mB Sinehen 9p. Bit mos, se torna_genérica a’ introdugio —no sentido da diferenciac&o 4a feoria de Gumplowiez do , Pachukanis cor rivatista, ent violado ‘assenta sobre a imagem J Jido» € que a forma do contrato conti- nuava @ dominar 0 direito penal moderno ¢ caracterizava a gat PLE Stitcha, A Fungo Revoluciodria ote ti, pp. 25 28 EB. Pachukanis, A Tooria Geral do Direito, in Teor sovigtiche del diritto, cit., p. 215. Te Se 6S: Pachukanis, op. ei, p. 26 168 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO 9 eonceito de respon: culpa, de duragio da pena, de facto-tpo i do resto. envolveria ‘Social, -cuja «aplicagao jento de cada uma das factos-tipo legai ymente se atribui a me- dida da pena determinada pela lei ¢ pel descrigio exacta_dos_sintomas_que cat ‘complexas consoante o seu ot ica de tum membro perigoso da soc! ‘mas, em qualquer caso, espelhav: ide teve em. 1a de forma mistificada. O sujeito sobre o qual influir é posto na condicio de um devedor que ‘uma divida. Nao € por acaso que 0 termo Jo coacta de uma e pena.» agbes TeOricas no chegassem a do- € que nelas deixa- uirodugoes da legis ye, sobre os quais ace. socialmente_perizoss =! B. B. Pachukanis, op. cif. pp, 225-228 ¢ 236. E. B. Pachukanis, i pr 237. A. tese do cardcter tée- 15 normas penais fol estendkla também is normas proces: peeialmente por Krylenko. 169 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO SOvIETICO © a pena. como medi i Jongos- anos, a é petigosidade social pode envolver Social “de tipo. extensiva das acces ¢ ds i ‘mente punive, € igualmente verdade que permite intro- Gusir na valoragao elementos de caracter conereto, que esca-<— ime deveria set comparati- E, se € cerlo que a no- pela inversio da marcha que se nu apos a morte de Daicm.diante a politic parece orientar-se jo de uma prudente despenalizagio. Acrescente-se, isso, i coats pom ‘politica penal sovistica influenciados pelo principio da a das penas..omfinarias ‘acco correspondente au igio idem per idem; cla si ‘Schesinger, A Teoria do Direito na Unido Soviética 5p. V8 6 sexs. ND. ‘Durmanov, Ponjatie prestuplenija («0 Concsito de Crimes), Moscovo-Leninegrado, 1048, pp. 198-1. uadro m7 UMBERTO CERRONI € crime aquilo que € previsto_pela lei como crime LA exigencia’ da correspondéncia a0 facto ia nig_ficticia do prineipr men sine , essa exTgEncia falta, se io. vigente iF no referido principio. Basta is ‘mallu crimen sine lege, s6 com um aici em oa er mados factos-tipo elisticos e as suas indeterminadas © obs- curas definigbes [.... Fundamentalmente, « ‘correspondén- cia do facto a0 facto-tipo’ & sb uma exigéncia nominal, por- que nela ha apenas um i 30 desprovida de uma uma coerente aplicagio do comportado uma profunda enal, no sentido indicado ko, ou. seja, no sentido de um io mesmo da. abo- Fguran Teens precsas ei a econsciéncis lica Scalistis Bae rev do-que tu aque — como afirmow Isaev™ — co press 72 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO Go das medidas da defesa social —e s6 delas— € 0 es- lado de perigosidade do_delinquentes, Deste modo, a afas- tamento da tipologia Tegal era. posteriormente agravado pelo yento do juizo de facto da natureza concreta © da talidade da acgio cometida: esse juizo tormava-se itico_ou_meramente_moralista. ‘Também por ese Dastamento das pr vir, acompanhand nntraposigio do finalismo ionario ida. Ainda em 1934 podia ler-se_na_principal preocupagio de f no € mais do que a Naturalmente niio que culminaram na Penal escrito por Kr gems das penas em relagéo a previsdes legais prec © ano de 1935 marcou o auge do debate teérico, que viu contrapostas as teses de Krylenko ¢ as de ‘timo, que do principio abandono de a utilidade © a Togia, ¢ na base de tipos normativos exactos e fundo, apenas deslocado, visto modo o problema ‘a Ievantar-se precisamente em ‘que, como veremos, 2 A afirmagio @ de V. Komarov, num artigo publicado) em Soviskoe gosudarstvo, 1904, n° 1, p, 46. Ela é citada por Smirnov fe Chargorodsky (op. eit, vol. , p. 492) como documento da influtr- fia. de. posigoes errada’ de Bstaline sobre problema da legali fade, socialista, SR da. Vichinsky, Ree tov. Stating 4 maja i zadaci organov 173 UMBERTO CERRONI Aceite oficialmente a tese da necessidade de previsies is taco implicita resultante da intro- ia, a problemitica do direito doutrina soviética, e ainda’ hoje revelam a existéncia de grandes dificuldades de elaboragio. 3. © problema da responsabilidade penal lidade penal a perigosidade antes de mais, 0 problema | minada“péla 5 "0. prim PEER Wao aastouay 01 ecuandle inaov: Manin. ticildads fslava exactumente em estabelecer um critério univoco, que consentisse a0. mesmo tempo acetar o erifério"da fundagao da responsabilidade penal na perigosidade social da accio (@ aio 06 nu prevido legal) cS CUS GERI. certra representada pela acei- i © pela responsabilidade penal e & consequente culpado da pritica de um crime, isto dolo ou por cul Jei_penals (arti de um facto previsto na parte no apresente perigo social pela 174 era possivel, a no orientador, niio dos b ee da construgio do. socialis bar-se com o progresso da construgio is dizer, que essa construcio fosse entendida. como um processo inchuindo esta : do agravamento, mas dos fins da ena. mi identemente, que a visio anti Ws UMBERTO CERRONI de desalienagio social efectiva, capaz de co sivamente todos 0s estratos. sociai abrisse a formas de real dos os membros da soci tava-se noutra fo tinha de antes uma cor que a tese de direito. novo igualdade de rodos, cram absolutamente possiveis, mas que, necessari s contrastes de classes deviam aumentar. @ conclusio era logica: se 0 socialismo ipo moral pessoal ou da >. ky travou uma notivel diando no direito pen: luciondrioy e da «or dade revoluciondria € soci a alegali- dda lua ‘de classes durante a construcso do socialism foi expressa por Estaline em 1929, em polémica com Bucarine: ef. I. V. Esta line, Sulla deviasione di destra net PC (b) dell"Unione Sovietica, in Question! det teninismo, cit, pp. 257 0 PENSAMENTO JURIDICO sovieTICO sob as propostas tebricas de Pachukanis e de Krylenko; sob ‘© segundo aspecto, no 36 fazia sua aquela contrap. mas, tendo-a explicitamente excluido em teoria, introdi subsrepticiamente na forma de uma desvalorizagio da norma penal disfargada pelo principio da analogia ™ ‘pi —motivado pela variabili- SOcialmente perigosas num. processo compli- cado e ripido de transformagio das relagdes. sociais— for rhava-se_o_instrumento tedrico para reintroduzit a contraposi- i itica, no obstante mnieo, sem m= doutrina soviética, sob 0 poi influxo da colaboragao da analogia patrocinada por fchinsky, encheu-se por andlises te6ricas, que fa- md uma dis fo ial por acaso que Vichinsky se pronunciou coni da analogia no decurso das discusses preparat6rias do novo Codigo Penal, hoje vigente, que acabou, todavia, por exclut- sla, Aduziu-se no decurso dessa discussio que. com a orga- nizagio socialist realizada, a analogia jé mio era necessi- ria para a estabilizagio das relagdes sociais, mas Vichinsky 29 Vozes isoladas contra o principio da analogia ergueram se spin a emanacio da Constiuieto de 136, por exemple, K. Tavs 2ov,, Nesoomestimost_ analogit "5 (), in Vestmik sovetsko} justitsti, % ‘Estrin, Ugolov: arstoo i revolutsija prava, 1931, n: Chargorodsky, assim como’ algumes da’ jimediatamente a seguir. 180 0 PENSAMENTO JURIDICO sovIETICO culpasos perde todo o sig- lolon ¢ «culpar. elc., nio 28 A Jax Vichinsky,K_poloseniju. na. fronte_ pra (be sitasia'nn Frente Teoria arian) Mose 186, pe. 181 UMBERTO CERRONI pode dar uma base verdadeiramente cientifica da culpabili- penal» ou que «nas obras de Marx, Engels, Lenine Estaline esté contida uma resposta exaustiva ao problema da culpabilidades**, na realidade ni hizagio tebrica da questo continuow a ser problem io politica_patrocin /ichinsky conseguiu’ ape- ‘aciuassem_oculiamente_0s_principios_que_ el pode tetvaniente, basta & alma: que «na sociedade socialista 0 conecito no conceito juridico, penalista ¢ mo- s de culpabi- radicalmente dif te da Peace jinho_para_ novos ulpabilidade, carregada de moralismo Kantiano. roa encaraf, nd dOULTHOsOvielica, a cOmGEp-— culpabilidade (sotsialno-otsenoenoe ‘numa informagio sobre os —_. problemas fundamentais do direito penal soviético feita em 1944 na Universidade de Leninegrado, mais tarde desenvol- vida num pequeno volume publicado em 19497. de Mankovsky nascia da necessidade de recusar «a t deduzir a culpabilidade a simples elemento do ae el aa ae SRST como ne i «como um dos fundamentos mais. ge- nal». «A culpabilidade, no Sen- aabarca no_s6 0 momento da_rela- face do resultado © a valoragio da Conduta do sujeito por parte do ordenamento estatal domi- hante, mas também os problemas relatives a fundagio da 28 As cltagSes referemse ao manual de dirito penal (parte eral) publicads em 1880 pelo Insiluto Federal de Ciencias ur ten aA. Laptey, Ponjate ving » sovetskom ugoloonom prave (<0 conceit “de alpa, noDirelto ‘Penal Sovietco»), in. Sovetsl ft, 1958, 12, 3. a Bs" Markovsky, Problema otvesteemosti © prave (<6 Problema. da Responsahilidade no_Direto Pena Frone 15. Bete peavero. volume 70 publicado.@ cargo do autor Skuv' AN. Trainp'e Ligne intmamente com a obra de Viehinsky. 182 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO saraclerizam a accio € 0 agente.» ages no constituiam nem , nem uma concepgio, por sciam, como jé se fez no- que a valoragio ético-polit acgio criminosa'em relagao, nio_as_dimen: relagdes_eoondmico-sociais, (como implicitamente propunha Pact kaa, Ay ‘aos_modelos do_estatalismo_estalinista ¢ loenom prave (A Culpabilidiade no Direlio Penal Soviético»), Moscovo, 1950, pp. 62 segs. 183 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVI8TICO \s deviam desempe- agente © a accio. defensores de tal concepeio ba- Iuta contra a concepcio psicalé= dena lute eral contra o matrilisme ircito. Por isso, 0 conceito fundamental do ‘una, tém importincia para uma lementos que, na enfatica chave podiam envolver mesmo o perigo de suprimir de facto a importincia especifica da distingi € ‘culpa, que se queria recuy A AG aicance da nova i bem resumido por er eee mnal nfo isfaz apenas ¢i ime, mas considera ¢ avalia correla- (0 a conduta do imputado, i de facto que nfo. estio minoso a ele ides do acusado.»® Tornava-se assim evidente que seria mais ssio do_nexo causal en © 0 objecto do crime eguinte sobre a teoria da’culpabilidade, in Sovetskoe gosw. 0 | pravo, 1952, n° 4, pp. 2738. 185 UMBERTO CERRONT problema era resumido por Vichinsky no seguinte esquema: . jxando de parte, portanto, o concurso no crime culposo, (0 6 agora apresentado” como tna fi lamento especifico para a ibe a ivos © subjectivos do concurso». Enquanto, do ponto de vista objectiyp, «& neces- jalquer actividade para a execugio do crime cometido por Mais articulada se tornou ainda, por ii «aio. pode. ser_imputaslo penalmente aos com- a, SS eek al Bos icipantes pressupde a presenca do dola em relagio 6. O conceito de pena Uma outra raiz da desvalorizagio geral que por muitos na doutrina soviética, toda a teoria do ia teoria do factoztina Ye- dizer que seria Tajisto Passar para serundo plano os aspectos it UMBERTO CERRONI cep apresentava,Insprada ‘em con: segundo as quais 0 problema central da Teh ora gee sociedade contra 0 a fio do réu, a doutrina soyiética er fot doeinada. pelo propseito de sepia pena como reibuigdo (ou eegutvaleseay ¢ cexponsblie, como) sever reonkecinemo do. inde ie. det perro. sa aaa romp clt eiseiiarcaee is ita conexso: «O conceito de res: sos em que a pena 6 di Mas onde ni hi vestigios do a pena deixa de ser uma pena no a _medida pedags- (isto é, sem referéncia ao conceito juridico de equiva. nio esté, na_verdade, relacionada com consideragoes bilidade, a liberdade..deopgio, © assim tee geet necessidade disso. A ide da pena em pedagogia [-..] ¢ determinada ramente pela presenga de uma capacidade suficiente ‘coerce ae eeaelne res juencias Tae lo rélacionada com a culpabilidade € em pri Tettibuigd0 relacionada com o dgno.» Pachuk também com agudeza que a nogio de pena medida abstrac- itos do homem e do iana e o sistema da reclu- EB. Pachukanis op. cit. pp, 229 ¢ segs 192 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO a Wridade de ume, sapacidade Isborel (estaba) a de Pachukanis aos tedricos «humanit ecido precisamente em @afirmar —em polé- humapizagio da. samento” peti a pena fosse considerada na vida soci pont de visa dfn © ints deve 2% E, B, Pachukanis, op, cit, p. 231. se F Bngels"K Mane, La sacra fomiglia, Roma, 1957, p. 24. 193 P3s— 19 UMBERTO CERRONI © niio piblica, se 0 equivalente € exactamente determinado partir dai, interessa muito >*". Por este motivo, Pachu- nogiio da pena como mensu- lidade © propunha contrapor-lhe destinada 2 tecuperagiodo.réu © operagies di somente neler Social © psicologica, que era ainda fuodele daatutuin Os renutados ficaram mui- fonge, se nio foram mesmo contririos, dos ntemente lidade do resiltado” ena lit o da. insubordinagio. social, “ue a doutrina se apercebesse de certo modo das contra~ digdes ¢ dos per pena, parece claro pela dos na teoria socioecondmica da ia atormentada da propria legis- SE. B. Pachukanis, op. cit, pp. 231-282 194 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVLETICO sovidtica, para além do debate te6rico. Os Princfpios i it fem evidéncia que de_defesa (oboroni- Codigo’ Penal de 1922, embora o conceito_central (mera soisialno} zascity). dos Principios Fundamentais de “édigo aceiiou integralmer temenfe’reintroduziu_ também lo, pondo-a, contudo, numa medida ofensiva destinada a luta_cont tendo como fin a gradual eliminago da lum exame, pormenorizado do conceito de pena € do si ppenas, cf. T. Napolitano, op. ei, ‘8 'V. G, Smimov- M.D, Chargorodsky, op. cit, vol. I, p. 514. 195 UMBERTO CERRONI repressio; 3) 0 termo ‘medida de defesa social” & pouco com- preemsive} para a populacio e prejudica, por conseguinte, a prevengdo geral das is empregadas do ponto de vista da sua aceitagao por parte da sociedade.» . e vinha, por isso, a escola de Yichinsy) empenhada subordinagio estatal, da coergio e da culpa- fo aiedro deita Gontadictp no pouce defensorea (0 de pena voltaram a introdu s da criticada teoria da medi Alnda por cmt —e,29_ onic zado por Estaline. Deste modo, 0 debate te6rico orientou-se no sentido da ES kon sk TE aa eae Phas code Reductive, ‘et ag ta Bian daiog fi. como Scoahece no cas da tet wel ee con de mas yghougedeatasha 196 0 PENSAMENTO JURIDICO. SovIéTICO Slice dr ee See ee sia na Mee pat Raters ¢ octedade socalsta estio.patentes para cada Individuo todas, a5. possibilidades para o desenvolvimento ¢ para ‘ criagdo, aquele que néo tem isso em consideracio e orienta a sua ios teriam ‘podida no os. cometer (B.S. Mankovsky, Problema otvestvennast .. etc., cit, pp. 8558. 197 UMBERTO CERRONI privasio, se associa a um sofrimento do delinquent tiu-se em sublinhar que «o sofrimento nao co enan*®. Alguém chezou propor «a reducio & campo de aplicagio da pris ter retributivo, mas apenas de uma ia wingulagio da. sangag 4 culpabilin. podendo coexistir com numerosos institutes empenhados em modi-. i. em relacao ‘Moseovo, 1957, p. 20. 6 Instituto € aplicivel sem qualquer limite conexo com 0 valor da pena. As organizagées socials podem ‘exercer uma espé- are pore ae eaten Ae Seen co emer insttuto estava Ja previsto pelo mene, a pmslade de eran 86.4 no parecer perigoso em virlude atitide ‘relativamente a0 trabalho, ‘Tam. bém, este Instituto J4 estava previsio pelo cédigo anterior. ‘tO instituto ‘est previsto pelo artigo Sk.° do Cédigo Penal da RSFSR. depois de ter sido cumprida metade da pena, em ‘caso de boa conduta, com exeepeao para os reincidentes. 198 ha sentenca. lagao ‘Penal. precedente. 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO Por outro penas, preferindo-se 0 caminho alizagio das infracgoes menores ¢ da punigio bas- a das infracgdes mais graves. © instituto estava ‘também previsto pela codiicagao 199, VI. VERDADE E PROCESSO 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO ¢ dos campor 1, Natureza do direito processual ,acima de tudo, fungd modesto. pela ite mais estivel pelo seu contetdo™, De facto, jf “poder, foi apresentado a0 st- yo um projecto de decreto,.sobte.ostti- ser aprovado com jo «Decreto 2 incerteza da ; depois da revolugio, & rerno.Provisstio © a j& assinalimos, na relagio € cariicter concreto do caso controvertido, no problema da formacio da conviegio do juiz ena sua ligagdo com a pro- lue 0s Srgios judiciérios existentes fos- cura da do. processo medi ituidos por Orgios novos. ** Nio menos subjectivo, da_relagio. Estado= io de que primeiro decreto sobre 0 imente, da procura ¢ reconstrugio da ver- referido — tivesse de propor ainda a concepgdes que. influenciavam jovos juizes de 200 UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO SovIETICO vida. $6 esse dircito € a fonte de cada ordenament ico ™, que deveria ser apenas uma ico para decidir as cau- alguns anos. Em 1922 foi emanado o pri sssual Penal (que entrou em vigor em I + contest quais aa jeu separar ‘mando que as normas do nno_eram meramente técnicas, como ele propr lads anieriormente, desde que aplicadas a sy eon sovetskog0 go ia do Processo Penal Soviéticos), que temos de acei- ‘mesmo no Estado : eae (een nee ESS Seago see ™ Cf. N,N, Poliansky, op. cit, p. 27 203 202 ICO UMBERTO CERRONI 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIET! ee eaniontioeeen que, embor isch pubicon embora ae citanlo angie VEesky. tran otto spnificnive snsores_da_everd: fe que 0 tribunal estabele, ema no do lo estabelecimento da verdade absoluta, mas ta do estabelecimento da sofia para o campo do batério, esquecendo a diferenca entre. os processos de investigagao clentificos 08 judiciérios.» ®. As consequéncias. mai desta posi- ntemente que > Objcive Ione eae via ser, em si € por si, o apuramento da verdade dos factos, Tras g-slaesua-prababildadc,e por isso 0 critério orientador de todo o mecanismo processual deixava de ser av. da verdade e passava a ser a ye A campanha con maior dureza no apés-guerra, dura geral que Zdanov travou pela «pat cultura, se exactamente a essa. bal registava em 1948 um m que se lia que, went ino desenvolvimento da © facto de que nos Jue proposta em fortia cautelosae com reservas. Mas 1 conaehsepet uae ie es fesiaveeel mente anu) prinipio da verdade material no_ proceso penal, peneira as vezes mesmo na literatura soviética. Assim, & completamente etrado 0 ponto de vista que, sobre 0 pro- © autor repete prave nai, Tach emt ext tims, eis Bye ha ee eo marin) tn» spleen pre Se Re ee SUE oe cp. i, sen Tot sy arta: Stile BLS Tate seer rcals coe a ae eg, ws cit, pp. 1920, D. Chan = 207 UMBERTO CERRONI 's que Rozin © Mikailovsky®” fizeram E ‘certo que Tchetsov-Bebutoy prox reintroduzia todos 0s it bem que no processo sovistico ¢0s, dominem, os. interesses. do. indi determina os seus direitos, as. sua garantias». © ataque a Strogoviteh eficazmente contes- 3” Tratase de dole juristas da é9oca_pré-revlucontria, au- sare apectivamente, ‘de Uselornne sasoproreniaie Co Brae dimeito Penal), Mescovo, hte. Osnommye pati sroaneata oomog0 icpios FUndamentai woaberon sue, (engin te" Organica. do Tt ey a aS, Eeproee ob ustanovlent materia’ Lae Tigclae itt poopeh., 0572: S. I. Bowden, O 'nige prof Stroge plea eUooloomy} protsese> (cobre ‘owned pene 0 Processo Penal, ‘i, ppr TAS ae eae 208 ‘epidia. no proces wo. debates orivas pice de fe"nisso nao tem razdoalguma) de significado 0 PENSAMENTO JURIDICO sovtéTICO 1 Poliansky* e 0 préprio Vichinsky preferiu man- ima posigio apagada. Numa_co sem Mai 7 iS r absoluta, € que nio podem sé-Jo em vitude da sua espeificidade. Ewes Uitinos partem do facto de que os juan crn da wend © de gue congue WHET Un er Go di verdade absoluta, Ao defender este ponto dé 2a Ry a un lene lenciosa»), in tskoe rstvo 4 pravo, 1948, n.° 6, pp. 83-86. soso i apt eb vt rE nae St stom pom, 1 rng ew 3 nt, ta nos dee 209 Pasa UMBERTO CERRONI ‘aspecto auténtico ¢, diria mesmo, absoluto. Defendendo 0 seu Ponto de vista, eles esto prontos a satisfazer-se com factos ue dois © dois sio uueney. — Pigasov —, 6 igual a uma vela de estearina.» Mas poueo crevia:_ «Em 1937, no artigo O problema loraciy das “proviso process. penal soviética, fend a posgfo. que nema. pore an conde de © juliz na necessidade de decidi de vista da verdade absolut 3_adoptados op dares Sonal enhado em reconstruir a everdadea inhava a centralidade da conseién- € da sua conviegio. oa dio reagende jorno do problema da ver- sustentou que «0 conceito SiaN@.gUe Texpiia a rien, desta, eso de Vichinaky, cf. A A Starch, “Problem a obkiono) isting ‘6 tse aloo protsessa( que se concer ‘a, pelo contririo, que «a mas como um procedinento emineil= controlo_ das hipsteses sobre a. reali cide tar MgB ao a6 ages que 0 julz tem de es legais. Também no proc © procedimento lWégico comum da cigneia segunda insténcia, procedimento probat verdade esté, em suma, pela praxis: a_verdade que as conclusées do i das_pela.praxis, € 6. ao mesmo tempo. selativa, por” 6a do caricter incompleto do conhecimento daquilo que se veri- ficou na realidade> ee "AS "ages mais gerais desta posicio do problema da 214 0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO foram eficazmente demons- entender, pai ica nal enquanto para as investiga smplo, para o apuramento do dolo ‘a Iogica nfo bastaria, porque a ‘do problema logico do nexo ‘Segundo Vichinsky, cada causa imente como um episodio da fo da citada coletinea, dedicado 20 goes. possibilidades para um esclarecimento tora 10 € Fectndo o emprego dos métodos quan- SL Na op, cit. @ cargo de Zogin, se Dam, ei cargo de Zon, pp. 358 € sees 220 tages. concuiam encarando. ov um robablishg rbitririas © & desyalorizaga so aaa ae men le ‘insti- “ ‘de probabilidade como conceit estalistico: a probabilidade estatistica no € possivel conde ‘nfo houver numeros exactosp, ¢ no processo deve ser con- cebida, portanto, como uma nogio em constante tensio no sentido da atendibilidade. Noutros formalizagio e quantificagio deve subor gica do conteido» ¢ verificar sobre est elementos atendiveis. Essa 10” ass ora convicefo fitima do juiz, que realiza tanto a utiliza. $4 dos. meios de apreciagio formais, como o emprego das icas, como, finalmente, a avaliagio do caso ‘no 36 que o probabilismo legitime reciaglo, mas também que jes dos conteddos. Em suma: io, meramente teo- ao complexa q © processuais ¢ que se controla exteriores. a0 espitito maneira de exemplo, a critica qu sobre o problema da convicgio do ria dos autores soviéticos, a0 da conviegio intima, facentuam justamente a inadmissibilidade de uma concep¢ao UMBERTO CERRONI . Isto. foi facilitado pelas 36 afirmava que a «voz» voz da convicgio tunicamente pelo valor ¢ aleance de todas as_ provas © do quer outra opiniio foi defi- fascists. Ao mesmo tempo, as idamente o concsito de convic= io do juiz. uma base s6lida, eliminando neste campo tervalo entre elemento objectivo e elemento sub- 2 S.A, Golunshy, Ob otsenke dotoratels lovnom protsesse («Da Valutacio das Prov 20 Broce" Pega Soviéticos), in tskoe Pi prove, Th Seri i Sean nurs pro, ish nT, 222 (0 PENSAMENTO JURIDIC SOVIETICO ‘mesmo obri a tancias do caso, que controle as proprias declaragbes do acu- Sado. Mas as declaragéies do acusado, nas causas deste tipo, ‘nevitavelmente 0 cardcter e 0 valor de provas Tundamentais, essenciais, decisivas.» ™ Tnserida no quadro de conjunto da_concepgio rin e subjectivista de Vichinsky, compreende-se faci tesla tese tendesse a ocupar uma esfera cada vez Finalmente, quanto a0 caso°de / ese unanimemente que, de qual- éncia feita por um dos concurs de pessoas, quer modo, a acusagio de coniv 223 UMBERTO CERRONI co-réus no pode i cegete iio Pode ser egpsiderada eprova da culpabilidade 4. A teoria das partes Recordamos ja a va ic essa tnha ‘emi om a a enl aad '$ processuais: asp Presungdo de inocénci: pee unio de ets do atte tenis ae ‘comegar nem pela ‘presungio suncio de culpabildade’, como prin {Wo ‘estd‘ndo na ‘presungio', mas em averiguar, em cada cavg coneteo, as etcunstincas do facto, do modo como se enificaram na realidade, respeitando resoutamente qualquer relagio aos que hao-de ser julgados™, Esta depois corri- ‘Mas, em 1947, sunglio de inocén- LS 86 no pri cia para refuiar a tora de Kem de uma obrigasio. ano ele aduzdas em sun deena, Aum Actori ir onus a Ace esi incunbi onus probanl. sj, Actor Inc gr batio: deve prover deve provar aquele que € autor da (ese necessitada = Cr. cap. V do la e sag {F&O V do TL vo. da op. cit, a cargo de Zoe, pp. 145 3 Cf. M. Strogoviteh, Ucenie ‘ugolo- wor plea, Suawouite, © materiaino} istine Sem see, iy OAT e soe! NV. doin, Feo. tc, Cr. ML Strogoviteh, op. cit, p. 238, nota, 224 (0 PENSAMENTO JURIDICO SOVIETICO de provay™ Recusando esta posigio de Vichinsky, Strogo- Mitch objectou que «0 onus probandi & uma obrigagio jurl- ‘ica da parte de provar o facto que afirma, fathada implica consequéncias juridicas: 0 facto afirmado msideradoinsubsistente. Mas essa obrigagio ndo pode ser imposta ao acusado, tanto por causa da sua posigio processual, como porque ele nid {em possibilidade de reunir as provas>.** A transferéncia do nus da prova para o acusad i direito de defesa eda respondeu de modo contraditério a esta argum Pafirmou que a transferéncia do onus probandi no punha fm diivida a presungio de inocéneia e garantia até a «fun- presungao de provas formais, yrocessual penal sovie~ ‘a formulagio que ela ‘se 0 acusado devia ser provada a sua culpabi- rovado 0 contritio de algum modo cexemplo, a tese que nega, completamente ou em parte, a acusagio seria obr- gado 2 indicat as fontes de prova das suas afirmagies. A ese ase foi respondido exactamente que isso representa «um di- s@ A, Ja, Vichinsky, Teorija... ete. cit, T edie, Moscovo, rot, pr. ML Strogovitch, op. ct, p_ 27 cov ao a ichiney, op. cit, et, 3 ed, Moscovo, 1050, p. 249. 225 Pas 18 UMBERTO CERRONI ‘outro modo, se deveria apresentar a possibilidade de uma execugio coactiva des samente uma violagéo da I do acusado tém de ser ve A. desvalorizagio dos desconfiangas em relagio & presungio de inocéneia, foi cla- ramente expressa pela singular construgo da imagem do gefensor, considerado um «colaborador do construgio foi elaborada especialieite pOF ddas circunstancias «i emanar uma sentenga nem com ‘meios legals. Para Sinaisky, «semelhantes argumentacées esto em ger inal, procurador e Srpios instrutores nfo conduz i .s30. das suas obrigagbes.9 ** ‘Neste quadro de recuperagio da especificidade das fun- jo acusado e do seu defensor que actificadas no passado. Recusando R. Ratinoy, Rol Prokurora » dokazivanii (

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